Boletim informativo
-
Upload
carolina-barros -
Category
Documents
-
view
221 -
download
3
description
Transcript of Boletim informativo
Cerca de 170 famílias agricultoras do assentamento Baixa Grande,
em Jati, no Ceará, beneficiadas pelo Projeto de Implementação de
Manejo Florestal Familiar e Comunitário na Mesorregião da Chapada
do Araripe, poderão iniciar as atividades de uso múltiplo e sustentável
da Caatinga.
Em dezembro do ano passado, a Superintendência Estadual do
Meio Ambiente (SEMACE), aprovou o primeiro plano de manejo do
projeto, contemplando o Ceará como primeiro estado liberado para
desenvolver a atividade nesta iniciativa. O que significa que a partir de
agora, as famílias que residem no assentamento em Jati poderão
explorar e comercializar madeira e outros produtos florestais de
forma legalizada e sustentável, contribuindo para a geração de renda
e a conservação da Caatinga. Para as famílias do Assentamento Baixa
Grande, a atividade de manejo será também uma alternativa de renda
e trabalho, pois a estiagem prolongada afetou a produtividade
agrícola e animal.
Em Jati, a próxima etapa será a avaliação dos preços e
oportunidades de mercado para a venda de lenha legalizada na região
do Cariri. Crato, Barbalha, Milagres, Missão Velha e Jardim fazem
parte da área favorável e estratégica onde desponta em expansão o
polo cerâmico industrial.
Iniciado há dois anos, o projeto pretende implementar o manejo
de 10.000 hectares da Caatinga, nos estados do Ceará, Pernambuco e
Piauí, abrangendo as regiões do Vale dos Guaribas, Sertão do Araripe e
Cariri. Destes, 2.500 hectares já foram liberados pela SEMACE para
exploração no Assentamento Baixa Grande em Jati, um total de 25%
da meta. Estima‐se que 20 famílias sejam beneficiadas por
assentamento. Ao todo 95 municípios estão contemplados nos três
estados nordestinos, 25 cidades, somente no Ceará. No momento,
outros três assentamentos aguardam a aprovação dos planos de
manejo pelos órgãos ambientais, Serra de São Vicente em Araripe
(Ceará) e Várzea Grande e Nova Vida em Parnamirim (Pernambuco).
Aprovado primeiro Plano de Manejo
Informativo do Projeto de Implementação de Manejo Florestal
Familiar e Comunitárioda Mesorregião da Chapada do Araripe
Realizado pela Associação Plantas do Nordeste em parceria
com a ONG Chapada e Cecor,com apoio do Fundo Socioambiental
da Caixa Economica Federal, Fundo Nacional do Meio Ambiente
(FNMA) e Ministério doMeio Ambiente
Informativo do Projeto de Implementação de Manejo Florestal Familiar e Comunitário da Mesorregião da Chapada do Araripe
Sustentabilidade
em
Ano I - Número 01 - Fevereiro 2014
UNIDADE REGIONAL DO NORDESTE - URNE/SFB - COMENTA AVANÇOS DO PROJETO
O chefe da Unidade Regional Nordeste do Serviço Flo‐restal Brasileiro, Newton Barcellos, nos concedeu entre‐vista durante a quarta reunião do Grupo Assessor Técni‐co (GAT), realizada em Araripina (03/12). Na conversa, Newton analisou o impacto socioambiental do projeto de Implementação de Manejo Florestal Familiar e Comu‐nitário na Mesorregião da Chapada do Araripe e cobrou agilidade e mais comprome�mento dos órgãos gestores envolvidos na inicia�va.
APNE‐ Qual a avaliação sobre o desenvolvimento do Projeto de Implementação de Manejo Florestal Comu‐nitário e Familiar na Mesorregião da Chapada do Ara‐ripe?
Newton ‐ Eu vejo em duas vertentes: um lado muito feliz de ver que após um ano e quatro meses o projeto está andando e temos quase 70% de área confirmada ou já pro‐tocolada. Isso é importante. Mas por outro lado, estou muito preocupado com o que está acontecendo com os ato‐res desta inicia�va. Me refiro à Caixa Econômica, Ministério do Meio Ambiente, INCRA e o Programa Nacional do Crédito Fundiário, gestores de áreas onde acontece o manejo flo‐restal comunitário.Minha preocupação se dá pela falta de resposta desses atores ao que a APNE provoca. Toda esta inicia�va de um ano e meio fica encerrada, sem nenhuma avaliação. Me preocupo com o fato de atores importantes não estarem correspondendo com este projeto.
APNE ‐Quais os bene�cios que esta inicia�va pode proporcionar?
Newton ‐A concepção, a ideia é fantás�ca! Nós estamos aqui dentro de um dos maiores polos de cosumo de lenha, se não do Nordeste, mas do Brasil. Estamos falan‐do de mais de 2.000.000 de metros cúbicos de lenha sendo consumidos todo ano por estas indústrias aqui localizadas e esta lenha vem de algum lugar. A gente sabe que vem da zona rural, de propriedades par�culares e dos assentamentos. Este projeto está chegando para dar a este grupo de pes‐soas, uma oportunidade de par�cipar do mercado de consumo de lenha de maneira legalizada. O importante é
que eles possam estar envolvidos nesta dinâmica de comércio de um produto natural, no caso a madeira, ou lenha, de maneira legalizada. O projeto tem impacto soci‐al enorme, sem contar com o impacto ambiental, tam‐bém muito importante, pois o manejo florestal traz consigo a garan�a de reserva legal dos assentamentos, garan�a de respeito às áreas de preservação permanen‐te, que possam exis�r neste assentamento e a cobertura florestal que tem que ser man�da no ciclo de corte.APNE ‐ Como o SFB, junto ao Ministério do Meio Ambi‐ente tem colaborado com esta inicia�va?
Newton – A Caixa Econômica já �nha uma experiência inicial no Cerrado e agora no ano passado (2012), direci‐onou o Fundo Socioambiental para a Caa�nga. Há agricul‐tores ganhando dinheiro e as áreas estão sendo conser‐vadas. Isso chamou a atenção da Caixa Econômica e ela
procurou o Ministério do Meio Ambiente através do Fundo Nacional do Meio Ambiente que por sua vez , procurou o Serviço Florestal Brasileiro para a orientação técnica do projeto. O Fundo Nacional via SFB, vai analisar se a APNE está fazendo bom uso do recur‐so repassado pela Caixa Econô‐mica, então esta é nossa par�‐cipação nesta inicia�va.
Quais os obstáculos para que a madeira seja u�lizada junto aos recursos naturais de uma forma sustentável?
Newton ‐ O que acontece de dificuldade maior neste sen�do é falta de fiscalização do poder público por parte do IBAMA, ou órgão estadual de meio ambiente que não fiscaliza, não coíbe o uso ilegal da lenha. Então a lenha ilegal é um concorrente muito forte com a lenha legaliza‐da, e por isso, todo o esforço da APNE ou da Caixa Econô‐mica pode ser perdido, porque o caminhão ilegal de lenha tá passando na porta das empresas toda noite. Então qual é o problema em colocar uma fiscalização mais eficiente nesta região, que é uma das maiores consumidoras de lenha do país? Não consigo entender. Isso não é falta de interesse do agricultor, nem do consumidor. É este comércio ilegal que dificulta as pessoas serem legaliza‐das. Vejo como um grande problema isso. A APNE ofere‐ce boa assistência técnica. O problema aqui é a fiscaliza‐ção e os órgãos gestores das áreas comunitárias, INCRA e CRÉDITO FUNDIÁRIO.
Sustentabilidade
em
Seminário discute alternativas sustentá‐veis para a matriz energética e produtores do Semiárido
Universitários, educadores, ONGs e profissionais do segmento empresarial do polo gesseiro estiveram reunidos de 25 a 29 de novembro na Faculdade de Ciências Agrárias em Araripina – PE para participar do I Seminário Sobre Manejo Florestal Sustentável, promovido pela Associação Plantas do Nordeste em parceria com a Faciagra.
O evento, inserido na programação da XI Semana de Ciências Agrárias, trouxe a oportunidade de apresentar e discutir o desenvolvimento do manejo florestal como alternativa sustentável e estratégia de convivência com o Semiárido na região do Araripe, bem como debater sobre a matriz energética e propor ações voltadas à conservação ambiental.
Diante das demandas do setor gessei‐ro, o manejo florestal sustentável foi apontado como alternativa energética. O engenheiro agrônomo da APNE, Mário Marques, apresentou resultados do Proje‐to de Implementação de Manejo Florestal Comunitário e Familiar da Mesorregião do Araripe, atualmente desenvolvido em parceria entre a APNE, ONG Chapada e CECOR.
O público de alunos aprovou o encon‐tro, Elton Siqueira, estudante do segundo período do curso de agronomia considerou o seminário importante pela difusão do conhecimento entre alunos e a comunida‐de acadêmica,assim como a proposição de novas ideias e soluções para o polo gesseiro e para a agricultura da região.
troca de experiência entre eles sobre as particularidades de cada propriedade. Os agricultores descobriram de que forma o manejo contribui na geração de renda, emprego, organização, etc.” explica o engenheiro agrônomo, Mário Marques.
Segundo relata a engenheira agrôno‐ma, Rivaneide Almeida, a capacitação proporcionou maior estímulo à prática das atividades de manejo. Percebo que se mostraram mais motivados para partici‐par. Essa constatação se concretiza, por exemplo numa maior agilidade nos proces‐sos de participação entre os assentados, confirma Rivaneide.
Um dos propósitos do curso foi ampliar a formação dos assentados e técnicos de ATER além do manejo florestal sustentável, a fim de promover a integração do manejo com outras atividades produtivas no Semiárido, complementando o uso susten‐tável das propriedades e a geração de emprego e renda. Na abordagem sobre Convivência com o Semiárido, os partici‐pantes tiveram oportunidade de conhecer e discutir sobre agroecologia, tecnologia de captação e armazenamento de água da chuva e atividades produtivas adaptadas ao Semiárido. Nesta fase foram realizadas visitas de intercâmbio em áreas com práticas de agricultura agroecológica e espaços onde são desenvolvidas tecnologi‐as de convivência com o Semiárido, como as de captação e armazenamento de água (cisterna ‐calçadão, barragem subterrânea e barreiro‐ trincheira) e as de caráter produtivo (hortas e quintais produtivos).
Capacitações contextualizam Manejo Florestal Sustentável da Caatinga e Convi‐vência com o Semiárido
De outubro a abril, assentamentos de Pernambuco, Ceará e Piauí estiveram envolvidos nas atividades de capacitação do Projeto de Implementação de Manejo Florestal Comunitário e Familiar na Mesor‐região da Chapada do Araripe. Com o objetivo de qualificar e capacitar agriculto‐res e técnicos agrícolas, o curso abordou dois eixos temáticos: o manejo florestal de uso múltiplo da Caatinga e a Convivência com o Semiárido.
O primeiro trouxe informações relacio‐nadas ao uso dos recursos florestais, beneficiamento, comercialização e imple‐mentação do manejo. Além de palestras, houve dias de campo onde foram realiza‐das atividades de corte, cubagem e talho‐namento. Esta etapa da capacitação possi‐bilitou ao público a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre a divisão e organi‐zação do trabalho para o corte da lenha, informar‐se sobre o preço e comercializa‐ção, o valor do m³, o transporte e as formas de pagamento, além de entender sobre outros procedimentos relacionados ao exercício da atividade de manejo, como a cubagem (medição da pilha de lenha) e a emissão, prazo e preenchimento do DOF (Documento de Origem Florestal), neces‐sário ao transporte do produto madeireiro.
O envolvimento dos assentados e produtores da agricultura familiar na capacitação, permitiu que eles percebes‐sem na prática como funciona o manejo florestal e que esclarecessem dúvidas sobre à atividade. Foi um momento de
Coordenador GeralFrans Pareyn
Coordenador AdjuntoMário Marques
EdiçãoJosé Luiz Vieira da C. Filho
Jornalista responsável: Carolina Barros DRT/CE nº 2496
Diagramação: José Luiz Vieira da C. Filho
Sustentabilidade
em
Fique por dentro
Expediente