Boletim Informativo

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Por Alex Meaux e Carlos Enrique R Ferreira 1

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Boletim Especial CAII

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Por Alex Meaux e Carlos Enrique R Ferreira

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Apresentamos, portanto, parte do trabalho desenvolvido pela CAII no período correspondente a março-setembro de 2011, referente à primeira etapa do Projeto de Internacionalização da UEPB.

A ação comissiva para proposição de convênios com Universidades estrangeiras ou outras Instituições de Ensino do exterior parte das iniciativas feitas pela CAII à PRPGP e Reitoria, a partir das necessidades explícitas pelos cursos de graduação e pós-graduação da UEPB.

Não se trata apenas da mera assinatura de Convênios-Gerais – convênios que abrangem diversas facilidades entre Instituições de Ensino, tais como: mobilidade de professores, alunos e funcionários; realização de eventos e publicação comuns ou partilha de conhecimentos em pesquisas e tecnologias - mas também de fazer realidade o que se tem firmado no papel.

Portugal

Destarte, partindo da necessidade de muitos dos nossos professores em dar prosseguimento em sua carreira acadêmica (doutorados e pós-doutorados), restabelecemos nossos contatos com a Universidade de Lisboa e Coimbra, em Portugal, firmando Convênios-Gerais com tais instituições de ensino superior.

Programas do Santander

Sob outra perspectiva, no âmbito das graduações, a UEPB é parceira do Santander Universidades, que já propiciou bolsas para a Espanha e manteve convocatórias abertas para o Peru.

América Latina

Neste sentido, vimos a necessidade de nos aproximar também de Universidades Latino-Americanas e por isso contamos hoje com Convênios-Gerais firmados entre a UEPB e a Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM) - a mais antiga Universidade das Américas - e com a PUC-Perú, ambas com sede em Lima.

A América Latina e, mais especificamente a América do Sul, é área prioritária para a UEPB. Além de se constituir como um dos eixos de atuação econômico, social, político e cultural previstos na

para o Brasil, esta sub-região é o espaço óbvio para quaisquer tentativas de integração continental (Mercosul e Unasul), e a UEPB almeja se constituir como mais um amálgama para este processo.

Em junho de 2011 o Coordenador de Assuntos Institucionais e Internacionais realizou uma Missão a Portugal a pedido da PRPGP e da Reitoria com o fito de participar do XXI Encontro das Universidades de Língua Portuguesa

O evento ocorreu nos dias 6, 7 e 8 de junho na cidade de Bragança, em Portugal com o objetivo consolidar esta rede de universidades no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Tal rede preconiza a salvaguarda da Língua Portuguesa enquanto patrimônio cultural comum dos povos lusófonos promovendo-a enquanto língua científica a partir da implementação de projetos comuns de investigação científica e tecnológica; do intercâmbio de docentes, investigadores e pessoal administrativo em ações pedagógicas; da circulação de informação e edição conjunta de trabalhos científicos.

Isto oferece um espaço de ampla mobilidade para a UEPB, propiciando não só contatos com

Constituição Federal

(AULP).

(CPLP).

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4.Art. 4º CF/1988. Parágrafo único. ‘A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”.

5. AULP: http://aulp.org/ 6. CPLP: http://www.cplp.org/

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Instituições de Ensino de língua portuguesa presentes na África, Ásia, Europa e Brasil, mas a possibilidade efetiva de trabalharmos em conjunto em diversas áreas de interesse estratégico.

O ingresso da UEPB na AULP está consoante com o esforço empreendido pelo Ministério da Educação e Ministério das Relações Exteriores do Brasil, no sentido de consolidar nossas relações com os povos lusófonos no âmbito da CPLP e contribuir para a constituição de um espaço comum de desenvolvimento humano, cultural, científico-tecnológico e político de língua portuguesa.

A CAII atua na promoção de programas de mobilidade internacional acadêmica, os chamados intercâmbios, junto aos alunos de graduação e pós-graduação da UEPB, assim como dispõe de uma equipe responsável pelo aconselhamento e direcionamento dos candidatos interessados neste tipo de experiência.

Reconhece-se que nos intercâmbios acadêmicos todos ganham: as pessoas enquanto indivíduos, as pessoas enquanto estudantes – produtores e receptores de conhecimento – e as instituições envolvidas. Sem embargo, é importante que se distingam duas percepções nos intercâmbios .

Do ponto de vista cultural, por exemplo, aposta-se na ideia de que o intercâmbio promove os direitos humanos, a solidariedade, a possibilidade de ver o mundo a partir de novas perspectivas, novas lentes.

Neste sentido, estimula-se o cosmopolitismo: as pessoas passam a notar que somos diferentes, que temos nossas singularidades e particularidades, mas que partimos de um mesmo referencial comum de humanidade – percepção basilar para a construção de uma fraternidade universal.

Já do ponto de vista técnico-acadêmico, o intercâmbio de conhecimentos é sempre fundamental porque possibilita ao partícipe novas formas de compreensão das ciências, das teorias, das metodologias aplicadas às pesquisas, da pedagogia e mesmo da forma de lidar com o conhecimento adquirido, explicitando, portanto, um ganho para as partes envolvidas.

Estes programas são direcionados segundo dois vieses: um destinado aos alunos de pós-graduação e outro destinado aos alunos de graduação da UEPB.

No âmbito da pós-graduação, temos uma Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa que começou,

há alguns anos, um Programa de Capacitação e Qualificação Docente no exterior, no qual 34 professores já participaram ou estão participando, normalmente em doutorados.

Já no âmbito das graduações, estamos a desenvolver o Programa de Mobi l idade Internacional da UEPB, o PROMIN-UEPB, que propiciará aos nossos alunos a experiência de cursar parte da sua grade curricular em nossas Universidades parceiras no exterior.

O acompanhamento com os alunos que ingressam nos programas de mobilidade é contínuo, facilita-se seu diálogo com a Universidade parceira, com instituições nacionais e com a própria UEPB para o que lhes for necessário em termos documentais.

Ainda, no retorno destes à UEPB, há a necessidade de entrega de um relatório de experiências para composição de um acervo de memórias para ulterior divulgação à comunidade acadêmica.

Destarte, há, portanto, uma constante atividade que assegura a vigência dos programas de mobilidade internacional dentro da Universidade. Além destas iniciativas institucionais, a CAII atua divulgando programas de mobilidade internacional com bolsas no site da UEPB. Em seis meses de trabalho, divulgamos seis convocatórias para intercâmbios no exterior com bolsa, conseguindo algumas conquistas jamais antes vista na UEPB. Destacamos a seguir apenas três iniciativas.

Este programa tem como o b j e t i v o i m p u l s i o n a r o desenvolvimento da América Latina através da criação de redes de servidores públicos com alta capacitação e compromisso com

o interesse geral da sociedade, recrutando 40 jovens em cada uma de suas convocatórias, realizadas anualmente nos meses de março e abril.

O Programa pretende, portanto, formar estes jovens para, quando da volta às suas universidades de origem, organizar redes que lhes permitam robustecer contatos, alimentando a vocação ao serviço público e incrementando a reflexão crítica sobre esta área de interesse, visando uma contribuição para o bem-estar geral da sociedade.

Instada a participar pela primeira vez desta Convocatória pela Fundación Botín, a UEPB procedeu à seleção interna dos candidatos através da CAII, que enviou a Circular nº001/2011 aos

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7. Além das que sublinhamos, divulgamos também o Programa MEXT-2012: Estudos no Japão, o Programa de Bolsas para Afrodescendentes do Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU e o Programa de Intercâmbio do Ministério da Justiça e Casa Civil da República Federativa do Brasil.

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Coordenadores dos Cursos de Administração, Direito, Engenharia Ambiental, Relações Internacionais e Psicologia - escolhidos por serem áreas estratégicas, ou seja, cursos com uma alta interface com a administração e serviço público.

Ainda, cada Coordenação dos Cursos retro-mencionados teve autonomia para definir de per si os requisitos para seleção e envio de apenas dois nomes à Reitoria, para que esta procedesse à elaboração de Cartas de Recomendação aos proponentes às bolsas Botín, representando a UEPB no Programa.

Assim, do conjunto das proposições enviadas à Reitoria, selecionaram-se cinco alunos com melhor curriculum vitae e expediente acadêmico. Estes cinco alunos selecionados receberam Carta de Recomendação assinadas a punho pela Reitora Marlene Alves Sousa Luna para composição dos documentos enviados para a seleção final do Programa, e dentre estes, a aluna Ana Carina Rodrigues de Oliveira, do Curso de Bacharelado em Relações Internacionais do Campus V (João Pessoa), foi a selecionada.

Aprovada juntamente com outros 39 outros jovens latino-americanos e sendo a única representante da UEPB, Ana Carina Rodrigues de Oliveira afastar-se-á durante oito semanas do Brasil para estudar nos Estados Unidos e Espanha, aprimorando seus conhecimentos em administração e serviço público.

Através da consolidação da relação institucional entre a UEPB e o Santander Universidades, foi possível ingressarmos no Programa de Bolsas TOP-Espanha, que ofereceu duas bolsas de estudo para nossos estudantes terem a oportunidade de fazer cursos de língua espanhola em Salamanca, na Espanha.

Totalizando 815 inscritos, a UEPB destacou-se como uma das universidades com mais proponentes à participação do programa em todo o Brasil.

De todos os inscritos, receberam bolsas a aluna Vivicléa de Oliveira Soares, do Curso de Bacharelado em Direito do Campus III (Guarabira) e o aluno Wildemar Stefanio Pereira Carvalho do Curso de Química do Campus I (Campina Grande).

Acompanhados pelo Pró-Reitor de Ensino de Graduação, Prof. Eli Brandão, os estudantes passaram todo o mês de junho em Salamanca, onde assistiram aulas de espanhol com professores nativos em turmas com indivíduos advindos de todos os pontos do planeta.

Divulgamos desde a abertura das atividades do segundo semestre letivo de 2011, em agosto, a abertura para as convocatórias do Programa de B o l s a s I b e ro - A m e r i c a n o, d o S a n t a n d e r Universidades.

O Programa tem como principais objetivos: fortalecer a internacionalização da atividade acadêmica, criar novas frentes de colaboração, reciprocidade, fortalecer o intercâmbio bilateral além de estreitar o relacionamento entre universidades dos países ibero-americanos por meio da construção de um espaço de conhecimento socialmente responsável.

Lançada neste ano, esta oportunidade visa incentivar e promover a mobilidade de estudantes de graduação durante seis meses entre universidades ibero-americanas, oferecendo-lhes bolsa no valor de 3 mil euros, cerca de 7 mil reais (valor total para o período de seis meses).

Serão oferecidas cinco bolsas para os estudantes de cursos de graduação da UEPB e a universidade parceira, neste marco, é a Pontificia Universidad Católica do Peru.

As inscrições se encontraram abertas até o dia 30/09/2011 e iniciaremos o processo seletivo interno pautado nos critérios do Santander Universidades e da CAII.

Por ocasião da assunção da Coordenadoria de Assuntos Institucionais e Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba, em março de 2011, uma das nossas primeiras ações foi a proposição de criação de um Grupo para Análise Política e discussão sobre as Relações Internacionais.

Partindo da convicção de que é preciso compreender as Relações Internacionais e promover a internacionalização dos mais diversos segmentos representativos da sociedade paraibana, tivemos nossa proposta bem acolhida e aceita pela Magnífica

Foto: Paizinha Lemos

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Reitora, que se empenhou na criação do Grupo de Análise Política e de Relações Internacionais (GAPRI).

O GAPRI, portanto, é um Grupo que propõe discutir questões Políticas e de Relações Internacionais com os movimentos sociais, setor empresarial, entidades confessionais, Poderes Públicos constituídos do Estado e com as Universidades Públicas da Paraíba.

Tal empreendimento está pari passu com a política universitária da UEPB, que já possui uma trajetória destacável de trabalho direto com a sociedade paraibana, seguindo os delineamentos da Política do governo federal e estadual da Paraíba de promover o estreitamento dos laços da universidade com a sociedade e transformando-a num ator relevante no processo de diálogo, participação e construção social.

Inaugurado dia 05 de agosto do presente ano na Estação Cabo-Branco, em João Pessoa, o GAPRI contou com a presença dos mais diversos setores representativos da sociedade paraibana que assistiram a uma palestra do Excelentíssimo Senhor Celso Nunes Amorim, que, pelo destino, fora convidado para assumir o Ministério da Defesa pela Presidente Dilma Rousseff em terras paraibanas no dia 04.

Durante a tarde, o então Ministro da Defesa proferiu ainda palestra intitulada “Balanço da Política Externa do período Lula” para acadêmicos e interessados em Política Externa, contado com a presença de aproximadamente 400 pessoas, viajando no começo da noite para cumprir agenda em Brasília.

Após a inauguração, o GAPRI passa agora por um período de consolidação e brevemente disponibilizaremos à comunidade UEPB e paraibana os vídeos das palestras de lançamento do Grupo.

CONTATOS INSTITUCIONAIS

Gabinete da ReitoriaReitora Marlene [email protected]

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e PesquisaPró-Reitora Marcionila [email protected]

Coordenadoria de Assuntos Institucionais e InternacionaisCoordenador Carlos Enrique Ruiz FerreiraAssessora Giuliana Dias [email protected]

Colaboradores e técnicosAlex MeauxValter AngeloSíria Bandeira

Projeto de Extensão: Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional

Flora MarianaArthur MurtaMaria Alice Venâncio

Esta Publicação é uma realização da Coordenadoria de Assuntos Institucionais e Internacionais – CAII/PRPGP

Editorial:Alex Douglas Meaux Dias RodriguesCarlos Enrique Ruiz Ferreira

DiagramaçãoValter Angelo da Silva Junior

Foto: Paizinha Lemos

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Diferentes formas de representar o mundo

Projeção de Gall e Peters (1973)

Projeção de Mercator (Sec. XVI)

As projeções cartográficas ou planisférios, resultado da conversão de coordenadas (meridianos e paralelos) em esferas para superfícies planas, sempre contêm distorções.

Desta forma, todas as vezes que estivermos diante de uma projeção cartográfica devemos estar cientes das opções de representação do espaço geográfico utilizadas pelo cartógrafo que a elaborou. O planisfério acima, por exemplo, possui um intervalo menor entre os meridianos e os paralelos, o que faz ressaltar a reprodução comparativa das massas continentais em detrimento de uma maior deformidade no formato dos continentes.

É uma projeção relativamente recente. Foi elaborada pelos cartógrafos Gall e Peters em 1973, suscitando acalorados debates sobre as implicações políticas implícitas nesta forma de enxergar o mundo.

Isto porque a América do Sul, África e Sudeste Asiático podem ser vistos no tamanho comparativo real em relação à América do Norte e Europa.

A projeção de Gall e Peters, apresentada nesta edição do Boletim, se coloca como mais uma opção àquela elaborada por Mercator no século XVI.

Assim, as zonas intertropicais do planeta terra mantêm linhas litorâneas bem definidas, mas têm sua superfície diminuída em relação às terras situadas em altas latitudes, transmitindo uma imagem irreal da geometria do nosso planeta.

A alteração da proporção das massas continentais é visível quando se compara a Groelândia, ilha situada no Mar Ártico com 2.166.086 km², com a América do Sul, que possui 17.850.568 km².

A projeção de Mercator opta por aumentar o intervalo entre os meridianos e os paralelos nas altas latitudes do planeta, engrandecendo assim a Eurásia, a América do Norte e a Antártica.

Por fim, apresentamos aqui, ainda, a representação incomum, para muitos, do mapa da América do Sul tomado de “cabeça para baixo”. Trata-se de da obra “América Invertida”, de 1943 do artista plástico uruguaio Joaquín Torres Garcia (1874-1949).

Conforme asseverou este artista plástico: Nuestro norte es el sur. Colocando o mapa ao contrario, segundo ele, teríamos a noção exata da nossa posição, sem que nos preocupássemos com o lugar no qual o restante do mundo quer nos ver.

Trata-se, sem dúvida, de uma antítese à comodidade de possíveis prisões conceituais que se reproduzem na sociedade e paulatinamente ganham status de verdades incontestáveis, demonstrando a força implícita existente nas formas de representar o mundo.

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8. GARCIA (1944): “He dicho Escuela del Sur; porque en realidad, nuestro norte es el Sur. No debe haber norte, para nosotros, sino por oposición a nuestro Sur. Por eso ahora ponemos el mapa al revés, y entonces ya tenemos justa idea de nuestra posición, y no como quieren en el resto del mundo. La punta de América, desde ahora, prolongándose, señala insistentemente el Sur, nuestro norte. Es decir, olvidar lo del Viejo mundo, y poner toda nuestra esperanza, y nuestro esfuerzo, en crear esta nueva cultura que aquí tiene que producirse. Olvidar artistas y escuelas; olvidar aquella literatura y filosofía; limpiarse, renovarse; pensar al compás de esta vida que nos circunda […] Deja, pues, autores y maestros, que ya no pueden servirnos, puesto que nada pueden decirnos de lo que debemos descubrir en nosotros mismo”.GARCÍA, Joaquín Torres. Universalismo constructivo. Buenos Aires: Poseidón, 1944.

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