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STAT CRUX STAT CRUX “Permanece a Cruz enquanto o mundo gira” São Bruno Fraternidade São Pio X Priorado Imaculado Coração de Maria Santa Maria — RS Janeiro e Fevereiro de 2017 R$ 7,00 EDITORIAL Por ocasião das ordenações sacerdotais no nosso seminário na Alemanha, Dom Bernard Fellay, Superior da Fraternidade São Pio X, lançou uma nova Cruzada de Rosários e sacrifícios durante todo um ano – do dia 15 de agosto de 2016 a 15 de agosto de 2017 – data em que se realizará, se Deus quiser, uma peregrinação de todos os nossos Pri- orados à Fátima para celebrar os 100 anos das aparições de Nossa Senhora. As intenções dadas por Dom Fellay dos Terços e sacrifícios deste “ano maria- no” são 4: 1) A difusão da devoção ao Imaculado Coração de Maria, como Nossa Senhora mesmo pediu. “Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração.”; 2) Apressar o seu triunfo. Ela disse: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”.3) Conseguir de Deus que o Papa consagre a Rússia unido a todos os bispos do mundo. Com efeito, Nossa Senhora disse que se este ato fosse feito, Ela conseguiria de Deus o fim da perse- guição à Igreja; 4) A proteção da Santíssima Virgem sobre a Fraternidade São Pio X e todas as comunidades religiosas da Tradição. Dom Fellay propôs como meta dos nossos esforços chegar a 12 milhões de terços e 50 milhões de sacrifícios, e insistiu com os padres da Fraternidade de que deverí- amos comprometer todas as nossas forcas nessa Cruzada, pois certamente ela será um meio poderoso de santificação e antídoto dos males que nos assaltam de todas as partes. O nosso boletim procurará, então este ano apresentar aos fiéis do Priorado textos importantes para que possamos meditar sobre as palavras e intenções de Nossa Senhora em suas aparições aos três pastorzinhos.

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STAT CRUXSTAT CRUX “Permanece a Cruz enquanto o mundo gira”

São Bruno

Fraternidade São Pio X Priorado Imaculado Coração de Maria

Santa Maria — RS

Janeiro e Fevereiro de 2017 R$ 7,00

EDITORIAL

Por ocasião das ordenações sacerdotais no nosso seminário na Alemanha, Dom Bernard Fellay, Superior da Fraternidade São Pio X, lançou uma nova Cruzada de Rosários e sacrifícios durante todo um ano – do dia 15 de agosto de 2016 a 15 de agosto de 2017 – data em que se realizará, se Deus quiser, uma peregrinação de todos os nossos Pri-orados à Fátima para celebrar os 100 anos das aparições de Nossa Senhora. As intenções dadas por Dom Fellay dos Terços e sacrifícios deste “ano maria-no” são 4: 1) A difusão da devoção ao Imaculado Coração de Maria, como Nossa Senhora mesmo pediu. “Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração.”; 2) Apressar o seu triunfo. Ela disse: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”.3) Conseguir de Deus que o Papa consagre a Rússia unido a todos os bispos do mundo. Com efeito, Nossa Senhora disse que se este ato fosse feito, Ela conseguiria de Deus o fim da perse-guição à Igreja; 4) A proteção da Santíssima Virgem sobre a Fraternidade São Pio X e todas as comunidades religiosas da Tradição. Dom Fellay propôs como meta dos nossos esforços chegar a 12 milhões de terços e 50 milhões de sacrifícios, e insistiu com os padres da Fraternidade de que deverí-amos comprometer todas as nossas forcas nessa Cruzada, pois certamente ela será um meio poderoso de santificação e antídoto dos males que nos assaltam de todas as partes. O nosso boletim procurará, então este ano apresentar aos fiéis do Priorado textos importantes para que possamos meditar sobre as palavras e intenções de Nossa Senhora em suas aparições aos três pastorzinhos.

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“P assado algum tempo, voltámos com os nossos rebanhos para esse mesmo sítio e repe-tiu-se o mesmo, da mesma forma. As minhas companheiras contaram, de novo, o acontecido. E o mesmo,

passado outro espaço de tempo. Era a terceira vez que minha mãe ouvia falar, por fora, destes acontecimentos, sem eu ter dito palavra em casa. Chama-me, então, já pouco contente, e pergunta-me: – Vamos a ver: o que é que vocês dizem que vêem para aí?! – Não sei, minha mãe. Não sei o que é. Várias pessoas começaram por fazer troça. E como eu, desde a minha primeira comunhão, me ficava por algum tempo como que abstracta, recordando o que se tinha passado, minhas irmãs, com algo de desprezo, perguntavam-me: – Estás a ver algum embrulhado no lençol? Estes gestos e palavras de desdém eram-me muito sensíveis, pois eu não estava habituada senão a carinhos. Mas isto não era nada. É que eu não sabia o que o bom Deus me tinha reservado para o futuro. Por este tempo, o Francisco e a Jacinta pediram e obtiveram, como já contei a V. Ex.cia Rev.ma, licença dos pais, para começarem a guardar o seu rebanho. Deixei, pois, estas boas companheiras e substituí-as por meus primos: o Francisco e a Jacinta. Combinámos, então, pastorear os nossos rebanhos nas propriedades de meus tios e de meus pais, para não nos juntarmos na serra com os demais pastores. Um belo dia, fomos com as nossas ovelhinhas para uma propriedade de meus pais que fica ao fundo do dito monte voltado ao nascente. Chama-se essa propriedade Chousa Velha. Aí pelo meio da manhã, começou a cair uma chuva miudinha, pouco mais que orvalho. Subimos a encos-ta do monte, seguidos das nossas ovelhinhas, em procura de um rochedo que nos servisse de abrigo. Foi então que pela primeira vez entrámos nessa caverna abençoada. Fica em meio dum olival pertencente a meu padrinho Anastácio. Desde ali, avista-se a pequena aldeia onde nasci, a casa de meus pais, os lugares da Casa Velha e Eira da Pedra. O olival, perten-cente a vários donos, continua até (se) confundir com estes pequenos lugares. Aí passámos o dia, apesar da chuva haver passado e de o sol se haver descoberto lindo e claro. Comemos a nossa merenda, rezámos o nosso Terço e não sei se não seria um daqueles que costumávamos, com o afã de brincar, como já disse a V. Ex.cia Rev.ma, passar as contas dizendo só a palavra Ave-Maria e Padre-Nosso! Terminada a nossa reza, começámos a jogar as pedrinhas. Alguns momentos havia que jogávamos, e eis que um vento forte sacode as árvores e faz-nos levantar a vista para ver o que (se) passava, pois o dia estava sereno. Vemos, então, que sobre o olival se encaminha para nós a tal figura de que já falei. A Jacinta e o Francisco ainda nunca a tinham visto, nem eu Ihes havia falado nela. À maneira que se aproximava, íamos divisando as feições: um jovem dos seus 14 a 15 anos, mais branco que se fora de neve, que o sol tornava trans-parente como se fora de cristal e duma grande beleza. Ao chegar junto de nós, disse: – Não temais! Sou o Anjo da Paz. Orai comigo. E ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão e fez-nos

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As aparições do Anjo de Portugal

Extraido das memorias da Irmã Lúcia

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repetir três vezes estas palavras: – Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e Vos não amam. Depois, erguendo-se, disse: – Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas. As suas palavras gravaram-se de tal forma na nossa mente, que jamais nos esqueceram. E, desde aí, passávamos largo tempo assim prostrados repetindo-as, às vezes, até cair cansados. Recomendei logo que era preciso guardar segredo e, desta vez, graças a Deus, fizeram-me a vontade. Passado bastante tempo, em um dia de verão, em que havíamos ido passar a sesta a casa, brincávamos em cima dum poço que tinham meus pais no quintal a que chamávamos o Arneiro. De repente, vemos junto de nós a mesma figura ou Anjo, como me parece que era, e diz: – Que fazeis? Orai, orai muito. Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente, ao Altíssimo, orações e sacrifícios. – Como nos havemos de sacrificar? – perguntei. – De tudo que puderdes, oferecei a Deus sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim, sobre a vossa Pátria, a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai, com submissão, o sofrimento que o Senhor vos enviar. Passou-se bastante tempo e fomos pastorear os nossos rebanhos para uma propriedade de meus pais que fica na encosta do já mencionado monte, um pouco mais acima dos Valinhos. É um oli-val a que chamávamos Prégueira. Depois de termos merendado, combinámos ir rezar na gruta que ficava a outro lado do monte. Demos, para isso, uma volta pela encosta e tivemos que subir uns rochedos que ficam ao cimo da Prégueira. As ovelhas conseguiram passar com muita dificul-dade. Logo que aí chegámos, de joelhos, com os rostos em terra, começámos a repetir a oração do Anjo: Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos, etc. Não sei quantas vezes tínhamos repeti-do esta oração, quando vemos que sobre nós brilha uma luz desconhecida. Erguemo-nos para ver o que se passava e vemos o Anjo, tendo em a mão esquerda um Cálix, sobre o qual está suspensa uma Hóstia, da qual caem algumas gotas de Sangue dentro do Cálix. O Anjo deixa suspenso no ar o Cálix, ajoelha junto de nós, e faz-nos repetir três vezes: – Santíssima Trindade, Padre, Filho, Espírito Santo, (adoro--Vos profundamente e) ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço- -Vos a conversão dos pobres pecadores.

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Depois levanta-se, toma em suas mãos o Cálix e a Hóstia. Dá-me a Sagrada Hóstia a mim e o San-gue do Cálix divide-O pela Jacinta e o Francisco, dizendo ao mesmo tempo: – Tomai e bebei o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingra-tos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus. E prostrando-se de novo em terra, repetiu conosco outras três vezes a mesma oração: Santíssima Trindade... etc., e desapareceu. Nós permanecemos na mesma atitude, repetindo sempre as mes-mas palavras; e quando nos erguemos, vimos que era noite e, por isso, horas de virmos para casa.”

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13 de maio de 1917. Lúcia de Jesus, 10 anos, Francisco Marto, 9 anos e Jacinta Marto, 7 anos, após a Missa na igreja de Aljustrel, lugarejo de Fátima, foram pastorear o rebanho de ovelhas nas terras do pai de Lúcia, na Cova da Iria. Após um como que clarão de relâmpago, num céu luminoso e sereno, sobre uma

carrasqueira de metro e pouco de altura apareceu-lhes a Mãe de Deus. Segundo as descrições da Irmã Lúcia, era “uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”. Seu semblante era de uma inenarrável beleza, nem triste, nem alegre, mas sério, talvez com uma suave expressão de ligeira censura. Como descrever em pormenores seus traços? De que cor os olhos, os cabelos dessa figura celestial? Lúcia nunca o soube dizer ao certo! O vestido, mais alvo que a própria neve, parecia tecido de luz. Tinha as mangas relativamente estreitas e era fechado no pescoço, descendo até os pés, os quais, envolvidos por uma tênue nuvem, mal eram vistos roçando as franças da azinheira. Um manto lhe cobria a cabeça, também branco e orlado de ouro, do mesmo comprimento que o vestido, envolvendo-lhe quase todo o

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As aparições de Nossa Senhora

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corpo. “As mãos, trazia-as juntas em oração, apoiadas no peito, e da direita pendia um lindo rosário de contas brilhantes como pérolas, terminando por uma cruzinha de vivíssima luz pratea-da. [Como] único adereço, um fino colar de ouro-luz, pendente sobre o peito, e rematado, quase à cintura, por uma pequena esfera do mesmo metal” Nesta primeira aparição, Nossa Senhora pede aos 3 pastorinhos que venham seis meses seguidos, no dia 13, à mesma hora. E diz que ainda viria uma sétima vez. “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de suplica pela conversão dos pecado-res? À resposta afirmativa das crianças, Ela acrescentou: “Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto”. Foi ao pronunciar estas últimas palavras (‘a graça de Deus…’, etc.), que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que nos penetrava no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso ín¬timo, também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente: ‘Ó Santíssima Trin-dade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento’. Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: ‘Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra’. E Nossa Senhora se elevou serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer no Céu. A celeste Mensageira havia produzido nas crianças uma deliciosa impressão de paz e de alegria radiante, de leveza e liberdade. Parecia-lhes que poderiam voar como os pássaros. De tempos em tempos, o silêncio em que tinham caído era cortado por esta jubilosa exclamação de Jacinta: – Ai! que Senhora tão bonita! Ai! que Senhora tão bonita! Nas aparições, a Virgem Santíssima falou apenas com Lúcia, Jacinta só ouvia o que Ela dizia e Francisco não A ouvia mas apenas via.

A segunda aparição: 13 de junho

Já com a presença de 50 pessoas na Cova da Iria, os 3 pastorinhos viram de novo o reflexo da luz (a que chamavam relâmpago) que se aproximou da carrasqueira. Nossa Senhora queria que vol-tassem no próximo dia 13, que rezassem o Terço todos os dias e aprendessem a ler. Lúcia pede para que Ela os leve para o Céu. “Sim, à Jacinta e ao Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salva-ção; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono”. A Virgem anima Lúcia, dizendo que nunca a deixará. “O meu Imaculado Coração será o teu refú-gio e o caminho que te conduzirá até Deus.” De novo, abriu as mãos e lhes comunicou o reflexo de intensa luz, como que submergindo-os em Deus. E na palma da mão direita de Maria estava um Coração cercado de espinhos que pareciam estar nele cravados. Era o Imaculado Coração de Maria ultrajado pelos pecados da humanidade, querendo reparação! Aos poucos essa visão se esvaeceu diante das vistas enlevadas dos três pas-torinhos. E Nossa Senhora, resplandescente de luz, subiu suavemente para o leste, até desaparecer.

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Terceira aparição: 13 de julho

Lúcia, até a tarde do dia anteri-or, estava resolvida a não com-parecer à Cova da Iria. Mas, ao se aproximar a hora, numa sexta-feira, sentiu-se impelida por uma força estranha, à qual não lhe era fácil resistir. Foi ter com os primos, aos quais encontrou no quarto, de joe-lhos, chorando e rezando pois não queriam ir sem Lúcia. As três crianças, então, se puse-ram a caminho. Chegando ao local da aparições, surpreenderam-se com mais de 2 mil pessoas aguardando o extraordinário acontecimento. O pai de Francisco e Jacinta, Sr. Marto, narrou ter visto uma nuvenzinha acinzentada pairar sobre a azinheira, enquanto o sol se turvava e fresca aragem soprava… “Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem; que continuem a rezar o Terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer”. E Lúcia revela que Nossa Senhora pediu para eles se sacrificarem pelos pecadores e dizerem mui-tas vezes, em especial sempre que fizerem algum sacrifício: “Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometi-dos contra o Imaculado Coração de Maria”. Maria Santíssima revela, então, aos três pastorinhos a primeira parte do segredo de Fátima: a visão do inferno; a segunda parte do segredo: o anúncio do Castigo e dos meios para evitá-lo. Nossa Senhora, então, elevou-se em direção ao nascente, até desaparecer no firmamento. O final da aparição, segundo Sr. Marto, foi indicado por uma espécie de trovão.

Quarta aparição: 15 de agosto Às vésperas da data, os três pastorinhos foram seqüestrados e mantidos por 3 dias sob vigilância pelo Administrador de Ourém, que lhes desejava arrancar os segredos a eles confiados. Assim, não puderam comparecer à Cova da Iria, no dia 13 de agosto. Alguns dos presentes, no local, tes-temunharam ter ocorrido o trovão, o relâmpago e o surgimento da pequena nuvem, leve, branca e bonita, pairando sobre a azinheira. E que, depois, subiu e desapareceu no céu. Libertos e estando, em 15 de agosto, a pastorear em Valinhos, Lúcia e Jacinto sentiram algo sobre-natural que os envolvia… E mandaram que João, irmão de Jacinta, fosse chamá-la. Lúcia e Fran-

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cisco viram o reflexo da luz como um relâmpago e, chegada a Jacinta, logo, Nossa Senhora apare-ceu sobre a carrasqueira. Ela queria que viessem no próximo dia 13 e que rezassem o Terço todos os dias. “No último mês farei o milagre para que todos acreditem.” prometeu a Virgem. Mandou que fossem feitos dois andores para a festa de Nossa Senhora do Rosário com o dinheiro deixado pelo povo na Cova da Iria. O restante seria usado para ajudar na capela que mandariam fazer. E, tomando um aspecto mais triste, acrescentou: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o Inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”. – E Nossa Senhora se retira em direção ao nascen-te, como das outras vezes. Durante longos minutos os pastorinhos permaneceram em estado de êxtase. Sentiam-se invadidos por uma alegria inigualável, após tantos sofrimentos e temores.

Quinta aparição: 13 de setembro Nesse dia, 15 a 20 mil pessoas, e talvez mais, acorreram à Cova da Iria. Todos queriam ver, falar e fazer pedidos às crianças para que apresentassem à Virgem. Junto à carrasqueira, começaram a rezar o Terço com o povo, até que num reflexo de luz Nossa Senhora apareceu sobre a azinheira. “Continuem a rezar o Terço para alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda [cilício], trazei-a só durante o dia”. Segundo o testemunho de alguns espectadores, por ocasião dessa visita de Nossa Senhora, como das outras vezes, ocorreram diversos fenômenos atmosféricos. Observaram “à distância aparente de um metro do sol, um globo luminoso, que em breve começou a descer em direção ao poente e, da linha do horizonte, voltou a subir de novo em direção ao sol”. Além disso, a atmosfera tomou uma cor amarelada, verificando-se uma diminuição da luz solar, tão grande que permitia ver a lua e as estrelas; uma nuvenzinha branca, visível até o extremo da Cova, envolvia a azinheira e com ela os videntes. Do céu choviam como que pétalas de rosas ou flocos de neve, que se desfazi-am pouco acima das cabeças dos peregrinos, sem deixar-se tocar ou colher por ninguém”. Ainda que breve, a aparição de Nossa Senhora deixou os pequenos videntes felicíssimos, conso-lados e fortalecidos em sua fé. Francisco, de modo especial, sentia-se transportado de alegria com a perspectiva de ver, dali a um mês, Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme lhes prometera a Rai-nha do Céu e da Terra.

Sexta e última aparição: 13 de outubro de 1917

Já era o outono. Uma chuva persistente e forte transformara a Cova da Iria num lamaçal e encharcava a multidão de 50 a 70 mil peregrinos, vindos de todos os cantos de Portugal. Assim que chegaram os videntes, Lúcia pediu que fechassem os guarda-chuvas para rezarem o Terço. E, pouco depois, houve o reflexo de luz e Nossa Senhora apareceu sobre a carrasqueira. “Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que

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continuem sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.” Ao pedido de cura para uns doentes e conversão para alguns pecadores, Nossa Senhora respon-deu: “Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados”. E tomando um aspecto triste, Ela acrescentou: “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido”. E, abrindo as mãos, fê-las refletir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua pró-pria luz a projetar-se no sol.

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FRANCISCO MARTO

Francisco Marto, nasceu em 11 de Junho de 1908, em Aljustrel, na paróquia de Fátima. Nove dias mais tarde, foi batizado na Igreja paroquial de Fátima. O seu pai e também pai da Jacinta era Manuel Pedro Marto (1873-1957) um homem sério, piedo-so e respeitador da lei de Deus. A sua mãe e mãe da Jacinta era Olímpia de Jesus (1870-1956) uma mulher simples e devota, irmã do pai da Lúcia. Os seus traços de personalidade pareciam ter sido herdados de seu pai: man-so, muito humilde, paciente, um rapaz de poucas palavras, pacífico, equili-brado, com um natural repúdio pela confusão e o barulho. Era um rapaz da serra com temperamento calmo, imaginação controlada e de alegria espontâ-nea e simples. Possuía o dom de uma alma meditativa, mais inclinado a pen-sar e a ouvir do que a falar e a manifestar-se; mais disposto a ficar parado do

que a mover-se. Muito sensível e contemplativo, orientou toda a sua oração e penitência para "consolar a Nosso Senhor". Lúcia descreve o seu primo de seguinte forma: “O Francisco não pare-cia irmão da Jacinta senão nas feições do rosto e na prática da virtude. Não era, como ela, capri-choso e vivo; era ao contrário, natural, pacífico e condescendente”. Faleceu santamente no dia 4 de Abril de 1919, na casa de seus pais. Os seus restos mortais ficaram sepultados no cemitério paroquial até ao dia 13 de Março de 1952, data em que foram trasladados para a Basílica da Cova da Iria, lado nascente.

JACINTA MARTO Nasceu em Aljustrel, Paróquia de Fátima, no dia 11 de Março de 1910. Foi batizada na Igreja paroquial no dia

19 do mesmo mês e recebeu o mesmo nome que a sua madrinha Jacinta. Sobre esta peque-na pastora, a Irmã Lúcia escreveu: “Ela era criança só em idade. No demais, sabia já prati-car a virtude e mostrar a Deus e à Santíssima Virgem o seu amor, pela prática do sacrifí-cio…”. “ É maravilhoso como ela percebeu bem o poder da oração e do sacrifício tão reco-mendado a nós pela Santíssima Virgem… Eu tenho a maior estima pela sua santidade. Penso para mim mesma, que a Jacinta foi aquela que recebeu de Nossa Senhora a maior abundância de graças, e um melhor conhecimento de Deus e da virtude. Os seus modos eram sérios e reservados, mas amigáveis. Todas as suas ações pareciam refletir a presença de Deus de uma maneira própria de pessoas adultas e de grande virtude”. Morreu santa-mente em 20 de Fevereiro de 1920, no Hospital de D. Estefânia, em Lisboa, depois de uma longa e dolorosa doença, oferecendo todos os seus sofrimentos pela conversão dos peca-dores, pela paz no mundo e pelo Santo Padre.

Em 12 de Setembro de 1935 foi solenemente trasladado o seu cadáver do jazigo da família do Barão de Alvaiá-zere, em Vila Nova de Ourém, para o cemitério de Fátima, e colocado junto dos restos mortais do seu irmãozi-nho Francisco. No dia 1 de Maio de 1951, efetuou-se, com a maior simplicidade, a trasladação dos restos mortais de Jacinta

Os Pastorinhos de Fátima

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LÚCIA DE JESUS

Lúcia de Jesus, nasceu em 22 de Março de 1907, em Aljustrel, Paróquia de Fátima. Foi batizada no dia 30 de Março na Igreja paroquial de Fátima. Os seus pais eram António dos Santos e Maria Rosa, sendo a mais nova de sete irmãos. A mãe de Lúcia educou todos os seus filhos num espírito cristão exemplar.

As circunstâncias familiares obrigaram a que Lúcia começasse muito cedo a tomar conta do rebanho da família. Durante as aparições, Lúcia teve um papel crucial, porque Nossa Senhora escolheu-a como intermediária e deu-lhe uma mensagem que devia ser revelada apenas mais tarde. Depois das aparições e obedecendo ao pedido de Nossa Senhora, Lúcia freqüentou a escola primária de Fátima. Em 17 de Junho de 1921, com 14 anos, ingres-sou no Asilo de Vilar (Porto), dirigido pelas religiosas de Santa Dorotéia, onde recebeu uma excelente formação moral e religiosa. O exemplo dos seus professores e a sua gratidão para com eles fez com que ela decidisse

entrar no Instituto de Santa Dorotéia em Tuy, Espanha, onde tomou o hábito, com o nome de Maria Lúcia das Dores. Fez a profissão religiosa de votos temporários em 3 de Outubro de 1928 e, em 3 de Outubro de 1934, a de votos perpétuos. No dia 25 de Março de 1948, transferiu-se para Coimbra, onde ingressou no Carmelo de Santa Teresa, tomando o nome de Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. No dia 31 de Maio de 1949, fez a sua profissão de votos solenes. A Irmã Lúcia veio a Fátima várias vezes: em 22 de Maio de 1946; em 13 de Maio de 1967; em 1981, para dirigir, no Carmelo, um trabalho pictórico sobre as Aparições. A Irmã Lúcia deixou-nos as suas maravilhosas “Memórias” que já se encontram publicadas em várias línguas. Ela escreveu também mais tarde um livro intitulado: “Apelos da Mensagem de Fátima”. A 19 de Fevereiro de 2006, os restos mortais foram trasladados para a basílica de Nossa Senhora do Rosá-rio de Fátima, na Cova da Iria, tendo sido colocados ao lado do túmulo da sua prima Jacinta Mar-to.

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Fraternidade Sacerdotal São Pio X - Priorado do Imaculado Coração de Maria Rua Tuiuti, 590 – Santa Maria/RS

Tel.: (55) 3028-3896 / www.fsspx-brasil.com.br

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DATAS a recordar... Janeiro

1 Domingo – CIRCUNCISÃO DE NOSSO SENHOR e oitava do Natal 2 Segunda – SANTO NOME DE JESUS 6 Sexta – EPIFANIA 8 Quarta – SAGRADA FAMILIA 13 Sexta – BATISMO DE NOSSO SENHOR 15 Domingo – II° Domingo depois da Epifania 22 Domingo – III° Domingo depois da Epifania 29 Domingo – IV° Domingo depois da Epifania

Fevereiro

2 Quinta – PURIFICAÇÃO DA SANTÍSSIMA VIRGEM 5 Domingo – V° Domingo depois da Epifania 12 Domingo – Domingo da Septuagésima 19 Domingo – Domingo da Sexagésima 26 Domingo – Domingo da Quinquagésima

CATECISMO NO PRIORADO

Preparação para a Primeira Comunhão e Crisma. Crianças & Adultos

Todos os sábados às 15h no salão parroquial Inscrição na saída da Missa do domingo