BRILHO DO SOL - ABRIL.2012

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JORNAL DA APACI

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Chegados a dois mil e doze, vamos sentindo cada vez mais as dificuldades que a

conjuntura socioeconómica nos proporciona. É altura de dificuldades, mas também altura

de unirmos esforços e termos confiança que seremos capazes de, como até agora, pelos

nossos filhos ou educandos, alunos, formandos, utentes ou clientes, conseguirmos ultrapassar

os problemas do dia-a-dia. Que eles merecem tudo, é sabido! Talvez nós todos merecêssemos

também um pouco mais…

É também este o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Solidariedade entre gerações.

A todos os clientes do SAD uma palavra de carinho e de coragem! Há ainda muita vida para

juntar a esses anos!

Neste tempo de Páscoa, tempo de aleluias, é hora de renascer mais fortes e ultrapassar

unidos o que possa parecer inultrapassável. É tempo de abandonarmos o nosso conforto e

mostrar a todos que somos capazes de merecer os verdadeiros milagres que todos os dias

acontecem à nossa volta e que grande parte das vezes nem damos atenção! Nós, todos nós,

somos parte integrante desta obra e sobretudo das vidas de muitas pessoas que contam

connosco para aceder a tudo aquilo a que têm direito! Não os desiludamos!

António Ribeiro

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Atividade Assistida por Animais

Centro de Ensino Especial

No dia 28 de Fevereiro de 2012, durante a manhã, a Ânimas –Associação Portuguesa para a Intervenção com animais de ajudasocial - realizou no Centro de Ensino Especial, uma atividade assistidapor animais, neste caso, um cão.

Nesta atividade, participaram os alunos do CEE, alguns clientesdo Centro de Atividades Ocupacionais, e uma cliente do Serviço deApoio Domiciliário.

A atividade foi pensada para alunos de sala de bem-estar, porser uma atividade que lhes proporciona momentos diferentes eadequados às suas capacidades.

Para esta atividade realizada na Instituição, estiveram presentesdois voluntários da Ânimas. A Ânimas é uma IPSS sem fins lucrativosque visa:

• ceder de forma gratuita cães de serviço (que auxiliamindivíduos com incapacidade motora) – que realizam tarefas comoabrir portas, recolher objetos do chão ou de locais inacessíveis,acender luzes, despir certas peças de vestuário;

• ceder de forma gratuita cães para surdos - que alertam parao toque de uma campainha, para o choro de um recém-nascido,para o alarme de incêndio;

• promover programas de atividades assistidas por animais– ações lúdicas, normalmente realizadas em contexto institucional,com o fim de proporcionar momentos de bem-estar a indivíduos dequalquer idade com ou sem patologia

• promover terapia assistida por animais – uma metodologiade intervenção, realizada por profissionais de saúde, em que o animalé considerado parte integrante do processo terapêutico;

• realizar ações de formação – cursos, seminários, congressos;• realizar trabalhos de investigação no âmbito da utilização de

Cães de Assistência.

Na nossa opinião, a atividade foi muito positiva, por abrangeruma população mais limitada. Observaram-se reações comoaproximação/toque ao cão, iniciativa comunicativa, resposta deagrado/desagrado, pedidos de recorrência, troca de opiniões, turnosde interação, entre outras.

O facto de a atividade ter sido aberta a clientes de outras valênciasrevelou-se um aspeto positivo, visto aumentar as interações entreclientes e funcionários, trocas de opiniões, tornando a atividade maisdinâmica.

Os voluntários trouxeram um cão de raça labrador, consideradode grande porte. Uma vez que a população apresenta grandeslimitações motoras, sugeriram, se houvesse uma próxima atividadedeste género, trazer um cão de pequeno porte para poder sercolocado em cima dos alunos, e mais próximo da face.

Será, com certeza, uma atividade a repetir!!

O CEE - Sofia Fernandes (Assistente Social)Carina Leite (Terapeuta da Fala)

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Centro de Ensino EspecialNouvelle Cuisine – Casada Música

Esta atividade realizou-se no passado dia10 de Janeiro de 2012 na Casa da Música no Portoe contou com a participação de alguns alunos doCentro de Ensino Especial e clientes do Centro deAtividades Ocupacionais, acompanhados pelopessoal docente do Centro de Ensino, um técnicoe auxiliares dos dois centros. Este grupo participouativamente num workshop onde se desmitificaramas diversas funções que alguns instrumentos decozinha podem desempenhar.

Esta atividade teve como propósito estimularo sentido da audição, favorecendo a integração nacomunidade e a promoção de experiênciasmelódicas, rítmicas e sonoras diferentes. Para oefeito, os chefes de cozinha (formadores),devidamente apetrechados compuseram um menumusical. Essa pantagruélica tarefa foi elaboradacom humor q.b. e uma quantidade generosa depratos, tachos, colheres de pau, liquidificadores,varinhas mágicas, copos e outros utensílios queserviram para cozinhar sons e ritmos. Cadaparticipante assumiu o papel de chefe de cozinhae produziu uma mistura sonora original, usufruindode todos os instrumentos disponíveis e de todas aspossibilidades de exploração. Assim, fez-se umasessão teatralizada, servida com boa disposição eque permitiu a todos a exploração de ritmos e sonsdesencadeados com utensílios comuns. Destemodo, proporcionou-se uma importante via deexpressão pessoal, favorecendo a partilha e aautoestima.

De realçar o sentido de unidade e partilhaentre os clientes dos dois centros, que se ajudarammutuamente e interagiram com entusiasmo eeficácia.

Convém destacar ainda a disponibilidadecom que a Casa da Música recebeu este grupo, noâmbito da organização da atividade, adaptando oworkshop às características, necessidades einteresses dos participantes e disponibilizando atéum espaço para a alimentação.

Este dia fantástico foi vivenciado com muitadescontração, alegria, simpatia e claro… música!!

Nunca mais vamos olhar para as frigideirasda mesma maneira!!

O CEE – Fernando Torres (Fisioterapeuta)Ana Pereira (Educadora de Infância)

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Carina Leite – Terapeuta da Fala

RESUMO

A criança/ jovem com Paralisia Cerebral (PC)pode apresentar, dependendo do local da lesãocerebral, alterações nas funções do sistemaestomatognático (respiração, sucção, mastigação,deglutição e articulação verbal).

Pelas características da patologia (alteraçõesmotoras globais e a nível oro-facial), a higiene oralé muitas vezes difícil e desvalorizada por parte doscuidadores.

Porém, cabe ao Higienista Oral conjuntamentecom o Terapeuta da Fala alertar para a importânciaque a escovagem dentár ia tem nestascrianças/jovens, fornecer estratégias para tornaresta tarefa mais facilitada, como forma de prevenirdoenças orais e al terações no sistemaestomatognático.

Assim, o objetivo desta revisão bibliográfica éalertar para a importância que a higiene oral temnestas crianças/ jovens, como forma de preveniralterações no sistema estomatognático.

Palavras-chave: Higiene oral; saúde oral;paralisia cerebral; terapeuta da fala; higienista oral;sistema estomatognático; prevenção.

INTRODUÇÃO

A saúde oral, como parte integrante da saúdeem geral, qualidade de vida e bem-estar, assumegrande importância na vida das pessoas. Uma boasaúde oral passa, em grande parte, por uma boahigiene oral. Nas crianças com comprometimentomotor, como é o caso da Paralisia Cerebral (PC), ahigiene oral, e consequentemente a saúde oral édificultada e, por isso descurada.

A prevenção deve assumir-se como prática detrabalho dos profissionais de saúde, uma vez queos benefícios a longo prazo são notórios; apostandonuma boa higienização dentária, previne-se doenças

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE ORAL COMO FORMA DE DIMINUIRALTERAÇÕES NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO NA CRIANÇA COMPARALISIA CEREBRAL

orais, e consequentemente alterações no sistemaestomatognático. Higienista Oral (HO) e Terapeutada Fala (TF) deverão atuar em conjunto para maiorbenefício da criança/ jovem portadora de PC.

Assim, o objetivo deste artigo é mostrar aimportância que uma boa higiene oral tem nadiminuição de alterações no sistema estomatognáticoda criança/ jovem com PC

1. A CRIANÇA/ JOVEM COM PARALISIACEREBRAL

A Paralisia Cerebral (PC) é uma perturbação dapostura e do movimento, provocada por uma lesãonão evolutiva do sistema nervoso central, duranteo período precoce do desenvolvimento cerebral,limitado, em geral, aos três primeiros anos de vida(Eicher & Batshaw, 1993 in Arguelles, 2001).

Apesar da lesão que provoca a PC não serprogressiva, as suas manifestações clínicas podemalterar-se com o passar do tempo devido àplasticidade (capacidade de reestruturação funcionale estrutural do sistema nervoso central depois deuma agressão) do cérebro em desenvolvimento(Arguelles, 2001).

A incidência da PC situa-se à volta de dois porcada mil recém-nascidos vivos, e tem tendênciapara aumentar porque, apesar da evolução nos

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cuidados médicos neonatais e da prevençãodurante a gravidez, cada vez mais sobrevivembebés com muito baixo peso ao nascimento(Hagberg et al., 1989 in Arguelles, 2001).

São vários os fatores que originam PC, desdeo período pré-natal até ao período pós-natal, sendoo mais frequente a prematuridade (Arguelles, 2001).

Conforme o local da lesão cerebral, a criança/jovem com PC poderá apresentar alterações emtodos ou em apenas algumas das funções dosistema estomatognático: respiração, sucção,mastigação, deglutição e articulação verbal. Estasalterações podem ficar agravadas pela falta decuidados de higiene oral, que leva à perda dedentes e ao aumento de doenças periodontais,sendo por isso de extrema importância a integraçãodo Higienista Oral (HO) e do Terapeuta da Fala(TF) na equipa multidisciplinar.

2. A HIGIENE ORAL NA CRIANÇA/ JOVEMCOM PARALISIA CEREBRAL

Devido ao comprometimento motor que acriança/ jovem com PC apresenta, esta ficadependente de outrem para a realização da maioriasuas atividades de vida diária. Ações que exigemmaior motricidade fina, ou seja maior controlo motor,são geralmente as que dificultam a criança derealizar tarefas básicas, como alimentação, vestire higiene pessoal.

Desta forma, a criança/ jovem depara-se coma necessidade de uma terceira pessoa para auxílioou total realização destas mesmas atividades. Aonível da saúde oral, parecem existir significativasdificuldades por parte do cuidador na manutençãode bons hábitos de higienização oral. Por diversosfatores, esta é muitas vezes não valorizada nascrianças com PC.

A incapacidade motora que dificulta a aberturaoral e a presença de movimentos involuntáriosdificultam a escovagem dos dentes nas crianças/jovens com PC (Aguiar et al., 2000). Para alémdestes fatores, um estudo realizado por Bruto(1990) veio demonstrar que 76% dos pais nuncareceberam orientações sobre como ajudar a mantera saúde oral das crianças/ jovens com PC. Poroutro lado, Aguiar (2000 in Oliveira et al., 2004)refere que a falta de educação, motivação einteresse da família, aliado aos escassosprofissionais especializados no atendimento destapopulação nos seus consultórios, levam a que

estas crianças apresentem um risco elevado deaparecimento de doenças orais. Correia (2006)acrescenta ainda que o acesso à saúde em geralpara estas crianças é dificultado, e que estasdificuldades ficam muito mais marcadas no queconcerne a saúde oral.

Descuidos na higiene oral são a principal causade doenças orais, tais como cárie dental e doençaperiodontal, que por sua vez podem levar à perdade elementos dentários (Camargo, 2005).Exemplos de fatores responsáveis peloaparecimento de cáries nas crianças/ jovens comPC, são anatomia dentária, ação física e químicada saliva e ação mecânica da língua, lábios ebochechas (Aguiar, 1992 citado por Oliveira et al.,2004)..

Filho (1998 citado por Resende et al., 2007)refere ainda que a necessidade de alimentação àbase de pastosos, a higiene dentária precária, adeglutição atípica, o uso prolongado de chupetae/ou biberão e de medicamentos que contêmsacarose ou que provocam xerostomia são fatoresque levam a que as crianças/ jovens com PCfiquem mais sensíveis a alterações na sua saúdeoral, aumentando a prevalência e a gravidade dascáries e doenças periodontais.

As crianças com necessidades especiais,nomeadamente as portadoras de PC, estão maispropensas ao aparecimento de mais cáries, àextração de dentes e a doenças periodontais, emcomparação às crianças ditas normais (Nunn &Murray, 1987 in Oliveira et al., 2004; Camargo,2005).

Tal como referido anteriormente, as alteraçõesdentárias são características da PC. A máhigienização oral é principal causa de doençasorais que por sua vez podem levar ao edentulismo,ou seja, ausência de dentes. Consequentementeàs alterações e ausências dentárias, o bomfuncionamento do sistema estomatognático estaráposto em causa.

3. A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE ORALCOMO FORMA DE DIMINUIR ALTERAÇÕES NOSISTEMA ESTOMATOGNÁTICO NA CRIANÇACOM PARALISIA CEREBRAL

O sistema estomatognático é composto pordois grupos de estruturas bucais: as estruturasestáticas ou passivas (arcos osteodentários, maxilae mandíbula, relacionados entre si pela articulação

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temporomandibular; estão incluídos também outrosossos cranianos e osso hióide) e as estruturasdinâmicas ou ativas (músculos mastigatórios, suprae infra-hioideus, cervicais, faciais e linguais). Estasestruturas, responsáveis pelo funcionamentoharmonioso da face, são equilibradas e controladaspelo sistema nervoso central (Marchesan, 1993;Tanigute, 1998; González, 2000).

Considera-se, geralmente, as seguintes funçõesestomatognáticas: respiração, sucção, mastigação,deglutição e articulação. À exceção da respiração,estas funções são exclusivas do sistemaestomatognático (Marchesan, 1993; Felício, 1999;Ferraz, 2001).

O TF, como profissional da saúde responsávelpela motricidade oro-facial, deve, por conseguinte,actuar ao nível da prevenção das alteraçõesmiofuncionais do sistema estomatognático.

Como exposto anteriormente, as crianças/ jovenscom PC padecem de escassos cuidados de higieneoral. Assim, estão expostas a uma maior incidênciade perdas dentárias. O edentulismo, como resultadode uma higienização oral precária, provocaalterações na mastigação, deglutição e fala,essenciais para a vida de qualquer pessoa.

Como profissionais de saúde, o TF e o HO sãoresponsáveis por atuar ao nível da prevenção.Neste sentido, deverão, conjuntamente, informare consciencializar os cuidadores, formais einformais, das consequências da ausência dahigiene oral.

O HO é o profissional mais habilitado parainformar os cuidadores da importância da higieneoral como prevenção de patologias orais, assimcomo habilitar para a prática eficiente da escovagemdos dentes e gengivas das crianças/ jovens comPC. Por sua vez, o TF deverá contribuir e participarna prevenção de patologias orais, uma vez queestas podem levar a alterações na mastigação,deglutição e fala. É de todo o interesse dos pais eda criança/ jovem estarem informados das possíveisconsequências, isto porque pode estar em causaa saúde de forma geral e a qualidade de vida.

CONCLUSÃO

A higiene oral assume grande importânciana vida das pessoas, pela auto-estima e pelo bem-estar que provoca.

Contudo, esta é frequentemente descuradanas crianças portadoras de PC, apesar da

importância que assume na prevenção de doençasorais e de alterações no sistema estomatognático.

Assim, torna-se fundamental estimularprecocemente nestas crianças o gosto pelaescovagem dos dentes e o uso do fio dentário, eainda consciencializar os cuidadores para aimportância que uma boa higiene oral tem tantona saúde oral (Abreu et al., 2002, Pannuti et al.,2003 in Resende et al., 2007) como na prevençãode alterações no sistema estomatognático.

Com este artigo, foi possível analisar de queforma a higiene oral influencia o sistemaestomatognático, e concluir que o trabalho conjuntoentre TF e HO traria imensos benefícios para afamília e a criança/ jovem portadora de PC.

Assim, considera-se que vários estudospoderiam ser realizados nesta área, nomeadamentea análise dos motivos que levam os cuidadores adescurar a higiene oral destas crianças/ jovens ouainda a prevalência de alterações no sistemaestomatognático (nomeadamente a mastigação)provocadas por uma precária escovagem dentáriae consequente edentulismo.

BIBLIOGRAFIAAguiar, S. et al. (2000). Eficiência de um programa para a

educação e a motivação da higiene buco-dental direcionado aexcepcionais com deficiência mental e disfunções motoras. UNIMEP– Universidade Metodista de Piracicaba. 12(1 e 2): 16-23.

Arguelles, P. (2001). Paralisia cerebral. Em: Puyuelo, M. et al.,A fonoaudiologia na paralisia cerebral – diagnóstico e tratamento.Santos Editora. São Paulo.

Bruto, M. (1990). A importância da educação para saúde bucalda criança portadora de paralisia cerebral: relato de uma experiência.Acedido em 6 de Fevereiro de 2008, em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BBO&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=10863&indexSearch=ID

Camargo, M. (2005). Estudo da prevalência de cárie em pacientesportadores de paralisia cerebral. Dissertação de mestrado. Faculdadede odontologia. São Paulo.

Correia, L. (2006). Saúde oral de crianças portadoras dedeficiência no contexto do sistema único de saúde. Pesquisa brasileiraodontopediatria e clínica integrada. 6(1): 7-8.

Felício, C. (1999). Fonoaudiologia aplicada a casos odontológicos:motricidade oral e audiologia. Pancast. São Paulo.

Ferraz, M. (2001). Manual prático de motricidade oral: avaliaçãoe tratamento. Revinter. Rio de Janeiro.

González, N. (2000). Componentes do aparelho estomatognático.Em: González, N. e Lopes, L., Fonoaudiologia e ortopedia maxilarna reabilitação orofacial. Santos Editora. São Paulo.

Marchesan, I. (1993). Motricidade oral. Visão clínica do trabalhofonoaudiológico integrado com outras especialidades. Pancast. SãoPaulo.

Oliveira, L. et al. (2004). Impacto de um programa de educaçãoe motivação de higiene oral direcionado a crianças portadoras denecessidades especiais. Odontologia. Clín.-Cientif., Recife. 3(3):187-192.

Resende, V. et al. (2007). Fatores de risco para a cárie emdentes decíduos de portadores de necessidades especiais. PesqBras Odontoped Clin Integr, João Pessoa. 7(2): 111-117.

Tanigute, C. (1998). Desenvolvimento das funçõesestomatognáticas. Em: Marchesan, I., Fundamentos emfonoaudiologia. Aspectos clínicos da motricidade oral. GuanabaraKoogan. Rio de Janeiro.

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Centro de Atividades Ocupacionais

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Fomos cantar Janeiras!

Como já é habitual, durante o Mês de Janeiro,os clientes do CAO, na companhia de algunsfuncionários, percorreram o concelho de Barcelos,para celebrar as tradicionais Janeiras. Com cânticosalusivos à temática, animaram varias instituiçõespúblicas, como a Câmara Municipal de Barcelos, aSegurança Social e Bombeiros Voluntários deBarcelos, Barcelinhos e Viatodos. Visitaram também,diversas empresas nas freguesias de Vila Frescaínhade S. Pedro, S. Veríssimo, Galegos de S. Martinhoe Santa Maria, Várzea, Lijó e Vila Boa. Agradecemoso contributo de todos.

Dia dos Afetoscom afeto …

Dia 13 e 14 de fevereiro, apropósito do dia de S. Valentim, os clientesdo CAO celebraram o Dia dos Afetos.Percorreram novamente o concelho, paraagradecer às entidades e empresas quecolaboram com a APACI, oferecendo umapequena lembrança realizada pelospróprios. O feedback foi muito positivo etodos agradeceram este gesto simples deamizade.

No dia 2 de fevereiro, um grupo de jovenscom deficiência provenientes de instituiçõessemelhantes à APACI, da cidade de Sinop, naTurquia, visitaram o CAO, no âmbito de um protocolorealizado com a Escola Secundária de Barcelos.Apesar das dificuldades de comunicação, devido àlíngua, os visitantes demonstraram muito entusiasmoem verificar o que era realizado pelos clientes noCAO e identificaram algumas atividades comuns.A visita terminou com um pequeno lanche. O grupogostou tanto da instituição, que na semana seguinte,novos elementos do mesmo grupo, voltaram a S.Veríssimo para visitar o CAO.

Turquia na APACI

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Centro de Atividades Ocupacionais

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Projeto de escultura com novos artesãos

O projeto de parceria com os artesãos do barro, do concelho de Barcelos, iniciado em janeirode 2011, já deu novos frutos, isto é, novas peças. O objetivo desta ação é surgir uma peça, daparceria entre um ou mais clientes e um artesão, e que irá fazer parte de uma exposição no final doprojeto. Cada peça terá o cunho de dois "artistas", o nosso cliente e o artesão. Relembramos quejá tivemos a colaboração de Júlio Alonso, Joaquim Esteves e Jesus e Eduardo Pias no início do anoanterior. Em Novembro visitamos o atelier da Júlia Ramalho, da Laurinda Pias e Conceição Messias,Fernando Morgado e irmãos Mistério. Em janeiro continuamos o roteiro dos artesãos e voltamos àsvisitas, desta vez aos artesãos Baraças e Júlia Côta. Nelson Oliveira visitou as nossas instalaçõese criou as suas peças no CAO, em conjunto com os clientes. Em fevereiro visitamos Maria de LourdesFerreira, Carlos Dias, João Ferreira e Manuel Macedo. Na atualidade, já contamos com uma "coleção"de peças, graças ao contributo de vários artesãos de figurado e posteriormente contaremos com acolaboração de artesãos de olaria. Obrigada a todos os artesãos que já colaboraram connosco.

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Participação no torneio de natação regional do nortede inverno

A ANDDI organizou em parceria com a nossa instituição otorneio de natação regional do norte de inverno. Este evento ocorreuno dia 24 de janeiro na Piscina Municipal de Barcelos. Participaramnas atividades os formandos Ana Raquel Silva, Joana Gonçalves,Vanessa Pereira, Hugo Pinheiro, José Francisco, Aleixo Pereira eRuben Figueiredo.

Participação no torneio de futsal

A ANDDI organizou em parceria com a nossa instituição o torneio de futsal que decorreu no pavilhãodo parque da cidade. Nesta fase ficaram apuradas as equipas de APADIMP – PENAFIEL E APACI-BARCELOS que seguirão para a fase distrital que se realizará em Sabrosa no dia 12 de Abril. De realçarque a equipa da casa – APACI – ficou em primeiro lugar.

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VISITAÀ RESULIMA

No dia 30 de Janeiro de 2012o grupo de formação profissionalrealizou uma visita à Resulima.Saímos do centro de formação às9.30h e chegámos a Viana do Casteloàs 10.30h. Quando chegámos fomosmuito bem recebidos, divididos emdois grupos, cada um com a sua guia.A nossa guia explicou- nos que o lixotem lugares completamente diferentes.Para o aterro sanitário ia um tipo delixo e o separado ia para o outro lado.O aterro sanitário tem a área de 10campos de futebol como o do Gil. Porcima do lixo colocam terra que é parao lixo não andar pelo ar e para quenem as gaivotas peguem nele. Depoisfomos ver os locais do lixo separado.Deu para perceber que o papel, oplástico e o vidro que deitamos emcontentores de cores diferentes nuncase juntam. Vai o papel para um lado,o plástico para o outro e o vidro parao outro. Os camiões que recolhem olixo também são diferentes. O camiãoque recolhe o lixo para o aterro éamarelo e também branco, o camiãoque recolhe o lixo separado é brancoe está dividido em duas partes; umaé para o papel e a outra é para oplástico. Os camiões entram e sãopesados numa balança e depois é quevão despejar o lixo nos seus devidoslugares.

Texto produzido pela formanda AnaMaria Carlos

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Trabalho de investigação efetuado no centro deformação profissional

Uma aluna da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima realizou o seu estágio de final de cursono centro de formação profissional. O tema do seu trabalho foi a “Avaliação dos efeitos da horticulturaterapêutica no âmbito da formação profissional de jovens com deficiência intelectual” e teve como objetivoavaliar o bem-estar e a melhoria da saúde física, mental e emocional dos jovens que frequentam o cursode agricultura biológica. Após os três meses de estudo e com base nos inquéritos aos jovens, aosformadores e as entrevistas aos familiares destes é possível afirmar que ao longo deste período houvealgumas transformações tanto a nível pessoal, social, psicológico e até físico em todos os jovens emestudo. Para a grande maioria destes jovens a prática da agricultura é uma forma de esquecerem os seusmedos, problemas e dificuldades a que são submetidos dia-a-dia. A prática das atividades agrícolasestimulou o trabalho em grupo e a cooperação mútua; atuou sobre conflitos e ensinou a respeitar a opiniãodo outro; desenvolveu o senso crítico, os potenciais e a criatividade; proporcionou o trabalho comindependência e ao mesmo tempo aumentou a consciência do mundo à sua volta. Os jovens ganharammais responsabilidades, competências e amigos. Graças a esta terapia a vida destes jovens mudou paramelhor, verificou-se um aumento da sua qualidade de vida, e fez com que os seus familiares ficassemmais orgulhosos e lhes dessem o devido valor. Em conclusão, os jovens envolvidos neste estudo revelaram-se bastante interessados neste projeto e manifestaram evoluções significativas em vários aspetos,nomeadamente a mudança de atitude e a capacidade para enfrentar novos desafios, apresentando umclaro aumento na auto-estima devido ao facto da agricultura ser considerada um trabalho útil e importantepara a sociedade em que estão inseridos.

Custódia Gonçalves (Eng. Agrícola)

Visita à P&R têxteis

O grupo de futebol fez uma visita àempresa P&R têxteis para agradecer o factode a empresa ter oferecido os fatos de treinoe equipamentos para a nossa equipa. A equipa,as treinadoras e a direção da APACI chegaramà empresa por volta das 10 horas do dia 26 dejaneiro de 2012.

Quando chegámos fomos logo recebidospelo chefe da empresa e mais 3 colaboradoras.De seguida tiraram-nos uma fotografia do grupoe deram-nos uma folha para ajudar a conhecermelhor todos os procedimentos da fábrica. De seguida o Sr. Duarte Nuno Pinto fez-nos uma visita guiadapela fábrica. No final da visita tivemos a grande surpresa de vermos o nosso grupo exposto numa grandefotografia e não faltou um bom lanche.

A D. Eduarda agradeceu em nome do grupo e da instituição e ofereceu umas lembranças da APACI.A Empresa ofereceu-nos camisolas e um chapéu. E assim acabou a visita.

Texto produzido pelos formandos Hugo Pinheiro, Vitor Carvalho, Sérgio barbosa, Rui Maia,Tiago Gonçalves e Rafael Sousa.

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A APACI foi acreditada nos termos do Aviso nº 22914, como Centro de Recursos para a Inclusão pela DireçãoGeral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), integrando desde Setembro de 2008 a Rede Nacionalde Centros de Recursos para a Inclusão. Esta estrutura visa promover os princípios de inclusão educativa e sociale a promoção de igualdade de oportunidades, expressos na Declaração de Salamanca e no DL nº 3/2008, atravésde parcerias com Agrupamentos de Escolas, Escolas e outras entidades públicas ou privadas.

O Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) é um serviço da APACI que funciona mediante projetos quadrienaissubmetidos a aprovação do Ministério da Educação, e de planos de ação anuais. É destinado ao trabalho de parceriacom Escolas de Ensino Regular, no apoio a crianças e jovens com necessidades Educativas Especiais (NEE) decarácter permanente.

O objetivo geral do CRI é apoiar a inclusão das crianças e jovens com deficiências e incapacidade, em parceriacom as estruturas da comunidade, no que se prende com o acesso ao ensino, à formação, ao trabalho, ao lazer,à participação social e à vida autónoma, promovendo o máximo potencial de cada indivíduo.

O Centro de Recursos para a Inclusão da APACI (CRI) visa constituir um serviço para a comunidade e com acomunidade de forma a maximizar as competências dos alunos com deficiência ou incapacidade, promovendo osucesso escolar, a formação e a inclusão social dos mesmos. Este funciona como uma estrutura de suporteespecializado mobilizando os recursos humanos e materiais que dispõe em prol da construção de uma rede detrabalho de parcerias com os agrupamentos de escolas do concelho de Barcelos e Esposende.

Os destinatários são Alunos com NEE, cujas idades se situem entre os seis e os dezoito anos, abrangendo umtotal de 121 alunos repartidos por 13 Agrupamentos de Escolas e por dois concelhos, Barcelos e Esposende.

Atualmente apoiamos 5 Unidades de Apoio Especializado para a Educação a Alunos com Multideficiência(UEAM), ou seja, Cávado Sul, Várzea, Gonçalo Nunes, Vila Cova e Marinhas. Apoiamos também 3 Unidades deEnsino Estruturado para a Educação de Alunos com Perturbações do Espetro do Autismo (UEEA), ou seja, duasem Vale do Tamel (uma de 1º Ciclo e outra de 2º Ciclo) e a Unidade de Terras do Baixo Neiva (1º Ciclo).

No que concerne os Recursos Humanos, dispomos da seguinte equipa:-1 Psicóloga,-1 Fisioterapeuta,-2 Terapeutas da Fala-2 Terapeutas Ocupacionais.

Para além dos apoios terapêuticos, 45 alunos dos Agrupamentos estão a frequentar (uma vez por semana) oseu Plano Individual de Transição nas nossas estruturas do Centro de Formação Profissional e Centro de AtividadesOcupacionais.

Elisa Tinoco (Psicóloga)

Centro de Recursos para a Inclusao

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Telefone/Fax: 253822113Email: [email protected]

Site: www.cm-barcelos.pt/

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Lar Residencial

Visita do Grupo de Jovens de Pedregais, Vila Verde

Ceia de Reis

Mais um ano e mais uma Ceia deReis. Esta atividade tem vindo a serrealizada nos últimos anos no LarResidencial, estando mesmo a tornar-se a“tradicional Ceia de Reis”, pois é ummomento agradável de confraternizaçãoentre os clientes, com os colaboradores emembro da Direção da APACI. É tambémnesta Ceia de Reis que é efetuada a trocade prendas.

No dia 3 de Março, Sábado, o LarResidencial recebeu a visita do grupo de jovensde Pedregais de Vila Verde. Estes jovens já setinham deslocado ao Lar Residencial da APACIem anos anteriores, pelo que, foi com muito agradoque os nossos clientes os receberam, estandobastante entusiasmados. Como os jovens jáconheciam os nossos clientes trouxeram-lhes umasprendas personalizadas, deixando os clienteseufóricos com a surpresa. Este grupo de jovenstambém ofereceu à Instituição roupas e alimentos.O nosso Muito Obrigada e bem-haja por estasações.

JUNTA DE FREGUESIADE LIJÓ

 LIJÓ - BARCELOS

Confecções Quinhamar, Lda.

Lugar de Fraião - T. S. Veríssimo • 4750 BARCELOS

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Todas as empresas procuram os mais altos padrões de qualidade e eficiência. A

experiência provou que, com formação apropriada e apoio por parte das organizações,

as pessoas com deficiência tornam-se empregados valorizados, tal como qualquer outro

trabalhador.

Todavia a contribuição que as pessoas com deficiência estão aptas a dar como

membros da força de trabalho de uma organização, muitas vezes não é reconhecida. Tal

deve-se mais à falta de conhecimentos e prevalência de preconceitos do que propriamente

às limitações das próprias pessoas com deficiência.

Uma empresa que assuma um papel ativo ao nível da responsabilidade social e

promova a igualdade de oportunidades, projeta a sua imagem de forma positiva, refletindo-

se no comportamento dos consumidores, dos funcionários e dos fornecedores.

Vai ser com certeza o caso da Pastelaria O Regresso e da empresa Malhas Loureiro

que no início do presente ano contrataram dois novos colaboradores que frequentaram

o Centro de Formação Profissional e do serviço de Apoio à Colocação da APACI.

Elsa Silva (Psicóloga)

CENTRO DE RECURSOS LOCAL

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Avaliação da satisfação

Tendo a APACI na sua política da qualidade assumido o compromisso para com a satisfação das necessidades eexpectativas legítimas dos seus clientes e famílias e outras partes interessadas, importa avaliar até que ponto osseus clientes, famílias, colaboradores, parceiros e fornecedores estão satisfeitos com a aprestação da Instituição.Esta avaliação é feita através dos questionários de avaliação da satisfação e cujos resultados passamos a descrever.Ao nível global, a APACI obteve os seguintes resultados relativamente ao ano de 2011:

Resultados globais da avaliação de satisfação de clientes e familiares Grau satisfação

Centro de Actividades Ocupacionais 72%

Centro de Ensino Especial 69,25%

Centro de Formação Profissional 85%

Lar Residencial 85,25%

Serviço de Apoio Domiciliário 75%

Familiares 79,25%

Média da Instituição: 78%

Resultados globais da avaliação de satisfação de colaboradores Grau satisfação

Satisfação na Comunicação 76%

Satisfação no Cumprimento do serviço 77%

Satisfação na acessibilidade física, temporal e relacional 74,05%

Satisfação na segurança, saúde e higiene 65,72%

Média da Instituição: 73%

Resultados globais da avaliação de satisfação de parceiros Grau satisfação

Satisfação na Comunicação 76,18%

Satisfação no Cumprimento do serviço 80,00%

Satisfação na acessibilidade física, temporal e relacional 83,30%

Média da Instituição: 79,83%

Resultados globais da avaliação de satisfação de fornecedores Grau satisfação

Satisfação na Comunicação 90,99%

Satisfação no Cumprimento do serviço 91,43%

Satisfação na acessibilidade física, temporal e relacional 87,89%

Média da Instituição: 90,10%

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Qualidade

Paula Sousa (Gestora da Qualidade)

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«O Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno… para fazer de mim a luz das nações»(cf. Is 49, 1 e 6).

Recusadas «oficialmente» as raízes cristãs da Europa,assistimos hoje a fenómenos crescentes de marginalização,de fundamentalismos e extremismos que a todos preocupam.Afectou-se profundamente o tecido familiar e reduziu-se oconceito de felicidade ao ter, à posse e consumo de bens.Nestas circunstâncias, onde está o valor de cada pessoa?Sobretudo daquela que se apresenta na sociedade como«desprovida de bens»? Sejam eles o da saúde, o do dinheiro,o da cultura, tantas vezes reduzido a um título académico?

O texto do profeta Isaías acima citado lembra-nos duasgrandes verdades que têm atravessado os séculos e quebem podem ser consideradas respostas para as crisesdo nosso tempo, mais de ordem civilizacional ou devalores do que de ordem apenas económica. Só quepartem de algo fundamental a que temos de voltar: aexistência de um Deus que nos cria por amor e parauma missão. Sim, nós vimos de Deus, somos fruto deum amor que precede mesmo o gesto criador dos nossospais, um amor que se mantém ininterrupto durante todaa nossa história de vida temporal, dá sentido aos anseiose procuras e nos faz encontrar o que desejamos num«para sempre» feliz. Este amor implica uma missão:somos criados por amor para algo.

Destas duas verdades nasceram, ao longo dahistória do cristianismo, inúmeras instituições que dãovisibilidade ao amor de Deus, traduzindo-o no apoio aosmais necessitados. Falamos, então, das Misericórdias, daAPACI, dos Centros Sociais e de tantas outras obrasassistenciais em que os cristãos se organizam para maisfacilmente fazerem sentir uns aos outros o amor que osmove na vida.

Provavelmente estaremos a pensar apenas naquelesque «servem» os outros, os tais necessitados. Gostariade não alimentar este reducionismo para me situar diantedos tais necessitados e dizer que cada um deles é tambémcriado por amor de Deus para uma missão. Qual?

O mundo do sofrimento é muitas vezes marginalizadocomo algo indesejável e inconveniente. Pois bem, todosaqueles que sofrem deficiência física ou mental, ou aquem uma doença bate á porta, não são menos pessoasou pessoas incompletas. Também têm uma missão. Queseria do nosso mundo, tantas vezes cruel, sem sinais defragilidade que nos interpelam todos os dias?!

E quem não inveja os sorrisos francos e intensos semtravões de inocentes? Ou quem não se interroga diantedos «gritos» inesperados que até podem «incomodar» asnossas «normais» rotinas?a passagem da gente da APACI, rua Direita abaixo, manifestauma missão muito própria destes nossos irmãos: Sorrir.Sorrir, dizendo que o sorriso é possível apesar e no meiodas crises. Sorrir, anunciando que o mundo se transformae transforma as cruzes em madrugadas de ressurreição.Sorrir, dizendo a todos e a cada um que, no amor eterno de Deus, há lugar para a ternura, para a compaixão, paraa fragilidade, para a dor… Não foi este o caminho que Jesus mostrou à humanidade? Um Calvário que dá semprelugar ao anúncio da vitória da vida sobre a morte. E não será disso mesmo que a humanidade mais precisa hoje?

P. Abílio Cardoso

Uma missão – SORRIR