Brincar Com Crianca

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11 LILIAN ROSY GOMES DE SOUZA O LÚDICO NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS DA 2ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA ESTADUAL “SANTOS DUMONT” Belém- Pará Unama 2002

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LILIAN ROSY GOMES DE SOUZA

O LÚDICO NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS DA 2ªSÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLAESTADUAL “SANTOS DUMONT”

Belém- ParáUnama2002

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O LÚDICO NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS DA 2ª SÉRIE DOENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA ESTADUAL

“SANTOS DUMONT”

Lilian Rosy Gomes de Souza

Trabalho de conclusão de cursoapresentado ao curso de Pedagogia doCentro de Ciências Humanas eEducação da Unama, como requisitopara obtenção do grau de Pedagogia,orientado pelo professor Hélcio deCastro Monteiro.

Belém- ParáUnama2002

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O LÚDICO NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS DA 2ª SÉRIE DOENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA ESTADUAL

“SANTOS DUMONT”

Lilian Rosy Gomes de Souza

Avaliado por:

Data: ____/ ____/ _____

Belém- ParáUnama2002

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SUMÁRIO

1- Apresentação .................................................................................................................... 11

1.1- Memorial .................................................................................................................. 11

1.2- Tema em estudo ....................................................................................................... 14

1.3- Justificativa .............................................................................................................. 15

1.4- Problemática ............................................................................................................ 17

1.5- Objetivos .................................................................................................................. 17

1.5.1- Objetivo Geral ......................................................................................................... 17

1.5.2- Objetivos Específicos .............................................................................................. 18

2- Referencial Teórico ........................................................................................................ 19

2.1- Retrospectiva Histórica da Educação Lúdica ............................................................... 19

2.2- Teorias de Jean Piaget e Vygotsky............................................................................... 22

2.2.1- Teoria cognitiva interacionista de Jean Piaget .......................................................... 23

2.2.2- Teoria sócio histórica de Vygotsky ......................................................................... 30

2.3 - A importância do lúdico no desenvolvimento infantil ................................................ 34

2.4- A sucata como fator lúdico no desenvolvimento infantil ........................................... 38

3- Estrutura Metodológica ................................................................................................... 68

3.1- Tipos de estudo ............................................................................................................ 68

3.2- Local ............................................................................................................................ 68

3.3- Fontes de Informações ................................................................................................. 69

3.4- Coletas de Dados ......................................................................................................... 69

4- Análise e Discussão dos resultados..................................................................................71

5- Considerações Finais....................................................................................................... 79

6- Referências Bibliográficas ............................................................................................. 82

Anexos

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“ Brincar com crianças, não é perder tempo, éganhá-lo; se é triste ver meninos sem escolas ,mastriste ainda é vê-los sentados sem ar, comexercícios estéreis sem valor para a formação dohomem”

Carlos Drummond de Andrade

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Agradeço a realização deste trabalho a todas ascrianças participantes das Oficinas Pedagógicas; aescola Santos Dumont em especial a diretoraRosângela e seu secretário Rubens, queacolheram- me e cederam o espaço para a minhaatuação e enriquecimento profissional.

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar a importância da atividade lúdica, na 2ª sériedo Ensino Fundamental, como suporte na aprendizagem para o desenvolvimento daspotencialidades afetiva, criativa, cognitiva e social da criança e como elemento básico paraum crescimento equilibrado e consciente. A partir de uma pesquisa de campo realizada naEscola Santos Dumont, onde foi realizado o trabalho de observação e intervenção docotidiano da instituição e através de entrevistas com as educadoras, pôde- se observar commais nitidez como se efetiva o processo lúdico na escola pública assim como verificou- se oquanto é importante que o lúdico tenha lugar em sala de aula como parte integrante da vidadas crianças nas instituição de ensino. Para tanto conclui-se que é essencial não esquecer que,se a criança brinca espontaneamente, a atuação dos educadores não pode ser improvisada.

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Dedicatória

A Deus,

Por ter me guiado nesta grande conquista.

A minha mãe, Maria de Nazaré e avó Nair Gomes,

Pela incansável dedicação, auxiliando minha

jornada acadêmica e de vida, dedico esta

conquista com profunda admiração.

Ao meu irmão, Paulo Rogério,

Por ter me dado força e acreditado na

concretização desse sonho.

Ao meu noivo, André Maia,

Que muito amo, que me estimulou quando veio o

desânimo, que suportou minha ausência nos

momentos importantes e nos dias de fracasso

respeitou meus sentimentos.

Ao meu sobrinho, Gustavo,

Quem tanto amo.

Ao meu orientador Hélcio de Castro Monteiro

Pelo admirável e singular profissionalismo que

estiveram presentes a cada ensinamento.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Jean Piaget ....................................................................................................................... 20

Figura 02:

Vygotsky........................................................................................................................... 26

Figura 03:

Boliche Matemático ......................................................................................................... 44

Figura 04:

Ganhando Letras ...............................................................................................................46

Figura 05:

Bingo Matemático ............................................................................................................48

Figura 06:

Jogo do Mico ....................................................................................................................50

Figura 07:

Vivendo com Saúde ..........................................................................................................53

Figura 08:

Baralho das Estrelas ..........................................................................................................56

Figura 09:

Jogo do Percurso ...............................................................................................................58

Figura 10:

Futebol Matemático ...........................................................................................................62

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Figura 11:

Quem Mora Aqui? ........................................................................................................... 65

Figura 12:

Rainha da Sucata .............................................................................................................. 73

Figura 13:

Desenvolvimento da Oficina Pedagógica ......................................................................... 74

Figura 14 / 15:

Produção da Oficina Pedagógica ...................................................................................... 75

Figura 16:

Criança demonstrando objeto construído com sucata ....................................................... 75

Figura 17:

Desenvolvimento do jogo Bingo Matemático .................................................................. 76

Figura 18 / 19:

Desenvolvimento da atividade Ganhando Letras .................................................... 77

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1- APRESENTAÇÃO

1.1. Memorial

Me chamo Lilian Rosy Gomes de Souza tenho 24 anos, estou noiva há 05 anos, moro

com minha mãe e minha avó e venho de uma família de pais separados há 24 anos, ou seja,

inexiste a presença e a figura do pai em minha vida, porém minha mãe desempenhou muito

bem os dois papéis que lhe fora incumbido. Tenho um irmão de 28 anos, que há 08 morra em

São Paulo e lá constituiu sua família.

Comecei minha vida escolar aos 05 anos em uma escola particular “Escola Betel” no

Bairro do Guamá onde moro, estudei nesta escola um pouco contra minha vontade, pois na

época minha predileção era por uma outra escola a qual não aceitava crianças menores de 07

anos. Foi nesta que tive meu primeiro contato com a educação formal, pois apesar de minha

mãe ser professora não tinha tempo de me ensinar, esta primeira experiência escolar não foi

muito significativa em minha vida pois só lembro das festas que por lá aconteciam. Permaneci

nesta por 02 anos até completar os 07 anos momento que fui matriculada na escola “Madre

Zarife Sales” também situada no Bairro do Guamá, era uma escola administrada por freiras da

congregação do Preciosíssimo Sangue, que mantém a Educação Infantil até a 4ª série do

ensino fundamental em regime particular e de 5ª a 8ª conveniada com o governo estadual. Foi

nesta escola que a grande maioria da minha família estudou: tios, primos... e minha mãe lutou

muito para me manter estudando, e vendo sua batalha sempre me senti pressionada para não

repetir de ano não que a mesma me cobrasse, mais por mim mesma pois sabia que se ficasse

reprovada minha mãe não teria condições de pagar novamente então tinha que aproveitar a

chance e dedicar-me nos estudos.

O período que passei nesta escola foram os melhores e mais frustrantes da minha vida

pois tive que me adequar dentro de uma filosofia religiosa cujo lema era manter a ordem e a

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disciplina, resquiços do período militar do nosso país. Na educação infantil éramos obrigados

a andar sempre em filas indianas, sentados em carteiras também dispostas em filas, éramos

obrigados a olhar para a nuca do colega que sentava a frente, não podíamos conversar, muito

menos brincar em sala de aula, havia apenas um dia da semana que para mim na época era o

mais importante, o dia em que a professora liberava para levar brinquedos, só que os mesmos

ficavam guardados até segunda ordem.

Lembro de um fato que marcou este período, eu não era uma criança indisciplinada nem

hiperativa, mas gostava e gosto muito de conversar e por este motivo levei um puxão de

orelha e fui conduzida pela professora até a frente do quadro e lá permaneci juntamente com

alguns outros colegas para servir de exemplo para o restante da classe, lembro que naquele

momento me senti ofendida, humilhada por um ato que cometi naturalmente e para mim não

percebia gravidade. Talvez este fato tenha desencadeado uma vontade intrínseca de tentar

reverter este quadro de autoritarismo por parte dos professores, imobilidade e silêncio por

parte dos alunos no contexto escolar o que motivou o desenvolvimento de minha pesquisa

contextualizada no Trabalho de Conclusão de Curso ( TCC ).

Ao terminar a 8ª série precisei fazer a primeira escolha importante da minha vida, o que

iria fazer ao terminar o ensino fundamental ? Como na época não tinhamos condições em

pagar colégio para prosseguir meus estudos e como eu tinha dentro de casa uma mãe que era

professora e que de vez em quando me dava as avaliações de seus alunos para corrigir, que

me levava para assistir suas aulas juntei a necessidade com a vontade e optei pelo magistério

no Instituto de Educação do Pará ( IEEP ), fiz a prova passei e em 03 anos me formei como

professora de 1ª a 4ª série contrariando a vontade de meu irmão e alguns parentes.Com

relação as amizades foi um excelente período, porém academicamente foi o período menos

significativo da minha vida pois daquela época quase nada ficou registrado na minha memória

a não ser um fato: houve uma matéria cujo nome não recordo cujo objetivo era desenvolver

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atividades lúdicas para facilitar o processo ensino aprendizagem e me despertou o interesse

pelo tema, e até hoje guardo como lembrança o recurso que confeccionei ( álbum e baralho

pedagógico ) .

Como essa formação inicial não me satisfez no ano seguinte após ter terminado o

magistério entrei para um cursinho com o firme propósito de fazer vestibular para Pedagogia

neste ano nem mesmo fiz a inscrição para o processo seletivo do vestibular, pois resolvi me

mudar para São Paulo com o meu irmão, mas depois de um mês a saudade bateu forte e

retornei para Belém onde iniciei novamente o cursinho e me dediquei para ser aprovada,

sempre com o propósito de cursar Pedagogia. Fiz apenas uma vez o vestibular e somente na

Universidade da Amazônia ( UNAMA ), pois as outras universidades não supriam as

necessidades e expectativas que idealizava para o meu futuro profissional.

Parte das minhas expectativas estão sendo satisfeitas neste curso pois acredito que existe

muito mais caminhos a serem percorridos em minha formação e como diz Brandão ( 1982: 48

) O domínio de uma profissão não exclui o seu aperfeiçoamento, ao contrário será

mestre quem continuar aprendendo. Porém continuando a justificar a escolha do tema para

o desenvolvimento do TCC tive a felicidade de ser aluna do professor Celso Michiles no 1º

ano do curso de Pedagogia da UNAMA na disciplina Psicomotricidade a qual reforçou o meu

interesse pelo brincar- aprendendo, quando o mesmo solicitou que produzíssemos dois

trabalhos com propostas de atividades para serem utilizados para a mobilidade do corpo das

crianças nas escolas. E ao fazer o levantamento bibliográfico verifiquei que são restritos os

bons autores que sugeriam atividades para serem utilizadas em sala de aula, porém mesmo os

que encontrei ainda continuavam deixando um pouco vago tais atividades, não havia uma

seqüência de começo, meio e fim para orientar o professor então como iniciação científica

ousei desenvolver propostas de atividades direcionadas para professores de 1ª a 4ª série do

Ensino Fundamental com intuito de serem desenvolvidas através da confecção e utilização

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das atividades lúdicas para favorecimento do processo ensino-aprendizagem com os alunos de

maneira prazerosa e que ao mesmo tempo que divirta esteja transmitindo ou reforçando um

conteúdo do currículo escolar. Assim, desde o primeiro ano venho colecionando livros e

periódicos que comentem sobre a questão do lúdico em sala de aula.

Ao desenvolver a disciplina Estágio Supervisionado IV, aproveitei a oportunidade para

fazer a pesquisa de campo e escolhi a escola pública ( Santos Dumont ) em que minha mãe

trabalhou por 13 anos por saber das deficiências que a mesma apresenta. Optei por uma

escola pública, pois a maioria do profissionais que trabalham nas escolas particulares já tem a

plena consciência da importância do lúdico no processo ensino aprendizagem e lançam mão

deste recurso .E o que eu pensei que seria um trabalho fácil me enganei, pois sofri com a

resistência das professoras em colaborar com a minha pesquisa. Mas não desisti e fui até o

fim, conseguindo desenvolver as atividades que tinha planejado para o desenvolvimento do

TCC.

1.2- Tema em estudo

O propósito deste trabalho é discutir a importância das atividades lúdicas na 2 ª série do

Ensino Fundamental, utilizando-se como recurso pedagógico a sucata que servirá como

subsidio para a confecção de jogos e brinquedos que após confeccionados irão auxiliar no

desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.

Partindo dessa premissa, deseja- se prosseguir com uma proposta que tente mostrar

como a ludicidade está sendo trabalhada na Escola Estadual de Ensino Fundamental “Santos

Dumont”.

Para melhor compreensão é interessante o que MARLI apud ANDRADE e

RODRIGUES, ( 1995: 11) nos diz :

Os brinquedos e as brincadeiras, embora sendo elementos presentes no mundoda criança em todas as épocas, culturas e classes sociais não tinham a

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conotação que tem hoje, eram vistos como fúteis e tinham como único objetivoa distração e o recreio. Foi preciso que houvesse uma profunda mudança nasociedade, para que pudesse associar a uma visão positiva às suas atividadesespontâneas, surgindo como decorrência a valorização dos brinquedos e daforma de brincar. O aparecimento do Brinquedo como fator dedesenvolvimento infantil proporcionou um amplo campo de estudos quepouco vêm influenciando na prática da educação infantil, pois a maioria dasnossas escolas ainda considera o brinquedo como não sério e utilizando-o comodivertimento e passatempo.

Para a autora as atividades lúdicas apesar de serem um impulso natural da criança, o

mesmo faz parte do seu patrimônio lúdico- cultural, porém ainda não são vistos como um

facilitador da aprendizagem em nossas escolas e quando utilizados não lhes são conferidos o

real valor de tais atividades para o desenvolvimento infantil.

Seguindo esse contexto e guiado pela curiosidade de obter um conhecimento mas

profundo acerca do assunto resolveu-se pesquisar como a ludicidade é tratada no contexto de

sala de aula com crianças da 2ª série do ensino fundamental.

Em virtude do desfavorecimento do processo ensino- aprendizagem estabelecido pela

educação tradicional este trabalho tem como proposta o resgate da ludicidade como uma das

alternativas de ensino, por acreditar-se que a educação deve ser um processo prazeroso

despertando as trocas de experiências e o interesse de exploração do educando.

1.3- Justificativa

O brincar além de ser um ato natural e espontâneo da criança, é um direito da mesma e

este direito é assegurado e reconhecido em declarações e leis, como foi mostrado na

Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, a Constituição Brasileira de 1988 e o

Estatuto da Criança e do Adolescente de1990 porém, os direitos das crianças não estão sendo

cumpridos pois percebe- se na atual sociedade que muitas crianças não brincam, enquanto

outras brincam pouco. E as razões para tanto manifestam-se de diversas formas.

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Muitas crianças precisam trabalhar para ajudar os pais no sustento da família em contra

partida as crianças da classe média e alta muitas vezes são tolhidas em seu direito de brincar,

pois cada vez mais cedo lhes são atribuídos atividades como natação, dança, ginástica,

música, judô dentre outras, que lhes ocupam quase todo o seu dia, sem que sobre tempo para

o lazer, levando em alguns casos extremos, ao estresse infantil causado pelo cansaço físico e

pela ansiedade devido as expectativas que seus pais depositam nos mesmos.

Acerca das cobranças da vida moderna sobre a criança ARAUJO apud VALENTE (

2001: 42 ) relata: A criança vem sendo submetida precocemente a estímulos e

responsabilidades da vida adulta. É uma pressão social que deve ser muito bem dosada

pelos pais para não tirar do filho o direito de brincar, ter tempo livre e de ser criança.

Um outro aspecto a citar é a falta de espaço físico, ocasionado pelo progresso da

civilização moderna, o que tem dificultado o ato de brincar, e os jogos populares como

“cantigas- de- roda” e “piras”, assim como os brinquedos artesanais estão sendo substituídos

por brinquedos eletrônicos, dificultando o estímulo dos aspectos cognitivos, emocionais e

sociais da criança.

Considerando esses fatores, destaca-se neste objeto em estudo a importância do resgate

da ludicidade e como a mesma vem sendo trabalhada na escola estadual de ensino

fundamental e médio Santos Dumont, especificamente na 2 ª série, observando quais os

conceitos que professores e alunos fazem da mesma e quais as influências da ludicidade na

formação da criança.

A relevância da temática abordada existe porque atualmente as crianças passam grande

parte de suas vidas sentadas em salas de aulas e esse quadro precisa se reverter, pois as

crianças são dotadas de mobilidade e criatividade, e como diz FREIRE ( 1989: 14 ): sugiro

que, a cada início de ano letivo, por ocasião das matrículas, também o corpo das

crianças seja matriculado.

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Para tanto esse estudo auxiliará na ação pedagógica das instituições de ensino, como

também irá colaborar com os educadores que desejam modificar ou aprimorar sua ação

pedagógica, propondo-se ao esclarecimento da importância do desenvolvimento das

atividades lúdicas em sala de aula.

1.4- Problemática

Resgatar o direito de brincar da criança, não constitui uma tarefa fácil, face os diversos

problemas envolvidos . Contudo, é observável nos dias atuais, que a maioria das escolas não

assimilaram totalmente a importância do lúdico para a facilitação do processo ensino-

aprendizagem, o educador não se dá conta de que, para que haja o desenvolvimento integral

da criança, esta temática não pode ser descartada. Desta forma constitui-se como questão

problematizadora deste estudo a devida inquietação, ou seja:

_ Como resgatar o lúdico na formação de crianças de 2ª série do Ensino Fundamental na

Escola Santos Dumont ?

Seguindo esta lógica levanta-se algumas questões norteadoras à este estudo no intuito de

abalizar a referida trajetória da pesquisa contida neste, que implica nas questões:

_ Subsidiar historicamente a Educação Lúdica;

_ Fomentar as teorias interacionistas de Jean Piaget e sócio histórica de Vygotsky;

_ Nortear a importância do lúdico no desenvolvimento infantil;

_ Averiguar as possibilidades de utilização da sucata como fator lúdico no

desenvolvimento infantil;

1.5- Objetivos

1.5.1- Objetivo Geral:

_ Refletir sobre a influência e uso de atividades lúdicas em uma escola da rede pública

com crianças da 2ª série do Ensino Fundamental.

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1.5.2-Objetivos Específicos:

_ Verificar a influência da ludicidade nas diversas metodologias de ensino;

_ Identificar na escola a forma como a ludicidade é trabalhada;

_ Demonstrar a importância da ludicidade no processo de ensino- aprendizagem, bem

como no desenvolvimento global da criança..

2 -REFERENCIAL TEÓRICO

2.1- Retrospectiva Histórica da Educação Lúdica

A importância da aprendizagem lúdica infantil, reporta- nos a uma breve historização

da compreensão social da formação e desenvolvimento dos sentimentos de infância ao longo

dos tempos.

Segundo historiadores, a Idade Média representa o ponto de partida para a compreensão

e conseqüente preocupação com a formação e aprendizagem infantil, graças ao

desenvolvimento do Iluminismo que retomou importante concepção advindas da antigüidade,

especialmente na Grécia, onde privilegiou- se a educação de crianças e adolescentes .

Segundo ALMEIDA ( 1987 ) já na antiga Grécia pensadores como Platão ( 427- 348 a.

c. ) defendiam as atividades lúdicas com valor educativo. Platão introduziu de um modo

bastante diferente para a época, uma prática matemática lúdica, tão enfatizada hoje em dia

.Ele aplicava exercícios de cálculos ligados a problemas concretos, extraídos da vida e dos

negócios, onde o mesmo afirmava: Todas as crianças devem estudar a matemática, pelo

menos no grau elementar, introduzindo desde o início atrativos em forma de jogo.

Vale ressaltar que na Idade Média, havia uma concepção abstrata de infância onde a

mesma não existia socialmente, o que consequentemente resultou na falta de conhecimento

quanto as peculiaridades infantis. Nessa época, considerava- se normal o alto índice de

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mortalidade infantil, pois fazia parte da natureza infantil, as crianças que sobreviviam essa

fase eram retiradas de suas famílias e levadas à companhia de outras pessoas, recebendo

educação segundo seus princípios. Todas crianças até 08 anos eram consideradas iguais, ou

seja, não se fazia diferenciação entre meninos e meninas os jogos e brincadeiras eram

realizados entre ambos, sendo que os brinquedos também eram iguais. A partir dos 08 anos já

ingressavam no mundo dos adultos sem distinguir- se deles, acreditava- se que a capacidade

de assimilação da criança era idêntica a do adulto, apenas menos desenvolvida, dessa maneira

o ensino acontecia com o objetivo de corrigir defeitos ou suprir deficiências. Tudo era

realizado como uma transmissão de conhecimentos. Nessa aprendizagem o aluno era um ser

passivo, memorizando regras e fórmulas.

Para o professor desta escola- transmissora e expositora de um conteúdos prontos e

acabados, o uso de jogos e brincadeiras era pura perda de tempo, perturbando o silêncio ou a

disciplinada da classe.

Com as mudanças sociais, e o avanço da ciência, ameniza- se a mortalidade infantil, e a

família passa a exercer a função de educar, surgindo assim dois sentimentos de infância: uma

considerava a criança ingênua, inocente e graciosa, servindo muitas vezes como distração ao

adulto e é traduzida pela “ paparicação ” e a outra vertente surge simultaneamente à primeira,

mas se contrapõe a mesma, tomando a criança como um ser imperfeito e incompleto, que

necessita da “moralização” e da educação realizada pelo adulto, mesmo que para isso fosse

necessário castigos físicos adotados pelos professores que por sua vez eram incentivados a tal

prática através de frases como: “ Quem poupa vara, odeia criança ”. Ambos sentimentos

possuíam um ponto em comum, continuavam excluindo a criança do mundo social uma vez

que não consideravam suas necessidades.

Por volta do séc. XVII passou- se a questionar esse ensino e foi a partir do trabalho de

Comenius ( 1593 ), Rousseau ( 1712 ) e Pestalozzi ( 1746 ) que surge um novo “ Sentimento

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de Infância ” que protege as crianças e que auxilia este grupo etário a conquistar um lugar

enquanto categoria social. Dá- se início à elaboração de métodos próprios para educação

utilizando- se de objetos extraídos da natureza ( pedra, sementes, folhas dentre outros ) como

recurso didático, porém tais recursos eram de cunho visual e não tinham o caráter

manipulativo por parte dos alunos.

Em seguida, pedagogos como Friedrich Fröebel ( 1782- 1852 ), Maria Montessori (

1870- 1909 ) e Ovide Decroly ( 1871- 1932 ) dentre outros elaboraram pesquisas a respeito da

1ª infância, levando à educação grandes contribuições sobre o seu desenvolvimento. Estes

foram os primeiros pedagogos a romper com a educação verbal e tradicionalista da época

inaugurando um período da história onde as crianças passaram a ser respeitadas e

compreendidas enquanto seres ativos. Propuseram uma educação sensorial, baseada na

utilização de jogos e materiais didáticos e manipulativos.

Tais idéias foram introduzidas no Brasil desde o período imperial com a instalação das

primeiras escolas infantis, porém teve seu ponto alto nos anos 20 e 30.

KISHIMOTO ( 1993: 106 ) apresenta o depoimento de um diretor de escola primária na

década de 30 o qual pode- se observar a influência de princípios da Escola Nova na adoção de

jogos entre professores de escolas primárias: Nenhum professor, que pelo menos tenha

ouvido falar na escola nova, desconhece o valor dos jogos no ensino de todas e qualquer

disciplina.

Entretanto, a introdução dos jogos na escola primária não era bem vista. PASTOR apud

KISHIMOTO ( 1993 ), comentou a aversão dos pais pelo jogo uma vez que os mesmos

comentavam que não enviavam os filhos à escola para brincarem.

Predominava na época, especialmente nas escolas públicas, o hábito de utilizar jogos de

uma forma bastante diretiva para o ensino de conteúdos escolares porém, o uso de jogos não

passava de emprego de materiais concretos, de forma mais significativa que o ensino

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verbalista vigente até então. Neste contexto, não se valorizava a ação lúdica da criança mais

sim o total direcionamento por parte do professor, ou seja, o recurso continuava sendo

utilizado fundamentalmente no visual onde o aluno apenas observava o professor manipular.

Entretanto para os anos 30 essa inovação tinha o significado de jogo, um jogo capaz de

atender interesses e necessidades infantis que contrapunha- se ao ensino que tradicionalmente

ignorava recursos materiais como auxiliares do processo ensino-aprendizagem.

Hoje, a criança não pode ser mais considerada como o “mine- adulto” ou “adulto

incompleto”, mais sim como um ser histórico- social que tem características e ritmos próprios

e torna- se completa dentro de seu nível de desenvolvimento.

KISHIMOTO ( 2001: 3 ) nos mostra que :

Ser criança é ter identidade e autonomia, é poder expressar suas emoções, suasnecessidades, é formar sua personalidade, é socializar- se em contato com amultiplicidade de atores sociais, é expressar a compreensão do mundo pelaslinguagens gestuais, artísticas além de oral e escrita. Ser criança é ter direito àeducação, ao brincar, aos amigos ao conhecimento, mas é principalmente, àliberdade de escolha.

Como observou-se anteriormente, a educação lúdica passou por transformações

contextuais ao longo dos tempos, faz-se necessário um embasamento de duas teorias que

analisam o comportamento infantil na ótica interacionista de Jean Piaget e sócio- histórica de

Vygotsky as quais serão descritas a seguir.

2.2- Teorias de Jean Piaget e Vygotsky

Para fundamentar o presente trabalho, serão abordadas as teorias de Jean Piaget e

Vygotsky, os quais apesar de apresentarem divergências entre si, caminham de forma paralela

no que se refere à dimensão interacionista do desenvolvimento.

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2.2.1- Teoria cognitiva interacionista de Jean Piaget

Segundo KISHIMOTO ( 1996 ) a teoria piagetiana não discute a brincadeira em si. Em

síntese Piaget adota o uso metafórico vigente na época da brincadeira como conduta livre,

espontânea, que a criança expressa por sua vontade e pelo prazer que lhe dá.

Considerando PIAGET apud FRIEDMANN ( 1992 ) a criança se desenvolve de forma

integrada nos aspectos cognitivos, afetivos, físico- motores, morais, lingüisticos e sociais.

Este processo de desenvolvimento se dá a partir da construção que a criança faz na sua

interação com o meio físico e social. A criança vai conhecendo o mundo a partir de sua ação

sobre ele. Nessa interação sujeito- objeto ( ou meio ), a criança vai assimilando determinadas

informações, segundo o seu estágio de desenvolvimento.

Para o autor, a criança ao manifestar condutas lúdicas demonstra o nível de seu estágio

cognitivo e constrói conhecimentos.

Segundo o teórico o desenvolvimento cognitivo da criança passa por 4 períodos

distintos: sensório- motor, pré- operatório, operatório- concreto e a operatório formal. Neste

sentido, é fundamental o conhecimento dos estágios do desenvolvimento infantil enquanto

FIGURA 01: Jean Piaget

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33

componentes do desenvolvimento integral do homem descritos por PIAGET apud

FRIEDMANN ( 1992: 24 / 25 ).

• Período sensório- motor ( 0 a 2 anos )

É denominado assim porque é nele que a criança experiência situações e começa a

realizar a construção de um universo objetivo, associando sensações às respostas motoras para

resolver seus problemas, que são essencialmente práticos como por exemplo bater numa

caixa, pegar um objeto ou jogar uma bola.

Nesse período, muito embora a criança tenha uma conduta inteligente, considera-se que

a mesma ainda não possui o pensamento elaborado. Isto porque, nessa idade, a criança está

presa ao momento presente .

Dentre as principais aquisições do período destaca a construção do “eu”, através do qual

a criança começa a diferenciar o mundo externo do seu próprio corpo criando a partir deste

referencial, noções de objetos.

A criança conhece o mundo de acordo com suas ações, porém só vai adquirir a noção de

permanência do espaço e do objeto à medida que for vivenciando, o que se faz importante

para suas aquisições psicomotoras, noções de temporalidade, causa e efeito.

• Período pré- operatório ( 2 a 6-7 anos )

É marcado pelo aparecimento da linguagem oral por volta dos dois anos. Neste período

a criança reflete sobre suas ações combinadas a elaboração da linguagem e do pensamento,

sem estar experienciando-as naquele momento, tal fato ocorre devido ao esquema de ações

interiores chamadas PIAGET de esquemas representativos ou simbólicos.

O pensamento pré- operatório indica, portanto, inteligência capaz de ações

interiorizadas, ações mentais. Ele é, entretanto, diferente do pensamento adulto uma vez que

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depende das experiências infantis, o teórico refere-se a elas, sendo portanto um pensamento

que a criança centra em si mesma. Por esta razão, o pensamento pré- operatório recebe o

nome de pensamento egocêntrico, ou seja, centrado no ego, no sujeito.

Outra característica do pensamento desta etapa é o animismo, este termo indica que a

criança empresta “alma” as coisas e animais, atribuindo- lhes sentimentos e intenções próprias

do ser humano. Assim, é freqüente ouvi-la dizer por exemplo que a mesa é má ,quando nela

machuca a sua cabeça.

As ações neste período, embora internalizadas, não são reversíveis uma vez que a

criança ainda não é capaz de perceber que é possível retornar, mentalmente, ao ponto de

partida, faltando-lhe a reversibilidade. É por isso que este período recebe o nome de pré-

operatório.

• Período operatório- concreto ( 7 à 12 anos )

Nesse período as ações interiorizadas vão se tornando cada vez mais reversíveis e,

portanto, móveis e flexíveis. O pensamento se torna menos egocêntrico, menos centrado no

sujeito. Agora a criança é capaz de construir um conhecimento mais compatível com o mundo

que a rodeia. O real e o fantástico não mais se misturarão em sua percepção.

O pensamento é denominado operatório porque é reversível: o sujeito pode retornar,

mentalmente, ao ponto de partida uma vez que o pensamento agora baseia-se mais no

raciocínio que na percepção; é denominado concreto porque a criança só consegue pensar

corretamente nesta etapa se os exemplos ou materiais que ela utiliza para apoiar seu

pensamento existirem para poderem ser observadas. A criança não consegue ainda pensar

abstratamente, apenas com base em proposições e enunciados.

No período entre 7-8 anos aproximadamente a criança começa a dominar as operações

responsáveis pelos esquemas de espaço, volume, números entre outros.

Page 25: Brincar Com Crianca

35

Neste contexto, tal fase foi escolhida para subsidiar a pesquisa em questão uma vez que

às crianças do ensino fundamental deverão incorporar os conhecimentos sistematizados, todo

consciência de seus atos, favorecendo com isso o despertar para um mundo em cooperação

com seus semelhantes.

As crianças da 2ª série estão numa fase de exploração e questionamento do mundo a sua

volta. São expostas a uma grande variedade de culturas, comunidades e tipos de leitura: dessa

forma, aprendem a ler por prazer e para obter informações. Estão desenvolvendo noções

numéricas, assimilando as operações básicas de matemática e trabalhando formas

geométricas. Ao adquirir informações por meio da leitura, experiências próprias e atividades

pedagógicas, as crianças da 2ª série interagem de um modo efetivo com o meio que o cerca. A

criança também adquire interesse em jogos de grupos, de regras, de escolha de parceiros e de

amizade.

Nessa fase, a criança começa a pensar inteligentemente, com certa lógica. Começa a

entender o mundo mais objetivamente e ter consciência de suas ações, discernindo o certo do

errado.

• Período operatório formal ( 12 anos em diante )

A principal característica do período operatório- formal, por sua vez, reside no fato de

que o pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta, a criança / adolescente

constrói operações através de sua inteligência formal por meio de palavras, símbolos e

linguagem.

Neste período a criança / adolescente já resolve problemas através de hipóteses. Quando

uma criança se depara com um problema pode tentar resolvê-los através de ensaios e erros

com o objetivo de levantar hipóteses onde irá trabalhar sobre as mesmas.

Page 26: Brincar Com Crianca

36

Porém deve-se ressaltar que as faixas etárias previstas para cada etapa não são

rigidamente demarcadas. Cada criança tem seu ritmo próprio de desenvolvimento e

características pessoais que a diferem das demais. Embora os estágios de desenvolvimento,

pelos quais toda criança passa, sejam semelhantes.

O processo de interação entre criança e seu meio se dá, em cada um dos níveis de forma

diferente. No sensório – motor através da ação, na operações concretas através da intuição e

na operações formais, através das operações. Graças a essas interações, das mais simples as

mais complexas, desenvolve- se a capacidade de conhecer do indivíduo.

Nesse processo de construção do conhecimento, o estado emocional da criança é

primordial na formação da sua personalidade. Amor, ódio, agressividade, medo, insegurança,

tenção, alegria ou tristeza, assim como a motivação, são alguns dos afetos característicos do

desenvolvimento infantil.

Em relação ao desenvolvimento moral, ele é igualmente um processo de construção

desde o interior. A partir do momento em que a criança resolve “ sacrificar ”certos benefícios

pessoais em proveito de uma relação recíproca de confiança com o outro- seja adulto ou

criança- ela constrói sua própria regra moral. Essa relação constitui o pano de fundo para o

desenvolvimento da autonomia.

As interações sociais ocupam um espaço de destaque no desenvolvimento infantil, pois

é a partir delas que a criança tem acesso à cultura, aos valores e conhecimentos universais. A

criança tem a oportunidade, através dessa interação com outras crianças e adultos, de

cooperar, de competir, de praticar e adquirir padrões sociais que irá usar, mais tarde, nos seus

encontros com o mundo. E aqui entra a linguagem, que atua como um canal de comunicação e

expressão, nessa interação. Através da linguagem é possível desenvolver a memória, a

imaginação e a criatividade e, muito especialmente, passar do pensamento concreto para o

mais abstrato.

Page 27: Brincar Com Crianca

37

Ainda na perspectiva de PIAGET apud FRIEDMANN ( 1999 ), o mesmo postulava que

ao longo do período infantil, o jogo pode ser estruturado de três formas: de exercício,

simbólico, construção e regra e, neste sentido as brincadeiras evoluem conforme a faixa

etária.

Até 1 ano e meio/ 2 anos, fase em que aparece a linguagem, a atividade lúdica tem

como característica essencial o exercício: a criança se exercita na sua atividade de brincar

pelo simples prazer de fazer rolar uma bola, produzir sons ou bater com um martelo, repetindo

essas ações e observando seus efeitos e resultados. Essas brincadeiras se prolongam, muitas

vezes, até a idade adulta, mas com o passar dos anos, diminuem sua intensidade e

importância.

Entre os 2 e os 6/ 7 anos aproximadamente, a atividade lúdica adquire o caráter

simbólico: a criança representa seu mundo e o símbolo serve para evocar a realidade.

Conversar com a boneca, brincar de médico, imitar bichos, se fantasiar, são brincadeiras

de grande intensidade afetiva. Assim que as brincadeiras vão se aproximando mais do real ( a

partir de 4 anos ), o símbolo começa a representar a realidade, imitando- a: a criança cria

histórias nas quais há grande preocupação em seguir a seqüência que ela conhece na sua

realidade. Por exemplo: a boneca acorda, vai pôr roupa e vai para a escola. Depois vai

almoçar, descansar, brincar, etc.

Acerca da imitação através do jogo simbólico FREIRE ( 1989: 45 ) comenta: O que

caracteriza o jogo simbólico é o brincar de fazer de conta , aquilo que não é. São

representações livres, pouco vinculadas à realidade concreta, que refletem o nível de

compreensão da criança em relação ao mundo que a cerca.

Os chamados jogos de construção constituem uma espécie de transição entre o jogo

simbólico e o jogo de regras: através deles a criança começa a se inserir no mundo social e a

se desenvolver rumo a níveis mais elevados de cognição. Esta é uma fase de passagem da

Page 28: Brincar Com Crianca

38

fantasia para a realidade. Na construção de prédios, pontes, casas, utensílios, por exemplo, é

interessante a utilização que a criança faz dos diversos materiais, como ela representa a

realidade, como se dá a passagem de uma construção mais individual para um momento de

maior cooperação.

Até aqui a atividade lúdica teve, como característica predominante, a de ser muito

egocêntrica. Por volta dos 6/7 anos, a criança abandona esse egocentrismo em proveito da

aplicação efetiva de regras e do espírito de cooperação entre os jogadores.

Entre os 7 e 11/12 anos, pode- se observar uma cooperação cada vez mais estreita de

papéis e um florescimento da socialização, que se desenvolve e subsiste durante toda a vida.

A partir dos 6 anos que surgem os jogos de regras, que supõe relações sociais. A regra

é uma regularidade imposta pelo grupo e viola- la representa uma falta. As regras podem ser

transmitidas de uma geração a outra ( ex.: o jogo de bolinha de gude ), ou espontâneas, a

partir de um contrato momentâneo definido pela relação entre as crianças de diferentes faixas

etárias, ou de uma mesma geração, ou ainda nas relações com os mais velhos.

Os jogos de regras caracteriza- se por ser uma combinação sensório- motora ( corrida,

jogo de bola, dentre outras ) ou intelectual ( cartas, xadrez ), com competição dos indivíduos

regulamentado por um código.

Considerando PIAGET apud CUNHA ( 1988: 7 ) acerca do lúdico na escola o mesmo

comenta:

Os professores podem guia-los proporcionando-lhes os materiais apropriados,mas o essencial é que, para que uma criança entenda, deve construir ela mesma,deve reinventar.Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que eladescubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubrapor si mesma permanecerá com ela

Neste contexto o professor deverá ser o facilitador ao invés do direcionador do processo

ensino-aprendizagem desenvolvido no contexto de sala de aula.

Page 29: Brincar Com Crianca

39

2.2.2- Teoria Sócio Histórica de Vygotsky

As idéias de Lev Semenovich Vygotsky apesar de terem sido escritas nos anos 20 ainda

hoje tem, em particular, grande importância para área de educação uma vez que sua visão

sócio- interacionista de desenvolvimento apoia- se na idéia de interação entre o homem e o

meio ambiente e essa interação acarreta mudanças sobre o indivíduo, pois quando o homem

modifica o ambiente através de seus comportamentos, essas modificações irão influenciar

suas atitudes futuras.

Atento a “natureza social” do ser humano, que desde o berço vive rodeado por seus

pares em um ambiente impregnado pela cultura, defendeu que o próprio desenvolvimento da

inteligência é produto dessa convivência.

Porém, as informações que o indivíduo recebe nunca são absorvidos diretamente do

meio, são sempre intermediadas, explícitas ou implicitamente, pelas pessoas que rodeiam a

criança e tais informações sempre vem carregadas de significados sociais e históricos

correspondente ao meio em que o indivíduo está inserido.

FIGURA 02: Vygotsky

Page 30: Brincar Com Crianca

40

Isso não significa que o indivíduo seja como um espelho, apenas refletindo o que

aprende. As informações intermediadas são reelaboradas numa espécie de linguagem interna e

será isso que caracterizará o individualismo.

FREITAS apud LOPES ( 1996:34 ) nos diz: Nenhum conhecimento é construído pela

pessoa sozinha, mas sim em parceria com as outras, que são os mediadores.

Assim para Vygotsky apesar de importante, a atividade espontânea e individual da

criança não é suficiente para a apropriação dos conhecimentos acumulados pela humanidade.

Portanto deverá ser levado em consideração a importância da intervenção do educador, que é

entendido como o condutor do processo, atuando na zona de desenvolvimento proximal do

aluno, provocando avanços que não ocorrerão espontaneamente.

Segundo Vygotsky apud LOPES ( 1996: 33 ) na ausência do outro, o homem não se

constrói homem. Considerando essa concepção percebe- se a importância atribuída por

Vygotsky ao papel do outro no desenvolvimento.

Mesmo não relacionando a capacidade cognitiva à experiência como fez Piaget,

Vygotsky descreve momentos significativos pelos quais as crianças passam a partir da relação

com o outro. Como pode- se observar, as teorias das zonas de desenvolvimento são

demonstradas da seguinte forma:

• Zona de Desenvolvimento Real

É determinado por aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha porque já tem um

conhecimento consolidado

• Zona de Desenvolvimento Potencial

É determinado por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de realizar com

o auxílio de alguém mais experiente.

Page 31: Brincar Com Crianca

41

• Zona de Desenvolvimento Proximal

É a distância entre o desenvolvimento real e o potencial ou seja, aquilo que a criança

hoje faz com a ajuda de um adulto ou de outra criança mais experiente amanhã poderá estar

fazendo sozinha.

Vygotsky em sua teoria trabalha, com um domínio da atividade infantil que tem claras

relações com o desenvolvimento: a brincadeira. E necessário ressaltar que Vygotsky faz

referências a diversos tipos de brincadeiras porém, discute o papel do brinquedo referindo- se

especificamente ao jogo de papéis ou à brincadeiras de “ faz- de- conta ”, como brincar de

casinha, brincar de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo,

pois numa situação imaginária como a que ocorre na brincadeira de faz- de- conta, a criança é

levada a agir num mundo imaginário, onde a situação é definida pelo significado estabelecido

pela brincadeira e não pelos elementos reais concretamente presentes. Pode- se perceber que a

brincadeira de faz- de- conta estudada por Vygotsky corresponde ao jogo simbólico descrito

por Piaget.

Ao brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo, por exemplo, a criança

se relaciona com o significado em questão, ou seja, a idéia de “cavalo” e não com o objeto

concreto, cabo de vassoura, que tem em suas mãos.

Neste sentido VYGOTSKY apud REGO ( 1995 : 86-87 ) analisa que: No

brinquedo, no entanto, os objetos perdem sua força determinadora. A criança vê um

objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma

condição em que a criança começa a agir independentemente daquilo que vê.

De acordo com os postulados de Vygotsky, a brincadeira exerce uma forte influência no

desenvolvimento infantil uma vez que é utilizada pela criança , de um lado pela necessidade

de ação e por outra para satisfazer suas impossibilidades de executar determinadas ações. Por

Page 32: Brincar Com Crianca

42

exemplo, ao brincar de carro ele mesmo irá guia-lo, porém na realidade não poderá agir assim

pois ainda não dominou as operações exigidas para tal ação.

No entanto para Vygotsky, a brincadeira não é apenas uma atividade simbólica, uma

vez que mesmo envolvendo situações imaginárias, ela baseia-se em regras de comportamento

condizentes com aquilo que está sendo representado o que fará com que a criança internalize

regras de conduta, valores, modo de agir e de pensar de seu grupo social, que passará a

orientar o seu comportamento e desenvolvimento cognitivo. Numa brincadeira de escolinha

por exemplo, tem que haver alunos e professores e as atividades a serem desenvolvidas tem

uma correspondência pré- estabelecida com aquelas que ocorrem numa escola real. Não é

qualquer comportamento portanto, que é aceitável no âmbito de uma determinada brincadeira.

Segundo VYGOTSKY apud REGO ( 1995: 82- 83 ) o mesmo comenta: no brinquedo

a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de

seu comportamento diário: no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na

realidade .

Tanto pela criação de situações imaginárias como pela apropriação de regras específicas

o brinquedo irá interferir na zona de desenvolvimento proximal da criança, uma vez que na

medida em que a criança desempenha nas suas brincadeiras papéis e situações para os quais

ainda não estão preparadas na vida real.

Ainda segundo Vygotsky, a brincadeira possui três características a imaginação, a

imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, sejam elas

tradicionais, de faz- de- conta ou de regra e podem aparecer também no desenho, considerado

enquanto atividade lúdica.

Para fomentar a pesquisa em questão faz-se necessário analisar a importância do lúdico

no desenvolvimento infantil em um terceiro momento.

Page 33: Brincar Com Crianca

43

2.3- A Importância do Lúdico no Desenvolvimento Infantil

O educador encontra-se em permanente processo de desafio e confronto com seus

próprios limites diante de uma formação que o permita lidar de maneira mais eficaz com as

diversas dificuldades que surgem em seu cotidiano de aprendizagem.

Assim, uma das funções do educador, hoje, é cuidar para que a aprendizagem seja uma

conquista, nem sempre fácil, mais que pode ser prazerosa. E, como instrumento indispensável,

pode utilizar o lúdico nas mais diferentes situações no contexto de sala de aula .

Porém pode- se observar que nem sempre encontraremos professores que estejam

dispostos a se desvincular do tradicionalismo para adotar uma postura lúdica. Neste contexto

SANTOS ( 1998 ) nos mostra que existem 4 tipos de posturas e análises acerca do emprego de

atividade lúdica no processo de ensino- aprendizagem.

Há uma primeira corrente que se mostra totalmente avessa à idéia da adoção do lúdico

na educação, pois entendem que o processo educativo é algo “sério”, não podendo ser

maculado ou ridicularizado com atividades destituídas de “valor acadêmico”. Devido à sua

tônica conservadora, pode-se chamar de reacionária.

Há uma segunda corrente, de cunho mais pragmático e utilitarista, que analisa com bons

olhos a adoção de atividades lúdicas na escola como mais uma das técnicas de ensino. Desta

corrente, que podemos chamar de utilitarista, fazem parte aqueles que recorrem aos manuais

de técnicas de ensino, ávidos por aprenderem novos jogos e dinâmicas, concentrando- se

apenas no know- how e deixando de lado os pressupostos teóricos de cada atividade. Tais

professores pecam, talvez, pela ausência de uma reflexão mais profunda sobre o lúdico

enquanto fenômeno cultural, e sobre suas bases e implicações pedagógicas, psicológicas e

epistemológicas.

Uma terceira corrente, a mediadora, caracteriza- se pela defesa do lúdico enquanto

elemento catalisador da aprendizagem. A adoção de uma postura lúdica associada a objetivos

Page 34: Brincar Com Crianca

44

instrucionais, faria do jogo um mediador no processo educacional. Dessa forma, o jogo

serviria para desenvolver comportamentos que propiciassem a formação de estruturas

cognitivas, psicomotores e afetivas capazes de dar suporte e embasamento aos conhecimentos

formais, além de estimular “habilidades pré- requisito” para o aprendizado e criar espaço para

a construção das atividades necessárias ao pleno exercício da cidadania. A quarta corrente é

defensora do lúdico, dissociado de objetivos instrucionais podendo então ser chamada de

essencialista. Tal corrente enfatiza o resgate do prazer, do lazer, e analisa o jogo como uma

possibilidade de transformação e construção de novos saberes e de uma nova realidade social.

Os educadores dessa última corrente entendem que o processo educativo traz consigo toda

uma possibilidade de vivência concreta do lúdico, enquanto divertimento, prazer,

engajamento e participação. Entendem que o lúdico não é um método de ensino, é sim o

conteúdo. Advogam, pois, a adoção de uma postura lúdica como necessidade básica para um

viver saudável e construtivo, onde os alunos tenham plena liberdade de criar, organizar e

administrar seus brinquedos e jogos.

O lúdico enquanto recurso pedagógico na aprendizagem, deve ser encarado de forma

séria, competente e responsável. Usado de maneira correta, poderá oportunizar ao educador e

ao educando, importantes momentos de aprendizagens em múltiplos aspectos .

Considerando-se sua importância na aprendizagem, o lúdico favorecerá de forma eficaz

o pleno desenvolvimento das potencialidades criativas das crianças, cabendo ao educador,

intervir de forma adequada, sem tolhir a criatividade da criança. Respeitando o

desenvolvimento do processo lúdico, o educador poderá desenvolver novas habilidades no

repertório da aprendizagem infantil.

O termo lúdico vem da palavra latina ludo que significa brincar. Neste brincar estão

incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras sendo relativa também a conduta daqueles que

propõem o jogo e daqueles que jogam. Enquanto o adulto realiza tarefas que lhe promovem

Page 35: Brincar Com Crianca

45

prazer como ler, pintar e escrever a criança brinca, e para a mesma brincar é um compromisso

sério tão como ler ,pintar e escrever para o adulto.

Em nossa cultura, os termos brincar, brincadeira, brinquedo, jogo e lúdico apresentam

diferentes significados, muitas vezes contraditórios. O significado dessas palavras variam de

acordo com o seu uso no dia- a- dia e na cultura de cada povo.

Ao analisar um dicionário de 50 anos atrás, certamente o significado de tais palavras

estarão impregnadas de uma visão de época. Hoje porém pode- se perceber que há diferença

entre elas.

Para distingui-las faz-se necessário definir os termos brincar, brincadeira, brinquedo,

jogo e lúdico tomando como referência BUENO ( 1986 ):

• Brincar → divertir- se; folgar; gracejar; zombar.

• Brincadeira → divertimento, sobretudo entre criança; folgança; gracejo; zombaria;

festa familiar.

• Brinquedo → divertimento; folguedo, objeto com que se entretêm as crianças.

• Jogo → brinquedo, folguedo; divertimento; partida esportiva; molejo; conjunto de

mola; astúcia; jogo do bicho

• Lúdico → relativo a brinquedos, jogos, sem mira de resultados materiais.

Neste contexto, o trabalho enfatiza o resgate do lúdico na formação de crianças da 2ª

série pelo fato de tal expressão visar o divertimento sem objetivar resultados materiais apenas

a aprendizagem através de situações em que não estão presentes o conflito, a ansiedade ou a

tenção.

Brincando, a criança exercita suas potencialidades e se desenvolve . O desafio, contido

nas situações lúdicas, provoca o pensamento e leva as crianças a alcançarem níveis de

desenvolvimento que só as ações, por motivações intrínsecas conseguem. Ela age, esforça-se

sem sentir cansaço; não fica estressada porque está livre de cobranças; avança , ousa,

Page 36: Brincar Com Crianca

46

descobre, realiza com alegria, sentindo-se mais capaz e, portanto, mais confiante em si mesma

e predisposta a aprender.

Por sua vez a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu

conhecimento e sua compreensão de mundo que influência significativamente no

desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo da criança, mas a escola lhe nega, muitas

vezes, o direito de brincar, e por isso, aprendendo com prazer obrigando-a a calar-se, a parar

de movimentar-se, de exercitar sua criatividade e aprender passa a ser uma tarefa penosa.

Acerca dessa educação SANTOS ( 1998: 51 ) nos diz:

Recordo-me, com saudade, dos tempos de escola. Lembro com que ansiedadeaguardavamos pelo recreio. Naqueles poucos minutos podiamos ser crianças:brincavamos , jogavamos, tinhamos lazer, tinhamos prazer.Quando voltavamos para a aula, deixavamos do lado de fora da sala todanossa vivacidade, alegria e descontração, pois aula era coisa séria. Por isso nãose concebiam brincadeiras ou jogos na sala de aula, espaço reservado aatividades caracterizadas pela seriedade.

A brincadeira constitui-se, basicamente, em um sistema que integra a vida social da

criança, assim as brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico- cultural e precisam ser mais

consideradas em nossas escolas, pois pela análise da realidade educacional brasileira pode-se

verificar que na grande maioria das instituições de ensino as atividades lúdicas são pouco

exploradas e, mesmo quando são realizadas , não lhes são dado o valor que merecem pois são

vistos como simples passatempo e/ ou divertimento sem nenhuma finalidade didática.

Sobre este aspecto CUNHA ( 1988: 42 ) nos afirma:

... no brinquedo existe necessariamente participação e engajamento , obrinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar-se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante será umadulto trabalhador. A criança que sempre participou de jogos e brincadeirasgrupais saberá trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras dojogo, saberá também respeitar as normas grupais e sociais. É brincandobastante que a criança vai aprendendo a ser um adulto consciente, capaz departicipar e engajar-se na vida de sua comunidade.

Page 37: Brincar Com Crianca

47

As atividades envolverão os alunos entre si. A participação cooperativa vai favorecer a

aprendizagem, diminuir o egocentrismo o que favorecerá a socialização.

Com relação a socialização proporcionada no desenvolvimento das atividades lúdicas,

VYGOTSKY apud REGO (1995:82 ) nos diz:

... A brincadeira tem a função significativa no processo de desenvolvimentoinfantil. Ela também é responsável por criar uma zona de desenvolvimentoproximal justamente porque, através da imitação realizada na brincadeira, acriança internaliza regras de conduta, valores, modo de agir e pensar de seugrupo social, que passam a orientar o seu próprio comportamento edesenvolvimento.

Buscando solidificar a temática geradora desta pesquisa é que busca-se um quarto

momento para discutir sobre o enfoque da sucata como fator lúdico no desenvolvimento

infantil.

2.4- A Sucata como Fator Lúdico no Desenvolvimento Infantil.

Pelo menos até a 4ª série do ensino fundamental a escola conta com aluno que em seu

desenvolvimento apresentam como atividade preponderante o brincar, a proposta de atuação

com tais alunos preconiza o desenvolvimento do processo ensino- aprendizagem a qual

deverá ser pautada pelas atividades lúdicas, cujos jogos e brinquedos são confeccionados

pelas crianças sob a orientação do professor e utilizando-se de um material rico em

possibilidades explorativas e manipulativas que é a sucata.

Costuma-se chamar de sucata ao material descartável, aquele material vindo do lixo de

uma sociedade de consumo e que aparentemente não tem mais utilidade, mas que, com um

pouco de criatividade poderá ser reaproveitado. A utilização de materiais descartáveis é uma

necessidade por várias razões: é preciso reciclá-los para que não poluam o meio ambiente,

pela economia e na maioria das vezes pode ser o único tipo de material disponível se

Page 38: Brincar Com Crianca

48

levarmos em consideração a realidade das nossas escolas brasileiras, quase sempre dura e

difícil, mas principalmente porque precisamos criar o hábito de recriar, de enxergar

possibilidades ao nosso redor, de buscar o novo e de transformar.

A sucata pode dar origem a objetos construtivos e expressivos oferecendo uma riqueza

muitas vezes maior que o objeto comprado pronto, fabricado em série ou industrializado.

Considerando OLIVEIRA apud SANTOS ( 1995: 6 ) ele nos diz: as mãos humanas

são capazes de exprimir o que máquina alguma poderia fazer, ou seja, nossa própria

identidade.

O brinquedo torna-se, hoje, um objeto de consumo, numa sociedade que propõe

qualquer objeto para ser consumido como brinquedo. Esse objeto se camufla em o que

ALMEIDA ( 1987: 22 ) classifica como falso- jogo .

O marketing contribui para o consumo de massa e o brinquedo passa a ser consumido

por outros fatores e não pelo seu valor intrínseco e será a partir desse marketing desenvolvido

em torno dos brinquedos industrializados que irá gerar uma deslealdade para com a criança e

não deixa de ser um ato de violência contra ela na medida em que , através de um processo de

sedução, provoca a necessidade de comprar o brinquedo e após comprado tem como destino

satisfazer necessidades imediatas que tão logo preenchidas vai-se em busca de outros objetos

que satisfaça uma nova necessidade, além do que os brinquedos industrializados apresentam

um alto custo. Não é justo criar necessidades que não podem ser satisfeitas pela grande

maioria das nossas crianças brasileiras.

Apesar de alguns estudiosos defenderem que as crianças devem ter acesso aos

brinquedos tecnológicos, os mesmos sofrem com as conseqüências, ou seja , as crianças que

só brincam com jogos, carrinhos e bonecos eletrônicos tornam-se seres passivos, poucos

criativos uma vez que o brinquedo faz tudo sozinho e a criança passa a ser mera espectadora

das ações do brinquedo; além de tornarem-se anti-sociáveis, pois crianças que brincam

Page 39: Brincar Com Crianca

49

sozinhas não desenvolvem a sua solidariedade o que poderá vir a ocasionar problemas na vida

adulta.

Partindo desse pressuposto o brinquedo / sucata surge para preencher a lacuna entre a

necessidade de consumir e a alegria de criar além de proporcionar o aprender- fazendo no

contexto de sala de aula e criar um clima de socialização uma vez que exigirá a participação

ativa das crianças sob o material com a orientação do professor.

O brinquedo / sucata é assim denominado por tratar-se de um objeto construído

artesanalmente, com diversos materiais extraídos do cotidiano.

O manuseio de sucata em jogos e brinquedos permitem ao educador verificar o estágio

cognitivo em que a criança se encontra.

Segundo FRIEDMANN (1992: 106 ) as sucatas classificam-se em:

_ Sucata natural, que como o próprio nome indica, constitui-se de materiais extraídos

da própria natureza tais como: sementes, pedras, conchas, folhas, penas, galhos, pedaços de

madeira, areia dentre outros;

_ Sucata industrializada, que inclui todos os tipos de embalagens, como: copos

plásticos, chapas metálicas, tecidos, papeis, lã, isopor dentre outros.

Até LAVOISIER apud PANITZ ( 1997: 5 ), o sábio francês já afirmava que na

natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Então, como fazer ?

O primeiro passo é coletar a sucata, esses materiais após reunidos exigem separação,

classificação e ordenação . Uma vez separados, classificados e ordenados os materiais

necessários para a confecção de jogos e brinquedos, os quais deverão ser limpos e examinados

pelo educador para que não haja resíduos ou eventuais perigos a saúde das crianças

.Providencia-se materiais acessórios, tais como cola, jornais velhos, barbantes, tesoura ... Para

cada faixa etária ocorrerá uma adaptação dos materiais, a tesoura por exemplo deve ser

utilizada sob a supervisão do educador ou somente com turmas de adolescentes.

Page 40: Brincar Com Crianca

50

Com relação ao valor da sucata na confecção de jogos e brinquedos pode ser bem

analisado com base no poema de JOSÉ ( 2000: 12 ):

A professora pedia e a gente levava,Achando loucura ou monte de lixo:

latas vazias de bebidas, caixas de fósforo,pedaços de papel de embrulho, fitas,brinquedos quebrados, xícaras sem asa, recortes e bichos, pessoas, luas e estrelas,revistas e jornais lidos, retalhos de tecidos,rendas, linhas, penas de aves, cascas de ovo,pedaços de madeira, de ferro ou de plástico.

Um dia, a professora deu a partidae transformamos, colamos e colorimos.E surgiram bonecos esquisitosbichos de outros planetas, bruxase coisas malucas que Deus não inventou.

Tudo o que nascia ganhava nome, pais,casa, amigos, parentes e país.E nasceram histórias de rir ou de arrepiar!...

Se a criança puder experimentar livremente sem a preocupação de errar, estará sendo

assegurada a tranqüilidade necessária à manutenção do prazer na atividade, ou seja , o papel

do educador deve ser o de acompanhar a criança no seu processo de desenvolvimento e de sua

integração no ambiente é o que o educador deverá valorizar no trabalho com sucata é o

processo, o “como” as coisas se encaminharam e não a perfeição estética do produto final,

pois um dos pontos segundo LOURDES ( s.d. ) que caracteriza o brinquedo com a sucata é a

inexistência de acerto e erro, mas sim etapas do processo de descoberta. É a criança quem

determina o que está fazendo, o que está representando, o que está vendo.

Qualquer objeto pode significar, aos olhos da criança, uma infinidade de coisas. E ela

pensa que os adultos também os percebem da mesma forma. Por isso o educador jamais

deverá fazer determinadas perguntas as crianças, que denotem respostas concretas como por

exemplo: O que é isto ? ou, isto é um bichinho ? , se assim o fizer, ela perceberá que o

Page 41: Brincar Com Crianca

51

educador não entendeu o que ela fez, e poderá se frustrar. Nesse caso o que deverá ser feito é

pedir à criança que fale sobre o que fez, que conte uma história ou explique seu trabalho.

Acerca da utilização da sucata ZÓBOLI ( 1995:96 ) diz: Aproveite sempre a sua

imaginação e faça os seus alunos também trabalharem com sucata, deixando-os livres ou

orientando-os para a elaboração de materiais que serão usados em classes nas diferentes

áreas do currículo.

Como contribuição neste momento abordará- se- a sugestões de atividades que podem

auxiliar didaticamente o educador a trabalhar de maneira alegre e descontraída o processo de

ensino- aprendizagem. Ao propor tais atividades as mesmas não legitimam- se em uma

competição ou uma disputa, onde existam regras preestabelecidas, mas como atividades que

fazem parte do cotidiano infantil e que servirá para tornar a aula prazerosa assim como

contribuirá na socialização das crianças, sem esquecer que o bom andamento dessas

atividades dependem da boa formação e interesse do educador.

Assim, o papel do educador é de fundamental importância durante as atividades,

caracterizando- se como o condutor do processo, provocando a participação coletiva e

desafiando o aluno na busca de encaminhamento e solução dos problemas, pois é através do

jogo que podemos despertar e incentivar a criança para o espírito de companheirismo e de

compreensão.

Considerando RIBEIRO ( 1992: 76 ) o educador ao propor um jogo assume 03 papéis:

• Observador → o que lhe permite conhecer seus alunos, e consequentemente avaliar a

evolução a evolução dos mesmos;

• Questionador → a criança precisa desenvolver sua criatividade e seu pensamento

lógico. Ao acompanhar as atividades dos alunos, nos jogos, o educador fará questionamentos

que os ajudarão a encontrar as próprias soluções. Deve interferir, preferencialmente, ao ser

Page 42: Brincar Com Crianca

52

solicitado, evitando ensinar respostas e respeitando as limitações do estágio de

desenvolvimento da criança;

• Participante → o educador participará das atividades, prestando assistência aos

alunos em suas dificuldades, sempre que necessário, e trabalhando junto com eles, sem

realizar o trabalho por eles.

Para OLIVEIRA apud KISHIMOTO ( 1998: 134 ) comenta que : o educador pode

desempenhar um importante papel no transcorrer das brincadeiras se consegue

discernir os momentos em que deve só observar, em que deve intervir na coordenação,

ou em que deve integrar-se como participante das mesmas.

Assim, com a utilização da sucata e uma boa dose de criatividade o educador poderá,

juntamente com os alunos, realizar várias construções, uma vez que tais sugestões tem como

objetivo servir de base para o surgimento de novas idéias para o favorecimento do processo

ensino-aprendizagem.

Page 43: Brincar Com Crianca

53

ATIVIDADE 01: Boliche Matemático

* Objetivo da Atividade:

• Proporcionar a aplicação de cálculo mental

• Dominar as técnicas da adição

∗ Recursos Materiais:

6 garrafas plásticas vazias;

6 quadrados ( 8 x 8 ) de papel sulfite;

1 Meia velha;

Retalhos de tecido;

Fita gomada;

Barbante;

Agulha;

Linha.

FIGURA 03: Boliche Matemático

Page 44: Brincar Com Crianca

54

∗ Montagem do jogo:

Limpar as garrafas, lavando-as e retirando os rótulos;

Nos quadrados de papel sulfite escrever os números de 1 a 6 e gruda-las com o auxílio da fita

gomada.

Para confeccionar a bola: encha a ponta do pé da meia com retalhos de tecido formando

uma bola. Amarrar bem firme com o barbante, ir desvirando a meia, envolvendo- a na bola.

No final, arrematar , costurando com linha bem forte.

∗ Possibilidade de Exploração:

Jogar como boliche, rolando a bola em direção às garrafas procurando derrubar o maior

número das mesmas.

∗ Disposição dos participantes:

As crianças estarão divididas em duas filas indianas paralelas à linha delimitada no chão com

o giz, pela professora.

∗ Início da Atividade :

No momento em que a professora oralmente permitir que as crianças iniciem o jogo.

∗ Desenvolvimento:

Ao sinal da professora as primeiras crianças , uma de cada fila, irão rolar a bola até as

garrafas, e os números que estarão nas garrafas derrubadas serão somadas mentalmente e

anotado o resultado ou na lousa ou em uma folha de papel a parte.

Após somados os números, a criança irá retirar- se da fila para dar lugar a próxima criança

obedecendo à ordem da mesma e assim sucessivamente até o último participante.

Page 45: Brincar Com Crianca

55

Quando o último participante concluir sua jogada a equipe se reunirá e somará os resultados o

qual será comparado com o outro grupo para ver quem ganhou

∗ Final da Atividade:

Quando todas as crianças das filas tiverem jogado.

Ganhará o jogo a fila que tiver o maior número de pontos.

ATIVIDADE 02- Ganhando Letras

* Objetivo da Atividade:

• Reconhecer as letras

• Formar palavras

• Coordenar os movimentos

∗ Recursos Materiais :

15 garrafas plásticas vazias;

48 tampinhas de garrafas plásticas;

FIGURA 04: Ganhando Letras

Page 46: Brincar Com Crianca

56

1 bastão de giz;

1 caixa de papelão ( 60 x 40 );

1 folha de papel de presente;

1 folha de papel crepom;

1 estilete.

∗ Montagem do jogo :

• Limpe as garrafas, lavando-as e retirando os rótulos;

• Corte-as a 10 cm da base ( fundo );

• Corte a caixa de papelão na altura de 10 cm;

• Forre a caixa com o papel de presente e coloque dentro as garrafas;

• Da parte que sobrou das garrafas , recorte argolas e cubra- as, enrolando com papel crepom;

• Cole nas tampas avulsas, aproximadamente 4 letras de cada, iguais as que estão nas

garrafas.

∗ Disposição dos participantes:

As crianças estarão divididas em duas filas indianas paralelas à linha delimitada com o giz

pela professora.

∗ Início da Atividade :

No momento em que a professora oralmente permitir que as crianças iniciem o jogo.

∗ Desenvolvimento:

Ao sinal da professora as primeiras crianças, uma de cada fila, irão jogar as argolas e a cada

acerto ganharão da professora uma letra igual à letra acertada.

Page 47: Brincar Com Crianca

57

Regra: Cada jogador tem direito a cinco jogadas, terminadas as crianças darão a vez para a

próxima, obedecendo à ordem da fila e assim sucessivamente até a última criança

participante.

É interessante que o educador trace no chão uma linha para delimitar a distância de

onde as argolas deverão ser atiradas.

∗ Final da Atividade:

Quando todas as crianças das duas filas tiverem jogado.

Ganhará o jogo a fila que conseguir formar um maior número de palavras com as letras que

conseguiu como bonificação.

ATIVIDADE 03- Bingo Matemático

* Objetivo da Atividade:

• Proporcionar aplicação do cálculo mental

• Interpretar e resolver problemas de multiplicação.

FIGURA 05: Bingo Matemático

Page 48: Brincar Com Crianca

58

∗ Recursos Materiais:

1 Folha de Papel Cartão;

Folhas de Papel Sulfite;

1 Régua;

1 Caneta Hidrográfica;

Tampas de garrafa;

1 bastão de giz;

1 saco.

Nota: A quantidade de papel e de tampa irá variar de acordo com o número de alunos.

∗ Montagem do jogo:

• O educador produzirá as cartelas ( conforme o nº de alunos existentes na sala de aula ) ,

dividindo uma folha de papel Sulfite em 10 quadrados de 2 x 5 cm cada.

• Em cada quadrado escreverá o resultado de uma determinada multiplicação ( a

multiplicação será de acordo com o objetivo da professora ) sem haver repetição de números.

• Divida o papel cartão em pequenos quadrados e escreva as respostas das multiplicações.

∗ Possibilidade de exploração:

Jogar como bingo.

∗ Disposição dos participantes:

As crianças estarão dispostas em suas carteiras.

∗ Início do jogo:

No momento em que a professora sortear o primeiro número do saco.

Page 49: Brincar Com Crianca

59

∗ Desenvolvimento:

A professora sorteará uma operação matemática ( multiplicação ), e a criança que tiver o

resultado em sua cartela colocará uma tampinha em cima do seu resultado.

∗ Final da Atividade:

Quando o primeiro aluno da turma preencher a cartela, ganhando assim o jogo.

ATIVIDADE 04- Jogo do Mico

* Objetivo da Atividade:

• Fazer com que o aluno sistematize a tonicidade das palavras

• Refletir sobre o uso correto das letras: L, O e U

• Observar que a presença ou ausência de uma letra muda o significado da palavra

∗ Recursos Materiais :

1 folha de papel cartão;

FIGURA 06: Jogo do Mico

Page 50: Brincar Com Crianca

60

1 folha de papel de presente com desenhos de macaco;

1 caneta hidrográfica preta;

1 tesoura;

1 régua;

1 tubo de cola.

∗ Montagem do jogo :

• Com o auxílio da régua e da caneta marque no papel cartão 61 quadrados, cada um medindo

( 6 x 6 ) e recorte- os.

• Na face não colorida do papel cartão cole em cada um dos 61 quadrados o papel de presente

de maneira que fique o desenho de um macaco em cada quadrado.

• Em 30 dos 61 quadrados escreva palavras que contenham as letras L, O, U;

• Em outros 30 quadrados escreva o significado de cada palavra.

• Na última carta restante deverá escrever uma palavra que não possuirá par. Essa carta será o

MICO.

∗ Possibilidade de Exploração:

Jogar como baralho

∗ Disposição dos participantes:

As crianças estarão reunidas em grupos de 3 ou 4, permanecendo sentadas em suas mesas

Carro Veículode rodas

Page 51: Brincar Com Crianca

61

∗ Início da Atividade :

O professor marcará o início do jogo.

∗ Desenvolvimento:

• Um dos jogadores embaralha as cartas e retira do jogo uma delas, sem que ninguém saiba

qual é. O par dele será o MICO naquela jogada.

• O jogador distribui as cartas, começando pelo jogador que encontra- se a sua esquerda.

Feito isso todos formam os pares que tiverem nas mãos e os coloca sobre a mesa.

• O jogador que fez a distribuição apresenta suas cartas ao jogador que estiver à sua

esquerda. Este deverá puxar uma carta. O aluno ficará com a carta se não fizer par com as

que já possui. Se fizer par, deverá colocar as duas cartas que combinam sobre a mesa.

• Em seguida, o jogador que comprou apresenta suas cartas ao próximo e assim

sucessivamente, até que todos os pares sejam formados.

∗ Final da Atividade:

Quando restar apenas uma carta com um dos jogadores, este será o MICO do jogo.

Page 52: Brincar Com Crianca

62

ATIVIDADE 05- Vivendo com Saúde

* Objetivo da Atividade:

• Fazer com que o aluno perceba as condições necessárias para manutenção da saúde nas

diferentes fases da vida.

• Desenvolver atitudes adequadas de higiene.

∗ Recursos Materiais :

1 folha de papel cartão ( branca );

Canetas hidrográfica ( colorida );

1 régua;

1 dado;

1 estilete;

3 tampas de garrafas ( de cores diferenciadas para servirem de peões ).

∗ Montagem do jogo :

• Com a ajuda do estilete e da régua, divida o papel cartão ao meio onde metade servirá para

fazer o tabuleiro e a outra metade os cartões.

FIGURA 07: Vivendo com Saúde

Page 53: Brincar Com Crianca

63

Tabuleiro:

• Na metade do papel cartão desenhe um caminho irregular e divida esse caminho do 01 até

o 58.

• Nas extremidades do caminho escreva SAÍDA ( antes do 01 ) e CHEGADA ( depois do 58)

• No caminho traçado deverá dar destaque nos numerais 05,08,12,16,23,31,37,43,47,50 e 54

pintando- os de vermelho e ilustrando-os pelo lado de fora do caminho.

Cartões:

• Na outra metade do papel cartão e com o auxílio da régua irá dividi-lo em 14 quadrados,

cada um medindo ( 10x10 ), cada cartão corresponderá a um dos numerais que estão em

destaque no tabuleiro.

• Em cada quadrado deverá conter de um lado o numeral correspondente ao tabuleiro, do

outro a orientação para o jogador seguindo a seguinte seqüência:

5 → Você escovou bem os dentes. Jogue outra vez.

8 → Pare e coma seu lanche com calma. Fique uma rodada sem jogar

12 → Você não se alimentou bem hoje, pois não comeu alimentos variados. Volte para a casa

09

16 → O lixo não foi bem embalado e entupiu os bueiros. A água da chuva não escoou,

provocando enchentes. Não jogue durante 2 rodadas.

20 → Você esqueceu de pôr o cinto de segurança e será multado. Fique duas rodadas sem

jogar.

23 → Sua casa ficou muito tempo fechada. Abra as portas e janelas e aguarde uma rodada

sem jogar, até que a casa fique bem arejada.

27 → Você não atravessou a rua pela faixa de pedestre. Volte para a casa 22.

31 → A água que você bebeu estava filtrada. Avance duas casas.

Page 54: Brincar Com Crianca

64

37 → Você não tem praticado esportes e precisa caminhar um pouco. Volte o dobro das casas

que você tirou nos dados.

40 → Se você chegou até esta casa e outro jogador cair aqui, avance 2 casas

43 → Você foi brincar em um parque agradável e seguro. Avance 3 casas.

47 → Você já tomou todas as vacinas necessárias. Avance até a casa 53

50 → Você tem se preocupado com o ambiente em que vive e cuidado bem dele. Avance até a

casa 56.

54 → Parabéns! Você já sabe cuidar de sua saúde! Avance 2 casas.

∗ Disposição dos participantes:

As crianças estarão reunidas em grupos de 2 ou 3

∗ Início da Atividade :

Cada jogador deverá jogar o dado para saber quem começará.

Quem tirar o número maior será o primeiro, seguindo- se o jogador da esquerda, e assim

sucessivamente.

∗ Desenvolvimento:

Cada criança deverá jogar o dado e caminhar com seu peão pelo percurso de acordo com o

número que sair no dado.

Se cair em uma casa que tenha alguma orientação, leia- a e siga-a, passando depois a vez para

o próximo aluno.

∗ Final da Atividade:

Quando o primeiro aluno chegar ao final do percurso

Page 55: Brincar Com Crianca

65

ATIVIDADE 06- Baralho das Estrelas

* Objetivo da Atividade:

• Proporcionar reflexões sobre o uso de palavras com E ou I, assim como outras dificuldades

ortográficas, características da turma.

∗ Recursos Materiais :

1 folha de papel cartão

1 folha de papel de presente

1 caneta hidrográfica preta

1 tesoura

1 régua

1 tubo de cola

∗ Montagem do jogo :

Na face não colorida do papel cartão cole o papel de presente, alisando-o com o auxílio da

régua para não formar bolhas.

FIGURA 08: Baralho das Estrelas

Page 56: Brincar Com Crianca

66

Com o auxílio da régua e da caneta, divida o papel cartão em 32 quadrados, cada um medindo

( 10 x 10 )

Em 30 quadrados escreva palavras que contenham I ou E, porém omitindo tais letras e em seu

lugar substitua por uma estrela.

Nos 2 quadrados restantes escreva as letras I e E respectivamente.

∗ Disposição dos participantes:

As crianças estarão divididas em duas filas indianas paralelamente em frente a uma mesa.

∗ Início da Atividade :

Ao sinal do professor

∗ Desenvolvimento:

Colocar as cartas com as palavras incompletas viradas para baixo num monte no centro da

mesa

Colocar as cartas E e I ao lado, viradas para cima.

Um jogador de cada fila irá retirar uma carta do monte

A um sinal do professor, os jogadores devem colocar a carta ao lado da letra E ou I de acordo

com a letra que falta

Quem conseguir formar o par primeiro, corretamente, ganhará um ponte

Nota: se houver dúvidas se o jogador completou ou não a palavra corretamente, consultar os

colegas de sua equipe que tenha certeza da escrita correta da palavra.

∗ Final da Atividade:

Page 57: Brincar Com Crianca

67

Quando todas as crianças das duas filas tiverem jogado

Ganhará o jogo a fila que tiver maior número de pontos.

ATIVIDADE 07- Jogo do Percurso

* Objetivo da Atividade:

• Proporcionar o conhecimento da planta baixa de um bairro.

• Desenvolver no aluno conceitos de lateralidade e pontos de referências.

• Demonstrar o tema transversal “Ética e Cidadania” através do conteúdo: trânsito.

• Capacitar os alunos acerca do sentido das placas de sinalização, faixa de pedestre e faróis

bem como o papel do guarda de trânsito.

• Adquirir a noção de diferentes formas de moradia.

∗ Recursos Materiais :

1 folha de isopor nº 12;

1 pincel nº 16;

1 lápis;

1 régua;

Tinta guache ( verde e preta );

FIGURA 09: Jogo do percurso

Page 58: Brincar Com Crianca

68

Cola;

Tesoura;

Caneta hidrográfica ( colorida );

Carro ( peq. ) de plástico;

Cartolina ( branca, verde e amarela );

Palitos de fósforos ( usados );

Caixas de fósforos;

1 dado;

Nota: A quantidade de carros dependerá do número de participantes.

∗ Montagem do jogo :

Tabuleiro:

• Com o lápis, marque no isopor caminhos os quais serão as ruas e avenidas do bairro.

• Pinte com a tinta guache verde a folha de isopor, deixando a parte de dentro do caminho

sem pintar.

• Dentro do caminho, pinte de preto as faixas de pedestre e motorista. Posteriormente deixe

secar.

• Para formar as moradias, cubra as caixas de fósforo com a cartolina branca, seguindo a

seguinte ordem:

Prédios: junte 2 caixas empilhadas;

Escola: junte 4 caixas empilhadas de duas em duas;

Casas: basta 1 caixa

• Com as canetas hidrográficas desenhe os semáforos e as placas de sinalização (

regulamentação e advertências ), pinte com as e recorte-as.

• Na cartolina verde desenhe formatos de árvores e recorte-as.

Page 59: Brincar Com Crianca

69

• Para fixar as árvores, semáforos e placas de sinalização no isopor, cole palitos de fósforos

no verso dos desenhos e perfure o isopor de maneira que os mesmos fiquem no sentido

vertical.

• Na folha de isopor seca, cole as casas, escolas e os prédios, colocando a escola no centro do

bairro.

• Para formar o caminho por onde o jogador irá percorrer recorte retângulos de 3x1,5 cm,

sendo 10 retângulos da cartolina amarela e o restante da verde.

• Cole os retângulos verdes pelas ruas e avenidas intercalando com os amarelos.

• Em cada retângulo amarelo escreverá com a caneta hidrográfica preta números de 01 a 10

sendo que o 10 deverá estar em frente a escola.

Cartão:

• Na folha de cartolina amarela restante divida-a em 10 quadrados de 10x10 cm. Cada cartão

corresponderá a um dos numerais que estão formando o percurso os quais estão de amarelo no

tabuleiro.

• Em cada quadrado deverá conter :

de um lado o número de 01 a 10 e no verso a orientação para o jogador, seguindo a seguinte

seqüência:

1. Não jogue uma rodada e jogue uma partida de futebol.

2. Você é um bom motorista. Avance duas casas.

3. Você entrou na contra- mão. Fique duas rodadas sem jogar.

4. Descanse no Parque Monteiro Lobato. Não jogue duas rodadas.

5. Avance duas casas. Chegue antes que chova.

6. Você ultrapassou o farol vermelho. Volte duas casas.

7. Você merece uma folga. Pare duas rodadas.

8. Avançando na faixa de pedestre! Volte três casas.

Page 60: Brincar Com Crianca

70

9. Vá com calma. Volte uma casa.

10. Parabéns! Você foi o vencedor.

∗ Disposição dos participantes:

Os participantes estarão reunidos em grupos de 2 ou 3 crianças.

∗ Início da Atividade :

Cada participante deverá jogar o dado para saber quem começará a mover o carro.

Quem tirar o maior número será o primeiro a movimentar o carro, seguindo- se o jogador da

esquerda, e assim sucessivamente.

∗ Desenvolvimento:

Cada participante deverá jogar o dado e caminhar com o carro pelo percurso de acordo com o

número que sair no dado, observando as mãos de direção.

Se cair em uma casa que tenha alguma orientação, leia-a e siga-a, passando a vez para o

próximo participante.

Para vencer o jogo, o aluno deverá fazer o caminho que considera mais curto para chegar a

escola.

∗ Final da Atividade:

Quando o primeiro aluno chegar ao nº 10 que corresponde ao final do percurso.

Page 61: Brincar Com Crianca

71

ATIVIDADE 08- Futebol Matemático

* Objetivo da Atividade:

• Desenvolver o cálculo mental das quatro operações( divisão, multiplicação, adição e

subtração )

∗ Recursos Materiais :

1 folha de isopor nº 12;

26 tampas de metal de garrafas de vidro;

2 traves de futebol de botão;

1 bola de gude ( peteca );

folhas de papel cartão ( amarela e vermelha );

Tinta guache verde;

Alfinete;

Caneta hidrográfica preta;

Pincel;

Régua;

Cola;

Estilete;

Tesoura.

FIGURA 10: Futebol Matemático

Page 62: Brincar Com Crianca

72

∗ Montagem do jogo :

Tabuleiro:

• Pinte de verde um dos lados da folha de isopor, o qual será o campo de futebol.

• Com o estilete recorte duas tiras de isopor de 94 x2 cm, pinte-as de verde e cole em volta da

folha de isopor, formando as bordas do campo.

• Com o auxílio da régua faça um traço dividindo o campo ao meio.

• Em cada metade, marque com a caneta, treze posições, usando as tampinhas de garrafa

como molde, ao todo serão vinte e seis posições.

• Duas dessas posições devem ficar uma em frente à outra, no centro do campo.

• Com a ponta da caneta, tire o isopor de dentro das marcas formando buracos para encaixar

as tampas.

• Recorte vinte e seis círculos de papel cartão, sendo treze de amarelo e treze de vermelho.

• Nos círculos escreva números de 01 a 12, deixando um de cada cor sem nada escrito, nele

desenhe uma bola ou um símbolo de sua preferência

• Cole esses círculos dentro das tampas de garrafas.

• Encaixe as tampas nos buracos feito na folha de isopor com a parte côncava para baixo,

sendo uma cor para cada lado do campo. Inverta as cores apenas nas tampas de nº 12 que

servirão como goleiro.

• Fixe com o alfinete as travas de futebol sobre as tampas de nº 12

Cartões:

• Com o papel cartão restante corte vinte e quatro retângulos de 10x7 cm. Sendo doze de cada

cor.

• Cada cartão corresponderá a um dos numerais que estão no campo.

Page 63: Brincar Com Crianca

73

• O mesmo deverá conter: de um lado o numeral de 01 a 12; e no verso cálculos envolvendo

as quatro operações matemáticas.

∗ Disposição dos participantes:

Os alunos estarão divididos em dois grupos.

∗ Início da Atividade :

Um dos alunos de cada grupo disputará um “par- ou- ímpar”, opta por uma das cores e coloca

a bolinha de gude na posição central do campo e inicia o jogo.

∗ Desenvolvimento:

O aluno com o auxílio das mãos começa rolando a bola de gude em direção ao campo

adversário.

Cada participantes tem direito a duas jogadas, uma delas no número doze ( gol ).

Ao cair em um número, o aluno responderá à pergunta correspondente. Se acertar, começa

desse ponto na próxima jogada. Se errar, o adversário responde, conta uma jogada e continua

a partir desse número, mas na posição da sua cor.

Ao acertar no gol o mesmo só será valido se o participante acertar a resposta a essa posição.

Cada acerto da pergunta dará direito a uma determinada pontuação a qual caracteriza-se

como:

Questão certa: 5 pontos

Acerto da questão do colega: 10 pontos

Acerto da questão do gol: 20 pontos

∗ Final da Atividade:

quando todos os participantes tiverem jogado no mínimo duas vezes, mesmo sem ter saído o

gol.

Page 64: Brincar Com Crianca

74

ATIVIDADE 09- Quem Mora Aqui ?

* Objetivo da Atividade:

• Perceber as particularidades dos diferentes âmbitos do planeta, identificando seus

componentes;

• Identificar ambientes aquáticos e terrestres;

• Identificar os diferentes hábitos alimentares e características dos animais.

∗ Recursos Materiais :

1 garrafa plástica de água sanitária;

Tampas plásticas de potes ( peq. ) de margarina;

1 folha de papel carmem vermelho;

Tinta guache;

Pincel;

Revistas;

Lápis;

ATIVIDADE 11: Quem Mora Aqui?

Page 65: Brincar Com Crianca

75

Cola;

Tesoura;

Sacola de papel.

∗ Montagem do jogo :

• Lave a garrafa de água sanitária para retirar os detritos

• Corte-a pela metade para construir a casinha

• Pinte na garrafa porta e janela com a tinta guache

• Para o telhado da casa corte um círculo de 15x15 cm, fazendo uma abertura no centro para

encaixar no gargalo ( boca ) da garrafa.

• Corte a borda de uma tampa de margarina e use o círculo como molde para riscar as figuras.

• Recorte- as e cole cada uma em uma tampa.

∗ Disposição dos participantes:

Os alunos estarão dispostos em um círculo.

∗ Início da Atividade :

A professora escolhera o aluno que irá começar a brincadeira

∗ Desenvolvimento:

A professora irá escolher uma das figuras de animais que estão na sacola, a fim de que os

outros

Alunos não as vejam, e encaixará no fundo da casinha.

A criança escolhida olha o bicho e pergunta aos colegas: “ Quem mora aqui ?”

Page 66: Brincar Com Crianca

76

Para adivinhar qual é o animal, as crianças deverão uma de cada vez fazerem perguntas aos

colegas.

As respostas só poderão ser “sim ou não”

O aluno que conseguir adivinhar qual é o bicho ganha o direito de responder às perguntas

feitas pelos colegas na próxima rodada.

∗ Final da Atividade:

Quando todos os bichos que estão na sacola forem adivinhados.

3- ESTRUTURA METODOLÓGICA

3.1- Tipo de Estudo

Verifica-se que o estudo qualitativo é de suma importância para educação, sendo assim

tal estudo irá subsidiar a pesquisa, que dará ênfase ao resgate das atividades lúdicas a partir da

utilização da sucata.

Segundo ANDRÉ ( 1995 ) a pesquisa qualitativa tem como fundamento a perspectiva

idealista- subjetivista, onde o pesquisador além de levar em consideração a transformação da

história faz uso da subjetividade, visto que a aquisição do conhecimento não deve ser algo

neutro, porém crítico para que se possa situar no tempo e no espaço, abrangendo um

conhecimento concreto de nossa realidade.

Desse modo, a presente pesquisa se constituirá em criar condições para que se

desenvolva uma atitude de reflexão crítica, acerca da importância da ludicidade no contexto

de sala de aula.

Page 67: Brincar Com Crianca

77

3.2- Local

Visto que a pesquisa qualitativa faz uso da subjetividade e não analisa a aquisição de

conhecimento como algo neutro, fez-se necessário pesquisar a ludicidade na Escola Estadual

de Ensino Fundamental e Médio “Santos Dumont”, situada no bairro do Guamá, município de

Belém, enfatizando a utilização das atividades lúdicas a partir das possibilidades de utilização

da sucata no processo ensino- aprendizagem.

3.3- Fontes de Informações

A pesquisa teve como fonte de consulta: professores ( as ) e alunos ( as ) de uma turma

de 2 ª série do ensino fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Santos

Dumont, do município de Belém.

Foram também utilizados livros e periódicos para complementar a pesquisa, os quais

deram base a uma visão mais crítica para a realização da mesma.

3.4- Coleta de Dados

Para dar início a este trabalho fez-se necessário primeiramente um levantamento da

literatura acerca do tema escolhido, em seguida houve visitas a Escola Santos Dumont.

Inicialmente houve a entrevista com professores e alunos a respeito do tema de estudo.

Os instrumentos utilizados foram dois roteiros de entrevista, contendo 05 perguntas

direcionadas as professores ( as ) ( anexo 01 ) e a utilização de recursos audios- visuais ( fita

de vídeo e fotos ), abordando a temática em questão no contexto de sala de aula.

A escolha procedeu- se em virtude de entender que o instrumento de coleta de dados da

entrevista é o mais adequado para o estudo pretendido com professores ( as ) e alunos ( as ) ,

pois fornecerá um contato direto e prolongado com todos os sujeitos integrantes deste estudo.

Page 68: Brincar Com Crianca

78

Para complementar os dados de coleta foi utilizado a observação direta no contexto de

sala de aula com o objetivo de melhor confirmar as respostas concedidas pelos entrevistados,

pois acredita- se que enquanto pesquisadora é preciso estar atenta não apenas ao roteiro da

entrevista e as respostas dos entrevistados, mas também aos detalhes não verbais, que só o

contato direto com os entrevistados pode oferecer.

THIOLENTE apud LUDKE e ANDRÉ ( 1986: 36 ), afirma: Há toda uma gama de

gestos, expressões, entonações, sinais, hesitações, alterações de ritmo, enfim toda uma

comunicação não verbal cuja capitação é muito importante para a compreensão e

avaliação do que foi efetivamente dito.

Com base no exposto acima acredita- se ser necessário na realização da pesquisa a

observação acompanhada das entrevistas para que possa ser confirmado com maior

contextualização o que foi respondido nos questionários direcionados as professores ( as ) e

alunos ( as ) .

4- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para análise dos pressupostos teóricos levantados neste estudo, a seguir serão

verificados os resultados obtidos durante a pesquisa de campo efetuada na Escola Estadual de

Ensino Fundamental “Santos Dumont”, localizada no bairro do Guamá, conjunto Alacid

Nunes, alameda Antônio Pimenta Magalhães s/n cujos níveis de modalidade de ensino são 1ª

a 4ª séries do Ensino Fundamental; turma de aceleração e educação inclusiva do Ensino

Fundamental; 1ª a 4ª etapas da educação de jovens e adultos; 1ª a 3ª séries do Ensino Médio

as quais são atendidas em 3 turnos onde o 1º turno corresponde ao período da manhã ( 07h30

as 11h30 ) o 2º turno a tarde ( 14h as 18h ) e o 3º turno a noite ( 19h as 22h45 ).

Page 69: Brincar Com Crianca

79

Vale destacar que a pesquisa de campo foi direcionada a alunos e professores de 2ª série

do Ensino Fundamental.

A pesquisa procedeu-se através de três momentos: coleta de dados através de

questionários, observação do espaço escolar e de sala de aula e oficinas pedagógicas.

1º MOMENTO

No primeiro momento foram direcionados questionários entre 05 professores de 2 ª série

( anexo 01 ) sendo 03 de turmas normais e 02 de turmas de aceleração, cujo objetivo foi o de

verificar o que os professores analisam e consideram enquanto atividade lúdica e como essa

se processa em sala de aula.

A partir da análise dos questionários pode- se observar que os professores consideram a

necessidade de atividades lúdicas para crianças no processo ensino- aprendizagem, essa

afirmativa pode ser analisada através das seguintes afirmações:

Professora A

“ É importante considerar-mos que a infância tem que ser respeitada, pois sereduzirmos a criança a um adulto em miniatura será pior para ela como também asociedade, pois a vida cobra as etapas não vividas. Sabemos que as necessidadeslúdicas e afetivas da criança têm a mesma importância que as suas necessidadesfísicas”

Professora B

“ O lúdico leva as crianças de forma solitária ou nos grupos a explorarem assituações ao alcance de sua compreensão como organizar espaços, criar regras,estabelecer desafios, construir novos conhecimentos e desenvolver a linguagemverbal”

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80

2º MOMENTO

Na referida escola o que se pode observar é que as salas de aulas possuem uma forma de

organização tradicional: a mesa da professora à frente da classe com sua respectiva cadeira,

lousa, mesas e cadeiras espalhadas em toda a sala, o que diminui o espaço físico, e um

armário de alumínio o qual guarda os materiais, o mesmo permanece sempre trancado e

somente é aberto quando a professora necessita retirar materiais.

Neste contexto verifica-se que o primeiro entrave a utilização do lúdico se dá a partir da

organização física da sala de aula a qual se observa não somente nesta escola mas nas demais

escola da rede pública de ensino, onde o espaço foi planejado apenas para o aprendizado

formal e tradicionalista. Porém tal estrutura não possibilita a livre locomoção dos alunos uma

vez que é muito trabalhoso e enfadonho a movimentação das mesas e cadeiras para iniciar

atividades pois as mesmas são ergonomicamente inadequadas a estrutura físicas das crianças,

pois são grandes, altas e pesadas.

Tal estrutura pode ser analisada a partir da concepção de infância que se tem, apesar da

mesma ter evoluído e não mais ser aceito a concepção de que criança é um adulto em

miniatura que precisa deixar seus brinquedos para aprender conteúdos sistematizados.

Considerando BOURDIE apud ZÓBOLI ( 1995:12 ) a escola enquanto instituição que

prepara o indivíduo para o mercado de trabalho deixou de lado a criança, preocupou- se com o

conteúdo a ser adquirido, assim a imagem deturpada de infância ainda permanecem na

memória de alguns dos profissionais de educação.

3º MOMENTO

Procedeu-se a intervenção prática em sala de aula. Onde o primeiro contato com os

alunos deu-se com a apresentação da acadêmica e a proposta do trabalho a ser realizada assim

Page 71: Brincar Com Crianca

81

como foi apresentado a “Rainha da Sucata” aos alunos onde foi lançada a campanha de

arrecadação de sucatas.

Para isso, foi necessário uma explicação inicial sobre: O que é sucata , e quais seriam

as sucatas necessárias para a realização das oficinas pedagógicas.

Como forma de ilustrar o objeto em estudo destacou-se três momentos das oficinas

pedagógicas desenvolvidas na E.E.E.F.M. “Santos Dumont”, as quais serão descritas a seguir:

1ª Oficina Pedagógica

Iniciou- se com o recolhimento das sucatas trazidas pelos alunos onde foram colocada

na Rainha da Sucata e a reordenação das carteiras as quais foram agrupadas em dupla pois o

designe das mesas não possibilitava que fossem agrupadas de 4 em 4, tal reordenação teve

como objetivo promover uma maior socialização das crianças uma vez que carteiras em filas

indianas promove o individualismo e tal arrumação ainda é resultado da educação

tradicionalista.

FIGURA 12: Rainha da Sucata

Page 72: Brincar Com Crianca

82

Logo após houve a leitura feita pela pesquisadora do paradidático “ O Saci e a

reciclagem do lixo” do autor Samuel Murgel Branco ( 1995 ) o qual foi subsidiada pelo

álbum seriado como recurso visual.

A escolha do paradidático em questão procedeu-se devido o mesmo voltar- se para os

problemas que o lixo traz para os cidadãos, assim como a sua reciclagem onde o autor buscou

personagens do folclore brasileiro como o Saci e a Curupira para transmitir as crianças

conhecimentos científicos. Foi explicitado também o tempo que alguns produtos como copos

descartáveis, latas dentre outros levam para se decompor na natureza.

Logo após o referencial teórico os alunos iniciaram livremente a confecção de seus

brinquedos utilizando as sucatas e os acessórios como tesoura, cola, tinta guache, fita gomada

dentre outras.

Após a confecção dos objetos os alunos individualmente explicaram o que haviam

produzido e o resultado foi satisfatório apareceram: barcos guiados por comandantes, carros,

telefones, satélites e até mesmo churrascos foram representados.

FIGURA 13 : Desenvolvimento da Oficina Pedagógica

FIGURAS 14 / 15: Produção da Oficina Pedagógica

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83

Acerca do churrasco, a aluna M.P. que o confeccionou o relatou que havia produzido,

pois sua mãe lhe disse que “ carne era coisa para rico ”. Neste contexto pode- se perceber a

condição de vida e sobrevivência da aluna representada através do objeto confeccionado.

Na oficina com sucata o que pode ser observado e destacado é a satisfação e o prazer

das crianças ao confeccionar e vê o resultado final onde muitas indagam “ Fui eu quem fiz ”

Considerando CUNHA ( 1998 ) o brinquedo de sucata do tipo “ Fui eu quem fez ”, é

produto de uma emoção e expressa um sentimento lúdico manifestado pela sua execução.

Essa emoção é resultante da combinação da força do ato criativo com a simplicidade da

matéria- prima utilizadas. As atividades criativas mobilizam potencialidades, provocam

satisfação interior e elevam o auto conceito. Há muita alegria e descontração nos grupos de

pessoas que criam com sucata assim CUNHA diz que “ construir um brinquedo é uma

enriquecedora forma de brincar ”.

2ª Oficina Pedagógica

A mesma não pode ser realizada com os alunos que há iniciaram uma vez que na data

marcada a professora os dispensou e não compareceu na escola. Porém a oficina foi realizada,

em outra turma da mesma escola.

FIGURA 16: Criança demonstrando objeto construído com sucata

Page 74: Brincar Com Crianca

84

Inicialmente houve a apresentação da acadêmica e sua proposta de trabalho, bem como

as instruções para desenvolver a atividade programada para a data, a qual seria o Bingo

Matemático ( ver proposta de atividade nº 03 ). O objetivo da atividade é enfatizar a disciplina

Matemática, e exercite cálculos mentais envolvendo as multiplicação de 3,4 e 5

respectivamente. Tal atividade deve ser utilizada após a sistematização da matéria pela

professora.

Foram colocados no quadro negro como recurso visual 03 cartazes contendo as tabuadas

de 3, 4 e 5, bem como suas respectivas respostas em cada cartaz, logo após foram distribuídas

folhas de papel Sulfite o qual continham previamente desenhadas a cartela de um bingo,

porém sem os números.

Foi solicitado que os alunos escolhessem respostas da tabuada e escrevessem na cartela,

porém como os alunos utilizaram lápis para escrever os números a medida que iam sendo

sorteados as multiplicações os alunos apagavam os que estavam em suas cartelas e os

substituíam pela resposta que havia sido sorteada. Porém tal fato não atrapalhou o decorrer da

atividade.

O que pode ser observado no decorrer da atividade foi que na grande maioria os alunos

encontraram dificuldades em realizar a atividade envolvendo multiplicação. A professora que

FIGURA 17: Desenvolvimento do Jogo Bingo Matemático

Page 75: Brincar Com Crianca

85

encontrava- se em sala acompanhando a atividade se desculpava dizendo que “ na hora que

estava explicando a multiplicação em sala de aula os alunos estavam brincando ”.

3ª Oficina Pedagógica

Foi realizado a atividade “ Ganhando Letras ” ( ver sugestão de atividade nº 02 ) cujo

objetivo foi retomar aspectos importantes já trabalhados na 1ª série , acerca da ortografia

como formação de palavras e a partir das palavras, frases. Após a atividade houve a

sistematização do conteúdo.

Ao termino da pesquisa de campo pode-se verificar que o jogo para a criança é, além de

fonte de lazer é uma fonte de conhecimento, possuindo uma natureza dupla, pois quando

jogam, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua imaginação, constróem relações reais entre

as regras e sua vida diária.

Foi observado também, e deve ser destacado a questão da resistência por parte da

maioria dos educadores em utilizar atividades lúdicas no contexto de sala de aula como forma

de favorecimento do processo ensino-aprendizagem, apesar do discurso ser oposto

referendado em questionário de pesquisa ( anexo 01 ), pois o que observou-se é que na

realidade os mesmos continuam trabalhando na perspectiva tradicionalista e imutável.

FIGURAS 18 / 19: Desenvolvimento da atividade Ganhando Letras

Page 76: Brincar Com Crianca

86

Assim, deve-se enfatizar que será na reflexão sobre sua prática que o educador vai

redimensionar o seu desempenho. É o repensar da importância do ato lúdico e sua efetivação

na prática docente, servirá como a pedra fundamental que irá alicerçar todo o conhecimento

da criança e o seu futuro como cidadão equilibrado e consciente do seu papel na sociedade.

Page 77: Brincar Com Crianca

87

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das premissas levantadas neste estudo, constatou-se que, o sucesso da

aprendizagem infantil se estabelece através de uma “praxis” pedagógica que leve em

consideração a criança como um ser com características e ritmos próprios, os quais podem ser

trabalhados através de atividades lúdicas, as quais contribuem para a vida afetiva pela

satisfação encontrada nas atividades, e pelo alívio de tensões que permitem um clima de

satisfação para o aluno, assim como encorajam o desenvolvimento intelectual por meio de

exercício da atenção e da imaginação, e também pelo uso progressivo de processos mentais

mais complexos ( comparação e discriminação ) e pelo estímulo imaginativo.

Por conseguinte este empreendimento representa também, adoção de uma postura, por

parte do educador, comprometido com a educação da criança no contexto de uma

compreensão crítica e reflexiva da sua prática pedagógica. Assim, faz-se necessário um

repensar por parte dos educadores em: “como se analisa a criança”, compreendendo-a como

um ser capaz de construir os seus próprios conhecimentos, ser criativo e autônomo, para isso

deve-se utilizar os jogos e brincadeiras como recursos fundamentais para o trabalho no ensino

fundamental, pois desta forma, entende-se à necessidade de ação, de movimentos e de

aprendizagem do aluno.

A valorização pelo educador, do caráter lúdico e educativo dos jogos e brincadeiras

torna o espaço de sala de aula adequado ao desenvolvimento da criança, assim como a

aprendizagem dos conhecimentos escolares.

Através das experiências práticas junto ao objeto de estudo em questão, objetivou-se

favorecer o reconhecimento das possibilidades da utilização da sucata na realidade do

contexto escolar como forma de estímulo da livre expressão por parte dos alunos contribuindo

Page 78: Brincar Com Crianca

88

com o processo de construção do conhecimento do aluno e não a perfeição estética do produto

final.

Na atual sociedade contemporânea o aluno precisa ser estimulado a se envolver no

processo ensino- aprendizagem, levando-se em consideração de acordo com Piaget suas fases

de desenvolvimento, e de acordo com Vygotsky seu contexto sócio- cultural. Levando-se em

consideração que o lúdico é inerente a criança, as escolas brasileiras deveriam utilizá-lo como

ponto estratégico no desenvolvimento físico e intelectual do aluno.

De acordo com a pesquisa de campo desenvolvido na Escola Estadual de Ensino

Fundamental “Santos Dumont”, verificou-se a complexidade que envolve a aprendizagem

infantil a qual não depende apenas da adequação do espaço físico e/ou da variedade de

recursos. Certamente tais fatores influenciam, contudo não constitui o ponte de equalização

dos problemas uma vez que a qualificação profissional e o compromisso educacional são

pontos fundamentais para real qualidade da educação infantil.

Nota-se que a ausência de uma prática compromissada com a aprendizagem infantil,

está explicita no ensino público, em função de fatores como a falta de estímulo decorrente

dos baixos salários, ausência de capacitação de pessoal, falta de identidade da escola pública,

de uma filosofia e metodologia de trabalho além da observável “falta de tempo” necessária a

mesma, perpetuando assim a escola como mero transmissora de conhecimentos, marcada por

uma ação castradora e diretiva, que não se ajusta à vida dos alunos, não lhes despertando o

prazer de descobrir o conhecimento e não possibilitando a satisfação de criar. Entende-se, que

não convém fazer um pré-julgamento e / ou condenar tais profissionais, mas também o que

não é permissivo é o conformismo com esse desinteresse e descaso.

Assim a autora ao propor atividades para serem desenvolvidas no contexto de sala de

aula pretende favorecer aos docentes reflexões e sugestões de novos horizontes contribuindo

para que haja o favorecimento do lúdico no processo ensino-aprendizagem.

Page 79: Brincar Com Crianca

89

Em suma, deve-se trabalhar a criança, tomando como ponto de partida que esta é um ser

com características individuais e que precisa de estímulos para o seu crescimento e

desenvolvimento, de forma a possibilitar-lhes fatores fundamentais como ,a criatividade, a

capacidade inventiva, a iniciativa e, acima de tudo, o desenvolvimento de um senso crítico,

objetivando o favorecimento da aprendizagem infantil. Isto significa redimensionar às práticas

pedagógicas na aprendizagem infantil, onde o lúdico representa a plena libertação do homem.

Page 80: Brincar Com Crianca

90

6- BIBLIOGRAFIA

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ANEXOS

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ANEXO 01- QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS PROFESSORES(AS )

Prezado ( a ) Professor ( a ):

Estamos realizando uma pesquisa sobre “ O resgate do lúdico na formação de crianças de2ª série do Ensino Fundamental ” na rede pública de Belém / Pará, e precisamos de suacolaboração no sentido de nos esclarecer algumas questões.

Atenciosamente,Lilian Rosy Gomes de Souza

Acadêmica do curso de Pedagogia- Ciência da Educação

Preencha seus dados de identificação e responda as questões específicas que seguem:

Dados de Identificação:Nome:________________________________________________________________Local de Trabalho:______________________________________________________ Idade:_________________________________________________________________

1. Como você definiria as brincadeiras infantis ?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. O que você entende sobre atividade lúdica ?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Como você analisa o uso de atividades lúdicas no processo de ensino- aprendizagem comcrianças de 2ª série do Ensino Fundamental ?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Você utiliza alguma atividade lúdica no contexto de sala de aula ? Em quaiscircunstâncias ?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Na sua opinião quais as possibilidades do emprego das atividades utilizando sucata para odesenvolvimento da capacidade de criação das crianças de 2ª série do EnsinoFundamental ?

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_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ANEXO 02- AUTORIZAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PARAUTILIZAÇÃO DA IMAGEM DOS ALUNOS:

Prezados Responsáveis :

Solicitamos autorização para que o menor

____________________________________________ participe das oficinas de brinquedos

de sucata 2002, permitindo que sejam feitas fotos e filmagens, com a finalidade de ilustrar o

trabalho de pesquisa da aluna Lilian Rosy Gomes de Souza do Curso de Pedagogia- Ciência

da Educação –UNAMA

Atenciosamente,

______________________________________________

Responsável