Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento...

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Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 197 Rio de Janeiro, RJ 2009 ISSN 1678-0892 Dezembro, 2009 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pequisa de Solos Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Distribuição do Mg 2+ , Ca 2+ e Al 3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório Talita Santtana Matos André Oliveira Cirqueira Amanda Araújo de França Luís Felipe Mesquita Lorena Abdalla de Oliveira Prata Guimarães Guilherme Kangussú Donagemma José Carlos Polidoro Fabiano de Carvalho Balieiro Vinícius de Melo Benites Cláudio Couto Andrade

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Boletim de Pesquisae Desenvolvimento 197

Rio de Janeiro, RJ

2009

ISSN 1678-0892

Dezembro, 2009

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Centro Nacional de Pequisa de Solos

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Distribuição do Mg2+, Ca2+eAl3+ em solos adicionados deóxido de magnésio emcondições de laboratório

Talita Santtana Matos

André Oliveira Cirqueira

Amanda Araújo de França

Luís Felipe Mesquita

Lorena Abdalla de Oliveira Prata Guimarães

Guilherme Kangussú Donagemma

José Carlos Polidoro

Fabiano de Carvalho Balieiro

Vinícius de Melo Benites

Cláudio Couto Andrade

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Sá Rodrigues da Silva.

Supervisor editorial: Jacqueline Silva Rezende Mattos

Revisor de Português: André Luiz da Silva Lopes

Normalização bibliográfica: Ricardo Arcanjo de Lima

Editoração eletrônica: Felipe Ferreira Lisboa Luz

1a edição

1a impressão (2009): online

Todos os direitos reservados.

A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, cons-titui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

© Embrapa 2009

M425d Matos, Talita Santtana.

Distribuição do Mg²+, Ca²+ e Al³ em solos adicionados de óxido de magnésio em

condições de laboratório / Talita Santtana Matos ... [et al.]. -- Dados eletrônicos. -- Rio de

Janeiro : Embrapa Solos, 2009.

35 p. - (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento / Embrapa Solos, ISSN 1678-0892 ;

197).

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Modo de acesso: < http://www.cnps.embrapa.br/publicacoes>.

Título da página da Web (acesso em 21 dez. 2009).

1. Movimentação de nutrientes. 2. Corretivo de solo. 3. Coluna de solo. I. Cirqueira, André

Oliveira. II. França, Amanda Araújo de. III. Mesquita, Luís Felipe. IV. Guimarães, Lorena Abdalla

de Oliveira Prata. V. Donagemma, Guilherme Kangussú. VI. Polidoro, José Carlos. VII. Balieiro,

Fabiano de Carvalho. VIII. Benites, Vinícius de Melo. IX. Andrade, Cláudio Couto. X. Título. XI.

Série.

CDD (21.ed.) 631.41

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Sumário

Resumo ..................................................................... 5

Abstract .................................................................... 7

Introdução ................................................................. 9

Material e Métodos ................................................... 11

Resultados e Discussão ............................................. 14

Distribuição dos nutrientes ao longo da coluna ............................... 14Perdas de magnésio, cálcio e alumínio no lixiviado .......................... 25

Considerações Finais ................................................. 33

Referências .............................................................. 33

Agradecimentos ....................................................... 35

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Distribuição do Mg2+, Ca2+eAl3+ em solos adicionados deóxido de magnésio emcondições de laboratório

Talita Santtana Matos1

André Oliveira Cirqueira2

Amanda Araújo de França3

Luís Felipe Mesquita4

Lorena Abdalla de Oliveira Prata Guimarães5

Guilherme Kangussú Donagemma6

José Carlos Polidoro6

Fabiano de Carvalho Balieiro6

Vinícius de Melo Benites6

Cláudio Couto Andrade7

Resumo

O estudo da movimentação de nutrientes no solo é fundamental para nortear

a correção do solo, objetivando favorecer maiores produtividades das cultu-

ras. Ressalta-se que não é interessante se ter somente uma correção superfi-

cial do solo, mas também haver o condicionamento do perfil até a profundida-

de que alcançam as raízes absorventes de nutrientes. Por outro lado, se a

movimentação de nutrientes for muito elevada, os nutrientes podem avançar

além da profundidade das raízes e serem perdidos por lixiviação. Diante do

exposto, o presente trabalho objetivou avaliar a distribuição de cálcio,

magnésio e alumínio em colunas de solo em resposta a aplicação de calcário

e a combinação de gesso e óxido de magnésio. O experimento foi conduzido

em condições de laboratório na Embrapa Solos (Centro Nacional de Pesquisa

1 Eng. Agrônoma, Bolsista Embrapa Solos. E-mail: [email protected] Mestrando, UFRRJ, BR 465, km 7, Seropedica-Rio. E-mail: [email protected] Eng. Agrônoma, bolsista DTI-III, CNPq. E-mail: [email protected] Graduando em Agronomia, UFES. E-mail: [email protected] Mestranda, UFV. E-mail: [email protected] Pesquisador, Embrapa Solos. E-mail: [email protected] Eng. Florestal, Magnesita –SA. E-mail: [email protected]

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em Solos - CNPS), utilizando colunas de solo, onde foram aplicadas doses de

óxido de magnésio combinadas com gesso agrícola, segundo um delineamen-

to de blocos casualizados e um arranjo fatorial 4x3+2+2, correspondendo a

quatro níveis de combinações entre óxido de magnésio e gesso agrícola (1:1,

1:2, 1:4, 1:8), três doses dessas misturas (referente à soma de Ca2+ e de

Mg2+ equivalente a 2,0; 4,0 e 8,0 cmolc/dm3 de solo: 15, 30, 45 kg/ha de

óxido de magnésio) e mais quatro tratamentos testemunha, (dois solos adici-

onados de calcário dolomítico 82,70% de Poder Relativo de Neutralização

Total (PRNT), elevando a saturação de bases para 60%) recomendada pela

Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (1999), e duas

amostras dos solos sem nenhuma aplicação de corretivos, com três repeti-

ções. O solo utilizado foi uma amostra de latossolo Vermelho argiloso de Rio

Verde-GO, onde os tratamentos com gesso e óxido de magnésio foram incor-

porados a uma profundidade de 0-5 cm, simulando uma correção num manejo

com plantio direto. As testemunhas com calcário possuem duas profundida-

des, 0-5 e 0-20 cm, simulando a correção no plantio direto e no convencional

respectivamente. O solo recebeu aplicação de água para atingir 70% da

capacidade de campo em seguida as colunas foram incubadas por um dia.

Após atingir essa condição de umidade, iniciou-se uma simulação de chuva

com volumes correspondentes ao mês de maior intensidade de precipitação

da região de Rio Verde-GO. Observou-se que a combinação de óxido de

magnésio com gesso na dose de 45 kg/ha de óxido de magnésio foi a que

levou a melhor distribuição de cálcio e magnésio ao longo da coluna e que

mais reduziu a concentração de alumínio e apresentou perdas de baixa mag-

nitude para cálcio e magnésio, independente da proporção de óxido de

magnésio:gesso. Assim, sugere-se que seja avaliada a resposta em produtivi-

dade de culturas no campo a esta combinação e dose de óxido de magnésio.

A proporção de óxido de magnésio:gesso será aquela mais adequada para

culturas verificada no campo.

Palavras-chave: movimentação de nutrientes, magnésio, cálcio, gesso, cor-

retivo de solo, colunas de solo.

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Abstract

The study of nutrient movement in soil is important to direction for soil

correction, and improves de productivity of plants. In addition, is interesting

make correction, no only surface, but in proof of profile. However, if de

nutrient movement passes the proof on major concentrate of roots, can be

leaching of nutrients. Than, the objective of this work was evaluate de

movement of Mg2+, Ca2+, Al3+ in columns of soil influenced by addition of

magnesium oxide associate of gypsum. The experiment carried out in

laboratory of Agriculture Agency Research of Brazil. For this, Combine doses

of magnesium oxide and gypsum and compare with lime. The treatments

consisted of a 4x3+2+2 factorial, using a Red Latosol of Rio Verde-GO, four

control (in two samples apply lime for elevate de basis saturation for 60%,

and two samples without application of corrective), four proportions of

Mg:Ca (1:1, 1:2, 1:4, 1:8), three doses of magnesium (refers a Mg2+ +

Ca2+, equivalent of 2,0; 4,0 e 8,0 cmolc/dm3 in soil: 15, 30 e 45 kg/ha of

oxide magnesium). The applications simulated a no till system, than was

apply magnesium oxide plus gypsum in 0- 5 cm proof, and for control with

lime, apply in 0-20 cm and 0-5 cm. The soil receives water in 70% of water

capacity. After this application was simulated application volume water

correspondent of month that have major volume of rain. Was observed that

dose of 45 kg/ha of magnesium oxide, that better result to distribution of

nutrients in columns of soil. Than, recommend this dose will be tested in field,

and the proportion will be better for plant in field too.

Index terms: movement of nutrient, magnesium, calcium, gypsum, corrective

of soil, columns.

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Introdução

Os solos ácidos predominam em quase todas as regiões do Brasil, ocupando

menores proporções nas regiões do semiárido localizadas no Nordeste do país

(OLMOS; CAMARGO, 1976). Em condições de elevada acidez e elevados

teores de alumínio, a correção do solo se faz necessária, visto que a maioria

das culturas comerciais não toleram essas condições. Portanto, o uso de

corretivos passou a ser rotina em várias regiões agrícolas, tornando-se talvez

a prática mais importante para alcançar elevadas produtividades (PRADO,

2003). Em sistemas convencionais onde se utilizam grades aradoras para a

incorporação do calcário em camadas de 0-10 cm, tem-se notado uma série

de problemas, pois nessas condições o calcário recomendado fica depositado

numa camada superior, com isso a camada de 0-10 cm recebe o dobro de

calcário daquele que é recomendado para os 20 cm (WEIRICH, 2005).

Já nos sistemas onde é adotada a prática do plantio direto, onde a incorporação

não pode ser efetuada, a calagem também é recomendada para a camada de

0-20 cm e aplicada superficialmente (PRADO,2003). Apesar de a calagem

trazer grandes benefícios, como a neutralização do alumínio trocável e o forne-

cimento de cálcio e magnésio, a depender da dosagem, a calagem também

pode ser prejudicial, levando à diminuição da disponibilidade de micronutrientes

no solo, causando desequilíbrios nutricionais. Além disso, pode causar a disper-

são de argila no solo, levando à degradação da estrutura do solo, e dessa forma

levam a redução no movimento de água no solo e assim favorecendo processos

erosivos (JUSCKSCH, 1987; PRADO, 2003).

O gesso agrícola também é utilizado como condicionador, apresentando

uma maior mobilidade no perfil do solo, fornecendo Ca2+ e diminuindo a

porcentagem de saturação por alumínio (valor m) (SOUZA; RITCHEY,

1986).

As recomendações de gesso devem ser feitas em áreas que apresentam nas

camadas subsuperfíciais, toxidez de alumínio e deficiência de cálcio. Quanto

às doses, deve se lembrar que há recomendações em poucos estados. Um

critério muito usado para o cálculo da dose de gesso é baseado na dose de

calcário (25 a 30% da dose de calcário recomendada), sem prejuízo da

quantidade desse corretivo (VITTI, 1987). A Comissão de Fertilidade do Solo

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10 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

do Estado de Minas Gerais - CFSEMG (RIBEIRO; GUIMARÃES, 1999) esta-

belece dois critérios para a recomendação de gesso agrícola, sendo um com

base na textura do solo e outra com base na determinação do fósforo rema-

nescente. O estado de São Paulo através do boletim 100 do IAC (RAIJ et al.,

1996) também apresenta recomendaçõe de gesso. Contudo, doses excessi-

vas de gesso podem levar e elevada lixiviação de nutrientes. Nesse sentido,

Reeve e Summer (1972), em estudos em casa-de-vegetação, mostraram que

aplicações elevadas de gesso, acima de 3 cmolc/kg, causaram perdas de mais

da metade do Mg2+ presente no solo.

Embrapa (1982), em ensaios conduzidos em condições de colunas de solo e

de campo, mostra que a aplicação isolada de gesso promoveu lixiviação de

potássio mais intensa do que a observada quando se aplicou calcário e gesso.

Por outro lado, a aplicação equilibrada de gesso pode levar ao condicionamen-

to do perfil de solo em profundidade favorencendo o crescimento de raízes

explorando um maior volume de solo e podendo levar a maior tolerância a

déficit hídricos.

Uma alternativa ao calcário para correção da acidez do solo e fornecimen-

to de magnésio é a utilização de óxido de magnésio, obtido da calcinação

da magnesita (MgCO3) como sugerido por (VITTI; DONADIO, 1988).

A utilização de resíduos industriais que diminua ou reduza a exploração de

recursos naturais, como no caso da rocha calcária, são formas de atenuar os

impactos causados pela exploração desse mineral bem como reduzir fontes

de poluentes indústrias. Além disso, é interessante utilizar produtos que

corrijam a acidez do solo, mas não favoreçam a sua dispersão e,

consequentemente, a sua degradação física. Dessa forma esse trabalho tem

como objetivo avaliar a distribuição do magnésio, cálcio e alumínio em ensai-

os com colunas de solo, submetidas a diferentes doses de óxido de magnésio,

e combinações deste com gesso.

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11Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido em condições de laboratório na Embrapa Solos

(CNPS), utilizando colunas de solo, onde foram aplicadas doses de óxido de

magnésio combinadas com gesso agrícola. O experimento foi conduzido se-

gundo um delineamento de blocos casualizados e um arranjo fatorial

4x3+2+2, que representam, quatro níveis de combinações entre óxido de

magnésio e gesso agrícola (1:1, 1:2, 1:4, 1:8), três doses dessas misturas

(referente à soma de Ca2+ e de Mg2+ equivalente a 2,0; 4,0 e 8,0 cmolc/dm3

de solo) e mais quatro tratamentos testemunha; dois com adição de calcário

dolomítico 82,70% de PRNT, elevando a saturação de bases para 60%

(RIBEIRO; GUIMARÃES, 1999); e dois tratamentos controle sem nenhuma

aplicação de corretivos (Tabela 1). Todos os tratamentos foram repetidos 3

vezes. Uma amostra de um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio

Verde-GO foi utilizada nesse experimento sendo retirada a camada de 0-20

cm, seca ao ar, homogeneizada e caracterizada (Tabela 2). Nos tratamentos

com óxido de magnésio e gesso, a incorporação foi realizada a uma profundi-

dade de 0-5 cm, simulando uma correção num manejo com plantio direto. Nas

testemunhas com calcário a incorporação foi realizada nas profundidades de

0-5 e 0-20 cm, simulando correção no plantio direto e convencional respecti-

vamente.

As unidades experimentais foram constituídas por 11 anéis de PVC, com 15

cm de diâmetro e 5 cm de altura. Os anéis foram sobrepostos e vedados com

cola de silicone nas uniões. Externamente, eles foram fixados com fita adesi-

va, para formar uma coluna de 55 cm de altura (Figura 1). Na extremidade

inferior da coluna foi inserido um tampão de PVC perfurado, com cinco furos

de 4 mm de diâmetro, uniformemente distribuídos e posteriormente um funil

de plástico foi colocado no fundo da coluna para a coleta do lixiviado. No

interior da coluna foi colocada uma manta de nylon recobrindo o fundo da

mesma e em seguida uma fina camada de areia lavada, com cerca de 1 cm de

areia muito grossa (2,0-1,0 mm) (DONAGEMMA, 2005) seguida de outra

manta de nylon recobrindo a areia. A coluna foi preenchida com solo, despe-

jado constantemente através de funil, realizando movimentos circulares, com

intuito de reduzir ao máximo a segregação dos agregados, sendo preenchidas

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12 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

até 50 cm. A superfície do solo foi coberta com uma manta de nylon, a fim de

evitar que a água atingisse diretamente o solo, evitando-se dessa forma a

formação de caminhos preferenciais nas colunas (WEIRICH, 2005) e distúrbi-

os na seção de infiltração (DONAGEMMA, 2005). As colunas foram cober-

tas com sacos plásticos a fim de evitar a evaporação e contaminações

(WEIRICH, 2005). Após a montagem as colunas foram levadas para o supor-

te onde foram aplicados os tratamentos descritos anteriormente.

Tabela 2. Caracterização química da amostra de Latossolo Vermelho de Rio

Verde, GO, antes da adição dos tratamentos.

Al Ca Mg Na K H+Al P S T

Amostra pH

H2O cmolc/dm³ mg/dm³ cmolc/dm³ mg/dm³ cmolc/dm³

V(%)

Latossolo Vermelho 5,3 0,1

5 1,75

0,4

5 0 39 48,5 6,6 2,3 7,15 32

Relação Dose Mg MgO Gesso

Mg: Ca g/coluna

01:01 15 0,044 0,176

30 0,088 0,353

45 0,132 0,529

01:02 15 0,044 0,353

30 0,088 0,705

45 0,132 1,058

01:04 15 0,044 0,705

30 0,088 1,410

45 0,132 2,115

01:08 15 0,044 1,410

30 0,088 2,820

45 0,132 4,230

Testemunhas Profundidades Quantidade de calcário

0-5cm 1,06

0-20cm 4,20

Tabela 1. Quantidade, doses de gesso e óxido de magnésio em cada tratamento.

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13Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Figura 1. Colunas de PVC.

O solo recebeu aplicação de água para atingir 70% da capacidade de campo

e em seguida as colunas foram incubadas por um dia. Após esse período,

iniciou-se uma simulação de chuva com volumes correspondentes a precipita-

ção (em mm) do mês de outubro na região de Rio Verde-GO, sendo aplicado

um volume de água destilada de 204 mL a cada aplicação nas colunas.

Realizaram-se doze aplicações, sendo 3 aplicações por semana durante o

período de um mês. O lixiviado foi coletado no dia seguinte às aplicações,

sendo retirada uma sub-amostra para análises de cátions: cálcio, magnésio e

alumínio dosados por titulometria, com solução de EDTA e o último dosado

por ICP-OES, respectivamente. Além disso, analisou-se nos lixiviados o pH.

Após o final das recargas foram retiradas amostras de solo do centro de cada

anel, para serem feitas análises químicas de rotina: cálcio, magnésio, potás-

sio, pH, e alumínio (EMBRAPA, 1997). A argila dispersa e o sulfato estão em

fase final análise.

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14 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Resultado e discussão

Distribuição dos nutrientes ao longo da colunaOs resultados que serão apresentados são a média de duas repetições par ao

Latossolo Vermelho argilo distrófico de Rio Verde-GO.

A adição de óxido de magnésio dentro de cada proporção de óxido de

magnésio:gesso alterou a distribuição de magnésio no solo ao longo da colu-

na, quando compara-se as doses aplicadas com a testemunha, sendo as

maiores variação da distribuição detectadas nas doses de 30 e 45 kg/ha

frente a dose de 15 kg (Figura 2). Isso se deve ao fato da maior concentração

do cátion Mg2+ em solução, que tende a permitir maior probabilidade de troca

no complexo sortivo e formação de par iônico com o SO=4. Assim, o que se

pode inferir pela visualização das Figuras 2 e 3 é que o Mg2+ teve sua

mobilidade incrementada quando o gesso foi usado em combinação nas maio-

res proporções (relação óxido de magnésio:gesso: 1:8) (Figura 3).

A correção de magnésio com a aplicação do calcário restringiu-se à profundi-

dade onde este foi aplicado, ou seja, 0-5 cm e 0-20 cm (Figuras 2, 3 e 4). Este

fato reforça a hipótese de que a aplicação de calcário em sistema de plantio

direto pode não ser eficiente na correção da acidez em profundidade, além de

comprometer a estrutura física do solo mediante a dispersão de argila

induzida principalmente pela elevação do pH acima do ponto de carga zero

(PCZ) formando excesso de carga negativas que se repelem (JUSCKSCH,

1987; PRADO, 2003). A correção dos teores de magnésio do solo em rela-

ção a testemunha foi bem mais elevada para o calcário do que para o óxido de

magnésio, em razão da dose de calcário aplicada ser em torno de 10 vezes

mais que a do óxido de magnésio (figuras 3 e 4). Por outro lado, a aplicação

da maior dose de de óxido de magnéso (45 kg/ha) associada a gesso na

proporção de 01:01 levou a uma correção expressiva dos teores de magnésio

em relação a testemunha, sobre tudo em superfíce.

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15Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Distribuição de Magnésio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Mg2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

Testemunha01:01 30

01:01 4501:01 15

Cal. 0-5Cal. 0-20

Distribuição de Magnésio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Mg2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

Testemunha

01:02 30

01:02 45

01:02 15

Cal. 0-5

Cal. 0-20

Figura 2. Distribuição do magnésio em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em

resposta a aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com gesso na

proporção de 01:01 (A) e 01:02 (B) à aplicação de calcário de 0-5 cm e de 0-20 cm profundidade.

A

B

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16 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Distribuição de Magnésio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Mg2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

Testemunha

01:04 30

01:04 45

01:04 15

Cal. 0-5

Cal. 0-20

Distribuição de Magnésio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Mg2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:08 15

01:08 30

01:08 45

Testemunha

Cal. 0-5

Cal. 0-20

A

B

Figura 3. Distribuição do magnésio em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em

resposta a aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com gesso na

proporção de 01:04 (A) e 01:08 (B) à aplicação de calcário de 0-5 cm e de 0-20 cm profundidade.

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17Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Distribuição de Magnésio

0 5

10 15 20 25 30 35 40 45 50

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 Mg 2+ (cmol c /kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 15 01:02 15 01:04 15 Testemunha Cal. 0-5 Cal. 0-20 01:08 15

A

Distribuição de Magnésio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Mg2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 3001:02 3001:04 30TestemunhaCal. 0-5Cal. 0-2001:08 30

B

Distribuição de Magnésio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Mg2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 4501:02 4501:04 45TestemunhaCal. 0-5Cal. 0-2001:08 45

C

Figura 4. Distribuição do magnésio em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em

resposta a aplicação de proporções de óxido de magnésio e gesso (01:01, 01:02, 01:04 e 01:08)

para as doses de 15 (A), 30 (B) e 45 kg/ha (C) de óxido de magnésio e aplicação de calcário nas

profundidades de 0-5 cm e 0-20 cm.

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18 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Esse fato se deve possivelmente a maior reatividade e solubilidade do óxido

de magnésio em relação ao calcário liberando o magnésio mais rapidamente.

A distribuição de cálcio ao longo da coluna também foi alterada pelo tipo de

corretivo. O cálcio aplicado via calcário ficou localizado na superfície (0-5 e 0-20

cm). De um modo geral a adição das combinações de óxido de magnésio e gesso

proporcionaram mudanças brandas nos teores de Ca ao longo perfil (Figuras 5, 6

e 7), sendo os maiores teores de Ca observados para as relações óxido de

magnésio: gesso iguais a 1:4 e 1:8 e doses mais elevadas de óxido de magnésio

(Figuras 5, 6 e 7). A mobilidade do Ca2+ nesses tratamentos está relacionada

com a maior concentração do Mg2+ na solução do solo, que desloca o Ca2+ do

complexo de troca para a solução, levando a formação de CaSO40, que apresen-

ta elevada mobilidade no solo (DIAS et al., 1994).

Em relação ao pH do solo, observou-se que as maiores doses de óxido de

magnésio (30 e 45 kg/ha) corrigiram o pH em superfície (0-5 cm) sendo a

magnitude em geral menor do que para aplicação de calcário (0-5 e 0-20 cm)

(Figura 8 e 9). Por outro lado, observou-se também uma correção do pH de

menor magnitude em profundidade, em relação as camadas superficiais, nos

tratamentos com óxido de magnésio e gesso. Acredita-se que essa correção

de pH em profundidade se deva em fato do sulfato estar se associando com

outros cátions e do poder de neutralização apresentado pelo MgO, além do

Mg2+ e o do Ca. Nesse sentido, é possível que partículas finas de óxido de

magnésio desceram na coluna de solo carregadas pelo fluxo de água, assim

havendo correção em profundidade. O pH não foi influenciado de forma

expressiva pela proporção de magnesita:gesso (Figura 10), sendo a correção

de pH resposta das doses de óxido de magnésio e calcário. O teor de alumínio

no solo foi influenciado pelas doses de óxido de magnésio, havendo redução

no teor de alumínio, em superfície (0-5 cm) sendo a redução maior para a

maior dose (45 kg/ha) atingindo o valor de zero. Também observou-se uma

redução de menor magnitude em profundidade. Essa redução nos teores de

alumínio está relacionada ao aumento no pH nas profundidades corrigidas

pelo óxido de magnésio. Por outro lado, o calcário reduziu o teor de alumínio

ao valor de zero, na superfície (0-5 e 0-20 cm). O teor de alumínio não foi

influenciado pelas proporções de gesso em relação ao óxido de magnésio.

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19Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

A

B

Distribuição de Cálcio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1,0 1,3 1,5 1,8 2,0 2,3 2,5

Ca2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

Testemunha

01:01 30

01:01 45

01:01 15

Cal. 0-5

Cal. 0-20

Distribuição de Cálcio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1,0 1,5 2,0 2,5

Ca2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

Testemunha

01:02 30

01:02 45

01:02 15

Cal. 0-5

Cal. 0-20

Figura 5. Distribuição do cálcio em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em resposta

a aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com gesso na

proporção de 01:01 (A) e 01:02 (B) e à aplicação de calcário de 0-5 cm e de 0-20 cm profundidade.

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20 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Distribuição de Cálcio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1,0 1,5 2,0 2,5

Ca2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

Testemunha

01:04 30

01:04 45

01:04 15

Cal. 0-5

Cal. 0-20

Distribuição de Cálcio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1,0 1,5 2,0 2,5

Ca2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:08 15

01:08 30

01:08 45

testemunha

Cal. 0-5

Cal. 0-20

A

B

Figura 6. Distribuição do cálcio em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em resposta

a aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com gesso na

proporção de 01:04 (A) e 01:08 (B) e à aplicação de calcário de 0-5 cm e de 0-20 cm profundidade.

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21Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

A

C

Distribuição de Cálcio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1,0 1,5 2,0 2,5

Ca2+ (cmol c/kg)P

rofu

ndid

ade

(cm

)

01:01 1501:02 1501:04 15TestemunhaCal. 0-5Cal. 0-2001:08 15

Distribuição de Cálcio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1,0 1,5 2,0 2,5

Ca2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 3001:02 3001:04 30TestemunhaCal. 0-5Cal. 0-2001:08 30

Distribuição de Cálcio

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1,0 1,5 2,0 2,5

Ca2+ (cmol c/kg)

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 4501:02 4501:04 45TestemunhaCal. 0-5Cal. 0-2001:08 45

B

Figura 7. Distribuição do cálcio em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em resposta

a aplicação de proporções de óxido de magnésio e gesso (01:01, 01:02, 01:04 e 01:08) para as

doses de 15 (A), 30 (B) e 45 kg/ha (C) de óxido de magnésio e aplicação de calcário nas profundidades

de 0-5 cm e 0-20 cm.

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22 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

pH em água

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

5 5,2 5,4 5,6 5,8 6 6,2

pH

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 15

01:01 30

01:01 45

CAL 0-5

CAL 0-20

TESTEMUNHA

pH em água

05

101520253035404550

5 5,2 5,4 5,6 5,8 6 6,2

pH

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:02 15

01:02 30

01:02 45

CAL 0-5

CAL 0-20

TESTEMUNHA

A

B

Figura 8. Distribuição do pH em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em resposta a

aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com gesso na proporção

de 01:01 (A) e 01:02 (B) e à aplicação de calcário de 0-5 cm e de 0-20 cm profundidade.

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23Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

pH em água

05

101520253035404550

5 5,2 5,4 5,6 5,8 6 6,2

pH

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:08 15

01:08 30

01:08 45

CAL 0-5

CAL 0-20

TESTEMUNHA

pH em água

05

101520253035404550

5 5,2 5,4 5,6 5,8 6 6,2

pH

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:04 15

01:04 30

01:04 45

CAL 0-5

CAL 0-20

TESTEMUNHA

A

B

Figura 9. Distribuição do pH em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em resposta a

aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com gesso na proporção

de 01:04 (C) e 01:08 (D) e à aplicação de calcário de 0-5 cm e de 0-20 cm profundidade.

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24 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

pH em água

0

10

20

30

40

50

5,00 5,20 5,40 5,60 5,80 6,00 6,20

pH

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 15

01:02 15

01:04 15

01:08 15

CAL 0-5

CAL 0-20

TESTEMUNHA

pH em água

0

10

20

30

40

50

5 5,2 5,4 5,6 5,8 6 6,2

pH

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 30

01:02 30

01:04 30

01:08 30

CAL 0-5

CAL 0-20

TESTEMUNHA

pH em água

0

10

20

30

40

50

5 5,2 5,4 5,6 5,8 6 6,2

pH

Pro

fund

idad

e (c

m)

01:01 45

01:02 45

01:04 45

01:08 45

CAL 0-5

CAL 0-20

TESTEMUNHA

Figura 10. Distribuição do pH em um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em resposta a

aplicação de proporções de óxido de magnésio e gesso (01:01, 01:02, 01:04 e 01:08) para as doses

de 15 (A), 30 (B) e 45 kg/ha (C) de óxido de magnésio e aplicação de calcário nas profundidades de 0-

5 cm e 0-20 cm.

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25Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Perdas de magnésio, cálcio e alumínio no lixiviadoAs perdas de magnésio, cálcio no lixiviado foram influenciadas pelas doses de

óxidos de magnésio (Figuras 11, 12, 13 e 14), sendo que, quanto maior a dose,

maior a perda desses cátions no lixiviado. No caso do magnésio, o aumento da

dose diminui a interação com a fase sólida, ficando maior a concentração de

magnésio passível de ser transportado. Já para o cálcio, com o aumento da

dose de magnésio, este vai sendo substituindo o cálcio no sítio de troca, ficando

maior concentração de cálcio na solução passível de ser transportada.

A dose de óxido de magnésio de 15 kg/ha foi a que levou a menor perda desses

cátions no lixiviado, contudo, foi a que menos corrigiu o pH do solo, bem como

levou a uma distribuição mais superficial dos nutrientes, comparada com as

doses de 30 e 45 kg/ha. Observou-se que, de um modo geral, as perdas de

cálcio e magnésio foram maiores para a combinação óxido de magnésio com

gesso, já que em geral, a mobilidade do cálcio e magnésio na presença de gesso

é maior em razão da formação de par iônico desses cátions com o sulfato.

Além disso, a mobilidade do cálcio na presença do carbonato é baixa. Por outro

lado, as perdas de Mg2+ e de Ca2+ no lixiviado podem trazer à luz o aspecto

desejável de o Mg2+ do óxido de Mg se movimentar de forma dinâmica no perfil

do solo, que estimularia, entre outros efeitos, o aprofundamento do sistema

radicular das plantas (RAIJ et al., 1996). Avaliando as perdas de magnésio e

cálcio em resposta a proporção de óxido de magnésio:gesso, os resultados

sugerem não ter havido um efeito isolado da proporção na perda de cálcio e

magnésio. O efeito de dose do óxido parece ser mais intenso sobre a movimen-

tação dos cátions que a proporção de gesso em relação a óxido de magnésio.

Embora fosse esperado que, com maior proporção de gesso, maior seria a

movimentação devido a formação de par iônico do cálcio e magnésio com o

gesso, a lixiviação dos cátions não acompanharam as relações óxido:gesso na

mesma magnitude.

Com relação à perda de alumínio do solo, observou-se que os valores foram

bastantes baixos e que foram influenciados pelas doses de óxido de magnésio

(Figura 15 e 16). De um modo geral, quanto maior a dose menor a perda de

alumínio, já que principalmente a dose de 45 kg/ha elevou o pH acima de 5,5

e redução do alumínio na profundidade aplicada a proximo de zero. Por outro

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26 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

lado, os maiores valores de perdas de alumínio ocorreram no tratamento

testemunha. As menores perdas de Al3+ foram encontradas para calagem 0-

20 cm e 0-5 cm respectivamente. No caso da testemunha, o resutlado está

relacionado ao fato da testemunha apresenta maior concentração de alumí-

nio em solução passível de ser transportada. As diferenças de perda de Al3+

em relação aos tratamentos testemunha frente à aplicação de óxido de

magnésio e gesso, deve-se ao maior volume de solo corrigido, já que obser-

vou-se que o pH foi corrigido não só na camada onde foi aplicado, 0-5 cm,

mas também em profundidade. Ressalta-se que a magnitude da perda dos

cátions no lixiviado foi diferente e na seguinte ordem: alumínio < magnésio

< cálcio. Analisando os resultados da distribuição de magnésio, cálcio e

alumínio ao longo da coluna de solo e as perdas desses cátions no lixiviado,

sugere-se a aplicação da dose de 45 kg/ha de óxido de magnésio com gesso,

independente da proporção óxido de magnésio e gesso, dessa forma corrigiu

o solo não só em superfície, mas em profundidade, elevando o pH, e reduzindo

o alumínio a zero e condicionando o solo em profundidade. A proporção de

óxido magnésio e gesso adequada deve ser recomendada mediante avaliação

com culturas a campo, bem como a dose de 45 kg/ha deve ser avaliada para

culturas em condições de campo para ser recomendada.

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27Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Figura 11. Perda de magnésio no lixiviado de um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO

em resposta a aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com

gesso na proporção de 01:01 (A), 01:02 (B), 01:04 (C), 01:08 (D) e à aplicação de calcário de 0-5 cm

e de 0-20 cm profundidade.

Perdas de Magnésio no Lixiviado

0

50

100

150

200

250

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Ca l

agem

0-2

0

01:0

1 15

01:0

1 30

01:0

1 45

Tratamentos

Mag

nési

o (

mg/

L)

Perdas de Magnésio no Lixiviado

0

50

100

150

200

250

Test

emun

ha

Calag

em 0

-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

2 15

01:0

2 30

01:0

2 45

Tratamentos

Mag

nési

o (

mg/

L)

Perdas de Magnésio no Lixiviado

0

50

100

150

200

250

Test

emun

ha

Cala

gem

0-5

Cala

gem

0-2

0

01:0

4 15

01:0

4 30

01:0

4 45

Tratamentos

Mag

nési

o (

mg/

L)

Perdas de Magnésio no Lixiviado

0

50

100

150

200

250

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

8 15

01:0

8 30

01:0

8 45

Tratamentos

Mag

nési

o (

mg/

L)

A

B

C

D

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28 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Perda de Magnésio no Lixiviado

0

50

100

150

200

250Te

stem

unha

Calag

em 0

-5

Calage

m 0

-20

01:0

1 15

01:0

2 15

01:0

4 15

01:0

8 15

Tratamentos

Mag

nési

o (m

g/L)

Perda de Magnésio no Lixiviado

0

50

100

150

200

250

Test

emun

ha

Calage

m 0

-5

Calag

em 0

-20

01:0

1 30

01:0

2 30

01:0

4 30

01:0

8 30

Tratamentos

Mag

nési

o (m

g/L)

Perda de Magnésio no Lixiviado

0

50

100

150

200

250

Test

emun

ha

Calag

em 0

-5

Calag

em 0

-20

01:0

1 45

01:0

2 45

01:0

4 45

01:0

8 45

Tratamentos

Mag

nési

o (m

g/L)

Figura 12. Perda de magnésio no lixiviado de um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO

em resposta a aplicação de proporções de óxido de magnésio e gesso (01:01, 01:02, 01:04 e

01:08) para as dose de 15 (A), 30 (B), (C) 45 kg/ha de óxido de magnésio e aplicação de calcário nas

profundidades de 0-5 cm e 0-20 cm.

A

B

C

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29Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Figura 13. Perda de Cálcio no lixiviado de um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em

resposta a aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com gesso na

proporção de 01:01 (A), 01:02 (B), 01:04 (C), 01:08 (D) e à aplicação de calcário de 0-5 cm e de 0-

20 cm profundidade.

Perdas de Cálcio no Lixiviado

0

200

400

600

800

1000

Test

emun

ha

Cala

gem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

1 15

01:0

1 30

01:0

1 45

Tratamentos

Cál

cio

(m

g/L)

Perdas de Cálcio no Lixiviado

0

200

400

600

800

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

2 15

01:0

2 30

01:0

2 45

Tratamentos

Cál

cio

(m

g/L)

Perdas de Cálcio no Lixiviado

0

200

400

600

800

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

4 15

01:0

4 30

01:0

4 45

Tratamentos

Cál

cio

(m

g/L)

Perdas de Cálcio no Lixiviado

0

200

400

600

800

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

8 15

01:0

8 30

01:0

8 45

Tratamentos

Cál

cio

(mg/

L)

A

B

C

D

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30 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Figura 14. Perda de cálcio no lixiviado de um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO em

resposta a aplicação de proporções de óxido de magnésio e gesso (01:01, 01:02, 01:04 e 01:08)

para as dose de 15 (A), 30 (B), (C) 45 kg/ha de óxido de magnésio e aplicação de calcário nas

profundidades de 0-5 cm e 0-20 cm.

Perda de Cálcio no Lixiviado

0

200

400

600

800Tes

tem

unha

Calag

em 0

-5

Calag

em 0

-20

01:0

1 15

01:0

2 15

01:0

4 15

01:0

8 15

Tratamentos

lcio

(m

g/L

)

Perda de Cálcio no Lixiviado

0

200

400

600

800

Teste

mun

ha

Calage

m 0

-5

Calag

em 0

-20

01:0

1 30

01:0

2 30

01:0

4 30

01:0

8 30

Tratamentos

Cál

cio

(mg/

L)

Perda de Cálcio no Lixiviado

0

200

400

600

800

1000

1200

Test

emun

ha

Calag

em 0

-5

Calag

em 0

-20

01:0

1 45

01:0

2 45

01:0

4 45

01:0

8 45

Tratamentos

Cál

cio

(m

g/L

)

A

B

C

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31Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Figura 15. Perda de Alumínio no lixiviado de um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO

em resposta a aplicação de doses de óxido de magnésio (15, 30 e 45 kg/ha) em combinação com

gesso na proporção de 01:01 (A), 01:02 (B), 01:04 (C), 01:08 (D) e à aplicação de calcário de 0-5 cm

e de 0-20 cm profundidade.

Perdas de Alumínio no Lixiviado

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

1 15

01:0

1 30

01:0

1 45

Tratamentos

Alu

mín

io (

mg/

L)

Perdas de Alumínio no Lixiviado

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

2 15

01:0

2 30

01:0

2 45

Tratamentos

Alu

mín

io (

mg/

L)

Perdas de Alumínio no Lixiviado

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

4 15

01:0

4 30

01:0

4 45

Tratamentos

Alu

mín

io

(mg/

L)

Perdas de Alumínio no Lixiviado

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Test

emun

ha

Cal

agem

0-5

Cal

agem

0-2

0

01:0

8 15

01:0

8 30

01:0

8 45

Tratamentos

Alu

mín

io (

mg/

L)

A

B

C

D

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32 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Figura 16. Perda de Alumínio no lixiviado de um Latossolo Vermelho distrófico argiloso de Rio Verde-GO

em resposta a aplicação de proporções de óxido de magnésio e gesso (01:01, 01:02, 01:04 e

01:08) para as dose de 15 (A), 30 (B), (C) 45 kg/ha de óxido de magnésio e aplicação de calcário nas

profundidades de 0-5 cm e 0-20 cm.

Perda de Alumínio no Lixiviado

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7Te

stem

unha

Calage

m 0

-5

Calag

em 0

-20

01:0

1 15

01:0

2 15

01:0

4 15

01:0

8 15

Tratamentos

Alu

mín

io (

mg

/L)

Perda de Alumínio no Lixiviado

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Teste

mun

ha

Calag

em 0

-5

Calag

em 0

-20

01:0

1 30

01:0

2 30

01:0

4 30

01:0

8 30

Tratamentos

Alu

mín

io (

mg/

L)

Perda de Alumínio no Lixiviado

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Test

emun

ha

Calage

m 0

-5

Calag

em 0

-20

01:0

1 45

01:0

2 45

01:0

4 45

01:0

8 45

Tratamentos

Alu

mín

io (

mg/

L)

A

B

C

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33Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

Considerações finais

• A distribuição de magnésio, cálcio e alumínio ao longo da coluna foi

influenciada pelas doses de óxido de magnésio;

• a profundidade de correção do solo e ou condicionamento variou com a

mobilidade do corretivo e com a dose de óxido de magnésio;

• a combinação óxido de magnésio:gesso na dose de 45 kg/ha corrigiu o solo

em superfície (0-5 cm) e em profundidade a 47,5 cm, enquanto a correção

com a calagem se restringiu a profundidade onde se aplicou esse corretivo (0-

5 cm ou 0-20 cm);

• a proporção de óxido de magnésio:gesso não influenciou de forma

expressiva a movimentação de cálcio e magnésio e as perdas de magnésio,

cálcio e alumínio;

• as perdas de magnésio, cálcio e alumínio no lixiviado foram influenciadas

pelas doses de óxido de magnésio combinadas com gesso e foram de baixa

magnitude, sendo que a menor dose de óxido de magnésio (15 kg/ha) foi a que

levou as menores perdas de magnésio, cálcio e alumínio;

• sugere-se que a dose de 45 kg/ha de óxido de magnésio seja avaliada quanto

a resposta em produtividade de culturas no campo para que seja

recomendada; a proporção de óxido de magnésio:gesso será aquela mais

adequada às culturas no campo.

Referências

DIAS, L. E. et al. Dinâmica de Algumas formas de enxofre em colunas de

solos tratados com diferentes doses de fósforo e de gesso. Revista Brasileira

de Ciência do Solo, v. 18, p. 1-8, 1994.

DONAGEMMA, G. K. Distribuição de amônio, nitrato, potássio e fósforo em

colunas de latossolos fertirrigadas. 72 f. 2005. Tese (Doutorado) -

Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.

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34 Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Brasília:

Embrapa Produção de Informação. 1997. 212 p.

EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária dos cerrados. Relatório

Técnico Anual do Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados 1980/81.

Brasilia, 1982, 163 p.

JUSCKSCH, I. Calagem e dispersão de argila em amostra de um latossolo

Vermelho-Escuro. 1987. 37 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de

Viçosa, Viçosa.

OLMOS, J. I. L.; CAMARGO, M. N. Ocorrência de alumínio tóxico no solo do

Brasil, sua caracterização e distribuição. Ciência e Cultura. v. 28, p. 171-

180, 1976.

PRADO, R. M. A calagem e as propiedades físicas de solos tropicais: revisão

de literatura. Revista Biociências. v. 9, p. 7-16, 2003.

RAIJ, B. V. et al. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de

São Paulo. Campinas: IAC, 1996. (Boletim técnico, 100).

RIBEIRO, A. C. et al. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes

em Minas Gerais. Viçosa: CFSEMG. 1999. 359 p. 5a. Aproximação.

SOUZA, D. M. G.; RITCHEY, K. D. Uso de gesso no solo de cerrado. In:

SEMINÁRIO SOBRE O USO DE FOSFOGESSO NA AGRICULTURA. 1., 1985,

Brasília, DF. Anais... Brasília: Embrapa, 1986. p. 119-144.

VITTI, G. C.; DONADIO, L. C. Correção do solo e micronutrientes. In:

SIMPÓSIO SOBRE PRODUTIVIDADE DE CITRUS. 3., 1988, Jaboticabal.

Anais... Jaboticabal: Funep, 1988. p. 163-183.

VITTI, G. C. Acidez do solo, calagem e gessagem. In: FERNANDES, F. M.;

NASCIMENTO, V. M. Curso de atualização em fertilidade do solo. Campinas:

Fundação Cargill, 1987. p. 303-319.

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35Distribuição do Mg2+, Ca2+e Al3+ em solos adicionados de óxido de magnésio em condições de laboratório

WEIRICH, C. J. Calagem e dispersão de argila em Neossolo Quartizarênico.

2005. 54 f. Monografia (Engenharia agronômica) - Universidade Federal do

Mato Grosso, Cuiabá.

Agradecimento

À Magnesita S.A pelo financiamento do projeto.