bp_agosto2007

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Brasil PREBTERNO Agosto de 2007 Ano 50 / Nº 635 - R$ 1,80 Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Rede Presbiteriana de Comunicação Divulgação Página 4 Missionário da APMT conta como trabalha no Senegal Chis Hellier/ Corbis/ Latin Stock Página 10 Pintura em parede de Atanásio, diácono egípcio da igreja antiga que se tornou bispo de Alexandria Página 16 Secretaria Geral do Trabalho com a Infância promove encontros Divulgação Página 14 Presbiterianos atuam em associação escolar internacional Divulgação Presbíteros e diáconos: o verdadeiro papel desses oficiais na IPB Presbíteros e diáconos: o verdadeiro papel desses oficiais na IPB

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Presbiterianos atuam em associação escolar internacional Secretaria Geral do Trabalho com a Infância promove encontros Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Pintura em parede de Atanásio, diácono egípcio da igreja antiga que se tornou bispo de Alexandria Página 16 Página 14 Página 4 Página 10 Rede Presbiteriana de Comunicação Chis Hellier/ Corbis/ Latin Stock Divulgação Divulgação Divulgação

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B r a s i lPRES­BI­TERI­A­NO

Agosto de 2007 Ano 50 / Nº 635 - R$ 1,80Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

RedePresbiteriana

de Comunicação

Divulgação

Página 4

Missionário da APMT conta comotrabalha no Senegal

Chis Hellier/ Corbis/ Latin Stock

Página 10

Pintura em parede de Atanásio, diácono egípcio da igreja antiga que se tornou bispo de Alexandria

Página 16

Secretaria Geral do Trabalho com a Infância promove encontros

Divulgação

Página 14

Presbiterianos atuam em associação escolar internacional

Divulgação

Presbíteros e diáconos:o verdadeiro papel desses

oficiais na IPB

Presbíteros e diáconos:o verdadeiro papel desses

oficiais na IPB

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO2 Agosto de 2007

emos perdido a capacidade de nos maravilhar. Infelizmente. Olhamos os avanços da tecnologia informá-

tica, eletrônica, mecânica etc. e não fica-mos mais extasiados com elas. O vôo das grandes aeronaves, inclusive espaçonaves, a comunicação instantânea e acesso on-line a informações das mais variadas áreas do saber por meio da Internet já não nos fascinam mais. Perdemos a capacidade de nos admirar com a própria beleza da vida. O formar e nascer das crianças, o mila-gre da vida. A beleza e a exuberância de uma orquídea ou de uma rosa, até mesmo da pequena e singela margarida, já não fazem despertar em nós aquela expressão de espanto: Oh!!!

O Senhor Jesus maravilhou-se com a fé demonstrada por um gentio, fé que não havia encontrado nem mesmo em Israel.

Temos, também, perdido a capacidade de nos indignar. Infelizmente. Ouvimos e vemos tanta corrupção e impunidade, tanta licenciosidade e promiscuidade, tanta injus-tiça e desigualdade, tanta miséria e pobreza que tais fatos já não nos causam nenhuma indignação, ira ou protesto. As mazelas políticas, sociais, morais e religiosas gras-sam livremente e espalham-se como praga e erva daninha, impregnando, com sua suji-dade, todo o nosso ambiente.

Jesus indignou-se por várias vezes ao se defrontar com situações ofensivas à fé e ao compromisso com Deus e Sua vontade. Ele bradou contra tais situações, posicionou-se contrariamente a elas, agiu forte e virilmen-te em oposição a elas e morreu por causa disso, mas não deixou de manifestar Sua indignação e repulsa.

Por que já não nos maravilhamos e, sobre-tudo, por que não nos indignamos mais?

Ou, se experimentamos esse sentimento, por que não o manifestamos? Isso é devido à incidência tão frequente das ocorrências. Estamos acostumados a ver tudo isso e tais coisas passam a ser comuns. Trata-se da banalização de ocorrências que deveriam levar-nos à insurreição e vociferação com toda força. Jovens que passam a ter vida sexual ativa antes do casamento, sendo tal postura vista como natural e até incentiva-da. Ministros evangélicos que adulteram, separam-se, vindo a casar-se novamente e continuam na comunhão da igreja como se isto fosse normal; ou que, mesmo sem a verificação da infidelidade prática, divor-ciam-se e casam-se novamente, apresen-tando-se sem qualquer constrangimento à frente do rebanho. Pastores sem cuidado em sua vida financeira, atolados em dívidas sem condições de saldar os compromissos feitos, tendo que ver suas contas pessoais pagas pela igreja, mas que não sofrem qualquer disciplina corretiva ou ajuda para corrigir-se, sendo apenas transferidos de igreja, para cometerem o mesmo erro no lugar para onde vão; além daqueles outros que são exploradores do povo e querem apenas locupletar-se a custas não só da lã, mas, da carne das ovelhas. Pastores que não pastoreiam, mas que apenas constituem-se em figura de presença dominical parcial junto à “comunidade” onde exercem seu “trabalho”.

Tudo isso já não nos causa indignação e ira santa porque temos bagatelizado os valores do reino de Deus manisfestos em Sua Palavra.

Dê-nos o Senhor a bênção de recuperar-mos nossa capacidade de nos maravilhar e nos indignar, sem termos o medo de ser considerados piegas ou fariseus hipócritas.

AssinaturasPara qualquer assunto

relacionado a assinaturas do BP,entre em contato com:

Luz para o Caminho0(XX)19 3741 3000

0800 119 [email protected]

Rua Antônio Zingra nº 151, Jardim IV Centenário

CEP 13070-192 - Campinas - SP

expressão que dá título a este editorial foi extraída de uma char-ge política. Trata-se de um troca-

dilho que fustiga o famigerado “decoro parlamentar”. Há semanas não se fala em outra coisa se não da falta de decoro por parte dos políticos do nosso país.

Decoro significa “decência”. E, lamen-tavelmente, campeia com grande desen-voltura a indecência. O que nos leva a formar um grande coral para lamentar esse estado de coisas.

É lamentável que os políticos se escu-dem em seus mandatos com o objetivo de fazerem crescer o seu patrimônio material na exata medida em que o seu patrimônio moral diminui.

É lamentável que o presidente do Congresso Nacional não só não se afaste temporariamente do cargo para dar livre curso às investigações, como também, de maneira acintosa, manobre as ações internas com o fim de protelar o proces-so, na esperança de ver exaurir o ímpeto investigativo.

É lamentável que a classe política em ampla maioria se alinhe com este tipo de comportamento, nada parlamentar, nada ético, sob o forte argumento de que isto pode respingar em muitas outras pessoas, quiçá, nos demais políticos que demons-tram comportamento similar.

Mas é lamentável, também, que muitos segmentos da sociedade, entre eles a

própria imprensa, se deixem seduzir por uma ética ambígua, pautada pela falsa dicotomia entre o público e o privado. A Escritura Sagrada adverte que “nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto que não venha a ser conheci-do” (Mateus 10.26).

É lamentável que se fique escanda-lizado por um político ter suas contas pessoais, provavelmente, pagas por uma empreiteira, ao passo que se ache normal o mesmo cidadão ter relações extracon-jugais e até filho destas mesmas relações, sob o raciocínio de que isso é comum e pode acontecer com qualquer cidadão. Na verdade, isso não acontece com qual-quer cidadão. Acontece com quem não respeita a família como instituição, nem a sua família, nem a dos outros.

É lamentável que a igreja cristã, como consciência ética da sociedade, se apre-sente tão combalida em seus valores, pois, infelizmente, não faltam cristãos, e até líderes cristãos, que mantêm casos extraconjugais e fazem da vida eclesiásti-ca um meio de enriquecimento material, muito aos moldes dos políticos que cor-rompem e se deixam corromper.

É lamentável ter que gastar estas precio-sas linhas só para lamentar! Auguramos dias em que “não haja gritos de lamento em nossas praças” (Salmo 144.14).

Juarez Marcondes Filho

“De coro prá lamentar”

Conselho Deliberativo:Gunnar Bedicks Júnior – presidenteJared Ferreira Toledo da Silva – secretárioAndré Luis da Silva Mello – titularDarly Gomes Silveira Filho – titularEuclides de Oliveira – titularJohnderson Nogueira de Carvalho - titularRicardo da Mota – titular

EXPEDIEN­TE

Rede Presbiterianade Comunicação

Brasil PRES­BI­TERI­A­NOAno 50, nº 635 – Agosto de 2007

Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SPTelefone: 0(XX)11 3255 7269

E-mail: [email protected]

Órgão Oficial da

Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000 / 0800 119 105

www.ipb.org.br

Uma publicação da

Opinião

Juarez Marcondes Filho é pastor da IP de Curitiba (PR) e membro do conselho editorial da

Rede Presbiteriana de Comunicação

Edição e chefia de reportagem: Letícia FerreiraDRT/PR: 4225/17/65.E-mail: [email protected]

Textos: Letícia Ferreira - [email protected] Caroline Santana - [email protected]

Diagramação: Aristides NetoImpressão: Folhagráfica

A

Conselho Editorial:Valdeci da Silva Santos - coordenadorJuarez Marcondes Filho - membroMarcos José de Almeida Lins - membroRomildo Lima de Freitas - membroSilas Luiz de Souza - membroWalcyr José de Paiva Gonçalves - membro

Errata: A comemoração do aniversário da IPB, organizada pelos sínodos de São Paulo(BP-Julho 2007), será na IP de Vila Maria, e não na IP de Vila Mariana.

Capacidade de se maravilhar e de se indignar (Marcos 3.5 e Lucas 7.9)

Artigo

TPaulo Delage

Paulo Delage é pastor da IP da Vila Mariana

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 3Agosto de 2007

ergunta: Leio e ouço muita coisa que afir-ma que posso atrair

para mim fracasso ou pros-peridade. Que dizer a res-peito?

Resposta: A astrologia, que repete conceitos e prá-ticas do parsismo, religião dos persas que adoravam os astros, apresenta-se sob muitas formas, algumas disfarçadas. Consideremos algumas idéias e conceitos propalados por seus pró-ceres:

1. O segredo de uma vida de vitória (saúde, sucesso, prosperidade) ou de fracas-so (com nossos pensamen-tos e desejos negativos) está na força de atração que o ser humano exerce sobre as forças do univer-so, ou para seu mal, ou para o seu bem. A ênfase é maior ao desejo do que ao pensamento.

2. O desejo deve ser espe-cífico (por exemplo: dese-jar “trinta mil dólares” e

não “bastante dinheiro”); e o desejo deve ser repetido constantemente.

3. Sempre se deve desen-volver e buscar alegria. Falta de alegria (tristeza) é fator negativo. Quanto a isso vejamos o que diz a Palavra de Deus, citan-do apenas duas passagens: Mateus 5.4: “Bem-aventu-rados os que choram, por-que serão consolados”; e Romanos 12.15: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que cho-ram”.

Ora, só querer e buscar ale-gria abre a porta para todo tipo de prazer, os prazeres moralmente condenáveis inclusive. Mas pense o lei-tor nestas palavras sobre Moisés, registradas em Hebreus 11.26, onde lemos que preferiu “ser maltra-tado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado”.

4. É atribuído à matéria (ao “universo”) o poder de agir em nós e nos fatores e circunstâncias que nos

cercam, como se a matéria fosse um ser pessoal, cons-ciente, volitivo, onipotente – isto é, como se fosse Deus!

5. É atribuído ao ser huma-no grande poder: o poder de mover as forças do uni-verso para produzir para si fracasso ou prosperidade, conforme seus desejos e pensamentos negativos ou positivos. Pense, porém, nisto: Em João 15.5 Jesus declara que sem Ele nada podemos fazer, e nas seguintes passagens, entre outras, vemos o poder do cristão subordinado ao poder de Deus: João 4.14 – Disse Jesus, quem “beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”; 11.25,26 – Disse Jesus: “Eu sou a ressur-reição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente”; Filipenses

4.13 – o apóstolo Paulo prisioneiro, aparentemente derrotado, declara: “Tudo posso naquele [em Cristo] que me fortalece”.

Vê-se que o ensino des-ses mestres é errôneo. O que se pode aceitar deles é conselho que não tem nada de novo, nem consti-tui segredo: pensar negati-vamente atrapalha. É certo. O antiqüíssimo Jó confes-sa: “Aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece” (3.25).

Pensar positivamente ajuda, principalmente para quem crê em Deus e em Sua Palavra. Note o amá-vel leitor estas passagens, por exemplo: Josué 1.9 – Deus diz a Seu servo Josué: “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares”. Lucas 12.32, palavras do Senhor Jesus: “Não temais, ó pequeni-no rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos

o seu reino”. João 16.33 seguido de 1 João 5.4,5 – disse Jesus: “Estas cou-sas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”, e o apóstolo João diz: “... esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” E concluo com estas pala-vras lapidares do apósto-lo Paulo, que se lêem em Romanos 8.37,39 e que estão num contexto em que ele descreve os pesa-díssimos sofrimentos dos cristãos: “Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”, pois nada “poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

P

Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática

do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail:

[email protected]

Odayr Olivetti

O que é a astrologia?

Consultório Bíblico

Em maio deste ano, a coluna Consultório Bíblico, do rev. Odayr Olivetti, comple-tou 30 anos. A Rede Presbiteriana de Comunicação externa a grande gratidão a Deus pela colaboração desse pastor tão abençoado em seus artigos publicados no jornal Brasil Presbiteriano nessas três décadas.Em 1977, a participação do rev. Olivetti foi solicitada, segundo ele, pelo então

presidente do Supremo Concílio da IPB, presb. Paulo Breda Filho. As respostas desenvolvidas pelo pastor, às perguntas enviadas por leitores do jornal, não são simplesmente em termos de sim e não. Em geral, são verdadeiros estudos bíbli-cos. O livro Consultório Bíblico, recém-publicado pela editora Cultura Cristã, traz 150 perguntas e respostas. E vamos a mais um consultório:

Editora Cultura Cristã

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO� Agosto de 2007

enegal é o país que está no ponto mais ocidental do conti-

nente asiático. Sua capital, Dacar, abriga missionários presbiterianos dispostos a anunciar o evangelho de Jesus, como o rev. Marco Antônio Mota, missioná-rio da APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais) que esteve no Brasil recentemente. O pastor conta que sentiu o chamado para a África na adolescência e que seu cora-ção batia forte por Angola. Os planos foram totalmente modificados com um con-vite da missionária Vildene Lopes, também da APMT e atuante no Senegal. O rev. Marco e sua esposa, Elinéa, pediram a direção de Deus e foram enviados para aquele lugar.Como toda nação em

desenvolvimento, o Senegal possui contradi-ções. O pastor conta que o país tem experimentado um grande crescimento econô-mico, mas as desigualda-des sociais são gritantes, o índice de desemprego é expressivo e as pesso-as deixam suas cidades no interior, aldeias, para pro-curar melhores condições de vida na capital, fomen-tando o êxodo rural. Além disso, “a situação espiritual é desesperadora, pois 92% da população é mulçuma-na, 6% católica e 0,1%

evangélica”, relata. Para piorar essa situação,

o rev. Marco acrescenta que o povo sai das mes-quitas ou igrejas e procura na feitiçaria uma segunda alternativa para seu espí-rito, que, para ele, é o que impera verdadeiramente no país, tornando as outras religiões meras fachadas.Porém, nem só de más

notícias vive o Senegal. Felizmente, existe liberda-de religiosa, uma barreira a menos para a expansão do evangelho. O presidente do Senegal é mulçumano e a esposa dele é católica. Isso já demonstra um posiciona-mento sereno por parte do governo.

De qualquer modo, o missionário enfatiza que é necessário pregar a palavra com muita sabedoria para evitar perseguições por parte de alguns extremis-tas, pessoas que não con-

seguem conviver dentro de um estado democrático. Ele faz questão de salientar que o povo senegalês é pacífico e que a AMPT - Senegal é registrada no país com reconhecimento das auto-ridades.AÇÕESOs missionários que atuam

no Senegal operam em conjunto, ou seja, agem em diferentes frentes, mas com um objetivo em comum. Conforme relato do pas-tor Marco, a missionária Vildene é responsável pelo trabalho de recuperação de crianças de rua e sela uma parceria entre a APMT e Missão Betânia do Brasil. Outro colaborador é o rev.

José Dílson que, juntamen-te com sua esposa, também atua com crianças, oriun-das de Guiné Bissau e que vivem nas ruas de Dacar.Os reverendos Marco e

José dedicam boa parte

de seus tempos plan-tando igrejas nas aldeias do Senegal e já existem dois campos estabeleci-dos em Thiffior e Nkhar. Há também uma parceria com a Igreja Presbiteriana Senegalesa, fundada por missionários americanos. O rev. Marco foi convidado a lecionar Confissão de fé de Westminster e assuntos relacionados à saúde nesse templo. Além de ministro do evangelho, o missionário é técnico em enfermagem e sua esposa é enfermei-ra com especialização em obstetrícia. Assim, o casal cuida também da parte físi-ca dos senegaleses, prin-cipalmente dos habitantes das aldeias.Os primeiros frutos já

foram colhidos. A estra-tégia dos missionários é ganhar uma comunidade inteira para depois bati-zar os convertidos, evitan-do assim a perseguição a um único crente. Contudo, os novos irmãos já estão empenhados na expansão do evangelho. Um deles está concluindo seus estu-dos no Instituto Bíblico da

IP Senegalesa e é agente de saúde em sua aldeia. Outro, um ex-mulçumano, ajuda em tempo integral o rev. José Dílson no minis-tério que acolhe meninos de rua. Para que o trabalho possa

prosseguir, a meta do grupo é iniciar a constru-ção de uma nova base para desenvolver seus projetos sociais, incluindo uma casa para resgatar mais crianças de rua. Outras aldeias já estão aguardando a ação missionária, ou seja, outras localidades precisam e cla-mam por apoio. “As portas estão se abrindo”, completa o pastor Marco. Para obter mais informa-

ções sobre os trabalhos no Senegal, que contam com o apoio e oração de toda a IPB, e saber como enviar ofertas, entre em conta-to [email protected]. “Agradeço o apoio da APMT e das IPBs que têm orado e contribuído para o crescimento do Reino de Deus no Senegal. Em nome da equipe da APMT S, recebam nosso reconhe-cimento”, finaliza.

Propagando a fé no Senegal

Missões Transculturais

Caroline Santana Pereira

Rev. Marco Mota conta como tem sido a experiência de trabalhar em um país africano

Rev. Marco, a esposa Elinéa e os filhos Priscila e Samuel

S

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Equipe da APMT que trabalha no Senegal

Divulgação

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 5Agosto de 2007

História: As Confissões Reformadas

Assembléia de West-minster (1643-1648) constituiu o ponto culmi-

nante da elaboração confessio-nal reformada. Os documentos teológicos que dela resultaram, a Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve, tornaram-se os padrões doutrinários mais acei-tos pelos reformados ao redor do mundo. A famosa assembléia foi uma das principais contribui-ções dos puritanos, os calvinis-tas ingleses. Há quase um século eles vinham lutando sem suces-so por uma reforma profunda na Igreja da Inglaterra (Anglicana). Na década de 1640, os puri-tanos ganharam o controle do Parlamento inglês e entraram em guerra contra o rei Carlos I, que queria manter o sistema episcopal. Esse Parlamento cal-

vinista convocou a Assembléia de Westminster, que se reuniu na famosa abadia do mesmo nome. Seus integrantes foram cerca de 120 dos mais piedosos e cul-tos ministros puritanos, ao lado de uns poucos, mas influentes, presbiterianos escoceses. Após extensos debates, o texto da confissão foi concluído no final de 1646. Posteriormente foram incluídas as passagens bíblicas de apoio, ocorrendo em 1648 a aprovação final do Parlamento. Seu título era: “Artigos de reli-gião cristã, aprovados e sancio-nados por ambas as casas do Parlamento, segundo o conse-lho da Assembléia de teólogos ora reunida em Westminster por autoridade do Parlamento”.

A Confissão de Fé de Westminster pode ser conside-rada um pequeno manual de teologia bíblica. Seus 33 capí-

tulos abordam os temas mais importantes da teologia cris-tã, conforme segue: a doutri-na da Escritura Sagrada (cap. 1), a doutrina de Deus – ser e obras (caps. 2-5), a doutrina do homem e da redenção (caps. 6-9), a doutrina da aplicação da redenção (caps. 10-15), a doutri-na da vida cristã (caps. 16-19), a doutrina do cristão na sociedade (caps. 20-24), a doutrina da igre-ja (caps. 25-31), a doutrina das últimas coisas (caps. 32-33). O documento contém as principais ênfases da teologia reformada ou calvinista: a autoridade e suficiência das Escrituras (cap. 1), a soberania de Deus e a elei-ção (caps. 3 e 10), o conceito do pacto (cap. 7), a integração da doutrina com a vida cristã (cap. 16), a relação entre a lei e o evangelho (cap. 19), a importân-cia da igreja e dos sacramentos

(caps. 25 a 29), o sistema de governo presbiterial (cap. 31) e o relacionamento entre o reino de Deus e o mundo. A forma da confissão foi influenciada pelos Artigos Irlandeses, elabo-rados pelo bispo James Ussher em 1615. O esquema teológico geral dentro do qual os teólo-gos de Westminster agruparam suas principais doutrinas foi a Teologia Federal ou Teologia do Pacto (pacto das obras e pacto da graça).

Como uma declaração da dou-trina reformada e como uma afir-mação do calvinismo do século 17, a Confissão de Westminster tem sido considerada um docu-mento altamente moderado e judicioso. O autor William Beveridge afirmou: “Devemos agradecer a Deus por essa decla-ração sábia, completa e equili-brada de nossa fé, que chegou até

nós como uma preciosa herança da Assembléia de Westminster”. A Confissão expressa algumas das convicções mais salutares dos puritanos, como a preocu-pação com a glória de Deus, a beleza da obra da redenção e o imperativo de uma vida cristã séria e comprometida. Talvez a linguagem e algumas ênfases do texto pareçam estranhas à mentalidade do início do século 21; todavia, temos de reconhecer que a maior parte de suas for-mulações continua plenamente válida para os dias atuais. Por fim, convém ressaltar que, ape-sar de toda a sua relevância para os reformados, a Confissão de Fé não está no mesmo nível da Escritura Sagrada, ficando sem-pre subordinada a esta.

A

Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da

IPB. E-mail: [email protected]

Alderi Souza de Matos

Confissão de Fé de Westminster (1646)

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO6 Agosto de 2007

Orlando Pereira BragaPor rev. Elvio Gonzaga Carneiro

No dia 2 de março, aprouve ao Senhor chamar à Sua Santa Presença o presb. Orlando Pereira Braga, aos 77 anos, presbítero emérito da IP 25 de Agosto, em Duque de Caxias (RJ). Nascido em 16 de maio de 1929, na cidade de Palmeiras de Garanhuns, em Pernambuco, teve infância difícil, com a perda do pai quan-do tinha apenas 5 anos. Contudo, junto à mãe e mais onze irmãos, foi um grande vencedor. Iniciou seus estudos no curso primário, trabalhou como engraxate, con-tínuo na Câmara Municipal de Presidente Prudente e foi se estruturando na vida. Desde criança freqüentava a igreja pres-biteriana em Presidente Prudente (SP), pastoreada pelo rev. Celso Assunção.Foi levado para o Rio de Janeiro pelo seu irmão e pastor Davi Braga, onde cursou o antigo ginásio no Colégio Batista, custe-

Ordenação do diác. João Batista, na IP do Pirangi

Ordenado primeiro diácono de uma congregação da IP do Pirangi, em NatalPresb. José Sobrinho

A IP do Pirangi, em Natal (RN), pastore-ada pelo rev. Enoque José de Araújo nos seus 18 anos de fundação, é igreja-mãe de duas igrejas organizadas e duas con-gregações. No dia 13 de maio, pela pri-meira vez em sua história, IP do Pirangi ordenou um diácono advindo de uma de suas congregações. Trata-se do irmão João Batista, membro da Congregação Pé do Galo, dirigida pelo presb. José Sobrinho.O diác. João tem se demonstrado um servo temente a Deus e se dedicado ao trabalho do Senhor com amor e determinação, contribuindo muito para o engrandecimento do reino de Deus na comunidade Pé do Galo que fica no município de Macaíba (RN). Como diri-gente desta congregação, testemunho o diácono João como um servo de Deus obediente a sua Palavra e fiel ao seu trabalho.

Aconteceu

De 25 a 27 de maio, a IP Vila Odilon, em Ourinhos (SP), realizou seu Primeiro Encontro Missionário com o objetivo de despertar a igreja para essa grande obra que nos foi dada. Contamos com a

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Departamento Missionário da igreja: (E) diác. Ivan (secretário); Mário (tes-oureiro), Diva (presidente), rev. Giovani Ferreira e miss. Paulo Sergio

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Anália Rezende MartinsSAF da Primeira IP de Pouso Alegre

No dia 21 de abril, faleceu em Pouso Alegre (MG), nossa querida e amada irmã Anália, aos 86 anos de idade.Ela nasceu em 26 de agosto de 1920, em Anhumas, município de Cachoeira de Minas (MG), filha do presbítero José de Paula Rezende e Maria Francisca Rezende.Anália estudou na escola evangélica Carlota Kemper, em Lavras (MG). Veio para Santa Rita do Sapucaí (MG), onde se formou no Magistério e foi professo-ra. Em 19�2, mudou-se com a família para Pouso Alegre. Ali, conheceu o Manoel Martins, com quem se casou em 2 de março de 19�6. Tiveram três filhas: Sônia, Selma e Sandra (falecida aos 15 anos). Sônia e Selma são bênçãos e baluartes na igreja. D. Anália deixa também dois genros, três netos e três bisnetos.Membro da Primeira IP de Pouso Alegre,

Memória e saudade

serva fiel do Senhor, D. Anália sempre foi muito ativa nos trabalhos da SAF, mas, sobretudo, foi exemplo de esposa, filha, avó, bisavó, sogra e irmã. Foi uma grande mulher, respeitada e querida por todos que a conheceram e com ela con-viveram, mui amada por seus familiares, pelos irmãos e amigos. D. Anália deixa um grande vazio em nossos corações, mas que será preen-chido pelas lembranças do seu carinho, da sua bondade e do seu amor por nós.Louvamos e agradecemos muito a Deus por esta vida tão preciosa e pelo gran-de privilégio que tivemos de gozar da sua presença, da sua amizade e da sua influên-cia em nossas vidas. Com a esperan-ça na ressurrei-ção dos salvos em Cristo, nos confortamos na consolação do Espírito Santo.

presença do rev. Vanderlei Venuti, que atualmente está plantando uma nova IPB na cidade de Cândido Mota (SP) e o missionário Paulo Sérgio, que atuou em Moçambique, na África. O tema aborda-do foi Os desafios em plantar uma nova igreja. Contamos com uma boa partici-pação e estamos certos de que outros encontros virão para realizarmos cada vez mais a nossa grande tarefa.

IP de Vila Odilon realiza Primeiro Encontro MissionárioRev. Giovani Ferreira Pereira

Anália Rezende Martins

Divulgação

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 7Agosto de 2007

ando seus estudos trabalhando no refei-tório daquela escola. Mais tarde, con-cluiu o antigo curso Científico, graduou-se em Letras (Português-Literatura) na Faculdade Técnica Educacional Souza Marques, no Rio de Janeiro. Por fim, pós-graduou-se na área de Educação pela mesma instituição de ensino, exer-cendo o magistério como professor de Língua Portuguesa.Com sua mudança para o Rio de Janeiro, tornou-se membro da IP do Rio de Janeiro e, no ano de 19�5, fez a sua pública profissão de fé com o rev. Amantino Adorno Vassão.Incorporou-se ao Exército Brasileiro em 19�9, no qual trabalhou por longos 35 anos, tendo sido um militar exemplar, galgando patente de oficial, recebendo inúmeros elogios e algumas medalhas, deixando um precioso histórico.Em 195�, foi transferido para a IP de Duque de Caxias, onde se casou com Virgínia Sanches Braga no dia 31 de dezembro de 1960. Constituiu bonita

e sólida família com a chega-da dos filhos Gláucia, Claudia, Márcia e Orlando. Em 1962, foi eleito presbítero e exerceu esse cargo por �5 anos, exercendo diversos cargos conciliares. Era um líder atuante na igreja, participava ativamente de todas as atividades como professor de Escola Dominical, corais e quartetos com sua voz bastante afinada, presidin-do sociedades internas etc.Em 1973, ofereceu o espaço que tinha em frente a sua casa para dar início à congregação presbiteriana na Rua Bahia, Bairro 25 de Agosto, em Duque de Caxias, onde teve início a IP 25 de Agosto. No ano de 198�, foi comprado o imóvel à Rua Marechal Deodoro, 337,

no mesmo bairro, onde até hoje está a referida igreja.Esse valoroso obreiro era, por ocasião do seu falecimento, vice-presidente do conselho da igreja, cargo que exerceu por vários anos, responsável pelo jornal Brasil Presbiteriano, secretário sinodal do Trabalho Feminino, acompanhando sempre a sua incansável esposa, que é a presidente da Confederação Sinodal. Era ainda presbítero emérito, título con-cedido no ano de 1998, e, o mais importante, um homem dotado de muita espiritualidade, respeitado, sempre com uma palavra equilibrada e oportuna para quem dela precisasse.O presb. Orlando Pereira Braga deixa uma lacuna na igreja, muita saudade para toda a família, bem como para a família da fé. Resta-nos as palavras do poeta Fagundes Varela: “O talento não morre, a luz divina não é como a do raio ou do relâmpago, seu sacrário é no céu, - do olvido a nuvem não consegue turbar-lhe o puro brilho!.....”

Divulgação

Presb. Orlando Pereira Braga

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO8 Agosto de 2007

Acontece

Concurso para capelão do Exército

O rev. Walter Pereira de Melo, capelão do Exército Brasileiro, informa que estão aber-tas até o dia 10 de agosto as inscrições para o concurso para capelão do exército brasilei-ro. Há apenas uma vaga e os interessados podem obter informações pelo site www.esaex.ensino.eb.br

Segundo Encontro de UMPsdos anos 1970 e 1980

Os jovens das décadas de 1970 e 1980 que foram membros da UMP estão convidados a reunir-se na IP de Curitiba (PR), pastoreada pelo rev. Juarez Marcondes Filho, às 19h do dia 11 de agosto. O preletor do encontro será o rev. Gladir da Silva Cabral, da IP em Trindade, em Florianópolis, Santa Catarina,Informações na IP de Curitiba pelo telefone (�1) 322�-0302 ou com Athaide e Alice – (�1) 3285-3202/9957-�23�; Paulo e Silvana – (�1) 3669-�8��/9135-525�; Luis e Romilda – (�1) 3226-2823; Jadis e Cice – (�1) 3383-�529/9195-1055, e Cid e Almeriane - (�1) 3232-�037/9119-2250. E ainda pelos e-mails [email protected], http://www.ipctba.org.br/encontro_UMP.htm, [email protected], http://www.ipctba.org.br/encontro_UMP.htm.

Primeiro Fórum de Música e Poesia para a Glória de Deus em CampinasRev. Uéslei Fatareli

A Secretaria de Música do PMCP (Presbitério Metropolitano de Campinas), de São Paulo, realiza o Primeiro Fórum de Música e Poesia para a Glória de Deus, no dia 15 de setem-bro, em Campinas (SP), no Seminário Presbiteriano do Sul.O culto de abertura acontece às 9h e, em seguida, será feita a palestra Música cris-tã contemporânea e a cultura brasileira, pelo rev. Gladir da Silva Cabral, compositor e doutor em Letras pela Universidade do Extremo Sul Catarinense.Às 1�h acontece a segunda palestra, pelo dr. Parcival Módolo, maestro e doutor em músi-ca pela Universidade do Sul da Califórnia, Estados Unidos - Música no culto: para que isso?O encerramento deve ser às 16h. Informações

e inscrições pelo e-mail [email protected]. As inscrições custam R$10, mas, se uma mesma igreja enviar cinco ou mais pessoas, o preço cai para a metade: R$5.

Encontros regionais das Mulheres que surpreendem

A Confederação Nacional de SAF’s, sob a supervisão das vice-presidentes regionais e com o apoio da Secretaria Geral do Trabalho Feminino da IPB, está promovendo os Encontros Regionais de Treinamento 2007. Segundo Eloísa Helena Chagas Monteiro Alves, secretária executiva da CNSAF’s, o objetivo é disponibilizar às mulheres treina-mento em diversas áreas de trabalho, aper-feiçoando as auxiliadoras para melhor ser-virem a Jesus, à igreja e ao próximo, como verdadeiras Mulheres que surpreendem. Os temas dos estudos e oficinas foram escolhi-dos pelas líderes de cada região de acordo com as necessidades locais. A participação é aberta a mulheres membros da IPB que não sejam sócias da SAF.Os próximos encontros serão realizados na Região Sudeste: em São Paulo, de 1� a 16 de setembro; em Minas Gerais, de 21 a 23 de setembro; no Rio de Janeiro, de 28 a 30 de setembro, e no Espírito Santo, de 5 a 7 de outubro.Na Região Nordeste, com local ainda não definido, o encontro será realizado de 12 a 1� de outubro.O primeiro encontro foi realizado na Região Centro Oeste, em Anápolis (GO), de 8 a 11 de março. Estiveram presentes cerca de 250 mulheres de todas as confederações sinodais da região, acompanhadas de seus secretários sinodais, alguns presbiteriais e pastores que apóiam o trabalho das socie-dades internas como forças de integração da igreja, além de presidentes de sínodos.Informações: Região Sudeste – com Mathilde, pelo e-mail [email protected], e Região Nordeste - com Ana Maria, pelo e-mail [email protected].

Quarto Encontro de Pastores, Presbíteros e Esposas do Sínodo Sudoeste PaulistaPresb. Clodoaldo Furlan

No Hotel de Lazer Santa Cristina, em

Paranapanema (SP), será realizado o Quarto Encontro de Pastores, Presbíteros e Esposas do Sínodo Sudoeste Paulista, de 5 a 7 de outubro. O preletor será o rev. Hernandes Dias Lopes, pastor da Primeira IP de Vitória (ES), vice-presidente da CNE (Comissão Nacional de Evangelização) e apresentador do programa Verdade e Vida, feito pela CNE em parceria com a Luz para o Caminho e a Rede Presbiteriana de Comunicação.Informações com o coordenador do evento, presb. Clodoaldo Furlan, pelos telefones (1�) 38�8 2170/38�8 1760/9671 5050 ou pelo e-mail [email protected].

Missão Vida promove Congressode Pastores e Líderes do SudesteRev. Wildo Gomes dos Anos

Em 2007, a Missão Vida, de Anápolis (GO) realizou a segunda edição do Congresso de Pastores e Líderes do Centro-Oeste. Mais uma vez, o evento foi uma bênção, reunindo cerca de 2�0 pastores e 11 estados diferen-tes.Pelos resultados alcançados, igrejas e pas-tores da região Sudeste entraram em con-tato conosco, solicitando que realizássemos um evento semelhante no Rio de Janeiro. Dessa forma, o Congresso de Pastores e Líderes do Sudeste tornou-se realidade e acontecerá entre os dias 22 e 25 de outu-bro, no Sítio Maranata em Xerém, Duque de Caxias (RJ).O tema será Pastores em Perigo e os prele-tores serão, além do rev. Wildo, presidente e fundador da Missão Vida, os reverendos Alcides Martins Jr., da IP do Jardim Botânico, em Brasília; Amauri C. de Oliveira, pastor da Oitava IP de Belo Horizonte; Antônio Carlos Alves de Sá Costa, pastor da IP da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro; Hernandes Dias Lopes, pastor da Primeira IP de Vitória (ES); Josué Rodrigues, pastor da IP Betânia de Niterói (RJ); Paulo César Brito, pastor da Igreja Missionária Evangélica Maranata da Tijuca, no Rio de Janeiro; Sabino Cordeiro Dourado, da Primeira IP de Taguatinga (DF).O louvor ficará ao encargo do rev. Josué Rodrigues e do Grupo de Louvor da Missão Vida.Informações com a Missão Vida pelo telefo-ne (62) 3318 1985 ou pelo e-mail [email protected].

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 9Agosto de 2007

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO10 Agosto de 2007

nome presbítero remete às origens e à forma de governo da

IPB. Presbítero, em grego, quer dizer ancião e assim a igreja primitiva passou a denominar seus líderes.

Segundo o rev. Alderi Souza de Matos, historiador oficial da IPB, nas Institutas Calvino escreveu que a estrutura eclesiástica preco-nizava o governo das comu-nidades por presbíteros e a associação das igrejas em presbitérios regionais e em sínodos nacionais.

O nome presbiterianismo surgiu nas Ilhas Britânicas. Os reis ingleses e escoceses eram partidários do episco-palismo, ou seja, uma igreja governada por bispos. Esses bispos eram nomeados pela coroa e isso favorecia o controle da igreja pelo estado. A fim de uma igre-ja independente do poder público, os reformados da Escócia e Inglaterra insisti-ram que ela fosse governada por presbíteros eleitos pelas congregações e reunidos em concílios. Dessa forma, tiveram origem os termos “presbiteriano” e “igreja presbiteriana.”

Tanto para o rev. Alderi quanto para o rev. Heber Carlos de Campos, coor-denador de Teologia Sistemática do CPAJ (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper), em São Paulo, não só a função do presbítero, mas também a do diácono, estão hoje, em muitas IPBs,

deturpadas.Para o rev. Heber, o que

tem acontecido é que, quan-do são feitas as eleições de presbíteros, os critérios usados pelos membros não são, necessariamente, os que a Escritura apresen-ta. O pastor explica que as verdadeiras características que um presbítero deve ter estão esclarecidas na Bíblia: “uma delas é ter, em alguma medida, o dom de governo, saber administrar. Depois, que seja apto para ensinar. Também tem que ter dons ligados ao pastoreio. Vários textos da Escritura, como At 20 e I Pe 5, falam dos presbíteros como pastorean-do o rebanho de Deus. Tem que haver, nos aspirantes ao presbiterato, em algum grau, esses três dons rela-cionados diretamente com a Palavra: ensino, pregação e pastoreio, e um relacionado à administração, para exer-cerem o ofício”. Portanto, para o rev. Heber, uma

grande falha estrutural na IPB está no fato de muitos presbíteros não terem essas qualificações.

Outra grande falha que ele percebe é que os pasto-res, muitas vezes, são vistos como uma classe superior de oficial, quase um tercei-ro ofício. “Na verdade, o pastoreio, na Escritura, não é um ofício, é um dom”, declara. Para ele, essas coisas precisam ser repen-sadas para que as igrejas sejam devidamente ensina-das, pastoreadas, recebam uma boa palavra profética e sejam bem governadas.SERVIÇO

Uma revisão no papel do diácono também é o que pro-põe o rev. Alderi. Para ele, o diaconato se insere dentro de um tema mais amplo que é a responsabilidade social da igreja. Ele explica que no Antigo Testamento, o que veio a ser reforça-do por Jesus, a mensagem social da Bíblia é muito

clara. “No caso de Jesus é extraordinário porque Ele não só ensinou muita coisa nessa área, como também exemplificou isso por meio de suas ações”, declara. “O ministério de Jesus foi todo marcado pelo servi-ço, pela compaixão, pela maneira como ministrou as pessoas pobres e sofredoras que viviam ao seu redor. E os apóstolos, inspirados por esse ensino e exemplo, mantiveram essa ênfase”.

O historiador informa que o diaconato foi criado pela igreja primitiva para atender às necessidades que existiam entre os primeiros cristãos, entre os quais muitas pesso-as pobres. Considera-se que o diaconato cristão foi insti-tuído em Atos 6. Embora ali não apareça nenhuma vez a palavra “diácono”, vê-se claramente o surgimento do ofício.

Segundo ele, os reforma-dores procuraram restaurar os padrões bíblicos do pres-

biterato e do diaconato. No caso do diaconato, o retorno às funções que eram exclu-sivamente de assistência social.

Para o rev. Alderi, o pro-blema, historicamente, na IPB, é que, com o passar do tempo, foram sendo dadas aos diáconos outras atribui-ções que não as prioritárias. Passaram a trabalhar nas funções administrativas da igreja, cuidar das instala-ções do templo na hora do culto, abrir e fechar as por-tas, manter a ordem, reco-lher as ofertas etc. Em mui-tas igrejas, os diáconos pra-ticamente se limitam a isso, e pouca ênfase dão às suas funções beneficentes que são, biblicamente, as prio-ritárias. “É preciso resgatar essa rica história e também esse rico ensinamento bíbli-co a respeito desse assunto. E fazer com que isso seja novamente uma realidade nas nossas igrejas”, finaliza o rev. Alderi.

OLetícia Ferreira

O verdadeiro papel dos oficiais na IPBQuais são as atribuições dos diáconos e dos presbíteros na igreja

Letícia Ferreira

Liderança

Rev. Alderi de Souza Matos Rev. Heber Carlos de Campos

Júlio Prates

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 11Agosto de 2007

onforme defini-ção do dicionário Aurélio, hospital é

o estabelecimento onde se internam e tratam doen-tes. Pode-se concluir que a maioria das pessoas pre-fere manter distância de um lugar como esse. Mas quando o inevitável bate na porta de algumas vidas, não há alternativa melhor. Para amenizar a dor de certos pacientes, familiares e até mesmo dos funcioná-rios, que lidam diariamente com o sofrimento físico, o Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim-HECI (ES), representado por seu conselho delibe-rativo, decidiu, em 1992, oferecer o valioso traba-lho da capelania, e a há 15 anos, a equipe prova que fé e medicina podem caminhar juntas e de mãos dadas.

O Rev. Caruso Godinho lidera as ações no HECI, e pastoreia a IP de Rio Novo do Sul (ES). Ele coorde-na também uma equipe de 67 voluntários. Juntos eles atuam para amenizar a dor, buscar a cura juntamente com o trabalho dos profis-sionais e celebrar os bons momentos, como o nasci-mento de uma nova vida. “É uma satisfação imen-sa servir ao Senhor Jesus numa fronteira tão desafia-

dora como a hospitalar”, afirma o Rev. Caruso.

As atividades são desen-volvidas leito a leito, pes-soa por pessoa. Cada um recebe oração, aconselha-mento, consolo, conforto e salvação, mediante a minis-tração da palavra de Deus. Existe também o projeto A palavra de Deus é luz para o mundo, cujo objetivo é distribuir bíblias sagradas para os recém-nascidos e orientar as mães a criá-los nos caminhos do Senhor. Os funcionários também são agraciados com esse valioso presente e são incentivados a crescerem no conhecimento de Deus. DIFERENCIAL

Conforme informação do assessor de imprensa do hospital, David Perovano, na opinião de enfermei-ros e médicos e de acordo com pesquisas realizadas em diversos hospitais, 70% dos pacientes que recebem assistência espiritual se submetem melhor aos pro-cedimentos médico-hospi-talares, são mais dóceis em obedecer as ordens prescri-tas para o tratamento e se recuperam com mais faci-lidade.

Os colaboradores do hos-pital acreditam que a pre-sença da capelania é de fundamental importância, pois atuam em conjunto com as ações dos profis-sionais na nobre missão de valorizar a vida. Segundo o pastor Caruso, a rejei-

ção do trabalho é mínima. Raramente um doente diz que não aceita que orem por ele.

De acordo com a assesso-ria, no ano de 2006, foram prestados 16.602 atendi-mentos pessoais e foram convertidas 231 vidas. A freqüência nos momen-tos de oração, realizados às quartas-feiras, é de 15 pessoas em média, e rece-be os funcionários, pacien-tes, familiares e a popu-lação em geral. Todos os dias pelas manhãs, o Rev. Caruso ministra a palavra de Deus através do sistema de som do hospital e todos os setores recebem a men-sagem do dia. O capelão também visita os pacien-tes ostomizados, renais e os atingidos pelo câncer. Ele acompanha os traba-lhos das três Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a geral, a cardiológica e a neonatal.

O maior desafio da cape-

lania é não deixar de for-necer certos benefícios, pois muitas ações geram custos, como por exem-plo, o projeto de distribui-ção de bíblias. Mas são

incontáveis as bênçãos recebidas nesses 15 anos, pois os pacientes enfren-tam e enfrentaram a dor com resignação, muita fé e confiança no Deus sobera-no. Sem dúvida, mais um

exemplo de amor ao pró-ximo.

“Convidamos as igrejas em geral para participarem desse ministério como visi-tadores, levando palavras de consolo, conforto, paz e salvação aos que estão no leito da enfermidade. Deixamos aqui nosso con-vite para que todos vejam que existe uma fronteira desafiadora para o evan-gelismo, que é o hospital, onde pode ser desenvolvi-do o trabalho missionário perto de nossas casas, na própria cidade e língua, com baixos custos”, finali-za o Rev. Caruso.

Para obter mais infor-mações sobre a Capelania

do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim, entre em contato pelo tele-fone (28) 3526-6237,ou pelos [email protected] e [email protected]

C

Caroline Santana Pereira, com informações de

David Perovano,assessor de imprensa do HECI

Lidando biblicamente com a doença

Capelania Hospitalar celebra 15 anos de combate a dor com o uso da palavra de Deus

Comemoração

Equipe da capelania evangélica

Rev. Caruso em visita a um dos pacientes

Assessoria de Imprensa HECI

Assessoria de Imprensa HECI

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO12 Agosto de 2007

A IP em Piumhi comemorou, em maio, 107 anos de organização nesse município. Hoje a igreja, além de ser uma das primeiras da região, conta na cidade com congregações, projetos sociais, colégio com ensino infantil, fundamental e médio, além de cursos técnicos e superiores. Assim ela participa do progresso da cidade.

A história se inicia em 1897, quando o rev. Samuel Rhea Gammon realizou suas primeiras excursões evangelizadoras pela região. Piumhi era o ponto central dessas viagens, que abran-giam toda a região, com pregação da palavra de Deus e celebração dos sacramentos nas casas. Em Piumhi, a Palavra de Deus era anunciada no salão do júri e na chácara de Theodoro da Silva.

Em 1898, os primeiros crentes se reuniram sob a presidência do rev. Samuel, e decidiram orga-nizar-se em sociedade evangélica e adquirir um terreno para a construção de uma casa de cultos. O coronel Teodoro França e sua mulher doaram o terreno e houve outras contribuições em material de construção. No final do ano a obra já estava quase concluída.

No dia 13 de maio de 1900, os reverendos Álvaro Reis e Samuel Gammon, comissionados pelo presbitério do Rio de Janeiro, iniciaram os tra-balhos preliminares de organização. Observando os requisitos constitucionais da IPB, foi organi-zada naquele mesmo dia, com a presença de 26 crentes arrolados, 12 ausentes e sete que profes-saram a fé em Jesus Cristo, a Igreja Evangélica Presbiteriana de Piumhi.

Foram eleitos e ordenados os primeiros ofi-ciais presbíteros da igreja e, no dia seguinte, foi celebrada a Santa Ceia, iniciaram-se os trabalhos dominicais e o pastor Samuel continuou servindo a IP.

Em 191�, a Igreja estava jurisdicionada ao presbitério Sul de Minas, sob o pastoreado do rev. Pascoal Pita. Já em 1939, foi organizado em Lavras o presbitério Oeste de Minas, ao qual ficou

IP Piumhi (MG) 107 anos Por rev. Leonildo Alves de Oliveira

Aniversários

Divulgação

Templo da IP de Piumhi e o colégio que mantém na cidade

jurisdicionado a IP de Piumhi, pastoreada pelo rev. Paulo Pamassot. Além disso, a IPB, com seu trabalho missionário pioneiro, exerceu influência também no surgimento de outras igrejas presbi-terianas, presbitérios e sínodos que surgiram na região e das várias denominações evangélicas.

Para o rev. Leonildo Alves de Oliveira, atual pastor da igreja, a IPB do município tem sido um verdadeiro celeiro de missionários. “Centenas de vidas já passaram por essa igreja e se foram para outras cidades e capitais em busca de estudos e uma projeção profissional. Vidas que foram lan-çando a semente do evangelho e contribuindo no crescimento e fortalecimento de novas Igrejas”.

IP Iguaçu, Ipatinga (MG) 30 anos Por rev. Jecimar Sirino Albano

Liderança da IP de Iguaçu com o prega-dor da noite

O trabalho presbiteriano em Iguaçu começou na casa do sr. Abelardo Dias Pereira no ano de 1965 e que transformou-se em Congregação no dia 23 de junho de 1973. A organização da Igreja Presbiteriana de Iguaçu deu-se no dia 29 de maio de 1977

Colheram-se os frutos desde então, como a organização da Igreja Presbiteriana do Ideal, a implantação da Congregação do Panorama e um ponto de pregação. Muitos novos crentes foram batizados, testemunharam sua fé, e outras pesso-as foram consoladas e encontraram um rumo para suas vidas.

A Igreja Presbiteriana Iguaçu não é uma aven-tura nem um projeto personalista. Gira ao redor da pessoa de Jesus Cristo e sustenta a fé cristã reformada. Atualmente é pastoreada pelo rev. Jecimar Sirino Albano, auxiliado pelo evangelista na Congregação do Panorama, presb. Ildeir de Oliveira Eler e pelo diac. Adriano Vieira da Silva no ponto de Pregação do Game.

As comemorações dos 30 anos aconteceram nos dias 25, 26 e 27 de maio, com expressiva presença de irmãos e irmãs, participação do Coral Louvor e Adoração da Igreja. O pregador convidado foi o rev. Josafá Vasconcelos, da Igreja Presbiteriana Herança Reformada, da Bahia.

Diác. Antônio José de Albuquerque e Ariaci de Albuquerque Bodas de ouro Por rev. Ademir Ribeiro

A história da razão dessa celebração remon-ta há 77 anos, quando na cidade de Pombal (PB), nascia no lar do Sr. José Tomás de Albuquerque e da sra. Maria Ernestina de Albuquerque aque-le que seria o patriarca da família citada, hoje o diácono Antônio José de Albuquerque.

Seis anos depois, na mesma Pombal, o lar do sr. Isaías Alves Feitosa encontrava-se em festa, pois no dia 21 de setem-bro a Sra. Ambrosina Maria Feitosa dava à luz uma menina que receberia o nome de Ariaci.

A proximidade das famílias permitiu que, ainda na infância, os dois pudessem se conhecer. Porém, as dificuldades da vida e os anseios por melhores condições fizeram com que a família Albuquerque deixasse a pacata Pombal.

Instalados em outra cidade, outro estado, o sr. José Tomás lembrou-se dos velhos amigos e, ime-diatamente, enviou um convite para o pastor da IP de Pombal, convidando-o para realizar um culto de ações de graças em sua nova residência. O pastor levou consigo outros irmãos da Igreja, dentre eles, a família do sr. Isaías.

Foi um final de semana abençoado e feliz, e na hora da partida, a família Feitosa ficou envol-vida nas despedidas. O jovem Antônio, com muita decisão, encaminhou-se com ternura até a jovem Ariaci e declarou seu intento de corresponder-se com ela via cartas.

A partir daquele dia, de dois em dois meses, cartas eram trocadas. Em 1956, eles ficaram noi-vos e, no ano seguinte, 22 de fevereiro de 1957, casaram-se na IP do Pombal, sob a bênção do rev. Ivan Miranda.

Essa união abençoada pelo nosso Senhor ren-deu muitas lutas, algumas derrotas, mas incon-táveis vitórias alcançadas por um casal que fez Cristo a base e a razão de sua união, da qual decorreram muitos frutos com o passar dos anos, seus dez filhos, que geraram quinze netos e três bisnetos.

As razões dessa ação de graças ao nosso amado Pai encontram-se nos dias de alegria ímpares vividos por essa família no passar dos anos. Todos são gratos a Deus pelos cinqüenta anos de união conjugal e pelas inúmeras bênçãos recebidas do bondoso Deus.

Divulgação

Arquivo da família Albuquerque

O casal Antônio e Ariaci em 1957

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 13Agosto de 2007

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO1� Agosto de 2007

om o objetivo de con-gregar escolas cristãs para promover cresci-

mento, comunhão e capaci-tação a fim de que estas pre-parem seus alunos com efi-ciência para a vida, do ponto de vista cristão, nasceu, em 1978, nos Estados Unidos, a Acsi (Association of Christian Schools International) - Associação Internacional de Escolas Cristãs. Em feve-reiro de 2002, um braço da associação foi organizado no Brasil com a participação de membros ativos da IPB: o presb. Solano Portela, diretor da Escola Infantil do Instituto Presbiteriano Mackenzie e presidente da Junta de Educação Teológica, e o rev. Mauro Meister, pastor da IP da Lapa e professor do Centro Presbiteriano de Pós-gradua-ção Andrew Jumper, em São Paulo.

Nos dias 7 e 8 de setem-bro, a Acsi realiza o Sexto Congresso Nacional de Educadores Cristãos na Escola Cristã Pan Americana, em São Paulo. O presb. Solano e o rev. Mauro, respectivamente presidente e diretor executivo do Conselho Deliberativo da Assembléia Geral da Acsi no Brasil, serão palestrantes do evento, entre outros.

Segundo o rev. Mauro Meister, nesses 29 anos, outras associações se uniram à Acsi e hoje são 5.300 escolas asso-ciadas, em todos os níveis de ensino, e cerca de 1,2 milhões de estudantes agregados. Com sede em Colorado Springs,

Estados Unidos, a instituição está presente em cem paí-ses. No Brasil abrange até o Ensino Médio e tem cerca de 50 escolas associadas, entre as quais aproximadamente dez presbiterianas.EDUCAÇÃO CRISTÃ

O rev. Mauro Meister frisa que a Acsi não tem a menor intenção nem a função de concorrer com nenhuma outra associação educacional. “A associação de uma escola à Acsi não impede a integra-ção da mesma a associações denominacionais. Não é uma concorrência. São dois pro-pósitos diferentes”, afirma. “A idéia é ajudar escolas a desenvolverem fundamentos para tornarem cada vez mais produtivas dentro do con-ceito da educação cristã no mundo”.

Esses fundamentos foram sintetizados pela associação em cinco elementos essen-ciais de uma escola cristã eficaz: verdade, desenvolvi-mento intelectual, educadores cristãos, potencial em Cristo e integridade operacional.

O elemento verdade está baseado em que a Bíblia é a Palavra de Deus revelada e deve ser ensinada como a verdade e integrada na expe-riência da aprendizagem.

O desenvolvimento intelec-tual quer dizer que a mente do cristão, iluminada pela mente de Cristo, integra os princípios de Deus em sua caminhada acadêmica.

O conselho diretor, a dire-toria, o corpo docente e os funcionários de uma escola cristã devem ser cristãos.

Cada experiência de apren-dizado tem por objetivo capa-citar os alunos a alcançarem o seu pleno potencial em Cristo.

Por fim, a integridade ope-racional consiste em que as práticas operacionais diárias da escola sejam um modelo coerente de integridade, efici-ência e prestação de contas.RESPOSTAS AO MUNDO

Enquanto o mundo caminha para o laicismo educacional (na França, por exemplo, gerou polêmica a proibição de alunas muçulmanas usarem o véu por serem vetados sím-bolos religiosos nas escolas), que o papa Bento 16 chamou de “laicismo agressivo” em sua visita ao Brasil em maio, chegando a pedir ao presi-dente Lula que a educação no país tenha valores morais

e espirituais católicos, a fé cristã tem a resposta. É que o que declara o presb. Solano Portela, ao explicar o papel da Acsi como uma associação que auxilia as escolas cristãs a mostrarem que a resposta está em Jesus. “O mundo está confuso”, diz o presbítero. “O pensamento secular passou por uma fase em que a reli-giosidade estava totalmente alijada. O que se fala hoje, na pedagogia, é interdiscipli-naridade, temas transversais, espiritualidade, necessidade de ensino de ética, cidada-nia e religião. Isso mostra o reconhecimento de que exis-te uma necessidade. A forma como estamos abordando é mostrar que a nossa proposta preenche esses anseios. Por um lado, estamos na contra-mão da tendência mundial e,

por outro, estamos dando as respostas”.

Os congressos da Acsi reú-nem educadores, associados, professores cristãos e outros interessados para promover o compartilhar de experiências e workshops de capacitação.

O programa de capacitação docente, já implantado no Brasil, tem quatro fases e visa a dar ferramentas de cresci-mento ao professor cristão no âmbito da filosofia da educa-ção cristã e a aplicação desta nas salas de aula. O professor recebe um certificado válido por cinco anos, ao final dos quais passa por uma requali-ficação.

Ainda não implantado no país, a Acsi oferece um pro-grama de qualificação de escolas chamado Star, em que estas são avaliadas à luz dos cinco elementos essenciais. Ao se tornar qualificada, a escola recebe uma certifica-ção.

A associação tem também alguns livros publicados, tra-duzidos para o português, que fazem parte dos fundamentos para o curso de qualificação docente. Desenvolve ainda atividades acadêmicas de convivência saudável como concursos de matemática, de redação, mostras coletivas de artes etc.

O presb. Solano conta que o Mackenzie fez um convê-nio com o selo Purposeful Desing da Acsi americana e está traduzindo e adaptando um currículo de Ciências para o Ensino Fundamental.

Informações no site www.asci.com.br.

CLetícia Ferreira

Presbiterianos atuam em associação escolar

Associação Internacional de Escolas Cristãs realiza congresso no Brasil em setembro

Divulgação

Educação

Livro resultante do convênio entre a Asci americana e o Mackenzie

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 15Agosto de 2007

ada mais importante na vida da igreja do que o culto que pres-

tamos ao Deus Trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Nós fomos criados para Sua glo-rificação, usufruindo de Suas bênçãos para sempre.

O salmista nos ensina que devemos adorar a Deus pelo que Ele é: “Adorai o Senhor na beleza da Sua santidade; tremei diante dEle todas as terras. Dizei entre as nações: Reina o Senhor. Ele firmou o mundo para que não se abale e julga os povos com eqüi-dade. Alegrem-se os céus, e a terra exulte; ruja o mar e a sua plenitude. Folgue o

campo e tudo o que nele há; regozijem-se todas as árvo-res do bosque, na presen-ça do Senhor, porque vem, vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, consoante a Sua fide-lidade” Sl 96.9-13.

Também nos ensina o sal-mista que devemos louvar ao Senhor pelos seus fei-tos: “Bom é render graças ao Senhor e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo...me alegraste, Senhor, com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.” (Sl 92.1 e 4).

Assim, quando nos irmana-mos no santuário, adoramos e louvamos ao nosso grandio-so Deus, vivemos momen-

tos de grande significação na vida da igreja. Momentos em que cultuamos com cânti-cos, momentos de comunhão entre os irmãos, momentos de confissão de pecados, momentos de experiência do perdão, momentos de edifi-cação na Palavra de Deus, momentos de dedicação de nossas vidas ao Senhor.

O diálogo de Cristo com a mulher samaritana nos trouxe muitos ensinos importantes, por exemplo: podemos ado-rar onde estivermos. Embora o santuário seja bom lugar para adoração, o Senhor acei-ta a nossa adoração indepen-dentemente de lugar. Deus é Espírito e deve ser adorado em espírito e em verdade. No

entanto, se sobressai o ensino de que o Deus que “habita no meio dos louvores”, “procura ou busca os seus adoradores” (Jo 4.19). Sim, Deus se com-praz em ser adorado. Ele nos criou, nos ama, nos salva, nos mantém, nos edifica, sustenta a nossa fé... também busca o nosso reconhecimento de Sua glória, em adoração e louvor.

O texto de Isaías 6 tem sido muito usado como exemplo litúrgico. O profeta teve a experiência de aproximar-se do alto e sublime trono de Deus. Ali os seres celestiais clamavam uns para os outros a santidade divina: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. Diante

da exaltação da santidade, foi sentida a perdição humana, em termos de lábios impuros e convivência no meio de pessoas impuras. Deus inter-veio. A iniqüidade foi quei-mada com a brasa e perdoado o pecador. Enquanto ainda usufruía o prazer da alegria do perdão, já lhe veio a edifi-cação, por meio do chamado para a missão de proclamar a graça experimentada. É sem-pre assim, quando Deus nos permite um aprofundamen-to de relacionamento com Ele, nos instrui a dividir as bênçãos recebidas com os outros.

A bêncão da adoração e do louvorArtigo

NMarcos Lins

Marcos Lins é pastor presbiteriano e presidente do Instituto Presbiteriano

Mackenzie

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO16 Agosto de 2007

Secretaria Geral do Trabalho com a Infância da IPB

promove, neste ano, um congresso em duas edições para a formação de líderes que atuam ou irão atuar à frente da União de Crianças Presbiterianas ou em depar-tamentos infantis das igre-jas. A primeira aconteceu no acampamento Palavra da Vida, em Recife (PE), entre os dias cinco a oito de julho, e contou com a pre-sença de aproximadamente 300 inscritos. O rev. Jáder Borges, que está à frente da secretaria geral, afirma que a finalidade de tais encon-tros é descobrir talentos dentro da IPB mediante o intercâmbio de experiências entre servos e servas com disposição para comparti-lhar e aprender mais sobre o trabalho com crianças.Nesse primeiro encontro,

todos os estados da região Nordeste do país enviaram representantes e a pro-cura foi intensa. “Só não recebemos mais gente por absoluta falta de espaço no local. Uma lista de espe-ra chegava a contar com cem nomes”, relata o rev. Jáder. Ele conta que muitas pessoas envidaram grandes esforços para participar do congresso, como as irmãs baianas que venderam mun-gunzá (espécie de mingau feito com milho branco, leite, leite de coco, açúcar e canela, conhecido como canjica) em feiras para arre-

cadar fundos para a equipe inscrita. “Como não louvar ao Senhor por essas vidas?”, comemora o pastor.PROGRAMAÇÃOOs principais temas dis-

cutidos no congresso foram Quando o desânimo chega ao departamento infantil, pelo rev. Antônio Sávio; A importância da música no departamento infantil, pelo rev. Márcio Alonso; Como trabalhar quando faltam recursos e material huma-no e sobram dificuldades desafios, pelo rev. Iraquitan Bezerra (Projeto Amanajé, no Amazonas); A impor-tância do culto infantil, por Leninha Maia, Como tra-balhar com juniores, por Roberta Fonseca; A organi-zação de um departamento infantil, por Edaci Camargo; Escola Bíblica de Férias, por Márcia Maulepes; Como montar conferências missionárias para crian-

ças, por Eny Borges (da Associação Pró-evangeliza-ção das Crianças –APEC, de São Paulo), e União de Crianças Presbiterianas, pelo rev. Jáder Borges.As reuniões plenárias

fizeram parte do programa, com o objetivo de encorajar e mobilizar os irmãos para a obra, despertar o amor e a vocação para o ministério. O rev. Jader crê que os par-ticipantes, principalmente os que estavam desanima-dos, voltaram para suas terras com muita vontade para servir ao Senhor nessa área da igreja. “Uma pessoa motivada mobiliza-se com mais disposição e garra”, completa.PLANOSPara o secretário geral da

Infância da IPB, o trabalho em um departamento infantil sempre precisará de volun-tários, mulheres, jovens e até mesmo homens. Um de

seus anseios é envolver mais servos nessa obra. Para ele, “departamento infantil não é lugar de ‘machos’, por-que esses pouco servem ou nada fazem, mas é espaço para homem com H mai-úsculo, pois é preciso ser muito homem para encarar o trabalho”. O pastor comenta tam-

bém que quem esteve nessa primeira reunião redobrou suas forças para continu-ar na luta e na missão e todos constataram a enorme necessidade existente nesse departamento. A emoção tomou conta da vida do secretário, ao ver a alegria estampada nos rostos de cada participante por causa de um encontro específico para o ministério infantil dentro da IPB, que visou a atender e a apoiar aqueles que estão nas salas de aula todos os domingos com os futuros membros de nossa

igreja. Muitas são as expectati-

vas para o trabalho com as crianças e, principalmen-te, para o próximo encon-tro, que será realizado no Colégio Presbiteriano Mackenzie em Brasília, de 6 a 9 de setembro. O planos da secretaria é continuar com a realização desse tipo de evento, pelo menos dois ao ano, um em cada semes-tre, e a pretensão é locali-zar os próximos no Amapá e no Rio Grande do Sul. O secretário e sua equipe oram sobre esses assuntos e demais decisões a serem tomadas. “Aproveito para agradecer a todos que se doaram nessa ocasião e a Primeira IP do Recife, por seus voluntários e ao conselho, que apoiou inte-gralmente esse congresso”, finaliza o rev. Jáder.Mais informações site

www.ipb.org.br/ucp.

Aprendendo a educar com amor os pequeninos

Artigo Presbiterianos dão grande passo na formação de líderes da UCP e departa-mento infantil

Primeiro dia de congresso em Recife

ACaroline Santana Pereira

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Rev. Jáder Borges

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 17Agosto de 2007

ila Cosmos é um bairro da cidade de Cosmópolis, interior

de São Paulo. Lá, cerca de dez mil pessoas foram bene-ficiadas através das atividades desenvolvidas no dia 19 de maio desse ano pelo projeto Integração, idealizado e lide-rado pela IP de Cosmópolis, pastoreada pelo rev. Anderson Moraes dos Santos. Ele conta que desses dez mil indivíduos, dois mil são jovens e adoles-centes.

A igreja estudou e mapeou a região e adjacências, durante dois anos, no âmbito social, e diagnosticou alguns proble-mas que esperavam por uma saída imediata. A solução sur-giu de forma rápida e clara,

por meio de simples presta-ção de serviços comunitários e voluntários, como cortes de cabelos gratuitos, gincanas, palestras, assistências médica e jurídica e doação de brin-quedos para crianças, entre outros.

Em um breve relato dirigido à prefeitura local, o pastor descreve: “Preocupa-nos o aumento da violência anun-ciado pelos meios de comu-nicação vigente, e essa vio-lência tem destruído planos, dissolvido lares. As pessoas já não querem mais sonhar, porque perderam as perspec-tivas de vida”. Dessa maneira, nasceu no coração da igreja o projeto Integração.

O rev. Anderson conta tam-bém que os assistidos origi-nam-se de famílias lesadas pela

violência verbal, psicológica e física. São pessoas enterra-das num mundo perdido, onde fluem as drogas. Perderam-se dentro de si mesmas por não conseguirem alcançar seus sonhos, seus objetivos ou uma vida melhor. São várias as adversidades enfrentadas por eles e, além de tudo, muitos não conhecem as boas novas da salvação em Cristo. EVANGELIZAÇÃO

Na opinião do pastor, há um recente debate sobre os méri-tos rivais da evangelização e da responsabilidade social, porém, ambos são parte da missão e do ministério de qualquer cristão. Para ele, existe um modo de expressar a relação entre a evangeli-zação e a ação social, por meio da parceria entre as duas

frentes, pois “no ministério de Cristo Jesus, palavras e obras, pregação do evange-lho e ação social, andavam de mãos dadas. As palavras são abstratas, necessitam ser incorporadas em feitos de amor. As obras são ambíguas e necessitam ser interpretadas pela proclamação do evange-lho”, comenta o reverendo.

Durante as atividades, os

voluntários fazem um cadas-tro de cada assistido. Com os endereços em mãos, uma equipe realiza o trabalho de visitação de porta em porta, realizando o discipulado que, de acordo com o pastor, tem produzido bons resultados. Essa é uma das metas do pro-jeto, falar do amor de Cristo e mostrar que a igreja é, de fato, a expressão do reino de Deus.

Um bairro, muitas carênciasAção Social Conheça algumas iniciativas de Igrejas Presbiterianas espalhadas pelo Brasil

Caroline Santana Pereira

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Assessoria jurídica, com apoio da Universidade Paulista de Limeira

Provando que o sangue passa mesmo pelo coração

o dia dois de junho, a IP de Tumiritinga, localizada em

Governador Valadares (MG), realizou, em parceria com a Fundação Hemominas, o evento Doe Sangue, salve vidas. Idealizado pela presi-dente da SAF local, Andréia Moreira, o evento ganhou apoio do pastor, do conselho, da igreja e da comunidade. E, de forma inédita e aben-çoada, conseguimos tam-bém o apoio da Fundação Hemominas, que enviou à nossa pequena Tumiritinga uma unidade especializada em coleta de sangue, lide-rada pela enfermeira Marta

Magda e sua equipe, com médico, auxiliares, técnicos em enfermagem, copeiras e motorista, todos muito simpáticos, atenciosos, cari-nhosos, eficientes e exigen-tes, o que justifica o alto conceito de qualidade do Hemocentro de Governador Valadares.Nessa ocasião, pude-

mos constatar a eficiência e qualidade da Fundação Hemominas. Compareceram aproximadamente 130 voluntários interessados em doar sangue. No entanto, devido ao alto índice de qualidade, durante a tria-gem, muitos foram dispen-sados, em razão de peso insuficiente, gripe, resfriado ou com alguma inflamação

ou não ter dormido bem na noite anterior. A princípio, sentíamos certa decepção por tantas dispensas, mas logo vimos que, na verdade, o pessoal do Hemominas prezava pela excelente qua-lidade do sangue, o que

muito nos alegrou.Ao todo, conseguimos 76

doadores e, desses, nove pararam na consulta médi-ca, o que resultou em 67 bolsas de sangue. Excelente. Mas, se Deus nos permitir, no próximo ano queremos

ultrapassar a marca das 100 bolsas de sangue com 450 ml cada. Agradecemos aos voluntários que comparece-ram ao centro de coleta, a equipe do Centro de Saúde e a equipe do Hemominas. Que Deus abençoe a todos.

Presb. Francisco José Moreira

Andréia Moreira, presidente da SAF, Marta Magda, enfermeira chefe do Hemocentro, e rev. Luiz Fernando Sotero, da IP Tumiritinga

Equipe do Hemominas com rev. Luiz Fernando Sotero

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO18 Agosto de 2007

m muitos lugares do nosso país o evangelho tem sobrevivido debai-

xo de lutas e precariedade de recursos financeiros e huma-nos. Itaituba, no Oeste do Pará, lugar de beleza exube-rante, sobretudo por abrigar o lindo Rio Tapajós e uma grande riqueza em ouro que tem sido explorado por mui-tas mineradoras, é um desses lugares. Ali milita uma alegre Igreja Presbiteriana do Brasil com a falta de pessoas capa-citadas para a demanda da região. O rev. Fábio Ferreira Carlos e sua esposa Marlene, que estudaram no Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL), estão há mais de 14 anos na região, realizando um maravilhoso trabalho. Parabenizo-os pela serieda-de e amor em servir. Apelo aos amados colegas, muitos em disponibilidade em seus

presbitérios, que olhem para o Norte. Há inúmeros locais carentes por liderança capa-citada.

Estive nos dias 22, 23 e 24 de junho treinando um grupo de 83 líderes de várias denominações na matéria de Métodos de Estudos Bíblicos e pude verificar bem de perto essa triste realidade. Foi um prazer pregar e conhecer aqueles os irmãos, aos quais cumprimento.

O pastor Izaias Alencar é ministro auxiliar da IP de Jardim São Vicente em São José dos Campos (SP) e foi cedido para o ministério Palavra da Vida Norte, em Benevides (PA). Ele auxilia uma congregação presbite-riana na cidade. Seu princi-pal trabalho é treinar líderes para trabalhar com as comu-nidades ribeirinhas.

Carências da região norte do Brasil

Missões Nacionais

Por rev. Izaias Alencar

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Rev. Izaias e rev. Fábio na IP de Itaituba

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abemos do esforço da IPB em expandir o evangelho do reino de

Deus em nosso país. Como fruto desse empenho muitas cidades do Rio Grande do Sul têm contado com a ajuda da amada denominação. A cidade de Uruguaiana, que abriga um dos projetos de plantação de novas Igrejas, está em festa. O sentimento é de profunda alegria e gra-tidão a Deus por mover os corações dos seus servos em nossos planos.

Aqui na cidade, o projeto foi elaborado em três fases: A primeira consiste na cons-trução do salão de festas, que abrigará a igreja nesse primeiro momento, uma cozinha industrial e banhei-ros masculino e feminino. Na segunda fase serão edifi-cadas as salas de aulas para crianças de primeira a quar-ta série do ensino funda-mental, secretaria da escola, banheiros para os alunos, quadra de esportes e vesti-ários. Já na terceira parte, será construído o templo, com capacidade aproximada para trezentas pessoas, sala

pastoral, sala para músicos e coral, sala para diaconia, secretaria da igreja e ber-çário. Toda parte térrea do empreendimento conta com a elaboração de um projeto específico para a integração de pessoas portadoras de necessidades especiais.

O grande desafio dessa igreja é a solidificação do seu trabalho com a capaci-tação de líderes locais para que a obra permaneça. O estado do RS sofre grande-mente com a transitoriedade de pastores e líderes. Por isso entendemos a grande importância de se construir uma liderança sólida e dura-doura.

Na área social o grande desafio que temos nessa região é com a educação. Eis o motivo da criação de uma escola modelo na cidade. Essa foi a forma encontrada de ajudarmos a comunidade local no seu desenvolvimen-to espiritual, social, cultu-ral e econômico. A entida-de não terá fins lucrativos, porém será paga no período da manhã e tarde. No perí-odo da noite ela funcionará

com supletivo para jovens e adultos de forma gratuita.

A quadra de esportes fun-cionará como uma escola de aprendizagem de moda-lidades esportivas. Os alu-nos deverão estar matricula-dos em alguma das escolas locais. Além disso, a criança deverá ter boas notas e bom comportamento. Cremos que juntamente com a prá-tica desportiva eles terão o aprendizado espiritual, moral e social, e a preocupa-ção de ambas as escolas é a formação do ser humano em sua integralidade, levando pessoas ao conhecimento de Deus e também formando bons cidadãos para a socie-dade de Uruguaiana, do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo.

Essa é uma forma do Campo Missionário de Uruguaiana agradecer a Deus, a Junta Sinodal de Missões e a IPB pelos esforços dispensados para esse campo e esperamos, em breve, poder organizar a Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil em todo o Oeste do estado.

Campo Missionário de UruguaianaPor rev. Wagner Vieira da Silva

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Projeto da nova Igreja

Atual templo da IPB em Uruguaiana

Fotos: Divulgação

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO 19Agosto de 2007

u nos fizeste para ti mesmo, e o nosso coração não

sossega até que descansa em ti." Essa frase de Agostinho expressa bem a ansiedade espiritual em nossos dias. Muitos têm buscado saciar sua sede em cisternas rotas (cf. Jr 2.13). A grande ques-tão é como definir o que é verdadeiro nesse emaranha-do de caminhos encontra-dos e criados, os mais varia-dos possíveis, para a prática da espiritualidade. A igreja cristã não deve perder a oportunidade de proclamar a verdadeira espiritualida-de nesse momento em que tantos a procuram, mas sem saber onde encontrar.

Luder G. Whitlock Jr. apresenta esse quadro conturbado, mas de opor-tunidade, no início de seu livro, A Busca Espiritual, pela Editora Cultura Cristã. As inquietações espirituais da atualidade precisam ser direcionadas, segundo o autor, para o caminho cor-reto: o da necessidade de piedade e maturidade espi-ritual, o que não consis-te em legalismo ou prática de rituais religiosos. Para alcançar isso é necessário usufruir dos meios de graça. A presença dos atributos de Deus em nós permitem veri-ficar a realidade de vidas transformadas que almejam crescimento constante.

Outro fator imprescindí-vel para nosso crescimento espiritual é o reconheci-mento da quebra de rela-

cionamento que existe entre o homem e Deus desde a Queda, e que é restabele-cida pela fé nos sacrifício redentor de Jesus na cruz. Nosso relacionamento com Deus aprimora nosso rela-cionamento com o próximo. O amor é a cola perfeita para a restauração de rela-cionamentos quebrados.

Obediência, pureza, reti-dão, prática da justiça, fide-lidade, honestidade e inte-gridade são características que, presentes em nossa vida, revelam se estamos andando de acordo com a vontade de Deus, se há santidade em nós. Longe de uma concepção farisai-ca sobre santidade, o que o autor faz é demonstrar como essas características nos ajudam a ser mais san-tos e, ao mesmo tempo, a reconhecer nossa constan-te necessidade do perdão de Deus por nossas falhas e falta de santidade. É o Senhor quem nos santifica.

Aproximar-nos de Deus permite que nossa sabedo-ria seja a concedida por Ele. O entendimento humano foi seriamente afetado pela Queda. Somente a restau-ração em Jesus permite que tenhamos a mente de Cristo. A fé faz com que nossa cosmovisão seja modifica-da para o modo correto de entender o mundo e os con-ceitos presentes nEle, assim como a vontade de Deus para nós. Todas as áreas de nossa vida são influencia-das pela sabedoria vinda do alto. Responder perguntas importantes como: "Devo

me casar? Como devo criar meus filhos? Como devo investir meu dinheiro? Em quem devo votar?" será uma tarefa mais fácil para o cristão. Até mesmo saber o que, quanto e como comer é importante para o cristão (cf. 1Co 10.31). Whitlock enfatiza que ter a sabedoria vinda de Deus só traz bene-fícios.

Sendo obra de um autor reformado e que trata de busca espiritual, não pode-ria faltar um capítulo que trata da soberania de Deus. Toda a grandiosidade de Deus, seu poder e seu domí-nio devem estar presentes na vida do cristão e isso influencia cada um de seus atos. O mandato cultural é abordado, ressaltando-se o grande privilégio que Deus concedeu ao homem de sujeitar toda a Terra (cf. Gn 1.28), assim como sua responsabilidade com essa tarefa. Somos chamados a servir e não para sermos servidos. É preciso consi-derar que somos chamados a exercer domínio em um mundo que resiste a Deus, como diz o autor: "um mundo de rupturas, caos e perversidade - o desafio é colocar nele ordem e dire-ção, como mordomos de Deus que deverão um dia prestar contas a ele pelo que fizemos com os recur-sos que ele colocou à nossa disposição (Mt 25.14-30)". Apesar do grande desafio da obra a ser realizada, somos estimulados por saber que Deus está conosco, estamos sob o poder de seus braços

eternos. Toda essa cons-ciência sobre nossa tarefa deixa claro que nossa vida tem um propósito, algo que muitos têm procurado sem encontrar resposta.

O penúltimo capítulo do livro trata da criatividade que devemos ter como filhos de Deus. Adão e Eva foram criados à imagem de Deus e com capacidade criativa. A criatividade humana está presente desde o princípio e por toda a História. É verdade que a Queda a pre-judicou, corrompendo-a e fazendo com que ela seja aplicada até para coisas más. O evangelho restaura a beleza e a criatividade: "Ser refeito à imagem de Deus também nos leva para além de aceitar a beleza, para uma afinidade com a inovação, a inventividade e a novidade". Nossa cria-tividade restaurada deve permitir que saibamos com-

bater os males criados pelo homem. Se os ímpios são criativos para o mal, nossa capacidade de criar para combater o mal deve ser muito maior.

O livro finaliza com a instrução de que a busca espiritual acontece passo a passo. A Bíblia nos instrui a começar com o leite espi-ritual para que cresçamos (cf. 1 Pe 2.2). O novo nas-cimento é uma entrada na vida, o crescimento acon-tece gradualmente para que cheguemos à maturidade. Haverá problemas a ser enfrentados, obstáculos a ser vencidos, mas eles tam-bém fazem parte de nossa instrução, de nosso cres-cimento. Um crescimento que não pode parar, pois devemos chegar "à medida da estatura da plenitude de Cristo" (Ef 4.13).

“TMarcelo Smeets

A Busca EspiritualLiteratura

Marcelo Smeets é editor assistente da Editora Cultura Cristã

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Brasil PRES­BI­TERI­A­NO20 Agosto de 2007