Reunião do Programa de Cooperação na Pesquisa em Aids e Hepatites Virais
Boletim Epidemiológico HIV/Aids Pinhais 2016 Página 1 · Municipal de DST/AIDS/Hepatites Virais....
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Boletim Epidemiológico HIV/Aids – Pinhais 2016 Página 2
Ano1 – N 1 Dezembro de 2016 Prefeitura Municipal de Pinhais Prefeito: Luiz Goulart Alves Secretária Municipal de Saúde Adriane da Silva Jorge Carvalho Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Vanessa Loyola Fontoura Gerência de Infectologia e Vigilância Epidemiológica Dielli Cristine Bondan dos Reis Seção de Monitoramento e Análise Epidemiológica Karolyne Gaio Ribeiro Seção de Diagnóstico e Tratamento Infectoparasitário Viviane Rolim Madeira Seção de Prevenção de Agravos e Violências Roselene Martins Silva Seção de Logística de Insumos de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento Iria Aparecida Noli
Equipe:
Adilson José de Barros (Téc. em Enfermagem) Alair Josiane de Santana (Téc. em Enfermagem) Ana Elisa Zoldan (Enfermeira) Ignácio Alejandro Borges Cuevas (Médico) Janaina K. de S. Dziurkoski Casero (Téc. em Enfermagem) Marlete Terumi Honjo Maruyama (Téc. em Enfermagem) Simone Mateus Barboza (Téc. em Enfermagem) Siomara Da Silva Saddock de Sá (Enfermeira) Sonia Maria Pereira (Farmacêutica)
Elaboração: Textos: Dielli Cristine Bondan dos Reis Figuras e Tabelas: Karolyne Gaio Ribeiro
Boletim Epidemiológico: Pinhais – SEMSA-DEVIS-GEIVE / Secretaria Municipal de Saúde de Pinhais. Departamento de Vigilância em Saúde. Gerência de Infectologia e Vigilância Epidemiológica. Coordenação Municipal de DST/AIDS/Hepatites Virais. Pinhais, Secretaria Municipal de Saúde, 2016.
Boletim Epidemiológico HIV/Aids – Pinhais 2016 Página 3
Índice
HIV/Aids em Pinhais- 15 anos de história .............................................. 04
Introdução.................................................................................................. 06
HIV em Gestantes.................................................................................... 08
Aids............................................................................................................ 09
Aids - menores de 05 anos...................................................................... 12
Mortalidade por Aids................................................................................. 13
Aids por Unidade de Saúde..................................................................... 14
Tabelas e figuras....................................................................................... 15
Tabela 1 - Gestantes infectadas pelo HIV .................................................................. 16
Tabela 2 - Taxa de detecção de casos de AIDS ........................................................ 16
Tabela 3 - Casos de AIDS por ano de diagnóstico.................................................... 17
Tabela 4 - Casos de AIDS segundo categoria de exposição .................................. 17
Figura 1 – Taxa de detecção em menores de 5 anos ................................................ 18
Tabela 5 - Número de óbitos por HIV segundo sexo.................................................. 18
Tabela 6 - Número de óbitos por HIV segundo faixa etária........................................ 19
Figura 2 – Número de casos de AIDS por bairro........................................................ 19
Figura 3 – Taxa de detecção de AIDS por Unidade de Saúde ................................ 20
Figura 4 – Número de casos de HIV por Unidade de Saúde ................................... 20
Figura 5 – Taxa de detecção de HIV por Unidade de Saúde ................................... 21
Tabela 07 – Número de casos AIDS e HIV por taxa de detecção ............................ 21
Considerações Finais............................................................................... 22
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HIV/AIDS em Pinhais- 15 anos de história
O ser humano moderno teve a sua grande epidemia: a infecção pelo
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Iniciou-se no século 20 e se
estendeu pelo século 21. Uma epidemia que veio não só para destruir, mas
também para construir. Uma epidemia que exacerbou preconceitos e propiciou
solidariedade. Quem provou não ter preconceitos foi verdadeiramente o vírus.
O HIV não distinguiu classe social, gênero, nem idade. Em um primeiro
momento, somente a solidariedade foi o instrumento de combate à catástrofe.
Aos poucos, a ciência ofereceu a sua grande contribuição adentrando na
história para combater este grande mal. A ciência progride a passos largos
durante as guerras. A batalha contra o HIV, uma verdadeira guerra, não foi
uma exceção e propiciou os maiores avanços recentes da medicina e da
ciência.
Há 15 anos, o ambulatório de infectologia de Pinhais começava
timidamente o atendimento de pessoas soropositivas. Localizado num corredor
afastado dentro do Posto de Saúde Tarumã, Dr. Ignácio Cuevas, médico clínico
geral da unidade de saúde, já tinha experiência no atendimento da Aids
(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), e começou a atender os pacientes
soropositivos.
O serviço ainda era desconhecido pela grande maioria, funcionários do
serviço de saúde e população, porém a demanda foi aumentando
gradativamente, surgindo a necessidade de um novo espaço.
Em 2003, o serviço ganhou um espaço destinado ao Programa
Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, um imóvel
alugado, situado na Rua 11 de Junho, 277 no Bairro Estância Pinhais. O
serviço foi cadastrado como CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) e o
município passou a receber o recurso específico para o programa do governo
federal. A utilização e monitoramento do recurso visava a ampliação de ações
de prevenção e melhoria da qualidade do atendimento aos portadores de
DST/Aids.
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As ações desenvolvidas eram as mais diversas. O serviço como um todo
foi se adequando as novas demandas que surgiam, naquela época os exames
para diagnóstico do HIV, sífilis e hepatites virais eram realizados em apenas
três dias da semana e em horários agendados. Os usuários tinham cota para
retirada de preservativos, em média 12 unidades no mês.
Com o passar dos anos, muitos avanços foram conquistados, a
distribuição em livre demanda do preservativo, as opções de tratamento, o
acesso aos exames de acompanhamento sorológico. Em 2008, a introdução
da testagem rápida do HIV, sífilis e hepatites virais, possibilitou o acesso rápido
ao diagnóstico.
Em 2011 o CTA passou a atender também os pacientes com diagnóstico
de hanseníase e ser referência secundária no atendimento da tuberculose.
Anteriormente esse atendimento era realizado pela Vigilância Epidemiológica,
pelo Dr. Paulo França.
Em 2013 inaugurou o Centro de Controle de Agravos Dr. Germano
Trapple (CCA), imóvel próprio, amplo e adequado ao atendimento da demanda
em infectologia do município, localizado na Rua Quinze de Novembro, 92, no
Bairro Estância Pinhais.
Em fevereiro de 2015, inaugurou no CCA a Unidade Dispensadora de
Medicamentos (UDM), facilitando o acesso aos medicamentos antirretrovirais
aos moradores de Pinhais.
A demanda pelo serviço cresceu gradativamente e o município mantém
altas taxas de detecção do HIV e da aids, o que poderá ser observado nesse
boletim epidemiológico.
Atualmente o CCA é referência no acompanhamento e diagnóstico de
doenças infectoparasitárias de interesse epidemiológico. Para facilitar o
monitoramento e controle dos casos, em 2016, as atividades do CCA foram
unificadas ao serviço de epidemiologia.
No tempo, a história e a ciência se entrelaçam, e assim, a história vai
sendo construída, entendendo o passado poderemos construir o futuro.
Dielli C. Bondan dos Reis – Enfermeira
Ignácio A. Borges Cuevas – Médico
Viviane Rolim Madeira – Téc. De Enfermagem
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Introdução
O Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2016, elaborado pela Gerência de
Infectologia e Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em
Saúde, tem como objetivo contribuir para o monitoramento dos casos de HIV e
aids no município de Pinhais. As análises apresentadas permitem identificar
mudanças no perfil clínico epidemiológico do HIV/Aids, subsidiando os
Gestores e Coordenadores de Unidades de Estratégia de Saúde da Família
para tomadas de decisões baseadas em evidências e possibilitando
adequações no planejamento das ações de controle desse agravo.
Nesta primeira edição, para trabalharmos com dados mais completos,
optamos por utilizar o instrumento de pesquisa disponibilizado pelo
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde, o qual apresenta os indicadores e dados
básicos de HIV/Aids dos municípios brasileiros, com cruzamento de
informações do SINAN (Sistema de informação de agravos de notificação) ,
SIM (Sistema de informação sobre mortalidade), SISCEL (Sistema de controle
de exames laboratoriais CD4 e CV) e SICLOM (Sistema de controle logístico
de medicamentos antirretrovirais). Os dados estão disponíveis em
http://svs.aids.gov.br/aids/. Atualmente, o banco de dados do município tem
acesso apenas ao SINAN e SIM.
No presente Boletim, podemos observar a evolução da epidemia de aids
no município de Pinhais desde o ano de 1980. Diferentemente, dos dados
nacionais que comemoram pela primeira vez em sete anos, uma taxa de
detecção por 100.000 habitantes para menos de 20 casos, o município de
Pinhais mantém taxa de detecção bem acima da média nacional, com taxa de
detecção em 2014 de 35,8 casos/100.000 hab.
O Brasil assumiu o compromisso da meta 90/90/90 até 2020: 90% de
pessoas vivendo com HIV/AIDS com conhecimento do seu estado sorológico;
90% das pessoas HIV+ em tratamento; 90% das pessoas em tratamento com
carga viral indetectável. O município de Pinhais está engajado na luta para o
cumprimento da meta: com a descentralização da testagem rápida do HIV para
todas as Unidades de Estratégia Saúde da Família (UESF) visando o
diagnóstico precoce; com a implantação da Unidade Dispensadora de
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Medicamentos (UDM) para facilitar o acesso aos medicamentos antirretrovirais
e em consequência melhorar a adesão ao tratamento.
A notificação do HIV foi incorporada na Portaria GM/MS nº 1.271, de 6
de junho de 2014, durante os primeiros cinco anos, o Ministério da Saúde
optou por utilizar as notificações dos casos de HIV apenas para o
monitoramento da implementação de uma melhor vigilância da infecção e não
para análise epidemiológica. Nesse Boletim Epidemiológico, apresentamos os
dados de notificações de HIV no ano de 2015 por Unidade de Saúde para
conhecimento e análise do agravo por localidade.
Faz-se importante destacar que dentre os casos notificados em Pinhais
encontram-se os casos do Complexo Médico Penal, localizado no Bairro
Canguiri, que correspondem a cerca de 19% do total de casos de aids,
estimativa realizada com base no ano de 2015 do SINAN, visto que as tabelas
do Ministério da Saúde não permitem a diferenciação.
Os dados epidemiológicos do Brasil e do estado do Paraná, foram
retirados do Boletim Epidemiológico - Aids e DST do Ministério da Saúde do
ano 2015.
Esperamos que a leitura atenta do Boletim, a análise de seus dados,
tabelas e sua plena utilização sirvam de instrumento para aprimorar a resposta
municipal à epidemia de HIV/Aids.
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HIV em Gestantes
No Brasil, desde 2000 até junho de 2015, foram notificadas 92.210
gestantes infectadas com o HIV, a maioria destas residentes na região Sudeste
(40,5%), seguida pelas regiões Sul (30,8%), Nordeste (15,8%), Norte (7,1%) e
Centro-Oeste (5,7%).
A taxa de detecção de gestantes com HIV no Brasil vem apresentando
tendência de aumento nos últimos dez anos; em 2005, a taxa observada foi de
2,0 casos para cada mil nascidos vivos, a qual passou para 2,6 em 2014,
indicando um aumento de 30,0%. Em 2014, a região Sul apresentou a maior
taxa de detecção entre as regiões, sendo aproximadamente 2,1 vezes maior
que a taxa do Brasil. As maiores taxas do estado foram observadas no Rio
Grande do Sul (8,8 casos/ 1000 nascidos vivos), seguido de Santa Catarina
(5,8 casos/ 1000 nascidos vivos).
O estado do Paraná, do ano 2000 a junho de 2015, registrou 5180
notificações de HIV em gestantes. Em 2005 a taxa de detecção do estado foi
de 2,2 casos para cada mil nascidos vivos, a taxa apresentou sutil aumento no
transcorrer dos anos, apresentando em 2014 um total de 2,5 casos/1000
nascidos vivos.
O município de Pinhais, como pode ser observado na Tabela 01,
apresenta taxa de detecção de HIV em gestantes acima da média nacional e
estadual, com importantes oscilações durante os anos. A maior taxa foi
observada em 2008 com 11,4 casos para cada mil nascidos vivos, em 2012 a
taxa ficou em 5,5 e importante queda em 2014 com 2,8 casos/1000 nascidos
vivos.
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AIDS
Desde o início da epidemia de aids no Brasil, até junho de 2015, foram
registrados no país 798.366 casos de aids, sendo 615.022 (77,0%) notificados
no SINAN, 45.306 (5,7%) e 138.038 (17,3%) no SIM e SISCEL/SICLOM,
respectivamente, identificados pelo relacionamento probabilístico dos dados
como subnotificação do SINAN.
Nos primeiros quinze anos da epidemia houve 83.551 casos, com
concentração mais acentuada nas capitais do Sul e do Sudeste e em alguns
municípios do estado de São Paulo. No período de 1995 a 2004, foram
registrados 304.631 casos, verificando-se expansão da concentração dos
casos, principalmente, nas capitais da região Nordeste e Centro Oeste e duas
capitais do Norte. Por sua vez, no período de 2005 a junho de 2015, foram
registrados 410.101 casos, observando-se que a distribuição proporcional dos
casos de aids do Brasil, segundo região, mostra uma concentração dos casos
nas regiões Sudeste e Sul, correspondendo cada qual a 53,8% e 20,0% do
total de casos identificados de 1980 até junho de 2015; as regiões Nordeste,
Centro-Oeste e Norte correspondem a 14,6%, 5,9% e 5,7% do total dos casos,
respectivamente.
Nos últimos cinco anos, o Brasil tem registrado anualmente, uma média
de 40,6 mil casos de aids. A taxa de detecção de aids no Brasil tem
apresentado estabilização nos últimos dez anos, com uma média de 20,5
casos para cada 100 mil habitantes. Observa-se estabilização da taxa na
região Sul, com uma média de 31,1 casos para cada 100 mil habitantes.
Na região sul, as maiores taxas de detecção de aids são observadas nos
estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O estado do Paraná apresenta
taxa de detecção abaixo da média nacional, em 2005 apresentou 17,4
casos/100.000 habitantes e em 2014 18,5 casos/100.000 hab.
No município de Pinhais as maiores taxas foram observadas nos anos
de 2004 (62,2), 2005 (49,1), 2008 (59,8) e 2009 com 49,0 casos/100.000 hab.
(Tabela 2). Enquanto o Brasil comemora taxa de detecção de 19,7
casos/100.000 habitantes em 2014, Pinhais registrou no mesmo ano taxa de
35,8 casos/100.000 hab.
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Foram registrados no Brasil, desde 1980 até junho de 2015, 519.183
(65,0%) casos de aids em homens e 278.960 (35,0%) em mulheres. No
período de 1980 até 2003, observou-se um aumento na participação das
mulheres nos casos de aids. No período de 2004 a 2008, a razão de sexos,
expressa pela relação entre o número de casos de aids em homens e
mulheres, mantém-se em 15 casos em homens para cada 10 casos em
mulheres. No entanto, a partir de 2009, observa-se uma redução nos casos de
aids em mulheres e aumento nos casos em homens, refletindo na razão de
sexos, que passou a ser de 19 casos de aids em homens para cada 10 casos
em mulheres em 2014. Na região Sul há uma participação maior das mulheres
nos casos de aids, sendo a razão de sexos de 16 homens para cada 10
mulheres.
Em Pinhais, como pode-se observar na Tabela 3, a distribuição dos
casos de aids por sexo apresenta importante participação do sexo feminino,
sendo responsável por 30% do total dos casos notificados. Em 2013 chegou a
43% dos casos registrados.
A maior concentração dos casos de aids no Brasil está nos indivíduos
com idade entre 25 e 39 anos para ambos os sexos; entre os homens, essa
faixa etária corresponde a 53,6% e, entre as mulheres, 49,8% do total de casos
de 1980 a junho de 2015. Entre os homens, observa-se um aumento da taxa
de detecção principalmente entre aqueles com 15 a 19 anos, 20 a 24 anos e 60
anos ou mais nos últimos dez anos. Destaca-se o aumento em jovens de 15 a
24 anos, sendo que de 2005 para 2014 a taxa entre aqueles com 15 a 19 anos
mais que triplicou (de 2,1 para 6,7 casos por 100 mil habitantes) e entre os de
20 a 24, quase dobrou (de 16,0 para 30,3 casos por 100 mil habitantes).
Com relação a faixa etária, o município de Pinhais segue o padrão
nacional, com especial atenção para a faixa etária de 15 a 24 anos, que
apresenta aumento considerável dos casos no decorrer dos anos, atingindo
18% do total de casos em 2015 (Tabela 3)
No Brasil, a categoria de exposição entre os indivíduos com 13 anos ou
mais de idade, a principal via de transmissão é a sexual, tanto entre os homens
quanto entre as mulheres; em 2014, essa categoria correspondeu a 95,4%
entre os homens e 97,1% entre as mulheres. Entre os homens, observa-se um
predomínio da categoria de exposição heterossexual, porém uma tendência de
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aumento na proporção de casos em Homens que fazem sexo com Homens
(HSH) nos últimos dez anos, a qual passou de 34,9% em 2005 para 44,9% em
2014. A proporção de casos em usuários de drogas injetáveis (UDI) vem
diminuindo ao longo dos anos em todo o país.
A Tabela 4 apresenta os casos de aids notificados no SINAN no
município de Pinhais por categoria de exposição. A maioria dos casos foram
registrados como exposição heterossexual, seguido das notificações em UDI
que foram bastante significativas até o ano de 2007 e declinando nos anos
seguintes. A categoria HSH representa um percentual importante dos casos,
com tendência de aumento no passar dos anos.
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AIDS - Menores de 05 anos
A taxa de detecção de aids em menores de cinco anos tem sido utilizada
para monitoramento da transmissão vertical do HIV. Tem-se observado uma
tendência de queda para o Brasil, que foi de 33,3% nos últimos dez anos.
Desde o início da epidemia de aids, (1980), o Brasil registrou 15.988
casos em menores de 05 anos de idade. A taxa de detecção em 2005 foi de
4,5 casos/100.000 habitantes e em 2014 de 2,8 casos/100.000 hab.
O estado do Paraná mantém taxas de detecção abaixo da média
nacional, registrou no mesmo período 847 casos, a taxa de detecção em 2005
foi 3,1 casos/100.000 habitantes e em 2014 1,8 casos/ 100.000 hab.
O município de Pinhais, registra casos esporádicos de aids em menores
de 05 anos, como pode ser observado a Tabela 03. Em 2005 apresentou taxa
de detecção de 2,49 casos/100.000 habitantes e em 2014 uma redução
expressiva para 0,79 casos/100.000 hab.
No Brasil, a categoria de exposição entre os indivíduos menores de 13
anos, a quase totalidade dos casos teve como via de infecção a transmissão
vertical. Perfil que se mantém no estado do Paraná e no município de Pinhais
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Mortalidade por Aids
No Brasil, desde o início da epidemia de aids (1980) até dezembro de
2014 foram identificados 290.929 óbitos tendo como causa básica aids (CID10:
B20 a B24), sendo a maioria na região Sudeste (61,0%), seguida do Sul
(17,4%), Nordeste (12,3%), Centro-Oeste (5,0%) e Norte (4,2%). Observa-se
uma queda nos últimos dez anos para o Brasil; passou-se de 6,0 óbitos a cada
100 mil habitantes em 2005 para 5,7 em 2014, o que representa uma queda de
5,0%. No entanto, essa redução não é observada em todas as regiões do país;
apenas as regiões Sudeste e Sul apresentam tendências de queda, sendo que
a região Sul teve redução de 10,6% e no Sudeste essa redução foi mais
acentuada, de 19,7%. Nas demais regiões a tendência é de crescimento nos
últimos dez anos.
O estado do Paraná registrou 11.744 óbitos tendo como causa básica
aids desde o início da epidemia na década de 80. Em 2005 apresentou 520
óbitos, 2014 foram 632 óbitos, um aumento de cerca de 20% em uma década.
Do total de óbitos por aids registrados no Brasil, 206.991 (71,2%)
ocorreram entre homens e 83.820 (28,8%) entre mulheres. No geral, os
coeficientes de mortalidade entre menores de 14 anos apresentam tendência
de queda nos últimos dez anos.
De 1999 a 2015, o município de Pinhais registrou 202 óbitos com causa
básica relacionados ao HIV, 74% (n=149) no sexo masculino (Tabela 5). Do
total de casos, 99% (n=200) ocorreram em pessoas com 13 anos de idade ou
mais. (Tabela 6).
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Aids por Unidade de Saúde Visando melhor elucidar o perfil epidemiológico por localidade no
município de Pinhais, coletamos os dados do SINAN relacionados às
notificações de aids e HIV por unidade de saúde. Dentre os dados, retiramos
os casos notificados no Complexo Médico Penal que totalizaram 52
notificações de aids e 70 notificações de HIV na série histórica de 2000 a 2015.
Ao analisarmos a Figura 2, observamos que o maior número de casos
de aids foram notificados no bairro Weissópolis, seguido do bairro Maria
Antonieta e Vargem Grande.
Ao calcularmos a taxa de detecção dos casos de aids, levamos em
consideração a população da área de abrangência de cada unidade de saúde.
A maior taxa de detecção de aids em 2015 foi observada na Unidade de Saúde
Tarumã com 108,08 casos/100.000 habitantes, seguido da Unidade de Saúde
Maria Antonieta com 75,52 casos/100.000 habitantes. Dentre as localidades,
apenas as Unidades de Saúde Perdizes e Tebas apresentam taxa de detecção
abaixo da média nacional (Figura 3).
A Figura 4 apresenta o número de casos de HIV notificados por unidade
de Saúde na série histórica de 2000 a 2015, com destaque para as Unidades
de Saúde Weissópolis, Maria Antonieta e Vargem Grande com o maior número
de casos.
Para cálculo da taxa de detecção do HIV, utilizamos os dados do ano
2015. A Unidade de Saúde Tarumã apresenta a maior taxa de detecção do
município com 148,61 casos/100.000 hab.
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Tabela 1 - Gestantes infectadas pelo HIV (casos e taxa de detecção por 1.000 nascidos vivos) por ano do parto
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
HIV em gestantes 4 8 9 7 6 22 4 8 9 11 7 6 9
Taxa de detecção em gestantes
2,1 4,1 4,4 3,5 3,4 11,4 2,2 4,2 4,7 5,5 3,5 2,8 4,1
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais
Notas: (1) Casos notificados no SINAN até 30/06/2015; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos; (3) Utilizados nascidos vivos no ano de 2013 para o cálculo da
taxa de 2014.
Tabela 2 - Taxa de detecção (por 100.000 hab.) de casos de AIDS notificados no SINAN, declarados no SIM e registrados no SISCEL / SICLOM, por ano de diagnóstico.
Taxa de Detecção 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Geral 66,4 62,2 49,1 42,2 39,6 59,8 49,0 43,6 43,1 41,0 24,1 35,8 22,0
Homens 101,8 99,4 67,4 64,1 54,7 78,3 60,2 61,6 60,9 55,2 29,3 53,5 11,8
Mulheres 31,9 25,9 31,2 20,8 24,9 40,3 36,5 26,6 26,3 27,7 21,2 22,8 9,4
Menores de 05 anos 0,0 0,0 24,9 0,0 0,0 10,9 11,3 0,0 11,7 11,6 0,0 11,6 0,0
Entre 15 e 24 anos 56,8 51,2 28,4 27,7 17,2 46,9 32,7 28,8 38,0 23,6 9,4 18,9 3,9
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais
Notas: (1) SICLOM utilizado para validação dos dados do SISCEL; (2) SINAN de 1980 até junho/2015, SISCEL de 2000 a junho/2015 e SIM de 2000 a 2014; (3) Dados
preliminares para os últimos 5 anos.
Boletim Epidemiológico HIV/Aids – Pinhais 2016 Página 17
Tabela 3 - Casos de AIDS notificados no SINAN, declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM por ano de diagnóstico
Casos de AIDS 1980-2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Total 256 74 71 59 52 50 70 58 51 51 49 30 45 28 944
Homens 194 56 56 40 39 34 45 35 35 35 32 17 31 15 664
Mulheres 62 18 15 19 13 16 24 22 16 16 17 13 14 12 277
Menores de 5 anos 1 0 0 3 0 0 1 1 0 1 1 0 1 0 9
Entre 15 e 24 anos 39 13 12 7 7 4 10 7 6 8 5 2 4 5 129
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais
Notas: (1) SICLOM utilizado para validação dos dados do SISCEL; (2) SINAN de 1980 até junho/2015, SISCEL de 2000 a junho/2015 e SIM de 2000 a 2014; (3) Dados preliminares para os últimos 5
anos.
Tabela 4 - Casos de AIDS notificados no SINAN em indivíduos do sexo masculino com 13 anos de idade ou mais, segundo categoria de exposição hierarquizada, por ano de diagnóstico
Categoria de exposição
1980-2002
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
HSH 23 6 5 2 3 3 4 0 1 8 3 3 4 1 66
Heterossexual 66 15 21 13 5 9 10 10 9 6 7 8 0 0 179
UDI 55 5 5 2 6 8 2 0 2 1 2 0 2 0 90
Hemofílico 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Transfusão 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Transmissão vertical 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Ignorado 11 0 3 2 4 2 3 6 3 0 1 1 4 0 40
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais
Notas: (1) Casos notificados no SINAN até 30/06/2015; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.
Boletim Epidemiológico HIV/Aids – Pinhais 2016 Página 18
Figura 1 – Taxa de detecção em menores de 5 anos (por 100.000 hab.)
Tabela 5 - Número de óbitos por HIV (CID B20, B21, B22, B23 e B24) segundo sexo. Pinhais, 1999 a 2015.
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Masculino 5 8 8 11 10 10 8 13 5 12 12 7 3 7 9 15 6 149
Feminino 1 2 2 2 4 3 3 3 6 4 2 5 4 5 0 2 5 53
Total 6 10 10 13 14 13 11 16 11 16 14 12 7 12 9 17 11 202 Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / TABNET
Boletim Epidemiológico HIV/Aids – Pinhais 2016 Página 19
Tabela 6 - Número de óbitos por HIV (CID B20, B21, B22, B23 e B24) segundo faixa etária. Pinhais, 1999 a 2015.
Faixa Etária
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
< 13 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 2
> 13 anos 6 10 10 13 14 13 11 16 11 15 14 12 7 12 8 17 11 200
TOTAL 6 10 10 13 14 13 11 16 11 16 14 12 7 12 9 17 11 202
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / TABNET
Figura 2 – Número de casos de AIDS por Unidade de Saúde e série histórica. Pinhais, 2005 a 2015.
Fonte: SINAN / TABWIN.
*Dados preliminares.
14 15
32
1418 19
2427
22
36
5
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Figura 3 – Taxa de detecção nos casos de AIDS segundo Unidade de Saúde por 100.000 hab. Pinhais, 2015.
Fonte: SINAN / TABWIN.
*Dados preliminares.
Figura 4 – Número de casos de HIV por Unidade de Saúde e série histórica. Pinhais, 2000 a 2015.
Fonte: SINAN / TABWIN.
*Dados preliminares.
31,49 35,16
75,52
9,96
36,31
108,08
19,38
64,06
38,9750,51
ANA NERI ESPLANADA MARIA ANTONIETA
PERDIZES PERNETA TARUMA TEBAS VARGEM GRANDE
VILA AMELIA WEISSOPOLIS
14 15
32
1418 19
2427
22
36
5
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Figura 5 – Taxa de detecção nos casos de HIV segundo Unidade de Saúde por 100.000 hab. Pinhais, 2015*.
Fonte: SINAN / TABWIN.
*Dados preliminares.
Tabela 07 – Número de casos AIDS e HIV por taxa de detecção, segundo Unidade de Saúde. Pinhais, 2015.
Unidade de Saúde
AIDS HIV População por
Unidade de Saúde Nº Taxa de Detecção Nº Taxa de Detecção
ANA NERI 3 31,49 5 52,49 9.526
ESPLANADA 4 35,16 3 26,37 11.376
MARIA ANTONIETA 8 75,52 4 36,26 11.032
PERDIZES 1 9,96 6 59,75 10.042
PERNETA 4 36,31 7 63,54 11.017
TARUMA 8 108,08 11 148,61 7.402
TEBAS 2 19,38 3 29,06 10.322
VARGEM GRANDE 8 64,06 9 72,07 12.488
VILA AMELIA 7 38,97 5 27,83 17.963
WEISSÓPOLIS 8 50,51 6 37,88 15.840
TOTAL 53 45,3 59 50,42 117.008
Fonte: SINAN / TABWIN. *Dados preliminares.
52,49
26,3736,26
59,75 63,54
148,61
29,06
72,07
27,8337,88
ANA NERI ESPLANADA MARIA ANTONIETA
PERDIZES PERNETA TARUMA TEBAS VARGEM GRANDE
VILA AMELIA WEISSOPOLIS
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Considerações Finais
Em Pinhais, as ações desenvolvidas nos últimos 15 anos produziram grandes resultados
frente a epidemia de HIV/Aids, porém muitos desafios devem ser enfrentados.
O município disponibiliza o atendimento especializado, a distribuição dos medicamentos
antirretrovirais e a coleta dos exames de acompanhamento sorológico no CCA, o que facilita a
adesão ao tratamento, em consequência a estabilização dos casos e redução de
complicações.
A taxa de detecção de aids em menores de 05 anos nos mostra que mesmo diante de
uma alta taxa de detecção de HIV em gestantes, as medidas de profilaxia são instituídas
durante o pré-natal e garantimos a redução da transmissão vertical do HIV.
A descentralização da testagem rápida para as Unidades de Estratégia de Saúde da
Família possibilita o diagnóstico precoce, a maioria das equipes já estão engajadas na causa, e
todas possuem profissionais capacitados e os insumos disponíveis.
A distribuição em livre demanda do preservativo nos mostra que não basta apenas
fornecer, que as campanhas de orientação devem acontecer de forma rotineira, não podendo a
prevenção cair no esquecimento e a aids ser tratada como tema distante.
Atualmente, trabalhamos com a prevenção positiva, que visa identificar os portadores de
HIV/Aids, para que estes iniciem o tratamento precocemente, reduzindo a carga viral reduz-se
também o índice de transmissão.
Muitos projetos são desenvolvidos pela equipe do Programa Municipal de DST/Aids, que
incluem ações com populações vulneráveis, adolescentes e jovens, profissionais de empresas
e população em geral.
O que mais nos preocupa é a taxa de detecção do HIV/Aids que difere em muito da
média nacional e da realidade do estado do Paraná. Os casos crescentes em jovens, HSH e a
representação feminina frente aos casos também são significativos.
Os desafios são grandes, mas a Secretaria Municipal de Saúde de Pinhais está
preparada para desenvolver ações, visando reduzir estes indicadores e em consequência
colaborar para a melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids.