Boletim Gralha Azul No. 35 Junho - 2013 Sobrames Regional Paraná

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GRALHA AZUL - No. 35 -JUNHO - 2013 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - SOBRAMES - PR GRALHA AZUL GRALHA AZUL 1 SOBRAMES PARANÁ - GRALHA AZUL No 35 - JUNHO - 2013 ASSIM CONTINUA A VERDADEIRA SOBRAMES De volta ao lar, doce lar! Curto com muito carinho as lembranças ainda muito recentes guardadas no coração. Esse valor é muito grande quando se tem a noção precisa do que é a verdadeira egrégora que nos acolhe em todos os rincões do Brasil. Ainda quero viver intensamente as regionais que, infelizmente, não tive oportunidade de visitar por absoluta falta de tempo. São elas as do Amazonas, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul. Estamos próximos do resgate de outras que adormecem em sono profundo, mas que tem muita vida para nos brindar com o melhor da arte e literatura. Parabéns a todos os presentes no Sarau Lítero-Musical em Salvador na casa de Márcio Leite e sua querida esposa Rosana, na primeira reunião durante meu périplo pelo Brasil de moticicleta, no dia 1o. de Maio de 2013. Deleito-me em lembrar de todos, sem dúvida. Guardei a cópia de “Dançando com Eros” de Avany Maya e “Pouso da Palavra” de Dagoberto Sant’Anna (que podem ser acessados com um clique na próxima página). Também agradeço ao “Dicionário de Baianês” recitado e que me ofertado pelo querido amigo Ildo Simões. Também um exemplar de “Aprendiz de Poeta” do sobramista baiano Henrique Ribeiro. Com muito prazer reproduzo as palavras do querido Presidente da Regional Bahia, Bruno da Costa Rocha: “Somos 14 milhões, irmãos e irmãs, ungidos pela bandeira: a baianidade. Enorme, exuberante, um oceano beirando. Caatinga, restinga, mata Atlântica, se estivesse na Europa, teria Presidente e chamaria ACM. E o desenvolvimento chegou “de com força”. Tem neguinho de colarinho branco, bajulador, lobista, desviador de dinheiro, exportador de criança, explorador de mulher. Até o Velho Chico defloraram o coitado! Como num casamento: política, geológica ou espiritualmente pelejamos unidos! Tá rebocado, piripicado. E a paixão nacional. Tem rubro-negro, eterno vice-intrigueiro. Tem bicampeão nacional, Colo-colo, Ypiranga. Mas baiano mesmo, meu rei, bate baba na Ribeira, puxa corda, come acarajé, vatapá e de sobremesa uma punhetinha inteira. Somos muito religiosos, apegados mesmo ao além. Mosteiro, capela, centro-espírita, Loja e muito terreiro. Vinde a Baía de Todos os Santos, do Senhor do Bonfim a 2 de fevereiro. Louvada seja Irmão Dulce! Transluzindo a Terra Brasilis, há cinco séculos e meio. Palco de escravidão, latrocínio, sangue, devassidão. Calúnia e subserviência, Sequelados num caldeirão, e nobres sobreviventes juntos nesta micro nação. Da Foz do Una, terrícula do paraíso, a Ilha de Morro de São Paulo. Tiramos o chapéu ao Pai, da Chapada Diamantina ao berçário marinho Abrolhos. Mas, sem nenhuma esculhambação... Rogo a São Francisco e a São Salvador, paz e longevidade, a nossa união divina, de Médicos Escritores. Bem vindo Sérgio Pitaki, paranaense de nascença, agora baiano de coração. Ildo (Soares) prometeu interna-lo com camisa de força. Mas de Presidente para Presidente; de Motociclista para Motociclista: Moto não é loucura; é estado de espírito: Sobramistas sobre duas rodas! Oxalá e boa Jornada!”

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GRALHA AZUL - No. 35 -JUNHO - 2013 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - SOBRAMES - PR

GRALHA AZUL GRALHA AZUL

1 SOBRAMES PARANÁ - GRALHA AZUL No 35 - JUNHO - 2013

ASSIM CONTINUA A VERDADEIRA SOBRAMES

De volta ao lar, doce lar! Curto com muito carinho as lembranças ainda muito recentes guardadas no coração. Esse valor é muito grande quando se tem a noção precisa do que é a verdadeira egrégora que nos acolhe em todos os rincões do Brasil. Ainda quero viver intensamente as regionais que, infelizmente, não tive oportunidade de visitar por absoluta falta de tempo. São elas as do Amazonas, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul. Estamos próximos do resgate de outras que adormecem em sono profundo, mas que tem muita vida para nos brindar com o melhor da arte e literatura. Parabéns a todos os presentes no Sarau Lítero-Musical em Salvador na casa de Márcio Leite e sua querida esposa Rosana, na primeira reunião durante meu périplo pelo Brasil de moticicleta, no dia 1o. de Maio de 2013. Deleito-me em lembrar de todos, sem dúvida. Guardei a cópia de “Dançando com Eros” de Avany Maya e “Pouso da Palavra” de Dagoberto Sant’Anna (que podem ser acessados com um clique na próxima página). Também agradeço ao “Dicionário de Baianês” recitado e que me ofertado pelo querido amigo Ildo Simões. Também um exemplar de “Aprendiz de Poeta” do sobramista baiano Henrique Ribeiro. Com muito prazer reproduzo as palavras do querido Presidente da Regional Bahia, Bruno da Costa Rocha: “Somos 14 milhões, irmãos e irmãs, ungidos pela bandeira: a baianidade. Enorme, exuberante, um oceano beirando. Caatinga, restinga, mata Atlântica, se estivesse na Europa, teria Presidente e chamaria ACM. E o desenvolvimento chegou “de com força”. Tem neguinho de colarinho branco, bajulador, lobista, desviador de dinheiro, exportador de criança, explorador de mulher. Até o Velho Chico defloraram o coitado! Como num casamento: política, geológica ou espiritualmente pelejamos unidos! Tá rebocado, piripicado. E a paixão nacional. Tem rubro-negro, eterno vice-intrigueiro. Tem bicampeão nacional, Colo-colo, Ypiranga. Mas baiano mesmo, meu rei, bate baba na Ribeira, puxa corda, come acarajé, vatapá e de sobremesa uma punhetinha inteira. Somos muito religiosos, apegados mesmo ao além. Mosteiro, capela, centro-espírita, Loja e muito terreiro. Vinde a Baía de Todos os Santos, do Senhor do Bonfim a 2 de fevereiro. Louvada seja Irmão Dulce! Transluzindo a Terra Brasilis, há cinco séculos e meio. Palco de escravidão, latrocínio, sangue, devassidão. Calúnia e subserviência, Sequelados num caldeirão, e nobres sobreviventes juntos nesta micro nação. Da Foz do Una, terrícula do paraíso, a Ilha de Morro de São Paulo. Tiramos o chapéu ao Pai, da Chapada Diamantina ao berçário marinho Abrolhos.Mas, sem nenhuma esculhambação... Rogo a São Francisco e a São Salvador, paz e longevidade, a nossa união divina, de Médicos Escritores. Bem vindo Sérgio Pitaki, paranaense de nascença, agora baiano de coração. Ildo (Soares) prometeu interna-lo com camisa de força. Mas de Presidente para Presidente; de Motociclista para Motociclista: Moto não é loucura; é estado de espírito: Sobramistas sobre duas rodas! Oxalá e boa Jornada!”

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2 SOBRAMES PARANÁ - GRALHA AZUL No 35- JUNHO - 2013

SARAU LITERO-MUSICAL SOBRAMES - BAHIA - 1o. Maio de 2013 “Dançando com Eros” - (http://www.slideshare.net/Pitaki/danando-com-eros-avany-maia) “Pouso da Palavra” - (http://www.slideshare.net/Pitaki/pouso-da-palavra-dagoberto-santanna)

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3 SOBRAMES PARANÁ - GRALHA AZUL No 35 - JUNHO - 2013

Hélio Germiniani - PR Hélio Moreira - GO

PEQUENA HOMENAGEM A UM ACADÊMICO

ABL ELEGE O SOCIÓLOGO E PROFESSOR FERNANDO HENRIQUE CARDOSO PARA A SUCESSÃO DO JORNALISTA JOÃO DE SCANTIMBURGO

O novo Acadêmico recebeu 34 dos 39 votos possíveis e foi eleito em primeiro escrutínio. João de Scantimburgo faleceu no dia 22 de março deste ano, em São Paulo. A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu dia 27 de junho, o novo ocupante da Cadeira nº 36, na sucessão do jornalista João de Scantimburgo, falecido no dia 22 de março deste ano, em São Paulo. O vencedor, com 34 votos, foi o sociólogo e professor Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República em dois mandados consecutivos (1995 a 1998 e 1999 a 2002). O eleito, imediatamente após o resultado, recebeu seus confrades e convidados na Fundação Eva Klabin, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. O novo Acadêmico recebeu 34 dos 39 votos possíveis. Votaram 24 Acadêmicos presentes e 14, por cartas. Houve uma abstenção. "Essa eleição é um ato de respeito da Academia Brasileira de Letras à inteligência brasileira. A grande obra de Fernando Henrique Cardoso de sociólogo e cientista dá ainda mais corpo à Academia", afirmou o ex-presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Villaça, logo depois da eleição, ainda no Petit Trianon. O NOVO ACADÊMICO Fernando Henrique Cardoso foi Presidente da República em dois mandatos sucessivos (1995-1998 e 1999 - 2002). Doutor em Sociologia e Professor Emérito da Universidade de São Paulo, a obra de Cardoso abrange os campos da sociologia, ciência política, economia e relações internacionais. Dentre outras instituições acadêmicas, foi professor nas universidades de Stanford, Berkeley e Brown, nos Estados Unidos, Cambridge, no Reino Unido, Paris-Nanterre, Collège de France e Maison des Sciences de L’Homme, na França, FLACSO e ILPES/CEPAL, em Santiago do Chile, bem como na Universidade do Chile. Ex-Presidente de Associação Internacional de Sociologia, é autor ou coautor de 23 livros e de mais de cem artigos acadêmicos. Seu livro Dependência e Desenvolvimento, publicado originalmente em espanhol em 1969, em coautoria com Enzo Falletto, é um marco nos estudos sobre a teoria do desenvolvimento, com dezenas de edições em 16 idiomas. Participante ativo dos movimentos pelo restabelecimento do Estado de Direito no Brasil, envolveu-se com a política no final dos anos 70. Foi Senador pelo estado de São Paulo, Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda, elegendo-se Presidente no primeiro turno da eleição de 1994. Sua trajetória como político foi consistente com sua vocação de intelectual comprometido com a defesa da liberdade, promoção da democracia e construção de uma ordem internacional mais justa. Ao término do mandato presidencial, Cardoso dedicou-se até hoje à promoção da paz, democracia e justiça em escala global. É membro do The Elders, grupo de dez líderes globais criado por Nelson Mandela para defender a paz e os direitos humanos. Seus livros mais recentes são O presidente e o sociólogo (1998), A arte da política (2006), The accidental president of Brazil (2006), Cartas a um Jovem Político (2008) e A soma e o resto: um olhar sobre a vida aos 80 anos (2011). Seu último livro é Pensadores que inventaram o Brasil. Recebeu inúmeras honrarias e condecorações, sendo de destacar, no Brasil, a Ordem do Mérito, e no exterior, a Grã Cruz da Legião de Honra da França, o grau de cavaleiro na Ordem de Bath, na Inglaterra, as várias distinções recebidas de Portugal (Grão Cruz da Ordem Militar da Torre e da Espada, além da Ordem da Liberdade) e da Espanha (Grã Cruz e Colar de Isabel, a Católica). Quase todos os países da América Latina, do mesmo modo, distinguiram-no no mais alto grauDentre os doutorados Honoris Causa que recebeu, contam-se os das Universidades de Bolonha, Salamanca, Cambridge, Oxford, London School of Economics e Lyon, na Europa, Rutgers e Brown, nos Estados Unidos, Quebec e London, no Canadá, bem como as Universidades do Chile e de Moscou. Em 2012 Cardoso foi agraciado com o Kluge Prize da U.S. Library of Congress for Lifetime Achievement in the Study of Humanity, a mais prestigiosa distinção na área das ciências humanas.

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EXPEDIENTE: Editor Responsável e Presidente Sobrames Paraná: Sérgio Pitaki ;Vice-Presidentes: Fahed Daher e Sonia Braga; Secretários: Paulo Maurício Piá de Adrade e Maurício Norberto Friedrich; Tesoureiros: Maria Fernanda Caboclo Ribeiro e Edival Perrini. contacto: [email protected] , fones:41-30131133; 41-99691233

SOBRAMES PARANÁ - GRALHA AZUL No 35 - JUNHO - 2013 4 4

INTER-RELAÇÃO EM ATENÇÃO À CRIANÇA HOSPITALIZADA

Eliane Martins Quadrelli Justi

Mestre em Educação - Professora no Curso de PedagogiaCentro Universitário Internacional UNINTER - Curitiba - Paranáe-mail: [email protected]

Pensar na criança hospitalizada nos dias atuais tendo como referência a vida como critério para a saúde amplia e redimensiona a responsabilidade das áreas da educação e da saúde em atenção às necessidades de cuidar e educar das crianças internadas em hospitais. Na busca de maior qualidade de vida em todas as esferas sociais, pessoais e espirituais, há de se transcorrer com dignidade o acesso à vida e à morte. Para Conceição (1994, p. 4), “é no contato direto, permanente e pessoal com o ambiente, da fecundação até a morte, que transcorre a vida”. Assim, entende-se por ambiente um espaço físico e social constituído para favorecer o desenvolvimento da vida em toda a sua diversidade. Portanto, ao lançarmos um olhar sobre a ação pedagógica desenvolvida no ambiente hospitalar, observamos que não há um ambiente para educar e outro ambiente para tratar a saúde: há um ambiente a favor da A experiência vivenciada na Pediatria de Queimados junto ao leito da criança hospitalizada e relatada no livro “Pedagogia e escolarização no hospital” (JUSTI; FONSECA; SOUZA, 2011), mostrou que a relação entre as áreas da Saúde e da Educação está condicionada a uma série de implicações: de um lado, à especificidade da prática pedagógica e, de outro, às condições e particularidades do ambiente hospitalar. Ou seja, em alguns dias, não é possível a prática da aula; em outros, a aula acontece de acordo com a demanda da criança e, ainda, há dias em que a aula se desenvolve de acordo com o esperado. Contudo, os resultados obtidos na ação pedagógica no ambiente hospitalar estimulam a efetivação da prática educativa em Pediatria. Valendo-nos de uma observação metafórica, comparamos a força do trabalho pedagógico à força de uma alavanca, cuja função está em fazer emergir forças para a retomada da vida na hospitalização infantil. Para que isso ocorra, entretanto, evidenciamos a necessidade de se estabelecer uma ação conjunta de atenção integral entre as escolas – do hospital e de origem do escolar, bem como com a sua família. Nos momentos em que essa inter-relação é rompida o processo educativo é automaticamente prejudicado. Nessa perspectiva inter-relacional em atenção à saúde na hospitalização infantil, sentimos a importância da ação interdisciplinar. Conforme afirma Barros (1999, p. 87), “a tônica do trabalho desenvolvido no hospital está pautada na atuação interdisciplinar de uma equipe de profissionais que, conjuntamente ou em momentos individualizados, atende o paciente”. O trabalho desenvolvido na instituição hospitalar é multiprofissional; portanto, o agir interdisciplinar nesse ambiente propicia com maior facilidade os canais de acesso necessários para o efetivo diálogo entre os profissionais envolvidos no tratamento da saúde humana. Assim, buscamos nessas poucas linhas acenar e fortalecer a voz da criança hospitalizada que espera – ‘im-paciente’ – as garantias do exercício pleno dos seus direitos a educar-se simultâneo ao tratamento da sua saúde. Para tanto, se faz necessário a união das vozes de trabalho a fim “de instar as autoridades federais, estaduais e municipais a se comprometerem na implementação de políticas públicas”, conforme destaca a Carta de Belém (2012).

REFERÊNCIAS:BARROS, A. S. A prática pedagógica em uma enfermaria pediátrica: contribuições da classe hospitalar à inclusão desse alunado. Revista Brasileira de Educação. São Paulo, n. 12, p. 84-93, set./nov. 1999.BELEM – Carta redigida no 7° Encontro nacional de Atendimento Escolar Hospitalar & 1° Seminário de Educação popular e Saúde – Belém, 2012.CONCEIÇÃO, José A.Nigro-coordenador. Saúde Escolar: a criança, a vida, e a escola. São Paulo: Savier, 1994. (Monografias médicas. Série pediatria; v.33).JUSTI, Eliane Martins Q.(Org.); FONSECA, Eneida; SOUZA, Luciane do Rocio S. Pedagogia e escolarização no hospital. Curitiba: Ibpex, 2011 – (Série Dimensões da Educação).