BON-PO (Magia Tibetana)

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    Bon-Po - Dzogchen.

    Well, inicio a postagem sobre Bon-Po.

    Enjoy!

    O Corpo Fsico no Bon-Po.

    Os crculos do corpo fsico se identificam e funcionam com os skandas, osElementos e as diversas formas de emoo. Em primeiro lugar, o praticante temque identificar cada um desses componentes no campo de sua difusa experinciavital, e convert-los rapidamente em figuras humanides. Cada figura representaa condio espiritual, na qual as energias combinadas de um skanda, um Elemento,uma emoo particular se identificam e logo se condensam. O processo meditativoconsiste em combinar e concentrar cada grupo nveis cada vez mais elevados, docorpo sutil at o Bodhicitta, reconvertendo, eventualmente, o espectro completodessas energias simultneas. Para o meditante masculino, o concentradoprecipita-se como a figura de uma Dakini, que ( como a Sabedoria ), personificao no-ser, Nairatmya, muito mais desejvel que qualquer parceira externa. Elaabsorve assim todos os desejos do indivduo, que normalmente fluem para fora,dirigindo-os para dentro. O Heruka masculino pe em prtica a funocorrespondente meditante feminina.Nos primeiros estgios dessa meditao vajra, o casal humano medita juntoatravs da unio sexual, tem o cuidado de no derramar suas energias contidaspara fora, mas sim reverter o fluxo num processo chamado "paravritti" ( dar-se avolta ). Nos estgios posteriores, nenhum homem ou mulher necessita do par, poiscada um j gerou o seu prprio parceiro interior, reunido e condensado nas suasfaculdades corporais separadas. A unio com parceiros interiores, a outra metadede seu atntico ser criativo, produz uma experincia deliciosa ( sahaja ), muitomais intensa que qualquer prazer fsico. Homem e mulher foram convertidos,ambos, em um Heruka-Dakini combinado, eventualmente, no Buda-Nairatmya, o queequivale Iluminao em unio com o Vazio. Este o significado sutil de Ommane padme Hum. Inclusive quando no h a copulao expressa na arte ou noritual, a bi-unidade est sempre implcita.

    Durante esses longos rituais yoguis, os meditantes evocam e visualizam muitasclasses de princpios metafsicos, centrando-os por meio de mantras e imagens deforma humana. O processo de asceno interior, atravs dos nveis do corposutil, representado de diversas maneiras na arte. As figuras individuais ou os

    casais podem representar seus estgios, devendo cada um expandir-se,assimilar-se ou absorver-se progressivamente. Os espritos guardies podem serinvocados para proteger os participantes.

    Aspectos da prtica do mantra Yoga

    Um mantra, repetido vrias vezes, pode ativar as divindades ( devat ) a eleassociadas, e torna-se, sem que o praticante tenha que fazer nenhum esforoadicional, uma poderosa fora para a transformao de sua conscincia.

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    Os Hinos em snscrito dos Vedas, "visualizados" por videntes altamente dotados,foram compostos em 15 mtricas diferentes que deveriam ser rigorosamenterecitadas nos rituais e exigiam um cuidadoso controle da respirao quegarantisse a necessria preciso. a que podemos encontrar as origens daposterior tcnica yogue do controle da respirao ( prnym ) e tambm do

    Mantra Yoga.Todos sabem que o ato de cantar com concentrao e por um perodo prolongadopode conduzir a alteraes de conscincia. Vemos este mesmo princpio nos ritosxamnicos, em todas as partes do mundo. Quando se acrescenta esse efeito aoalucingena do Soma, a bebida usada nos rituais cotidianos, compreende-se essaalterao de conscincia.Os Hinos Vdicos afirmam que, o verdadeiro Soma no era a planta espremidadurante os ritos, mas o prprio nctar celeste da imortalidade. Segundo oRig-Veda, ningum prova desse Soma oculto. Afirma-se que o Soma superior produzido pela hbil concentrao visionria. O Soma Fsico apenas um meiopara desencadear a viso do Soma Divino. Encontramos esse mesmo princpio nos

    Rituais do Daime.Considerado isoladamente, o som mais importante nos cnticos rituais vdicos erao OM, que at hoje, no Hindusmo, o fonema sagrado mais venerado e amplamenteaceito. Encontra-se tambm no Bon Po, como a frmula mntrica tibetana om manipadme hm ( om, a jia no ltus, hm ). Afirma-se que a slaba OM, a qual contmtoda uma filosofia, ou expressa a pulsao do Cosmos. No foi pelaracionalidade, mas pela prtica meditativa que os videntes e sbios da eravdica chegaram concepo de um som universal, um som que ressoa eternamenteno Universo e que eles concebiam como a prpria origem do mundo criado. Osvidentes vdicos ouviram interiormente esse som nos seus momentos de meditaomais profunda,quando conseguiam abster-se de ouvir todos os sons externos.

    Os mantras, que podem ser compostos de um nico som ou de uma srie de sons,podem ser usados para muitos fins diferentes. No h dvida de que, na origem,eles eram usados para manter distncia as foras ou acontecimentosindesejveis e para atrair os desejveis, e ainda essa a sua principalaplicao. Em outras palavras, os mantras so usados como frmulas mgicas. Mastambm so empregados, no contexto espiritual, como frmulas de poder, quepermitem ao praticante a busca de identificao com a Realidade Transcendente.Assim, um mantra vedntico como "aham brahma-asmi", ou "Eu Sou o Absoluto", uma poderosa afirmao da nossa identidade fundamental com o Si Mesmo, que tambm o fundamento do mundo objetivo.

    Mandala no Bon-PoA Mandala uma das principais representaes utilizadas em todo o misticismo earte tibetana. Consiste no crculo com divises que partem do centro, s vezesinterpretadas como as ptalas de um ltus. Isso expressa a noo de que asfiguras ou imagens ao redor so desdobramentos do centro, e uma vez que aMandala tenha sido visualizada podem voltar a unir-se e retornar ao centro. AMandala tambm integra as relaes entre as figuras principais no foco central eoutras que esto ao redor. As Mandalas das diversas linhagens de deidades podem

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    ter diferentes nmeros de "ptalas".Durante a meditao ou a prtica de um ritual, as figuras da Mandala invocadasso mantidas em estado de presena radiante. Uma figura no desaparecesimplesmente quando d lugar outra. Pode inclusive ser absorvida pela seguinteou seguir emanando-a. Muitas das principais figuras emitem verses suplementares

    de si mesmas e a mesma figura pode aparecer de diversas formas, durantediferentes rituais. Supe-se que cada Mandala tem de ser colocada e seguida,passo passo, ao redor de sua imagem, comeando pelo quandrante oriental ouocidental e terminando pelo centro.

    Os Guardies das 4 Direes no Bon Po

    Depois de construda a Mandala para visualizao, o praticante senta-se nocentro da svstika, estabelecendo as direes: leste, oeste, norte e sul. Elecomea a visualizar, situados nas 4 direes, um conjunto de 4 ferozesreis-guardies, acompanhados de suas consortes, e passa a imaginar o canalcentral do seu corpo sutil como eixo central do Universo inteiro. Os guardies esuas consortes, num clima de extremo delrio sexual, "protegem" o meditante anteas influncias dos fenmenos externos, controlam, estimulam e concentram suasenergias.Atravs da masturbao, o meditante rene energias procendentes do mundo externoe interno, no ventre. Nesse momento importante sentir o clima sexual dosguardies e suas consortes copulando. O elemento aquoso dissolve-se e misturaali a energia sexual central para coloc-las no primeiro estgio de sua ascenoat o canal central sutil. No ardente nvel elementar do corao, as energiasentram na regio das principais imagens invocadas, os Yidams, que se estendemhorizontalmente ao redor do centro. Cada Yidam tem um nome significativo e uma"famlia", cada qual habita um reino circular, semelhante um halo de luzradiante, com uma cor especfica.

    Os Yidams podem ser imaginados em unio sexualcom suas consortes, conhecidas como Sabedorias femininas. So reconhecidos comoos Sabhogakayas, que, segundo a tradio, viveram sucessivamente atravs dosaeons. Sentam-se em um trono destacado e usam uma coroa de jias para indicarque obtiveram tudo o que o corao pode desejar, riqueza e uma posio para almde todo o conhecido. Cada um coloca em seu "domnio" um skanda, uma das paixeshumanas que normalmente impedem a pessoa de realizar-se, simbolizado por uma corespecial, um Elemento e uma zona sensorial. Cada Yidam sentado meditando, unidocom sua Sabedoria, unifica e rene todas as necessidades humanas, recordaes easpectos do dharma que pertencem ao seu campo, que o meditador pode invocar,

    resolvendo-os numa experincia compreensvel do Vazio.As Sabedorias femininas tambm podem ser chamadas de "Taras"e lhes conferidadiferentes cores: Tara significa "aquela que faz cada um cruzar o rio do tempo edo espao at a margem suprema".O praticante chama a ateno de cada regio de Yidam, plena com todos oselementos, e a seguir os concentra numa outra figura, que simboliza ascombinaes. As energias combinadas fundem-se em uma energia comum identificadacom o Bodhicitta, o Esprito Vital, agora personificado pela feminina Nairatmya.

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    Ela eleva-se atravs do canal at o nvel da garganta, associada ao elemento ar.

    Mandala dos Quatro Guardies no Bon Po

    Na visualizao da mandala, os 4 Guardies aparecem como figuras terrivelmenteferozes, com grandes barrigas, e danam e copulam violentamente com suasconsortes.O Guardio do Sul costuma ser Ymantaka, ou "Conquistador da Morte". umpoderoso Mago que tem a cabea de um bfalo e uma enorme barriga. Seu corpo azul escuro e baila junto sua consorte azul de cabea de porca Pasudhari, ou"A que leva o N Encadeado", sobre o bfalo que tambm pode estar copulando comum ser humano. Tem o plo pontudo, rgido e marrom, leva pele de tigre e umaguirlanda de serpentes. Sustenta uma taa em forma de caveira, cheia de sangue,e um basto branco, com uma cabea empalhada, recm cortada, amarela.O Guardio do Oeste Hayagriva, de corpo vermelho e cabea de cavalo, cujaconsorte Vajrasrinkhala, ou "Vajra que sujeita a cadeia", vermelha e de cabeade leoa. Leva um vajra e um basto e tem vrias cabeas em cima do cavalo.O Guardio do Norte Amritadaya, de corpo branco, ou "O que o Nctar", queleva uma urna de nctar. Sua consorte Kinkinadhari, ou "A que sustenta oSino", de corpo verde e cabea de serpente.O Guardio do Leste Vijaya, "O Conquistador", de corpo verde, cuja consorte a branca Ankusadhari, ou "A que tem a Agulha", de cabea de tigre.Os Guardies podem ter outras denominaes, conotaes e carregar inmerosobjetos, em muitas mos, que ficaria difcil descrever aqui. Essa apenas umadas formas de visualizao, seguindo as indicaes do Sadhanamala.Aps a primeira concentrao das energias pelo praticante, ativadas e reunidaspelos Guardies, pode-se condensar a forma de uma figura vermelha danante,feminina, a Dakini Kurukulla, que personifica em primeiro lugar a Nairatmya, aessncia do abandono de Si Mesmo, que se converte em Bodhicitta.

    Os Portadores do Conhecimento no Bon Po

    Quando a energia chega ao nvel da garganta, essa combinao abre-se paraabsorver outra Mandala dos medianamente ferozes "Portadores do Conhecimento",que bailam em unio com suas consortes, personificando todos juntos uma gnosisou profunda combinao de idias desenvolvidas desde o campo do Yidamcorrespondente. Essa Mandala compreende a regio da fala, da expresso coerentee da formulao de imagens, que guia todo o processo meditativo. O praticanteenergiza todas as figuras uma vez mais e combina-as numa figura nica, logo aseguir dirige a combinao para cima atravs do canal do eixo radiante para aregio da cabea do Elemento-Mente, como transformao posterior da divina

    Nairatmya.Na regio da cabea tudo terrvel, ameaador e "impensvel". Uma Mandala finalde 5 pontas estende-se composta de energias devastadoras e terrveis. So osHerukas, rodeados de chamas, bailando em vilenta cpula com suas companheirasfemininas no menos ameaadoras. Muitos poucos praticantes so na verdadecapazes de chegar essa regio, ou so capazes de conseguir absorver suasmaravilhosas energias. Se o fazem, podem seguir at chegar a um reino doprincpio da realidade ltima, que coroa o corpo sutil, o recinto de um

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    Princpio Supremo, para alm da Iluminao, total e deliciosamente unido Suprema Sabedoria. Distintas seitas usam diferentes nomes para o SupremoPrincpio, que a revelao final de Om mani padme Hum.Cada linhagem familiar tem caminhado para os nveis mais altos do corpo sutilnas posies correspondentes na Mandala. Num sentido profundo, cada uma das

    figuras dos diferentes nveis em cada "linhagem familiar" vertical umamodulao de um nico princpio metafsico.

    O propsito ltimo do Bon abolir todas as entidades falsas e limitadoras,junto com suas negaes e negaes de negaes, e chegar muito alm delas, demodo que teremos o cuidado de no tratar a essas figuras meditativas e osconceitos que personificam como "realidades" de nenhuma classe, senoentend-las como aparies teis, exploses para ns a partir desse Vazio, doqual se originam todas as experincias ilusrias e limitativas, a qual asdevolve a meditao.O meditador, ao levar a cabo esse processo de visualizao e transformao,participa efetivamente nos estgios de contnua criao revertida, do nvel ato mais alto do Cosmos. Ele d-se conta que o nirvana e samsara no sodiferentes e experimenta o significado interno do chrten, o dharmakaya. Adependncia mtua do Vazio e das formas particulares tornam-se completamenteclaras. A estrutura contida no sistema de meditao do corpo psquico fornece omarco para a totalidade do Vajrayana, da forma e significado vida e atividadesde quem o pratica.

    As Tradies do Bonpo de Dzogchen

    Estudantes modernos questionam a historicidade da figura de Tonpa Shenrab, e eleapareceu, de fato, numa poca fictcia da tradio Bonpo, afirmando quefloresceu a 18000 anos atrs. Alm disso, a ele atribudo a Hagiografia nas

    buscas do Bonpo, de forma alguma inferior a de Shakyamuni Buddha, comoencontrado, por exemplo, no Lalitavistara. ( 1 )Ao lado de toda a fabulosa Hagiografia de Padmasambhava, encontrada na vastaliteratura da escola de Nyingmapa ( algumas como a Padma bKa-thang e a bKa-thanggsir-phreng ), a carreira de Tonpa Shenrab representa um dos grandes ciclospicos da literatura tibetana.Para quem est de fora, este Yungdrung Bon, hoje em dia, apresenta-se um poucodiferente das outras escolas do Budismo Tibetano, em razo de suas elevadasdoutrinas e prticas monsticas. O Bon Contemporneo possui um sistema monsticomuito parecido com o dos Budistas e a filosofia Madhyamaka totalmentecomparvel com a das outras escolas budistas tibetanas. De acordo com os Lamas

    Bonpos, a principal diferena entre o Bon e as escolas Budistas a linhagem,muito mais que os ensinamentos ou doutrinas, j que os Bonpos voltam-se paraTonpa Shenrab como seu fundador, e os Budistas voltam-se para Shakyamuni. Dequalquer forma, todas essas numerosas figuras so manifestaes da Iluminao deBuddah em nosso mundo, uma epifania que tecnicamente conhecida comoNirmanakaya ( sprul-sKu ). O Dalai Lama tem agora reconhecido o Bon como aquinta escola religiosa tibetana, ao lado dos Nyingmapas, Sakyapas, Kagyudpas eos Gelugpas, e tem dado representao aos Bonpos no Conselho de Relaes

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    Religiosas, em Dharamsala. ( 2 )

    Notas:

    ( 1 ) Lalitavistara:Existem 3 principais biografias e hagiografias de Tonpa Shenrab no Bonpo:a ) mDo'dus ou Dus gsum sangs-rgyas Byung-khungs Kyi mdob ) gZer-myig ou Dus-pa rin-pa-chei rgyud gzei-myigc ) gZi-brjid ou Dus-pa rin-po-che dri-ma med-pa gzi-brjid rab tu bar-bai mdoContudo, a carreira monstica de Tonpa Shenrab, no final de sua vida, revelamuitas semelhanas ao relato da Grande Renncia de Shakyamuni Buddha, e aossubsequentes ensinamentos, como encontrado, por exemplo, no Lalitavistara. Suahistria de vida diferente em origem, completamente independente de qualquerfato que remonte ao Budismo Indiano. Nesse sentido, a Escola Russa Kuznetsov vTonpa Shenrab como tendo sua origem iranianiana ou na sia Central. Certasescolas tibetanas contemporneas vem Tonpa Shenrab como sendo um nativo doTibet, muito mais que um prncipe ou sacerdote oriundo da sia Central. LonponTenzin Namdak, seguindo a tradio Bon, assertivo em dizer que Tonpa Shenrabno era tibetano, mas originrio de Ol-mo lung-ring, no qual identifica comShambala. Nesse caso, Ol-mo lung-ring era um domnio mstico e no umalocalidade geogrfica precisa, em algum lugar ao noroeste do Tibet, nos temposhistricos.

    ( 2 ) Christopher Beckwith, um estudioso da Universidade Press, em Princeton, vuma forte relao do velho reino tibetano com a sia Central. Em vista dessaconexo, o termo Bon possivelmente poderia ter sido tirado da linguagem deSogdian, iraniana da sia Central, onde a palavra "bwn" significa "dharma". Essapalavra tambm aparace como primeiro elemento no livro de Zoroastro, de acordo

    com o processo de criao, o Bundahishn. Beckwith tambm tem apontado para umpossvel substrato Indo-Iraniano, na linguagem Zhang-Zhung. Os Sogdians foram osmaiores comerciantes de tecidos do noroeste do Tibet e alguns textos budistas,na linguagem Sogdian, tm sido recuperados da sia Central.

    O Desenvolvimento Histrico do Bon

    Alguns historiadores e estudantes tibetanos estavam cientes desta distinoentre os 2 tipos de Bon, referidos acima ( 1 ), e, certamente, os prprios LamasBonpos tambm estavam. De acordo com um estudante nativo, Lonpon Tenzin Namdak,a histria do desenvolvimento do Bon pode ser dividida em 3 fases:1. O Bon Primitivo era o xamanismo indgena e anmico do Tibet e das regies

    adjacentes, nos tempos remotos. De fato, de acordo com a tradio Bonpo, algumasdessas prticas eram como invocaes de deuses ( lha gsol-ba ) e ritos paraexorcizar espritos malgnos ( sel-ba ). Isso foi, na verdade, ensinado peloprprio Tonpa Shenrab, quando fez uma rpida visita a Kongpo, no Sudoeste doTibet, nos tempos pr-histricos ( 2 ).Muitos ritos foram posteriormente incorporados dentro da classificao deensinamentos e prticas do Bon, conhecidos como os Noves Caminhos ou Veculo (theg-pa rim dgu ). Esses tipos de prticas xamnicas so atualmente conhecidas

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    como "Os Caminhos Causais do Bon" ( rgyu'i theg-pa ). Os ensinamentos e prticasencontrados nesses Caminhos so considerados dualsticos em seu ponto de vistafilosfico, ou seja, os deuses ( lha ) representam as foras da luz e ordem,chamadas Ye, e os demnios ( bdud ) representam as foras da escurido e docaos, chamadas Ngam, tendo uma existncia independente. O interesse do

    praticante est principalmente na performance dos rituais, que invocam asenergias positivas dos deuses e afastam as influncias negativas dos demnios eespritos malgnos ( gdon ).

    Um exame dos textos ritualsticos em questo,revelam amplamente serem de uma origem no-hind. Todavia, assim como o Budismoem geral, o Yungdrung Bon totalmente contrrio prticas de sacrifcios desangue ( dmar mehod ), sendo que as origens de certas prticas so atribudosaos demnios canibais Sinpo ( srin-po ) e no a Tonpa Shenrab. Portanto, osLamas Bonpos tm repugnncia em identificar at mesmo os Caminhos Causais do Boncom o xamanismo dos Jhangkris, ou os xams que ainda florescem nas montanhas doNepal e continuam, at hoje, a realizar sacrifcios de sangue.

    O Bonpo Antigo ( bon rnying-ma ) ou Yungdrung Bon

    consiste nos ensinamentos e prticas atribudas a Shenrab Miwoche, em sua funocomo Mestre, ou a Busca da Revelao ( ston-pa ), e, particularmente, significaos altos ensinamentos do Sutra, Tantra e Dzogchen. Ele revelou essesensinamentos aos seus discpulos em Olmo Lungring, na terra e em qualquer lugardo reino celestial, em sua antiga encarnao como Chimed Tsugphud ( chi-medgtsug-phud ). Esses ensinamentos de Tonpa Shenrab, j marcados em escritos desua prpria poca, ou no perodo seguinte, dizem terem sido levados tardiamentede Olmo Lungring, em Tazik, ao pas do Zhang-Zhung, no Tibet do Norte eOcidental, onde foram traduzidos na linguagem Zhang-Zhung.O Zhang-Zhung parece

    ter sido uma linguagem real, distinta do Tibetano, e aperentemente relacionadaao dialeto Tibeto-Burman, do Oeste do Himalaia, de Kinauri. Nesse caso, no foiuma criao artificial fabricada pelos Bonpos, visando ter uma linguagem antigaoriginal, correspondendo ao snscrito indiano das escrituras Budistas.Iniciando com o reinado do segundo rei do Tibet, Mutri Tsanpo, falado quecertos textos Bonpos, em especial o Tantras Pai ( pha rgyud ), foram levados deZhang-Zhung ao Tibet Central e traduzidos na linguagem tibetana

    Assim, osBonpos afirmam que os Tibetanos adquiriram um sistema de escrita nessa poca,baseado nos manuscritos sMar-yig, usado no Zhang-Zhung. Este teria sido anterior

    ao manuscrito de dbus-med, agora usado diversas vezes para compor os manuscritostibetanos, especialmente entre os Bonpos. Posteriormente, os Bonpos sofreram 2perseguies no Tibet Central, a primeira sob o reinado do oitavo rei do Tibet,Trisong Detsan, no sculo VIII de nossa era. De acordo com a tradio, em ambasas ocasies, os sbios Bonpos perseguidos, esconderam seus livros em vrioslugares do Tibet e regies adjacentes, algumas como Bhutan. Esses textos foramredescobertos no incio do sculo X. Assim, eles so conhecidos como os"Tesouros Ocultos" ( gter-ma ) ( 3 ). Alguns outros textos nunca foram

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    ocultados, mas permaneceram em circulao e passaram atravs do sculo VIII,numa linhagem contnua.

    So conhecidos como snyan-rgyud, literalmente,"transmisso oral", tanto que eles costumam dizer ter existido como textosescritos, mesmo nos perodos iniciais. Um exemplo de tradio oral oZhan-Zhung snyan-rgyud, no qual, no sculo VIII, o Mestre Tapihritsa deupermisso ao seu discpulo Gyerpungpa de transcrever nessa forma as suasinstrues orais secretas ( man-ngag, Skt upadesha ). Ou ento, os textos foramditados durante as vises de xtase ou estados alterados de conscincia, porcertos sbios antigos ou certas deidades, aos Lamas que viveram nos sculosanteriores. Um exemplo disso foi a famosa Hagiografia de Tonpa Shenrab,conhecida como gZi-brjid, ditada a Lodan Nyingpo ( bl.o-ldan snying-po, b. 1360), por certos espritos das montanhas. Essa classificao mais propriamentesimilar classificao Nyingmapa das escrituras dentro do bKa-ma e do gter-ma.Essa forma floresceu no Tibet Central e Ocidental, e continua at nossos dias.Os ensinamentos do Bon revelados por Tonpa Shenrab so classificadosdiferentemente em 3 Hagiografias tradicionais, relatadas de sua vida. No geral,Tonpa Shenrab tinha dito ter explicado o Bon em 3 ciclos de ensinamentos.I - Os 9 Sucessivos Veculos de Iluminao ( theg-pa rim dgu )II - Os 4 Portais do Bon e o quinto, no qual est o Tesouro ( sgo bzhi mdzodlnga )III - Os 3 Ciclos de Preceitos que so: o Exterior, o Interior e o Secreto ( bKaphyi nang gsang sKor gsum ).

    Os 3 Ciclos de Preceitos, Exteriores, Interiores e Secretos ( bKa phyi nanggsang sKor gsum ) so:a ) O Ciclo Externo ( phyi sKor ): contm o sistema Sutra de ensinamentos (

    mdo-lugs ), referente ao Caminho da Renncia ( spong lam ).b ) O Ciclo Interno ( nang sKor ): contm o sistema Tantra de ensinamentos (rgyud-lugs ), referente ao Caminho da Transformao ( sgyur lam ), de outraforma conhecido como os Mantras Secretos ( gsang sngags ).c ) O Ciclo Secreto ( gsang sKor ): contm os ensinamentos Upadesha ( man-ngag), relativo ao Caminho da Auto-Liberao ( grol lam ), tambm conhecido comoDzogchen, a Grande Perfeio.

    Novo Bon ( bon gsar-ma)

    surgido desde o sculo XIV, apoiando-se nasdescobertas de diferentes sistemas Terma mais superiores. Como um todo, esse

    sistema quase igual ao Nyingmapa e, aqui Padmasambhava tambm reconhecidocomo uma importante figura. Contudo, alguns Tertons, como Dorje Lingpa,descobriram tanto o Nyingmapa quanto o Bonpo Termas. No texto, tal como oBon-Khrid, redescoberto por Tsewang Gyalpo, afirmado que Padmasambhava foi aUddiyana e recebeu os ensinamentos Dzogchen diretamente de Sambhogakaya ShenlhaOdkar ( gShen-lha od-dKar ). Depois ele transmitiu esses ensinamentos no Tibet,disfarando muitos deles como Termas, para o uso das futuras geraes de Bonpos.Tambm de acordo com Shardza Rinpoche, o Movimento Novo Bonpo iniciou no sculo

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    XIV e continua at hoje. Os Termas revelados a alguns Mestres, como LodanNyingpo Mizhik Dorje ( tambm conhecido como Dorje Lingpa ), Kundrol Dragpa,Dechen Lingpa, Sang-ngag Lingpa, Khandro Dechen Wangmo, so todos consideradosTersar ( gter-gsar ) ou textos valiosos recm-descobertos. O Novo Bon floresceu,sobretudo, no Tibet Oriental.

    (1) Isso no significa que Dalai Lama considera os Bonpos como sendo Budistas.De acordo com muitos Lamas Tibetanos, os Budistas seguem o chos e os Bonposseguem o bon. Entretanto, tanto os Budistas (chos-pa ), quanto os Bonpos soconsiderados "Internos" ( nang-pa ), contrrios aos "Externos" ou no-budistas (phyia-pa ), como os hindus, jainistas, islmicos e cristos.

    Por exemplo, veja o Grub-mtha legs bshads shel Kyi mi-long de Chos Kyinyi-ma dpal bzang-po ( 1674-1740 ). Essa seo do texto est de acordo com ofato do Bon ter sido trazido por Sarit Chendra Das, em Contribuies nasReligies e Histria do Tibet. O autor, um estudante Gelupga, distinguiu 3 fasesmo desenvolvimento do Bon: jol bon, Khyar bon e bsgyur bon. Contudo, no assimque os Bonpos vem sua prpria histria. O texto til para indicar como asoutras escolas Buditas o viam. O relato encontrado aqui, pode ser assimresumido:a ) O Bon Revelado ( jol bon ): durante o reinado do sexto Rei do Tibet, TrideTsanpo ( Khri-lde btsan-po ), um demnio ou esprito malgno ( dre ), raptou ummenino de 13 anos, que pertencia ao cl Shen ( gshen ) e o levou a diferenteslugares perigosos, nas montanhas do Tibet e Kham. Outros relatos acrescentam odetalhe que esse menino de 13 anos foi descoberto por ter orelhas de asno,aparentemente de nascimento, onde os espritos malgnos sumiram com ele. Por 13anos seguintes, esse menino perambulou por lugares ermos e veio a ser totalmenteinstrudo nas artes mgicas dos espritos no-humanos ( mi ma Yin ). Aos 26

    anos, ele foi permitido a retornar sua aldeia natal. Devido a essa viagem Outros Mundos e ao Conhecimento que adquiriu desse modo, ele sabia os nomes e osesconderijos de todos os espritos e demnios. Ele sabia quais os espritos quecausavam problemas entre os humanos e quais os espritos que traziam boa sorte eprosperidade. E ele sabia como acalmar espritos hostis, com rituais eoferendas. Assim, esse jovem foi o primeiro a introduzir o Bon entre osTibetanos e, frente de seu tempo, os reis do Tibet seguiram ao Bon e nenhumaoutra religio. Alm disso, dito que, quando ele retornou sua aldeia,escondeu suas orelhas de asno com um turbante de l, sendo esta a razo que oturbante branco veio a ser o mecanismo distintivo do Bonpo antigo. Isso traduziaque esses primeiros Bonpos, abaixo ( og ) subjulgavam os espritos malgnos

    acima ( steng ) invocavam os deuses e seus ancestrais, e na parte intermediria( bar ) purificavam o lar quando tornava-se carregado, ofendendo a divindade dolar ( thab lha ) e outros espritos domsticos. Esse relato um cenrio tpicoda iniciao xamnica, estando relacionado as viagens do xamanismo no Tibet.b ) O Bon Desvirtuado ( Khyarbon ): Representa inovaes feitas devido sinfluncias externas no Tibet de outros lugares. Quando o rei do Tibet, DrigumTsanpo ( Gri-gum btsan-po ), foi morto devido as suas perseguies aos Bonpos,

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    fez-se necessrio prevenir que o esprito do rei assassino, que tornara-se umghin ou fantasma, no causasse danos entre as pessoas. Consequentemente, 3praticantes Bonpos foram convidados da Cachemira ( Kha-che ), Gilgit ( Bru-sha )e de Zhang-Zhung, respectivamente, para realizar os ritos funerriosapropriados, mandando o esprito descansar.

    Isso aconteceu porque os sacerdoteslocais no sabiam como fazer. Alguns ritos so conhecidos como Dur. Esses 3Bonpos eram estrangeiros de pases ao oeste do Tibet. Um deles, possivelmente ode Zhang-Zhung, ofereceu sacrifcios s divindades Gekhod ( o Patrono deZhan-Zhung ), Khyund ( Garuda ) e Me-lha ( o deus do fogo ). Com isso, ele foicapaz de voar atravs do cu, no seu tambor e divino depsito de mineral e metalescondidos debaixo da terra. O segundo Bonpo, provavelmente de Gilgit, erahabilidoso nas artes divinatrias e pde modificar o futuro pelo significado dens e cordas, uma prtica conhecida como ju-thig, e o uso de ossos ( sog dmar ).Mais ainda, ele fez inspiradas entonaes oraculares ( lha bKa ). Isso surgiriapara localizar a origem desse mtodo divinatrio em Gilgit. O terceiro Bonpo daCachemira, a terra famosa por seus ensinamentos tntricos entre os Budistas e osShaivistas, era perito em conduzir as cerimnias funerrias. Previamente, notinha existido a filosofia do Bon no Tibet, mas agora o Bon tornava-se umamistura das doutrinas Shaivistas dos Tirthikas ( hindus da Cachemira ), e porisso tornou-se conhecido como o Bon Desvirtuado ( mu-stegs dbang-phyug-paigrub-mtha Khyar-ba bon ).

    Na traduo Bonpo Terma, veja Samten Karmay, o Tesouro dos Bons Discursos,op cit. Todas as recentes descobertas Termas dos Bonpos foram sa-gter, que soos atuais textos fsicos escritos em pocas anteriores e escondidos em vrioslugares, do Tibet e Bhutan. Muitas das atuais descobertas dessas colees de

    Termas no foram estudadas pelos Lamas, mas por simples fazendeiros e caadores,que no poderiam ter possivelmente inventado esses textos. Entre os mais famososdesses recentes "Tertons" esto 3 ladres Nepali, conhecidos como os 3 Atsaras,que no ano 961 EC roubaram um pesado ba fechado do templo Cha-ti dmar-po, noMonastrio Samye. Fugindo para as montanhas com sua pilhagem, pensando quecontinha ouro, eles abriram o ba e encontraram somente velhos textos. Muitodesapontados, eles venderam esses velhos livros a alguns Lamas Bonpos dalocalidade, por ouro e cavalos.

    (5) Os Nove Caminhos do Bon, ou melhor, os Nove Veculos Sucessivos do Bon ( bontheg-pa rim dgu ), como classificado no Sistema de Tesouros do Sul ( lho gter

    lugs ), explicado em vrios captulos do gZir-brjid, a Hagiografia maisextensa de Tonpa Shenrab. Esses captulos tm sido traduzidos por Snellgrove,com a superviso de Lopon Tenzin Namdak. Veja David Snellgrove, Os Nove Caminhosdo Bon, Oxford University Press, London 1967.Aqui, os Nove Caminhos so descritos dessa forma:a ) O Caminho da Prtica da Predio ( phywa ashen theg-pa ): literalmente"theg-pa" significa um veculo ou transporte, mais propriamente que estrada oucaminho. "gShen", uma palavra de origem e significado obscuro, poderia aqui ser

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    traduzida como "prtica" ou "praticante", de acordo com Lopon. E o termo"phywa", significa predio ou prognstico. Esse caminho ou veculo principalmente relacionado com a divinao ( mo ), clculos astrolgicos ougeomnticos ( rtsis ), diagnstico mdico ( dpyad ) e prtica de rituais de cura( gto ).

    b ) O Caminho da Prtica de Manifestaes Visveis ( snang gshen theg-pa ): essecaminho principelmente relacionado com as manifestaes visveis ( snang-ba ),vistas como manifestaes positivas das atividades dos deuses ( lha ), que vmem auxlio da humanidade. Consequentemente, a nfase dada em invocar os deuses( lha gsol-ba ) em seus auxlios. Inclui muitas classes de deidades como oThugs-dKar, o sGra-bla, o Wer-ma, etc.c ) O Caminho da Prtica do Poder Mgico ( phrul gshen theg-pa ): esse caminho principalmente relacionado com rituais mgicos para assegurar prosperidade econtrole sobre os espritos invocados, especialmente os ritos de exorcismo (sel-ba ), para eliminar energias negativas e provocaes negativas de espritosmalgnos ( gdon ), que vm perturbar a existncia humana. O praticante trabalhacom essas energias em termos de invocaes, conjuraes e aplicaes ( bsnyensgrub las gsum ).d ) O Caminho da Prtica da Existncia ( srid gshen theg-pa ). Aqui,"existncia" ( srid-pa ) significa propriamente o processo de morte erenascimento. Esse caminho tambm conhecido como Dur ghen, a prtica decerimnias para exorcizar ( dur ) os espritos da morte que esto perturbando osvivos. , por isso, principalmente relacionado aos 360 tipos de ritosrealizados, tanto quanto aos mtodos para garantir a boa fortuna e alongevidade. Esses 4 representam os Quatro Caminhos Causais do Bon ( bon rgyu'itheg-pa bzhi ). So seguidos pelos caminhos superiores de uma natureza maisespiritual, cuja meta a liberao e a iluminao, no qual so conjuntamente

    conhecidos como os Caminhos Realizadores ( bras-bu'i theg-pa ).

    O Caminho dos Praticantes Leigos Virtuosos ( dge-bsnyen theg-pa ): essecaminho principalmente relacionado com a moralidade e tica, tal como as DezAes Virtuosas ( dge-ba beu ), as Dez Perfeies ou Paramitas, etc, tantoquanto as atividades devotas, como erguer stupas, etc.f ) O Caminho dos Sbios Ascetas ( drang-srong theg-pa ): o termo drang-srong (em snscrito "rishi" ** ), significando um sbio, tem aqui o sentido tcnico deum monge completamente ordenado que tem feito todos os complementos dos votos,correspondendo ao bhikshu Budista ( dse-slong ). A referncia principal com osvotos dos monges e as regras da disciplina monstica ( dul-ba ).

    g ) O Caminho do Branco A ( A-dkar theg-pa ): esse caminho principalmenterelacionado com a prtica tntrica da transformao, pelo meio de visualizaralgum como a meditao da divindade e as prticas associadas com a Mandala.Aqui esto includos os Tantras Inferiores e Superiores.h ) O Caminho do Shen Primordial ( ye gshen theg-pa ): esse caminho principalmente relacionado com certas prticas tntricas secretas, incluindo oprprio relacionamento com o Guru e com a consorte Tntrica, tanto quanto com asmetodologias do Processo de Gerao ( bskyed-rim ) e o processo de Perfeio (

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    rdzogs-rim ) e com a conduta ligada a eles.i ) O Caminho Final ( bla-med theg-pa ): esse ltimo ( bla na med-pa ) caminho o encerramento dos ensinamentos e prticas do Dzogchen, a Grande Perfeio, naqual descreve o processo de Iluminao em relao a Base, ao caminho, e aosFrutos, tanto quanto as prticas de contemplao em termos da concepo das

    meditaes e da conduta.( 6 ) Os Nove Caminhos, de acordo com o Sistema dos Tesouros Centrais ( dbusgter lugs ), tambm so divididos nos Veculos Causais ( rgyu'i theg-pa ) e nosVeculos Frutificadores ( bras-bu'i theg-pa ). So eles:a ) O Veculo dos Deuses e Homens, onde um confia no outro ( lha mi gzhan rtengyi theg-pa ): dito que este o veculo daqueles discpulos que primeiro tmque ouvir os ensinamentos dos outros. Esse veculo corresponde ao Shravakayanano Sistema Budista e a concepo filosfica a dos Vaibhashikas.b ) O Veculo dos Shenrabpas, que compreendem sozinhos ( rang-rtogs gshen-rabkyi theg-pa ): esses praticantes no necessitam ouvir os primeiros ensinamentosde outros, mas os descobrem por eles mesmos. Esse veculo corresponde aoPratyekabuddhayana dos Budistas e as concepes filosficas dos Sautrantikas.c ) O Veculo dos Bodhisattvas Compassivos ( thugs-rje sems-pa'i theg-pa ): esseveculo corresponde ao Sistema Sutra Mahayana ou ao Veculo Bodhisattvayana noSistema Budista. Em particular, a referncia aos Bodhisattvas que praticam osDez Paramitas da generosidade, moralidade, pacincia, vigor, meditao, fora,compaixo, confiana, meios hbeis e sabedoria. A concepo filosfica a dosYogacharins ou Chittamatrins ( sems-tsam-pa ), que distinguem a ausncia dequalquer existncia inerente ao Eu interior, tanto quanto aos fenmenosexternos.(continua)

    **Acrscimo Meu: Rishi, em snscrito, significa uma espcie de sbio antigo quevia os Hinos ( mantras ) dos Vedas. Tambm chamado de Muni, que significasbio ou aquele que pratica o silncio ( mauna ).