Boletim Humanidades #00

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Informativo sobre ciências humanas editado pelos alunos do Bacharelado em Ciências e Humanidades da UFABC

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Antes mesmo de saber o que era a antropologia e o que ela estudava esse nome já me chamava à atenção. Literal-mente antropologia é o estudo sobre o homem, hoje podemos dizer mais espe-cifi camente que antropologia é o estudo do homem inteiro em todas as socieda-des sobre todos os seus aspectos e épo-cas, mas só dizer isso de nada vale.

François Laplatine escreveu um belo livro – “Aprender Antropologia” – um manual de iniciação à antropologia, em que eu, apaixonadamente, me inspirei para escrever esse texto e tentar de algu-ma maneira transmitir o porquê da antro-pologia ser uma das mais belas ciências.

Estudos sobre o homem já tinham sido realizados pela mitologia, pela fi -losofi a, pela teologia e pela arte, mas nunca antes se tinha pensado em estudar o homem cientifi camente, assim como o físico e o biólogo estudam.

A antropologia começou a tomar forma como ciência independente na segunda metade do século XIX, com o trabalho meticuloso de estudiosos como Sir Edward Burnett Tylor (1832–1917), membro da Royal Society de Londres e primeiro professor de Antropologia da Universidade de Oxford.

A princípio se estudou o homem com os mesmo métodos das ciências na-turais, ou seja, entre o observador – an-tropólogo - e o objeto – homem/socieda-de – existia uma dualidade radical, um não se envolvia com o outro, porém com o tempo esse método apresentou proble-mas, deixando de funcionar, e a grande

revolução que a antropologia apresen-ta é exatamente um novo método, um olhar diferente para seu objeto de estudo que gerou uma grande revolução episte-mológica nas ciências humanas.

Mas como não deixar se envolver na pesquisa quando o próprio pesquisador faz parte de seu objeto de estudo? Mais importante do que estudar os costumes e as organizações das sociedades é a ma-neira como enxergar isso, como inter-pretar tais informações. A antropologia lança o olhar para o outro e o reconhece na sua alteridade(?) e lança também o olhar na própria sociedade em que vive e descobre que tudo o que achava que lhe era natural, na realidade é culturalmente construído. Assim como um bebê que acaba de chegar ao mundo, também o antropólogo deve ter esse estranhamen-to: “por que nos sentamos em cadeiras e comemos em mesas?”, “por que as mu-lheres passam maquiagem no rosto?”, “Por que fi camos tristes quando alguém morre?”, “por que nos casamos?”. Pare-cem ser perguntas bobas, mas parem e tentem explicar o porquê de certos com-portamentos. Tudo o que nos aparenta ser natural como dormir, comer, sentir, casar, trabalhar e até mesmo o jeito de andar são produtos de nossa cultura, ou seja, são meramente formas que os seres humanos inventaram para viver. Só podemos enxer-gar isso através de outras culturas, outras formas de se inventar a vida.

Vendo o outro, podendo ser qualquer um como uma tribo indígena no norte do Brasil, ou a sociedade dos esquimós,

ou povos das ilhas da Indonésia, olhan-do para eles, vendo que eles agem de maneira totalmente diferente da nossa – aqui me refi ro a sociedade de origem do pesquisador – conseguimos perceber a diversidade e o quanto maravilhosa ela é. As organizações políticas e eco-nômicas, os papéis sociais, os costumes, hábitos e rituais divergem de sociedade para sociedade cada um sendo apropria-do para cada sociedade, ou seja, eles não são inatos, mas sim de construção humana, nós mesmos inventamos, nós mesmos atribuímos um signifi cado para isso ou para aquilo. Portanto não exis-te um comportamento certo ou errado, mas sim comportamentos que divergem, cada um se adequando a cada sociedade. Utilizar um véu que cobre do rosto até a ponta do pé pode parecer absurdo para as sociedades ocidentais, mas é um cos-tume que várias sociedades de religião islâmica aderiram e, portanto lhe é com-pletamente natural. Ao contrário, para eles deve parecer absurdo que mulheres utilizem biquínis minúsculos nas praias.

A única coisa que se pode concluir sobre os Homens é: a característica em comum a todos eles é a aptidão à varia-ção cultural.

Finalmente, por que a antropologia é bela? Preciso mesmo responder a essa questão? Ela é a ciência do relativismo, a ciência da diversidade, a ciência que olha para o outro e ao mesmo tempo enxerga a si mesma. E para mim, nada mais belo que entender as formas e sig-nifi cados que nós mesmos damos para a vida, para o Homem e para as relações dos Homens com os Homens.

*Michele Teixeira Bonote

(aluna – BC&H)

O Boletim Humanidades é uma publicação independente e sem fi ns lucrativos dos alunos de BC&H da Universidade Fe-deral do ABC (UFABC), e não possui qualquer tipo de vínculo ofi cial com a universidade ou qualquer outra organização, e nem laços político-ideológicos de qualquer espécie. Nosso único desejo é a difusão do conhecimento humano. Todo material postado aqui tem como objetivos o estudo, refl exão, análise e debate acadêmico, estando portanto amparado pela lei 9610/98.

HUMANIDADES Editor Responsável: Gilberto Antônio Silva (Mtb 37814)PARTICIPE: [email protected]ão: VLS Print Solution / R. Jacquey, 80 - f. 4368-8081

Antropologia, Um Olhar Diferente“Presos à nossa cultura, somos cegos à cultura dos outros,

mas também míopes quando se trata da nossa”

François Laplatine, Aprender Antropologia

Josias Adão nasceu em Cubatão, São Paulo. Trabalhou na área de transportes na extinta CMTC, depois SPTrans. Na década de 1970 passou a atuar no mo-vimento sindical do ABC, que ainda era algo nascente em plena ditadura militar. Foi eleito Presidente do Sindicato dos Rodoviários do ABC, onde permane-ceu por dois mandatos (1981-1988). Participou de todo o movimento pela redemocratização, que foi iniciado pelo Sindicato dos Metalúrgicos da região, o Sindicato dos Químicos e o dos Ro-doviários que presidia. Também nessa época foi membro da diretoria da CUT, participando de sua criação, tanto como Diretor da executiva no ABC como tam-bém da CUT nacional. Cumpriu os dois mandatos e saiu da direção, dando es-paço para outros. Voltou a trabalhar na profi ssão até se aposentar por perda vi-

sual devido ao glaucoma. Mesmo com a visão bastante prejudicada, percebeu que devia voltar a estudar. Formou-se primeiramente como terapeuta holístico, inclusive com Reiki em nível Master.

Em sua busca pelo conhecimento, de-cidiu estudar fi losofi a. Prestou o ENEM e obteve uma boa classifi cação na prova, ingressando na UFABC neste ano. Aqui ele se propõe a estudar Filosofi a para ampliar seus conhecimentos e também cursar Políticas Públicas, como meio de contribuir para a acessibilidade e mobi-lidade urbana, que não são adequadas, para prejuízo de toda a população.

Lutando contra todas as adversi-dades de sua severa defi ciência visual, Josias permanece batalhando por seus objetivos, contando com o apoio e o ca-rinho de seus colegas e professores. É um membro valioso da família BC&H.

Josias Adão

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Feudalismo - Você tem duas vacas. Seu se-nhor pega parte do leite para ele.

Socialismo - Você tem duas vacas. O gover-no as tira de você e as coloca num curral, juntamente com as vacas de todo mundo. Você tem que cuidar de todas as vacas. O go-verno lhe dá um copo de leite.

Comunismo Cambojano - Você tem duas vacas. O governo pega as duas e fuzila você, acusando-o de ser um capitalista criminoso centralizador dos recursos de produção da Nação e provocador da fome de seu povo.

Democracia Russa - Você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12 vacas. Você para de contar e abre outra garrafa de vodca.

Capitalismo Italiano - Você tem duas va-cas, mas não tem ideia de onde elas estejam. Você decide sair para almoçar.

Capitalismo Japonês - Você tem duas va-cas. Você as altera geneticamente para que elas tenham apenas 10% do tamanho normal de uma vaca e produzam 20 vezes mais leite.Aí você cria um desenho animado da vaca, chamado “Vakimon”, e vende os direitos.

Capitalismo Francês - Você tem duas va-cas. Você entra em greve, organiza piquetes e bloqueia as ruas porque você quer três vacas.

Democracia Iraquiana - Todos pensam que você tem um monte de vacas. Você diz que não tem nenhuma. Ninguém acredita em você então lhe bombardeiam e invadem seu país. Você ainda não tem nenhuma vaca, mas pelo menos agora é uma democracia.

Capitalismo Alemão - Você tem duas vacas. Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário previamen-te estabelecidos, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos.

Monarquia Britânica – Você tem duas va-cas. As duas estão loucas.

Parlamentarismo Indiano - Você tem duas vacas. E elas são sagradas.

Capitalismo Selvagem Norte-americano- Você tem duas vacas. Você vende uma e en-tão força a outra a produzir o leite equivalen-te a quatro vacas. Depois você contrata uma consultoria para analisar o porquê da vaca ter morrido.

Burocracia Estatal - Você tem duas vacas. O estado toma as duas. Perde uma, ordenha a outra e joga o leite fora.

Anarquismo - Você tem 2 vacas. Mata as duas e faz um churrasco.

Economia e Política Através de Duas Vacas

A cultura chinesa é uma das mais antigas da Terra e a única das grandes civilizações da antiguidade que possui história contínua, desde 7.000 a.C. até hoje de manhã. Essa grande antiguidade e relativa estabilidade cultural fi zeram da cultura chinesa uma potência na va-riedade e profundidade de seu pensa-mento. Infelizmente as maneiras como eles expressam esse conhecimento são diferentes das nossas, o que levou di-versos especialistas ocidentais a menos-prezarem este tesouro, alegando que no oriente existe apenas “religião” e “cren-ças”. Nada mais longe da verdade.

O Taoísmo, em particular, é digno de profundos estudos. Seu surgimento como fi losofi a se deu em épocas mui-to remotas, quando da elaboração do I Ching ( , “O Livro das Mutações”), escrito por volta de 1020 a.C. Já no sé-culo VI a.C., ganhou corpo com a for-mulação do Tao Te Ching ( ), “Clássico do Caminho e da Virtude”, escrito por Laozi ( ) que também é grafado como “Lao-tsé” e “Lao-tzu”. Este é considerado o Patriarca do Taoís-mo, pois foi a partir de sua obra que o termo “Tao” ( ) foi utilizado pela pri-meira vez na acepção de caminho trans-cendente em que é mais conhecido hoje. É digno de nota que o Taoísmo nasceu como fi losofi a e só se tornou uma reli-gião 700 anos depois de Laozi.

Dentro dos conceitos mais importan-tes da fi losofi a chinesa e do Taoísmo em particular, um que se destaca é o “va-zio”. A importância do vazio nunca foi subestimada pelos chineses, que afi rma-vam que tudo o que existe só possui essa realidade porque um espaço vazio permi-tiu que existisse. O fi lósofo grego Demó-crito (460 a.C.-370 a.C.) foi o primeiro ocidental a chamar a atenção para o vazio ao afi rmar que no Universo “há apenas átomos e vazio”. Os chineses foram além ao afi rmarem que a própria existência do universo dependeu da existência do que chamaram de Vazio Primordial.

Para nosso universo existir foi ne-cessário que houvesse um vazio que o pudesse conter, pois nada poderia existir sem um espaço para que existisse. Esse vazio primordial é chamado em chinês de wuji ( , “vazio supremo”), e faz parte dos conceitos cosmológicos chine-ses principais. É um termo muitas vezes utilizado para se defi nir o infi nito, o que não tem limites, e também um estado de vacuidade absoluta, não representa-do apenas pela ausência de tudo, mas uma vacuidade que tende à transcen-dência já que é a matriz de tudo o que existe. A cultura chinesa tradicional possui seus mitos de criação, como do “Ovo de Pangu”, mas para os taoístas, o Universo, compreendendo tudo o que existe, nasceu de uma grande explosão repentina que reverberou no vazio pri-mordial. Qualquer semelhança com a ideia do “Big Bang” não é mera coin-cidência. Após a explosão o universo cresceu, de maneira expansiva, tornan-do-se o que conhecemos hoje. Mas para que ele exista e continue se expandindo (os chineses acreditam nisso, também) é necessário que tenha havido um espaço vazio anterior, que pudesse comportá-lo – o Wuji. A existência depende inteira-mente da não-existência que a precede.

Na vida cotidiana, também o vazio possui grande importância. Laozi já afi r-mava no capítulo 11 do Tao Te Ching:

Trinta raios convergem ao vazio do centro da roda Através dessa não-existência Existe a utilidade do veículo A argila é trabalhada na forma de vasos Através da não-existência Existe a utilidade do objeto Portas e janelas são abertas na construção da casa Através da não-existência Existe a utilidade da casa Assim, da existência vem o valor

E da não-existência, a utilidade

Laozi nos mostra que um vaso de ouro é muito mais valioso que um fei-to de barro, mas a utilidade dos dois é a mesma e depende inteiramente do va-zio interno. Da mesma forma uma roda de carroça não serviria para nada sem o espaço para se encaixar o eixo. Um cô-modo de uma habitação sem portas ou janelas não poderia ser utilizado.

Nos seres humanos também o vazio é imprescindível. Não existiríamos sem o espaço vazio que há na mulher, que chamamos “útero”. É ele que permite ao embrião crescer e tornar-se uma nova pessoa.

*Gilberto Antônio Silva

(aluno – BC&H)

O Vazio na Concepção daFilosofia Taoísta da China

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A palavra 'ética' provém do adjetivo 'ethike', termo corrente na língua grega, empregado originariamente para qualifi -car um determinado tipo de saber. Aris-tóteles foi o primeiro a defi nir com pre-cisão conceitual esse saber, ao empregar a expressão 'ethike pragmatéia' para designar seja o exercício das excelên-cias humanas ou virtudes morais, seja o exercício da refl exão crítica e metódica (praktike philosophia) sobre os costu-mes (ethea). Com o passar do tempo, o adjetivo gradualmente se substantiva e passa a assinalar uma das três partes da fi losofi a antiga (logike, ethike, physike).

O adjetivo 'ethike', por sua vez, ori-ginara-se do substantivo 'ethos', que constitui uma transliteração de dois vo-cábulos gregos: éthos (com eta inicial - hqoV) e êthos (com epsilom inicial - eqoV). Éthos com eta (h) inicial de-signa, em primeiro lugar, a morada dos homens e dos animais. É o éthos como morada que dá origem à signifi cação do éthos como costume, estilo de vida e ação. A metáfora contém a idéia de que

o espaço do mundo torna-se habitável pelo homem por meio do seu éthos. Isto é, mais do que habitar a physis, a natu-reza, o homem habita o seu éthos: pois, diferentemente da physis, o éthos, como espaço construído e incessantemente re-construído - e tecido pelo logos - é o seu abrigo protetor mais próprio.

Êthos com epsilom (e) inicial re-fere-se primordialmente ao processo genético do hábito (hexis) como dispo-sição estável para agir, que decorre do exercício dos atos. A partir daí, passa a signifi car o caráter pessoal como um pa-drão relativamente constante de disposi-ções morais, afetivas, comportamentais e intelectivas de um indivíduo.

O termo latino mos, de onde provém o termo moral, foi usado (provavelmen-te por Cícero) para traduzir o vocábulo ethos, o qual conhece, no mundo latino, quase idêntica história semântica ao

termo grego ethos. Designando origi-nariamente a morada dos homens e dos animais, amplia gradualmente seu sig-nifi cado para denotar, do ponto de vista coletivo, os costumes, e de um ponto de vista individual, o modo de ser - o caráter.

Com a criação da Ética como ciência do ethos no mundo grego - como apli-cação do logos demonstrativo à refl exão crítica sobre os costumes e modos de ser dos homens - a palavra 'ética' passou a designar, na tradição fi losófi ca, tanto o objeto de estudo de uma disciplina quanto o estudo do objeto. 'Ética' sig-nifi ca, portanto, tanto a disciplina que refl ete criticamente sobre o saber ético encarnado nos costumes e modos de ser, como esse próprio saber. O mesmo se verifi ca com a palavra 'moral', que ser-virá para designar tanto o objeto de es-tudo - a mo- quanto o estudo crítico do objeto - a Filosofi a Moral.

Ética e Moral como Sinônimos em AristótelesEm Ética a Nicômaco, Aristóteles afi rma que a palavra “moral” provêm da palavra “hábito”. Esse é um ponto importante em sua ideia de que a virtude é um hábito. Para explicar melhor essa defi nição, segue um trecho do

excelente trabalho de Eduardo Dias Gontijo, da UFMG. Sugerimos a leitura do artigo completo.

GONTIJO, Eduardo Dias. Os termos ‘Ética’ e ‘Moral’. Mental, Barbacena, v. 4, n. 7, nov. 2006 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S1679-44272006000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 07 out. 2012.

Apesar da enorme importância de Aris-tóteles para a cultura ocidental, algumas de suas obras carecem até hoje de edições defi -nitivas em língua portuguesa. Este era o caso do de anima, que a Editora 34 publica agora, pela primeira vez no país em versão integral, traduzida diretamente do grego por Maria Cecília Gomes do Reis.

Além do próprio tratado, o volume inclui também um valioso aparato acadêmico ela-borado pela tradutora, com ensaio introdu-tório, sumário analítico, léxico, uma extensa bibliografi a e notas minuciosas

De Anima

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Tradução de Maria Cecília Gomes dos Reis (Professora da UFABC)

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