Boletim Mack Olímpico 2sem15

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MACK 2016 n˚ 2 -Dez 2015 O CAMINHO PARA O ESPORTE OLÍMPICO O PAPEL DA MÍDIA NAS TRANSMISSÕES OLÍMPICAS RUGBY VOLTOU Esporte que estava fora do programa olímpico desde 1924 volta com força total no Rio 2016 SAIBA MAIS SOBRE AS PARALÍMPIADAS BOLETIM LABORATORIAL PG.11 PG.6 PG.12 VOCÊ MANDA BEM NO QUESITO OLIMPÍADAS? PG.15 PG.8

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Produto laboratorial feito por alunos de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie na Oficina de Jornalismo Olímpico durante o segundo semestre de 2015.

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MACK 2016n˚ 2 -Dez 2015

O CAMINHO PARA O ESPORTE OLÍMPICO

O PAPEL DA MÍDIA NAS TRANSMISSÕES OLÍMPICAS

RUGBY VOLTOUEsporte que estava fora do programa olímpico desde 1924 volta com força total no Rio 2016

SAIBA MAIS SOBRE AS PARALÍMPIADAS

BOLETIM LABORATORIAL

PG.11

PG.6

PG.12

VOCÊ MANDA BEM NO QUESITO OLIMPÍADAS?

PG.15

PG.8

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Saudações OlímpicasEste boletim tem como ob-

jetivo apresentar as Olímpiadas Rio-2016 de forma diferente do que você está acostumado a ler. Os Jogos Olímpicos, em sua es-sência, são pouco explorados pela mídia e acabam ignorados por boa parte do público brasi-leiro.

Apaixonado pelo futebol, o brasileiro também pode ser amante do esporte olímpico e paralímpico. Esta é a nossa mis-são. O Mack 2016 mistura in-formação, curiosidade e bom humor. Vamos fazer uma troca? Entre com o interesse, e a gente tentará entregar o produto per-feito para você, nosso leitor.

Quer saber sobre a organiza-ção dos Jogos Olímpicos? Lega-dos? Curiosidades? Vem com a gente! Tem muito mais conteú-do, mas queremos deixar você curioso para explorar as próxi-mas páginas com muito carinho e interesse.

Nós prometemos que este bo-letim não será mais uma mistura de coisas chatas e sérias que nin-guém liga e estão à venda por aí. Feito por alunos, preocupados com um jornalismo esportivo mais plural, pretende ter conteú-do relevante. E sabe aquela his-tória de “satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta”? Então, aqui não tem isso. Se você gosta de esportes, acreditamos que você vai amar.

Aqui, já deu. Vá para a próxi-ma página e comece a sua ma-ratona para se interessar pelas Olímpiadas. O nosso esporte olímpico é fazer você mergulhar de cabeça no Mack 2016.

Texto:Amanda RinaldiAnderson TeixeiraGabriel TampeliniGabriel TieppoGuilherme DiefenthalerGustavo AmadoJoão Pedro Izzo Juan MendesJullia GuedesLucas Capeloci Luiz Otávio Matheus Henrique VelosoMayara ZagoThiago DalleVictor BelazVictor Hugo Marsura Vitor Ventura

Boletim Mack 2016 é uma publicação laboratorial da oficina de Jornalismo Olímpico e foi desenvolvida por alunos do curso de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Universidade Presbiteriana MackenzieCentro de Comunicação e Letras

Edição de texto:Gabriel TieppoJulia Falconi

Edição de arte e diagramação:Julia RibeiroMatheus VelosoMayara Zago

Colaborações:Arthur Gabor (texto)Jullia Guedes (arte e diagramação)Lucas Antonio (texto)Victoria Silva (edição de texto)

Orientação:Prof. Dr. Anderson Gurgel

Imagem da Capa

Para colecionar - A imagem na capa desta edição do Boletim Mack 2016 é de uma das moedas comemorativas feitas pelo Banco Central do Brasil para homenagear os Jogos Olímpicos Rio 2016. A série, que aborda inúmeros esportes e temas da olimpíada, traz também uma referência ao rugby, na sua volta ao programa de modalidades em disputa.

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Imagine o mundo dar uma “pausa” em tudo que estiver acontecendo. Uma trégua na Guerra. Uma tré-

gua na violência. As olimpíadas surgi-ram na Grécia como uma homenagem a Zeus, cerca de 776 antes de Cristo. A partir daí, os jogos passaram a ocorrer a cada quatro anos como um ato de trégua sagrada nos territórios gregos. As Olimpíadas adormeceram por 1.500 anos, mas um esportista francês, Barão Pierre de Coubertin, viu no evento e no esporte, formas de aprimorar o sistema educacional, no fim do século XIX.

Nessa nova fase, os Jogos Olímpicos então passaram a ser um evento mun-dial, onde os países participantes se unem em uma única cidade, decidida previamente, para travar competições esportivas. Mas, mais do que um des-porto, as Olimpíadas são também uma

filosofia de vida. Além da competição, os jogos são métodos de disciplina, dedicação, estímulo espiritual e edu-cacional. Está ligada diretamente ao desenvolvimento harmônico dos seres humanos e ao desenvolvimento de uma sociedade pacífica.

Foi a Grécia, o local que deu origem às Olimpíadas, que sediou o primeiro dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, na cidade de Olímpia em 1896. O renas-cimento dos Jogos começou a se tornar realidade em junho de 1894, na Univer-sidade de Sorbonne, na França.

A vontade do francês Pierre de Frédy, de reviver a Olimpíada agradou a maio-ria dos representantes de um congresso de educação e pedagogia e então a ideia foi acatada. Com finalidade de unificar as diferentes modalidades e discipli-nas esportivas, criar legislações sobre

os jogos e organizar o evento Olímpi-co, Coubertin criou em 1984 o Comitê Olímpico Internacional (COI). No dia 6 de abril de 1896, cerca de 60 mil espec-tadores assistiram a inauguração dos Jogos, com a presença do rei da Grécia, George 1º. Participaram 14 países e 241 atletas na primeira edição da Olimpía-da. A abertura dos Jogos foi feita no do-mingo de Páscoa, no Panatenaico.

Os Estados Unidos, que não envia-ram uma representação oficial, foram os maiores vencedores dessa primeira edição dos jogos. Com a maioria dos in-tegrantes da equipe da Associação Atlé-tica de Boston, os norte-americanos ganharam 11 provas. Só no atletismo, foram nove vitórias em 12 competições. James Connolly venceu a prova de salto triplo e consagrou-se como o primeiro campeão olímpico.

Embarque imediato na história das OlimpíadasUm pouco de história e como chegamos ao Rio 2016

Vitor Ventura

BTS

P / Internacional P

ress / Site da Folha

Estádio Olímpico Panathinaiko, em Atenas (Grécia), 1896: onde tudo começou

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Mais que esporteAs Olimpíadas, desde seu surgimento, sempre tiveram um

forte caráter político e religioso, tais características ficaram bem evidentes nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Em meio aos jogos, o alemão Adolf Hitler se aproveitou para propagar as suas ideias de superioridade da raça ariana. O que o nazista não es-perava era ver um atleta negro, o norte-americano Jesse Owens, vencer quatro provas de atletismo, levando para casa quatro me-dalhas de ouro e sendo ovacionado pelos espectadores no Estádio Olímpico de Berlim. Durante a cerimônia de premiação, o líder alemão se recusou a cumprimentar o atleta norte-americano.

Em setembro de 1972, durante os jogos de Munique, 11 atletas da delegação israelense foram assassinatos em um atentado ter-rorista. Cinco árabes da organização palestina Setembro Negro invadiram o apartamento dos atletas, na Vila Olímpica. Os terro-ristas exigiam a libertação de prisioneiros em Israel e a ação aca-bou com a morte dos atletas e de outras sete pessoas, entre elas policiais e terroristas. Durante a ação, que ficou marcada como o pior momento da história Olímpica e também como o Massacre de Munique, as competições foram paralisadas e cogitou-se até o cancelamento daquela edição dos Jogos.

Com as bandeiras dos países participantes hasteadas a meio mastro e uma missa no Estádio Olímpico em honra das vítimas, os Jogos voltaram a acontecer depois de 34 horas interrompidos. A decisão foi tomada pelo presidente do COI, que insistia que os jogos tinham que acontecer. O grande destaque de Munique e um dos maiores de todos os Jogos Olímpicos, foi o do nadador norte-americano Mark Spitz. Campeão Olímpico de sete provas da natação, Spitz também quebrou o recorde mundial de todas elas.

Momentos marcantesUm dos momentos mais marcantes das Olimpíadas foi, sem

dúvida, a Maratona na edição de Atenas, em 2004. Vanderlei Cordeiro de Lima vencia com folga a prova dos famosos 42 km quando um padre irlandês o atrapalhou, jogando-o para fora da pista. Ajudado pelo público, Vanderlei voltou à prova, porém perdeu ritmo, e acabou chegando em 3º lugar.

Não só foi premiado com a medalha de bronze. Sua garra e espirito esportivo lhe rendeu a raríssima medalha «Barão de Cobertin”. Somente 11 atletas na história das Olimpíadas tive-ram a honra de serem agraciados por essa premiação.

E claro, não poderíamos deixar de citar Nadia Comaneci, que brilhou nas Olimpíadas de 1976 ao conseguir a perfeita nota 10 na ginastica. Nessa mesma edição, ela conseguiu nada menos que sete notas 10, dando a ela três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Também disputou os Jogos de 1980 em Moscou, onde conseguiu mais medalhas de ouro e prata.

Momentos históricos bons e ruins. A trajetória é repleta acontecimentos e histórias que marcaram tanto positivamente, quanto negativamente. Quais momentos nos aguardam para 2016? Será que ficarão marcados na história como uma boa lembrança ou algo para se esquecer? O legado Olímpico será realmente marcante e permanente como dizem? Isso somente o tempo nos dirá, fica no aguardo para as primeiras olimpía-das da América do Sul, já importantíssimas só por este fato.

Imagem da 1º Olímpiada após a 2º Guerra, 1948, em Londres

Os Jogos de 1936, em Berlim, foram marcados pelo Nazismo

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A capital carioca receberá cerca de 10 mil atletas de todo o mundo, repre-sentando um total de  206 países.

Enquanto isso, os paratletas entrarão em ação a partir do dia 7 de setembro até dia 18 do mesmo mês. O país está investindo na infraestrutura da cidade maravilhosa para recepcionar o mega evento, e as obras estão sob o controle do governo, que promete todas as entregas a tempo da cerimônia de abertura.

Em Copacabana, na Marina da Glória, ocorrerão os eventos de Vela. O Parque do Flamengo vai ser usado para as provas de Atletismo, Ciclismo e Paraciclismo de es-trada. A Arena de Vôlei de Praia também será utilizada durante os Jogos. O Estádio da Lagoa está em ordem, assim como as outras obras, e será palco das disputas de Canoagem de velocidade, Remo e Paraca-noagem. O Forte de Copacabana, que terá disputas de triatlo, Maratona Aquática e Paratriatlo, deve ser concluído no prazo determinado.

O estádio do Maracanã, situado no bair-ro de mesmo nome, está tratando de me-lhorar sua estrutura, assim como o Mara-canãzinho. Na região do Sambódromo, o Atletismo e o Tiro com arco já estão pron-tos para serem praticados. O Estádio Olím-pico João Havelange também está no prazo e receberá o Atletismo.

E que comecem os Jogos...Confira o andamento das obras dos Jogos Olímpicos de 2016

Amanda RinaldiGabriel TampeliniThiago Dalle

Obras no Centro Olímpico de Tênis, localizado no coração dos jogos, na Barra da Tijuca (foto divulgada em novembro de 2015)

Locais em que irão acontecer as Olímpiadas de 2016

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Com os Jogos Olímpicos de verão cada vez mais próximos, os veícu-los de informação, através de todos

os meios possíveis de comunicação, co-meçam a se preparar para cobrir um dos eventos esportivos mais importantes do planeta.

Durante uma palestra na Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre os Jogos Rio 2016, Vanessa Gonçalves, sub-edito-ra do Portal/Revista Imprensa, comentou que o conglomerado da Rede Globo, por meio da internet e de seus canais de TV, transmitirá ao vivo informações de dentro da vila olímpica. Enquanto a Rede Record e outras emissoras de TV disputarão cer-tas localidades em determinados jogos.

Por meio da internet, de maneira mais rápida e interativa, um canal especializado em informações sobre as Olimpíadas de 2016 foi criado: o Bikpek. Em entrevista à nossa equipe, Rodrigo Borges, um dos responsáveis pelo projeto, comentou um pouco sobre a dinâmica que envolve o novo site.

Com um trio de jornalistas, uma desig-ner e um desenvolvedor/programador, o Bikpek, que vai ser lançado em breve por seus criadores, será um site que explica-rá o universo olímpico, sem a intenção de uma cobertura factual com resultados e

As novas formas de cobrir a OlimpíadaOs meios de comunicação tentam se reinventar para atrair público

Anderson TeixeiraMayara Zago

Projeto apresentado pela TV Globo em agosto de 2015 para o estúdio da emissora dentro da Vila Olímpica

Conclusão da obras da Arena do Futuro

Reprodução / TV

Globo

Na Região de Deodoro, o Cen-tro Olímpico de Tiro, de Hóquei e de Hipismo estão no caminho serem concluídos. A Arena da juventude re-ceberá o Basquetebol, Pentatlo moder-no e a Esgrima em cadeira de rodas. As obras estão avançadas também no Centro Aquático. O Estádio de Deo-doro está ficando pronto e receberá o Rugby e o Futebol de 7. O Estádio de Canoagem Slalom está próximo de ser concluído, além da pista de Mountain Bike e do do Centro Olímpico de Ci-clismo BMX.

Na Barra, teremos os Pavilhões 2,3,4 e 6, a Arena Carioca 1,2 e 3 e a Arena do Futuro no prazo estipulado. O Cen-tro Olímpico de Tênis tem suas obras atrasadas, e o Estádio Aquático Olím-pico está nos conformes, assim como o Parque Aquático Maria Lenk. A Arena Olímpica do Rio e o Campo Olímpico de Golfe seguem sob controle do go-verno, e estão nos ajustes finais. A Vila dos Atletas está sendo finalizada e deve receber cerca de 18 mil atletas e oficiais durante os Jogos Olímpicos.

Renato S

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io / Fotos Públicas

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horários: “Em qualquer site ou portal você saberá que aquela derrota aconteceu. Mas apenas no Bikpek vai ler porque o vento pode ser prejudicial para a prova”, revela Borges. O site terá como intuito principal oferecer aos seus leitores detalhes sobre as modalidades e principalmente acerca da dinâmica que envolve os esportes, dentro e fora das competições, juntando o jorna-lismo com a educação esportiva.

Com a falta de sites especializados nos esportes olímpicos, Borges acredita que a demanda por conhecimento olímpico irá aumentar com a aproximação dos jogos, e com a internet a cobertura se tornou mais ampla, possibilitando uma aproximação maior entre o leitor e as novidades e in-formações acerca de um evento tão impor-tante.

Em relação ao meio impresso, 2016, da ISTOÉ, é a única revista voltada para a cobertura de temas relacionados às Olím-piadas. Com o editor Lucas Bessel, a pu-blicação também aborda questões relacio-nadas à infraestrutura, política, economia e cultura.

“A mídia impressa deve, em tese, fazer o papel da análise mais aprofundada e da cobertura de bastidores dos Jogos, com análises e histórias que, na maioria das vezes, não ganham espaço nos demais meios”, comenta Bessel.

Com uma edição final programada para depois dos Jogos Paralímpicos de 2016, ele acredita que, após o encerramento dos 45 dias de jogos, o Brasil voltará a vivenciar o desinteresse da imprensa, dos anunciantes e dos leitores pelos esportes olímpicos. E em relação à cobertura midiática durante os Jogos, Bessel completa: “No caso da im-

prensa brasileira, seria ótimo ver uma cobertura que se paute não pelo ufanismo da torcida pelos atletas nacionais, mas pelas ótimas histórias que o esporte olímpico proporciona dentro de todas as delegações”.

“Muita gente faz piada ou críticas sem ter qualquer conhecimento sobre o assunto. O Bikpek dará subsídios para que as pessoas enten-dam o que acontece”

– Rodrigo Borges

Conclusão do Centro Internacional de Transmissão (IBC, na sigla em inglês)

Record é uma das principais emissoras que irão cobrir o evento

Reprodução / R

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O Rugby está de volta!Fora dos jogos desde 1924, o esporte volta com tudo na edição Rio

Anderson Teixeira Juan Mendes

Depois de 92 anos fora do princi-pal evento esportivo do mundo, o rugby apareceu na lista dos espor-

tes integrantes da grade olímpica. A moda-lidade cresce muito em número de adeptos e em notoriedade a cada ano, situação que cria expectativas para a edição dos Jogos olimpícos de 2016. Afinal, quais são as chances brasileiras nesse esporte?

Para Virgílio Franceschi Neto, comen-tarista da ESPN e que estava na equipe que cobriu a Copa do Mundo de Rugby de 2015, realizada na Inglaterra, a sele-ção brasileira feminina tem mais chances que a masculina na competição, porém, ambas não devem alcançar uma colocação de tanto destaque. Para ele, o fato de não poder se criar grandes expectativas para o desempenho nas Olimpíadas não deve apa-gar o grande salto que o Brasil deu nesse esporte. Segundo o comentarista, após 2009, ano em que uma nova gestão assu-miu e fundou a CBR (Confederação Brasi-leira de Rugby), o Brasil alcançou um novo patamar no esporte, saindo do amadorismo que encontrava-se.

“Acredito que ninguém ima-ginou que o Brasil atingisse um nível tão alto em tão pouco tempo”

- Virgílio Neto

Outro aspecto a se ressaltar da intro-dução do rugby nos Jogos é que, em 2016,

será de um modo diferente, com um nú-mero menor de jogares, será o chamado Rugby Sevens. Nessa variação do esporte tradicional, a mudança se dá no número de jogadores e no tempo de jogo, que passa a ser de sete minutos por etapa e de sete jo-gadores por equipe. Um menor númeo de atletas em um campo de mesmas dimen-sões mudam completamente a dinâmica da disputa.

“O rugby sevens é muito mais corrido e mais tempo relativo de bola em jogo. Um erro pode definir uma partida”, é o que afirma Neto, acreditando em jogos emocionantes no Estádio Deodoro, em 2016.

EngatinhandoApesar do avanço brasilei-

ro no esporte, as ligas nacio-nais ainda estão longe do nível europeu, o que demonstra um longo caminho pela frente. As equipes de sevens foram bem preparadas, em boas ins-talações, mas o povo brasileiro ainda deve esperar um bom tempo para soltar o grito de campeão no esporte.

MEDALHAS BRASILEIRAS NOS JOGOS

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Olhando longeBrasil olímpico traça metas ambiciosas para os jogos Rio 2016

Gustavo Amado, Lucas Capeloci,

Matheus Veloso*

Terminar entre os dez melhores no quadro de medalhas, essa foi a meta estipulada pelo COB (Confederação

Olímpica Brasileira) para as olimpíadas de 2016, no qual foram investidos aproximada-mente R$ 1,327 bilhão de reais, de investi-mentos públicos e privados.

Mas a meta traçada é vista com prudên-cia, e como uma forma de ufanismo por parte do COB. Segundo Adalberto Leister, jornalista esportivo, o Brasil não tem con-dições de competir com igualdade contra outras nações com mais tradição olímpica, como os Estados Unidos, Reino Unido, Rús-sia, Alemanha etc. Mas ainda defende que, o fato de estar em casa, pode contar muito na hora da competição.

Marcelo Laguna, jornalista experiente em cobertura olímpica, diz que para atingir a meta de estar entre os primeiros nas Olim-píadas Rio 2016, o governo vem fornecendo apoio e incentivo ao esporte, mas mesmo assim, ainda há problemas. “Tudo que foi investido e pensado foi em busca meta de ficar no top 10 no quadro de medalhas. Só que não se constrói uma potência em qua-tro anos. O dinheiro investido em atletas e confederações raramente chega à base”, la-menta.

A previsão é de que aproximadamente 400 atletas disputem a competição, no qual 300 já estão confirmados para 2016. A espe-ra é para modalidades com maior tradição de medalhas olímpicas por parte do Brasil, como no caso do Vôlei (de quadra e praia), natação, ginástica, judô e até mesmo o fu-tebol, que tentará em 2016 buscar o único título que falta, a medalha de ouro.

Caminhada difícilPorém a tarefa dessas modalidades não

será fácil, Laguna destaca que, na natação os adversários são os jovens destaques, Mana-dou da França, e o norte-americano Lochte, assim como os EUA no vôlei e no handebol, onde a Noruega ganhou seu espaço.

A maior incerteza fica em esportes como o judô e o atletismo que decepcionaram no último mundial, ficando abaixo das expecta-tivas, e o vôlei masculino, sempre postulante ao título que vive um momento de entres-safra.

Outros esportes vem se desenvolvendo bastante nos últimos anos. “A ginástica ar-tística e handebol, modalidades em que o Brasil nem almejava medalha, também o

judô e a natação, esportes com bom históri-co, mas com boa evolução nos últimos anos” projeta Leister Filho.

Dessa forma, atletas vem se preparan-do com força total, mesmo com calendá-rios apertados, com grande quantidade de competições de alto nível, com os melhores adversários para assim conseguirem o resul-tado histórico dentro de casa. Para isso, nos-sos atletas contarão com o apoio da família e da torcida, que já esgotou os ingressos de diversas modalidades.

As expectativas para as olimpíadas Rio 2016 são altas, ainda mais por ser em casa, abraçados por nossa torcida. Resta saber como será a competição dentro e fora dos ginásios, e como será o legado esportivo.

Dirigentes traçam estratégias para águas tranquilas até as medalhas

Clive M

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*Colaboração: Juan Mendes

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A população da cidade de São Sebastião do Rio de Janei-ro (Rio de Janeiro) aguarda ansiosa as Olímpiadas de 2016 pois a infraestrutura, mobilidade, meio ambien-

te, turismo e a possibilidade de ser um dos voluntários são alguns dos benefícios conquistados pela realização das Olim-píadas. Além da movimentação do comércio, espera-se tam-bém que o evento melhore a construção da imagem do Brasil e da tão chamada “Cidade Maravilhosa” mundo afora. Uma vez que as Olímpiadas é um dos eventos mais esperados por todo o mundo, ganhando visibilidade e proporções mundiais.

Com o Brasil sediando os dois maiores eventos esportivos do mundo, Copa do Mundo de Futebol em 2014 e Olimpía-das em 2016, Libia Macedo, professora e gestora de eventos, ressalta a importância do evento e a visibilidade que trazem. “Mega eventos são ótimas vitrines, para ganharmos mais atra-tivos e infra estrutura”, comenta.

Por esse fator é esperado que o trabalho voluntário seja visto de uma forma positiva para o país. Ela ainda valoriza o voluntariado como uma experiência única para o participan-te, como uma oportunidade singular de ver o evento, intera-gir, ajudar e principalmente, mostrar o país e a hospitalidade dos brasileiros para os estrangeiros.

A chance de ser voluntário no maior evento esportivo do mundo  interessou a muitas pessoas. Com a promessa do en-riquecimento do portfólio e a experiência com relação a di-versidade de países e culturas do mundo todo, foram reali-zadas mais de 160 mil inscrições em todo o Brasil e em mais de 180 países até o dia 15 de dezembro de 2014, quando as inscrições foram encerradas. Atualmente, é possível partici-par de uma inscrição para uma lista de espera em casos de desistência.

A professora, que também trabalha com eventos, ressalta que a maior dificuldade é o deslocamento. Ela ainda diz que além da remodelação e construção de hotéis, cruzeiros serão oferecidos como forma de opção de hospedagem para aqueles que desejam uma experiência diferente durante os 15 dias de Jogos Olímpicos.

Um grande investimento nas Olímpiadas

Rio 2016: o que vem por aí

Jullia GuedesMayara Zago

Olimpíadas,que legado fica?

Por conta da organização, bilhões de reais estão sendo movimentados

SustentabilidadeEm um período de 45 dias serão realizadas as maiores competições es-

portivas do planeta. O impacto desse evento resulta no consumo de recursos naturais, como água e energia, além da geração de resíduos e consumo de matéria prima. Para reverter o impacto e apresentar práticas mais sustentá-veis, o Comitê Rio 2016 incentivou e apoiou a criação da marca sustentabili-dade Rio 2016. Um projeto que adota, abraça e difunde práticas sustentáveis.

Uma das principais iniciativas do projeto é o “Programa Cadeia de Su-primentos Sustentável”, que capacita e potencializa as micro e pequenas empresas que integram a rede de fornecedores dos Jogos, fora a iniciativa de compensar a emissão de carbono gerada pelo evento. Essa é mais uma das iniciativas de deve deixar benefícios duradouros para os setores da so-ciedade.

O maior evento do mundo esportivo acontecerá entre os dias 5 e 21 de agosto de 2016 e ocorrerá em quatro regiões da cida-de do Rio de Janeiro, sendo elas Deodoro, Maracanã, Barra

e Copacabana. Serão 42 modalidades olímpicas no total do evento. Contando com 33 locais de competições, o evento até agora tem 14 instalações definitivas em construção, 11 que precisam de reformas ou adaptações, seis instalações temporárias e quatro para serem cons-truídas.

Organizar uma Olimpíada requer compromissos públicos, para isso a Autoridade Pública Olímpica (APO) e o Comitê Rio 2016 tem a obrigação de cumprir o Plano de Políticas Públicas, que propõe apresentar legados positivos para os habitantes do Rio de Janeiro.

Jullia GuedesMayara Zago

Para a organização dos Jogos, o total de R$ 38,7 bilhões foi dividi-do em três frentes: Comitê Rio 2016 (verbas privadas, estimadas em R$ 7,4 bilhões - onde haverá cerca de 30% de corte devido a crise), Matriz de Responsabilidades (gastos com as instalações olímpicas, orçados em R$ 6,67 bilhões) e o plano de legado (com as obras de infraestrutura prometidas ao COI, no valor de R$ 24,6 bilhões). 

De acordo com o Portal Oficial do Governo Federal sobre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, o investimento é de R$ 24,6 bi-lhões. Com projetos desde a despoluição da Baía de Guanabara, que deve ser realizado pelo Governo Estadual, até obras que melhorem a infraestrutura urbana do Porto Maravilha. A previsão de conclusão é para o segundo trimestre de 2016.

Os números das Olimpíadas de 2016

Divulgação / S

ite Rio 2016

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Você já parou para pensar como um esporte chega às Olimpíadas? Quanto

tempo leva? Os pré-requisitos necessários? Segundo Marcelo Laguna, especialista em espor-tes, para uma atividade tornar-se olímpica, ela precisa obedecer a algumas exigências do COI (Comitê Olímpico Internacio-nal). Primeiro, precisa ser prati-cada em 75 países e no mínimo quatro continentes, no caso dos homens, e 40 países e três conti-nentes, para as mulheres. Ainda assim, para entrar no programa olímpico, é preciso passar por uma avaliação do COI, que leva-rá em conta uma lista de 39 crité-rios que englobam, entre outras coisas, valor agregado às Olim-píadas, história, tradição, popu-laridade, marketing, audiência de TV etc. Entretanto, mesmo que não seja olímpico, um espor-te pode ser “reconhecido” pelo COI, que já é meio passo para buscar um lugar nas Olimpíadas.

Em 2016, dois esportes apare-cerão como novidades. O “Rugby

Guilherme Perez Luiz Otávio

O longo caminho até a elite dos Jogos

Seven” e o Golfe entram em cena, substituindo o “Baseball” e o “Softball”, que foram as atrações em Londres, na última olimpía-da. Por sinal, você sabe quais são os critérios que foram a base em 2012? Foram oito, e aqui estão eles: Valor agregado, Governo/Direção, História e tradição, Universalidade, Popularidade, Atletas, Desenvolvimento e Fi-nanceiro. No geral, é preciso ter uma boa base em todos os crité-rios para se chegar aos Jogos.

O tempo de triagem é quase o dobro do espaço entre as compe-tições. São necessários sete anos para terminar esse processo, que pode colocar o jiu-jitsu em um evento, por exemplo. “Para que um esporte entre, outro preci-sa deixar o programa esportivo, para assim evitar o gigantismo dos Jogos. O COI estabeleceu um limite de 10.500 atletas e 310 eventos esportivos para cada edi-ção das Olimpíadas”, afirma La-guna.

E tem algum esporte que dei-xou as Olimpíadas nos últimos anos? A resposta é sim! Cabo-de-guerra, levantamento de peso com uma mão e doze horas de

Diversos esportes tentam entrar no calendário das Olímpiadas

Jiu-Jitsu está há anos na batalha

ciclismo faziam parte da pro-gramação olímpica. Contudo, devido à falta de popularidade e baixo apelo ao marketing, as modalidades foram eliminadas.

De olho em 2020, oito são os esportes que já passaram pela primeira fase de avaliação: Base-ball, softball, boliche, caratê, pa-tinação, escalada, squash, surfe e Kung Fu. Segundo Marcelo, estes esportes  poderão atrair a atenção de um público mais jovem.

Além desses, o Jiu-Jitsu, arte marcial utilizada no MMA, não passou no teste, mas ainda sonha com os Jogos. “Acredito que o MMA ainda não atingiu a quan-tidade de praticantes formais. Existe também o aspecto do entretenimento. As maiores or-ganizações de MMA do mundo apostam bem mais no aspecto do show em si do que na criação de federações”, se entusiasma Roger Costa, mestre em artes marciais. Ainda, Segundo o pro-fessor, teria de haver a criação de novas regras para o esporte pa-recer menos violento aos olhos do público geral, facilitando a entrada do esporte nos Jogos.

O Surfe pode estar nas olímpiadas de 2020

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Super HumanosOs Jogos Paralímpicos evoluem chamando atenção do mundo inteiro

Amanda RinaldiGabriel TampeliniJullia GuedesThiago Dalle

Atletas de 179 países chegam a Rio 2016 para os primeiros jogos da América do Sul. Embora o incen-

tivo ao esporte paraolímpico tenha evoluí-do muito, especialmente nas modalidades coletivas, os atletas ainda enfrentam difi-culdades pela falta de patrocínio. “A maior parte dos patrocinadores são empresas es-tatais, poucas empresas privadas investem, alegando muita burocracia”, diz o atleta da seleção paraolímpica de natação e vice-pre-sidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Carlos Farremberg, o Carlão, 31 anos.

Competição de alto rendimentoOs atletas treinam e se preparam cada

vez mais, é o que ressalta Alan que trei-na seis vezes por semana. Cinco dias são reservados a corrida de rua, onde treina desde outubro de 2014, junto com a equipe “Suando a camisa”, e um dia é reservado a remada, o treino acontece na represa bil-lings, com a equipe Supirados.

Esses atletas encontraram no esporte um modo de ultrapassar as dificuldades impostas por fatores externos. A vitória e a quebra de paradigmas fazem com que esses atletas queiram ir além. Bater um recor-de mundial, ganhar medalhas e conseguir patrocinadores são itens essenciais para a motivação deles e a certeza de que ainda há muito a se fazer pelo esporte. “Eu não esta-

va competindo com ninguém, estava com-petindo comigo mesmo, ganhar dos outros era consequência, nunca gostei da rivalida-de”, destaca Alan Mazzoleni, 28 anos, pa-ratleta de paddle board (esporte aquático, que combina remada e prancha, aliados à velocidade por longa distância).

O fato de os Jogos Paralímpicos acon-tecerem em solo brasileiro, no ano que vem, tem motivado os atletas a superar as excelentes atuações das últimas competi-ções. “Tivemos o melhor desempenho da história nos jogos Parapan-Americanos de Toronto. Queremos ser vistos como atletas e, não, coitadinhos que praticam esportes”, finaliza Carlão.

Vale lembrar que existem duas manei-ras de entrar nas competições paralímpi-cas: por deficiência congênita (adquirida no nascimento) e aquela adquirida na fase adulta.

Para que você, leitor, fique por dentro dos Jogos Paralímpicos 2016, conversamos com duas figuras, diferentes nas funções, mas que têm o mesmo ideal:

Albert Liu, 22 anosO estudante de economia da FEA- USP

faz parte do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e embora atue na área das Moda-lidades Paralímpicas de Neve e sua priori-dade seja pensar nos Jogos de Inverno de

Pyongchang (Coreia do Sul), não esconde a expectativa que ele e todos seus compa-nheiros de trabalho têm pelo evento no Rio em 2016: “Torço para que a tendência siga e possamos fazer um bonito papel em casa”.

Essa tendência que Albert se refere é das conquistas brasileiras. Com cerca de 300 integrantes na delegação, o Brasil foi aos Jogos ParaPan 2015, em Toronto, e sobrou no quadro de medalhas: ficou na primeira posição, com 109 medalhas de ouro, mais do que o dobro do segundo colocado, os anfitriões do evento.

Para continuar com esse excelente re-trospecto, é preciso, segundo ele, olhar as gerações futuras de um jeito especial, in-centivando a competição e o espírito de equipe: “As Paralimpíadas Escolares são um excelente aprendizado, pois reúnem com-petidores de todos os cantos do país e já estabelecem contatos para o futuro. Muito provavelmente seu adversário de hoje será seu companheiro de seleção amanhã”.

E apesar de não ser um atleta paralím-pico, o futuro economista orgulha-se em dizer que se inspira na história e na alma dos competidores, que vencem todas as di-ficuldades e conseguem, de um jeito ou de outro, sair como verdadeiros vitoriosos. Ele encerra esse pensamento citando a frase de um dos jogadores que conheceu em um projeto: “o esporte traz superação para uma

Centro de Treinamento Paralímpico construído na cidade de São Paulo

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Como tudo começou...Considerado o maior evento esportivo mundial que reúne atletas deficientes, os Jogos Paraolím-

picos ou, simplesmente, Paralimpíadas, ocorreram, primeiramente, em Roma, na Itália, no ano de 1960, após serem influenciados pela Inglaterra, como forma de reabilitar militares feridos pela Se-gunda Guerra Mundial. No hospital de reabilitação de Stoke Mandeville, pacientes com deficiência na coluna vertebral eram sinônimos de incapazes e praticamente mortos.

Tentando buscar uma alternativa para essa situação, o médico e diretor da área no hospital, Ludwig Guttman, introduziu esportes adaptados como forma de reabilitação mais rápida e eficaz. O arco-e-flecha tornou-se um sucesso entre os pacientes e virou uma arma efetiva na reabilitação.

Guttman foi bastante ativo no movimento paralímpico, e a ele se atribui a criação dos Jogos Paralímpicos, incentivando competições esportivas para deficientes físicos.

Com o sucesso obtido pelas primeiras edições, os Jogos cresceram rapidamente e, em 1976, já contavam com 40 países inscritos. Tal desenvolvimento foi proporcional ao número de atletas, dando chance, assim, para que mais deficientes pudessem praticar esportes de alto nível.

Atualmente, há 28 esportes reconhecidos pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), sendo que um deles, a dança esportiva em cadeira de rodas, não é disputado nos Jogos. O IPC, além de organizá-los, é a entidade administradora de nove esportes. A Organização Internacional de Es-portes para Deficientes (International Organization of Sport for Peolple with Desabilities – IOSDs) administra seis esportes, e treze são regidos por federações internacionais próprias. A atualização mais recente do programa dos Jogos foi feita em dezembro de 2010, quando a canoagem e o triatlo foram adicionados. Ambos serão disputados pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

pessoa. E para aquela com deficiência, a su-peração é diária e constante”.

Simone Camargo Rocha, 39 anosA paratleta de goalball, Simone Camar-

go, concilia suas atividades esportivas com a sua profissão de agente de telecomuni-cações da policial civil. Na modalidade há 20 anos, ela afirma que na época, não seria possível ser autossuficiente, portanto, de-cidiu continuar seus estudos e investir em alguma outra diretriz. Começou no esporte aos 18 anos, quando entrou em uma ONG e descobriu a possibilidade da prática espor-tiva para deficientes visuais: “sempre gostei de esporte, quando fiquei sabendo da opor-tunidade, aceitei rapidamente “.

Simone treina regularmente no Sesi de Mogi das Cruzes. Cerca de uma vez por mês, viaja para Niterói com a delegação de goalball, onde passam uma semana treinan-do e se preparando para os Jogos. “A equipe está confiante, no ParaPan de 2015, na cida-

de de Toronto, conquistamos nossa primei-ra medalha de ouro no goalball.” A atleta possui dez títulos de competições nacio-nais, e para ela, tudo isso foi fruto da natu-ralidade de seu trabalho: “O jogo acontece com fluidez, eu não me esforço para jogar, encontrei algo que me traz muitas alegrias e que me faz bem.”

Simone não esconde suas expectativas para os Jogos Olímpicos de 2016: “ Nossa equipe vem crescendo, a gente sabe dos de-safios, os Jogos Olímpicos são muito dife-rentes do ParaPan. Mostrar o goalball para o nosso país, é motivo de muito orgulho, nunca tivemos apoio e nem divulgação da mídia, e agora isso está mudando. Espero mesmo conquistar um ótimo resultado e fazer uma bela competição “.

A paratleta, deixou a seleção brasileira por 3 anos, quando teve seu filho em 2010. Simone acredita muito em sua modalidade, que é um dos esportes paraolímpicos que mais crescem no Brasil. Atleta Natalia Mayara garante vaga

Atleta Paralímpico Carlos FarrembergDivulga

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Faltando menos de nove meses dos Jogos Olímpicos, atletas russos estão inseridos no que pode ser um dos maiores escân-dalos da história do atletismo. Uma investigação da Agência

Internacional Antidoping concluiu que o uso de substâncias proi-bidas é disseminado na Rússia, e os atletas não têm opção: ou se dopam ou não podem competir.

O presidente da Federação de Atletismo da Rússia disse não haver provas de falhas até o presente momento. Além disso, ele ar-gumenta que as possíveis falhas foram da instituição e não dos atle-tas. O escândalo pode deixar a Rússia de fora dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

De acordo com a Wada (Agência Mundial de Anti Doping, tra-duzido), é considerado doping quando é encontrada uma substân-cia proibida na amostra A de um atleta, e ele não exige a contra prova, de modo que a amostra B não é analisada. Quando a amostra B for requisitada e encontrada substância proibida. Com exceção das substâncias que contenham uma quantidade especificada na lista de substâncias proibidas, qualquer quantidade já caracteriza doping. Há um critério especial para substâncias que podem ser produzidas endogenamente.

Segundo o médico do Comitê Olímpico Brasileiro Bernardino Santi, o Brasil é extremamente capacitado para detectar atletas do-pados. “O Brasil é considerado de ponta no que tange o controle antidoping, somos respeitados mundo afora, temos profissionais muito capacitados”. Mas ressalva: “O ponto negativo é não termos um laboratório credenciado”. Ainda sobre o assunto, Santi explicou que para ser credenciado pela Wada, um laboratório necessita passar por 4 fases de avaliação que podem levar de 3 a 6 anos. Isso é uma das maiores preocupações para as Olimpíadas de 2016, já que não temos tempo hábil para credenciar um local de exames.

Doping: Um risco que não se pode correr

Para as olimpíadas, o COI (Comitê Olímpico Internacional) de-terminou que serão colhidas amostras de sangue e urina em todos os atletas. Esse método Full-Screen é considerado o mais eficaz hoje em dia, detecta todas as substâncias proibidas em apenas uma ba-teria de testes. “São exames caros. Cerca de 200 dólares por exame. Mas vai aumentar muito o controle dos atletas”, diz Bernardino Santi.

Em caso de alguma substância ser detectada, Santi explicou que abre um prazo de dois dias a uma semana para solicitação da contra prova. Quando o atleta faz a coleta da urina, tira-se a amostra A (primeiro exame) e B (contra prova, se necessário).

A rigidez no processo para detectar um atleta dopado pode se tornar um exagero, comenta José Sanchez, médico do São Paulo Futebol Clube: “Até um antigripal é tido como doping, portanto se doente, o atleta tem que ser afastado para poder se medicar”. O mé-dico ainda apresentou uma alternativa que a medicina tenta inserir, a chamada “Autorização para Uso Terapêutico”, em que os atletas que necessitam do uso de algum medicamento por um longo prazo são isentos dos exames. Para isso, é enviado um relatório para a comissão responsável pela coleta dos exames, que analisa e decide se há possibilidade ou não do uso.

O número dos casos de atletas pegos no antidoping vem crescen-do, o principal motivo é a competência das instituições em detectar estas ilegalidades. As Olimpíadas de Londres 2012 e as Olimpíadas de Inverno Sochi 2014 totalizaram quase 50 casos de doping. 2014 foi um dos anos com mais atletas pegos no antidoping da história das Olimpíadas de Inverno.

João Izzo Juan Mendes Matheus Veloso*

Após escândalo, os olhos do mundo se voltaram para este tema

Jogador da seleção de futebol Hulk fazendo exame de dopping

Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD)

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*Colaboração: Athur Gabor e Lucas Antonio

Rigor nas Olímpiadas

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Por Dentro dos JogosDicas para você acompanhar de perto as Olímpiadas no Rio de Janeiro Amanda RinaldiGabriel TampeliniVictor BelazVictor Hugo Marsola

Os arcos representados na famosa bandeira olímpica simbolizam os cinco ___________Novidade dentre os 42 esportes olímpicos, modalidade de extremo contato físico(VERTICAL) Composta por 31 prédios residenciais, divididos em sete condomínios em apartamentos de 2 a 4 quartos (HORIZONTAL) Mascote das Olimpíadas Rio 2016 em homenagem a um ícone da MPB apelidado de “Poetinha”Atleta brasileiro de natação que ganhou a primeira medalha na modalidade 50 metros livresEsporte olímpico entre 1900 e 1922, no qual duas equipes disputavam força e equilíbrio utilizando uma corda Cidade espanhola que foi sede das Olimpíadas em 1992 Esporte que terá competições em outras cidades além do Rio de Janeiro Essa capital seria sede dos jogos Olímpicos de 1916, não fosse a Primeira Guerra MundialOs jogos Olímpicos dessa capital foram os primeiros transmitidos via satélite pela televisãoA palavra que completa o lema das olimpíadas: “Citius, Altius, _______” Além de Rio, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, essa cidade também sediará futebol olímpicoMascote Olímpico mais famoso de todos os temposPaíses que participaram de todos os Jogos Olímpicos da era moderna: Grécia, Grã-Bretanha, Suíça, França e ____ Mascote das Olimpíadas Rio 2016 em homenagem a um ícone da MPB que possuía Brasileiro como sobrenome

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Dica cultural:

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NOTAS

RESPOSTAS:1- CONTINENTES 2- RUGBY3- (VERTICAL)- VILA OLÍMPICA (HORIZONTAL)- VINICIUS4-CÉSAR CIELO5-CABO DE GUERRA6-BARCELONA7-FUTEBOL8-BERLIM9-TÓQUIO10-FORTIUS11-MANAUS12-MISHA13-AUSTRÁLIA14-TOM

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16 Curios idades sobre o mundo das Ol impíadas

No ano de 1916, as Olimpíadas deveriam ocorrer na Alemanha. Porém, em função da Primeira Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos foram cancelados.

Em função da Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944 também foram cancelados.

Críquete, golfe e cabo-de-guerra já foram esportes olímpicos no começo do século XX. Nas Olimpíadas de 1920 (An-tuérpia - Bélgica), o tiro ao pombo tam-bém fez parte do quadro de jogos olímpi-cos.

O lema olímpico “Citius, altius, fortius” (mais rápido, mais alto e mais forte) foi proposto por Pierre de Coubertin em 1894. Porém, o lema só foi ofi cialmen-te introduzido nas Olimpíadas de Paris de 1924.

O sueco Oscar Swahn foi o atleta mais velho a conquistar uma medalha em Jogos Olímpicos. Com 72 anos, ele ganhou medalha de prata na competição de tiro durante as Olimpíadas da Antuérpia (Bél-gica), em 1920.

A primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro na história dos Jogos Olímpicos foi a britânica Charlotte Coo-per. Ele conquistou o torneio de tênis fe-minino nas Olimpíadas de Paris (1900).

Após ganhar a medalha de ouro nos 200 metros medley, o nadador nor-te-americano Michael Phelps tornou-se o primeiro tricampeão olímpico em uma mesma prova de natação.

Foi somente a partir das Olim-píadas de Londres (1948) que as provas de natação começaram a ser realizadas em piscinas.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964 foram os primeiros a serem transmi-tidos via satélite pela televisão.

O país que mais conquistou me-dalhas na história das Olimpíadas foram os Estados Unidos. Até os Jogos Olímpicos de Pequim (2008), os norte-americanos ganharam 2294 medalhas olímpícas (932 de ouro, 725 de prata e 637 de bronze).

No ranking de medalhas con-quistadas, o Brasil fi ca em 36º lugar. Até as Olimpíadas de Pequim (2008), o Bra-sil havia conquistado 94 medalhas (20 de ouro, 27 de prata e 47 de bronze).

As Olimpíadas de Londres de 1948 foram as primeiras a serem transmi-tidas pela TV para residências particula-res.

O único país-sede que não ga-nhou medalha olímpica em sua própria Olimpíada foi o Canadá. O resultado iné-dito e negativo foi obtido nos Jogos Olím-picos de Montreal de 1976.

As Olimpíadas de Londres de 1908 foram foram as mais longas da his-tória. Elas tiveram início em 27 de abril e terminaram em 31 de outubro.

O atleta que mais ganhou meda-lhas olímpicas foi o nadador norte-ameri-cano Michael Phelps. Nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008) ele ga-nhou, no total, 16 medalhas. Nas Olim-píadas de Londres, o nadador conquistou mais 6 medalhas (sendo 4 de ouro e 2 de prata), totalizando 22 medalhas olímpicas.

Para garantir a segurança durante as Olimpíadas de Londres 2012, o governo britânico instalou mísseis em prédios resi-denciais na área leste de Londres.

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