Brasilia mitos e realidades

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS BRASÍLIA: MITOS E REALIDADES Elizama Martins Larissa Rabelo Marcelo Daniel Trindade Sulamita Fassbinder

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

BRASÍLIA: MITOS E REALIDADES

Elizama Martins

Larissa Rabelo

Marcelo Daniel Trindade

Sulamita Fassbinder

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BrasíliaTanto o projeto urbanístico de Lúcio Costa quanto a moderna arquitetura dos edifícios

desenhados por Oscar Niemeyer conferem a Brasília características que não encontram

paralelo em qualquer outra cidade do mundo.

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MOTIVOS

Entre os objetivos básicos para a mudança da capital, destacavam-se: obedecer à

Constituição de 1891, reafirmada pela de 1946; integrar o interior do país; gerar

empregos; ocupar parte da mão-de-obra nordestina; e promover o desenvolvimento do

interior do país, contribuindo para desafogar a Região Centro-Sul.

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Qualquer arquiteto pode sonhar uma cidade. Mas quantos sonharam cidades e as viram

construídas? Lúcio Costa (1902-1998) foi um daqueles poucos privilegiados que, em vida, sonhou,

desenhou, construiu e viu florescer “sua” cidade.

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Concorreram 26 projetos, dos quais 16 foram eliminados na seleção prévia. Entre

os que ficaram estavam o de Lúcio Costa, o de Nei Rocha e Silva, e de Henrique

Mindlin, o de Paulo Camargo, o de MMM Roberto e o da firma Construtec.

PLANEJAMENTO

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Lúcio Costa não pretendia participar do concurso para escolha do “Plano Piloto” da nova

capital, e partiu em viagem aos Estados Unidos.

Só ao final do prazo de inscrições teria sentido necessidade de se desvencilhar de uma

ideia que segundo suas palavras tinha surgido, quase pronta, em sua mente, durante a

viagem de volta ao Brasil.

Mandou comprar algumas folhas de papel de desenho, alguns lápis de desenho, uma

caixa de lápis de cor, e esboçou a ideia: um texto escrito à mão, com 15 desenhos

simples e um plano geral a cores.

Foi entregue minutos após o encerramento do prazo oficial.

O PLANO PILOTO

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1947

A partir de dois traços, em forma de cruz, no branco do papel, iniciou-se o esboço de um projeto

urbanístico que entrou para a história. Em 1987, ela se tornou a primeira cidade moderna do

mundo a ser tombada pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade.

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O projeto consistiu basicamente no Eixo Rodoviário (ou "Eixão") no sul, e Eixo Monumental no sentido leste-oeste. A criação arquitetônica dos monumentos centrais foi designada Niemeyer. O Eixo Rodoviário é formado pelas asas Sul e Norte e pela parte asas se encontram sob a Rodoviária do Plano Piloto. As asas são áreas compostas basicamente pelas superquadras residenciais, quadras entrequadras de lazer e diversão (onde há também escolas e igrejas).O Eixo Monumental é composto pela Esplanada dos Ministérios e Três Poderes, a leste; a rodoviária, os setores de autarquias, setores setores de diversão e setores hoteleiros em posição cêntrica; a torre de televisão, o Setor Esportivo e a Praça do Buriti, a oeste.

O PROJETO

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Arquitetura de Niemeyer

Os modernos edifícios do poder público, em Brasília, são apenas uma pequena parte da

mundialmente conhecida obra do arquiteto Oscar Niemeyer.

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CONSTRUÇÃO

A construção de Brasília demorou quase quatro anos, mas depois de três anos a

maioria dos seus principais edifícios estavam prontos.,

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CONSTRUÇÃO

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OS CUSTOS

Brasília custou cerca de um bilhão de dólares. Este custo extremamente elevado deveu-

se, em parte, a ausência de estradas de ferro e de rodovias bem traçadas para levar o

material de construção.

A solução foi transportar o material de construção por via aérea, fato que encareceu

muito o custo das obras.

Alem dos materiais utilizados em grande parte terem vindo dos Estados Unidos.

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Para muitos a nova capital era vista como a consagração ou no mínimo o ponto de partida

indispensável de um suposto projeto nacional a despertar toda sorte de ufanismos e ilusões.

Brasília seria a nova capital do futuro, de esperança, afirmação de cultura nacional.

A NOVA CAPITAL E O NACIONALISMO

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Opiniões todas, a atestar a ideologia nacionalista com a qual foi envolta Brasília, como de resto continua

acontecendo com todos os chamados “grandes projetos nacionais” que a sucederam. E se para muitos, tal

desígnio supostamente nacional se objetivaria em Brasília, tida como parte integrante dele, e se esta crença era

então necessária a aceitação da nova capital, é preciso também reconhecer que na Brasília verdadeira, desde o

seu começo, existiu, no mínimo, uma imensa distancia entre a sua suposta intenção e o gesto.

A NOVA CAPITAL E O NACIONALISMO

Mas uma ideia, Lucio Costa tinha: “se Brasília é um fenômeno puramente brasileiro, é uma cidade de filiação

francesa.”

Como se vê, e conhecendo-se a historia de Brasília, pode-se de fato afirmar que existe uma profunda

semelhança, não apenas formal e estética, mas, sobretudo no que se concerne às intenções sociais e politicas

materializadas

A nova compulsão arquitetônica tinha objetivos muito bem explicitados: a cidade deveria tornar evidente, em seu

corpo inanimado, que agasalhava um estado poderoso e uma rica burguesia...a nova estética não era apenas

um pretexto para se conseguir uma cidade militarmente

A remodelação de Paris, então, não e uma obra motivada exclusivamente por razoes de engenharia militar, ainda

que isso estivesse presente na consciência do remodelador, além da especulação imobiliária

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Portanto, Lucio Costa, além daquilo que ele afirma, tem motivos de

sobra para continuar dizendo que em Brasília faz-se presente a

herança do urbanismo bonapartista, ao qual se somam espaços

cujas características fundamentais são encontradas originariamente

nas cidades monumento da antiguidade

A NOVA CAPITAL E O NACIONALISMO

Tratava-se então da intensão de fazer de Brasília a síntese de uma suposta cultura urbanística sem

nacionalidade definida. O que se buscava era uma cidade internacional, que no caso, e apenas por razões

circunstanciais, seria construída no planalto, central do Brasil.

Monumentalidade que, no caso de Brasília seria completada pelo “hall

dos ingleses, extensos gramados destinados a pedestres, a paradas e

desfiles.” E não faltaria, na visão dele, na capital do Brasil, uma

“mistura em termos adequados de Piccadilly Circus, Times Square e

Champs Elypsées”

Tratava-se também de uma profunda dependência cultural e ideológica que não desaparece, apenas pela

originalidade de certas formas arquitetônicas projetadas por Niemeyer e que muitos gostam de alardear, ou por

outras inovações, contidas em Brasíliamas que somente por obra de uma extrema ironia podem ser

apresentadas como “testemunho da maturidade intelectual do povo que a concebeu.”.

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A estandardização (homogeneização e uniformização), a

racionalização e a unifuncionalidade dos espaços

obedecem, talvez, ao máximo que é possível uma cidade

obedecer: a mesma racionalidade, a mesma logica

produtivista que caracteriza a organização da produção

feita nas grandes indústrias, que funcionam sob o

controle do capital.

A IDEOLOGIA DA ‘‘ORDEM E PROGRESSO”

Brasília supostamente deveria ser – enquanto cidade tecnocraticamente planejada e espaço privilegiado do

Estado – a expressão de uma arquitetura e de uma cidade “neutras”, definidas apenas pelas expressões escala,

harmonia, pureza.

Juscelino Kubitschek não foi apenas um presidente que

estimulou a realização de um segundo processo de

industrialização capitalista dependente no brasil. Ele

mostrou também, como poucos fizeram uma rara

sensibilidade para as questões da arquitetura enquanto

suporte de praticas politicas, e ideológicas.

A “ordem e progresso” tão exaltados por Augusto Comte, no seu Catecismo Positivista, e transformados aqui em

lema nacional, deveram em Brasília reunir-se de forma exemplar; a existência de um dos termos não poderia

significar a negação do outro, antes pelo contrario

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DESIGUALDADE SOCIAL NO ENTORNO DO PLANO DIRETOR

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CONCLUSÃO

Brasília é, portanto, uma síntese do Brasil com seus aspectos positivos e negativos,

mas é também testemunho de nossa força viva latente de um espírito nacionalista,

fortemente ligada a ambições próprias. Do ponto de vista arquitetônico, seu urbanismo e

sua arquitetura, ficaram reconhecidas mundialmente, pela inovação e criatividade,

entretanto essa qualidade de vida, desfrutada por quem habita o Plano Piloto, tem um custo

alto para a maioria da população, que mora nas periferias. Enquanto a cidade possui cerca

de um automóvel para cada duas pessoas (maior índice do país), o seu transporte coletivo

leva pouco mais do que um passageiro por quilômetro percorrido de linhas de ônibus,

número que chega a ser quatro vezes menor do que o de cidades de mesmo porte. Esse

baixo índice, que torna a tarifa de ônibus em Brasília uma das mais caras do país. A

periferização, que em outras grandes cidades se deu por pressões do mercado imobiliário,

no DF foi instituído pelo próprio governo., desde o processo de implantação dos núcleos

urbanos, que foram extremamente segregacionista desde sua origem.

Pouco mais de uma década depois, surgia ao lado de Taguatinga aquela que seria a maior

cidade-satélite do DF: Ceilândia que no o censo de 1980, já possuía uma população maior

que a do Plano Piloto.

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Fim