BR9o&3oL{J - IAEA
Transcript of BR9o&3oL{J - IAEA
BR9oamp3oLJ_
EMANOEL HENRIQUE CASTRO GOMES
INFLUENCIA DE EFEITOS NAtildeO BINAMOS
NO MEacuteTODO DE CASCATA INTRANUCLEAR
T E S E
o E
M E S T R A D O
CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS F IacuteS ICAS
R I O OE JANEIRO
1 9 8 5
SUMARIO
RESUMO i
LISTA DE FIGURAS Uuml
INTRODUCcedilAtildeO I
CAPIacuteTULO 1 A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias 1
1 Motivaccedilatildeo 1
2 Fontes Experimentais 3
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densi_
dades e Temperaturas 4
4 Aspectos Experimentais 6
CAPITULO 2 Diferentes Aspectos Envolvidos no Meca
nismos de Reaccedilatildeo 13
1 Geometria da Colisatildeo 13
2 Evidecircncia Experimental para Colisotildees
Muacuteltiplas 16
3 Espectro Inclusivo de Protons 19
4 Produccedilatildeo de Pions 20
CAPIacuteTULO 3 Modelos Empregados no Tratamento das
Reaccedilotildees Nucleares 23
1 Introduccedilatildeo 23
2 Descriccedilatildeo dos Modelos 24
21 Modelos hidrodinacircmicos 24
211 Regiatildeo de Aplicabilidade 24
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica 26
213 Comparaccedilatildeo com Dados Experimentais 31
22 Modelos Teacutermicos 31
221 Modelo de Bola de Fogo 32
222 Modelo de tiras de Fogo 32
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Movimento 35
24 Cascata Intranuclear 36
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos 39
CAPIacuteTULO 4 A Importacircncia de Efeitos natildeo Binaacuterios nos
-Resultados Calculados com CIN 41
0 Introduccedilatildeo 41
1 Tratamentos Utilizados 42
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA 43
21 EQCLAS 44
22 CASCATA 48
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial 50
CAPIacuteTULO 5 Resultados e Anaacutelises 52
1 Introduccedilatildeo de um Sistema-Modelo para
Anaacutelise dos Resultados 52
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-i
Nuacutecleon 55
12 Procedimentos para Obtenccedilatildeo dos Resultados 56
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados 58
2 Formaccedilatildeo de Onda de Choque r-i Mateacuteria
Nuclear 64
21 Sistema-Modelo para Analise da
Formaccedilatildeo de Onda de Choque 64
22 Observaccedilotildees e Analise de Dados 68
CONCLUSSO 76
APEcircNDICE - mdash A 78
APEcircNDICE -laquo-- B 80
APEcircNDICE lt-~ C 84
APEcircNDICE mdash D 91
BIBLIOGRAFIA 96
RESUMO
Ecirc feita uma anaacutelise da importacircncia dos efeitos de
processos natildeo binatilderios no meacutetodo de Cascata Intranuclear vi-se
que nos estaacutegios onde a densidade ecirc maior as colisotildees natildeo bi
naacuterias levam a distribuiccedilotildees de densidade bariocircnica e de rapidez
diferentes das obtidas utilizando o meacutetodo de Cascata Intranu
clear usual (restrito agraves colisotildees puramente binatilderias) Discute-
se a validade da aplicaccedilatildeo do meacutetodo de Cascata Intranuclear
binaria na simulaccedilatildeo do equiliacutebrio teacutermico transparecircncia nu
clear e produccedilatildeo de partiacuteculas
ii
F I G U R A S
1 - Massas de trojecirctil e energias representativas de aceshy
leradores (te ions pesados
2 - Possiacutevel fases da materia nuclear em altas densidashy
des e temperaturas As linhas tracejadas indicaraquo os
possiacuteveis domiacutenios de densidade e temperatura que se
espera atingir em colisotildees nucleares em diferentes
energias incidentes Os caminhos a e b ilustram difeshy
rentes maneiras em que a energia disponiacutevel pode ser
usad ou para compressatildeo ou para excitaccedilaacuteo interna
d hadrons
3 - Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca + Pb em
21 AGev onde se vecirc
fi) colisatildeo perifeacuterica
(b) colisatildeo um pouco mais violentaraquo mas natildeo frontal
(c) colisatildeo frontal
4 - (a) espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons na coshy
lisatildeo C+C a 21 GevA
(b) espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA
(c) espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA
5 - Representaccedilatildeo diagramacirctica do modelo participante-es-
pectador e a regiatildeo cinemaacutetica em que as partiacuteculas
a-gt possiacuteveis de ser emitidas
8
9
10
11
12
13
6 - (a) seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nushy
clear para fragmentos do projeacutetilraquo quando comparashy
da com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
(b) seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas a grandes acircngushy
los quando comparadas com a eq 38 com Zeff dashy
do pela eq 37
18
7 - Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protons na colisatildeo C+C a 800 MevA
Os valores observados do grau de coplanaridade C deli
nido pela eq 38 satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do proton 19
8 - Espectro de energia de proton em e_=9Q9 em colisotildees a
800 AMev de C+C Ne+NaP e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como
exp (-E^IECcedil)) 21
9 - Multiplicidade meacutedia de pions 22
10 - Multiplicidade meacutedia de protons 2
11 - Espectro de energia de pions para acircngulo 9 C Ma 9 0 ccedilraquo n a s
reaccedilotildees de Ne+NaP atildes energias incidentes EinAraquo0408
e 1 Gev 23
12 - Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com ions pesados
na faixa EinAlt2 Gev Xraquolivre caminho meacutedio R-dimen-
satildeo do sistema Tlaquotempo de relaxaccedilatildeo tlaquoescala de
tempo do processo ddistacircncia meacutedia entre nucleons e
olaquoseccedilatildeo de choque total de nucleon-nucleon 24
13 - Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de mateacuteria calculada
com um modelo hldrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs di-
ferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de impacshy
to sao sedidos em unidades do paracircmetro de impacto macircxi
bullo que corresponde acirc soma dos raios do projeacutetil e do ai
vo A energiaraquo por nucleon do feixe incidente ecirc 250 Hav 29
14 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados expe
rimentais de espectro de energia de partiacuteculas carrega-
20 238 das da colisatildeo de Ne + U em uma energia de labora
tocircrio de 250 NevA Os histogramas na coluna da esquershy
da datildeo os resultados calculados com o modelo de um uacutenishy
co fluido e aqueles da direita dagraveo os resultados ca leu
lados com o modelo de dois fluidos 29
15 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
fireball e firestreak com resultados experimentais de
espectros de energia em pequenos acircngulos da colisatildeo
20Ne + 2 3 8uuml a 250 AHev 32
16 - Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais 35
17 - Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de Man
te Cario) levando em conta o movimento de Fermi compa
rados com dados experimentais 38
18 - Representaccedilatildeo do potencial que i utilizado no modelo
EQCLAS Rnraio de interaccedilatildeo Vcpotencial constante na
regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos raios
r_ e r onde r_ eacute o raio que define a esfera de po -c n c
tencial infinito 42
M - Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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[]
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
SUMARIO
RESUMO i
LISTA DE FIGURAS Uuml
INTRODUCcedilAtildeO I
CAPIacuteTULO 1 A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias 1
1 Motivaccedilatildeo 1
2 Fontes Experimentais 3
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densi_
dades e Temperaturas 4
4 Aspectos Experimentais 6
CAPITULO 2 Diferentes Aspectos Envolvidos no Meca
nismos de Reaccedilatildeo 13
1 Geometria da Colisatildeo 13
2 Evidecircncia Experimental para Colisotildees
Muacuteltiplas 16
3 Espectro Inclusivo de Protons 19
4 Produccedilatildeo de Pions 20
CAPIacuteTULO 3 Modelos Empregados no Tratamento das
Reaccedilotildees Nucleares 23
1 Introduccedilatildeo 23
2 Descriccedilatildeo dos Modelos 24
21 Modelos hidrodinacircmicos 24
211 Regiatildeo de Aplicabilidade 24
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica 26
213 Comparaccedilatildeo com Dados Experimentais 31
22 Modelos Teacutermicos 31
221 Modelo de Bola de Fogo 32
222 Modelo de tiras de Fogo 32
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Movimento 35
24 Cascata Intranuclear 36
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos 39
CAPIacuteTULO 4 A Importacircncia de Efeitos natildeo Binaacuterios nos
-Resultados Calculados com CIN 41
0 Introduccedilatildeo 41
1 Tratamentos Utilizados 42
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA 43
21 EQCLAS 44
22 CASCATA 48
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial 50
CAPIacuteTULO 5 Resultados e Anaacutelises 52
1 Introduccedilatildeo de um Sistema-Modelo para
Anaacutelise dos Resultados 52
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-i
Nuacutecleon 55
12 Procedimentos para Obtenccedilatildeo dos Resultados 56
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados 58
2 Formaccedilatildeo de Onda de Choque r-i Mateacuteria
Nuclear 64
21 Sistema-Modelo para Analise da
Formaccedilatildeo de Onda de Choque 64
22 Observaccedilotildees e Analise de Dados 68
CONCLUSSO 76
APEcircNDICE - mdash A 78
APEcircNDICE -laquo-- B 80
APEcircNDICE lt-~ C 84
APEcircNDICE mdash D 91
BIBLIOGRAFIA 96
RESUMO
Ecirc feita uma anaacutelise da importacircncia dos efeitos de
processos natildeo binatilderios no meacutetodo de Cascata Intranuclear vi-se
que nos estaacutegios onde a densidade ecirc maior as colisotildees natildeo bi
naacuterias levam a distribuiccedilotildees de densidade bariocircnica e de rapidez
diferentes das obtidas utilizando o meacutetodo de Cascata Intranu
clear usual (restrito agraves colisotildees puramente binatilderias) Discute-
se a validade da aplicaccedilatildeo do meacutetodo de Cascata Intranuclear
binaria na simulaccedilatildeo do equiliacutebrio teacutermico transparecircncia nu
clear e produccedilatildeo de partiacuteculas
ii
F I G U R A S
1 - Massas de trojecirctil e energias representativas de aceshy
leradores (te ions pesados
2 - Possiacutevel fases da materia nuclear em altas densidashy
des e temperaturas As linhas tracejadas indicaraquo os
possiacuteveis domiacutenios de densidade e temperatura que se
espera atingir em colisotildees nucleares em diferentes
energias incidentes Os caminhos a e b ilustram difeshy
rentes maneiras em que a energia disponiacutevel pode ser
usad ou para compressatildeo ou para excitaccedilaacuteo interna
d hadrons
3 - Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca + Pb em
21 AGev onde se vecirc
fi) colisatildeo perifeacuterica
(b) colisatildeo um pouco mais violentaraquo mas natildeo frontal
(c) colisatildeo frontal
4 - (a) espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons na coshy
lisatildeo C+C a 21 GevA
(b) espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA
(c) espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA
5 - Representaccedilatildeo diagramacirctica do modelo participante-es-
pectador e a regiatildeo cinemaacutetica em que as partiacuteculas
a-gt possiacuteveis de ser emitidas
8
9
10
11
12
13
6 - (a) seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nushy
clear para fragmentos do projeacutetilraquo quando comparashy
da com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
(b) seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas a grandes acircngushy
los quando comparadas com a eq 38 com Zeff dashy
do pela eq 37
18
7 - Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protons na colisatildeo C+C a 800 MevA
Os valores observados do grau de coplanaridade C deli
nido pela eq 38 satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do proton 19
8 - Espectro de energia de proton em e_=9Q9 em colisotildees a
800 AMev de C+C Ne+NaP e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como
exp (-E^IECcedil)) 21
9 - Multiplicidade meacutedia de pions 22
10 - Multiplicidade meacutedia de protons 2
11 - Espectro de energia de pions para acircngulo 9 C Ma 9 0 ccedilraquo n a s
reaccedilotildees de Ne+NaP atildes energias incidentes EinAraquo0408
e 1 Gev 23
12 - Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com ions pesados
na faixa EinAlt2 Gev Xraquolivre caminho meacutedio R-dimen-
satildeo do sistema Tlaquotempo de relaxaccedilatildeo tlaquoescala de
tempo do processo ddistacircncia meacutedia entre nucleons e
olaquoseccedilatildeo de choque total de nucleon-nucleon 24
13 - Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de mateacuteria calculada
com um modelo hldrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs di-
ferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de impacshy
to sao sedidos em unidades do paracircmetro de impacto macircxi
bullo que corresponde acirc soma dos raios do projeacutetil e do ai
vo A energiaraquo por nucleon do feixe incidente ecirc 250 Hav 29
14 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados expe
rimentais de espectro de energia de partiacuteculas carrega-
20 238 das da colisatildeo de Ne + U em uma energia de labora
tocircrio de 250 NevA Os histogramas na coluna da esquershy
da datildeo os resultados calculados com o modelo de um uacutenishy
co fluido e aqueles da direita dagraveo os resultados ca leu
lados com o modelo de dois fluidos 29
15 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
fireball e firestreak com resultados experimentais de
espectros de energia em pequenos acircngulos da colisatildeo
20Ne + 2 3 8uuml a 250 AHev 32
16 - Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais 35
17 - Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de Man
te Cario) levando em conta o movimento de Fermi compa
rados com dados experimentais 38
18 - Representaccedilatildeo do potencial que i utilizado no modelo
EQCLAS Rnraio de interaccedilatildeo Vcpotencial constante na
regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos raios
r_ e r onde r_ eacute o raio que define a esfera de po -c n c
tencial infinito 42
M - Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
21 Modelos hidrodinacircmicos 24
211 Regiatildeo de Aplicabilidade 24
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica 26
213 Comparaccedilatildeo com Dados Experimentais 31
22 Modelos Teacutermicos 31
221 Modelo de Bola de Fogo 32
222 Modelo de tiras de Fogo 32
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Movimento 35
24 Cascata Intranuclear 36
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos 39
CAPIacuteTULO 4 A Importacircncia de Efeitos natildeo Binaacuterios nos
-Resultados Calculados com CIN 41
0 Introduccedilatildeo 41
1 Tratamentos Utilizados 42
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA 43
21 EQCLAS 44
22 CASCATA 48
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial 50
CAPIacuteTULO 5 Resultados e Anaacutelises 52
1 Introduccedilatildeo de um Sistema-Modelo para
Anaacutelise dos Resultados 52
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-i
Nuacutecleon 55
12 Procedimentos para Obtenccedilatildeo dos Resultados 56
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados 58
2 Formaccedilatildeo de Onda de Choque r-i Mateacuteria
Nuclear 64
21 Sistema-Modelo para Analise da
Formaccedilatildeo de Onda de Choque 64
22 Observaccedilotildees e Analise de Dados 68
CONCLUSSO 76
APEcircNDICE - mdash A 78
APEcircNDICE -laquo-- B 80
APEcircNDICE lt-~ C 84
APEcircNDICE mdash D 91
BIBLIOGRAFIA 96
RESUMO
Ecirc feita uma anaacutelise da importacircncia dos efeitos de
processos natildeo binatilderios no meacutetodo de Cascata Intranuclear vi-se
que nos estaacutegios onde a densidade ecirc maior as colisotildees natildeo bi
naacuterias levam a distribuiccedilotildees de densidade bariocircnica e de rapidez
diferentes das obtidas utilizando o meacutetodo de Cascata Intranu
clear usual (restrito agraves colisotildees puramente binatilderias) Discute-
se a validade da aplicaccedilatildeo do meacutetodo de Cascata Intranuclear
binaria na simulaccedilatildeo do equiliacutebrio teacutermico transparecircncia nu
clear e produccedilatildeo de partiacuteculas
ii
F I G U R A S
1 - Massas de trojecirctil e energias representativas de aceshy
leradores (te ions pesados
2 - Possiacutevel fases da materia nuclear em altas densidashy
des e temperaturas As linhas tracejadas indicaraquo os
possiacuteveis domiacutenios de densidade e temperatura que se
espera atingir em colisotildees nucleares em diferentes
energias incidentes Os caminhos a e b ilustram difeshy
rentes maneiras em que a energia disponiacutevel pode ser
usad ou para compressatildeo ou para excitaccedilaacuteo interna
d hadrons
3 - Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca + Pb em
21 AGev onde se vecirc
fi) colisatildeo perifeacuterica
(b) colisatildeo um pouco mais violentaraquo mas natildeo frontal
(c) colisatildeo frontal
4 - (a) espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons na coshy
lisatildeo C+C a 21 GevA
(b) espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA
(c) espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA
5 - Representaccedilatildeo diagramacirctica do modelo participante-es-
pectador e a regiatildeo cinemaacutetica em que as partiacuteculas
a-gt possiacuteveis de ser emitidas
8
9
10
11
12
13
6 - (a) seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nushy
clear para fragmentos do projeacutetilraquo quando comparashy
da com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
(b) seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas a grandes acircngushy
los quando comparadas com a eq 38 com Zeff dashy
do pela eq 37
18
7 - Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protons na colisatildeo C+C a 800 MevA
Os valores observados do grau de coplanaridade C deli
nido pela eq 38 satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do proton 19
8 - Espectro de energia de proton em e_=9Q9 em colisotildees a
800 AMev de C+C Ne+NaP e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como
exp (-E^IECcedil)) 21
9 - Multiplicidade meacutedia de pions 22
10 - Multiplicidade meacutedia de protons 2
11 - Espectro de energia de pions para acircngulo 9 C Ma 9 0 ccedilraquo n a s
reaccedilotildees de Ne+NaP atildes energias incidentes EinAraquo0408
e 1 Gev 23
12 - Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com ions pesados
na faixa EinAlt2 Gev Xraquolivre caminho meacutedio R-dimen-
satildeo do sistema Tlaquotempo de relaxaccedilatildeo tlaquoescala de
tempo do processo ddistacircncia meacutedia entre nucleons e
olaquoseccedilatildeo de choque total de nucleon-nucleon 24
13 - Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de mateacuteria calculada
com um modelo hldrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs di-
ferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de impacshy
to sao sedidos em unidades do paracircmetro de impacto macircxi
bullo que corresponde acirc soma dos raios do projeacutetil e do ai
vo A energiaraquo por nucleon do feixe incidente ecirc 250 Hav 29
14 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados expe
rimentais de espectro de energia de partiacuteculas carrega-
20 238 das da colisatildeo de Ne + U em uma energia de labora
tocircrio de 250 NevA Os histogramas na coluna da esquershy
da datildeo os resultados calculados com o modelo de um uacutenishy
co fluido e aqueles da direita dagraveo os resultados ca leu
lados com o modelo de dois fluidos 29
15 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
fireball e firestreak com resultados experimentais de
espectros de energia em pequenos acircngulos da colisatildeo
20Ne + 2 3 8uuml a 250 AHev 32
16 - Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais 35
17 - Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de Man
te Cario) levando em conta o movimento de Fermi compa
rados com dados experimentais 38
18 - Representaccedilatildeo do potencial que i utilizado no modelo
EQCLAS Rnraio de interaccedilatildeo Vcpotencial constante na
regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos raios
r_ e r onde r_ eacute o raio que define a esfera de po -c n c
tencial infinito 42
M - Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
2 Formaccedilatildeo de Onda de Choque r-i Mateacuteria
Nuclear 64
21 Sistema-Modelo para Analise da
Formaccedilatildeo de Onda de Choque 64
22 Observaccedilotildees e Analise de Dados 68
CONCLUSSO 76
APEcircNDICE - mdash A 78
APEcircNDICE -laquo-- B 80
APEcircNDICE lt-~ C 84
APEcircNDICE mdash D 91
BIBLIOGRAFIA 96
RESUMO
Ecirc feita uma anaacutelise da importacircncia dos efeitos de
processos natildeo binatilderios no meacutetodo de Cascata Intranuclear vi-se
que nos estaacutegios onde a densidade ecirc maior as colisotildees natildeo bi
naacuterias levam a distribuiccedilotildees de densidade bariocircnica e de rapidez
diferentes das obtidas utilizando o meacutetodo de Cascata Intranu
clear usual (restrito agraves colisotildees puramente binatilderias) Discute-
se a validade da aplicaccedilatildeo do meacutetodo de Cascata Intranuclear
binaria na simulaccedilatildeo do equiliacutebrio teacutermico transparecircncia nu
clear e produccedilatildeo de partiacuteculas
ii
F I G U R A S
1 - Massas de trojecirctil e energias representativas de aceshy
leradores (te ions pesados
2 - Possiacutevel fases da materia nuclear em altas densidashy
des e temperaturas As linhas tracejadas indicaraquo os
possiacuteveis domiacutenios de densidade e temperatura que se
espera atingir em colisotildees nucleares em diferentes
energias incidentes Os caminhos a e b ilustram difeshy
rentes maneiras em que a energia disponiacutevel pode ser
usad ou para compressatildeo ou para excitaccedilaacuteo interna
d hadrons
3 - Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca + Pb em
21 AGev onde se vecirc
fi) colisatildeo perifeacuterica
(b) colisatildeo um pouco mais violentaraquo mas natildeo frontal
(c) colisatildeo frontal
4 - (a) espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons na coshy
lisatildeo C+C a 21 GevA
(b) espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA
(c) espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA
5 - Representaccedilatildeo diagramacirctica do modelo participante-es-
pectador e a regiatildeo cinemaacutetica em que as partiacuteculas
a-gt possiacuteveis de ser emitidas
8
9
10
11
12
13
6 - (a) seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nushy
clear para fragmentos do projeacutetilraquo quando comparashy
da com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
(b) seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas a grandes acircngushy
los quando comparadas com a eq 38 com Zeff dashy
do pela eq 37
18
7 - Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protons na colisatildeo C+C a 800 MevA
Os valores observados do grau de coplanaridade C deli
nido pela eq 38 satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do proton 19
8 - Espectro de energia de proton em e_=9Q9 em colisotildees a
800 AMev de C+C Ne+NaP e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como
exp (-E^IECcedil)) 21
9 - Multiplicidade meacutedia de pions 22
10 - Multiplicidade meacutedia de protons 2
11 - Espectro de energia de pions para acircngulo 9 C Ma 9 0 ccedilraquo n a s
reaccedilotildees de Ne+NaP atildes energias incidentes EinAraquo0408
e 1 Gev 23
12 - Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com ions pesados
na faixa EinAlt2 Gev Xraquolivre caminho meacutedio R-dimen-
satildeo do sistema Tlaquotempo de relaxaccedilatildeo tlaquoescala de
tempo do processo ddistacircncia meacutedia entre nucleons e
olaquoseccedilatildeo de choque total de nucleon-nucleon 24
13 - Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de mateacuteria calculada
com um modelo hldrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs di-
ferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de impacshy
to sao sedidos em unidades do paracircmetro de impacto macircxi
bullo que corresponde acirc soma dos raios do projeacutetil e do ai
vo A energiaraquo por nucleon do feixe incidente ecirc 250 Hav 29
14 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados expe
rimentais de espectro de energia de partiacuteculas carrega-
20 238 das da colisatildeo de Ne + U em uma energia de labora
tocircrio de 250 NevA Os histogramas na coluna da esquershy
da datildeo os resultados calculados com o modelo de um uacutenishy
co fluido e aqueles da direita dagraveo os resultados ca leu
lados com o modelo de dois fluidos 29
15 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
fireball e firestreak com resultados experimentais de
espectros de energia em pequenos acircngulos da colisatildeo
20Ne + 2 3 8uuml a 250 AHev 32
16 - Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais 35
17 - Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de Man
te Cario) levando em conta o movimento de Fermi compa
rados com dados experimentais 38
18 - Representaccedilatildeo do potencial que i utilizado no modelo
EQCLAS Rnraio de interaccedilatildeo Vcpotencial constante na
regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos raios
r_ e r onde r_ eacute o raio que define a esfera de po -c n c
tencial infinito 42
M - Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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[]
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Car lo C a l c u l a t i o n J CUumlUumlNOM T MIZUTANIacute J VANDI5K
MEULEN Nuclear PhyMlcg A35Z 505 (1901)
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
RESUMO
Ecirc feita uma anaacutelise da importacircncia dos efeitos de
processos natildeo binatilderios no meacutetodo de Cascata Intranuclear vi-se
que nos estaacutegios onde a densidade ecirc maior as colisotildees natildeo bi
naacuterias levam a distribuiccedilotildees de densidade bariocircnica e de rapidez
diferentes das obtidas utilizando o meacutetodo de Cascata Intranu
clear usual (restrito agraves colisotildees puramente binatilderias) Discute-
se a validade da aplicaccedilatildeo do meacutetodo de Cascata Intranuclear
binaria na simulaccedilatildeo do equiliacutebrio teacutermico transparecircncia nu
clear e produccedilatildeo de partiacuteculas
ii
F I G U R A S
1 - Massas de trojecirctil e energias representativas de aceshy
leradores (te ions pesados
2 - Possiacutevel fases da materia nuclear em altas densidashy
des e temperaturas As linhas tracejadas indicaraquo os
possiacuteveis domiacutenios de densidade e temperatura que se
espera atingir em colisotildees nucleares em diferentes
energias incidentes Os caminhos a e b ilustram difeshy
rentes maneiras em que a energia disponiacutevel pode ser
usad ou para compressatildeo ou para excitaccedilaacuteo interna
d hadrons
3 - Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca + Pb em
21 AGev onde se vecirc
fi) colisatildeo perifeacuterica
(b) colisatildeo um pouco mais violentaraquo mas natildeo frontal
(c) colisatildeo frontal
4 - (a) espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons na coshy
lisatildeo C+C a 21 GevA
(b) espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA
(c) espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA
5 - Representaccedilatildeo diagramacirctica do modelo participante-es-
pectador e a regiatildeo cinemaacutetica em que as partiacuteculas
a-gt possiacuteveis de ser emitidas
8
9
10
11
12
13
6 - (a) seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nushy
clear para fragmentos do projeacutetilraquo quando comparashy
da com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
(b) seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas a grandes acircngushy
los quando comparadas com a eq 38 com Zeff dashy
do pela eq 37
18
7 - Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protons na colisatildeo C+C a 800 MevA
Os valores observados do grau de coplanaridade C deli
nido pela eq 38 satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do proton 19
8 - Espectro de energia de proton em e_=9Q9 em colisotildees a
800 AMev de C+C Ne+NaP e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como
exp (-E^IECcedil)) 21
9 - Multiplicidade meacutedia de pions 22
10 - Multiplicidade meacutedia de protons 2
11 - Espectro de energia de pions para acircngulo 9 C Ma 9 0 ccedilraquo n a s
reaccedilotildees de Ne+NaP atildes energias incidentes EinAraquo0408
e 1 Gev 23
12 - Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com ions pesados
na faixa EinAlt2 Gev Xraquolivre caminho meacutedio R-dimen-
satildeo do sistema Tlaquotempo de relaxaccedilatildeo tlaquoescala de
tempo do processo ddistacircncia meacutedia entre nucleons e
olaquoseccedilatildeo de choque total de nucleon-nucleon 24
13 - Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de mateacuteria calculada
com um modelo hldrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs di-
ferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de impacshy
to sao sedidos em unidades do paracircmetro de impacto macircxi
bullo que corresponde acirc soma dos raios do projeacutetil e do ai
vo A energiaraquo por nucleon do feixe incidente ecirc 250 Hav 29
14 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados expe
rimentais de espectro de energia de partiacuteculas carrega-
20 238 das da colisatildeo de Ne + U em uma energia de labora
tocircrio de 250 NevA Os histogramas na coluna da esquershy
da datildeo os resultados calculados com o modelo de um uacutenishy
co fluido e aqueles da direita dagraveo os resultados ca leu
lados com o modelo de dois fluidos 29
15 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
fireball e firestreak com resultados experimentais de
espectros de energia em pequenos acircngulos da colisatildeo
20Ne + 2 3 8uuml a 250 AHev 32
16 - Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais 35
17 - Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de Man
te Cario) levando em conta o movimento de Fermi compa
rados com dados experimentais 38
18 - Representaccedilatildeo do potencial que i utilizado no modelo
EQCLAS Rnraio de interaccedilatildeo Vcpotencial constante na
regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos raios
r_ e r onde r_ eacute o raio que define a esfera de po -c n c
tencial infinito 42
M - Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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Car lo C a l c u l a t i o n J CUumlUumlNOM T MIZUTANIacute J VANDI5K
MEULEN Nuclear PhyMlcg A35Z 505 (1901)
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r a t i n g the Pau l Prtn^tpl - WILETS K M HENLEY
M KRAFT and A D MACKELLAR Nuclear Phynlcfl A282
(1977) 341-350
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
ii
F I G U R A S
1 - Massas de trojecirctil e energias representativas de aceshy
leradores (te ions pesados
2 - Possiacutevel fases da materia nuclear em altas densidashy
des e temperaturas As linhas tracejadas indicaraquo os
possiacuteveis domiacutenios de densidade e temperatura que se
espera atingir em colisotildees nucleares em diferentes
energias incidentes Os caminhos a e b ilustram difeshy
rentes maneiras em que a energia disponiacutevel pode ser
usad ou para compressatildeo ou para excitaccedilaacuteo interna
d hadrons
3 - Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca + Pb em
21 AGev onde se vecirc
fi) colisatildeo perifeacuterica
(b) colisatildeo um pouco mais violentaraquo mas natildeo frontal
(c) colisatildeo frontal
4 - (a) espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons na coshy
lisatildeo C+C a 21 GevA
(b) espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA
(c) espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA
5 - Representaccedilatildeo diagramacirctica do modelo participante-es-
pectador e a regiatildeo cinemaacutetica em que as partiacuteculas
a-gt possiacuteveis de ser emitidas
8
9
10
11
12
13
6 - (a) seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nushy
clear para fragmentos do projeacutetilraquo quando comparashy
da com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
(b) seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas a grandes acircngushy
los quando comparadas com a eq 38 com Zeff dashy
do pela eq 37
18
7 - Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protons na colisatildeo C+C a 800 MevA
Os valores observados do grau de coplanaridade C deli
nido pela eq 38 satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do proton 19
8 - Espectro de energia de proton em e_=9Q9 em colisotildees a
800 AMev de C+C Ne+NaP e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como
exp (-E^IECcedil)) 21
9 - Multiplicidade meacutedia de pions 22
10 - Multiplicidade meacutedia de protons 2
11 - Espectro de energia de pions para acircngulo 9 C Ma 9 0 ccedilraquo n a s
reaccedilotildees de Ne+NaP atildes energias incidentes EinAraquo0408
e 1 Gev 23
12 - Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com ions pesados
na faixa EinAlt2 Gev Xraquolivre caminho meacutedio R-dimen-
satildeo do sistema Tlaquotempo de relaxaccedilatildeo tlaquoescala de
tempo do processo ddistacircncia meacutedia entre nucleons e
olaquoseccedilatildeo de choque total de nucleon-nucleon 24
13 - Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de mateacuteria calculada
com um modelo hldrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs di-
ferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de impacshy
to sao sedidos em unidades do paracircmetro de impacto macircxi
bullo que corresponde acirc soma dos raios do projeacutetil e do ai
vo A energiaraquo por nucleon do feixe incidente ecirc 250 Hav 29
14 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados expe
rimentais de espectro de energia de partiacuteculas carrega-
20 238 das da colisatildeo de Ne + U em uma energia de labora
tocircrio de 250 NevA Os histogramas na coluna da esquershy
da datildeo os resultados calculados com o modelo de um uacutenishy
co fluido e aqueles da direita dagraveo os resultados ca leu
lados com o modelo de dois fluidos 29
15 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
fireball e firestreak com resultados experimentais de
espectros de energia em pequenos acircngulos da colisatildeo
20Ne + 2 3 8uuml a 250 AHev 32
16 - Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais 35
17 - Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de Man
te Cario) levando em conta o movimento de Fermi compa
rados com dados experimentais 38
18 - Representaccedilatildeo do potencial que i utilizado no modelo
EQCLAS Rnraio de interaccedilatildeo Vcpotencial constante na
regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos raios
r_ e r onde r_ eacute o raio que define a esfera de po -c n c
tencial infinito 42
M - Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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b i c g o August 13 - 23 1905
6 - (a) seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nushy
clear para fragmentos do projeacutetilraquo quando comparashy
da com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
(b) seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas a grandes acircngushy
los quando comparadas com a eq 38 com Zeff dashy
do pela eq 37
18
7 - Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protons na colisatildeo C+C a 800 MevA
Os valores observados do grau de coplanaridade C deli
nido pela eq 38 satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do proton 19
8 - Espectro de energia de proton em e_=9Q9 em colisotildees a
800 AMev de C+C Ne+NaP e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como
exp (-E^IECcedil)) 21
9 - Multiplicidade meacutedia de pions 22
10 - Multiplicidade meacutedia de protons 2
11 - Espectro de energia de pions para acircngulo 9 C Ma 9 0 ccedilraquo n a s
reaccedilotildees de Ne+NaP atildes energias incidentes EinAraquo0408
e 1 Gev 23
12 - Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com ions pesados
na faixa EinAlt2 Gev Xraquolivre caminho meacutedio R-dimen-
satildeo do sistema Tlaquotempo de relaxaccedilatildeo tlaquoescala de
tempo do processo ddistacircncia meacutedia entre nucleons e
olaquoseccedilatildeo de choque total de nucleon-nucleon 24
13 - Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de mateacuteria calculada
com um modelo hldrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs di-
ferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de impacshy
to sao sedidos em unidades do paracircmetro de impacto macircxi
bullo que corresponde acirc soma dos raios do projeacutetil e do ai
vo A energiaraquo por nucleon do feixe incidente ecirc 250 Hav 29
14 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados expe
rimentais de espectro de energia de partiacuteculas carrega-
20 238 das da colisatildeo de Ne + U em uma energia de labora
tocircrio de 250 NevA Os histogramas na coluna da esquershy
da datildeo os resultados calculados com o modelo de um uacutenishy
co fluido e aqueles da direita dagraveo os resultados ca leu
lados com o modelo de dois fluidos 29
15 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
fireball e firestreak com resultados experimentais de
espectros de energia em pequenos acircngulos da colisatildeo
20Ne + 2 3 8uuml a 250 AHev 32
16 - Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais 35
17 - Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de Man
te Cario) levando em conta o movimento de Fermi compa
rados com dados experimentais 38
18 - Representaccedilatildeo do potencial que i utilizado no modelo
EQCLAS Rnraio de interaccedilatildeo Vcpotencial constante na
regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos raios
r_ e r onde r_ eacute o raio que define a esfera de po -c n c
tencial infinito 42
M - Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
ferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de impacshy
to sao sedidos em unidades do paracircmetro de impacto macircxi
bullo que corresponde acirc soma dos raios do projeacutetil e do ai
vo A energiaraquo por nucleon do feixe incidente ecirc 250 Hav 29
14 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados expe
rimentais de espectro de energia de partiacuteculas carrega-
20 238 das da colisatildeo de Ne + U em uma energia de labora
tocircrio de 250 NevA Os histogramas na coluna da esquershy
da datildeo os resultados calculados com o modelo de um uacutenishy
co fluido e aqueles da direita dagraveo os resultados ca leu
lados com o modelo de dois fluidos 29
15 - Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
fireball e firestreak com resultados experimentais de
espectros de energia em pequenos acircngulos da colisatildeo
20Ne + 2 3 8uuml a 250 AHev 32
16 - Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais 35
17 - Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de Man
te Cario) levando em conta o movimento de Fermi compa
rados com dados experimentais 38
18 - Representaccedilatildeo do potencial que i utilizado no modelo
EQCLAS Rnraio de interaccedilatildeo Vcpotencial constante na
regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos raios
r_ e r onde r_ eacute o raio que define a esfera de po -c n c
tencial infinito 42
M - Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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23 - Iifjull i b r a t l o n In tin l aUVln t l c Nuclear Co 11 I a i OMIacuteJ A Monto
Car lo C a l c u l a t i o n J CUumlUumlNOM T MIZUTANIacute J VANDI5K
MEULEN Nuclear PhyMlcg A35Z 505 (1901)
24 - J CtHjnon Phyfgt Nov C22 1085 lt1980)
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26 - Comportamento hidrodinfunico cm a l t i a s i n a enormia (100 Gev
por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
20 - Represoutaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As seshy
taraquo representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa y No
que segue fica entendido que as setas nas figuras reshy
presentaraquo o movimento desta partiacutecula 43
21 - Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1) 43
22 - Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uaa reflexatildeo na reshy
giatildeo de potencial infinito 43
23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizanos A 1JL
nha tracejada representa potenciais degrau que se ajusshy
tam ao potencial representado pela linha continua 47
24 - Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do alshy
vo e suas posiccedilotildees iniciais a=aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapas projeacutetil
e alvo respectivamente 53
25 - Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade 53
26 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS os instanshy
tes foram escolhidos de modo a evidenciar as etapas
principais do processo 58
27 - Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito na
fig 26 58
28 - Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas 64
29 - (a) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso CASCATA Ap-1 representa a parede
(b) desenvolvimento temporal da densidade bariocircnica no
caso EQCLAS Os instantes satildeo os mesmos mostrados
na fig 29 (a)
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
30 - (a) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso CASCATA Os instantes coshy
incideraquo com aqueles da fig 29 (a)
(b) desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densishy
dade de rapidez no caso EQCLAS Os instantes coinshy
cidem coa aqueles da fig 29(a)
66
31 - Representaccedilatildeo da geometria da reflexatildeo em Rn Estatildeo re
presentadas todas as grandezs utilizadas no caacutelculo 80
32 - Geometria da refraccedilatildeo da regiaacuteo (1) para a (2) Estatildeo
representadas todas as grandezas utilizadas no caacutelculo 81
33 - Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tamshy
beacutem da reflexatildeo no ponto P a qual substitui o processhy
so das duas ref raccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e desshy
ta para a (1) 82
34 - Geometria da reflexatildeo em Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de refraccedilatildeo
da regiaacuteo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em Re
e por uacuteltimo a refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) Toshy
das as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostradas 83
35 - Representaccedilatildeo da compressatildeo homogecircnea V0laquovolume inlci
ai V-voluroe final RA-raio de interaccedilatildeo aumentado 86
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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MEULEN Nuclear PhyMlcg A35Z 505 (1901)
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(1977) 341-350
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
INTRODUCcedilAtildeO
As reaccedilotildees nucleares com Ions pesados a altas
energias (RIP) vem sendo estudadas relativamente haacute pouco tempo
(a partir dos anos 70) Existe uma grande expectativa dos acon
tecimentos nesta aacuterea da fiacutesica especialmente pela possibilida
de prevista pela cromodinatildemica quacircntica da existecircncia de um
estado de plasma de quarks e gluons para a mateacuteria nuclear em
altiacutessimas energia e pressatildeo
Tradicionalmenteraquopodemos dizer que o estudo das
colisotildees nucleares tem sido levado a efeito atraveacutes de vaacuterias
experiecircncias com colisotildees nucleares com feixes de partiacuteculas
elementares as quaispasso a passo estabeleceriam caracteriacutesticas
do nuacutecleo como tamanho forma massa densidade composiccedilatildeo
etc Estas experiecircnciasapesar de muito importantes para o
conhecimento dos estados fundamentais dos nuacutecleos pouco nos
informam sobre as propriedades da mateacuteria nuclear
Com o desenvolvimento dos aceleradores modernos
tornou-se possiacutevel acelerar partiacuteculas de massas maiores como
ions pesados a energias cada vez mais altas e com isso investi
gar mais profundamente o comportamento dinacircmico das partiacuteculas
no interior do nuacutecleo e a possibilidade de existecircncia de novos
estados da mateacuteria nuclear
Por natildeo haver um meacutetodo geral de investigaccedilatildeo das
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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Car lo C a l c u l a t i o n J CUumlUumlNOM T MIZUTANIacute J VANDI5K
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r a t i n g the Pau l Prtn^tpl - WILETS K M HENLEY
M KRAFT and A D MACKELLAR Nuclear Phynlcfl A282
(1977) 341-350
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
RIP a sua anaacutelise baseia-se ea laquoodeloa que enfatizam diversos
aspectos do processo de reaccedilatildeo Entre esses Modelos existeraquo
aqueles que satildeo baseados no meacutetodo de Cascada Intranuclear (CIN)
Neste seacute todo a hipoacutetese de trabalho ecirc que todas as colisotildees
entre nuacutecleons satildeo do tipo binario isto eacute os nuacutecleons colidem
entre si somente dois a dois No entanto com respeito a isso
uma questatildeo fundamdashntal se coloca quanto atilde utilizaccedilatildeo do meacutetodo
de CIM Seriam os efeitos de colisotildees natildeo binaries realmente
irrelevantes Eles afetas que tipos de resultados oferecidos
por CIM
Observa-se atraveacutes da literatura que o seacutetodo
de CIN eacute amplamente utilizado mas ainda natildeo foi feito um estu
do sistemaacutetico da importacircncia dos efeitos de colisotildees natildeo bina
rias Os dados experimentais das RIP mostram a existecircncia natildeo
despreziacutevel das colisotildees natildeo binaries na medida em que ateacute
mesmo aspectos hidrodinacircmicos chegam a se manifestar
Como podemos estimar os efeitos de processos natildeo
binacircrios os quais o meacutetodo de CIN exclui a priori A nossa
ideacuteia consiste em considerar um sistema de muitas partiacuteculas em
colisatildeo e comparar os resultados do caacutelculo de cascata com os
resultados obtidos com outro meacutetodo (onde as colisotildees binaacuterias
tambeacutem satildeo incluiacutedas)
Neste trabalho introduzimos um sistema modelo
para estabelecer esta comparaccedilatildeo e para o meacutetodo capaz de in
clulr colisotildees natildeo binaacuterias tomamos o meacutetodo de equaccedilatildeo claacutessi
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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(1977) 341-350
26 - Comportamento hidrodinfunico cm a l t i a s i n a enormia (100 Gev
por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
ca de movimento Sendo assim apenas os efeitos oriundos de mo
vimento claacutessico de muitas partiacuteculas sem levar em conta os
efeitos quacircnticos ou relativlsticos satildeo considerados Para
efeito de comparaccedilatildeo a soluccedilatildeo das equaccedilotildees de movimento clatildesraquo
sicas eacute tomada como soluccedilatildeo exata do problema
No capitulo 1 damos uma visatildeo geral da fiacutesica de
altas energias juntamente com diversas questotildees hoje em aberto
na atilderea No capiacutetulo 2 tratamos vaacuterias peculiaridades ineren
tes ao mecanismo das RIP Diversos modelos utilizados na aborda
gem das RIP satildeo discutidos no capiacutetulo 3 enquanto que no capiacute
tulo 4 comentamos em detalhe os dois modelos que utilizamos No
capitulo 5 apresentamos os procedimentos adotados e os resulta
dos obtidos Finalmente satildeo apresentadas as conclusotildees e algu
mas sugestotildees Vaacuterios caacutelculos relevantes para o entendimento
dos mcdelos utilizados satildeo apresentados em apecircndices
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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23 - Iifjull i b r a t l o n In tin l aUVln t l c Nuclear Co 11 I a i OMIacuteJ A Monto
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2J - Cl-mPIacutelea] Mntiy-noriy Model for- i lonvy-Ion Co l l ln foo tncorpq
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
CAPITULO 1
(A Fiacutesica Nuclear de Altas Energias)
1 Motivaccedilatildeo
Ateacute recentemente o estudo experimental das pro
priedades da mateacuteria nuclear em altas densidades eou temperatu
ras tem sido inacessiacutevel Isto por duas razotildees principais
1) A mateacuteria nuclear satura numa densidade fdego ^ O^STfmi com
energia volumecirctrica por nuumlcleon J^ amp t^tl natildeo existindo na
forma com que se apresenta nos estados fundamentais dos nuacutecleos
com densidades e energias maiores que as especificadas acima
2) Os experimentos realizados ateacute entatildeo (ou seja utilizando -
se feixes de eleacutetrons plons procirctons ou nuacutecleos em baixas ener
gias) natildeo podem comprimir apreciavelmente a mateacuteria nuclear nem
excita-la a altas temperaturas Na naturezaa forccedila de gravita
ccedilatildeo comprime a mateacuteria nuclear a altas densidades no interior
de estrelas de neutrons e o processo que leva acirc formaccedilatildeo de
supernovas tambeacutem envolve altas densidades e temperaturas No
entanto o conhecimento que temos sobre estes objetos satildeo for
temente dependentes do proacuteprio comportamento que atribuiacutemos acirc
mateacuteria nuclear
Com o advento dos aceleradores de lons pesados
tem-se a oportunidade de um estudo sistemaacutetico das propriedades
da mateacuteria nuclear fora do estado fundamental Enquanto com fei
xes de partiacuteculas elementares se produzia apenas uma perturba
ccedilao localizada na mateacuteria nuclear feixes nucleares de iacuteons
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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por n u e l e o n ) JACEE COLABORATION Cont r lbu t ionn to
tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
pesados podem alteraacute-la drasticamente em um volume do espaccedilo-
tempo multo maior Todavia como temos acesso experimental ape
nas aos estados finais da colisatildeo onde as partiacuteculas estatildeo
espalhadas ou seja longe da regiatildeo de intensas densidades e
temperaturas a tarefa que se impotildee i a partir da di tribuiccedilatildeo
de partiacuteculas e momenta destes estados finais se tentar extrair
as propriedades da mateacuteria nuclear no auge da colisatildeo Para
isto i necessaacuterio em primeiro lugar entender os mecanismos batilde
sicos de compressatildeo equiliacutebrio expansatildeo e de interaccedilotildees no
estado final
Mesmo na faixa de energia onde natildeo se espera uma
mudanccedila draacutestica no comportamento da mateacuteria nuclear existem
ainda observaccedilotildees natildeo explicadas cuja elucidaccedilatildeo se faz impres
ciacutendlvel para um melhor direcionamento dos objetivos que se de
seja alcanccedilar com as reaccedilotildees nucleares em altas energias Por
exemplo na faixa de energia de fCOMj4 ampfacirc C 1 (rV algumas
destas questotildees potildeem-se em destaque bull (1) Por que a distri
buiccedilatildeo angular de uma e de duas partiacuteculas para fragmentos le
ves apresenta componentes natildeo estatiacutesticos em eventos de alta
multiplicidade (2) A que se deve a pequena razatildeo de deuteron
para protildeton (3) Como explicar o livre caminho meacutedio extrema
mente pequeno de alguns nuacutecleos secundaacuterios produzidos em coli
soes nucleares
A primeira questatildeo se refere ao comportamento dos
nuacutecleons isto atilde eles se comportam como um fluido ou como um
gaacutes de nuacutecleons em cascata 7 Em outras palavras o nuacutecleo flui
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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tho 19th I n t e r n a t i o n a l Cosmic Ray Conference San
b i c g o August 13 - 23 1905
Se for esto o caso entatildeo devemos examinar a equaccedilatildeo de estado
da mateacuteria nuclear A segunda questatildeo levanta um aspecto inte
ressante acerca da entropia (os graus de liberdade do sistema
nuclear excitado) Satildeo os graus de liberdade dos nuumlcleons sufi
cientes para explicar a entropia aparentemente alta Finalmenteraquo
a terceira questatildeo levanta suspeitas sobre a possibilidade da
formaccedilatildeo de um novo estado nuclear de vida-meacutedia longa com altas
densidades bariocircnicas e alta energia de excitaccedilatildeo os ancnalons
2 Fontes Experimentais
As duas principais maacutequinas no campo de colisotildees
nucleares a altas energias satildeo o Bevalac construiacutedo em
Berkeley (EUA) e o Synchrophasotronraquo em Dubna (USSR) que
aceleram nuacutecleos de massa intermediaacuteria como Ai ateacute ener
gias da ordem de alguns A poundr A bull Apesar da energia de feixe
fornecida pelo Synchrophasotron ser maior do que aquela forneci
da pelo Bevalac este fornece uma intensidade de feixe
bem maior
Para energias eou massas menores vaacuterios paiacuteses
podem ser citados como Estados Unidos Franccedila Russia Japatildeo
Alemanha etc Um quadro simplificado incluindo estas maacutequinas
(e aquelas que estatildeo sendo projetadas) eacute fornecido pela figl
que relaciona a energia com a massa do projeacutetil para cada uma
Outras fontes experimentais satildeo aquelas forneci
das pelos raios coacutesmicos a vantagem aqui aacute a natildeo limitaccedilatildeo da
4
energia incidente ( poundlaquo raquo fO t w ) Em geral as experiecircn
cias satildeo realizadas em montanhas (por exemplo Clacaltaya) em
balotildees em sateacutelites e espaccedilonaves Espera-se que no futuro
estes dois uacuteltimos meios venham a ser mais explorados Devido acirc
grande experiecircncia do Brasil em raios coacutesmicos (cf o grupo do
prof C Lattes e a colaboraccedilatildeo Brasil-Japatildeo a pesquisa de
reaccedilotildees nucleares a altas energias pode ser desenvolvida hoje
aqui em nosso pais
oraquo
il 10-
01
001
bull I I I | I T I I
VENUS (LBL1
_ SYNCHROPHASOTRON IDUBNA)
BEVALAC (L8L)
SATUHNlSACUiacute)
MSUII
IBM J f - r o S B ^ - ^ ^
SUPBMLACtLeU
- i i mdash j -30
Projectile chorg
CO
Fig 1 Massas de projeacutetil e energias representativas de acele
radores de iacuteons pesados poundUamp 6
3 Fases da Mateacuteria Nuclear em Altas Densidade e
Para colisotildees em energias mais altas
amplaquo gt euroampamp ) esperamos novos aspectos A fig 2
5
ilustra algumas especulaccedilotildees teoacutericas sobre novas fases da
mateacuteria nuclear que podem surgir em altas densidade deg e
temperatura T bull 0 uacutenico ponto desta figura que conhecemos ecirc
ft T ) (ftt 0 ) Em termos especulativos o aumento de deg fi
xando-se T ou vice-versa podem produzir comportamentos dife
rentes da mateacuteria nuclear as transiccedilotildees entre estados e mesmo
os proacuteprios estados podem ser distintos em um e outro caso No
entanto espera-se que em altas densidades eou temperaturas a
mateacuteria nuclear se transforme em um plasma de quarks e gluons
NUCLEAR DENSITY
Fig 2raquo Possiacuteveis fases da mateacuteria nuclear em altas densidades
e temperaturas As linhas tracejadas indicam os possiacute
veis domiacutenios de densidade e temperatura que se espera
atingir em colisotildees nucleares em diferentes energias
incidentes Os caminhos a e b ilustram diferentes manai
ras em qua a energia disponiacutevel pode ser usada ou para
o
compressatildeo ou para excitaccedilatildeo interna de iatildedrons(apound 6)
De um ponto de vista experimental os problemas
que surgem e que atrapalham a deduccedilatildeo das propriedades da matecirc
ria nuclear satildeo em primeiro lugaro fato de que pode natildeo se
conseguir estabelecer um equiliacutebrio teacutermico local em uma fraccedilatildeo
significante do volume nuclear segundo a fase de expantao da
colisatildeo pode distorcer os sinais que esperamos observar da fase
quente e densa da colisatildeo devido a interaccedilotildees ocorridas neste
processo Finalmente o fato de lidarmos com sistemas finitos
nos obriga a levar em conta efeitos de superfiacutecie
4 Aspectos Experimentais
Em colisotildees nucleares a altas energias satildeo pre
dominantes trecircs tipos de ocorrecircncias as figs 3(a) e 3(b)
mostram dois tipos e a fig 3(c) um terceiro tipo a fig 3(a)
mostra um jato dianteiro onde todos os fragmentos da colisatildeo
se concentram na direccedilatildeo do nuacutecleo projeacutetil Tal evento surge
de uma colisatildeo com grande paracircmetro de impacto entre os nuacutecleos
(colisatildeo perifeacuterica) onde o projeacutetil e o alvo tocam-se levemen
te A transferecircncia de energia entre estes dois nuacutecleos eacute rela
tivaroente pequena de modo que o nuacutecleo projeacutetil quebra-se em
alguns fragmentos com velocidades proacuteximas da velocidade do
feixe A fig 3(b) mostra ainda um jato dianteiro mas ao mesmo
tempo metade dos traccedilos satildeo observados em grandes acircngulos Isto
sugere que dois tipos de mecanismos de reaccedilatildeo operam neste even
tot um em que uma parte do nuacutecleo projeacutetil interage fracamente
con o alvo (criando o jato dianteiro) e o outro en que a parte
restante do projeacutetil Interage fortemente (criando o espalhamen
to em grandes acircngulos) A fig 3 (c) ilustra uma colisatildeo muito
mais violenta todas as partiacuteculas satildeo emitidas sobre um largo
intervalo de acircngulos e nenhum jato dianteiro permanece tal
evento origina-se de uma colisatildeo com pequeno paracircmetro de
impacto (colisatildeo central) em que todos os nuacutecleons do projeacutetil
interagem fortemente com os nuacutecleons do alvo
A fig 4(a) mostra o espectro de proacutetons medido
em 0 e HO em uma colisatildeo C + C com energia incidente de labo
ratotilderio Sui raquo i04 Grf O espectro mostra dois picos
um no momentum do projeacutetil e outro no momentum do alvo O pri
meiro pico corresponde ao jato dianteiro e surge como resultado
de pequena fragmentaccedilatildeo do projeacutetil 0 segundo surge da frag
mentaccedilatildeo do alvo Na fig 4(b) estes picos podem ser vistos no
espectro de neutrons obtidos da reaccedilatildeo Ne+Pb para uma energia
de feixe de $0Awv A fig 4(c) mostra o espectro de
procirctons medidos em grandes acircngulos com poundlt - Ott em
colisatildeo de An KcJ os espectros satildeo agora muito suaves
como funccedilatildeo do momentum do proton e se estendem sobre uma lar
ga regiatildeo Estes proacutetons correspondem a espalhamentos em gran
des acircngulos observados nas fig 3(a) e 3(c)
Pig 3(a) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(a) colisatildeo perifeacuterica (rfA i)
Fig 3(b) Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vocirc
(b) colisatildeo um pouco mais violenta mas natildeo frontal
mr-i hraquo
Fig 3(c)s Fotografia em cacircmara de bolhas da colisatildeo Ca+Pb em
21 AGev onde se vecirc
(c) colisatildeo frontal C 0
raquobull
PL^(0raquoV)
Fig 4(a) i Espectros 09 e 1809 de produccedilatildeo de protons
colisatildeo C+C a 21 GevA (iuf i)
na
10
moo Mil-raquo I MOMraquo
0 200 400 COO 000 1000 KINETIC CNCRCT ( M |
Pig 4(b) Espectro de neutrons na colisatildeo Ne+Pb em 390 MevA (tuf j)
1 1 1 1 i i 1 1 bull 1 1 1 1 1 1 ^ 1 1 1 bull 1 1 bull bull 1 1
fig 4(c)$ Espectros de protons a grandes acircngulos da colisatildeo
Ar+KCl em 800 MevA (tuf l)
11
Bataa observaccedilotildees sugerem queraquo nas colisotildees nu
cleares os nuacutecleons podem ser separados em dois grupos parti
cipantes e espectadores Participantes sofrem grande transferecircn
cia de momentum enquanto espectadores natildeo Qualitativamente o
momentum de Fermi ft ~ 20 fibVc t estabelece a escala para
grandes e pequenas transferecircncias de momentum De fato tal
classificaccedilatildeo ecirc algo arbitraacuteria mas ajuda-nos a definir o domiacute
nio cinematildetico em que as partiacuteculas satildeo emitidas como ilustra
do esquematicamente na fig 5 No plano de rapidez 4 e trans
ferecircncia de moraentim transverso fkZm (veja apecircndice A) de uma
partiacutecula emitida os fragmentos espectadores do projeacutetil e do
alvo satildeo juntados em ( fj4poundi ) s (eacutef0) e ( r 0 ) respectiva
mente onde ^ eacute a rapidez do projeacutetil e fo do alvo As par
tiacuteculas emitidas da regiatildeo de overlap entre o projeacutetil e o alvo
satildeo predominantemente participantes e observadas sobre uma lar
ga regiatildeo de rapidez e ncnentun transverso
B Torgtt HMCtOtor
Fig Si Representaccedilatildeo diagramaacutetica do modelo participante es_
pectador e a regiatildeo cinematildetica em que as partiacuteculas
satildeo possiacuteveis de ser emitidas Qff- amp)
fi importante ressaltar que eata separaccedilatildeo ea nuacute
cleons participantes e espectadores socirc se manifesta no acircmbito
das reaccedilotildees nucleares em altas energias E mesmo assimr eacute bom
mencionar que tal separaccedilatildeo estaacute muito presa a aspectos geomecirc
tricocircs e que do ponto de vista da dinacircmica da reaccedilatildeo natildeo ecirc nl
tida esta separaccedilatildeo
CAPIacuteTULO 2
Diferentes Aspectos Envolvidos no Mecanismo de Reaccedilatildeo
1 Geometria da Colisatildeo
Em colisotildees nucleares a altas energias coso se
viu no uacuteltimo capitulo a seccedilatildeo total de espalhamento inelatildestl
co pode ser aproximada pela seccedilatildeo de choque geomeacutetrica
ltpound s fT(r t t) (31)
eacute um fato experimental que
Rrs IacuteUAf (32)
pound s lUt At (33)
onde Ap e At satildeo as massas atocircmicas do projeacutetil e do alvo res
pectivatildemente e liacutecito- ifz km Ou seja
O modelo participante-espectador baseia-se no
principio de que a regiatildeo participante eacute dada pelo volume em
interserccedilatildeo do projeacutetil com o alvo De acordo com este modelo
o nuacutemero meacutedio de proacutetons participantes do nuacutecleo projeacutetil eacute
dado aproximadamente por i (nuacutemero atocircmico do projeacutetil) multi
plicado pela razatildeo da seccedilatildeo de choque do alvo pela seccedilatildeo to
tal 0 s
similarmente tem-se para o alvo
ltampgtbull tftf W raquow-0 numero total de protons participantes -2gt raquo e desta
forma dado por
Vraquo A
o nuacutemero total de proacutetons espectadores do projeacutetil (alvo) eacute da
dopor 7i^+raquo) ^^rtaacute2AgtA)
lt+gt bdquo irU^+tSMV A seccedilatildeo tota l de espalhamento de carga nuclear pa
ra cada uma destas regiotildees eacute expressa como
tacirctTO) raquo 6Iacute (38)
onde ilaquoprojeacutetil alvo projeacutetil + alvo (participante ou especta
dor)
Nas figs 6(a) e (b) dados experimentais satildeo
comparados com a formula acima A dependecircncia com relaccedilatildeo acircs
massas do projeacutetil e do alvo ecirc muito bem reproduzida Observa-
se ainda que a produccedilatildeo total a grandes acircngulos de proacutetons par
ticipantea eacute ajustada com flo laquobull jaacute a produccedilatildeo em peque
nos acircngulos de fragmentos espectadores do projeacutetil ajusta-se
com laquo 0$f6m Por que este pequeno valor de ro na produccedilatildeo
de protons espectadores do projeacutetil uma explicaccedilatildeo simplifica
da para isto ecirc que na realidade a fronteira entre as regiotildees
espectadora e participante natildeo eacute bem definida os nuacutecleos desta
regiatildeo satildeo mais provaacuteveis de contribuir para a produccedilatildeo em gran
des acircngulos desccedila forma diminuindo a produccedilatildeo da rapidez do
projeacutetil Ecirc apontado ainda que nas colisotildees com nuacutecleos de
massas aproximadas para espectadores do projeacutetil (ou do alvo)
eacute sempre igual a jttf para participantes contrariando as predi_
caccedilotildees dadas pelas eqs (35) - (37) que estabelecem uma razatildeo
32 para estas colisotildees
I bull5
t n i 05
t tmt1 mdash t f rlaquofr
Total yields of nucltor chorgo for projtctilt fragments
rraquo093tm y
I O CO TorgttnwMAr
Fig 6(a)s Seccedilatildeo de choque total de espalhamento de carga nu
clear para fragmentos do projeacutetil quando comparada
com a eq 38 com Zeff dado pela eq 37
16
1 - i 1 30 L Total yield of nucltw ctargts
ot lorg onglt (tymmtlric COM)
c
1 o w I I S
I-I
c+c
A
Af+KCI
tlaquo l 2 fm
V
-
JK t 04
bull ccedil f J 2 I i
GtVft 6GeVWV
GtVA
too a raquo soo 400 900
Fig 6(b) Seccedilatildeo transversal total de espalhamento de carga
nuclear para partiacuteculas emitidas em grandes acircngulos
quando comparados com a eg 38 com Seff dado pela
eq 37 (IacuteUP l)
2 Bvidecircncia Experimental para Colisotildees Muacuteltiplas
Uma das questotildees interessantes nas RIP refere-se
acirc utilizaccedilatildeo do conceito de equiliacutebrio local Com respeito a
este fato uma informaccedilatildeo importante que deve auxiliar no escla
recimento da questatildeoeacute a transparecircncia nuclear a qual pode ser
avaliada conhecendo-se o nuacutemero meacutedio de colisotildees que cada nu
cleon sofre durante o processo de reaccedilatildeo Neste ponto eacute interes
17
sante estarmos certos de que os nuacutecleons sofrem muacuteltiplas coli
soes ao longo da colisatildeo entre os nuacutecleos
A mais clara evidecircncia para colisotildees muacuteltiplas
tem sido a medida em grandes acircngulos da correlaccedilatildeo de dois proacute
tons Neste experimento quatro conjuntos de detectores satildeo ar
ranjados como mostrado na fig 7 Eles satildeo colocados em O s
10deg com respeito agrave direccedilatildeo do feixe A separaccedilatildeo angular azi
mu tal entre dois detectores adjacentes eacute de ir = 90
SrtCTMMTER
Uf-TIUlaquoCOlaquo
CO
CEJ Dowi-miKon
RlSMT TflHCOK
1raquo
i U o
t
ciaaotsmuc bull Sl y N y r r 1
m m m m
Fig 7 Configuraccedilatildeo experimental e dados a grandes acircngulos da
correlaccedilatildeo de dois protildetons na colisatildeo C+C a SOO Mev A
Os valores observados do grau de complanaridade C defi
nido pela eq 3$ satildeo exibidos como funccedilatildeo do momento
do protildeton CiuCcedil f)
4 V
Energias do protons foram medidas com o ospectrocircnetro em
coincidecircncia com os telescoacutepios Consideremos a razatildeo
- -Hfe-onde SR por exemplo indica a contagem coincidente entre o
espectrocircmetro e o telescoacutepio R As quantidades SU e (SD) se re
ferem atildes medidas de coincidecircncia entre os telescoacutepios S e 0 (D)
Se C gt J $ significa que ecirc dominante a emissatildeo de dois protildetons
simetricamente com relaccedilatildeo atilde direccedilatildeo do feixe ou seja em um
mesmo plano de reaccedilatildeo(Esta razatildeo pode desta forma ser chama
da de grau de coplanaridade) Se muacuteltiplas colisotildees satildeo dominan
tes a razatildeo C deve tender agrave unidade pois neste caso a emis
satildeo tende a ser estatiacutestica Na colisatildeo C+C a Soo MVA a
razatildeo observada eacute maior do que 1 e assume um pico quando os
momenta dos nuacutecleons satildeo aqueles esperados de colisotildees quase
elaacutesticas como mostrado na fig 7 Desta maneira este experi
mento demonstra a importacircncia de processos de colisotildees binaacuterias
simples No entanto se soacute este processo ocorrece o valor de
C-l deveria ser seis vezes maior do que aquele observado Este
fato indica que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltiplas tambeacutem estatildeo
presentes
Eacute observado que colisotildees nuacutecleon-nuacutecleon muacuteltjL
pias aumentam quando as massas dos nuacutecleons envolvidos na rea
ccedilatildeo aumentam A questatildeo eacute saber se realmente eacute possiacutevel estabe
lecer um equiliacutebrio termodinacircmico com o aumento das massas dos
nuacutecleons
19
3 Espectro Inclusivo de Protons
Na fig 8 satildeo mostrados os espectros de
energias de protons a 909 CM para trecircs colisotildees nucleares
C +C V t t ^ r gt An Kd A energia incidente foi de
100 tAiAgrave para todos os casos Os dados tendem a refletir a
dinacircmica da regiatildeo participante porque em Cem sfO a influecircncia
de espectadores eacute diminuiacuteda
Pig 8x Espectro de energia de proacuteton em Qe = )0 em colisotildees
a 800 AMev de C+C Ne+Naf e Ar+KCl A seccedilatildeo de choque
para altas energias pode ser parametrizada como exp
Observa-se que os trecircs espectros satildeo semelhantes
apesar da energia total de feixe envolvida em uma colisatildeo ser
20
diferente de outra lato indica que nas colisotildees nucleares a
altas energias a energia por nuacutecleon (ou ainda os graus de
liberdade de cada nuacutecleon) ecirc um fator preponderante no que diz
respeito ao mecanismo de reaccedilatildeo Aleacutem disso observamos nuuml
cleons emergentes com energias bem maiores do que aquela de
antes da colisatildeo Tal fato sotilde pode ser explicado se considerar
mos colisotildees muacuteltiplas
4 Produccedilatildeo de PIacuteons
Na fig 9 as multiplicidades meacutedias de meacutesons
satildeo plotadas na escala log-log em funccedilatildeo do nuacutemero de partici
pantes
as retas representam Kiacute1^ OC P bull
(39)
01
i i 11111
041
10 KW
Fig 9raquo Multiplicidade meacutedia de plons (ruf t)
21
Supondo-se uma densidade constante na regiatildeo de interaccedilatildeo (o
que eacute razoaacutevel em termos do modelo participante - espectador )
conclui-se que o nuacutemero de mesons produzidos eacute proporcional acirc
aacuterea da regiatildeo de interaccedilatildeo isto ecirc a produccedilatildeo de mesons ocorre
na superfiacutecie desta regiatildeo Jacirc a produccedilatildeo de protons como eacute de
se esperar ecirc diretamente proporcional ao volume da regiatildeo de
interaccedilatildeo (veja fig 10 )
Em termos de espectros inclusivos observa-se na
fig 11 que na produccedilatildeo de pions o espectro de energias apre
senta uma dependecircncia exponencial tal como acontece no caso da
produccedilatildeo de proacutetons (veja fig 8) Estes espectros sugerem por
tanto que foi atingido um equiliacutebrio teacutermico No entanto o
fator exponencial que se obteacutem no caso da distribuiccedilatildeo de piacuteons
eacute menor do que aquele obtido da distribuiccedilatildeo de protons Isto
significa que a temperatura de piacuteons eacute menor do que aquela de
proacutetons Este fato eacute consistente com a conclusatildeo obtida a par
tir da multiplicidade no paraacutegrafo anterior de que os piacuteons
satildeo produzidos na superfiacutecie da regiatildeo de interaccedilatildeo em outras
palavras a superfiacutecie da regiatildeo de colisatildeo eacute mais fria do que
o aev interior 20
10 N
f 5
WLg 101 Multiplicidade meacutedia de proacutetons (rtffgt iacute)
bull mdash i mdash i raquo i i bull ) r
ltmygt n Pt (b)
800MHVA
y bull i laquo i t
P T
22
i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash i mdash r
bdquo-raquolmdashimdashxmdashimdashx wo
I I I L
bullraquo iwmie laquow^r rtaa puno
Pig 11 Espectro de energia de piacuteons para angulo M W nas
reaccedilotildees de Ne+NaP agraves energias incidentes EinA=0408
e 1 Gev ( ntf $)
CAPITULO 3
Modelos Utilizados no Tratamento das Reaccedilotildees Nucleares
1 Introduccedilatildeo
Uma relaccedilatildeo sumaacuteria dos principais modelos eacute
dada pela fig 12 Ecirc importante ressaltar que os modelos hidro
dinacircmicos e teacutermicos levam em conta uma abordagem macroscoacutepica
para a interaccedilatildeo da mateacuteria nuclear Neste caso natildeo existe a
preocupaccedilatildeo com os graus de liberdade individuais das partlcu
Ias que compotildeem esta mateacuteria a preocupaccedilatildeo reside outrossim
no estabelecimento de uma equaccedilatildeo de astaotildeo que relacione entre
si grandezas macroscoacutepicas tais como pressatildeo densidade volu
me energia interna etc Isto naturalmente jacirc pressupotildee a
existecircncia de um grande nuacutemero de graus de liberdade pois tra
ta-se como se vecirc de um equiliacutebrio termodinacircmico local Por
outro lado os modelos de cascata intranuclear e de equaccedilatildeo
claacutessica de movimento partem dos graus de liberdade indivi
duals das partiacuteculas que compotildeem a mateacuteria nuclear Estes uacutelti
mos satildeo denominados de modelos microscoacutepicos enquanto os primei
ros de modelos macroscoacutepicos Daremos em seguida uma breve des
criccedilatildeo dos mesmos
y fluidraquo
b HiowomtoiCA (raquo ltlaquo W ^ | t - M d f It U Ufto I
Oniecirc eacutet CtK^utJ
1 ^raquoirlaquo itrtrt laquomil Lttil)
lurMWCUAraquo S M I I M M Ilaquo ltCPraquo HnWruliacute)
f) OK HOVIHKWO ciMwv Lgt laquo Agrave
Fig 12 Modelos teoacutericos de reaccedilotildees nucleares com Ions pesados
na faixa EinA 2 Gev raquo livre caminho meacutedio R = dJL
mensatildeo do sistema f - tempo de relaxaccedilatildeo pound - escala
de tempo do processo ltL = distacircncia meacutedia entre nuacutecle
ons e 0 = seccedilatildeo de choque total de nuacutecleon-nucleon Claquof- 9)
2 Descriccedilatildeo dos Modelos
21 Modelo Hidrodinacircmico
211 Regiatildeo de Aplicabilidade (nxf xo)
Para a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica eacute imprescindf
vel que a colisatildeo dure um intervalo de tempo suficiente para
que seja estabelecido equiliacutebrio termodinacircmico local Sendo
assim os requisitos devem ser satisfeitos 1) um grande nuacutemero
de graus de liberdade devem ser envolvidos 2) com um mecanismo
eficiente para reduccedilatildeo da energia incidente por nuacutecleon distri^
buindo-a para todos os graus de liberdade do sistema
A primeira condiccedilatildeo parece ser mais facilmente
atendida se por exemplo consideramos reaccedilotildees entre nu
cleos com um nuacutemero suficientemente grande de nuacutecleons tendo -
se em conta aleacutem disso que a produccedilatildeo de outras partiacuteculas co
mo plonsaumenta o nuacutemero de graus de liberdade envolvidos no
processo de colisatildeo
No entanto a condiccedilatildeo (2) requer uma anaacutelise mais
l
iD
critorlona no aontido do vorlflcar ao ola ocirc roalmonto sntisfoi
ta nas situaccedilotildees reallsticas das RIP O estabelecimento de um
equiliacutebrio local depende do tempo de relaxaccedilatildeo de pequenas por
ccedilotildees da mateacuteria nuclear o que se deseja ecirc que este tempo seja
muito menor que o tempo total da reaccedilatildeo Em primeiro lugar pode
mos fazer uma estimativa grosseira do tempo de reaccedilatildeo como sen
do o diacircmetro nuclear dividido pela velocidade da luz
(540 ) A troca de pion entre dois nuacutecleons adjacentes
requer era torno de ftO copyu seja um deacutecimo deste tempo
estimado Portanto vemos que podemos ainda fazer uma estimati
va do livre caminho meacutedio (e portanto do nuacutemero de colisotildees) Se
o processo fosse uma superposiccedilatildeo de colisotildees individuais NN
com seccedilatildeo de choque ltJ entatildeo na densidade numeacuterica normal de
nuacutecleons | o livre caminho meacutedio seria dado por
Xlaquo r - ~ -r-rrj T-T- 35 1 V fraquo (41)
dal a distacircncia que um nuacutecleon percorre ateacute parar seria dada
por
Xebdquo laquo -pound (42)
onde T e a energia cineacutetica inicial do nuacutecleon e At eacute sua per
da meacutedia de energia cineacutetica por colisatildeo A perda de energia
por nuacutecleon seria em torno de iraquo Ad em baixas energias
(-v Soo rfti ) e aumentaria para roc AbV em altas energias
26
( 11 ampV ) nr seria desta forma em torno de 3fm para
uma ononjla Inicial por uuacuteolouii do aroM o uorla nubnlfiiiulal
bullente maior se a energia inicial fosse de a l poundbull Entatildeo
sob tais argumentos a dinacircmica de fluidos pode ser melhor
aplicada em baixas energias do que em altas
Ho entanto nestes argumentos natildeo foi levada em
conta a produccedilatildeo de novas partiacuteculas efeitos de coerecircncia
etc Tais efeitos mudam profundamente a dinacircmica das colisotildees
(por exemplo a produccedilatildeo de piacuteons leva a um aumento considera
vel da seccedilatildeo de choque) Enfim a aplicaccedilatildeo de hidrodinacircmica em
altas energias ecirc uma questatildeo que deve ser decidida experimen
talmente
212 Equaccedilotildees de Hidrodinacircmica Qnf 13)
Tais equaccedilotildees surgem das leis de conservaccedilatildeo de
massa energia e momentum nos fluxos
2pound- yen V^^) O (42)
Onde deg eacute a densidade numeacuterica de nuacutecleons pound eacute a energia inter
na por unidade de volume ufa t + V eacute a entalpia por unidade de
massa Pgt f satildeo respectivamente a pressatildeo e o volume do elemen
27
to de fluido considerado yJ otilde a volocidndo drsto olnnonto na
uacuteltima equaccedilatildeo
Tfi = PU + (45)
eacute o tensor que daacute o fluxo de nonentun A estas equaccedilotildees junta-
se ainda una equaccedilatildeo de estado estabelecida a priori para a
bullateacuteria nuclear
Quando lidamos con um modelo hidrodinacircmico o
interesse maior ecirc na formaccedilatildeo de onda de choque na mateacuteria
nuclear isto eacute a propagaccedilatildeo de uma descontinuidade das quantida
des termodinacircmicas delineada por uma superfiacutecie que denomina
mos de superfiacutecie de descontinuidade
Vejamos as condiccedilotildees de contorno sobre esta super
flcie ou seja como ficam as equaccedilotildees (42) - (44) Para isto
isolemos um elemento qualquer da superfiacutecie de descontinuidade
e observemos o processo a partir de um sistema de referecircncia
localizado sobre este elemento com o eixo x normal acirc superfiacutecie
Esta eacute tal que manteacutem a continuidade dos fluxos de mateacuteria
energia e momentum de onde se tira que
(deg^J r O (46)
(Vraquo(-7- bullbullUuml0 (47)
(V f ) -z O (48)
ti
onde o niacuteiubnlo f J niqnl fica rpm doveinon hnninr n rii Fornnccedila
da grandeza entre dois pontos Assim a eq (46) eacute a abrevia
ccedillo da equaccedilatildeo
Suponhamos que o fluxo de mateacuteria eacute natildeo nulo
isso implica que d[x Jiacute- natildeo satildeo nulos De (46) e (49) se
ve que Craquo3 = (^1 = deg (410gt
isto eacute que a velocidade tangencial eacute contiacutenua sobre a superfiacute
cie de descontinuidade Quanto a densidade a pressatildeo (e entatildeo
as outras quantidades termodinacircmicas) e a velocidade normal
satildeo submetidas a um salto tais alteraccedilotildees estatildeo ligadas pelas
equaccedilotildees (46) - (48)
Sendo assim podemos escrever
(f f) 0 ^ bull u T j r O (411)
(p + P-amp J - 0 As descontinuidades deste gecircnero satildeo ditas ondas de choque
Para termos uma ideacuteia qualitativa da onda de cho
que algumas soluccedilotildees numeacutericas satildeo apresentadas pela fig13
Cada coluna apresenta uma vista da distribuiccedilatildeo da mateacuteria evo
luindo no tempo para um dado paracircmetro de impacto Observa - se
que para colisotildees centrais o processo eacute bem mais intenso aliaacutes
para colisotildees centrais o tratamento hidrodinacircmico eacute melhor
justificado dado que aquele3 pressupostos iniciais satildeo melhor
atendidos nesta condiccedilatildeo
Time (JCr3s)_
00
51
135
253
20 238 Ne bull U
E 2 0 - 2 5 0 MeV
r
m v bull I
01 05 09 Impoct Parameter (RtRbdquo)
13 Evoluccedilatildeo temporal da distribuiccedilatildeo de materia calculada
com um modelo hidrodinacircmico para a colisatildeo em trecircs
diferentes paracircmetros de impacto Os paracircmetros de
impacto satildeo medidos em unidades do paracircmetro de impac
to maacuteximo que corresponde atilde soma dos raios do projeacutetil
e do alvo A energia por nuumlcleon do feixe incidente
eacute 250 Mev C pound deg)
Uuml IO4
20 238 N e u a t E _ 2 0 laquo 250 MeV
Dom lt l | bull r I | i r l
Fluid dynamics
i i i I i i i i I r bull i i
Two-fluid dynamics
100 200 300
Lobiijtory Kinetic Enorgy per Nucleori (MeV)
Fig 14 Comparaccedilatildeo de resultados calculados com resultados
experimentais de espectro de energia de partiacuteculas car
regadas da colisatildeo de |Ve + ( em uma energia de
laboratoacuterio de 250 MevA Os histogramas na coluna da
esquerda dacirco os resultados calculados com o modelo de
um uacutenico fluido e aqueles da direita datildeo os resulta
dos calculados com o modelo de dois fluidos Ccedilruf Iacute2J
fiacuterraquo uma IacuteIIIIacuteIT ltlrraquo rlioijiio otilde roriunla ltlninitltgt o |irnciraquoi
so de reaccedilatildeo esperamos sua manifestaccedilatildeo nos espectros e d is
tribuiccedilatildeo angular das partiacuteculas emitidas No entanto apesar
da formaccedilatildeo de onda de choque nas RIP despertar uma grande ex
pectat va ainda natildeo conseguimos isolar experimentalmente a ev_i
decircncia deste fenocircmeno
213 Comparaccedilatildeo coa Dados Experimentais
Da fig 14 (coluna da esquerda) vecirc-se que um mo
delo hidrodinacircmico convencional com uma particular equaccedilatildeo de
estado reproduz o comportamento geral exibido pelos dados expe
rimentais No entantoem 309 os valores calculados satildeo substan
cialmente menores do que os valores experimentais e tambeacutem haacute
uma dependecircncia diferente com relaccedilatildeo acirc energia Em 609 e 909
os valores calculados satildeo menores do que os valores experimen
tais enquanto em 1209 eles satildeo duas vezes maiores Observa-se
que atraveacutes de um tratamento que suponha projeacutetil e alvo como
dois fluidos diferentes os valores calculados se aproximam
mais daqueles experimentais (veja a coluna da direita da fig14)
22 Modelos Teacutermicos
A imagem de participantes e espectadores no pro
cesso colisional eacute a motivaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo dos mode
los teacutermicos
221 M T H I O I O ltlt Iloli laquoIo Kiw|o
Neste modelo se supotildee que os participantes formam
uma bola de fogo que entra em equiliacutebrio teacutermico e por fim
expande-se isotropicamente com relaccedilatildeo ao centro de massa desta
bola
A suposiccedilatildeo baacutesica eacute de que no sistema de centro
de massa da regiatildeo participante a ser formada toda energia de
translaccedilatildeo das partes do projeacutetil e do alvo que formam esta re
giatildeo eacute totalmente convertida em energia teacutermica
No lado esquerdo da fig 15 resultados deste
modelo satildeo comparados com dados experimentais Vecirc-se que tal
modelo reproduz o comportamento geral apresentado pelos dados
No entanto para ambas baixas e altas energias os resultados
calculados satildeo menores que aqueles experimentais especialmente
em pequenos acircngulos
222 Modelo de Tiras de Fogo
Uma das possiacuteveis causas de discrepacircncia com re
laccedilatildeo aos dados experimentais dos dados calculados com o mode
Io de bola de fogo eacute exatamente a suposiccedilatildeo de uma uacutenica bola
de fogo ou seja de que eacute possiacutevel encontrar um sistema de re
ferecircncia (o de centro de massa) atraveacutes do qual observa-se uma
expansatildeo isotroacutepiacuteca da regiatildeo participante Uma tentativa para
melhorar esto modelo eacute o modelo de tiras de fogo Na verdade
33
este uacuteltimo 5 uma generalizaccedilatildeo do modelo anterior Nento cano
supotildee-se que a energia incidente forma vaacuterias Lolas de lotjo em
diferentes temperaturas que se movimentam umas com relaccedilatildeo as
outras Natildeo se tem entatildeo mais um uacutenico sistema de referecircncia
a partir do qual possa-se observar uma expansatildeo isotroacutepica de
toda a regiatildeo participante A tentativa aqui eacute incorporar num
modelo teacutermico o comportamento bem conhecido de que a seccedilatildeo de
choque NN a altas energias ecirc mais pronunciada em acircngulos peque
nos
No lado direito da fig 15 tera-se uma comparaccedilatildeo
deste modelo com os dados experimentais Para baixas energias
os resultados do modelo de tiras de fogo satildeo maiores do que
aqueles do modelo de bola de fogo e se ajustam melhor com os
dados experimentais 0 modelo se mostra melhor tambeacutem em ou
traacutes faixas de energia Entretanto ele falha em explicar o
comportamento de espectros de partiacuteculas compostas Note que a
suposiratildeo de equiliacutebrio teacutermico no modelo de tiras de fogo eacute
local e natildeo global como no modelo de bola de fogo
I (iboejfry Kmelic Energy per Hirkon (MeV)
Fig 15 Comparaccedilatildeo de resultados calculados via os modelos de
bola de fogo e tiras de fogo com resultados experimen
tais de espectros de energia em pequenos acircngulos da
colisatildeo a 250 AMev (laquobull iacute i)
23 Equaccedilatildeo Claacutessica de Moviaento C^f- 2 0
Este ecirc um tratamento microscoacutepico que inclui ex
plicitamente para as interaccedilotildees nuacutecleon-nuacutecleon um potencial
de dois corpos Por ser um tratamento completamente micros
coacutepico eacute capaz em principio de descrever qualquer correlaccedilatildeo
que se possa atribuir a uma evoluccedilatildeo claacutessica do sistema
A essecircncia deste tratamento eacute o caacutelculo de todas
as trajetoacuterias (A=fle+Ar) dos nuacutecleons estabelecido o poten
ciai de dois corpos para a interaccedilatildeo entre nuacutecleons O resultado
dos caacutelculos das trajetoacuterias eacute subsequumlentemente analisado e pon
derado sobre um conjunto de configuraccedilotildees iniciais de posiccedilatildeo e
momentum representando os nuacutecleos antes da reaccedilatildeo
Uma situaccedilatildeo inevitaacutevel eacute a evaporaccedilatildeo de nuacute
cleons antes da interaccedilatildeo do projeacutetil com o alvo devido a
instabilidade das configuraccedilotildees claacutessicas iniciais Tal evapora
ccedilatildeo eacute minimizada no tempo quando trata-se de nuacutecleos leves e
quando aproximamos inicialmente ao maacuteximo o projeacutetil e o alvo
No entanto estas caracteriacutesticas satildeo indesejaacuteveis e restringem
o intervalo de aplicabilidade do meacutetodo
Aleacutem disto existem as questotildees relacionadas com
os efeitos relativlsticos efeitos quacircnticos produccedilatildeo de parti
cuias etc Tais questotildees acarretam uma aplicaccedilatildeo restrita des
te tratamento na praacutetica restringe-se a faixa de energia
entre 200 a 500 AMevA pois de uma forma geral eutima-ue que
nesta faixa tais efeitos natildeo satildeo importantes
24 Cascata Intranuclear
Este foi um dos primeiros tratamentos aplicados
no estudo das RIP e ainda hoje eacute o mais aplicado e o que
apresenta de forma geral os melhores resultados Uma das ra
zotildees para isso aleacutem da sua grande simplicidade eacute o fato de
natildeo existirem (como pode ser visto abaixo) paracircmetros de mode
Io
Nas RIP ao estudarmos o comportamento dinacircmico
da mateacuteria nuclear via um modelo microscoacutepico a grande difi
culdade eacute a questatildeo de como traduzir as interaccedilotildees entre as
partiacuteculas No tratamento de cascata intranuclear supotildee-se que
as partiacuteculas quaisquer que sejam interagem sempre duas a
duas sendo que a uacutenica informaccedilatildeo da interaccedilatildeo que eacute levada em
conta satildeo dados de seccedilatildeo de choque nuacutecleon-nuacutecleon livres
Os procedimentos baacutesicos na aplicaccedilatildeo de um mode
Io de cascata intranuclear satildeo os seguintes 1) Arranjo inicial
estabelecendo momentun e posiccedilatildeo dos nuacutecleos do projeacutetil e do
alvo 2) Um certo nuacutemero de repeticcedilotildees do processo variando-se
a cada vez o arranjo inicial citado no item (1) 3) Medidas
das grandezas fiacutesicas de interesse a cada repeticcedilatildeo as quais
satildeo acumuladas e depois ponderadas pelo nuacutemero total de repeti
ccedilotildees
Com estes ingredientes e a forma de interaccedilatildeo
apresentada encontram-se diversas variaccedilotildees e sofisticaccedilotildees
de modelos baseados no tratamento de cascata intranuclear Cite
mos alguns exemplos
1) O mais simples modelo tridimensional de
cascata pode ser chamado de modelo de bolas de bilhar Se
reduz aos graus de liberdade dos nuacutecleons que satildeo representa
dos por um coleccedilatildeo de bolas de raio Rs Qsimff) onde 6~ltraquor
ecirc a seccedilatildeo de choque NN total que se obteacutem dos dados experimen
tais A cascata entatildeo segue os caminhos claacutessicos determiniacutes
ticos das muacuteltiplas colisotildees destas bolas (como ocorreria se
tiveacutessemos um jogo de bilhar tridimensional com a uacutenica dife
renccedila que no caso de cascata como foi dito soacute ocorrem coli
soes binaacuterias) Tal modelo natildeo leva em conta importantes pro
priedades do nuacutecleo como energia de ligaccedilatildeo principio de exclu
satildeo de Pauli etc
Uma comparaccedilatildeo com dados experimentais eacute apresen
tada pela fig 16 de onde observa-se que a maior discordacircn
cia ocorre em 309 e tambeacutem em grandes acircngulos para energias
altas
Fig 16 Comparaccedilatildeo dos resultados calculados com o modelo de
cascata de bolas de bilhar com dados experimentais (tiacutef J3)
2) Um modelo mais aprimorado de cascata envoJL
vendo caacutelculo de Monte Cario eacute empregado na investigaccedilatildeo de
equiliacutebrio termodinacircmico nas RIP Neste modelo a distribuiccedilatildeo
inicial dos nuacutecleons eacute arranjada de acordo com a Lei de distri
buiccedilatildeo uniforme de gaacutes de Fermi Satildeo levados em conta efeitos
relativlsticos princiacutepio de exclusatildeo de Pauli e produccedilatildeo de
partiacuteculas (piacuteons) Os nuacutecleons movem-se livremente (ao longo
de linhas retas) com seus respectivos momentun ateacute que a dis
tacircncia entre dois quaisquer tenha alcanccedilado um miacutenimo Se esta
distacircncia for menor que y Giacutet(s)f (onde 6tjr eacute a seccedilatildeo de
choque total para o par sob consideraccedilatildeo e F eacute a energia do
centro de massa do par) eacute permitido o espalhamento dos dois
nuacuteclcons Sc o espalhamcnto c elaacutestico ou inc latildes tico c dctcrtni
nado aleatoriamente de acordo com o peso relativo das seccedilotildees de
choque Os momentan das partiacuteculas apocircs a colisatildeo satildeo determi
nados aleatoriamente de acordo coro a distribuiccedilatildeo anqular da
reaccedilatildeo considerada de maneira a conservar energia e momentum
(neste procedimento momentum angular natildeo eacute conservado) Depois
da colisatildeo os dois nuacutecleons novamente movem-se em linha reta
assim por diante Da fig 17 observa-se que os resultados desraquo
te modelo ajustam-se bastante bem com os dados experimentais
25 Algumas Observaccedilotildees Finais Sobre os Modelos
Nos modelos baseados sobre um tratamento macroscoacute
pico da reaccedilatildeo nuclear tem-se a grande arbitrariedade do esta
belecimento a priori de uma equaccedilatildeo de estado (o que envolve
certos paracircmetros) para a mateacuteria nuclear Algo que eacute muito
artificial visto que no processo da reaccedilatildeo as alteraccedilotildees
ocorridas na mateacuteria nuclear satildeo profundas e se quisermos pen
sar em termos de equaccedilatildeo de estado devemos ter uma eszimativa
da realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico Por outro lado existe a
indagaccedilatildeo de ateacute que ponto eacute vaacutelido um tratamento deste tipo
pois efeitos hidrodinacircmicos eou teacutermicos (se existirem) pro
vavelmente natildeo devem ser observados em todo o transcurso da
reaccedilatildeo mas apenas em certos estaacutegios
Com relaccedilatildeo aos modelos baseados em um tratamento
microscoacutepico das RIP aqueles baseados em equaccedilatildeo claacutessica de
movimento carregam intriiisecuuieiile o problema do deluiuiuiiiaiuu
laquoraquo t l tgt laquo l l l | l ltgt l ( ( l l m M l l I I ( l llt I I 111 |HgtI bullgtbullbullgt I t I lgt l | l l l laquo I l - I I I I I M l l l bullbull bullbull I t l H
ficiente para comportar a gama de efeitos que satildeo esperados nas
reaccedilotildees nucleares Jaacute os modelos de cascata intranuclear tecircm a
grande virtude de natildeo possuir paracircmetros livres e de conside
rar intrinsecamente informaccedilotildees de seccedilatildeo de choque experimental
da interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon muito embora apenas se disponha
da seccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon livre Aleacutem disso este tratamento per
mite de maneira simples extrair resultados facilmente compa
raacuteveis aos aspectos observados nas reaccedilotildees nucleares No entan
to tem o pressuposto baacutesico das interaccedilotildees binarias entre par
tiacuteculas Ecirc exatamente este aspecto que nos dispomos a investi
gar no trabalho que se segue nos proacuteximos capiacutetulos
amp
O
u
I W
bullSli a U f
W
(0-1
T 1 1 1 laquoOAr + ^ A r - p + X
CA0OOMlaquoV
I I 0 I I 0 gt _J_
200 laquo00 Etoraquo(MeV)
laquo00
Fig 17 Histograma dos resultados de cascata (com caacutelculo de
Monte Cario) levando em conta o movimento de Fermi
comparados com dados experimentais (uf 2 1)
CAPfTUIO 4
A Importacircncia de Efeitos Natildeo Binaacuterios nos Resultados Calculados
Coraquo CIN
0 Introduccedilatildeo
Cono podemos deduzir do capiacutetulo 4 em reaccedilotildees
nucleares con ions pesados um dos tratamentos mais empregados
eacute o de cascata intranuclear (CIN) Como vimos neste tratamen
to um dos pressupostos baacutesicos eacute o de colisotildees binatilderias entre
nuacutecleons isto ecirc eles colidem entre si somente dois a dois
Uma questatildeo fundamental que surge quanto atilde aplica
ccedilatildeo do meacutetodo de CIN e a de como os efeitos natildeo bina
rios afetam os resultados calculados Ou seja partindo -se
de que realmente existem tais efeitos nas RIP queremos saber
o quanto nos afastamos da realidade pelo menos neste aspecto
numa abordagem de CIN Neste sentido o trabalho que se segue
eacute o desenvolvimento de um procedimento de como elucidar esta
questatildeo Tal procedimento baseia-se na comparaccedilatildeo de resultados
de caacutelculos de grandezas fiacutesicas de interesse nas reaccedilotildees nu
cleares (veja cap 5) ora com um mecanismo de colisotildees puramen
te binatilderias entre nuacutecleons ora com outro mecanismo natildeo mais
restrito por esta condiccedilatildeo Chamaremos este uacuteltimo de mecanis
mo de colisatildeo de muitos corpos para distingui-lo do primeiro
I TraLaiiKMitoii uti Uzadou
Estes dois mecanismos do colisatildeo satildeo levados a
efeito via simulaccedilatildeo em computador de dois tratamentos micros
cocircpicos (veja cap 4) para sistemas de nuacutecleons em colisatildeo Um
destes tratamentosecirc baseado no meacutetodo de cascata intranuclear
e seraacute chamado de CASCATA simplesmente 0 outro ecirc baseado no
meacutetodo do equaccedilatildeo de movimento claacutessica (EMC) que denominamos
de EQCLAS Neste uacuteltimo ecirc introduzido um determinado potencial
de dois corpos o que possibilita colisotildees de muitos corpos (ve
ja no final deste capiacutetulo como eacute introduzido este potencial)
Natildeo levamos em conta neste trabalho efeitos
quacircntico-relativiacutesticos nem produccedilatildeo de plons ou outras parti
cuias Com isto conseguimos a simplificaccedilatildeo dos caacutelculos em
questatildeo e fundamentalmente evidenciamos os dois mecanismos de
colisatildeo considerados Desta forma nos fixamos apenas nos graus
de liberdade dos nuacutecleons
Como vimos no cap 3 os espectros inclusivos do
processo de RIP satildeo fortemente caracterizados pelos efeitos
geomeacutetricos Ou sejaas propriedades principais dos espectros
inclusivos satildeo basicamente determinadas pela configuraccedilatildeo geo
meacutetrica de projecirctil-alvo Portanto os efeitos de processos de
colisotildees muacuteltiplas se existirem satildeo esperados que sejam rela
tivamente pequenos comparados aos efeitos geomeacutetricos do siste
ma Assim sendo se fizermos uma comparaccedilatildeo doa espectros
1 lie I ui I von (M Ion ludoJ donna IIMIICIII Clt miiiln pi cgtviviraquol tpuraquo on
efeitos que queremos investigar fiquem mascarados peio aspecto
geomeacutetrico Entatildeo i desejaacutevel eliminar ao maacuteximo os efeitos
geomeacutetricos em se tratando daqueles que surgem ao considerar -
se mateacuteria finita Com esta intenccedilatildeo tomamos como sistema de
prova duas chapas planas infinitas de nuumlcleons uma para o
projeacutetil e outra para o alvo (veja as justificativas no cap6)
Supotildee-se que nos planos destas placas a distribuiccedilatildeo bariocircnica
seja homogecircnea
A comparaccedilatildeo eacute feita observando-se o desenvolvi
mento temporal das distribuiccedilotildees de densidades bariocircnica e de
rapidez de um corpo Sendo assim natildeo nos preocupamos com quan
tidades imediatamente relacionadas com dados experimentais que
satildeo extraiacutedos de espectros inclusivos ou distribuiccedilatildeo angular
de um corpo
O objetivo aqui ecirc a comparaccedilatildeo dos resultados
oferecidos pelos dois meacutetodos onde devemos levantar suas dife
renccedilas ou semelhanccedilas Observa-se que em se tratando de uma
comparaccedilatildeo entre resultados oferecidos pelos modelos podemos
simplificar ainda mais os nossos caacutelculos escolhendo a forma de
potencial mais simples possiacutevel a fim de garantir inclusive a
melhor precisatildeo no caacutelculo das trajetoacuterias do meacutetodo EQCLAS
2 Colisotildees no Caso EQCLAS e no Caso CASCATA
21 KQCTIAS
Neste caacutelculo escolhemos um potencial degrau
como mostrado na Fig 18
Rc
Vc
RN R
Fig 18 Representaccedilatildeo do potencial que eacute utilizado no modelo
EQCLAS Rn=raio de interaccedilatildeo Vc=potencial constante
na regiatildeo entre as duas esferas compreendidas pelos
raios c e tfy onde f eacute o raio que define a esfera
de potencial infinito
Fig 19 Representaccedilatildeo das trecircs regiotildees
(1) potencial nulo
(2) potencial constante maior que zero
(3) potencial infinito
Consideremos dois nuacutecleons e vejamos em seguida
quais as possibilidades de interaccedilatildeo entre eles Em termos geo
meacutetricos tudo se passa da mesma forma como ocorre na oacutetica
nos processos de reflexatildeo e refraccedilatildeo de raios luminosos Consi^
deremos o sistema de referecircncia do centro de massa dos nuacutecleons
Neste caso como pode ser visto no apecircndice C as duas partiacutecu
Ias satildeo representadas pela partiacutecula de massa reduzida igt
Seja a regiatildeo (1) a de potencial nulo (2) a regiatildeo de poten
ciai constante e (3) a de potencial infinito como indicado na
fig 19 Desta figura vecirc-se que iacute a (Kn define uma interface
esfeacuterica entre as regiotildees (1) e (2) como t s fc define uma in
terface da mesma maneira entre as regiotildees (2) e (3)
Arraquo |laquovf Iltj | ii|ultgt bullbull lut o n u ~ gt n r~n -|laquo ltilt|iii nl ltbull
a) Como mostra a fig 20 uma reflexatildeo na primeira interface
Fig 20 Representaccedilatildeo da reflexatildeo na primeira interface As se
tas representam a reflexatildeo da partiacutecula de massa
No que segue fica entendido que as setas nas figuras
representam o movimento desta partiacutecula
As setas indicam a reflexatildeo da partiacutecula de
massa reduzida U b) Como mostra a fig 21 duas refraccedilotildees
uma da regiatildeo (1) para a (2) e em seguida uma desta para a
regiatildeo (1)
Fig 21 Diagrama representando duas reflexotildees uma da regiatildeo
(1) para a regiatildeo (2) em seguida desta para a (1)
Pig 22 Representaccedilatildeo das duas refraccedilotildees e uma reflexatildeo
regiatildeo de potencial infinito
na
r) Tomo mortra n fiq 22 rlnnn rofrnccedilotildeon o timn rrraquongtvatilden tlmn
primeira relraccedilatildeo da rufiatildeo (1) pata a (2) cm e()iilili a ruilu
xatildeo na interface entre as regiotildees (2) e (3) para depois uma
nova refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1)
Nos casos (b) e (c) distinguem-se duas situaccedilotildees
uma em que os nuacutecleons estatildeo fora da regiatildeo de potencial e
outra em que eles se encontram dentro desta regiatildeo Ecirc nesta si
tuaccedilatildeo que existe a possibilidade de colisatildeo de muitos corpos
Tais colisotildees possibilitam relaccedilotildees cinemaacuteticas entre os nu
clecns que natildeo satildeo permitidos no caso de CASCATA
22 CASCATA
Para fins de comparaccedilatildeo dos resultados oferecidos
pelos dois modelos no nosso caacutelculo de CASCATA a seccedilatildeo de
choques nuumlcleon-nuacutecleon natildeo eacute oferecidas por dados experlmen
tais mas sim estabelecida pelo potencial utilizado no caacutelculo
de EQCLAS Aqui os nuacutecleons natildeo sentem entatildeo a influecircncia de um
potencial (natildeo haacute refraccedilatildeo) 0 que eacute feito i a substituiccedilatildeo de
qualquer processo no caso de EQCLAS por uma uacutenica reflexatildeo no
caso de CASCATA no ponto de maacutexima aproximaccedilatildeo dos dois nu
cleons livres sem nenhuma limitaccedilatildeo para esta distacircncia
Como se vecirc no caso de CASCATA as interaccedilotildees satildeo
sempre instantacircneas sendo exatamente esta a razatildeo de ocorre
rem sempre binarlamente
observamos que com o tratamento cindo no meacutetodo
do CIN para as collsogravec3 nuacutecleonu-iiuumlcleona as cuumliacU-i lut Lcuu tic
|HjUgttulal do KUCIAIacuteraquo no qui re rofVro a collifi(gt laquoNgt pn do
nuacutecleons (como direccedilatildeo de movimento e transferecircncia de energia)
foram completamente levadas em conta (vide apecircndice C) Logo
se todas as colisotildees fossem binatilderias natildeo deveria existir nenhu
ma diferenccedila nos resultados destes dois tratamentos (exceto o
pequeno efeito que pode surgir devido a natildeo conservaccedilatildeo de mo
mento angular no caso de CASCATA No entanto tal efeito deve
desaparecer em decorrecircncia da aleatoriedade das configuraccedilotildees
iniciais veja cap 5) Depreende-se dai que nas condiccedilotildees em
que o meio encontra-se muito rarefeito natildeo devemos esperar ne
nhuma evidecircncia das diferenccedilas (caso existam) dos resultados
dos dois meacutetodos visto que nestas condiccedilotildees predominam as
colisotildees binatilderias
Como se observa estamos tomando um potencial re
pulsivo ( Vc gt O ) A primeira vista seria interessante a uti
lizaccedilatildeo de um potencial negativo ou pelo menos com uma parte
negativa No entanto vale salientar antes de mais nada recor
dando o que discutimos no cap 1 que o estudo das reaccedilotildees nu
cleares baseia-se na anaacutelise dos estados finais onde as partleu
Ias estatildeo espalhadas isto eacute longe da regiatildeo onde de fato
ocorrem os principais processos da reaccedilatildeo Temos acesso dire
to apenas aos estado3 iniciais e finais da colisatildeo Relembra
mos tambeacutem que nosso objetivo principal ecirc a comparaccedilatildeo dos re
sultados oferecidos pelos dois modelos No entanto observe -se
que no caso do caacutelculo de CASCATA onde os nucleons estatildeo sem
pre livres os estados finais que este modelo reproduz satildeo ob
viamente de partiacuteculas livres Os dois modelos devem uti
lizar as mesmas condiccedilotildees iniciais e devem reproduzir canais fi
nais idecircnticos No entanto se utilizarmos um potencial negati
vo em EQCLAS eacute muito provaacutevel que ocorram estados finais de
partiacuteculas ligadas Jaacute com a utilizaccedilatildeo de um potencial positi^
vo de curto alcance os estados finais satildeo sempre de partieu
Ias livres Finalmente a forma de potencial estabelecida (de
grau) leva a que as trajetoacuterias dos nucleons sejam retas com
mudanccedilas apenas nos pontos onde I - | = ou
df-iils ampC C bull fltj sdeg O B vetores posiccedilatildeo de dois
nucleons quaisquer) Estas alteraccedilotildees nas variaacuteveis cinemaacuteticas
por serem calculadas analiticamente (veja apecircndice C) resultam
em um processo de caacutelculo computacional bem raacutepido e sem erros
numeacutericos
3 Criteacuterio de Determinaccedilatildeo do Potencial
0 potencial que estamos utilizando eacute representado
por funccedilatildeo degrau do graacutefico de potencial mostrado na fig23
0 que estamos querendo eacute que este potencial tenha seus para
metros lt Re Vccedil ajustados de alguma maneira atilde realidade
das interaccedilotildees entre nucleons na mateacuteria nuclear
A informaccedilatildeo desta realidade que levamos en conta
para este ajuste foi o valor da velocidade do som na mateacuteria nu
RN
Fifl 23
Pig 23 - Representaccedilatildeo do tipo de potencial que utilizamos A
linha tracejada representa potencial degru que se
ajustam ao potencial representado pela linha contiacutenua
clear
A velocidade do som num meio continuo ecirc dada por
C 8 ^ 7 7 ^ (5-18)
onde pound eacute a densidade de energia e deg a densidade de massa do
meio
Para determinarmos a variaccedilatildeo de pound com deg pro
cedemos como segue
Isolamos um determinado volume Vraquo da mateacuteria
nuclear em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se essa mateacuteria
homogeneamente fazendo-se variar o volume inicial Esta compres
satildeo faz com que os nuacutecleons toquem-se uns nos outros A medida
que a densidade aumenta o nuacutemero de pares de nuacutecleons que se
superpotildee aumenta cada vez maii aumentando a densidade de ener
gia Calculando a taxa de aumento desta densidade em funccedilatildeo da
densidade numeacuterica encontra-se a velocidade do som como uma
funccedilatildeo de ^ e AV Igualando-se tal velocidade com a velocida
de do som estimada na mateacuteria nuclear ( ^c ~ 4- C ) e
atribuindo um determinado valor para ^ t encontra-se um valor
para R e ficcedil eacute escolhido com valor compatiacutevel com os dados de
interaccedilatildeo nuacutecleon-nuacutecleon
CAPITULO 5
(Resultados e Anaacutelise)
Neste capiacutetulo descrevemos os procedimentos adota
dos discutimos os resultados obtidos apresentamos nossas con
clusotildees por fim damos algumas sugestotildees
Os resultados baseiam-se em medidas de distribui
ccedilotildees de densidades bariocircnicas e de rapidez oferecidos pelos
dois meacutetodos em comparaccedilatildeo
1 Introduccedilatildeo de Um Sisteaa-Modelo para Anaacutelise
dos Resultados
Com a intenccedilatildeo de eliminar efeitos geomeacutetricos
consideramos um sistema-modelo em que o projeacutetil e o alvo satildeo
identificados a chapas planas infinitas de nuacutecleons Elas satildeo
arranjadas de tal maneira que seus planos coincidem com o plano
xy e portanto suas espessuras satildeo medidas no eixo z ( veja
fig 24) Supomos que nos planos destas chapas a distribuiccedilatildeo
bariocircnica ecirc sempre homogecircnea depreende-se dal que trata-se de
um problema unidimensional isto eacute as grandezas dependem ape
nas da coordenada z Surge entatildeo a questatildeo de como tratar a
colisatildeo entre esses dois objetos Dado que o sistema (projeacutetil
+ alvo) mantem-se homogecircneo (no plano xy) durante todo o pro
cesso de colisatildeo entatildeo para conhecermos em um dado Instante
uma das chapas (isto ecirc como estatildeo distribuiacutedos os nuacutecleons no
espaccedilo) basta observamos um pedaccedilo dela Sendo assim cada
chapa seraacute representada por uma amostra ou seja por um nuacutemero
finito de nuacutecleons movimentando-se no espaccedilo de uma maneira que
simule a homogeneidade citada Consideramos tais amostras com a
forma de paralelepipedo regular com duas faces contidas nos pia
nos das chapas (veja fig 24) As faces paralelas ao plano xy
satildeo consideradas iguais e mantecircm suas formas (quadrados) duran
te todo o processo de colisatildeo no entanto as espessuras (na di
reccedilatildeo z) podem variar Escolhemos esta forma geomeacutetrica apenas
por comodidade mas poderiacuteamos considerar outras
Fig 24 Diagrama representando as amostras do projeacutetil e do
alvo e suas posiccedilotildees iniciais a-aresta do quadrado no
plano xy Zp e Zt satildeo as espessuras das chapai projeacute
til e alvo respectivamente
V
Yt
s r |
bull bull
a
Fig 25 Diagrama indicando como eacute feita a homogeneidade
Consideremos uma face paralela do plano xy e mais
oito reacuteplicas desta arranjadas como na fig 25 A homogeneidade
eacute simulada da seguinte maneira se por exemploum nuacutecleon cujas
coordenadas satildeo (bullyen i) gt estaacute caindo da amostra consideramos
um outro com coordenadas (bullltgt ff^laquo J ) (onde os si
nais de bull e ^ satildeo contraacuterios aqueles de e f respectiva
mente e |xlaquof = |^laquo~ Ou ) e momentum igual ao do primeiro Ve
mos que desta maneira o arranjo das projeccedilotildees em um dado
instante eacute o mesmo em todas as faces
Os nuumlcleons satildeo arranjados aleatoriamente no espa
ccedilo de configuraccedilatildeo de modo que a distribuiccedilatildeo inicial seja homo
gecircnea e os seus momenta dirigidos na direccedilatildeo z
11 0 Processamento das Colisotildees Nuumlcleon-NUumlcleon
Tendo dadas as condiccedilotildees Iniciais queremos saber
agora como simula-se a reaccedilatildeo O procedimento eacute o seguinte
Tomam-se dois nuumlcleons e verifica-se a condiccedilatildeo
de choque entre eles (veja apecircndice C) se for decidido que ha
veraacute choque calcula-se o tempo que levariam atecirc interagir Es
se processo repete-se ateacute que tenham sido considerados todos
os pares possiacuteveis Em seguida verifica-se o menor de todos os
tempos e deslocam-se todos os nuumlcleons durante este tempc eacute
claro que aqueles do par correspondente a este tempo devem se
chocar Entatildeo processa-se o choque isto eacute determinam-se as
direccedilotildees sentidos e os momenta dos nuumlcleons ao atingirem as
interfaces das regiotildees de potencial (no caso EQCLAS) ou quando
alcanccedilarem a distacircncia miacutenima (no caso CASCATA) (Veja apecircndice
C)bull Novamente faz-se a tabela de tempos No entanto agora con
sideram-se apenas os pares formados com um dos dois nuumlcleons
que se chocou e um outro qualquer que natildeo fez parte deste cho
que (isto porque as relaccedilotildees entre os tempos dos outros pares
natildeo foram alteradas) 0 processo ocorre ateacute ser atingido um
tempo maacuteximo que eacute estabelecido de tal maneira que se possa ob
serva-rlo ateacute os estaacutegios finais
3 d
12 Procedimentos Para Obtenccedilatildeo dos Resultados
Os resultados para os valores das grandezas calcu
ladas satildeo extraiacutedos considerando-se uma regiatildeo fixa do espaccedilo
cujo volumt eacute dado pela aacuterea de uma das faces multiplicada ror
um comprimento de 20fm na direccedilatildeo z
Os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos para
a distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica do sistema em colisatildeo e a
distribuiccedilatildeo em rapidez de suas partiacuteculas foram da seguinte ma
rteira
1) Distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
Neste caso o espaccedilo considerado eacute divididona
direccedilatildeo z em cem caixas iguais Em seguida em um determinado
instante contamos o nuacutemero de nuacutecleons que se encontra em cada
caixa A densidade meacutedia neste instante acha-se dividindo-se
o nuacutemero de nuacutecleons acumulados em cada caixa pelo nuacutemero de
repeticcedilotildees e pelo volume de uma caixa
2) Distribuiccedilatildeo de densidade de rapidez
A rapidez y eacute expressa por (veja apecircndice A)
Com esta formula estimamos a rapidez maacutexima em moacutedulo para
todos os nucleons do sistema Seja pound este moacutedulo Considera
bullos Cpound iJ como o intervalo de variaccedilatildeo de rapidez Em seguiL
da como antes dividimos este intervalo em cem partes iguais
entatildeo para um determinado instante contamos o numero de nu
cleons que possuem rapidez em cada intervalo A meacutedia encontra-
se dividindo-se o acuacutemulo de rapidez de cada intervalo pela
rapidez total acumulada
A densidade numeacuterica de nucleons antes da coli
satildeo foi tomada de acordo com a foacutermula (veja capitulo 3)
RP = to r = to Ar (62)
O que nos dacirc
p- - -iacutefrr ( 6 - 3 gt onde lt0 s 12 f m Consideramos as duas amostras iguais cujas
dimensotildees satildeo
AEcirc tfraquo ~f lt64)
Com estes valores os nuacutemeros de nucleons do projeacutetil ( ^raquo ) e
do alvo ( r ) satildeo dados por
f)rs f il (65)
O ideal seria se tomaacutessemos flp p r com valores bem
maiores que estes No entanto como as medidas satildeo estatiacutesticas
(isto eacute o processo eacute repetido muitas vezes) isto acarretaria
um aumento consideraacutevel do tempo de caacutelculo Com os valores
que estabelecemos o tempo de caacutelculo de uma repeticcedilatildeo ecirc de apro
ximadamente 2 minutos de computador
13 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Resultados
Nas figs 26 e 27 satildeo mostrados os resultados obti
dos neste caacutelculo
Com respeito acirc distribuiccedilatildeo bariocircnica observamos
o seguinte
1) No instante inicial as duas distribuiccedilotildees satildeo iguais Neste
instante como esperaacutevamos os nuacutecleons distribuem-se homoge
neamente em duas regiotildees que correspondem aos volumes iniciais
das amostras
2) Com o passar do tempo essas distribuiccedilotildees vatildeo se aproximan
do e um pico exatamente na regiatildeo central eacute formado
3) 0 pico cresce ateacute atingir um maacuteximo quando entatildeo comeccedila a
decrescer e ao mesmo tempo toda a distribuiccedilatildeo vai se espa
lhando e homogeneizando-se novamente
4) 0 pico no caso CASCATA eacute sempre maior que no caso EQCLAS
Draquo
5) A distribuiccedilatildeo no caso EQCLAS evolui mais rapidamente
6) Observamos que ate um certo tempo o processo evolui (nos
dois casos) de forma raacutepida ateacute atingir um determinado estaacutegio
quando entatildeo as alteraccedilotildees vatildeo nt-ivixando-se ateacute que pratica
mente natildeo observamos nenhuma varialt( sltraquo com o tempo
7) Vemos que eacute nos estaacutegios em torno da densidade maacutexima que
as diferenccedilas entre os resultados oferecidos pelos dois meacutetodos
se acentuam
8) No final onde o meio torna-se muito rarefeito natildeo observa
mos diferenccedilas dos dois tratamentos
Com respeito agrave distribuiccedilatildeo de rapidez podemos
observar o seguinte
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees satildeo iguais para os
dois casos e concentram-se exatamente em dois pontos dispocircs
tos simetricamente com relaccedilatildeo atilde origem como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo (para os dois casos) esses picos vatildeo
diminuindo e conjuntamente havendo um acreacutescimo de densidade na
regiatildeo central (sendo mais acentuado no caso EQCLAS) Esse
acreacutescimo natildeo atinge picos tatildeo pronunciados quanto no caso da
distribuiccedilatildeo de densidade bariocircnica
CAKtrA CMC
e Rj Vt bull A - O10) J TO iOOOO
iiO 400
AP= Ar ii
pound= 00 fmccedil
Yy-N 1
1
i i
J ^
fraquo Iacute0 iacute iacute
pound^
^
poundz 2 3
rmdashraquo 1
1 1
j is a
j ^ t tf 9i
mdash mdashN
Fig 26r Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de densidade
bariocircnica no caso CASCATA e no caso EQCLAS 03 instarraquo
tes foram escolhidos de modo a evidenciar a3 etapas
principais do processo
(AtCA TA
E H
tf = roo MtV
Pt c Ho laquo r O H0t J S-O (0000
t 2 O V OO
Arz AT = 11
Fig 27 Desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapidez no
caso CASCATA e EQCLAS que estatildeo superpostos em cada
graacutefico Os instantes foram escolhidos como descrito
na fig 26
V ) A pnrtlr dfgt um corto ontacircgio nssns ptcns dorsnpnropom Obspr
va-se ainda que no caso de EQCLAS isso ocorre inalu rapidamen
te
4) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees vatildeo se igualando e
tornando-se mais e mais homogecircneas
Lembramos que os dois tratamentos foram conside
rados de tal maneira que no limite de rarefaccedilatildeo do meio coin
cidem totalmente Consequentemente as diferenccedilas dos resultados
mencionados acima devem ser atribuiacutedas a efeitos puramente de
interaccedilotildees natildeo binarias No caso CASCATA as densidades maacuteximas
satildeo mais pronunciadas do que no caso EQCLAS Isto pode ser ex
plicado pelo fato de que no caacutelculo de CASCATA os centros dos
nuumlcleons podem aproximar-se sem limitaccedilatildeo geomeacutetrica podendo
ultrapassar eventualmente a densidade maacutexima (iacuteraquoax= i raquomdash )
imposta pela condiccedilatildeo geomeacutetrica (presenccedila do caroccedilo duro) em
EQCLAS Isto explicaria a observaccedilatildeo (4)
Por outro lado a observaccedilatildeo (5) mostra que o
mecanismo de transferecircncia de energia e momentum entre partlcu
Ias parece mais eficiente na presenccedila de interaccedilotildees de muitos
corpos do que de interaccedilotildees puramente binarias Isto eacute bem
razoaacutevel pois a relaccedilatildeo cinemaacutetica de muitas partiacuteculas no caso
EQCLAS permite tal facilidade de transferecircncia de energia e
momentum
A observaccedilatildeo (8) sugere que quanto ao estado fl
rial as previsotildees de EQCLAS e CIN satildeo as mesmas apesar da dife
renccedila entre eles nos estaacutegios que correspondem ao auge da
colisatildeo Isto se deve ao fato de que possivelmente apenas coli
soes binacircrias ocorrem nos estados finais quando utilizamos o
meacutetodo de EQCLAS devido a caracteriacutesticas repulsivas do poten
ciai Os dois meacutetodos neste caso satildeo completamente equivalentes
Este fato nos leva acirc conclusatildeo importante de que
mesmo que os resultadoraquo do caacutelculo de CIN aplicado nas RIP re
produza razoavelmente Bem os espectros de nuacutecleons experimental
mente observados isto natildeo justifica a validade do meacutetodo duran
te todo o processo de colisatildeo Especialmente quando trata-se de
quantidades fiacutesicas relacionadas a etapas do auge da colisatildeo
(por exemplodensidade maacutexima temperatura maacutexima produccedilatildeo de
kaons) o meacutetodo de CIN eacute sem duacutevida insatisfatoacuterio para a anaacuteli
se destas grandezas
fi interessante observar que natildeo obtivemos nenhuma
descontinuldade na evoluccedilatildeo da distribuiccedilatildeo bariotildenica Isto
por um lado se deve ao fato de termos tomado o raio de intera
ccedilatildeo relativamente pequeno permitindo que inicialmente o espa
ccedilo livre entre nuacutecleons seja muito pronunciado Seria interes
sante se tomaacutessemos um sistema maior com um raio de interaccedilatildeo
entre nuacutecleons tambeacutem maior e observaacutessemos um processo onde
ocorressem descontinuidades na distribuiccedilatildeo bariotildenica Ou seja
uma situaccedilatildeo propicia para a formaccedilatildeo de ondas de choque na
O I
materia nuclear que ecirc um processo diretamente ligado no aumen
to da densidade bariocircnica em determinadas regiotildees Ecirc exatamente
nesta situaccedilatildeo como jaacute dissemos antes que esperamos a manifes_
taccedilatildeo dos efeitos proacuteprios das interaccedilotildees de muitos corpos Ecirc
com esta intenccedilatildeo que a partir do proacuteximo item desenvolvemos
um outro processo de colisatildeo
2 Formaccedilatildeo de onda de choque na materia nuclear
Como pode ser visto no capiacutetulo 4 eqs 46- 49
a onda de choque caracteriza-se pela descontinuidade das quanti
dades termodinacircmicas No nosso caso o interesse eacute analisar a
influecircncia de colisatildeo de muitos corpos para a formaccedilatildeo e propa
gaccedilatildeo de ondas de choque na mateacuteria nuclear As grandezas toma
das para analise satildeo novamente as distribuiccedilotildees de densidades
bariocircnica e de rapidez
21 Sistema-Motildedulo para Anaacutelise da Formaccedilatildeo de
Onda de Choque
Para a formaccedilatildeo de onda de choque colidimos uma
placa de nucleons (como descrita nos Itens 11 e 12) com uma
parede (o termo parede ecirc utilizado aqui para designar uma
superfiacutecie plana infinita intransponiacutevel pelos nucleons assim
delimitando um semiespaccedilo)
A colisatildeo dos nuacutecleons com a parede eacute completamen
te elaacutestica e aleacutem disso desprezamos o recuo desta dai cons ide
ramos como referencial aquele em que a parede encontra-se em
repouso
Os planos da placa e da parede encontram-se no
plano xy sendo que o plano da parede passa pela origem Na
construccedilatildeo da tabela de tempos (item 15) a parede ecirc representa
da por um ponto de coordenada z=0 e coordenadas x y coincidin
do com aquelas do nuumlcleon considerado
No caacutelculo anterior onde o alcance do potencial
foi de 15 fm o sistema exibia as caracteriacutesticas de um meio
rarefeito jaacute no estado inicial Portanto inicialmente os nuuml
cleons possuem um aspecto livre bastante pronunciado impedindo
os efeitos de compressatildeo (ou seja de interaccedilotildees natildeo binarias)
que soacute comeccedilam a surgir no auge da colisatildeo Para nosso objetivo
de investigaccedilatildeo dos efeitos de compressatildeo e da formaccedilatildeo de onda
de choque este estado inicial de meio rarefeito natildeo eacute deseja
vel Em outras palavras devemos reduzir o espaccedilo livre para
nuacutecleons no estado inicial
Quando tomamos uma amostra da placa automaacutetica
mente fixamos o nuacutemero de nuacutecleons correspondente ao volume da
amostra O alcance do potencial no caso aqui considerado re
presenta o tamanho do ndeleon O que estamos querendo eacute que
fixando-se a densidade e a velocidade do som seja estabelecido
o alcance do potencial (e correspondentemente o valor do
mesmo) de tal maneira que os nuacutecleons se encontrem suficiente
mente proacuteximos Utilizamos a frase suficientemente proacuteximos
porque esperamos que a formaccedilatildeo de onda de choque seja mais
evidente quanto mais proacuteximos encontrarem-se os nuacutecleons uns
dos outros quanto mais homogecircnea for a distribuiccedilatildeo bariocircnica
inicial e quanto maior for a energia incidente sem que no en
tanto os nuacutecleons se encontrem na condiccedilatildeo de cristalizaccedilatildeo
pois natildeo queremos eliminar totalmente no inicio a possibili
dade de movimento livre
O problema que surge entatildeo eacute como satisfazer es
tas trecircs exigecircncias A questatildeo do alcance do potencial eacute resol
vida tomando-se o raio da regiatildeo de potencial compatiacutevel com
aquele estabelecido na condiccedilatildeo cristalinaa qual estabelece o
sistema cristalino regular de faces centradas por ser este o
mais simeacutetrico e denso possiacutevel (tal condiccedilatildeo eacute exigida ten
do-se em vista o potencial que consideramos) Isto eacute faacutecil de
ser encontrado 0 sistema cristalino regular cuacutebico de face
centrada ecirc mostrado na fig 28
- r -
_L pound1 gtj
Flg 28 Representaccedilatildeo do cristal cuacutebico de faces centradas (ruf IO
Na condiccedilatildeo de densidade maacutexima os nuacutecleons tocam-se uns nos
outros Seja Rraquo a distacircncia entre dois nuacutecleons entatildeo deve
mos ter
2 fAraquox = d (6-6)
onde d eacute a diagonal da face do cubo isto eacute ot - o-yl dal
Rlaquo+ zx -mdashbull O (67)
o nuacutemero efetivo de nuacutecleons dentro do cubo eacute 4 A densidade
eacute entatildeo dada por
O =r mdash - r - (68)
a3
Que deve ser igual a Logo
I L l ^ (69) W Entatildeo
A energia incidente eacute tal que os nuacutecleons devem
propagar-se com uma velocidade acima da velocidade do som is
to tambeacutem eacute algo faacutecil de ser estabelecido
Resta entatildeo a questatildeo do sorteio dos nuacutecleons
dentro da amostra
Tomamos os nuacutecleons inicialmente com um raio
de interaccedilatildeo suficientemente pequeno de tal maneira que este
jam localizados aleatoriamente dentro da amostra Atribuiacutemos
tambeacutem aleatoriamente momenta a todos os nuacutecleons em segui
da deixamos o sistema evoluir no tempo com a condiccedilatildeo de que
o raio da regiatildeo de potencial aumente linearmente com o tempo
ateacute alcanccedilar o tamanho estabelecido pela condiccedilatildeo de quase
cristalizaccedilatildeo O movimento dos nuacutecleons dentro da amostra ocor
re da maneira jaacute descrita(item 15) com a uacutenica diferenccedila que
no caso aqui considerado deve-se levar em conta o aumento do
raio nas equaccedilotildees que estabelecem o tempo de colisatildeo e a troca
de momenta entre dois nuacutecleons Vemos que desta maneira os
nuacutecleons tendem a ocupar homogeneamente o espaccedilo dentro da
amostra Quando o raio da regiatildeo de potencial atinge um tama
nho estipulado congelamos os nuacutecleons em suas respectivas
posiccedilotildees em seguida atribuiacutemos novamente momenta aos nu
cleons soacute que desta vez natildeo aleatoriamente mas sim todos
iguais e na direccedilatildeo z de encontro agrave parede dando inicio ao
processo de colisatildeo
22 Observaccedilotildees e Anaacutelise de Dados
Tomamos o sistema inicialmente com 10 fm o que
daacute um total de 22 nuacutecleons Os dados obtidos com este processo
satildeo apresentados pela figs29 e 30
Considerando-se a distribuiccedilatildeo de densidade ba
riacuteocircnica podemos observar o seguinte
CAiCAT
SMC
iacute l a TOO MxV j W = 4 S3
Flt laquo laquo (to 2 lo 17 ltiOO es i i
gtfr eof^yi
Fig 29 (a)iacute Desenvolvimento temporal da densidade b a r i ocirc n i c a
no caso CASCATA e no caso EQCLAS Ap=l r e p r e s e n t a
a parede
Fig 29 (b) Trecho ampliado da fig 29(a) exibindo a regiatildeo de
maior intensidade do processo evidenciando a dishy
ferenccedila dos dois meacutetodos
cAicArA
laquo M C
ttx SOO Mg j Mtfgt2 S3
Re rtrf Vi o s v o i f a)ol i a
s aiacuteX^eacute
s ft^r (70
Fig 30 ( a ) Desenvolvimento temporal da d i s t r i b u i ccedil atilde o da densJL
dade de rapidez nos casos CASCATA e EQCLAS Os ins
t a n t e s coincidem com aqueles da f i g 29
1) Logo nos instantes iniciais observa-se nos dois casos um
acuacutemulo da densidade proacuteximo atilde parede enquanto uma outra par
te permanece com a forma da distribuiccedilatildeo inicial apresentando
desta maneira uma descontinuidade (o que caracteriza a forma
ccedilatildeo de onda de choque)
2) Observamos que a onda de choque no caso EQCLAS eacute mais
pronunciada pois apresenta uma maior descontinuidade
3) No caso EQCLAS a densidade proacutexima atilde parede manteacutem-se em
todos os instantes maior que no caso CASCATA
4) Com o passar do tempo a onda de choque nos dois casos vai
desaparecendo e a distribuiccedilatildeo espalhando-se por toda a re
giatildeo considerada
5) Proporcionalmente a densidade proacutexima atilde parede no caso
CASCATA decresce mais rapidamente que no caso EQCLAS
6) Nos instantes finais a distribuiccedilatildeo no caso CASCATA tende
a uma certa meacutedia jaacute no caso EQCLAS ela permanece mais pro
nunciada em direccedilatildeo acirc parede
72
Com respeito 5 distribuiccedilatildeo de densidade de rapi
dez podemos observar as seguintes caracteriacutesticas
1) No instante inicial as distribuiccedilotildees nos dois casos satildeo
iguais e concentram-se em um uacutenico ponto como esperaacutevamos
2) Com o passar do tempo este pico inicial vai diminuindo e
um outro sendo formado em um ponto simeacutetrico agravequele do pico
inicial enquanto a largura vai aumentando em torno destes pi
cos
3) Os picos satildeo mais pronunciados no caso CASCATA onde obser
va-se uma largura menor
4) 0 pico da esquerda depois de um certo tempo desaparece
nos dois casos sendo que no caso EQCLAS isto acontece de for
ma mais raacutepida
5) No caso EQCLAS a densidade de rapidez distribui-se com o
tempo de forma mais suave o que concorda muito bem com as
observaccedilotildees (3) e (4)
6) No caso EQCLAS a distribuiccedilatildeo espalha-se mais rapidamente
T) No caso EQCLAS haacute uma concentraccedilatildeo em torno da rapidez da
parede (y=0) mais pronunciada que no caso CASCATA
8) Nos instantes finais as distribuiccedilotildees em um e outro caso
tornam-se muito parecidas
As observaccedilotildees (2) (3) o (5) 11ltjim-rltgt a um
mesmo aspecto o qual ecirc traduzido por uma maior transparecircncia
no caso CASCATA Com a presenccedila das colisotildees de muitos corpos
(que satildeo esperadas em densidades altas) e observando-se que no
caso de EQCLAS existe uma regiatildeo central de potencial intrans
poniacutevel os nuumlcleons tem maior dificuldade em atravessar o
meio o que constatamos tambeacutem com a observaccedilatildeo (71) No entan
to apresentam uma maior dissipaccedilatildeo de energia o que eacute confir
mado pelas observaccedilotildees (3) (4 bull ) (5) e (6)
6 interessante observarmos que comparando - se
com o caso anterior onde era menor tem-se a impressatildeo
de que a situaccedilatildeo eacute invertida Naquele processo pronunciava-
se uma maior densidade na regiatildeo central no caso CASCATA
No entanto se analisarmos atentamente percebemos que o me
canismo ecirc o mesmo ao interagir o projeacutetil com c alvo apresen
ta-se uma densidade maior no caso CASCATA exatamente por
ser o sistema mais transparente neste caso (o que favorece uma
maior penetraccedilatildeo dos nuacutecleons do projeacutetil no alvo e vice - ver
sa) No entanto no processo de colisatildeo do projeacutetil com a
parede por ser esta uma regiatildeo intransponiacutevel os nuacutecleons
inicialmente acumulam-se ai Ao chocar-se com a parede estes
invertem seus movimentos e no caso CASCATA a densidade tor
na-se menor novamente porque a transparecircncia eacute maior (o que
favorece o movimento dos nuacutecleons no meio)
Observamos ainda neste uacuteltimo exemplo que o
mecanismo de transferecircncias com o caacutelculo EQCLAS ocirc muito
mais eficiente comparado ao CASCATA como foi enfaticamente
74
mostrado ro desenvolvimento temporal da distribuiccedilatildeo de rapi
dez Ou seja no caacutelculo de CASCATA a transferecircncia de ener
gia e momentum ecirc subestimada comparada ao processo real impli
cando em uma menor eficiecircncia para o estabelecimento de equiacute
librio teacutermico em relaccedilatildeo ao meacutetodo de EMC Podemos dizer en
tatildeo que as interaccedilotildees natildeo binaacuterias satildeo um mecanismo mais efi
ciente para estabelecer o equiliacutebrio teacutermico do que as inte
raccedilotildees puramente binaacuterias
No entanto os dois exemplos mostram que as inte
raccedilotildees finais que tomam lugar nas etapas de baixa densidade
tendem a eliminar as diferenccedilas dos dois meacutetodos Isto eacute as
quantidades associadas ao final do processo satildeo razoavelmente
determinadas pelo meacutetodo de CIN
Neste trabalho o potencial foi representado por
um uacutenico degrau por motivo de simplicidade No entanto seria
interessante observar como se modificam os resultados quando
utilizamos um potencial com variaccedilotildees menos abruptas 0 que
sem duacutevida afeta diretamente as relaccedilotildees cinemaacuteticas entre par
ticulas quando envolvidas por colisotildees natildeo binaacuterias A exten
satildeo do nosso caacutelculo para simular o efeito de variaccedilotildees sua
ves do potencial pode ser feita simplesmente incluindo mais
degraus no potencial No entanto isto acarreta um tempo bem
maior no processo de simulaccedilatildeo
Seria tambeacutem interessante consideramos um siste
ma inicialmente maior do que este utilizado isto nos poss1
bllitaria observar por mais tempo o processo de onda de
choque Alem disso so fizeacutessemos um levantamento tia onda de
choque por energia incidente e tambeacutem pelo alcance do poten
ciai poderiacuteamos observar melhor as caracteriacutesticas presentes
nos meacutetodos que utilizamos
CONCLUSAtildeO
Com o intuito de analisar os efeitos de colisotildees
natildeo binacircrias que a priori satildeo excluiacutedos no caacutelculo de cascata
intranuclear estudamos um modelo idealizado do processo de
RIP Para facilitar o caacutelculo utilizamos um potencial de dois
corpos de forma de degrau repulsivo com caroccedilo duro Compa
ramos dois caacutelculos do processo de colisatildeo o CASCATA e o
EQCLAS Para destacar o efeito de colisotildees natildeo binacircrias ten
tamos eliminar ao maacuteximo o efeito geomeacutetrico introduzindo
uma configuraccedilatildeo de chapa de aacuterea infinita e espessura varia
vel
Calculamos dois exemplos o caso em que o meio
nuclear possuiacutea inicialmente o espaccedilo livre relativamente
grande e o caso de nuacutecleons bastante compactados
Os resultados de caacutelculo mostram que o efeito de
processos natildeo binatilderios atua de maneira a diminuir a transparecircn
cia da mateacuteria nuclear frente acircs colisotildees Ao mesmo tempo es
te efeito eacute mais eficiente para dissipar a energia e momentum
entre nuacutecleons do que se existissem apenas as colisotildees bina
rias
Outra conclusatildeo importante eacute que numa situaccedilatildeo
onde a onda de choque aparece o meacutetodo de CIN subestima a
densidade e temperatura do meio Entretanto foi observado que
as colisotildees que ocorrem nas etapas finais ontJo a cligtnJlaquoladc c
relativamente baixa tendem a eliminar as diferenccedilas de resul
tados entre CIN e EMC Isto mostra que o meacutetodo de CIN pode
ser razoaacutevel para estimar as quantidades que satildeo determinadas
nas etapas finais do processo de RIP No entanto o sucesso de
CIN em reproduzir as quantidades finais natildeo necessariamente
implica a validade do mesmo no auge da colisatildeo Por exemplo
a realizaccedilatildeo de equiliacutebrio teacutermico eacute subestimada por este imito
do
Ecirc conhecido que o caacutelculo de CIN aplicado ao
processo de produccedilatildeo de pfons em geral sobreestima o nuacutemero
de pfons produzidos Prevemos que isto seja devido ateacute certo
ponto atilde excessiva transparecircncia que apresenta-se com este me
todo Eacute interessante testar o caacutelculo de CIN para a produccedilatildeo
de kaons pois estas partiacuteculas satildeo emitidas nos estaacutegios mais
intensos do processo de reaccedilatildeo Prevemos que neste caso a
transparecircncia atuaria para subestimar o nuacutemero de kaons produ
zidos
78
APEcircNDICE A
Processo Inclusive Rapidez e Momentum Transverso
1 Processo Inclusive
O processo inclusivo de uma uacutenica par t iacutecula eacute de
finido da seguinte maneira
A + B gt C + x (Al)
onde A eacute o projeacutetil B o alvo C eacute a partiacutecula que eacute detectada
(isto eacute sobre a qual satildeo feitas as medidas sendo entatildeo a
uacutenica partiacutecula de estudo no processo de reaccedilatildeo) e X eacute o restan
te dos proJutos da reaccedilatildeo Similarmente podemos definir o
processo inclusivo de duas partiacuteculas de trecircs etc Vemos en
tatildeo que nos processos inclusivos o interesse eacute por certos
tipos de partiacuteculas e natildeo por toda a produccedilatildeo da reaccedilatildeo
2 Rapidez e Homentua Transverso
Em colisotildees nucleares a altas energias i conve
niente introduzir variaacuteveis cinematildeticas invariantes para des
crever o domiacutenio do espaccedilo de fase em que as partiacuteculas satildeo
emitidas A quantidade relativisticamente invariante que des
creve o movimento paralelo agrave direccedilatildeo do feixe eacute denominada de
rapidez Suponhamos que a direccedilatildeo do feixe eacute ao longo do eixo
z A rapidez se define entatildeo como
i-+lt-amppoundbull)-WW (A2)
I~3
vecirc-se que y ecirc exatamente o acircngulo que descreve uma rotrccedil-atildeo no
espaccedilo-tempo (portanto descreve uma transformaccedilatildeo de hzrentz)
Por exemplo na colisatildeo iacuteB-raquoCtX a velocidade
1$ do centro de massa do sistema total (relativa ao sistema
do laboratoacuterio) ecirc dada por
onde Ccedilraquo e pound4 satildeo o momentum e a energia total do prcitil A
respectivamente e a eacute a massa do alvo B A rapidez ia partjE
cuia C quando vista no sistema laboratoacuterio estaacute relacionada
acirc rapidez no sistema de centro de massa por
onde
=4(-pound-) (A5)
Tal resultado eacute evidente dado que duas rotaccedilotildees em ur mesmo
eixo (ou o que eacute o mesmo duas transformaccedilotildees de Lore-tz em
uma mesma direccedilatildeo) podem ser substituiacutedas por uma uacutenita rota
ccedilatildeo cujo acircngulo eacute a soma dos acircngulos das rotaccedilotildees indivi
duais
A variaacutevel complementar agrave rapidez eacute o -omentum
transverso Jf l
ampr--laquoilaquoirA
80
APfiNDlCR R
A lagrangeana de um sistema de duas partiacuteculas
de massa m num potencial que depende apenas da distacircncia rela
tiva entre elas pode ser escrita (em coordenadas ciliacutendricas )
como
Onde
M- mdash Tira-se dal a energia
E ^ r t 1 +lt() + - ^ (B2) 1 mui
Onde l-trt iacutef eacute o momentum angular do sistema
Fora da regiatildeo de potencial a energia em rela
ccedilatildeo ao centro de massas eacute expressa por
E iiff (B3
onde AP ecirc a diferenccedila de momento linear dos dois nuacutecleons da
da a partir do sistema laboratoacuterio
Os limites do movimento encontram-se para aque
les valores de ri i tal que t s O No caso um questatildeo
01
como trata-flo do uma energia potencia l p o s i t i v a o movimento oacute
oempre i n f i n i t o la to 6 dove e x i s t i r um r miacutenimo maraquo natildeo um
r maacuteximo Vejamos agora uma condiccedilatildeo necesaaacuteria pata que doia
nilcloona ae choquem Sejam dois nuacutecleons l i v r e s (a) e (b)9uaa bull 1 3
posiccedilotiacutes [to i ft i G suas velocidades voacute- ^ respecti vamonto Sojom
_ - - lt^gt
o a equaccedilatildeo
f()- P^A- VffN^V + otilder~l (B5)
Esta equaccedilatildeo defino a distacircncia em funccedilatildeo do tempo entre 09
dois ndcleons Eles se aproximaratildeo se houver um miacutenimo com
relaccedilatildeo ao tempo de3ta equaccedilatildeo Deve ser verificada entatildeo a
condiccedilatildeo
bulljr - deg ltbull
ou soja
-y Jt bull $ - O (D 7)
O primeiro terno desta equaccedilatildeo eacute positivo logo o produto esca
lar devo uumlor negativo Entatildeo para que dois nuacutecleons ac aproxi
mem eacute necessaacuterio que o produto escalar da diferenccedila de suas
poaiccediloe3 o de aua3 valocldide3 aoja negativo No que segue
rio upotildeo que neja 03te o caso
82
O v a l o r miacutenimo paru rt EIacuteG cncon t tn laquo1 p n r t l r dn
cujuuccedilatildeo (U 2 ) onduuml uo fuz f i s otilde d a l
m I
n^ = bull (D 8)
O moacutedulo do momentum angu la r t o t a l 6
ondo 6 a d i s t acirc n c i a das r c t a a i n i c i a i s dos movimentos de cen
t r o de masaa do cada nucleon a n t e s da qua lque r I n t e r a ccedil atilde o
S u b s t i t u i n d o - s e (B2) egrave (B9) um (D8) f i c a
flmim s ~ (B10) f 4 _ j - j^izn
0 p o t e n c i a l como se s a b e eacute do s e g u i n t e t i p o
copyo carta o eacute ^ plaquo
( ( laquo ) = ( D 1 1 )
ltlaquo laquoV lt
e n t atilde o para t = O
f t raquo (0-12)
lojo a e ^ Hfi havoratilde choque c iuo c o n t r aacute r i o os nuacutellt-on3 pas3a
ratildeo um pe lo o u t r o uumlim se perceberem
03
Suponhamos ltpound tf rjuoronio rwihcr piil 1 con
d iccedilatildeo para quo um nilcloon ponc t r a na r e g i atilde o do p o t e n c i a l do
o u t r o A a n a r g i a i n i c i a l pa ra ti gt fly 6 dada por
pound = J i Uuml ID13
logo para quo isto ocorra 5 necessaacuterio que
ig gt ou seja
fJp- | gt 2 ^ r 7 (B15)
Eacute tambeacutem de interesse a condiccedilatildeo de reflexatildeo
em Re Isto ocorreraacute se flt R e se |Jp|lt 2 JrWVc I
Estando os nuacutecleons um na regiatildeo de potencial do outro a con
diccedilatildeo para que se choquem em Rc pode ser dada a partir da
equaccedilatildeo (B10) Neste caso deve-se ter
AIElaquoDrcr n
Tratamento do Choquo En t re Dois Nucleons no Caso EQCLAS a no
Caco CASCATA
Queremos do te rminar cm quo d i r e ccedil atilde o a a e n t i d o e
com q u a i s onorg iaa r e s u l t a m os ndcleons dtjpola do clioquo To
dos o s c aacute l c u l o s s e r atilde o f e i t o s no s i s t ema de c e n t r o de massas
dos n d e l e o n s
1 Calculo da Reflexatildeo em Rn
O p r o c e s s o eacute o mesmo pa ra os d o i s meacutetodos
F i g 3 1 Represen taccedilatildeo da geometr ia da r e f l e x atilde o ora Rn E s t atilde o
r e p r e s e n t a d a s toda3 a3 grandezas u t i l i z a d a s no c atilde l c u
i o
85 no
I ly 32 (iconic t r i a tia roiacuteraquo ltivltiacuteo ltli roijlio (I) piri 1 ) MMLIacuteIO
roproacn tadao todaa as grandozats u t iL l zadau no cS lcu
l o
Da f i g 32 novamente s e faz
usando conservaccedilatildeo do energia o a r e l a ccedil atilde o (C6) obternos
quo 6 uma equaccedilatildeo d 29 grau p a r a oL Dal encontramos
r a l z o s
no e n t a n t o a segunda r a i z natildeo daacute uma r e f r a ccedil atilde o e s im uma r e
f l exatildeo em y o que nos faz tomar a r r i m e i r a r a i z D a l r e
s u l t a
3 Ca lcu lo da R e t r a ccedil atilde o d a Regiatildeo (2) p a r a a
Regiatildeo (1)
ltC7)
duas
87
Fig 33 Geometria da refraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (1) e tarn
beacutem da reflexatildeo do ponto P a qual substitui o process
so das duas refraccedilotildees da regiatildeo (1) para a (2) e des
ta para a (1)
O procedimento para o caacutelculo desta refraccedilatildeo eacute o mesmo utiliza
do no caso de CASCATA para a reflexatildeo do ponto (P) a qual
substitui as duas refraccedilotildees (no caso de EQCLAS) da regiatildeo (1)
para a (2) e desta novamente para a (1) Da fig 33
P s p + d fT (CIO)
devemos entatildeo c a l c u l a r oi o R
(C l l ) R = Rx +- 3 P1
Dado que f o perpendicular a R
ft - - laquo bull P
- ^r (eu)
BH
CJUUuml uatildeu todcitiacute t]u-iitL1nttiraquo conhecidai Para ^ ltbull (cm
4 Caacutelculo do Choque cm Re
Flg 34 Geometria da reflexatildeo era Re e tambeacutem da reflexatildeo no
ponto P a qual substitui todo o processo de rofraccedilatildeo
da regiatildeo (1) para a (2) em seguida a reflexatildeo em
Re e por uacuteltimo a rofraccedilatildeo da regiatildeo (2) para a (l)
Todas as grandezas utilizadas nos caacutelculos satildeo mostra
das
89
|)fi pound i g 34
fi = flX + pound (C14)
Dal
-^p-graquo tkftKM-)^
bull (C15)
De
R = laquo (C16)
ObtemoS
4P V c^p- bull
(C17)
0 v a l o r de laquolt para e s s e caso e
ol = 2 tf (C18)
5 Refraccedilatildeo da Regiatildeo (2) para a (1) Depois do
Choque cm Re
Como antes o procedimento eacute o mesmo tanto para
EQCLAS como para CASCATA que neste caso substitui as duas
refraccedilotildees mais o choque em Re (EQCLAS) por um choque em P Da
tig 34
fJ0
A p s acirc 4- lt= fix (C19)
mdash bull tmdu i Q o tnaomo quo f o i c a l c u l a d o no i t e m a n t e r i o r Du
j p = AP ( C 2 0 )
viim
_v _ O A ^l (C 21) ^ ^
assim ficam determinadas todas as possibilidades do choque quo
podem ocorrer entre dois nuumlcieona
Jl
APEcircNuumliacuteCliacute O
C a l c u l o da Valocidado do Som na M a t eacute r i a Nuclear
Como se pode obse rva r no apecircnd ice D a v o i o c i d a
fie tio goni om Um moio homocjonao 6 dada por
e Psatildeo r e spec t ivamen te a dens idade e s p e c i f i c a de e n e r g i a
i n t e r n a e a dens idade e s p e c iacute f i c a do m a t e r i a
Para encontrarmos como c v a r i a c o m 3 Proce
d e - s e como segue
I s o l a - s e um de te rminado volume ro da m a t eacute r i a
n u c l e a r em condiccedilotildees normais Entatildeo comprime-se e s sa m a t eacute r i a
homogeneamente fazendo-se v a r i a r o volume i n i c i a l A q u e s t atilde o
fundamenta l agora atilde como p r o c e s s a r a homogeneidade
Antes de mais nada vamos d i s t i n g u i r a l g u n s pa ra
m e t r o s Dado o volume supoe-se que os nuacutecleons e s t atilde o d i s t r 1
bu ldos homogeneamente n e s s e volume de maneira que cada nu
c l e o n ocupa um c e r t o volume e s f eacute r i c o dado por WA) If tio sendo
a s s i m - i^itlto laquo Se d i s t i n g u e tambeacutem o r a i o de i n t e r a
ccedilatildeo e n t r e d o i s nuacutec leons y G a i n d a a i n t e r d i s t atilde n c i a e n t r e
e l e s oli Cx) t onde x s e r aacute d e f i n i d o a d i a n t e 6 bom d i z e r que
na d i s t r i b u i ccedil atilde o i n i c i a l d e n t r o do volume ye e x i s t e a imposj
ccedilao do quo alit CO Rm ontie (1) s imbo l i za condlccedilotildeuu n o r m a i s
l)2
Vcjtitnofl cm uumlcquldi como no igtrnarutltn n compres
satildeo Dofinimoo a compressatildeo homogecircnea como aquela qua mantoacutem
a d i s t r ibu iccedilatildeo r e l a t i v a espac ia l dos nuacutecleons ina l t e r ada Eacute
f aacutec i l percebe que o processo do diminuir o volume t o t a l nas
fcas condiccedilotildees 5 equivalente ao processo de aumentar o r a i o de
in teraccedilatildeo nuclear mari-endo-se a mesma laquoacircistribuiccedilatildeo r e l a t i v a G
o volume o bull Tudo natildeo passa de uma questatildeo de e sca l a i s t o
porque diminuir o volume totalcomo d e s c r i t o acima aignif l
ca aproximar os centros dos nuacutecleons uns dos ou t ros i s t o ecirc a
i n t e rd i s t acircnc i a meacutedia entre dois nuacutecleons se aproxima de Rn ou
mesmo se torna menor Esta compressatildeo ecirc esquematizada pela
f ig- 35 onde em (c) eacute f e i t a uma reduccedilatildeo de escala do todo o
volume de t a l maneira que o r a io de in te raccedilatildeo vol ta a seu
tamanho i n i c i a l
to )
o copy 111(1)
o o
b)
l C) d l j U )
V(x)
Vo VO
Pig 3 5 J Representaccedilatildeo da compressatildeo homoqcnea Va = volume
I n i c i a l V=volume f i n a l K =raio de in teraccedilatildeo au
montado
9 3
Vomos que X = RyH^ o o aumento r e l a t i v o do volume o u t r e ao
u iacute tuaccedilotildead (b) a ( c ) fi f aacute c i l ver quo
(D2) J - -A-V X1
fclstamoa interosaadoo no comport a monto de pounddeg)
para f~ Isto seraacute obtido ac conhecermos pound(bullbulllt) paraxgti
visto que fxfo Vojamos como se expressa lofos x gt 1 so
traduz por urna pequena compressatildeo onde se supotildee que no maacutex_i
mo os nuacutecleons interagem aos pares A densidade nesta situa
ccedilatildeo eacute melhor expressa por uma densidade correlacionada de
dois corpos ^C^IJ raquoJ onde tf e rtx gatildeo as coordo
nadas de duas partiacuteculas Esta densidade devo ser tal que
$ (bull(Xi)iltl rampl) = r mdash o
tiacute (D3)
e ainda deve conter a condiccedilatildeo de que a interdistacircncia meacutedia
entre dois nuacutecleons deve ser maior ou igual a RX A ex
pressatildeo traduz o fato de que quando se processa a com
pressatildeo a interdistacircncia meacutedia 6 diminuiacuteda rotativamente
pela quantidade x (visto que Inicialmente esta condiccedilatildeo era de
que a interdistacircncia meacutedia fosse maior ou igual a Rn que ecirc a
mesma expressatildeo acima quando x=l ou seja condiccedilotildees normais)
Uma tal densidade pode ser expressa por
0-onde o laquoa funccedilatildeo degrau Vemos claramente que gtgtita dcnslda
)4
uacutea tiatlafitz an dunn condlcotildenr o i t naacutean acima alZ-ffi bull i liro^ da
quolan qut fiatildeo p r oacute p r i a s do qua lque r d liacuteJriljiJlCcediliacutelo d pr-ilmbl 1 i_
dadon A i n t e q r a l volumfitrlcn
nou ltiu v
n f - ^ r o laquobullbull -)rraquo-f bull ] iilt t i C U l O 3 Tl7 r n h n o n utTgtn inter
d i s t acirc n c i a meacutedia menor quo Rn Entatildeo se d iv id i rinorj fito nuacutemero
polo volume Vs ccedilx o n c o n t r a - s a a densidade do p a r t iacute c u l a s
qua euuml tatildeo i n t a r a y l n d o aos p a r e s Vamos aos c a l c u l o u
= plusmnltrA^Ci-0 (D 6
Entatildeo a densidade do partiacuteculas quo catatildeo inte
ragindo aos pares (natildeo atilde a mesma densidade numeacuterica) eacute dada
por
fijLrJLUacutecgt-^ (D71
a ltJlaquojn3idade de encrq ia eacute dada por
t = o7 (D-8)
que podemos e x p r e s s a r como
onde | r jub3t l tu l todo3 os piratildeiuumltr03
(D9)
bullJj
Mil oiacuteiHf-niiriacutet) tlii VI IIKMIIKIM do Mom ( U I ) fiiilifil I
t u l n t l o gt laquo of seraquo f i c a i
_ J JLIL- I (DIO)
Da e x p r e s s atilde o (D ) vemos que
J~JL st 24 (Dll)
dal
C = V i 4 (D12)
para determinarmos A tomamos os valores do 3 fornecidos polo
computador e fazemos
ccedil w=lt$-(-xjyttf (D-13 o da equaccedilatildeo
Jf _ n (D14)
do de te rmina A Procedendo assim obtemoa
onda
X = ID16)
)f
niiacutelHllPN(MAiacutel
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