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Boletim Informativo Ano 7 Número 25 Julho a Setembro / 2006 FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA PALHA Associada a CAAPAS - Confederación de Asociaciones Americanas para la Agricultura Sustentable Opinião O 10º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha (10º ENPDP) – realizado em agosto deste ano no município de Uberaba, em Minas Gerais -, teve como principal objetivo reunir pesquisadores, profissionais, produtores, ambientalistas e estudantes para uma grande discussão sobre Sistema Plantio Direto na Palha (SPDP), visando a troca de experiências e fomento à adoção deste sistema nas diversas regiões do Brasil. O evento atingiu grande parte dos objetivos, onde somente temos a lamentar o baixo número de participantes, pois a nossa expectativa era termos um grupo em torno de 800 pessoas. Porém, reunimos 380 participantes, que felizmente mostraram real interesse pelas apresentações e discussões ali acontecidas. Pela nossa avaliação, temos certeza que aqueles que lá estiveram saíram beneficiados pela qualidade das palestras apresentadas. Nesta linha, salientamos o sucesso do painel integração lavoura pecuária, onde tivemos de forma comple- mentar, seis apresentações relativas ao tema central, onde a participação da plenária foi muito boa. No último dia do evento, também foi realizada a Assembléia Geral Ordinária da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (Febrapdp), quando a nova diretoria da entidade foi eleita pelas associadas, sendo o novo presidente empossado Franke Dijkstra. Ao lado veja os nomes dos membros da diretoria empossada durante do 10º ENPDP. Durante o 10º Encontro Nacional de Plantio Direto me elegeram presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha. Assumi, por saber que o Sistema Plantio Direto é uma importante ferramenta para viabilizar o agronegócio brasileiro, sendo assim, deve ser usada por todos os produtores. Quando abraçamos responsabilidades, devemos analisar onde queremos levar o barco que assumimos. Quais os novos desafios e novos produtos. Conforme as estatísticas, 50% da área brasileira com culturas anuais, estão sob o Sistema Plantio Direto. Perguntamos: O SPD já não está difundido no Brasil? Já não passou da fase pioneira? E a qualidade como está? Devemos sim continuar com a difusão, não esquecendo nunca de investir no item qualidade, pois sabemos que se não fizermos um PD com qualidade, certamente estaremos retornando `às origens. É bastante claro que ainda muito tem que ser feito e melhorado. Sabemos que muitos, por motivos econômicos, deixam de lado as coberturas de inverno como aveia ou mesmo trigo, ou uma safrinha de milho, sorgo ou milheto. Assim, fica muito bem caracterizado que: “quem está no vermelho, não cuida do verde”. Nosso foco hoje deve estar muito mais no estímulo à formação de grupos de estudos, que procurem soluções regionais, economicamente viáveis e sustentáveis. Também, na difusão da sustentabilidade do sistema de produção para o público urbano, pois a agricultura para estes, ainda é vista como uma atividade que agride ou degrada o solo, pois desconhecem a sustentabilidade que o plantio direto, principalmente com qualidade, proporciona. Precisamos de parceiros para abraçar juntos estas frentes, mantendo nosso rumo num sistema de produção rentável, com sustentabilidade e qualidade. A água limpa que brota nestas áreas é o nosso aval da qualidade que aplicamos no campo. Sendo assim, os que me estimularam a mais este desafio, foram os lideres que com a Federação até aqui chegaram, que vão coordenar juntos os trabalhos em forma de equipe, um preenchendo a lacuna do outro, isto pelas limitações de tempo e outros compromissos. Deveremos reunir os vices presi- dentes estaduais, para juntos delinearmos as ações dentro das prioridades regionais. Quero representar a Federação, onde ela deva estar, para que os ideais de uma agricultura sustentável racional e rentável sejam cada vez mais reais. Franke Dijkstra Presidente FEBRAPDP 10º ENPDP debate integração agricultura pecuária Durante o evento foi eleita a nova diretoria da FEBRAPDP Nome Cargo Franke Dijkstra Presidente Herbert Bartz Diretor Honorário Felisberto Dornelles Vice-Presidente RS Hilário Daniel Cassiano Vice-Presidente SC Willem B. Bouwman Vice-presidente PR Leonardo Coda Vice-Presidente SP Flávio Faedo Vice-Presidente GO Luiz Carlos Roos Vice-Presidente MS João Angelo Guidi Jr. Vice-presidente MG Renato Faedo Vice-presidente BA Ivo Mello 1º Secretário Ricardo Ralisch 2º Secretário Manoel H. Pereira 1º Tesoureiro Benami Bacaltchuk 2º Tesoureiro Maury Sade Diretor Executivo Francisco Skora Neto Conselho Fiscal Eurico Dornelles Conselho Fiscal Mauricio C. Oliveira Conselho Fiscal Udo Bublitz Conselho fiscal Leandro P. Wildner Conselho Fiscal Ariovaldo Ceratti Conselho Deliberativo Fernando Penteado. Conselho Deliberativo Roque Dechen Conselho Deliberativo Tabajara Nunes Ferreira Conselho Deliberativo Miguel Min Ma Conselho Deliberativo Beatriz da Silveira Pinheiro Conselho Deliberativo CESCAGE - a ser definido Conselho Deliberativo Monsanto - a ser definido Conselho Deliberativo DOW - a ser definido Conselho Deliberativo Franke Dijkstra, novo presidente da FEBRAPDP

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Boletim Informativo

Ano 7 Número 25 Julho a Setembro / 2006

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DEPLANTIO DIRETO NA PALHA

Associada a CAAPAS - Confederación de Asociaciones Americanas para la Agricultura Sustentable

Opinião

O 10º Encontro Nacional de PlantioDireto na Palha (10º ENPDP) –realizado em agosto deste ano nomunicípio de Uberaba, em MinasGerais -, teve como principal objetivoreunir pesquisadores, profissionais,produtores, ambientalistas e estudantespara uma grande discussão sobreSistema Plantio Direto na Palha(SPDP), visando a troca deexperiências e fomento à adoção destesistema nas diversas regiões do Brasil.

O evento atingiu grande parte dosobjetivos, onde somente temos alamentar o baixo número departicipantes, pois a nossa expectativaera termos um grupo em torno de 800pessoas. Porém, reunimos 380participantes, que felizmentemostraram real interesse pelasapresentações e discussões aliacontecidas. Pela nossa avaliação,temos certeza que aqueles que láestiveram saíram beneficiados pelaqualidade das palestras apresentadas.

Nesta linha, salientamos o sucessodo painel integração lavoura pecuária,onde tivemos de forma comple-mentar, seis apresentações relativasao tema central, onde a participaçãoda plenária foi muito boa.

No último dia do evento, tambémfoi realizada a Assembléia GeralOrdinária da Federação Brasileira dePlantio Direto na Palha (Febrapdp),quando a nova diretoria da entidadefoi eleita pelas associadas, sendo onovo presidente empossado FrankeDijkstra. Ao lado veja os nomes dosmembros da diretoria empossadadurante do 10º ENPDP.

Durante o 10º Encontro Nacional de PlantioDireto me elegeram presidente da FederaçãoBrasileira de Plantio Direto na Palha. Assumi, porsaber que o Sistema Plantio Direto é umaimportante ferramenta para viabilizar oagronegócio brasileiro, sendo assim, deve serusada por todos os produtores.

Quando abraçamos responsabil idades,devemos analisar onde queremos levar o barcoque assumimos. Quais os novos desafios enovos produtos.

Conforme as estatísticas, 50% da áreabrasileira com culturas anuais, estão sob oSistema Plantio Direto.

Perguntamos: O SPD já não está difundido noBrasil? Já não passou da fase pioneira? E aqualidade como está?

Devemos sim continuar com a difusão, nãoesquecendo nunca de investir no itemqualidade, pois sabemos que se não fizermosum PD com qualidade, certamente estaremosretornando `às origens.

É bastante claro que ainda muito tem que serfeito e melhorado. Sabemos que muitos, pormotivos econômicos, deixam de lado ascoberturas de inverno como aveia ou mesmotrigo, ou uma safrinha de milho, sorgo ou milheto.Assim, fica muito bem caracterizado que: “quemestá no vermelho, não cuida do verde”.

Nosso foco hoje deve estar muito mais noestímulo à formação de grupos de estudos, queprocurem soluções regionais, economicamenteviáveis e sustentáveis. Também, na difusão dasustentabilidade do sistema de produção para opúblico urbano, pois a agricultura para estes,ainda é vista como uma atividade que agride oudegrada o solo, pois desconhecem asustentabilidade que o plantio direto,principalmente com qualidade, proporciona.

Precisamos de parceiros para abraçar juntosestas frentes, mantendo nosso rumo num sistemade produção rentável, com sustentabilidade equalidade. A água limpa que brota nestas áreas é onosso aval da qualidade que aplicamos no campo.

Sendo assim, os que me estimularam a maiseste desafio, foram os lideres que com aFederação até aqui chegaram, que vãocoordenar juntos os trabalhos em forma deequipe, um preenchendo a lacuna do outro, istopelas limitações de tempo e outroscompromissos. Deveremos reunir os vices presi-dentes estaduais, para juntos delinearmos asações dentro das prioridades regionais.

Quero representar a Federação, onde ela devaestar, para que os ideais de uma agriculturasustentável racional e rentável sejam cada vezmais reais.

Franke DijkstraPresidente FEBRAPDP

10º ENPDP debate integraçãoagricultura pecuária

Durante o evento foi eleita anova diretoria da FEBRAPDP

Nome Cargo Franke Dijkstra Presidente Herbert Bartz Diretor Honorário Felisberto Dornelles Vice-Presidente RS Hilário Daniel Cassiano Vice-Presidente SC Willem B. Bouwman Vice-presidente PR Leonardo Coda Vice-Presidente SP Flávio Faedo Vice-Presidente GO Luiz Carlos Roos Vice-Presidente MS João Angelo Guidi Jr. Vice-presidente MG Renato Faedo Vice-presidente BA Ivo Mello 1º Secretário Ricardo Ralisch 2º Secretário Manoel H. Pereira 1º Tesoureiro Benami Bacaltchuk 2º Tesoureiro Maury Sade Diretor Executivo Francisco Skora Neto Conselho Fiscal Eurico Dornelles Conselho Fiscal Mauricio C. Oliveira Conselho Fiscal Udo Bublitz Conselho fiscal Leandro P. Wildner Conselho Fiscal Ariovaldo Ceratti Conselho Deliberativo Fernando Penteado. Conselho Deliberativo Roque Dechen Conselho Deliberativo Tabajara Nunes Ferreira Conselho Deliberativo Miguel Min Ma Conselho Deliberativo Beatriz da Silveira Pinheiro Conselho Deliberativo CESCAGE - a ser definido Conselho Deliberativo Monsanto - a ser definido Conselho Deliberativo DOW - a ser definido Conselho Deliberativo

Franke Dijkstra, novo presidente da FEBRAPDP

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Boletim Informativo da FederaçãoBrasileira de Plantio Direto naPalha (FEBRAPDP).Instituída em 20/02/1992Entidade de Utilidade PúblicaFederal (Proc.MJ 15630/97-32)DOU 116-22/06/98Associada a Confederación deAsociaciones Americanas para laProducción AgropecuáriaSustentable

Presidente:Franke Dijkstra

Diretor honorárioHerbert Bartz

Vice-presidentes:Felisberto Dornelles-RSFlávio Faedo-GOHilário Daniel Cassiano-SCJoão Angelo Guidi Jr.-MGLeonardo Coda-SPLuiz Carlos Roos-MSRenato Faedo-BAWillem B. Bouwman-PR

1º secretário:Ivo Mello

2º secretário:Ricardo Ralisch

1º tesoureiro:Manoel Henrique Pereira

2º tesoureiro:Benami Bacaltchuk

Diretor-executivo:Maury Sade

Produção:Eng. agr. Bady Cury, assessortécnico da FEBRAPDPEng. agr. Lutécia Beatriz Canalli,Emater-PR/FEBRAPDP

Jornalista responsável:Luciana AlmeidaMtb. 5347-PR

Diagramação:Gisele AntonioliMtb. 4340-PR

Impressão:Kugler Artes Gráficas

Endereço:Rua Sete de Setembro, 8002o andar. Conjunto 201, centroPonta Grossa-PRTel/fax: (42) 3223-9107CEP: 84010-350e-mail: [email protected]: www.febrapdp.org.br

EXPEDIENTE

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Ivo Mello assume apresidência da CAAPAS

Ainda como presidente daFederação Brasileira de PlantioDireto na Palha (Febrapdp),Ivo Mello, participou da reuniãoanual da Confederação Ameri-cana de Associações para umaAgricultura Sustentável(CAAPAS), nos dias 19 e 20julho, na cidade de Regina,capital da província deSaskatchewan, no Canadá.

Na oportunidade, Melloparticipou de um dia de campona Estação Experimental deIndian Head, onde, juntamentecom outros produtores, téc-nicos e pesquisadores, pôdeconhecer os campos expe-rimentais da instituição, ins-talada no final do século XIX,como forma de apoiar oscolonizadores que introduzirama agricultura na regiãoprodutora de grãos do Canadá.

Aos visitantes, também foioportunizado conhecer oprodutor Jim Halford quecompleta 28 anos de adoçãoda técnica de Plantio Direto,aceita pela ONU como amelhor forma de praticar

Agricultura Conservacionista.Vale lembrar, que os

trabalhos de pesquisa desen-volvidos, atualmente, levam emconta o Plantio Direto como aforma mais racional esustentável de utilizar osrecursos naturais como solo,biodiversidade e água.

Esses trabalhos de pesquisasão aliados às característicasda região agrícola da provínciade Saskatchewan - que fazparte das conhecidaspradarias da América doNorte, onde a agricultura foi,no século passado, a base dodesenvolvimento econômicodo Canadá e Estados Unidos.Nessa região, os solosoriginalmente eram muitoférteis, porém, devido aosintensos preparos da agri-

cultura convencional, carac-terística da Revolução Verde,várias regiões já apresen-tavam fortes sinais de degra-dação. Por conta desses sinais,a exemplo do que aconteceuem vários países da Américado Sul, no início dos anos 80,produtores pioneiros iniciaramas primeiras experiências como Plantio Direto.

DiretoriaDurante a reunião anual as

associadas da CAAPAS, elege-ram a nova diretoria da entidade.Estavam presentes aAAPRESID (Argentina);AUSID (Uruguai); CEDELA(Chile); SCCC (Canadá);FEPASIDIAS (Paraguai) eFEBRAPDP (Brasil), assumindoa presidência Ivo Mello do Brasil.

Durante a reuniãoanual da Confederação

Americana deAssociações para uma

Agricultura Sustentávelfoi eleita nova diretoria

Ivo Mello e Manoel Henrique Pereira com o grupo da CAAPAS

Durante o 10º ENPDP foi criadaa Câmara Temática de AgriculturaCompetitiva e Sustentável doConselho do Ministério daAgricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA). Nesta ocasiãoIvo Mello foi eleito presidentedesta Câmara.

Recém criada, esta CâmaraTemática - assim como as deNegociações Agrícolas eInternacionais, Insumos Agro-pecuários, Infra-estrutura eLogística, Financiamento e

Câmara Temática de Agricultura Competitiva eSustentável do MAPA é criada durante 10º ENPDP

Seguro e Ciências Agrárias - atuacomo foro consultivo, tendo porfinalidade propor, apoiar eacompanhar ações para odesenvolvimento das atividadesdas cadeias produtivas doagronegócio brasileiro, através daformulação de políticas públicas,propondo e encaminhandosoluções que visem o aprimo-ramento do setor, considerandoa expansão dos mercados, bemcomo a geração de empregos,renda e bem-estar social.

Os representantes dasCâmaras que constituem aestrutura funcional do ConselhoNacional de Política Agrícola edo Conselho do Agronegóciodefendem os interesses especí-ficos do elo da cadeia que repre-sentam, mas se dispõem a ouvir,analisar e negociar posições quepermitam avanços para todacadeia, num trabalho deintegração, cooperação ecolaboração entre todos osmembros.

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A importância econômica da cultura damandioca está na produção de raízes.Atualmente, o cultivo de mandioca é exploradoem todo o território brasileiro, nos países sul ecentro-americanos e, até mesmo, nas Antilhas,proporcionando a fabricação de produtosalimentícios, ou de aplicação industrial e,ainda, a produção de álcool.

Há cerca de 40 anos, essa cultura faz parte davida do cooperado da Coamo AgroindustrialCooperativa, em Araruna, José CustódioOliveira. Ele conta que depois de ter experiênciascom o cultivo do café, arroz e outras culturas,optou pela mandioca e, desde então, opta pelacultura, fazendo uma espécie de rotação entre amandioca e a soja, obtendo resultadossignificativos. “Isso tem sido o ponto deequilíbrio na propriedade”, comenta Oliveira.

A importância do cultivo da mandioca napropriedade de Oliveira é tanta que ela temsido, de forma indireta, a principal fonte derenda de toda a família. Hoje, junto com osirmãos, o agricultor possui uma fábrica e todaa produção é industrializada na propriedade,

Agricultor de mandioca opta pelo Plantio DiretoO Sistema de Plantio Direto possibilita melhores resultados da produção

onde está instalada a farinheira da família,produzindo, além da farinha, o polvilho doce eo azedo. No começo, eu e meus irmãos,plantávamos a mandioca e vendíamos aprodução aos farinheiros da região”, lembra.

Nos 50 alqueires de plantio de lavouracomercial, Oliveira também cultiva soja, noverão. Nesta safra a oleaginosa foi plantadaem 20 alqueires, enquanto que a mandiocaocupou o restante da área. A propriedadeainda possui uma área de eucalipto epastagem, para algumas cabeças de gado,além da área de reserva.

Plantio DiretoUma novidade para o cooperado neste ano

é a implantação da lavoura de mandioca emPlantio Direto. “Comecei plantando doisalqueires como experiência. O resultado foi tãointeressante que, neste ano, plantei 30alqueires e, como previsto, a lavoura sedesenvolveu muito bem”, comemora.

O cooperado vem colhendo uma média de40 a 50 toneladas de mandioca por alqueire.Produtividade esta que, se comparada com o

preço da soja, no momento, torna o plantio damandioca mais vantajoso, diante do fato deque, a mandioca cobre os custos de produçãoe ainda paga a defasagem da soja.

Oliveira revela, ainda, que o novo sistemade implantar a mandioca facilitou, inclusive, acolheita, uma vez que a raiz acaba sedesenvolvendo em menor profundidade, emrazão de o solo estar mais descompactado,exigindo menos esforço na hora de arrancá-la.“A sugestão foi muito boa, facilitou a vidatodos nós aqui. Nunca mais vou revirar meusolo. A assistência da Coamo me ajudoumuito”, afirma.

O engenheiro agrônomo da Coamo, AlvimarCastelli, lembra que, há bem pouco tempo,plantar mandioca no sistema de Plantio Diretoera um mito para os produtores da região. Hoje,a história em bem diferente. “Temos o solo bemequilibrado, o que facilita bastante na produção.Até mesmo a mandioca, ao contrário do quemuitos pensam, precisa de nutrientes e, atravésde análises e um bom acompanhamento,estamos fazendo essa adubação que se somaao Plantio Direto e outras tecnologias queestamos implantando, por isso o resultado épositivo”, finaliza Castelli.

Agricultores familiares e agrônomos daEstação Experimental da Epagri de Ituporangacomeçam a colher os resultados de umapesquisa iniciada em março de 2005, em 32lavouras na localidade de Ribeirão Klauberg. Oprojeto envolve 26 famílias rurais que buscamdiminuir os custos de produção, semcomprometer a produtividade na lavoura e comgarantia de uma melhor qualidade de vida, semo manuseio de agrotóxicos. As experiências sãofeitas nas lavouras de fumo, cebola, melancia,milho e integração lavoura/pecuária (rotação deculturas com o manejo de gado no terreno).

O agrônomo da Epagri, Jamil Abdalla Fayad,explica que o projeto é conhecido por Sistemade Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) e afirmaque o modelo usado nas experiências édiferente do convencional. “O nosso objetivoprincipal é diminuir e, quem sabe, eliminartodos os agroquímicos utilizados naagricultura, principalmente os venenos.”

As experiências dos agricultores e dostécnicos da Epagri são compartilhadas duranteencontros nas propriedades. A iniciativa uniua comunidade e trouxe entusiasmo aos maisdecepcionados com a atividade agrícola. Oagricultor Márcio José Eger cultiva melanciasno SPDH e disse que ficou surpreendido aocomparar os resultados obtidos com o projeto,em relação ao cultivo tradicional. “No novosistema de Plantio Direto a muda desenvolvemais rápida e saudável. A planta produz mais,meu vizinho chegou a colher quatro remessasde melancia”.

Agricultores aprendem a diminuir gastos eaumentar a renda com Plantio Direto

A iniciativa uniu a comunidade e entusiasmou os maisdecepcionados com a atividade agrícola

Os agricultores que participam do projetosabem quais os implementos agrícolas sãorecomendados, conhecem as coberturas de solonecessárias, bem como, a época de plantio dasforrageiras, além de saberem como fazer aciclagem de nutrientes e como evitar o uso devenenos. “Nós conseguimos produzir melanciasem herbicidas”, enfatiza o pesquisador.

A intenção de Fayad é orientar o pequenoagricultor a enfrentar os momentos de crise.Outro exemplo que se destaca neste sistema,refere-se à redução dos custos da produçãode tomate, que baixou de R$ 10 para R$ 3, acaixa com 25 quilos. A produtividade tambémsurpreende: em algumas lavouras foramcolhidas entre 430 e 500 caixas de tomate pormil pés, mantendo a qualidade. Assim, oprodutor pode até não ter um lucro muitogrande, mas não vai ficar no prejuízo. Aeconomia nas despesas também ocorreu emoutras culturas, como a melancia, a abóboramoranga e a cebola.

O SPDH é considerado uma alternativa paradiminuir o êxodo rural nas pequenaspropriedades da região. A pesquisa, quecomeçou na localidade de Ribeirão Klauberg,este ano, foi levada a outras seis comunidadesdo interior de Ituporanga, através do programaMicrobacias II. O acompanhamento é feito poragrônomos da Epagri. “A renda dos pequenosagricultores está limitada pelo tamanho dapropriedade. Não podemos pensar em diminuirprodução. Nós temos que pensar em aumentaro lucro na mesma área.”

Chapadão do LageadoAs experiências do Sistema de Plantio Direto

de Hortaliças (SPDH), desenvolvido em setecomunidades do interior de Ituporanga, já foramcompartilhadas no 1º Seminário Microrregionalde Plantio Direto, organizado pela Epagri,Prefeitura Municipal e programa MicrobaciasII, com o apoio do Sindicato dos TrabalhadoresRurais, 13ª SDR e de fumageiras - que aconteceuem Chapadão do Lageado.

Na ocasião, o agrônomo da Epagri, JamilAbdalla Fayad, acompanhado de agricultores,fez exposição do SPDH. Além disso, foirealizada uma palestras proferida peloagrônomo da Epagri, Ernildo Rowe, sobre“Plantas de cobertura de solo”.

Técnicos das empresas fumageiras relataramas experiências em Plantio Direto do fumo, alémde uma demonstração de máquinas para estetipo de cultivo.Outras informações: [email protected]

Agricultores familiares e agrônomos da Esta-ção Experimental da Epagri de Ituporanga

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A equipe de pesquisadores etécnicos agrícolas do InstitutoAgronômico do Paraná (IAPAR)vem realizando pesquisa edesenvolvimento de produção eprocessamento de oleaginosasvoltadas à produção de biodiesel,dentro do Programa CulturasDiversas. Entre os temas pesqui-sados estão a fitotecnia, nutriçãoanimal, solos, proteção de plantas,melhoramento e engenhariaagrícola, trabalhando com culturascomo o girassol, amendoim,mamona, linho, espécies florestascomo o tungue e o pinhão manso,além de culturas tradicionalmenteusadas como adubação verde/cobertura do solo, como o naboforrageiro.

O IAPAR, além de já ser umainstituição conhecida pela produ-ção científica e tecnológica emPlantio Direto, também se tornoureferência, principalmente, em naboforrageiro. “Quando o nabo for-rageiro foi introduzido no Brasil edesenvolvido como planta melho-radora de solo, o IAPAR desen-volveu muitos trabalhos sobre acultura, relacionados, principal-

IAPAR desenvolve pesquisas sobre biodieselE oferece a possibilidade de viabilização de agricultura sustentável, através do desenvolvimento de novos mercados

mente, ao manejo do solo,alelopatia, desenvolvimento decultivares e produção de semen-tes básicas. Por isso, temosbastante conhecimento acumu-lado”, lembra a pesquisadora ecoordenadora da URP/Ponta Gros-sa, Maria de Fátima, S. Ribeiro.

Segundo a pesquisadora, apesarde não ser o mais produtivo em óleoe apresentar baixa produtividade desementes, o nabo apresenta váriasvantagens no aspecto de custo deprodução e reciclagem de nutrientes,além de ser uma cultura de invernoque não compete pela cultura derenda, que é cultivada no verão. “Aprodutividade de grãos tem poten-cial para aumento, sendo que mate-riais desenvolvidos pelo IAPARatingiram, na safra passada, apro-ximadamente os 1200 kg/ha emensaios conduzidos por Araújo eLeme (2006) no município de PatoBranco”, demonstra.

São conhecidos, ainda confor-me Maria de Fátima, os seus efei-tos como reciclador de fósforo epotássio, como mostram diversostrabalhos publicados pelo pesqui-sador Ademir Calegari.

Vale acrescentar que análisesbromatológicas, realizadas por Leme(2006), têm indicado o potencialcomo fornecedor de proteína bruta.“Porém, a presença de gluco-sinolatos suscita dúvidas quanto aoseu uso na alimentação animal(Ferrari, 2005)”, afirma.

Com o surgimento da opor-tunidade de esmagamento paraobtenção de biodiesel, a torta podevir a dar uma importante contri-buição para o sistema de pro-dução. Por conta disso, o IAPARvem pesquisando vários aspectosligados aos usos da torta não sóna alimentação animal, comotambém na área de proteção deplantas e manejo de solos. “Omodelo para o qual o IAPAR vemdirecionando suas pesquisas, é ummodelo de inserção da AgriculturaFamiliar na cadeia de biocom-bustíveis no qual o agricultor sejanão apenas um produtor dematéria prima, mas que ele possa,gradativamente, inserir-se emoutros elos da cadeia”, destaca.

A curto/médio prazo, por exemplo,o agricultor poderia fazer oesmagamento do grão, vendendo o

óleo diretamente para a usina debiodiesel, apropriando-se da torta.“Esse modelo pode não ser interes-sante para a produção em grandeescala, porém parece ser interessan-te para escalas menores”, avalia.

Além do biodiesel, outro mercadoque possibilitaria ao agricultor ficarcom a torta para alimentação animale/ou adubo orgânico, seria o dosóleos alimentícios com alto valornutritivo (girassol/linhaça); para usoindustrial (tungue), entre outros.

No entanto, conforme apesquisadora, para que essemodelo se consolide, é necessárioque haja disponibilidade de semen-tes no mercado local/regional; deprensas com bom desempenho ecusto acessível; de uma logísticaorganizada para o armazenamentoe a coleta do óleo; que os agricul-tores estejam organizados para agestão do empreendimento comu-nitário e para a busca de mercados.“Esse seria um exemplo de viabili-zação de uma agricultura sustentá-vel, através do desenvolvimento denovos mercados que possibilitemmelhores rotações de culturas”,conclui.

O ex-ministro da Agricultura erepresentante oficial do governobrasileiro para divulgação doagronegócio nacional naAlemanha, Roberto Rodrigues, emvisita a Berlim, em julho desdeano, afirmou que a atividadeagrícola deverá crescer.

Segundo ele, o Brasil - conside-rado o maior exportador mundial dosprodutos do complexo soja, carnebovina e de frango, café, açúcar,etanol e suco de laranja - já temtodas as condições de se trans-formar em grande abastecedor dealimentos e bioenergia do mundo.De acordo com o Rodri-gues, umestudo feito por indústrias defertilizantes mostra que a tendênciano Brasil é de que, nos próximos15 anos, cerca de 30 milhões dehectares de terra - hoje ocupadoscom pastagem para criação degado - sejam transferidos para aatividade agrícola.

Atualmente, 62 milhões dehectares são utilizados paraculturas agrícolas temporárias epermanentes no Brasil. Outroscerca de 220 milhões de hectaresde terra são ocupados porpastagem para criação de gado.O aumento da área destinadapara agricultura, portanto, teráimpacto muito significativo na

Área plantada no Brasil pode crescer 50% em 15 anos

produção do país. “Em 15 anos,a área usada para agriculturadeve aumentar o equivalente a50% do que foi ocupado em 500anos de história do Brasil ,utilizando-se, apenas, do que jáestá sendo explorado pelapecuária, sem desflorestamentoou prejuízos ambientais. Alémdisso, graças ao aumento deprodutividade da pecuáriabrasileira, essa expansãoagrícola também se dará semredução da produção de carne”,explica Rodrigues.

Segundo o ex-ministro, a trans-ferência de áreas para agriculturavai ocorrer sem prejuízo àprodução pecuária, graças àmelhora dos padrões tecnológicosutilizados pelos criadores de gadodo Brasil. Isso proporcionouganhos de produtividade nacriação de gado, liberando áreaspara produção de grãos.

Produtividade“O crescimento da produção,

baseado no aumento dos níveisde produtividade, foi um fatorfundamental para a preservaçãoambiental. “Se isso não tivesseocorrido, nós precisaríamos dodobro da área explorada atual-mente para termos o atual nível deprodução”, lembra.

BioenergiaPara Rodrigues, o mundo está

assistindo o fim da civilização dopetróleo e o surgimento do novoparadigma da agroenergia. “O maiorexemplo de insanidade coletiva doséculo 20 foi a humanidade terapostado em um combustível finito,não renovável e altamente poluidor,que é o petróleo”.

Essa situação, segundo ele, abreum espaço muito grande para aprodução do etanol e do biodiesel.Atualmente, o Brasil produz 16bilhões de litros de etanol por ano.Em 10 anos, serão produzidos mais12 bilhões de litros de etanol sópara atender o mercado interno.

Hoje, seis milhões de hectaressão plantados com cana de açúcarno país, e outros 20 milhões dehectares têm potencial para o seuplantio, sobretudo na RegiãoCentro-Sul, onde estão locali-zadas as maiores usinas de álcool.Também já está avançada apesquisa para uso de etanol emturbinas de precisão. “Atualmen-te, os aviões para pulverização delavouras do Brasil já usam etanolcomo combustível”, informaRodrigues.

De acordo com o ex-ministro, oBrasil tem interesse em oferecertecnologia de produção de cana deaçúcar e etanol para países da

A tendência no Brasil é de que, nos próximos 15 anos, cerca de 30 milhões de hectares de terra - hoje ocupadoscom pastagem para criação de gado - sejam transferidos para a atividade agrícola

América Latina. “O Brasil estáempenhado em que cada vez maispaíses passem a produzir etanol,pois dessa maneira é possíveltransformá-lo em uma commodity,o que dá maior agilidade decomercialização no mundo”, avalia.

A importância do biodiesel,sobretudo a partir da revoluçãotecnológica representada peloHbio, um processo de refinaçãodesenvolvido pela Petrobrás, quepermite a adição de óleo vegetalno óleo diesel, também mereceudestaque por Rodrigues, já que trêsrefinarias da Petrobras trabalhamexperimentalmente com Hbio.

Ele explicou, ainda, que oprojeto do governo brasileiro deproduzir biodiesel a partir damamona é, na verdade, uminvestimento social na região maispobre do Brasil, o Nordeste.

Em 2007, 1,2 milhão de toneladasde soja poderão ser usadas paraprodução de biodiesel no Brasil.

PrêmioNessa ocasião, Roberto

Rodrigues recebeu o prêmioPersonalidade Brasil-Alemanha2006, iniciativa da Câmara deComércio e Indústria Brasil-Alemanha e da ConfederaçãoAlemã das Câmaras de Indústria eComércio.

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Boletim Informativo Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha 5

Durante o 10º EncontroNacional de Plantio Direto naPalha, entre 8 e 11 de agosto de2006, em Uberaba, Minas Gerais,o fundador e ex-presidente daManah S.A. e atual presidente daFundação Agrisus, FernandoPenteado Cardoso, realizou aConferência de Abertura, sob otema “O Sistema de PlantioDireto, a sustentabilidadeambiental e o Agronegócio. Logono início, Cardoso explanou sobrequestões referentes ao ambiente,dizendo que o ser humano écondicionado por fatores físicos(água, ar, clima, geografia ealimento) e não físicos(conjunturas sociais, políticas eeconômicas).

Segundo ele, os fatoresambientais físicos devem serajustados às necessidades e àsconveniências humanas e, assimpreservados. ”Também não temsentido aceitar que a atividadehumana resulte em fatoresdesfavoráveis, contrários aosinteresses do homem, seja pordesconhecimento, seja pordescaso, dando prioridade avantagens imediatas comdesprezo de desvantagensfuturas. Já quando os ambientessão competitivos entre a vida dohomem e a dos animais, deveprevalecer a primeira emdecorrência dos direitos daprópria criação”.

Com relação ao fator físicoalimento, imprescindível à vida, oambiente deve ser favorável à suaprodução. Aí pesa o clima emprimeiro lugar e o solo logo aseguir. O clima independe daatividade humana, salvo exceçõescontroversas. O solo, muito pelocontrário, pode ser alterado deacordo com o interesse do homem.“Esse princípio é aceito e postoem prática, a exemplo dos diquesna Holanda e nas margens doMississipi, dos patamares nasencostas por toda a Ásia, daelevação da fertilidade comoacontece no cerrado do Brasil. Sãoexemplos de alteração do

Plantio Direto égarantia de preservação

da qualidade do solo

ambiente, antepondo-se à suapreservação na condiçãooriginal”.

A planta pode se desenvolver edar colheitas se contar com luz,calor, água e nutrientes, aexemplo da hidroponia.Assim, osolo se torna fundamental aoarmazenar água e nutrientescedendo-os, gradativamente, àsplantas. E para que o solo exerçaas funções de armazenador-supridor de água e de nutrientes,bem como de suporte para asplantas, deve apresentarpropriedades físicas e químicasadequadas. Algumas decorremdas próprias qualidades originaisdo solo, sem interferênciahumana, outras são promovidasintencionalmente pelo homem.

Depois de alcançado o níveldesejado, quanto à qualidade dosolo, é essencial que se garantaessas sustentabilidade, com autilização de tecnologias, como atécnica do Plantio Direto, cujaimplantação garante a renovaçãocontínua da camada de resíduos,- ditos palha -, condição si ne quanon do sistema.

O Estado da Arte do Plantio DiretoO Projeto Rally da Safra 2006,

realizado nos meses de fevereiroe março do corrente ano, - comapoio da Agrisus -, cobriu 233municípios em 13 estados paraidentificar o Estado da Arte doplantio Direto. Foram visitadas977 lavouras de soja, sorteadasao acaso, distribuídas pelasquatro regiões climáticas comodefinidas no Relatório do Rally2004. Foram visitadas, ainda,281 lavouras de milho, que nãopuderam ser analisadas porestarem com colheita adiantadaconfundindo os resíduos. Alémdas visitas, foram respondidos1371 questionários por ocasiãodas 45 reuniões realizadas, comvárias perguntas relacionadas aosistema de plantio direto e àintegração lavoura-pecuária.

A exemplo do sistema adotadono Rally 2004, os dados coligidos

foram analisados em função dequatro regiões climáticas comcondições diferenciadas noinverno:

Região 1: inverno frio echuvoso, - RS, SC e sul do PR,Região 2: inverno incerto,quente ou frio, com chuvas, -restante do PR, sul de MS esudoeste de SP.Região 3: inverno quente compouca chuva, - norte de MS,MT, RO, restante de SP,sudoeste de GO, triângulo MG.Região 4: de inverno quente eseco, - restante de GO, TO, suldo PA, oeste da BA, sudoestedo PI e MA.

Acompanhe:

exterior.O conjunto representa pouco

acima de meio trilhão de reais,sejam 28% do Produto InternoBruto (PIB) do país, envolvendotanto capitais como mão de obra,que formam um todo altamentecondicionante da vida emsociedade, sendo por isso deelevado interesse social.

Conforme Cardoso, o aumentocontínuo da população requer oacréscimo das atividades doagronegócio para criar trabalhoe renda aos novos participantesda sociedade e, no centro dessasatividades está o fenômeno atéhoje não reproduzido pelo gêniohumano. “Refiro-me àfotossíntese, captando energia

O tema foi tratado no 10º Encontro Nacional dePlantio Direto na Palha, em agosto deste ano

A abertura do encontro contou com a participação de diversasautoridades e profundos conhecedores do Sistema de Plantio Direto

solar, fissionando moléculas deágua, para, em conjunto com aenzima rubisco, sintetizá-lascom gás carbônico e oxigêniodando origem aos açúcaresprimários, base energética detodos os produtos vegetais”.

Trata-se, a fotossíntese, deacordo com Cardoso, de umfenômeno, um mistério da vida,que requer condições favoráveispara o bom desempenho vegetalbaseado na fertilidade do solo,que pode ser melhorada esustentada pelo Plantio Direto.“O PD toma parte, ainda queindiretamente, na atividadevegetal, na fotossíntese, ou sejana produção agrícola. Torna-se,assim, parte integrante doagronegócio”, afirma.

Integração com o agronegócioContinuando sua

apresentação, Cardoso partiupara o assunto “agronegócio”,dizendo, este, tratar-se de umconjunto de atividadesmineradoras, industriais,comerciais e financeiras queprecede a produção agrícola,fornecendo-lhe máquinas,insumos, transporte e crédito.“Seguem-se as atividades rurais,sejam agrícolas ou pecuárias,que promovem basicamente afotossíntese, da qual resultam osvariados produtos vegetais eanimais”, complementa. Porúltimo, vem a industrializaçãodesses produtos, a embalagem,o transporte e a distribuição evenda, sejam no país ou para o

Milhões ha Soja %Sob PD %Boa cob. Região 1 5,4 99% 97% Região 2 5,3 78% 51% Região 3 8,3 76% 27% Região 4 3,0 51% 17% Brasil 22,0 77% 48%

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Boletim Informativo Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha6

Matocompetição precoce reduz capacidade de produção de sojaSegundo pesquisas recentes, já se observa o início damatocompetição após 10 dias de convivência da soja

com ervas daninhasOriginária de clima Temperado,

a soja é uma cultura que foiintroduzida no Brasil, país comclima Tropical. Dessa forma, ela éalvo de competição de outrasplantas, que com ela convivem, achamada matocompetição.

Grande parte dos estudos sobrea matocompetição são maisantigos - quando as espéciespresentes e as densidades erambastante diferentes das atuais - edavam conta de que a competiçãocomeçava, somente, após os 20dias de semeadura da soja.

Hoje, o cenário é bastantediferente: a flora foi modificada,por conta da seleção causada pelouso de herbicidas específicos.Além disso, o lançamento denovas cultivares de soja, adiminuição da densidade doplantio e o aumento daprodutividade são fatores que,também, contribuíram para tornaressas cultura mais susceptível àmatocompetição precoce, após os10 dias de convivência da soja comas plantas daninhas, segundopesquisas mais recentes.

A mudança no cenário tambémfoi modificada com o advento dasoja transgênica, resistente aoglifosato. Por conta dessacaracterística, o produto teve suautilização intensificada ao longodos anos. Como resultado,observa-se, hoje, uma mudança deflora infestante, com a seleção dasespécies de plantas daninhas quetambém são tolerantes aoglifosato, como as trapoerabas,

cordas-de-viola, além de erva-quente, erva-de-touro, poaia-branca, erva-de-santa-luzia, entreoutras. “Vale lembrar que o usocontinuado de um único produtoé, sabidamente, um erro que foicometido no passado e deve serevitado ou minimizado para evitaro risco de seleção de plantasdaninhas resistentes”, comenta oengenheiro agrônomo, doDepartamento de Tecnologia deProduto da Dow AgroSciences,José Claudionir Carvalho.

Por conta dessas peculia-ridades, as operações de manejoou dessecação em Plantio Direto,antes do plantio de culturas, sejade soja transgênica ou conven-cional, devem ser feitas de modoeficiente, para que acarrete nosucesso do controle de ervasdaninhas e na obtenção deprodutividade elevadas a longoprazo. “Em áreas com altas e médiasinfestações de plantas daninhas, adessecação deve ser realizada comaplicações de glifosato e 2,4-D atésete dias antes do plantio, emdoses que permitam a totaleliminação da comunidade deplantas infestantes presentes naárea”, exemplifica, Carvalho.

Também a adição de umherbicida de ação residual no solo,como Spider* (diclosulam), nadessecação, evita a emergência denovos fluxos de certas plantasdaninhas e retarda a emergênciade outras espécies, evitando amatocompetição precoce, até os20 dias da emergência da soja.

“Essa prática facilita o controlecom glifosato - quando aplicadoem pós-emergência da sojatransgênica resistente a glifosato- por reduzir a infestação deplantas daninhas no início demaior competição e o controle seefetuar sobre plantas de menorporte”, argumenta.

No passado, o agricultor ficavasatisfeito, quando a cultura dasoja fechava livre de plantasdaninhas e, no momento dacolheita, colhia no limpo. Hoje, asituação é diferente, pois sehouver a aplicação de glifosatouma semana antes da culturafechar, o agricultor poderá teresses dois anseios satisfeitos, masdevido a matocompetição preco-ce, que já ocorreu com a convi-vência da soja e as plantas infes-tantes, a soja terá perdido signifi-cativamente a capacidade deexpressar todo o seu potencialprodutivo.

Em trabalho desenvolvido pelopesquisador da Embrapa

Dourados (MS), André Melho-rança, com altas infestações deCommelina benghalensis (trapoe-raba) e Ipomoea grandifolia(corda-de-viola) observa-se, pelográfico de produtividade, que adessecação com glifosato, 2,4-De Spider aplicado sete dias antesdo plantio, foi o melhor tratamento,sendo superior a glifosato no diado plantio, aplicado sozinho ou emcombinação com chlorimuron ouflumioxazin.

O uso do herbicida pré-emergente na dessecação, associ-ado a uma aplicação de glifosatona pós-emergência da sojamostrou, também, ser a melhoralternativa quando comparado auma ou duas aplicações de glifo-sato em pós-emergência. Apesquisa comprova a importânciade se evitar a matocompetiçãoprecoce, chegando a um ganho demais de 12 sacas por há, em relaçãoa uma única aplicação de glifosatona dessecação seguida de outrana pós-emergência da soja.

45,8

33,5

41,9 40,7 38,3

0

10

20

30

40

50

7D A PGliz 3 L/ha

DMA 1 L/ haSpider 30 g/ha

2 8 D AEGliz 2 L/ha

0 DA PGlifosato 3 L/ ha

2 8 D A EGlifostao 2 L/ ha

0 DA PGlifosato 3 L/ha

2 1 D A EGlifost ao 2 L/ha

3 5 D A EGlifosato 2 L/ha

0 D A PGlifosato 3 L/ha

Chlorimuron 40 g/ha2 8 DA E

Glifostao 2 L/ha

0 D A PGlifosat o 3 L/ha

Flumioxazin 90 g/ha2 8 D A E

Glifostao 2 L/ha

D A P : Dias Antes do Plantio D A E : Dias Após a Emergência da Soja

Dados de Produtividade (sacas/ha) dos Diferentes TratamentosDourados, MS - safra 2005/2006

Fonte: Melhorança, A., EMBRAPA Dourados, MS 2006.

Febrapdp participa da criação do Comitê Nacional de Integração Lavoura PecuáriaA idéia é que as estratégias de adoção do Sistema de Plantio Direto tenham respaldo nas áreas de interesse do agronegócioComo membro titular da Federação

Brasileira de Plantio Direto na Palha(Febrapdp), Ivo Mello, participou dasolenidade de instalação do ComitêNacional de Integração LavouraPecuária, no Ministério de Agricul-tura, em Brasília.

A reunião contou com a presençado ministro Luis Guedes, entreoutras autoridades, como o ex-ministro Alisson Paulinelli. “Pauli-nelli, que é um motivador praticantedo Sistema, ora proposto comoestratégia prioritária do MAPA,brindou os participantes com umaapresentação sobre suas experiên-cias como produtor”, relata Mello.

Segundo Mello, com a criaçãodo Comitê, a idéia é que asestratégias de adoção do Sistemade Plantio Direto em todo o país,tenham respaldo nas áreas deinteresse do agronegócio, desem-penhando o papel de fórum denegociação e divulgação para a

sociedade de estratégias sustentá-veis. “E essa iniciativa será com-plementada com a criação deComitês Estaduais, com o mesmoobjetivo”, acrescenta.

Conforme Mello, o programa deimplantação do SPD está sendodesenvolvido no MAPA, sendoque uma das intenções é, namedida que avance, poder desen-volver um sistema de reconhe-cimento, certificação e valori-zação dos serviços ambientais,realizados pela exploração susten-tável dos recursos naturais deuma unidade produtiva.

O potencial de expansão deáreas de produção de grãos, paraalimento ou energia, nestes espa-ços, com a utilização do SistemaPlantio Direto é uma opor-tunidade muito interessante, poisalém de proporcionar uma eco-nomia de custos importante parao produtor, agregando um sistema

de manejo menos impactante aomeio ambiente, o país pode mos-trar ao planeta que não há neces-sidade de se desmatar para podercontinuar incrementando aagricultura. “Essa foi a consi-deração do ministro Luis Guedesque, também, salientou a impor-tância desse programa, comoforma de direcionar o futuro daexpansão de nossa agricultura emáreas de pastagens degrada-das,desfazendo a imagem de que essaexpansão tem acontecido emáreas de florestas”.

Como sugestão, Ivo Mello, emnome da Febrapdp, pediu quefosse realizado um mapeamento,incluindo outras experiências deintegração lavoura-pecuária,como a que acontece no Rio Gran-de do Sul com o arroz irrigado,onde há muito tempo utiliza arotação com pastagens através dePlantio Direto.

Mello também sugeriu que oprograma desenvolva uma interfacecom os sistemas de gerenciamentode recursos hídricos estaduais efederal. “E, além dos programas definanciamento que foramapresentados como política deestímulo a adoção desta estratégia,sugerimos que seja desenvolvidouma forma de rastrear e certificar autilização de boas práticas agrícolascomo o SPD, facilitando aosprodutores praticantes uma formade diferenciar seus produtos egarantir mercado, perante atendência de aumento da procurapor produtos responsáveis emrelação ao meio ambiente e recursosnaturais”. Finaliza o membro daFederação que considerou essaoportunidade como de grande valia,já que, em todas as apresentações,o SPD foi colocado como espinhadorsal do programa, estimulando oaparecimento de novos parceiros.

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Boletim Informativo Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha 7

Melhorar a rentabilidade daagricultura familiar, com base nosistema feijão-milho, através doaumento da produtividade, dadiminuição de perdas e melhoriada eficiência do sistema. Esse foio objetivo principal do ProjetoCentro Sul de Feijão e Milho –realizado pela EMATER-PR, emparceria com a Syngenta, IAPAR,Embrapa, SEAB, MDA, Pronaf,Prefeituras e Febrapdp - quepretende promover a inten-sificação dos sistemas de PlantioDireto já existentes, comoinstrumentos de geração depoupança para investir em outrasatividades, além de preparar efamiliarizar os agricultores no ma-nejo da tecnologia.

De acordo com o engenheiroagrônomo da Emater/PR, MarcoAntônio Brandão Borges, ofeijão é o principal produto bási-co na alimentação do povobrasileiro, sendo que, desde adécada de 50, o Paraná vem sedestacando como principal pro-dutor nacional de feijão. “OParaná, para a Região CentroSul, representa 71,8% do totalda área de feijão (safra daságuas) e 54,5% do total da áreade milho (safra normal). Quantoao número de produtores,representa 70,8% para o feijãoe 60,7% para o milho”, apontaBorges.

Típicas da pequena proprie-dade, as culturas de feijão emilho, constituem-se na base dasobrevivência de um grandenúmero de produtores rurais,além disso, são grandesgeradoras de mão de obra,principalmente a familiar, fazendocom que boa parte dos membrosda família se mantenhamocupados. “Essas característicasfazem aumentar, ainda mais, aimportância do projeto, porpossibilitar maiores ganhos aosprodutores, constituindo-se emmola propulsora do desen-volvimento, da sustentabilidade,da competitividade e de melhorescondições sociais, econômicas ede cidadania”, sustenta.

Projeto Centro Sul de Feijão e Milho levatecnologia a pequenos produtores

O projeto possibilita maiores ganhos, sustentabilidade, competitividade e melhores condições sociais aos produtores

Há, também, os benefícios àsaúde, que o feijão traz, comoos divulgados no Iº FórumBrasileiro de Feijão, realizado emCuritiba, em setembro de 2005:menor risco de câncer de colode útero; redução do maucolesterol; maior controle dadiabetes; fortalecimento dosistema imunológico e, por fim,combate ao câncer de pulmão. Metodologia

O Projeto Centro Sul de Feijãoe Milho foi implantado em 61unidades demonstrativas defeijão, garantindo a profis-sionalização de 1220 produtores,que foram organizados em 61grupos. Nas 49 unidadesdemonstrativas de milho queforam implantadas, 980produtores foram profis-sionalizados, somando 49grupos.

Para que isso fosse possível,foram realizados dias de campo,cursos, reuniões técnicas,encontros e visitas.

“Trata-se da profissionalizaçãode agricultores nas lavourastradicionais de feijão e milho,numa visão de desenvolvimento,na qual, por meio do aumento daprodutividade, da produção e darenda, seja possível gerarpoupança para a introdução deoutras atividades, tambémsustentáveis, porém, mantendoas lavouras de feijão e milhocomo base do sistema”.

Brasil Paraná Grupos de Produtores

Unidades Demonstrativas

Culturas 2005/2006 2005/2006 2004/2005 2005/2006 Feijão 788 1.344 1.830 2.197 Milho 3.249 4.238 5.496 7.626

Resultados Alcançados (safra 2005/2006):Resultados: (Comparativo de Produtividade – em kg/ha e MargemBruta)

Fonte: Emater-PR / Seab-Deral / Conab

Capacitação de Produtores – Dias de CampoAspecto das Unidades Demonstrativas

PROJETO GRÃOS - PROJETO CENTRO SUL DE FEIJÃO E MILHOPARCERIA EMATER-PR / SYNGENTA / IAPAR / EMBRAPAResultado das 61 Unidades Demonstrativas de Feijão - Safra 2005 / 2006

3.2494.238

5.325

3.779

5.405

7.626

13.636

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

Prod

utiv

idad

e K

g/ha

Brasi l(2005/2006)

Paran á(2005/2006)

Municípiose n volvidos

Marco Inici al(1999)

Produtore sParticipan te sMarco in icial

(1999)

Un idade sDe monstrativas

2005/2006

Fonte: EMATER PR Conab Deral

Produtividade MédiaMaior Produtividade

3.2494.238

5.325

3.779

5.405

7.626

13.636

0

2.000

4.000

6.000

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10.000

12.000

14.000

Prod

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B ras i l(2005/2006)

Paran á(2005/2006)

Mu nicí piose nvolvi dos

Marco In ici al(1999)

Produtore sParti cipante sMarco in ici al

(1999)

Un idade sDe m onstrati vas

2005/2006

Fonte: EMATER-PR, Conab, Deral

Produtividade MédiaMaior Produtividade

PROJETO GRÃOS - PROJETO CENTRO SUL DE FEIJÃO E MILHOPARCERIA EMATER-PR / SYNGENTAResultado das 49 Unidades Demonstrativas de Milho - Safra 2005 / 2006

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Boletim Informativo Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha8

Agende-seAgende-se

No último dia 27 de junho, oengenheiro agrônomo, FernandoPenteado Cardoso, foi agraciadocom o “Prêmio Personalidade doAgronegócio”, pelo Instituto

Agronômico de Campinas(IAC). Na ocasião, Cardoso fezquestão de descrever seucontínuo relacionamentoprofissional com o instituto.“Meu relacionamentoprofissional com o IAC teveinício com o convite que recebi,quando formando, paratrabalhar”

Já como funcionário doFomento Agrícola, seguiu como trabalho de assistência acitricultores. “Segui o aconse-lhamento do IAC, através deSilvio Moreira, colaborandocom esse pesquisador paraseleção da variedade Maracanã,a partir de ramos com frutassem sementes da laranjaAbacaxi”, acrescenta.

Ao retornar dos EUA, em1940, Cardoso trouxe borbulhasde frutas cítricas como o pomeloRuby Blush, a satsuma Silver Hille quatro variedades de tângelo,encaminhadas à Estação Experi-

IAC premia Fernando Penteado Cardoso com “PrêmioPersonalidade do Agronegócio”

mental do IAC, emCordeirópolis. “E um de meusrelatórios produzidos sobreindustrialização das frutascítricas mereceu honroso elogiodo então diretor do IAC,Teodureto de Camargo”.

Em 1952, a Manah S.A., sobdireção de Cardoso, sugeriu efinan-ciou importante pesquisasobre “Movimentação dos Íonsno Solo”, realizada pelo IAC emcolunas indeformadas, visandoo melhor aproveitamento dosfertilizantes. Em 1957, buscouno IAC o agrônomo, HermindoAntunes Filho, para ser assessortécnico da Manah, ondepermaneceu por 10 anos.

Já em 1964, como secretárioda Agricultura, o engenheirovisitou o IAC, em companhia deseu diretor, Glauco Pinto Viegas,a quem dirigiu váriosmemorandos, destacando-se arecomendação de estudos sobrea produção de banana no planaltopaulista e as pesquisas sobrearroz de sequeiro em terras decerrado, tendo, ainda, aprovadoverbas para aparelhamento doslaboratórios e a equiparação

salarial com os técnicos da USP.Lembrou, também, que no

Seminário sobre P, Ca, Mg, S, emicros, promovido pela Manahem 1984, o IAC participou como pesquisador Bernardo van Raij.Fundada a Agrisus em 2001, aentidade vem financiandodiversos projetos ligados ao IACe, mais recentemente, aFundação passou a contar coma colaboração do agrônomo,Ondino Bataglia, ex-diretor doIAC.

Dentre os projetos com oinstituto, Cardoso destacou oWork-shop sobre Plantio Direto,realizado em dezembro de 2005,além da edição de um livro sobregesso, ora em fase final, deautoria do mencionado Bernardovan Raij, veterano pesquisadordo IAC. “E a Agrisus estáapoiando vários outros projetosligados ao Instituto”, afirma.

Mencionou, a seguir, que suavida profissional proporcionouvários desafios que foramenfrentados sempre em cola-boração com os pesquisadores,tais como a produção em terrasesgotadas no Estado de São

Paulo, a cafeicultura em solosférteis no Norte do Paraná, aformação de pastagens e asilvicultura em solos pobres decerrado, também em São Paulo,e a valorização de áreas de mataamazônica para pecuária nosanos 1970, quando o governofederal incentivava essainiciativa.

Por fim, disse que nessasatividades ocupou-se de café,citros, cereais, algodão, legu-minosas várias, diversasculturas irrigadas, pecuária decorte e de leite, sempre tevepreocupação com o combate àerosão e a recuperação dafertilidade, - além da indústria defertilizantes obviamente -,contando sempre com o apoiodo IAC. “O IAC está presenteem minha fazenda de MogiMirim, quando avisto de minhavaranda a touceira de bambutrazida do IAC, por HermindoAntunes, bem como o bosquede mangueiras, cujas mudas seoriginaram da técnica de enxertiadesenvolvida no IAC, por OtávioGalli, seu colega de turma”,relembra.

Curso de Pré-Melhoramento de Milho e SorgoData :23 a 27 de outubro de 2006Local: Sete Lagoas – MGMais informações: Embrapa Milho e Sorgo - (31) 3779 1000

AGRICULTURA DE PRECISÃO : Curso a distância de Formação RápidaInicio: 02 de novembro de 2006Duração : 3 mesesInstrutor: Prof. Dr. Gláucio RoloffCurso a distânciaContato : (41) 3350 5738Mais informações : www.pecca.ufpr.br

11º Encontro Nacional de Plantio Direto na PalhaData: 2008Local: Londrina – PRMais informações : próximos informativos