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N° 69 Ano 6/2018 1ª Edição ESTUDO DA NATUREZA www.mundodasespecialidades.com.br Ministério dos Desbravadores Igreja Adventista do Sétimo Dia Briófitas

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N° 69Ano 6/20181ª Edição

ESTUDO DA NATUREZA

www.mundodasespecialidades.com.br

Ministério dos DesbravadoresIgreja Adventista do Sétimo Dia

Briófitas

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O que vem por aí /// por Mundo das Especialidades

As briófitas são plantas primitivas que não produzem flores, frutos ou se-mentes, e também não produzem tecidos vasculares, o que explica se-rem consideradas como pouco desenvolvidas. Por não possuírem vasos

condutores, seu tamanho é diminuto, assim, não despertam o interesse de estu-diosos, ocultando sua grande diversidade e importância. Na América do Norte há cerca de 315 gêneros e 1325 espécies de musgos, e 120 gêneros e 570 espécies de hepáticas e antóceros. O Brasil possui 3125 espécies distribuídas em 450 gêneros e 110 famílias. Estas vêm sendo utilizadas com grande sucesso, desde em paisa-gismo até no auxílio da compreensão de ciências, como a ecologia, por serem a base da cadeia alimentar dos mamíferos, por exemplo.

A grande ameaça às briófitas, entre outras, é a devastação de florestas que podem provocar a extinção de muitas espécies. Não havendo projetos sig-nificativos na preservação destas, o melhor que se tem para fazer é cuidar de seu habitat.

De uma maneira bem simples, podemos dizer que as briófitas são vege-tais que não dão flores.

Desbravador por paixão, Líder Master Avançado e Diretor do Clube Heróis do Rei, 6ª Região da Paraíba, Missão Nordeste, UNeB. Graduando em

Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba, Assessor do CREA-Jr da Paraíba. Deus, Desbravadores, futebol e ciências agrárias são minhas

paixões. Espero que essa seja a primeira especialidade de muitas que virão a serem publicadas pelo Mundo das Especialidades.

“A inovação é o que distingue um líder de um seguidor”. - Steve Jobs

QUEM ESCREVE

EXPEDIENTE

1ª Edição: Disponível em www.mundodasespecialidades.com.br Direção Geral: Pedro PazDenner Figueiredo Diagramação e Edição: Rossalles FreitasCoord. de Guias das Especialidades: Thomé Duarte Editoração e Revisão: Aretha Stephanie Autor: Weslley Cabral SITE MUNDO DAS ESPECIALIDADES Telefones:(81) 9 9835-8482 E-mail:[email protected] Site: www.mundodasespecialidades.com Facebook:Facebook.com/mundodasespecialidades DIREITOS RESERVADOS: A reprodução deste material seja de forma total ou parcial de seus textos ou imagens é permitida, des-de que seja referenciado o Mundo das Especialida-des e seus autores pela nova autoria ao fim de seu material. Todos os direitos reservados para Mundo das Especialidades UNIÃO LESTE BRASILEIRAUNIÃO NORDESTE BRASILEIRA UNIÃO SUL BRASILEIRA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES Recife, PE, Junho de 2018

WESLLEY CABRAL

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Bom Estudo!

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Guia das EspecialidadesESTUDO DA NATUREZA

Briófitas * Estudo da Natuterezawww.mundodasespecialidades.com.br

Introdução

Utilizamos o termo “briófitas” para designar musgos, hepáticas e antóceros, ou seja, plantas que possuem um ciclo de vida marcado pela alternância de gerações (gametofítica e haplóide e esporofítica e diplóide), onde a geração gametofítica é dominante. As briófitas são criptógamas, avasculares, normalmente pequenas (a maioria de até 10 cm), com ampla distribuição geográfica. Elas compõem o segundo maior grupo de plantas terrestres, no mundo são conhecidas cerca de 17.900 espécies e, no Brasil, aproximadamente 2.961 espécies.

Briófitas (do gergo bryon: ‘musgo’; e phyton: ‘planta’) são plantas pequenas, geralmente com alguns poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.

Uma das características mais marcantes das briófitas é a ausência de vasos para a condução de nutrientes. Estes são transportados de célula à célula por todo o vegetal. É por isso que não existem briófitas muito grandes. O transporte de água de célula à célula é muito lento e as células mais distantes morreriam desidratadas.

Os musgos e as hepáticas são os principais representantes das briófitas. O conjunto de musgos forma uma espécie de “tapete” esver-deado, observado comumente nos solos, muros e barrancos úmidos. Podem formar uma ampla cobertura sobre o solo, protegendo-o contra a erosão.

As briófitas não têm raízes. Fixam-se ao solo por meio de filamen-tos chamados rizóides, que absorvem a água e os sais minerais de que o vegetal necessita. Também não possuem verdadeiro caule. Tem uma haste denominada caulóide que não apresenta vasos para a condu-ção da seiva. Suas “folhas” denominam-se filóides e são apenas partes achatadas do caulóide.

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Anthocerotophyta, AnthocerosCruz das Almas/BA, Brasil. Foto: D.F. Peralta

Marchantiophyta, SymphyogynaCaxias do Sul/RS, Brasil. Foto: J. Bordin

Bryophyta, ParanapiacabaeaSanto André/SP, Brasil. Foto: D.F. Peralta

O corpo do musgo é formado basicamente de três partes ou estruturas:

Rizóides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os sais minerais disponíveis nesse ambiente;

Caulóide - pequena haste de onde partem os filoides;

Filóides - estruturas clorofiladas e capazes de fazer fo-tossíntese.

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Ciclo de Vida das Briófitas

No esporófito possui uma haste e uma cápsula. No interior da cáp-sula formam-se os esporos. Quando maduros, os esporos são libera-dos e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então, pode se desenvolver e originar um novo musgo verde - a fase sexuada chama-da gametófito.

Como você pode perceber, as briófitas dependem da água para a reprodução, pois os anterozóides precisam dela para se deslocar e alcançar a oosfera.

O musgo verde, clorofilado, constitui, como vimos, a fase denomi-nada gametófito, considerada duradoura porque o musgo se mantém vivo após a produção de gametas. Já a fase denominada esporófito não tem clorofila; ela é nutrida pela planta feminina sobre a qual cresce. O esporófito é considerado uma fase passageira porque morre logo após produzir esporos.

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A Relação das Briófitas com a Água

As briófitas enfrentam os mesmos problemas de sobrevivência que as plantas vasculares no ambiente terrestre. A água é essencial para o metabolismo, mas é um suprimento limitado errático no am-biente acima do solo. Briófitas e plantas vasculares exemplificam dois padrões alternativos de adaptação a essas condições. As briófitas têm de utilizar a água onde e quando ela está disponível acima do solo, enquanto as plantas vasculares possuem raízes e um sistema de con-dução eficiente.

Muitas briófitas estão confinadas a ambientes úmidos, mas algu-mas são capazes de tolerar a deficiência hídrica e outras são extrema-mente tolerantes à dessecação e altamente adaptadas a uma existên-cia poiquilo-hídrica, ocorrendo, desse modo, em ambientes hídricos, mésicos e xéricos.

As briófitas são bastante diversificadas em suas adaptações para a absorção e condução de água. Nas espécies ditas endo-hídricas, a água é absorvida do substrato e conduzida internamente até os filídios ou outra superfície evaporante, através de um sistema condutor, o qual é bem mais simples que o xilema das plantas vasculares. Ocorrem, em geral, em substratos úmidos, permeáveis e estão bem representadas na base de troncos de árvores, em brejos e em solos bem drenados. Nas briófitas ecto-hídricas, a água é facilmente absorvida (e perdida) e conduzida sobre a sua superfície, sendo o movimento desta muito mais difuso. Ocorrem principalmente em substratos impermeáveis e com pouca disponibilidade de água, tais como troncos de árvores, rochas e em solos pedregosos e compactados. São capazes de armazenar grandes quantidades de água após a chuva ou orvalho. Existem muitas briófitas que combinam mecanismos de condução endo e ecto-hídri-cos, sendo chamadas, então, de “mixo-hídricas”.

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Hábitat e Substrato

As briófitas são abundantes em ambientes úmidos e sombrios, no interior de matas ou são típicas de áreas urbanas. Também ocorrem em hábitats aquáticos e ambientes secos e desérticos.

Toleram condições ambientais extremas (já que são capazes de sobreviver como esporos dormentes) e por isso sua distribuição geo-gráfica é muito ampla, ocorrendo desde os pólos até zonas tropicais e desde ambientes desérticos até ambientes submersos. Elas apenas não são encontradas em ambiente marinho, mas toleram aspersão de água salgada.

Os substratos onde as briófitas podem ser encontradas são inú-meros e diversos, destacando-se solo, rochas, tronco e galhos de árvo-res, madeira em decomposição, folhas, base de troncos, telhados, mu-ros, entre outros. Existem algumas espécies aquáticas (de água doce), porém a maioria é terrestre.

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Troncos de Árvores

Solo

Troncos de Árvoresem decomposição

Galhos de Árvores

Telhados

Água

Rochas

Base de troncose raízes

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Importância e uso das Briófitas

Briófitas, juntamente com liquens e cianobactérias, são os pionei-ros no processo de sucessão vegetacional. Eles auxiliam no processo de formação do solo e proporcionam meio adequado para a germina-ção das sementes, o que levará ao estabelecimento das comunidades vegetais. Os extensos tapetes de musgos que conseguem reter gran-de quantidade de água são importantes substratos para a germinação das sementes das plantas vasculares.

Algumas espécies de briófitas associam-se a cianobactérias, au-mentando a fixação de nitrogênio. É o caso de Anthoceros onde esta associação é interna e em Sphagnum, onde as cianobactérias ocorrem entre os filídios. Também ocorre associação com diatomáceas.

As briófitas também controlam a erosão e auxiliam na manutenção do balanço hídrico do solo, são componentes da biomassa e partici-pam do ciclo do carbono e nitrogênio.

Saiba mais!

Outros usos das briófitas

•Uso como material de enchimento e acondicionamento, como cama e traves-seiro. Entre os gêneros mais utilizados es-tão: Sphagnum, Plagiomnium, Thuidium, Hypnum e Leucobryum, que normalmente é confundido com Sphagnum;

•Uso na horticultura:

- Aditivos no solo (aeração e retenção de umidade);

- Como meio para germinação de semen-tes;

- Para transporte de mudas;

- Em vasos de bonsai (para estabilidade do solo e retenção da umidade). Os principais gêneros utilizados são: Ceratodon, Funaria, Bryum, Fissidens.

- Em jardinagem (especialmente nos jar-dins japoneses);

- Em aquários (proporcionam oxigênio aos peixes e substrato para eles depositarem os ovos. Os principais gêneros utilizados são: Amblystegium, Riccia, Ricciocarpos;

Em busca do musgo próprio

Coloque a criatividade para trabalhar

Você sabia que pode criar seu próprio “grafite de musgos”? Com alguns ingredientes, um pouco de trabalho e bastante criatividade é possível cultivar esse tipo de briófita de uma forma muito bacana! Confira nossa dica e, para mais informações, acesse os sites:

https://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/1426-aprenda-a-fazer-grafite-de-musgo-uma-maneira-sustentavel-de-se-fazer-arte-.html

http://maniadedecoracao.com/2014/10/21/como-fazer-grafite-de-musgo-superfacil/

Que tal tentar fazer o símbolo dos Desbrava-dores de musgo? Junte sua unidade ou clube, façam uma arte bem bonita e mandem para a gente!

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Itens Práticos

Realizar as atividades a seguir:

a. Observar, ao natural, pelo menos um tipo de briófita com lupa. Realizar um relatório sobre o observado.

Observe na lupa o musgo exposto e esquematize o aspecto geral do gametófito (indique: caulídio, filídeos e rizóides) e também do espo-rófito (indique: seta, caliptra, cápsula e opérculo).

b. Possuir uma coleção de imagens ou figuras de, pelo menos, 10 tipos diferentes de briófitas.

Pesquisar em páginas de internet ou em livros de Biologia e Bo-tânica, 10 tipos de briófitas. Apresentando imagem, nome do tipo de briófita, local que a foto foi tirada e utilidade da briófita pesquisada.

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Você sabia?

Existe um outro tipo de decoração à base de musgo chamada de Kokedama?

O kokedama é uma bola de lama coberta com musgo, com uma planta ornamental, e preso por um fio de nylon, ou arame.

Deixamos algumas dicas para você tentar fazer tam-bém.

Acesse o site:http://www.dcoracao.com/2015/02/kokedama-o-que-e-e-como-fazer-passo.html

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Referências

Amabis, J; Martho, G. 1994. Biologia dos organismos, vol.2, 1ªed., Ed. Moderna, São Paulo.

Fernandéz, E.G. & Serrano, A.M.V. 2009. Atividades Biológicas das briófitas. Âmbito Cultural Edições Ltda.

Delgadillo M., C. & Cárdenas S., A. 1990. Ma-nual de Briofitas. 2 ed. Cuadernos del Ins-tituto de Biología 8. Universidad Nacional Autonoma de Mexico, México, D.F.

Fernandéz, E.G. & Serrano, A.M.V. 2009. Atividades Biológicas das briófitas. Âmbito Cultural Edições Ltda.

REQUISITOSacompanhe seu desempenho

1. O que significa a palavra briófita?

2. Citar 4 características deste grupo de planta.

3. Através de figuras ou ao natural, identificar os rizóides, cau-lóides e filóides.

4. Pesquisar e esquematizar o ciclo de vida de uma briófita.

5. Por qual motivo as briófitas apresentam grande dependên-cia da água?

6. Em qual tipo de ambiente é comum encontrarmos briófitas?

7. Qual nome popular é usado para identificar o grupo?

8. Como ocorre a absorção de água em briófitas? Qual a relação existente entre o tamanho da planta e a absorção de água?

9. Realizar as atividades a seguir: a) Observar, ao natural, pelo menos um tipo de briófita com

lupa. Realizar um relatório sobre o observado. b) Possuir uma coleção de imagens ou figuras de, pelo me-

nos, 10 tipos diferentes de briófitas.

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Você sabia?