Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · Prevenção da Lesão Renal em Pacientes...

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Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 47 ANO 08 JUNHO 2017

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Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa

ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 47 ANO 08 JUNHO 2017

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1 • Serão aceitos trabalhos originais (pesquisa qualitativa ou quantitativa), revisão de literatura, relato de experiência, rela-to de caso, e estudo reflexivo.2 • Para cada estudo, a metodologia segue nos seguintes pa-drões:Pesquisa qualitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdu-ção, objetivo, metodologia, trajetória metodológica, constru-ção dos resultados, considerações finais e referências. Pesquisa quantitativa: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, material e método, resultado e discussão, conclusão e referências. • Revisão de literatura: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, revisão de literatura, conside-rações finais e referências. • Relato de Experiência: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, descrição do relato de experi-ência, considerações finais e referências. • Relato de caso: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de caso, considerações fi-nais e referências. • Estudo reflexivo: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de reflexão, considerações finais e referências. 3 • Para apresentação dos trabalhos o texto deve vir em Word• Fonte Times New Roman, tamanho 12, justificado• No máximo 12 páginas, com espaçamentos entre linhas de 1,5 cm,• Margem superior de 3 cm, margem inferior de 2 cm, mar-gens laterais de 2 cm. • O texto não deve ultrapassar 15.000 palavras, excluindo re-ferências e tabelas. • O nº total de tabelas e ilustrações não deve ser superior a 6 e o da referências, a 20 citações. • O trabalho deve seguir o seguinte roteiro: Tema, resumo, palavra-chave introdução, método, resultado, considerações finais, referências.4 • Siglas, abreviaturas, unidades de medidas, nomes de ge-

nes e símbolos devem ser usados utilizando o modelo pa-drão internacional e de conhecimento geral. Na primeira ci-tação de siglas, elas devem vir acompanhadas do significado por extenso. 5 • Citações e referências devem seguir as normas de Van-couver. 6 • Caberá ao diretor científico julgar o excesso de ilustrações, suprimindo redundâncias. A ele caberá também a adaptação dos títulos e subtítulos dos trabalhos, bem como a prepa-ração do texto, com a finalidade de uniformizar a produção editorial. 7 • O conteúdo pode estar relacionado com apresentação de caso ilustrativo, atualização terapêutica, análise de métodos diagnósticos, apresentação de casuística etc.8 • Deverão ser enviadas as seguintes informações sobre o(s) autor (es): Nome completo, formação acadêmica, instituição a qual está vinculado, e-mail para contato, foto de rosto e uma titulação conforme prefere ser apresentado.9 • Ao enviar o texto, o autor estará automaticamente con-cordando com sua veiculação via correio e via Internet, não ficando responsável a Secretaria Técnica por sua reprodução ou utilização depois de publicado.10 • Cabe ao Departamento de Divulgação do IEP a data de publicação do artigo.11 • Ilustrações: constam de figuras e gráficos, referidos em números arábicos (exemplo: Fig.3, Gráfico 7), sob a forma de desenhos à nanquim, fotografias ou traçados (ECG etc).Se forem “escaneadas”, deverão ser enviadas em formato TIF ou JPG e ter , no mínimo, 270 DPI de resolução. CONSTAR FONTE. Quando possível deverão ser enviadas em forma ori-ginal. Somente serão aceitas as ilustrações que permitirem boa reprodução.12 • Os trabalhos devem ser encaminhados ao Núcleo de Pu-blicações do IEP através do e-mail: [email protected]

Telefones para contato: (11) 3677-4507 / 3677-4405

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NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NO BOLETIM CIENTÍFICO DO INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA DO HOSPITAL SÃO CAMILO

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EXPEDIENTE

A responsabilidade pelos dados e conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. Permitida reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte.

Sociedade Beneficente São CamiloPresidente: João Batista Gomes de LimaVice-Presidente: Anísio Baldessin 1º tesoureiro: Mateus Locatelli 2º tesoureiro: Zaqueu Geraldo Pinto 1º secretário: Niversindo Antonio Cherubin2º secretário: Marcelo Valentim De Oliveira Superintendente: Justino Scatolin

Hospitais São Camilo de São PauloSuperintendente: Antonio Mendes Freitas

Redação e AdministraçãoOs manuscritos deverão ser encaminhados para: IEP - Hospital São Camilo Rua Tavares Bastos, 651 - PompeiaCEP 05012-020 - São Paulo - SP ou enviados para os e-mails: [email protected]

Diretor Editorial: Rogerio Quintela PirottoDiretora Científica: Profa. Dra. Ariadne da Silva FonsecaCoordenação Editorial: Amanda IlkiuProdução Editorial: Amanda IlkiuJornalista Responsável: Hugo Politi PacíficoEditor de Arte: Fabiana Sant´AnaProdução Gráfica: MaisTypeTiragem: 1000 exemplaresDiagramação: Ei Viu! Design e Comunicação

Conselho Editorial

• Adriana Araujo Sicoli• Adriano Francisco Cardoso Pinto• Ana Lucia das Graças Gomes• Ariadne da Silva Fonseca• Carlos Augusto Dias• Carlos Gorios• José Antonio Pinto• José Ribamar Carvalho Branco Filho• Leonardo Hiroki Kawasaki• Lucia de Lourdes Souza Leite Campinas• Marco Aurélio Silvério Neves• Rita de Cássia Calegari• Rogerio Quintela Pirotto• Vânia Ronghetti

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SUMÁRIO

Editorial

Prevenção da Lesão Renal em Pacientes com Intoxicação Exógena Aguda: ações de Enfermagem em situações de emergênciaPrevention of Kidney Injuries in Patients with Acute Exogenous Intoxication:

Nursing actions in emergency situations

Prevención de la Lesión Renal en Pacientes con Intoxicación Exógena Aguda:

acciones de Enfermería en situaciones de emergencia

José Ribeiro dos Santos

Elizete Sampaio Araújo

Reflexo do Cenário Simulado durante a Graduação de Enfermagem Reflex of the Simulated Scenario during Undergraduate Courses on Nursing

Reflejo del Escenario Simulado durante la Graduación de Enfermería

Gabriela Barreto Telles

Karen de Araujo Mairão

Ligia Maria Castilho M. Mansano

Orientadora: Maria das Graças de Oliveira Fernandes

Sentimento Materno relacionado ao diagnóstico de cardiopatia congênita Maternal feeling related to the diagnostic of congenital cardiopathy

Sentimiento Materno relacionado al diagnóstico de cardiopatía congénita

Sandra Regina Pereira Lima

Juliana Aparecida Gonçalves Parreira

Rosadélia Malheiros Carboni

Buscando uma Prática segura durante as Análises de Casos de Infecção do Trato Urinário não Relacionado a Dispositivos: relato de experiência Seeking a safe practice during Analyses of Urinary Tract Infection Cases

Unrelated to Devices: an experience report

Buscando una práctica segura durante los Análisis de Casos de Infección

del Tracto Urinario no Relacionado a Dispositivos: relato de experiencia

Silvana Santiago

Aparecida Cristina da Silva

Adriana Alves Coiado Majewski

Maysa Monteiro Vasconcelos

Cuidados de enfermagem a pacientes submetidos a transplante renal no período pós-operatório Nursing care to patients submitted to kidney transplant in the postoperative period

Cuidados de enfermería a pacientes sometidos a trasplante renal en el período post-operatorio

Susan Bissolato de Bellis

Andre de Oliveira

Wallyson Robson Pereira de Oliveira

Ana Maria Tranquitelli

Co-orientadora: Sandra Mara Batista Costa e Silva

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No mês de junho de 2017, ocorre a fusão do IEP e do Centro de Simulação da Rede

de Hospitais São Camilo. Desta forma, com um CNPJ próprio, é criado o IAPS que tem

como finalidade o desenvolvimento e a publicação de pesquisas realizadas pelos cola-

boradores, profissionais externos e terceiros; coordenação do Boletim Científico e livros

em parceria com as editoras da área de saúde; realização de treinamentos; cursos de

extensão e eventos científicos. O IAPS foi desenvolvido dentro da concepção do Plano de

Desenvolvimento Institucional da Rede Hospitais São Camilo. Nesse norte, procurou-se

construir cuidadosamente uma proposta capaz de permitir o aprimoramento profissional

segundo os padrões de excelência exigidos pelas instituições de saúde, capaz de se des-

tacar no contexto profissional e social brasileiro, não só pela sua capacitação profissional,

mas também pelo seu posicionamento moral, ético e humano.

Cabe à Instituição, o trabalho de transformar a postura dos profissionais perante a vida,

facilitando sua integração plena à sociedade em que vive. A saúde e o bem estar são

importantes investimentos para as expectativas da população por uma vida melhor e isto

deve ser trabalhado através da assistência, do ensino, da pesquisa e da extensão.

Qualificar a assistência pressupõe acrescer aos tratamentos já instituídos estratégias

de agir. A assistência prestada deve ter como foco a pessoa, seu grupo familiar, o seu

contexto de vida enquanto elementos para a construção de uma estrutura física, mental

e comportamental capaz de possibilitar ao profissional de saúde uma assistência integral

e segura.

Em síntese, este instituto investe no aprimoramento do profissional capaz de sustentar

suas próprias ações, constituindo-as a partir de competências analíticas, propositivas e

relacionais, assumindo uma inserção profissional pautada em razão prática, responsa-

bilidade política e ética, em sintonia com a inovação e evolução de conceitos e práticas

enquanto requisitos para enfrentar a crescente complexidade da dinâmica assistencial.

Convidamos a todos a participarem das atividades desenvolvidas e na elaboração de

propostas de treinamentos, eventos e pesquisas em conjunto com o IAPS.

Boa leitura a todos!!!!!

EDITORIAL

Nasce o Instituto de Aperfeiçoamento Profissional e Simulação (IAPS) da Rede São Camilo

Ariadne da Silva FonsecaGerente do Instituto de Ensino

e Pesquisa e do Centro

de Simulação da Rede de

Hospitais São Camilo

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In June 2017 there will be the merger of IEP and of the Simula-

tion Center of Rede de Hospitais São Camilo. This way, with a

specific CNPJ, IAPS is created with the purpose of developing

and publish researches carried out by associates, external pro-

fessionals and third parties, coordinating the Scientific Bulletin

and books in partnership with health care publishers, and hold-

ing training courses, extension courses and scientific events. The

IAPS has been developed within the design of the Institutional

Development Plan of Rede de Hospitais São Camilo. In this

sense, the purpose was to carefully build a proposal capable of

allowing professional improvement according to the standards

of excellence required by health institutions, which could out-

stand in the Brazilian professional and social context not only

due to professional qualification but due to its moral, ethical and

human stance as well.

The work of transforming the professionals’ stance towards

life facilitating their full integration into the society where they

live appertain the institution. Health and wellness are important

investments for the population’s expectations for a better life,

and this must be worked through assistance, education, re-

search and extension.

Qualifying assistance presupposes adding acting strategies

to treatments already implemented. The assistance provided

must focus on the person, their family group, their context of

life as elements for the construction of a physical, mental and

behavioral structure capable of enabling health professionals to

provide an integral and safe assistance.

In synthesis, this institute invests in the improvement of pro-

fessionals capable of supporting their own actions, building

them based on analytical, prepositive and relational compe-

tences, assuming a professional insertion guided by practical

reason and political and ethical responsibility, aligned with the

innovation and evolution of concepts and practices as require-

ments to face the assistance dynamics growing complexity.

We invite everybody to participate in the activities developed

and in the preparation of training, event and research proposals

together with the IAPS.

Have a good reading!!!!!

En el mes de junio de 2017, ocurre la fusión del IEP y del Centro

de Simulación de la Red de Hospitales São Camilo. De esta ma-

nera, con un Registro Único Tributario Brasileño propio, se crea

el IAPS que tiene como finalidad el desarrollo y la publicación de

investigaciones realizadas por los colaboradores, profesionales

externos y terceros; coordinación del Boletín Científico y libros en

asociación con las editoras del área de salud; realización de en-

trenamientos; cursos de extensión y eventos científicos. El IAPS

fue desarrollado dentro de la concepción del Plan de Desarrollo

Institucional de la Red de Hospitales São Camilo. En este senti-

do, se buscó construir cuidadosamente una propuesta capaz de

permitir el perfeccionamiento profesional según los estándares

de excelencia exigidos por las instituciones de salud, capaz de

destacarse en el contexto profesional y social brasileño, no sólo

por su capacitación profesional, pero también por su posiciona-

miento moral, ético y humano.

Corresponde a la Institución, el trabajo de transformar la postu-

ra de los profesionales ante la vida, facilitando su plena integra-

ción a la sociedad en que vive. La salud y el bienestar son impor-

tantes inversiones para las expectativas de la población por una

vida mejor y esto se debe trabajar por medio de la asistencia, de

la enseñanza, de la investigación y de la extensión.

Calificar la asistencia presupone agregar estrategias de actuar

a los tratamientos ya instituidos. La asistencia prestada debe te-

ner como enfoque la persona, su grupo familiar, su contexto de

vida, como elementos para la construcción de una estructura fí-

sica, mental y comportamental capaz de posibilitar una asistencia

integral y segura al profesional de salud.

En síntesis, este instituto invierte en el perfeccionamiento del

profesional capaz de sustentar sus propias acciones, constitu-

yéndolas a partir de competencias analíticas, propositivas y rela-

cionales, asumiendo una inserción profesional pautada en razón

práctica, responsabilidad política y ética, en sintonía con la innova-

ción y evolución de conceptos y prácticas, como requisitos para

enfrentar la creciente complejidad de la dinámica asistencial.

Invitamos a todos a participar de las actividades desarrolladas

y en la elaboración de propuestas de entrenamientos, eventos e

investigaciones en conjunto con el IAPS.

¡¡Buena lectura a todos!!

The Institute of Professional Improvement and Simulation (IAPS) of Rede São Camilo is born

Nace el Instituto de Perfeccionamiento Profesional y Simulación (IAPS) de la Red São Camilo

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ResumoEste trabalho trata-se da prevenção da lesão renal em pacientes

com intoxicações exógenas aguda: considerando a intoxicação

exógena aguda como um problema de saúde pública, destaca-se

a importância do atendimento a essas pessoas que se encontram

em situações aguda. O objetivo desse trabalho foi identificar na lite-

ratura as ações de enfermagem na prevenção e identificação pre-

coce da lesão renal aguda em pacientes com intoxicação exógena

em situações de emergências. Método utilizado revisão integrativa

da literatura disponível em: Lilacs, Scielo e dados das seguintes

entidades: Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde do Estado da

Bahia-SESAB, Sociedade Brasileira de Nefrologia, Fundação Os-

valdo Cruz (Fiocruz) e Conselho Federal de Enfermagem. Foram

encontrados sessenta e um artigos, procedeu-se a checagem dos

títulos, resumos e autores com objetivo de separar as publicações

repetidas, a seguir foram esmiuçadas todas as publicações encon-

tradas e selecionados dez artigos inerente ao assunto abordado.

Os resultados apontam que as ações iniciais de enfermagem são

caracterizadas pela busca da estabilização das condições vitais hu-

mana, seguindo-se por meio do suporte de básico de vida, exames

físico e histórico de enfermagem. Assim conclui-se que as ações

de enfermagem tem sido notavelmente prospera na redução da

frequência do agravo da lesão renal em situação de emergência.

Palavras-chave: enfermagem em emergência, Lesão Renal Agu-

da prevenção & controle, Rim/lesão e envenenamento.

AbstractThis work deals with the prevention of kidney injuries in patients

with acute exogenous intoxications: considering acute exogenous

intoxication as a public health issue, it highlights the importance of

assisting those persons in acute situations. This work aims at iden-

tifying Nursing actions for the prevention and early identification

of acute kidney injuries in patients with exogenous intoxication in

emergency situations in the literature. The method used was an

integrative review of literature available at Lilacs, Scielo, and data

from the following entities: Ministry of Health, Department of Health

Prevenção da Lesão Renal em Pacientes com Intoxicação Exógena Aguda: ações de Enfermagem em situações de emergência

José Ribeiro dos SantosMestrando em Ciências da Educação pela Universidade Politécnica Y Artística Del Paraguay, Especialista em Enfermagem em Urgência e Emergência com Ênfase em AHP. Graduação em Enfermagem, licenciatura em biologia, Docência do ensino médio técnico e superior da área da saúde. Atualmente é professor dos cursos de pós-graduação da Faculdade Associada Brasil.

Elizete Sampaio AraújoMestre em Bioética e docente da São Camilo, Unip e Pós de Emergência da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa

Prevention of Kidney Injuries in Patients with Acute Exogenous Intoxication:

Nursing actions in emergency situations

Prevención de la Lesión Renal en Pacientes con Intoxicación Exógena Aguda:

acciones de Enfermería en situaciones de emergencia

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of the State of Bahia-SESAB, Brazilian Society of Nephrology, Funda-

ção Osvaldo Cruz (Fiocruz), and Federal Council of Nursing. Sixty-one

articles were encountered and their titles, abstracts and authors were

checked with the purpose of sorting repeated publications, and then

all encountered publications were analyzed in depth and ten articles

dealing with the approached subject were selected. The results in-

dicate that initial nursing actions are characterized by the quest for

human vital conditions stabilization, and followed by basic life sup-

port and by nursing physical and history examinations. Therefore, the

conclusion is that nursing actions have been remarkably successful

to reduce occurrences of kidney injuries aggravation in emergency

situations.

Key words: emergency nursing, Acute Kidney Injuries prevention

and control, Kidney/injury and poisoning.

ResúmenEste trabajo trata de la prevención de la lesión renal en pacientes

con intoxicaciones exógenas agudas: considerando la intoxicación

exógena aguda como un problema de salud pública, se destaca la

importancia de la atención a esas personas que se encuentran en

situaciones aguda. El objetivo de ese trabajo fue identificar en la li-

teratura las acciones de enfermería en la prevención e identificación

prematura de la lesión renal aguda en pacientes con intoxicación

exógena en situaciones de emergencias. Método utilizado revisión

integrativa de la literatura disponible en: Lilacs, Scielo y datos de las

siguientes entidades: Ministerio de Salud, Secretaría de Salud del

Estado de Bahia-SESAB, Sociedad Brasileña de Nefrología, Funda-

ción Osvaldo Cruz (Fiocruz) y Consejo Federal de Enfermería. Se en-

contraron sesenta y un artículos, se realizó el chequeo de los títulos,

resúmenes y autores con el objetivo de separar las publicaciones re-

petidas, enseguida fueron examinados detenidamente todas las pu-

blicaciones encontradas y se seleccionaron diez artículos inherentes

al tema abordado. Los resultados apuntan que, las acciones iniciales

de enfermería son caracterizadas por la búsqueda de la estabilizaci-

ón de las condiciones vitales humana, siguiendo por medio del so-

porte básico de vida, exámenes físicos e historial de enfermería. Así,

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se concluye que, las acciones de enfermería han sido notablemente

prósperas en la reducción de la frecuencia del agravamiento de la

lesión renal en situación de emergencia.

Palabras-clave: Enfermería en emergencia, Lesión Renal Aguda,

prevención y control, Riñón/lesión y envenenamiento.

IntroduçãoIntoxicação exógena é um conjunto de efeitos adversos

provocados por agentes químicos ou físicos, devido a sua interação com o sistema biológico. Intoxicação exógena ou envenenamento é o resultado da contaminação de um ser vivo por um produto químico, para que haja a ocorrência do envenenamento são necessários três fatores: substância, víti-ma em potencial e situação desfavorável.1

Um tóxico é qualquer substância que, quando inalada, in-gerida, absorvida ou aplicada a pele causa uma lesão através de sua ação. É um dos acidentes mais comuns e quando di-recionado a uma unidade de saúde é um dos mais comple-xos atendimentos, devido às diversas composições dessas substâncias que nesses casos exigem tratamento diferencia-dos o que dificulta o início da aplicação terapêutica rápida e eficazes.2

O paciente intoxicado difere, em alguns aspectos daqueles assistidos no cotidiano de um atendimento de emergência. As diferenças estão nos aspectos clínicos, patológicos e far-macológicos.3

As fontes comuns de venenos incluem: medicamentos, produtos de limpeza doméstica, produtos industriais, agríco-las, plantas e substâncias alimentícias. As intoxicações, aci-dentais ou intencionais são importante causa de doenças, a pesar da insuficiência de dados estatísticos é possível admitir que casos de intoxicação exógena são bastante frequentes no Brasil, constitui um importante problema de saúde públi-ca, porém a nossa estatística é subestimada por serem os ca-sos mal diagnosticados e pouco notificados.4

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No Brasil, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Far-macológicas (SINNITOX), tem como principal atribuição coor-denar o processo de coleta, análise e divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento emitidos pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica.5

A utilização crescente e abusiva de substâncias quí-micas não acompanhada de precauções e cuidados neces-sários, tornam-se um problema grave de saúde pública em todos os países do mundo, os países desenvolvidos estimam que podem atingir 2% da população e naqueles em desen-volvimento chega a 3%. No Brasil as estimativas da Organi-zação Mundial da Saúde são em torno de 3% de intoxicações anuais da população urbana.6

Como a intoxicação é um processo patológico cau-sado por substâncias exógena ou endógena caracterizado por desequilíbrio fisiológico é importante diferencia-la. A in-toxicação endógena ocorre por meio de substâncias produ-zidas no próprio organismo, através das toxinas de microrga-nismos infecciosos. Já a intoxicação exógena é a exposição de substâncias químicas encontradas no ambiente ou isola-das.1

Existem documentos sobre a intoxicações de profissionais por chumbo e mercúrio por volta de 200 a.C. Em 1950 foram identificados e codificados um milhão e duzentas mil subs-tâncias e em 1992 passaram a 11 milhões, representando um aumento do risco de exposição aos agentes tóxicos.7

Existem mais de doze milhões de produtos químicos co-nhecidos, sendo que aproximadamente três mil causam a maioria das intoxicações, contudo, qualquer substância inge-rida em grande quantidade pode ser tóxica. No sexo mascu-lino, acomete 50,8%dos casos notificados e 69,1% dos óbitos são decorrentes de intoxicação evidenciando que para o sexo masculino há maior gravidade nos casos de intoxicação.8

Em geral as intoxicações exógenas resultam em impor-tante morbidade (alta incidência), baixa letalidade e pouco tempo de permanência hospitalar. Um dos fatores que está relacionado com a grande incidência de intoxicações é a fa-cilidade de acesso. Os analgésicos e sedativos são os me-dicamentos mais comuns relacionados a eventos tóxicos, o Brasil é o sexto ou sétimo país consumidor de medicamentos no mercado mundial, com uma característica importante que é a automedicação e o fácil acesso da população aos mais variados tipos de medicamentos.5

A classificação utilizada pelo Sistema de Notificação de In-formação Tóxico-Farmacológicas: os medicamentos, agrotó-xicos (domésticos/agrícolas), produtos veterinários, raticidas, cosméticos, produtos químicos industriais, metais, drogas de abuso, plantas, animais peçonhentos, alguns grupos são res-ponsáveis pela maioria dos casos.1

A enfermagem tem um papel fundamental no tratamento

das intoxicações. A conduta terapêutica, diante de qualquer intoxicação aguda, como em qualquer outra emergência, re-quer uma avaliação inicial rápida das condições clínicas do paciente para identificar e corrigir situações de risco iminente: obstrução de vias aéreas, parada respiratória e/ou cardior-respiratória e hemorragias externas, obedecendo as etapas sistemática do atendimento ao paciente vítima de intoxica-ção, uma sequência de prioridades representadas pelas 5 letras iniciais do alfabeto: ABCD. O A Airway – vias aéreas, B Breathing – respiração, C Circulation-circulação, D Disability- déficit neurológico, E Exposure – exposição.9

As ações de enfermagem são naturalmente prósperas na redução da frequência do agravo da Lesão Renal. Conside-rando o papel do enfermeiro no contexto geral do atendi-mento ao paciente com diagnósticos de intoxicação aguda, dentre as intervenções destaca-se o histórico de enferma-gem como ferramenta importante na coleta de dados que auxilia no diagnóstico.10

Para o processo de atendimento desses pacientes, os as-pectos éticos, relacionais e técnicos do atendimento são pri-mordiais para eficácia do atendimento. A conduta terapêutica para uma intoxicação aguda, como em qualquer urgência clínica, requer uma avaliação inicial rápida das condições clí-nicas do paciente para identificar e corrigir situações de risco iminente de vida.11

O centro de controle de Intoxicação (CCI), foi criado pelo Decreto n° 9.652 de 27 de setembro de 1971. Em 1976, a Se-cretaria da Saúde e Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul criou o Centro de Informação-Toxicológico e em feve-reiro de 1980 o Ministério da Saúde constituiu o Sistema Na-cional de Informações Tóxico-Farmacológico (SINITOX), com o objetivo de centralizar informações sobre o atendimento de pessoas expostas a substâncias químicas. Em São Paulo o re-ferencial é o hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya no bairro do Jabaquara e a partir de 1985 a Fio Cruz passou a divulgar anualmente os casos de intoxicação e envenena-mento em humanos.12

O SINITOX, no ano de 2011, registrou 105.875 mil casos de intoxicação humano por agentes tóxicos e cerca de 339 óbi-tos. Embora medicamentos tenham sido os principais agen-tes de intoxicações humana os agrotóxicos e raticidas foram os maiores responsáveis pela letalidade.13

Atualmente, o Brasil conta com trinta e dois centros de controle de intoxicação, localizados em 17 estados. Estima--se que 60% são por ingestão abusiva de medicamentos, 20% por envenenamento e agrotóxico e os outros 20% por cortes e perfurações.14

O Centro de Controle de intoxicação são unidades espe-cializadas e o principal objetivo é fornecer orientações aos profissionais de saúde sobre o diagnóstico e o tratamento

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das intoxicações agudas, os primeiros socorros e medidas de descontaminações em casos de exposição a substâncias tóxicas.5

Os setores de Saúde e de Educação possuem uma forte relação, descrita por muitas afinidades no campo das polí-ticas públicas, baseando-se na universalização de direitos fundamentais de todos. A educação se faz presente em to-dos os momentos da vida do ser humano, prevê a interação entre as pessoas envolvidas dentro do contexto educativo e destas com a educação em saúde insere-se no contexto da atuação do enfermeiro já que é o principal agente dentro da perspectiva do cuidar. Neste contexto o cuidado com o pa-ciente que intencionalmente ou inadvertidamente ingeriu ou foi exposto a uma substância potencialmente tóxica, o enfer-meiro, irá avaliar medidas terapêuticas gerais e especificas e neste processo de avaliação interdisciplinaridade aliado a um conjunto de ações assistenciais colocando a vítima ao centro do cuidado.4

As principais ações de tóxico vigilância são: I- Identifica-ções de problemas: estudos epidemiológicos e avaliação de riscos; II- Medidas de controle dos produtos: proibição, restrição e uso controlado; III- Desenvolvimentos de ações conjuntas com órgãos de saúde, vigilância Meio ambiente público e privados, justiça, Órgãos de Classes etc.; IV - Capa-citação de profissionais em toxicologia; V - Conscientização da população: campanhas educativas, divulgação das medi-das de prevenção e controle.1

A evolução da doença (intoxicação exógena), sem trata-mento é inevitavelmente agravada, podendo levar a (LRA). A doença renal pode ser caracterizada de duas maneiras: lesão renal aguda (LRA) ou lesão renal crônica (LRC), aguda é ca-racterizada por rápida queda na taxa de filtração glomerular, um abrupto e continuo aumento de ureia e creatinina, resul-tando na impossibilidade dos rins em exercer suas funções básicas de excreção e manutenção.15,16

Já a LRC é a perda lenta, progressiva e irreversível das fun-ções renais por ser lenta e progressiva, esta perda resulta em processos adaptativos que, até um certo ponto, mantêm o paciente assintomático. A perda de função renal em geral de-mora meses para ocorrer. Até que tenham perdido cerca de 50% de sua função renal. O estágio final da doença renal é chamado de falência renal crônica. Os rins já não funcionam e o paciente necessita de diálise ou de um transplante de rim.15,16

Estima-se que existam atualmente no Brasil em torno de 90 mil indivíduos em programas crônicos de diálise e mais de 20 mil transplantes renais. 80% desses pacientes tem seu tratamento subsidiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A incidência e a prevalência de Falência Função Renal (FFR) estão aumentando o prognostico é ruim e os custos do trata-

mento da doença são altíssimos, um custo com cerca de 1,4 bilhão de reais.12

O tratamento de maneira geral é avaliar os sinais vitais e mantê-los em parâmetros adequados é o manejo básico que se deve ser dispensado a todo paciente em um aten-dimento de emergência. Seguindo a sequência do ABCDE. Manter vias aéreas pérvias e monitorização e avaliação desse paciente. Devemos ainda despender todo o esforço possível para retirar do organismo substâncias causadoras da intoxi-cação, lavagem gástrica quando indicado.3

A avaliação clínica inicial é verificar se o paciente apresen-ta algum distúrbio que represente risco iminente de morte. É importante salientar que a Prescrição de Enfermagem é imprescindível para nortear as ações da equipe de enferma-gem no cuidado individual ao paciente. (SAE)- Sistematização da Assistência de Enfermagem é privativo do profissional En-fermeiro de acordo com a Lei 7.498 de 25 de junho de 1986.17

Prescrição de Enfermagem é qualquer tratamento basea-do no julgamento clinico que o enfermeiro realizou em be-nefício do cliente, o exame físico deve ser detalhado, dando atenção aos sinais e sintomas que caracterizaram a intoxica-ção por toxinas.17

O atendimento inicial nos serviços de urgência e emergên-cia é caracterizado pela busca da estabilização das condi-ções vitais da pessoa humana, que se dá por meio do su-porte à vida, exigindo agilidade e objetividade da equipe de enfermagem, O tratamento de emergência para intoxicações tem como fundamentais exigências: permeabilidade de vias aéreas remover ou inativar o tóxico antes que ele seja absor-vido, fornecer cuidados de suporte na manutenção de sis-temas orgânicos e vitais, administrar um antídoto específico para neutralizar um tóxico específico, implementar o trata-mento que acelere a eliminação do tóxico absorvido.9

ObjetivoIdentificar na literatura as ações de enfermagem na preven-ção e identificação precoce da lesão renal aguda em pacien-tes com intoxicação exógena em situação de emergências.

MétodoTrata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, inte-

grativa. O estudo é uma revisão sistemática que consiste em uma técnica científica objetiva, eficiente e reprodutível, que representa uma reflexão sobre a importância das ações do profissional enfermeiro, diante de uma intoxicação exógena aguda.

A revisão bibliográfica consiste em uma análise crítica me-ticulosa e ampla das publicações correntes em uma deter-minada área do conhecimento. Um levantamento das carac-terísticas ou componentes do fato, fenômeno ou problema, a

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12

revisão é realizada como parte inicial de um estudo científico, seja no nível de graduação ou pós-graduação, sendo par-te fundamental em uma dissertação de mestrado ou numa tese de doutorado. Elaborado a partir de material já publica-do em livros, jornais periódicos disponibilizados na internet. De modo geral a revisão exige do pesquisador uma série de informações sobre o que deseja estudar, uma precisa delimi-tação de técnicas e interpretação dos dados.

A presente pesquisa teve como finalidade buscar na lite-ratura cientifica identificar as ações de enfermagem na pre-venção e identificação precoce da lesão renal aguda (LRA) em pacientes com intoxicação exógena aguda em situação de emergência.

Pautando-se nas perspectivas teóricas adotadas, investi-gou-se os artigos inerentes ao tema abordado, prevenção da lesão renal em pacientes com intoxicação exógena: ações de enfermagem. Entre os meses de dezembro de 2013 à maio de 2014, através de leituras e fichamentos de textos.

Para melhor elucidar o desenvolvimento da pesquisa, bus-cou-se verificar na literatura nacional artigos inerentes aos objetivos proposto, com publicações dos compreendendo o período de 2002 a 2014, que estavam disponíveis na integra e em língua portuguesa. Toda revisão literária passou por um processo sistemático e foram selecionados os artigos ine-rentes ao tema abordado, após o levantamento e posterior fichamento, cuja descrição atendeu o objetivo do estudo em questão.

O estudo foi realizado por meio de busca on-line através da análise de textos e bibliografias nas produções cientificas re-ferente ao tema: prevenção da lesão renal aguda em pacien-tes com intoxicação exógena aguda: ações de enfermagem em situações de emergência. Tendo como embasamento te-órico o levantamento dos dados foram realizados em fontes como: Lilacs (Literatura-Americana do Caribe), Scielo (Scien-tific Electronic Library online) e dados das seguintes entida-des: Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Concelho Federal de Enfermagem (COFEN) e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).

Para a pesquisa deste trabalho foram usados os descritores: intoxicação exógena, tratamento, enfermagem e prevenção da lesão renal aguda. Ao utilizar os descritos citados, foram encontrados sessenta e um artigos que estavam disponíveis. Foram descartados sessenta e um artigos por não atender os objetivos do estudo proposto. Desta forma o estudo contou com dez artigos, que foram lidos e posterior posteriormente realizado o fichamento.

Inicialmente procedeu-se a checagem dos títulos, auto-res e resumos, com objetivo de separar as publicações re-petidas, a seguir foram esmiuçadas todas as publicações encontradas e selecionados os artigos inerentes ao assunto

abordado. Os textos foram selecionados para análise devido às implicações para a prática que norteia as ações de enfer-magem, no que se referem os cuidados do cliente. Os dados serão armazenados em programa de computador Word 2013.

Resultados e DiscussãoUtilizando os critérios de inclusão, foram selecionados para

compor este estudo 10 artigos que atenderam o objetivo desta pesquisa, que serão apresentados no quadro ao lado.

Podemos observar no quadro ao lado que dos artigos en-contrados com o maior número de publicações foram no ano de 2005, 2008, 2011 e 2012 foram encontrados dois artigos em cada ano. E nos anos de 2007 e 2013 foram encontrados apenas um artigo em cada ano. Já nos anos de 2009 e 2010 não foram encontrados artigos que se adequassem a temá-tica. Nota-se embora a crescente discussão sobre o assunto abordado, ainda é deficiente o número de publicações refe-rente ao tema em questão.

É possível verificar que dos artigos estudados cinco artigos são de revisão bibliográfica, descritivo com coleta de dados dois artigos, retrospectivo com coleta de dados uma publica-ção, duas publicações descritivo com coleta de dados, dois artigos descritivo, qualitativo e quantitativo uma publicação.

As revistas onde foram encontrados os artigos com maior número de publicações foram as revistas: Revista Brasileira de Enfermagem e revista Eletrônica de Enfermagem com duas publicações em cada uma. As demais publicações fo-ram encontradas nas revistas: Revista UNISA, Jornal Brasileiro de Nefrologia, Revista Brasileira de Clínica Médica, Universi-dade Veiga Filho, Revista Rene- Revista da Rede de Enfer-magem do Nordeste e Revista Acta Paulista em cada revista foram encontrados apenas um artigo que se adequasse a temática em questão.

DiscussãoAs intoxicações exógenas desempenham um papel im-

portante por seu alto custo, possibilidade de sequelas irre-versíveis e sofrimento a vítima e família, observa-se que o tempo entre a exposição ao agente e o atendimento médico, representa grande risco da mortalidade, os profissionais de enfermagem exercem relevante função na intervenção das intoxicações exógena aguda.18

Para garantir a eficácia do atendimento os padrões míni-mos de assistência deve seguir a sequência do atendimento ABCDE – A-Permeabilidade das vias aéreas. B-Respiração: avaliar o padrão respiratório. C-Avaliação hemodinâmica: verificar pressão sanguínea e frequência cardíaca; realizar monitoração eletrocardiográfica contínua; puncionar aces-so venoso para infusão de fluidos; coletar material biológico para realização de exames. D-Avaliação neurológica: obser-

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13

Nº Autor Revista Caráter do ArtigoAno Método

Jacklyne Stroisner de Sousa Dantas

Erika Tavares Okuda

Claudia Maria P. Alves

Rita de Cássia Helú Mendonça

Ribeiro

Marcus Gomes Bastos

Juliana Lourenço

Júlio Cesar Santos Silva

Salete Teixeira Morais

Cristiano Dias Nascimento

Mercedes Trentini

Revista eletrônica de

enfermagem

Revista Rene

Revista Brasileira da

Clínica Médica

Revista Eletrônica de

Enfermagem

Jornal Brasileiro de

Nefrologia.

Acta Enfermagem

Universidade Veiga Filho

Revista Enfermagem

UNISA

Revista Brasileira de

Enfermagem.

Revista Brasileira de

Enfermagem

Descritivo com

coleta de dados

Qualitativo e

quantitativo.

Retrospectivo

transversal

por analise de

prontuário

Estudo descritivo,

retrospectivo

documental

com abordagem

quantitativa

Revisão da

literatura

Descritivo com

coleta de dados

Revisão

bibliográfica

Revisão

bibliográfica

Revisão de

literatura

Revisão

bibliográfico

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

2013

2012

2012

2011

2011

2008

2008

2007

2005

2005

Perfil do paciente com intoxicação exógena

por “chumbinho” na abordagem inicial em

serviço de emergência

Padrões mínimos de atendimento inicial a

urgência toxicológica para abordagem à

criança intoxicada.

Diferentes abordagens na detecção da

disfunção renal aguda em paciente graves

Caracterização e etiologia da insuficiência

renal crônica em unidade de nefrologia do

interior do Estado de São Paulo

Doença renal crônica: importância do

diagnóstico, encaminhamento imediato e

abordagem interdisciplinar estruturada para

melhora do desfecho em pacientes ainda não

submetido a dialise

Intoxicação exógena em crianças atendidas

em uma unidade de emergência pediátrica

Sinais e Sintomas evidenciados na intoxicação

exógena e principais procedimentos de

enfermagem-práticas de enfermagem

baseada em evidencias

Intoxicação exógena por carbamatos:

assistência de enfermagem

Intervenção de enfermagem nas

complicações mais frequentes durante a

sessão de hemodiálise: revisão da literatura.

Ações de enfermagem em nefrologia: um

referencial expandido além da concepção

biologicista de saúde

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var diâmetro pupilar; Observar nível de consciência. E- Ex-posição: retirar todas as vestes do paciente e observar sinais de lesões.19

Espera-se uma intervenção rápida e positiva em prol de uma melhora do quadro do paciente com intoxicação exó-gena, medidas que visam a corrigir os distúrbios seja pelas condições respiratórias, circulatórias ou neurológica, com base nas alterações clínicas o alto índice de mortalidade estar relacionado com diagnóstico tardio e condutas ina-dequadas, para uma assistência de enfermagem segura ao paciente com intoxicação exógena requer uma qualificação dos profissionais na abordagem, detecção e assistência ao paciente.20

Diante das intervenções de enfermagem, o histórico de enfermagem é imprescindível. Os profissionais de enferma-gem exercem relevante função tanto na prevenção quanto no tratamento das intoxicações evitando assim elevação do risco para desencadear a Lesão Renal Aguda (LRA). É im-prescindível que os profissionais de enfermagem estejam preparados e qualificados para este tipo de abordagem, uma vez que a brevidade na avaliação dos sinais e sintomas e a rápida intervenção reduz a letalidade consideravelmente.21

A ação inicial da equipe de enfermagem deve priorizar a manutenção de vias aéreas pérvias, ventilação e oxigena-ção e estabilização do paciente, IOT intubação oro traqueal quando ocorre o rebaixamento de nível de consciência, in-serir um cateter urinário de demora para monitorar a função renal, manter o paciente aquecido e colher amostras sanguí-neas para testar a concentração da substância ou o tóxico.22

Os procedimentos a serem realizados são aqueles ineren-tes ao atendimento de urgências vítima de intoxicação exó-gena aguda, seguir as medidas que visam a estabilização de suas funções vitais: monitorização, ofertar oxigênio, puncio-nar acesso venoso periférico para hidratação afim de corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico.23

Nas alterações hemodinâmicas do paciente em com qua-dro de intoxicação exógena, a atuação do enfermeiro diante desta complicação, desde o diagnóstico precoce, a monito-rização do paciente e a rápida intervenção é essencial para a garantia do procedimento seguro e eficiente para o paciente em situação de emergência.24

As intoxicações exógenas são consideradas um fenômeno emergente devido ao crescimento das indústrias químicas e farmacêuticas, à facilidade de acesso de medicamentos e substâncias tóxicas, a prescrição médica abusiva de psico-trópicos e o manuseio inadequado de produtos e substân-cias toxicas.25

Nas fases iniciais da lesão renal, quando as manifestações clínicas e laboratoriais são mínimas ou ausentes o diagnos-tico pode ser sugerido pela associação de manifestações

inespecíficas: fadiga, emagrecimento, náuseas, hipertensão ou edemas.26

As instituições de saúde estão estruturadas para atendi-mento a usuários e situações agudas e por isso os profis-sionais de saúde para cuidar de usuários em condições de emergências precisam de novos modelos que ajudam a de-senvolver competências avançadas de comunicação e edu-cação e constante aprimoramento.27

Considerações FinaisOs dados do presente estudo concluem-se o entendi-

mento de que, partindo do princípio de que o cuidado é a ra-zão de ser da enfermagem, torna-se imprescindível a capa-citação técnica e cientifica desses profissionais. Observamos que a identificação da intoxicação exógena aguda pode ser realizada pelo enfermeiro e que sua identificação rápida e precoce do diagnóstico, diante de qualquer intoxicação agu-da, favorece as ações da equipe de enfermagem. Toda via observamos que não é fácil interpretar os sinais clínicos de um paciente com intoxicação exógena aguda. É sabido que as ações do enfermeiro têm sido notavelmente prospera na redução da frequência do agravo da lesão renal, a aborda-gem clínica inicial dos pacientes com intoxicação exógena aguda em situação de emergência é caracterizada pela bus-ca da estabilização das condições vitais humanas seguindo--se por meio de suporte básico de vida.

Pacientes de pronto socorro são pacientes diferentes de-vido às demandas, necessidades emergentes, rapidez e efi-ciência na identificação precoce e as ações tomadas para solucionar seu problema com segurança. A enfermagem age de forma holística, sistematizada e com foco na principal vertente, detectando e estabelecendo os eventos primários evitando assim complicações secundárias.

14

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15

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16

ResumoEste trabalho visa levantar a opinião de estudantes sobre o ce-

nário simulado durante a graduação de enfermagem, identifi-

cando as facilidades e dificuldades do mesmo. Trata-se de uma

pesquisa de campo, quantitativa, realizada com alunos do 4°, 6°

e 8° semestre. Em relação aos resultados, estes apresentam os

sentimentos mais corriqueiros entre os graduandos durante a

execução do cenário, principais dificuldades encontradas, pro-

cedimentos considerados mais difíceis e aqueles que propor-

cionam maior aprendizado. Na conclusão, apresentamos uma

discussão da análise de resultados e dissertamos acerca da

real importância do cenário de simulação, como insubstituível

fonte de aprendizado e, seu reflexo na vida profissional do en-

fermeiro.

Palavras-chave: cenário de simulação; enfermagem; aprendi-

zado; graduação.

AbstractThis work aims at surveying the students’ opinion about the

simulated scenario during undergraduate courses on nursing,

identifying its facilities and difficulties. It is a quantitative field

research carried out students from the 4th, 6th and 8th semes-

ters. In relation to results, they display the most usual feelings

among undergraduate students during the scenario perfor-

mance, main difficulties encountered, procedures deemed to

be the most difficult ones and those which provide further lear-

ning. In the conclusion, we presented a discussion of the results

analysis and examined the actual importance of the simulation

scenario as an irreplaceable source of leaning and its reflex on

the nurses’ professional life.

Key words: simulation scenario; nursing; learning; undergra-

duate courses.

ResúmenEste trabajo tiene en vista levantar la opinión de estudiantes

sobre el escenario simulado durante la graduación de enfer-

Reflexo do Cenário Simulado durante a Graduação de Enfermagem

Gabriela Barreto TellesGraduação em Enfermagem pela Universidade Anhembi Morumbi

Karen de Araujo MairãoGraduação em Enfermagem pela Universidade Anhembi Morumbi

Ligia Maria Castilho M. MansanoGraduação em Enfermagem pela Universidade Anhembi Morumbi

Orientadora: Maria das Graças de Oliveira Fernandes

Reflex of the Simulated Scenario during Undergraduate Courses on Nursing

Reflejo del Escenario Simulado durante la Graduación de Enfermería

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17

mería, identificando las facilidades y dificultades del mismo. Se

trata de una investigación de campo cuantitativa realizada con

alumnos del 4°, 6° y 8° semestre. En relación a los resultados,

estos presentan los sentimientos más habituales entre los gra-

duandos durante la ejecución del escenario, principales dificul-

tades encontradas, procedimientos considerados más difíciles y

aquellos que proporcionan mayor aprendizaje. En la conclusión

presentamos una discusión del análisis de resultados y diserta-

mos acerca de la real importancia del escenario de simulación,

como insubstituible fuente de aprendizaje y su reflejo en la vida

profesional del enfermero.

Palabras-clave: Emergencia, clasificación, enfermería, equipo

de referencia.

IntroduçãoO enfermeiro tem conquistado seu espaço no mercado de

trabalho, mostrando sua competência e indispensabilidade; e para prosseguir com os ganhos, os mesmos necessitam serem capacitados e capazes. Ensino de qualidade, estu-dantes preparados, condições para exercer a profissão; são condições para conquistar tais objetivos, para uma história ser bem-sucedida, com respeito à profissão e aos profissio-nais é necessário começar com a aprendizagem.

No período de formação, os estudantes recebem muitas informações dos tutores, as quais tentam absorver para ofe-recer ao paciente um atendimento de qualidade, conseguir a pontuação necessária para prosseguir com os estudos e/ou muitas outras razões individuais. Todo conhecimento é necessário, mas o cérebro não possui a capacidade de ar-mazenar o conteúdo em sua totalidade. É preciso desenvol-ver técnicas de aprendizagem, formas que contribuam para trazer ao cotidiano algumas informações indispensáveis. Compreendemos que são necessárias medidas mais efeti-vas no ensino de enfermagem, como por exemplo, o cená-rio simulado, que traz ao aluno uma vivencia daquilo que o

espera após sua formação; permite que ele construa a base, aprofunde o conhecimento e, aprenda a aprender.1

Lima diz que em estado de vigília, o cérebro se torna ca-paz de absorver coisas de seu interesse, as quais são dadas atenção e importância - como numa aula sobre determina-do assunto – processo denominado percepção seletiva. A vi-vencia necessita ser lapidada para tornar-se conhecimento, é papel da mente recordar os erros e acertos do cenário de simulação, processar e sintetizar o correto e depois de finali-zado todas as fases é denominado como cognição seletiva.2

Algumas breves horas de aulas em cenários simulados correspondem há dias maçantes de aula teórica. Muitas vezes tendo a simulação um melhor rendimento ao aluno, porém sendo indispensável à base teórica para total apro-veitamento.

Realizando os procedimentos, o conhecimento é fixado de forma mais efetiva, ou seja, um complementa o outro.

Cyrino relata em seu estudo que esta forma de aprendiza-gem, o cenário simulado, faz com que o aluno interaja com o contexto de forma ativa. Ao visualizar cores, consistência do material, sequencia de acontecimentos, funcionalidade das maquinas que serão manuseadas com frequência no futuro, é compreensível que o ensino seja potencializado.3

O debriefing, caracterizado por Coutinho como uma forma de conduzir a uma reflexão da ação, é uma atividade refle-xiva realizada posteriormente a simulação, onde o professor discute de forma construtiva os acontecimentos, questiona as ações dos aprendizes e procura leva-los a compreender a essência do procedimento.4

Reconhecemos que os cenários de simulação tenham um papel importante na vida profissional do enfermeiro. Quando se trata de relações interpessoais, que exigem competên-cias e conhecimento técnico é primordial o uso da prática, pois todo aprendizado transformado em conhecimento será utilizado na vivencia profissional. Os pontos positivos entram em vantagem contra os pontos negativos, acarretando mais

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18

bônus do que ônus e mostrando-se serem fatores essências na formação de um profissional de sucesso. Afinal, como os cenários simulados podem interferir na vida profissional do enfermeiro?

A enfermagem é uma profissão que demanda contato direto com o cliente. Ao profissional, é requerido que o mesmo possua aptidões psicológicas e técnicas para re-alizar tal função.

Durante a graduação, o cenário simulado proporciona que o discente tenha o primeiro contato com o contexto hospi-talar, compreendendo as tênues linhas que existem entre paciente/profissional.

É possível enxergar o que seria considerado uma agressão psicológica ou constrangimento por parte do receptor. Os bonecos de resina são tão reais, que podemos ouvir seus batimentos, respiração e, até escutar sua voz, na maioria das vezes reclamando ou colocando o aluno em situações conflituosas, as quais são necessárias rápidas respostas e intervenções.

Por fim, acreditamos que o cenário simulado interfira po-sitivamente na vida profissional do enfermeiro. Agrega co-nhecimento e proporciona uma noção de posicionamento durante intercorrências e rotinas de enfermagem. O enfer-meiro que tenha passado por tais situações, obtém vivencia e bagagem para exercer sua profissão com autoridade, lide-rando a equipe e agindo como esperado.

Objetivo

Identificar as facilidades e dificuldades do uso da simula-ção na graduação de Enfermagem.

Materiais e MétodosO estudo foi elaborado por meio de uma pesquisa ex-

ploratória de campo, com abordagem quantitativa, que visava levantar as facilidades e dificuldades do ensino na simulação.

A pesquisa foi realizada em uma universidade privada si-tuada na zona leste da cidade de São Paulo. A mesma possui diferentes cursos na área de saúde.

O período de realização do estudo foi de agosto à setem-bro/2016, entregamos os formulários aos alunos e, poste-riormente recolhemos preenchidos.

Os questionários são formulados com perguntas aber-tas, onde abordamos questões pertinentes ao cenário de simulação.

Os participantes receberam um termo individual de con-sentimento livre e esclarecido, sendo a devolutiva deste do-cumento preenchido, pré-requisito básico para participação da pesquisa. Os dados foram analisados e organizados em tabela e gráficos agrupados.

Análise e Discussão e Discussão dos Resultados

Gráfico 1 - Percepção dos alunos quanto à utilização do ce-nário simulado. São Paulo, 2016.

De acordo com o gráfico 1 é possível observar que o aperfeiçoamento de habilidades, nervosismo e ansiedade são os sentimentos mais corriqueiros entre os alunos; pois tais sensações estão diretamente ligadas ao nosso siste-ma nervoso e também alimentam a nossa cognição, que é estimulado sempre que precisamos absorver algo novo, aprender e armazenar informações.

As ações de pensar, sentir e querer nos impulsiona a rea-lizarmos e desenvolvermos efetivamente as atividades que são propostas, criando uma memória, mesmo que traumá-tica, que será utilizada posteriormente. Esta memoria será requerida quando os princípios de universalidade, integri-dade e formação crítica forem cobrados nos sistemas de saúde, no momento que agiremos como enfermeiros.

Não há outra forma de aperfeiçoar habilidades, senão pela prática. Toda metodologia e repetições realizadas fa-zem parte do processo de aprendizado. Quanto mais se pratica, mais se aumenta a possibilidade da correta execu-ção do procedimento.5

O nervosismo aparece frente ao desconhecido, algo pre-sente antes da iniciação do cenário, nos primeiros momen-tos. E a ansiedade antecede a prática de habilidades, é a pressão antes de realizar algo já conhecido.

A ansiedade também é apontada em diversos estudos dos efeitos da simulação, assim como afirma Teixeira e Fe-lix a clínica é um dos períodos mais estressantes da gra-duação, porque envolvem alunos tendo seu primeiro con-tato com os procedimentos, enquanto outros já possuem uma destreza maior, ou seja, estes atenuantes promovem angústia e desencadeiam experiências cognitivas, psico-motoras e afetivas, promovendo a cada cenário o aper-

Ansiedade

Aperfeiçoamento de habilidades

Nervosismo

Curiosidade

Medo

Tédio

38%

22%

23%

9%

7%

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feiçoamento de habilidades requerido para do campo de trabalho.6

Sendo assim, estes sentimentos gerados fazem parte de uma totalidade que implica no desenvolvimento do aluno ao longo da graduação, pois o prepara desde cedo para as práticas futuras.

Tabela 1 - Realização de cenários durante a simulação. São Paulo, 2016.

Na tabela 1 é possível observar que 97,96% dos partici-pantes utilizaram o cenário durante a simulação e 2,64% não responderam.

O cenário trata-se de um tipo de metodologia com o in-tuito de desenvolver competências dos futuros profissio-nais. Esse processo é fundamental para o estabelecimento da cultura da segurança voltada para o paciente, pois é ca-paz de proporcionar um aprendizado ativo de maneira que minimize riscos para os pacientes. Podem ser realizadas em ambientes como laboratórios, salas de aula ou salas específicas para simulação, com manequins ou bonecos, que permitem aprendizados por competências desde bai-xa até alta complexidade.5

Este modelo de simulação ganhou força nos últimos quarenta anos, baseando-se na experiência desenvolvida pelas indústrias militares e aeronáuticas. Atualmente, esse modo veio como forma de fazer o estudante vivenciar o contexto e rotinas que farão parte do seu futuro como pro-fissional. É oferecido um ambiente muito próximo ao ori-ginal; em alguns casos, como no simulador de alta fide-lidade, Martins et al relata em seu estudo que é possível conversar com o boneco, ouvir queixas álgicas, reclama-ções e se necessário, dificultar os procedimentos a serem realizados. Os alunos, em sua grande maioria, concordam com o cenário, pois é uma forma de possuírem o primeiro contato com o contexto.7

Muitas universidades vêm aderindo a essa nova estra-tégia de aprendizado que tem sido revolucionaria, pois,

concordando com Teixeira e Felix a constatação de sua efetividade é cada vez maior e consequentemente haverá alunos mais aplicados e desapegados ao receio de tomar decisões e agir, isto acarreta numa melhor qualificação profissional aos futuros enfermeiros que lidarão com vidas ao invés de bonecos num futuro não distante.5

Tabela 2 - O cenário de simulação como gerador de facilida-des. São Paulo, 2016.

A tabela 2 descreve que 100% dos participantes conside-ram que o cenário de simulação é um potencial gerador de facilidades durante a graduação do curso de enfermagem.

O crescente avanço científico e tecnológico em saúde e educação gera a necessidade de os profissionais busca-rem intensa atualização que contribua com o desenvolvi-mento da educação e do cuidado de enfermagem. O ce-nário de simulação faz parte desta atualização, pois evolui o aluno profissionalmente.8

Mesmo com todos os sentimentos negativos enfrenta-dos pelos estudantes, o cenário de simulação ainda se apresenta como um meio facilitador, filtrando a inexperi-ência e suprindo a curiosidade do aluno, levando-o a uma pré-vivência, capaz de quebrar a tênue linha de timidez das coisas desconhecidas e desenvolver/ aprimorar habi-lidades para os procedimentos de saúde.6

Ao concluir a graduação, segundo Santos et al o discente que teve a vivência dos cenários aumenta sua confiança, se torna mais reflexivo, incrementando o diálogo teórico--prático em situações-problema e pelo fato de possuírem avaliações constantes, vão evoluindo suas habilidades e dando forma ao profissional de saúde.5

A simulação, quando bem organizada e estruturada sempre trará facilidades para as práticas futuras do aluno, uma vez que o docente aponte os erros a fim de melhorá--los e pratica o feedback.

Esta ferramenta é um instrumento fundamental na aula, os frutos colhidos serão em sua maioria positivos, pois os erros apontados serão relembrados ao se realizar tal pro-cedimento novamente.5

Realizou Cenário Nº %

SIM

NÃO

NÃO RESPONDERAM

TOTAL

48

0

01

49

97,96%

0%

2,04%

100%

Gera Facilidades Nº %

SIM

NÃO

TOTAL

49

0

49

100%

0%

100%

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20

Gráfico 2 - Dificuldades geradas na execução do cenário. São Paulo, 2016.

De acordo com a figura 2, os sentimentos mais presentes entre os alunos durante a realização do cenário simulado são: nervosismo, falta de habilidade e ansiedade.

Os alunos, em sua maioria, possuem entre 19 e 21 anos, são adolescentes inexperientes e muitas vezes, não gos-tam de exposição perante aos outros colegas de classe, já que se faz cada vez mais comum o Bullying e chacota dos outros colegas. O sentimento de pertencer é necessário ao ser humano, como relata Tognetta e com a possível pro-babilidade de erro, muitos se privam da tentativa, e assim, perdem a oportunidade de aprendizado.9

A questão levantada não se refere só aos jovens, o pú-blico maduro também possui suas limitações e receios, podem ser vitimas do Bullying de igual maneira, porém por possuírem mais experiência, conseguem lidar melhor com a situação e prosseguir com a execução dos proce-dimentos.

O fato é que os cenários sempre trarão sensações que deixam o aluno desgostoso, mas em longo prazo o univer-sitário que passa a ser um profissional compreende que foi de extrema importância estes momentos, pois o pre-pararam de alguma forma para as surpresas da profissão. O curioso deste trabalho foi levantar, que o fato de alunos estarem observando, incomoda mais que o professor, ou seja, a exposição aos colegas pode ser um indutor de erro a quem irá realizar a simulação.10

Conforme o gráfico 3 é possível observar que dos proce-dimentos 21% realizados na simulação, vacinação, passa-gem de sondas e ressuscitação cardiopulmonar foram os procedimentos indicados pelos graduandos os quais se é possível absorver o maior aprendizado.

A vacinação trata-se de um procedimento invasivo com diferenciação entre pacientes, pois as texturas de pele e

Gráfico 3 - Procedimentos realizados na simulação que mais geraram aprendizado. São Paulo, 2016.

hidratação variam e, se é necessário abranger todo o pú-blico: saber vacinar um bebê e também um idoso, além de todas as outras variações que possuímos. É necessário ad-quirir-se a pratica previamente, mas sobretudo, desenvol-ver as falas e explicações que serão dadas ao paciente, o preparo psicológico e a postura profissional. Santos e Leite dissertam sobre a forma formativa de ensinar o graduando, que é exatamente se atentar a todos os detalhes da inter-pretação, ser rígido e avaliar de acordo com o conjunto, não apenas as técnicas do procedimento isoladamente.5

Quando o aluno aprende sobre a passagem de sondas, surgem muitas dúvidas mentais, entre elas a questão de privacidade do paciente - no caso de sondas vesicais, e a colaboração dos mesmos para realizar o procedimen-to. Paranhos, Mendes falam sobre a importância da previa preparação para encontrar todos os tipos de situações: um paciente que se negue a fazer o procedimento, paciente que se sente desrespeitado, pacientes oncológicos e em cuidados paliativos, que já foram expostos a muitos pro-cedimentos e, como uma roleta russa, acabam descon-tando traumas anteriores num profissional de determinado atendimento. O enfermeiro deve possuir a capacidade de pensar no paciente de forma integral e assumir as respon-sabilidades que acarretam o trabalho em grupo de forma imparcial e profissional.12

Entre o reanimador manual, as massagens cardíacas, o tempo cronometrado, ampolas de adrenalina e intercor-rências ao longo do procedimento, também encontramos a ressuscitação cardiopulmonar entre os cenários de simu-lação. É indiscutível a importância de saber como proceder a uma parada, pois isto será algo cotidiano na vida dos fu-turos enfermeiros assistenciais. Em relação ao cenário de simulação, Sasso e Souza8 afirmaram que a informática é

6% Nenhuma

14% Falta de habilidade

13% Ansiedade

5% Pouco tempo

10% Alunos observando

8% Profº observando

11% Sala cheia

2% Falta de material

20% Nervosismo

11% Bonecos duros

21% Vacinação

13% RCP

16% Passagem de sondas

4% Exame físico

5% Abordagem do paciente

11% Parto

5% Paciente crítico

2% Curativos

7% Punção Venosa

2% Papanicolau

14% Todos

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21

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indispensável para a realização desta simulação, tratando--se de uma realidade tão impar e com difícil reprodução. Mesmo quando simulada, a RCP traz uma gama de senti-mentos, os quais somos obrigados a administrar, pois este é o momento crucial entre o processo vida e morte e, não importa qual dos dois será o próximo status do paciente, a equipe de enfermagem deve estar preparada para prestar cuidados de qualidade ao mesmo.

Não existe segredo. Para aprender é necessário ver, re-ver, realizar, ser corrigido (feedback), errar novamente até aprender. Santos e Leite relatam como deve ser o bom planejamento na prática de simulação: script da simulação, desenvolvimento pessoal e orientação do estudante, exe-cutar a simulação e avaliação da simulação. Seguindo tais passos, junto ao esforço do graduando, avançamos para uma nova geração de enfermeiros, preparados e instruí-dos, de acordo com a realidade hospitalar atual.5

Tabela 3 - Identificação da importância do cenário de simula-ção na graduação de Enfermagem. São Paulo, 2016.

Na tabela 3 é possível observar que 79,59% concordam que o cenário é importante na graduação e 20,41% acredi-tam que não é importante.

Tabela 4 - Identificação da importância do cenário de simula-ção na graduação de Enfermagem. São Paulo, 2016.

A tabela 4 descreve que 87,75% concordam que o méto-do de avaliação do OSCE é importante e 10,20% acreditam que não.

ConclusãoLidar com vidas nos proporciona um contato direto com

a essência do ser humano, isto implica vivenciar o pior e o melhor de cada um, ser aplaudido e apedrejado, ser ob-servado a todo o momento, e suportar a tensão que é ter a consciência de que erros não são admitidos em nossa área, são considerados inadmissíveis, restando ao infrator ser julgado por negligência, imperícia ou imprudência; os anos de preparação e estudo são cobrados, pois a culpa é daquele que esquece algum pequeno detalhe, mas que a consequência de tal esquecimento faz uma grande dife-rença, impactando vidas e muitas vezes, deixando marcas inapagáveis.

Acreditamos que o cenário de simulação é um diferen-cial imensurável para a formação acadêmica, que podem vivenciar situações corriqueiras impostas durante a vida profissional, porém, deve-se atentar aos requisitos mínimos para um bom cenário e absorção total do estudante, como alguns deles: organização da sala, roteiro previamente ex-plicado, aula teórica, número adequado de alunos, tempo suficiente para interagir e principalmente realizar o feed-back, que por sua vez, é imprescindível, pois faz parte da avaliação e empenho do aluno durante a graduação e dá espaço para o mesmo levantar os pontos positivos/negati-vos que foram encontrados durante a execução.

As graduações que já aderiram ao método de ensino através da simulação entenderam que além de ser um diferencial, é uma chance de corrigir os erros dos alunos logo no início, para que ele evolua e desenvolva métodos ao longo do curso e, no momento final, tenha capacida-de de exercer a profissão com segurança e embasamento técnico/ teórico.

Assim a simulação obtém sua merecida importância na grade curricular do curso de enfermagem, pois é uma ma-téria capaz de trabalhar o imaginário da turma, a autocon-fiança, destreza e muitos outros aspectos e adjetivos indis-pensáveis a um enfermeiro.

Por fim, apostamos no progressivo aprimoramento dos cenários de simulação ao longo dos anos e, como nos últi-mos 10 anos de mudança nas metodologias de ensino, nos próximos 10 anos também teremos métodos superiores a estes atuais; o mais importante é ter a consciência do por-quê de todo esforço: oferecer ao paciente um atendimento de enfermagem humanizado e de excelência.

Concordam Nº %

SIM

NÃO

TOTAL

39

10

49

79,59%

20,41%

100%

Concordam Nº %

SIM

NÃO

NÃO RESPONDERAM

TOTAL

43

05

01

50

87,75%

10,20%

2,05%

100%

22

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Referências1 • Amaral FTV, Troncon LEA. Participação de estudantes de medicina

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11 • Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O quadrilátero da formação para a área

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12 • Paranhos VD, Mendes MMR. Currículo por competência e metodo-

logia ativa: percepção de estudantes de enfermagem. Revista Latino-

-Americano de Enfermagem, São Paulo, 18(1):[07 telas], 2010. Disponível

em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n1/pt_17.pdf >. Acessado em: 16

Nov. 2015.

23

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24

ResumoO presente estudo tem como objetivo levantar na literatura os

sentimentos maternos relacionado ao diagnóstico de cardiopatia

congênita. A revisão de literatura foi a metodologia do estudo, que

buscou as bases de dados SciELO e LILACS, além de livros, que

compreendeu o período de 2010 até 2016. Foram utilizados 19 ar-

tigos. Sentimentos, como angústia, impotência, tristeza e culpa são

relatados pelas mães e familiares. As mães que recebem o diag-

nóstico de cardiopatia para o filho têm seus sentimentos abalados

e isso interfere no vínculo mãe-filho, devido à incerteza do futuro e

o medo de perda.

Palavras-chave: Cardiopatias; Emoções; Anomalia congênita; Re-

lações mãe-filho

AbstractThis study aims at surveying maternal feelings related to the diag-

nostic of congenital cardiopathy in the literature. The literature re-

view was the study methodology, through a survey in the SciELO

and LILACS data banks as well as in books, encompassing the

period from 2010 to 2016. Nineteen articles were used. Feelings,

such as anguish, powerlessness, sadness and guilt are reported by

mothers and family members. Mothers whose children are diagno-

sed with cardiopathy have their feelings shaken and that interferes

with the mother-child connection due to uncertainty regarding the

future and fear of loss.

Key words: Cardiopathies; Emotions; Congenital anomaly; Mother-

-child relations

ResúmenEl presente estudio tiene como objetivo levantar en la literatura los

sentimientos maternos relacionados al diagnóstico de cardiopatía

congénita. La revisión de literatura fue la metodología del estudio,

que acudió a las bases de datos SciELO y LILACS, además de li-

bros, que comprendió el período de 2010 hasta 2016. Se utilizaron

19 artículos. Sentimientos, como angustia, impotencia, pena y culpa

son relatados por las madres y familiares. Las madres que reciben

Sentimento Materno relacionado ao diagnóstico de cardiopatia congênita

Sandra Regina Pereira LimaGraduanda de Enfermagem – Uninove.

Juliana Aparecida Gonçalves ParreiraMestre em Ciências da Saúde- professora orientadora – Uninove.

Rosadélia Malheiros CarboniEnfermeira- Especialista em Administração hospitalar- Mestre

em Educação, arte e história da cultura.

Maternal feeling related to the diagnostic of congenital cardiopathy

Sentimiento Materno relacionado al diagnóstico de cardiopatía congénita

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el diagnóstico de cardiopatía para el hijo tienen sus sentimientos aba-

lados y eso interfiere en el vínculo madre-hijo, en virtud de la incerti-

dumbre del futuro y el miedo de la pérdida.

Palabras-clave: Cardiopatías; Emociones; Anomalía congénita; Re-

laciones madre-hijo.

IntroduçãoA gestação é um evento complexo, com mudanças de

diversas ordens.1 Representa um momento existencial de extrema importância no ciclo vital feminino repleta de sen-timentos intensos; é uma experiência que pode dar vazão a conteúdos inconscientes da mãe.2 As mudanças que ocor-rem no corpo devido à gestação podem causar estranheza e desconforto para muitas, mas ser motivo de orgulho e autoa-firmação para outras.3

Logo no início da gravidez é comum estabelecer uma rela-ção imaginária da mãe com o bebê, representado pelo corpo imaginado, que possui todas as características necessárias para a completude de um corpo. Esse vínculo pode ser reve-lado com atitudes como imaginar como será o bebê, interagir com ele, acreditar que tudo dará certo e preocupar-se.1

Durante a gestação, a mãe deseja que seu filho esteja bem, seja perfeito e que nada dê errado. Estados emocionais in-tensos estão descritos na literatura.4,5 A forma encontrada para amenizar essa situação é através da realização de exa-mes que mostrem como o bebê está. A ultrassonografia obs-tétrica é o exame eleito em todas as situações por ser imedia-to e possuir, tecnicamente, uma imagem bem mais apurada, além de ser possível levar o vídeo do exame do bebê para casa, ver e rever as imagens com familiares. A não confirma-ção do temor de ter um filho com problemas é muito impor-tante para as gestantes, pois as liberta para se envolverem com outros aspectos do filho imaginário, aproximando-se mais do filho real.4

A ultrassonografia obstétrica é um exame não invasivo e com baixa variabilidade. Sua utilização durante o acompanha-mento pré-natal é recomendada por possibilitar o diagnósti-co de doenças obstétricas e fetais, melhorando os resultados perinatais. Alterações morfológicas podem ser observadas através do ultrassom obstétrico logo no início da gestação (a partir da 11ª semana de gestação). As malformações congê-nitas constituem uma das dez principais causas de mortali-dade infantil. O estudo da morfologia fetal deve ser realizado entre 20 e 24 semanas e, por apresentar alta sensibilidade no diagnóstico de malformações fetais, possibilita melhor planejamento de condutas e programação de procedimen-tos fetais, quando necessários. Além disto, o diagnóstico de malformações fetais permite o planejamento, pela equipe médica e pela família envolvida, das questões relativas ao parto e aos primeiros cuidados com o recém-nascido que possa necessitar de terapias intensivas e especiais. O exame ultrassonográfico morfológico deve fazer parte da rotina de pré-natal, pois embora algumas mulheres estejam no grupo de alto risco para malformações fetais, a grande maioria das anomalias fetais ocorrem no grupo de baixo risco. Esse grupo é definido através do histórico familiar e exposição a agentes teratogênicos ou infecções.6

A ecocardiografia fetal tem como meta principal o diagnós-tico precoce das malformações cardíacas, especialmente naqueles casos em que será necessária intervenção imedia-ta logo após o nascimento, a fim de diminuir a mortalidade neonatal ou mesmo melhorar o prognóstico.7

Estudo realizado em Porto Alegre com 197 gestantes, sen-do 96 com diagnóstico positivo para cardiopatia fetal, mos-trou que houve diferença no índice de apego materno-fetal. Antes de realizar o exame que indicou o diagnóstico, o índice foi de 94,7 ± 9,7. Após 30 dias do diagnóstico o índice era de 99,5 ±8,9. Esse aumento deve-se ao efeito do alerta que o diagnóstico causou na gestante, despertando maior apego em função da expectativa da necessidade de maior cuidado

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do feto com cardiopatia fetal. No momento em que o diag-nóstico da cardiopatia fetal é confirmado, a gestante inicia um processo psíquico que se estende ao longo da gestação e dos primeiros anos de vida de seu bebê.8

Cardiopatia congênita é definida como uma malformação anatômica grosseira do coração ou dos grandes vasos intra-torácicos, que apresenta real ou potencial importância fun-cional. Em estudo realizado em Maceió, com 49 recém-nasci-dos diagnosticados com algum tipo de cardiopatia congênita, foi observada prevalência da doença em aproximadamente 13,2: 1.000 recém-nascidos vivos.9

A suspeita clínica de cardiopatia congênita no período ne-onatal pode ser levantada pela presença de sopro cardíaco, cianose, taquipneia e arritmia cardíaca.10 O treinamento do profissional que examina o recém-nascido é fundamental para detectar corretamente esses sintomas e encaminhar para avaliação do especialista.

As cardiopatias congênitas estão divididas em dois gru-pos: cianóticas e acianóticas. As cardiopatias acianóticas são mais comuns do que as cianóticas. As cardiopatias acianóti-cas inclusas nesse grupo são: comunicação interatrial (CIA), comunicação interventricular (CIV), persistência do canal arterial (PCA), estenose pulmonar, estenose aórtica e coarc-tação da aorta. Dentre as cardiopatias cianóticas pode-se citar a tetralogia de Fallot, anomalia de Ebstein e síndrome de Eisenmenger.11

De acordo com o Sistema de Informação sobre nascidos vivos (SINASC) do Ministério da Saúde, no ano em 2013 em São Paulo, 1.658 crianças nasceram com algum tipo de mal-formação congênita do sistema circulatório e, no Brasil, 2.509. Isso representa aproximadamente 3,69% dos nascidos vivos no Estado de São Paulo e aproximadamente 12% dos nasci-dos vivos no Brasil.12

Crianças portadoras de cardiopatias congênitas geralmen-te são pacientes crônicos que, apesar da cirurgia corretiva, necessitam de acompanhamento clínico por toda a vida. Sen-do assim, faz-se necessária a ideia de fomentar durante a in-ternação da criança, uma assistência diferenciada para que ela e sua família sintam-se acolhidas e seguras. Oferecer su-porte psicológico à família, realizar reuniões para que a famí-lia desabafe e tire suas dúvidas, proporcionar momentos de interação da criança com a equipe multiprofissional que ela conviverá nas próximas semanas são medidas de assistência transversal à criança, onde é possível atende-la em sua di-mensão biopsicossocial.13

Quando o filho é portador de cardiopatia congênita, a fa-mília toda tende a demonstrar o mesmo sentimento. Muitas mães relatam medo de perder o filho, medo de não saber

cuidar da criança nessas condições, optam por superprote-ger a criança para evitar que qualquer mal aconteça a ela. Com isso, muitas mães que tem somente um filho optam por não ter mais filhos, devido ao medo de não conseguirem dar atenção ao segundo filho ou de não serem capazes de cuidar de dois ou mais filhos tendo um com diversas necessidades de cuidados como medicações, exames, consultas entre ou-tros. Nessas circunstâncias os sentimentos mais encontrados são o medo da morte pela doença cardíaca, pela cirurgia e pela anestesia, culpa e impotência diante das diferentes eta-pas do processo de tratamento, desde a marcação de uma consulta com o cirurgião até a alta da Unidade de Terapia Intensiva.14

Diversos questionamentos quanto à cardiopatia congênita complexa surgem quando se tem um filho portador da do-ença. O prognóstico, como enfrentar as adversidades que a doença impõe, se outras famílias têm acesso ao tratamen-to de maneira adequada, se a equipe multiprofissional está preparada para receber e lidar com um paciente sob essas condições são perguntas que surgem a cada acontecimento. Conhecer os sentimentos maternos ao receber o diagnóstico de cardiopatia congênita de seu filho e como reagem à notí-cia justificam a realização desse estudo.

ObjetivoDescrever os principais sentimentos maternos frente ao

diagnóstico de cardiopatia congênita, por meio de revisão de literatura.

MétodoPara realizar o estudo, optou-se pelo método de pesqui-

sa bibliográfica, que tem como objetivo fundamentar teo-ricamente o objeto de estudo, contribuindo com elemen-tos que subsidiam a análise futura dos dados obtidos.15

Os documentos utilizados foram livros, artigos de pe-riódicos pesquisados em bibliotecas de órgãos públicos (BIREME e USP) e do serviço privado da Universidade Nove de Julho; bancos eletrônicos como SciELO, LILACS, utilizando-se de palavras-chave, como: cardiopatias, emo-ções, anomalia congênita; relações mãe-filho, pesquisa-dos em linguagem nacional e internacional, entre os anos de 2010 e 2016.

Para a realização deste estudo foi realizado o levanta-mento do material já escrito por outros autores sobre o tema. Para a seleção do material, foram considerados os seguintes critérios de inclusão: ter sido publicado entre os anos de 2010 a 2016, estar escrito em língua portuguesa e abordar os temas cardiopatia congênita e sentimentos

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maternos. A seleção dos estudos foi realizada mediante a leitura e inclusão dos trabalhos que abordaram o tema estudado.

Após aplicação dos referidos critérios, a busca retornou 23 artigos, dos quais foram descartados quatro artigos por serem repetidos.

Revisão de LiteraturaO estabelecimento de laços entre os pais e o bebê favo-

rece seu desenvolvimento afetivo e cognitivo, propician-do aos pais o sentimento de serem “pais suficientemen-te bons”. Perda, medo da morte e culpa são alguns dos sentimentos que os pais de uma criança com cardiopa-tia congênita vivenciam.16 Esses sentimentos aumentam, principalmente, quando o quadro clínico da criança altera, pois a incerteza do que acontecerá, a incerteza quanto à capacidade de reversão da situação pela equipe multidis-ciplinar e à possibilidade de seu filho sentir dor, geram in-segurança na família.14

O sentimento mais referido por pais e mães com a no-tícia de malformação cardíaca do bebê é o desamparo.14 No que tange ao cuidar, sentimentos como angústia, cul-pa,17,18 desesperança, impotência, insegurança, medo,17,19 desespero, tristeza e choque19 são relatados, pois muitos não esperam passar por esse tipo de situação e, na medi-da em que a situação é vivenciada, os pais tornam-se an-gustiados e amedrontados. Esses sentimentos aparecem a partir do momento em que os pais começam a “dar-se conta” do problema, percebendo a real situação a ser en-frentada.17

Além do desamparo e outras reações comuns, cada um percorre caminhos distintos, na busca por adaptar-se à condição de pai e mãe de uma criança com malformação cardíaca.14 Neste contexto, o momento no qual a notícia é dada aos pais e mães parece ter interferido significativa-mente no processo de transição para a parentalidade. As mães que recebem o diagnóstico durante a gestação não conseguem experimentar sentimentos maternos mais in-tensos, pois o choque leva à interrupção do processo psí-quico normal da gestação já que prever o futuro do bebê é algo intangível. Como forma de defesa, a mulher resguar-da seus sentimentos maternos até que haja a confirma-ção da possibilidade de sobrevida do bebê.16 Essas mães apresentam um estado emocional mais frágil tornando-se mais sensíveis a experiências emocionais; sentem-se aba-tidas, com pouca força e coragem para enfrentar a situa-ção, vivem momentos de dor e tristeza e passam a temer constantemente pela vida de seus filhos.18

Muitas famílias recebem o diagnóstico da doença so-mente quando a criança nasce, mas, mesmo as que re-cebem o diagnóstico durante a gestação, a avalanche de sentimentos mistos é inevitável. A incerteza do futuro é imensa e envolve a todos, já que o diagnóstico de car-diopatia congênita alimenta a sensação de fracasso e de que qualquer coisa pode acontecer a qualquer momen-to, como se a criança fosse uma bomba relógio acionada que, a qualquer momento, pode ser detonada.14 Com fre-quência, ao receber o diagnóstico da doença do filho, a mãe sente-se despreparada para recebê-lo por não saber quais cuidados devem ser realizados. Em alguns casos, a negação da doença surge como mecanismo de defesa da mãe frente ao diagnóstico, pois ela não acredita que a criança gerada com tanto amor possa ser realmente por-tadora de cardiopatia, só acreditando quando enxerga a criança na unidade de terapia intensiva.17

O envolvimento físico da mãe com o bebê decorrente do período gestacional acarreta em um sentimento de maior responsabilidade pela manutenção da vida da criança. Quando ocorre a necessidade de separação devido aos tratamentos, as mães desenvolvem níveis mais elevados de estresse e desesperança, se comparado com os pais.14

Certas famílias, mesmo tendo conseguido superar os momentos de revolta mais intensos logo após o diagnós-tico, a sensação de desamparo pode retornar em outros momentos após o nascimento do bebê. Alguns pais e mães podem preferir evitar o encontro com seu bebê, pela necessidade de amenizar o impacto desta experiência.16

Enquanto os filhos estão internados, pais e mães sentem que sua presença é fundamental para o bem-estar deles.16 O sentimento de separação mãe-bebê acarreta grande angústia para estas mães, gerando pânico e um imenso sentimento de perda.18 Para isso reorganizam toda a rotina da família para que seja possível sua presença em tem-po integral. Alguns pais dividem experiências e procuram estar mais presentes no dia a dia da criança e não apenas “estarem ao lado”. Atividades como leitura de livros e can-ções começam a fazer parte do processo de recuperação das crianças. Já as mães ocupam-se em realizar peque-nos cuidados com os filhos, com muito cuidado para que a movimentação não comprometa na assistência. Com a sensação de proteção tipicamente paterna, os pais que permanecem com os filhos durante a internação relatam que sua presença minimizava o risco de agravamento do quadro de saúde e risco de morte; além disso, receavam que sua esposa não soubesse como agir se alguma inter-corrência acontecesse.16

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O apoio da equipe multiprofissional é apontado como fator importante no enfrentamento da hospitalização do filho. Dirimir dúvidas com relação ao tratamento e ao pós--operatório faz parte do processo do cuidar e ameniza o amedrontamento dos pais. A espiritualidade demonstrou ser outro fator que contribui significativamente no enfren-tamento do processo de adoecer; como a vivência de car-diopatia congênita de um filho.17

Quando a família e os amigos são capazes de fornecer algum tipo de suporte, seja emocional, físico ou financei-ro, gera segurança para as mães que enfrentam alteração familiar advinda da enfermidade dos seus filhos. Segun-do as mães, o apoio paterno é fundamental para dividir as responsabilidades e as maiores mudanças na vida diária.

É possível perceber que o momento do diagnóstico de-sorganiza a vida e a história da família, podendo ser enten-dido como uma situação de crise, pois há uma interrupção abrupta da história passada em relação ao presente e do presente em relação às perspectivas futuras, devido às in-certezas da doença e da cirurgia.20

Quando a questão da cirurgia é colocada em pauta, mui-tas mães não pensam na cirurgia, simplesmente “agem” por ser considerado o único tratamento eficaz em muitos casos; outras agem de forma negativa, não querendo que o filho realize por medo de perdê-lo durante a cirurgia. Essa negação dá-se devido o quadro clínico debilitado da criança e ao médico não conseguir garantir que o mesmo sairá vivo da cirurgia.20

Considerações FinaisAo saber que está grávida, toda mãe sonha e deseja uma

gestação tranquila, imagina como será o parto e espera ter seu filho saudável em seus braços após o nascimento. Quan-do algo acontece e algum desses sonhos se altera de alguma forma, a mãe se sente frustrada e incerta quanto ao seu fu-turo e do bebê. A realização deste estudo proporcionou uma reflexão acerca dos sentimentos da mãe e dos familiares quando o diagnóstico de cardiopatia congênita é recebido.

Insegurança, medo, angústia, culpa além de tristeza e im-potência são sentimentos relatados frente à doença. Tais sentimentos são fortes, independente do momento em que o diagnóstico é recebido. Há ainda aquelas mães que negam a doença ou a gravidade da mesma, não querendo acreditar que seu filho, concebido com tanta espera e amor poderá não viver pelo tempo que ela gostaria.

Receber suporte emocional, físico ou financeiro por parte da equipe multiprofissional do hospital e de amigos é funda-mental para a superação deste momento, pois elas sentem--se mais seguras para enfrentar o momento.

Há um número significativo de estudos publicados abor-dando essa temática. Estudos abordando a atuação do en-fermeiro frente à notificação do diagnóstico aos familiares fazem-se necessário, pois muitas vezes é este profissional o responsável pela notícia.

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ResumoO presente estudo tem como objetivo relatar a experiência na

elaboração de infecção do trato urinário, através da ferramenta

“Bow Tie”. Trata-se de um relato de experiência realizada em uma

instituição hospitalar na zona norte da cidade de São Paulo no pe-

ríodo de agosto de 2016 até janeiro de 2017. No ano de 2016 ocor-

reu um aumento nos casos de infecções do trato urinário nesta

instituição. Por sugestão do setor de qualidade e do departamen-

to de controle de infecção foi implantado a ferramenta Bow Tie

para identificação dos problemas e implementação das barreiras.

A utilização da ferramenta Bow Tie, mostrou-se como eficaz no

combate a infecção e no treinamento da equipe.

Palavras-chave: : Infecção do trato urinário, Infecção Hospitalar,

Educação Continuada.

AbstractThis study aims at reporting an experience in the preparation of a

urinary tract infection through the “Bow Tie” tool. It is the report of

an experience carried out at a hospital located in the northern re-

gion of the City of São Paulo in the period from August 2016 to Ja-

nuary 2017. In 2016, the number of cases of urinary tract infections

increased at that institution. As suggested by the quality sector

and the infection control department, the Bow Tie tool was im-

plemented in order to identify problems and implement barriers.

The Bow Tie tool utilization proved effective to fight infections and

train the team.

Key words: Urinary tract infection, Hospital infection, Continued

education.

ResúmenEl presente estudio tiene como objetivo relatar la experiencia en

la elaboración de infección del tracto urinario, a través de la her-

ramienta “Bow Tie”. Se trata de un relato de experiencia realizada

en una institución hospitalaria en la zona norte de la ciudad de

São Paulo en el período de agosto de 2016 hasta enero de 2017.

En el año 2016 ocurrió un aumento en los casos de infecciones

Buscando uma Prática segura durante as Análises de Casos de Infecção do Trato Urinário não Relacionado a Dispositivos: relato de experiência

Silvana SantiagoEnfermeira Graduada na Unisantanna e Pós Graduada em

Urgência e Emergência pela Uniban e Docência pela Uninove.

Aparecida Cristina da SilvaEnfermeira Pós Graduada em Cardiologia pela UNIFESP, e Pós

Graduada em Terapia Intensiva Adulto pela FMU. Enfermeira

de CMC da Rede de Hospitais São Camilo de SP.

Adriana Alves Coiado MajewskiEnfermeira Graduada na Unicid e Pós Graduada em

Emergências e cuidados Intensivos pela Unicsul.

Maysa Monteiro VasconcelosEnfermeira

Seeking a safe practice during Analyses of Urinary Tract Infection Cases Unrelated

to Devices: an experience report

Buscando una práctica segura durante los Análisis de Casos de Infección del

Tracto Urinario no Relacionado a Dispositivos: relato de experiencia

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del tracto urinario en esta institución. Por sugerencia del sector de

calidad y del departamento de control de infección fue implantada

la herramienta Bow Tie para la identificación de los problemas e im-

plementación de las barreras. La utilización de la herramienta Bow

Tie, se mostró como eficaz en el combate a la infección y en el entre-

namiento del equipo.Palabras-clave: Infección del tracto urinario,

Infección Hospitalaria, Educación Continuada

IntroduçãoConsiderado um grave problema, a infecção hospitalar

apresenta-se em crescimento tanto de incidência como de complexidade. O Ministério da Saúde a define como uma infecção adquirida após a admissão de um pacien-te, onde a manifestação ocorre durante ou após a alta, estando relacionada com internações ou procedimentos hospitalares.1

Dentre a gama de infecções que abrange o escopo de infecções hospitalares encontra-se a infecção do trato urinário, juntamente com pneumonias, infecções do sítio cirúrgico, e sepse, sendo a primeira descrita a de maior frequência cerca de 42%.1

Estudo publicado em 2016 descreve que no Brasil a in-fecção do trato urinário é responsável por 30% a 50% das infecções adquiridas em hospitais gerais, fato que promo-ve o aumento do tempo de internação e com consequen-te aumento dos custos hospitalares e aumento da mor-talidade, onde mais de 13.000 mortes anualmente estão associadas a infecções do trato urinário.2

As Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde é toda e qualquer infecção que acomete o indivíduo seja em instituições hospitalares, ou atendimentos ambulatoriais, que possa estar associado a algum procedimento assis-tencial terapêutico ou diagnóstico.3

Especificamente a infecção do trato urinário pode ser definida pela invasão e multiplicação bacteriana em qual-

quer segmento do aparelho urinário, ou seja, pode aco-meter o trato urinário inferior, cistites e uretrites, e o trato urinário superior, como rins e pelve.4

Vale ressaltar que o trato urinário não é colonizado, somente no terço distal da uretra existe uma microbiota composta de bactérias aeróbicas e anaeróbicas que tem função protetora contra a colonização do trato urinário por bactérias patogênicas, o principal mecanismo para impedimento da proliferação bacteriana é o livre fluxo urinário desde o parênquima renal até eliminação pela uretra por meio da micção.5

É sabido que os profissionais de saúde tem grande e significativa importância para interrupção da cadeia de transmissão de infecção.

O desenvolvimento profissional da enfermagem evoluiu no sentido de aperfeiçoar funções e atividades assisten-ciais agregados com as mudanças globais como a econo-mia e as ações políticas.6

Atualmente estudos são amplamente explorados e de-senvolvidos no que tange as medidas preventivas de in-fecções do trato urinário, as técnicas para passagem de cateteres / e ou dispositivos vesicais de alivio, ou de de-mora são estudadas e descritas visando a execução de melhores práticas, fatos que estão em contrapartida com o cenário epidemiológico das infecções do trato urinário, uma vez que continua sendo um dos principais proble-mas da pratica clínica da enfermagem, o que fomenta um paradoxo.

A prestação de uma assistência segura esta pautada na preocupação da ocorrência de eventos adversos, ou seja, com lesões ou danos ao paciente decorrentes dos cuida-dos prestados, de modo que isto não é um assunto novo porem com muito a ser explorado ainda. A publicação do discutido estudo To Err is Human do Institute of Medicine provocou a mobilização dos profissionais da saúde e da população em geral sobre a temática.7

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A excelência na qualidade da assistência prestada e consequentemente a segurança do paciente tem em seu arcabouço a propagação de conteúdos teórico práticos por meio da execução de protocolos institucionais.8

Explanando o âmbito da segurança do paciente res-salta-se que ocorrências de eventos adversos envolvem custos sócios e econômicos consideráveis.

Nos dias atuais as instituições de saúde buscam o apri-moramento dos processos, qualificando os profissionais e utilizando ferramentas que ajudam na gestão de seus recursos atrelados as metas organizacionais.

Pensando em todo contexto que permeia a pratica as-sistencial sobre o assunto abordado, versus a segurança do paciente, e a evitabilidade de eventos, emergiu em nossa realidade a necessidade da elaboração de uma ferramenta para auxílio na análise dos casos de infecção do trato urinário não associado a dispositivos, pois ao mi-tigarmos as causas que tiveram como resultado final a infecção do trato urinário não associado a dispositivos a elaboração das ações tornam-se mais evidentes e auxi-liam na prevenção de novos eventos.

A ferramenta elencada tratou-se do Bow Tie, o instru-mento é conhecido na área gerencial, e foi o viabilizador para a realização da análise dos eventos de infecções do trato urinário não relacionado a dispositivos.

Portanto decidiu-se expor em um breve relato da ex-periência acumulada em nosso serviço relacionado a pa-dronização da utilização da ferramenta de análise bow tie para mitigação dos casos de infecção do trato urinário não relacionado a dispositivos, destaca-se que esta sistemáti-ca resultou de um laborioso estudo realizado pelo grupo de melhorias assistências de prevenção de infecção do trato urinário, composto de uma equipe multidisciplinar.

ObjetivoRelatar a experiência na elaboração do grupo multidisci-

plinar de melhoria de prevenção de infecção do trato uri-nário, através da ferramenta Bow Tie.

MétodoTrata-se de um relato de experiência da atuação na ela-

boração do grupo multidisciplinar de melhoria de preven-ção de infecção do trato urinário, da ferramenta Bow Tie para análise das infecções de trato urinário não relaciona-da a dispositivos.

O relato de experiência é uma pesquisa descritiva que apresenta uma reflexão sobre uma ação ou um conjunto de ações que abordam uma situação vivenciada no âmbito profissional de interesse da comunidade científica.

Este estudo teve início, em agosto de 2016, com o térmi-

no e apresentação da ferramenta em novembro de 2016. E a adesão em janeiro de 2017.

Relato de EsperiênciaO cenário do estudo foi um Hospital Geral privado do

município de São Paulo localizado na zona norte, compos-to de 119 leitos de unidade de internação adulto, 10 leitos de hospital dia, 51 leitos de unidade de terapia intensiva adulto, 11 leitos de unidade de terapia intensiva infantil, 21 leitos de unidade de internação pediátrica, 30 leitos de oncologia. Fazem parte da composição da instituição tam-bém: o centro cirúrgico, o ambulatório geral e ambulatório oncológico, o centro de diagnóstico por imagem, o serviço de emergência adulto, e o serviço de emergência infantil.

Esta instituição buscando a prestação da assistência ba-seado em ações de melhorias contínuas, possui grupos que visam a discussão dos processos e protocolos assis-tências, por meio de realizações de auditorias, apresenta-ções de dados demonstrando a efetividade de atuação, analises de possíveis falhas na vigência da ocorrência de eventos adversos, e elaborações de ações para evitabili-dade ou correções das falhas elencadas.

Dentro dos vários grupos existentes, o grupo de pre-venção de infecção do trato urinário surgiu em meados de maio de 2014, e têm em sua composição uma equipe multidisciplinar com enfermeiros assistências de setores diversos, enfermeiros e médicos da DCIH, técnicos de en-fermagem de setores diversos, e farmacêuticos.

A caminhada inicial do grupo pautou-se no mapeamento da então atual conjuntura institucional, em seguinte, após muitas discussões foi elaborado um instrumento Bow Tie para realização das auditorias setoriais mensais, onde a população auditada eram os pacientes em uso de sondas / dispositivos vesicais de demora.

Posteriormente essas auditorias passaram a ser realiza-das semanalmente, onde os indivíduos pertencentes ao grupo realizam as auditorias em setores diferentes das suas atividades diárias, esta foi uma opção do grupo para evitar possíveis vícios de amostras.

Além disso, o grupo analisa exaustivamente todos os ca-sos de infecção de trato urinário sejam eles associados a dispositivos ou não associados a dispositivos.

Em 2016 houve um aumento significativo nos casos de infecções do trato urinário não associado a dispositivos na instituição, fato que gerou árdua discussão entre os mem-bros do grupo que tomaram por iniciativa realizações de entrevistas com a equipe de enfermagem durante todo o mês de agosto de 2016 nos setores envolvidos nos casos de infecções do trato urinário não relacionado a dispositi-vos, além da realização de momentos observacionais na

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prestação da assistência de enfermagem.Com isso os problemas como ausência de sabonetes

líquidos para execução de higiene intima, corroborando com a consequente utilização de sabonetes contidos nos dispenser(s) dos lavabos, quantidades insuficientes dispo-nibilizadas de enxovais, ausência de desinfecção das áreas críticas por parte do setor de hotelaria entre outros pontos de melhorias foram catalogados.

Por sugestão do setor de qualidade em parceria com o setor de DCIH da instituição todo o levantamento foi con-tido expressamente na ferramenta Bow Tie, de modo que didaticamente os problemas são traduzidos como perigos na ferramenta, e partir destes pontos as barreiras foram elaboradas.

Destaca-se que após a atuação do grupo nas áreas crí-ticas são utilizados desinfetantes a base de quaternário de amônia, que pode ser definida como uma preparação química capaz de destruir microrganismos patogênicos em um curto intervalo de tempo quando aplicados em obje-tos ou superfícies, sua atuação ocorre pois são compostos carregados positivamente onde sua atração se dá por por materiais carregados negativamente ou estruturas como as proteínas bacterianas.9

Outra modificação considerável baseia-se na disponibili-dade dos enxovais nas unidades criticas e não criticas, que adequaram-se as taxas de ocupação, além de em todos os setores existirem sabonetes líquidos destinados exclusiva-mente a consumação da higiene intima onde cada frasco e debitado no centro de custo dos respectivos setores, uma vez que casos de infecções do trato urinário oneram valo-res sabidamente muitos mais elevados.

Após a produção do Bow Tie final os membros do grupo

obtiveram a incumbência de divulgação da ferramenta em todos os setores da Instituição estudada.

A ferramenta em questão pode ser definida como um diagrama que tem por metodologia a busca da descrição e analise de um evento, desde de suas causas até a suas consequências, focando nas barreiras entre as causas e os riscos, e os riscos e as consequências, expressada de for-ma gráfica para facilitação do entendimento.10

Considerações finaisAs infecções do trato urinário é um grave problema que

aparentemente está distante de ser reduzido significativa-mente.

A prática de Enfermagem evolui constantemente, técni-ca e cientificamente, mas os grandes desafios dos profis-sionais da área são realizar cuidados fundamentados em evidências científicas, e produzir novos conhecimentos a partir de experiências vividas no cotidiano da assistência, salientamos que este foi exatamente nosso objetivo ao elaborarmos ferramenta Bow Tie para análise das infec-ções do trato urinário não associado a dispositivos. Espe-ramos que a divulgação de nossa experiência contribua efetivamente para as discussões posteriores sobre o tema.

Enfatizamos que a partir desta produção percebeu-se a necessidade de continuarmos posteriormente os estudos em cima do instrumento criado, desta vez analisando a sua aplicabilidade e efetividade na prevenção das infecções do trato urinário não relacionado a dispositivos.

ConsequenceRecovery Measure

Threat

Threat

Threat

Barrier Barrier

Barrier Barrier

Barrier Barrier

Recovery Measure

ConsequenceRecovery Measure

Recovery Measure

ConsequenceRecovery Measure

Recovery Measure

TOPEVENT

HAZZARD

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35

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36

ResumoIntrodução: A insuficiência renal é uma lesão que prejudica a função

dos rins, fazendo com que eles não mantenham sua funcionalidade

normal. O transplante renal é um tratamento que irá substituir o rim

que não esta funcionando por um rim saudável, fazendo com que

o paciente tenha uma qualidade de vida melhor. Essa terapêutica

vem aumentando nos últimos anos, sendo assim a capacitação pro-

fissional é de extrema importância, pois o Enfermeiro tem um papel

fundamental nesse processo.

Objetivo: Levantar na literatura a assistência de enfermagem

prestada pelo enfermeiro aos pacientes transplantados renais no

período pós-operatório, Método: Pesquisa de revisão bibliográfica

narrativa, construída a partir de artigos científicos, publicados entre

2006 e 2016, em língua portuguesa e espanhol. Foi consultada a Bi-

blioteca Virtual em Saúde (BVS). Resultados: A assistência prestada

ao paciente pelo enfermeiro resume-se aos cuidados além do cor-

po físico. O enfermeiro precisa ficar atento aos cuidados subjetivos

(como ouvir, interagir com o paciente), dar apoio emocional; fazer o

levantamento dos diagnósticos de enfermagem pois através dele

é que são expressas as necessidades de cuidados; realizar consul-

ta de enfermagem no período pré e pós transplante para uma boa

adesão ao tratamento.

Considerações Finais: Os resultados obtidos demonstram que a

importância de uma boa SAE, porém são necessários outros estu-

dos, pois há uma sensação que falta informações como: protocolos

que descrevam quais são os cuidados prestados pelo enfermeiro.

Palavras-chave: enfermeiro, transplante de rim, cuidados de enfer-

magem.

AbstractPIntroduction: Kidney failure is an injury impairing the kidneys func-

tion, causing them not to keep their normal functionality. Kidney

transplant is a treatment which replaces the non-functioning kidney

with a healthy kidney, enabling the patient to have a better quality

of life. This therapy has been growing in recent years and therefore

Cuidados de enfermagem a pacientes submetidos a transplante renal no período pós-operatório

Susan Bissolato de Bellis Bacharel em Enfermagem pelo Centro Universitário das

Faculdades Metropolitanas Unidas- FMU

Andre de OliveiraBacharel em Enfermagem pelo Centro Universitário das

Faculdades Metropolitanas Unidas- FMU

Wallyson Robson Pereira de OliveiraBacharel em Enfermagem pelo Centro Universitário das

Faculdades Metropolitanas Unidas- FMU

Ana Maria TranquitelliEnfermeira, Especialista e mestranda

Co-orientadora: Sandra Mara Batista Costa e SilvaEnfermeira

Nursing care to patients submitted to kidney transplant in the

postoperative period

Cuidados de enfermería a pacientes sometidos a trasplante renal

en el período post-operatorio

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professional qualification is of extreme importance, as nurses play a

fundamental role in this process.

Objective: Survey in the literature the nursing assistance provided

by nurses to kidney transplant patients in the postoperative period.

Method: Narrative bibliographic review survey built from scientific ar-

ticles published between 2006 and 2016 in the Portuguese and Spa-

nish languages. The Online Health Library (BVS) has been consulted.

Results: Assistance provided to patients by nurses are limited to care

beyond the physical body. Nurses need to pay attention to subjective

care (such hearing and interacting with the patient); provide emotional

support; and survey nursing diagnostics, as they are responsible for

expressing care needs; carry out nursing visits in the periods before

and after transplant for a good treatment adherence.

Final Considerations: The results obtained demonstrate the impor-

tance of a good SAE; however, other studies are necessary, as there is

a feeling of lack of information such as protocols describing the care

to be provided by nurses.

Key words: nurse, kidney transplant, nursing care.

ResúmenIntroducción: La insuficiencia renal es una lesión que perjudica la fun-

ción de los riñones, haciendo con que ellos no mantengan su funcio-

nalidad normal. El trasplante renal es un tratamiento que reemplazará

el riñón que no está funcionando por un riñón sano, haciendo con que

el paciente tenga una calidad de vida mejor. Esa terapéutica viene

siendo incrementada en los últimos años, siendo así la capacitación

profesional es de extrema importancia, ya que el Enfermero tiene un

papel fundamental en ese proceso.

Objetivo: Levantar en la literatura la asistencia de enfermería prestada

por el enfermero a los pacientes trasplantados renales en el período

post-operatorio. Método: Investigación de revisión bibliográfica narra-

tiva, construida a partir de artículos científicos, publicados entre 2006 y

2016, en lengua portuguesa y español. Se consultó la Biblioteca Virtual

en Salud (BVS).

Resultados: La asistencia prestada al paciente por el enfermero se

resume a los cuidados, más allá del cuerpo físico. El enfermero nece-

sita estar atento a los cuidados subjetivos (como oír, interactuar con el

paciente), dar apoyo emocional; hacer el levantamiento de los diag-

nósticos de enfermería, pues a través de él son expresadas las nece-

sidades de cuidados; realizar consulta de enfermería en el período pre

y post trasplante para una buena adhesión al tratamiento. Considera-

ciones Finales: Los resultados obtenidos demuestran la importancia

de una buena SAE, pero son necesarios otros estudios, ya que hay una

sensación de que falta informaciones como: protocolos que describan

cuáles son los cuidados prestados por el enfermero.

Palabras-clave: enfermero, trasplante de riñón, cuidados de enfer-

mería.

IntroduçãoO transplante renal é a única opção terapêutica para os

pacientes com doença renal crônica avançada. O trans-plante renal é um procedimento cirúrgico que tem a finali-dade de transferir um rim saudável de uma pessoa viva ou de um cadáver a um paciente com insuficiência renal crô-nica. O transplante renal é indicado como alternativa para substituição da função renal, melhorando a qualidade de vida e garantindo uma liberdade e resgate da rotina diária do receptor.1

Ainda segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (2015) o transplante de rim tem crescido des-de 2007, o número absoluto de transplante registrado em 2015 foi de 5.556 e no período de 2005 a 2015 só no Brasil foram realizados 50.003.2

É crescente o número de transplantes realizados mun-dialmente, porém apesar dos avanços, o processo de no-tificação de morte encefálica, falhas na manutenção dos órgãos que serão captados impedem que seja efetiva a doação. A capacitação profissional das pessoas envolvidas nesse processo é de extrema importância.3

Em 1997 pelo decreto n° 2.268 foi criado o Sistema Na-cional de Transplante (SNT), uma entidade responsável

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pelo controle e monitoramento dos processos de doação de órgãos, tecidos e transplantes realizados no país. O seu objetivo é desenvolver um processo de captação e distri-buição de órgãos e partes retiradas do corpo humano para fins terapêuticos.4

O SNT tem como atribuições ações de gestão pública, promoção da doação, realizam logística, credenciamen-to de equipes e hospitais para realização de transplantes como também portarias que regulam o processo que co-meça na captação de órgão até o acompanhamento do paciente que foi transplantado. A atuação do SNT tem o foco na redução do tempo de espera dos pacientes que estão na lista de transplante e para melhorar a qualidade de vida do paciente enquanto estão aguardando os pro-cedimentos. No Brasil cerca de 95% dos procedimentos e transplantes são realizados com recurso público, sendo o maior sistema público de transplante do mundo e o pa-ciente transplantado tem assistência integral que o Siste-ma Único de Saúde (SUS) oferece.4

Além dos critérios técnicos do SUS, existem outros fa-tores que limitam a expansão do número de transplante como a compatibilidade, incentivos, pois a fila única tam-bém tem restrições, para que ocorra o transplante é neces-sário ter compatibilidade clínica completa entre o receptor e o órgão doado, além disso, muitos hospitais não têm in-fraestrutura e profissionais disponíveis para manter vivo o paciente com morte cerebral por 48 horas a 72 horas, para que seja feita a localização do doador compatível, sendo difícil realizar esse processo em menos de 24 horas. Outro fator está relacionado a deterioração dos órgãos, pois os possíveis doadores não duram mais do que 72 horas e os órgãos duram poucas horas o rim por exemplo dura até 48horas.5

O enfermeiro tem um papel fundamental no sucesso do transplante. Os cuidados realizados são cada vez mais

complexos e o tempo de hospitalização está cada vez me-nor no pós-transplante, necessitando assim que haja uma assistência de alto nível com os doadores, receptores, fa-miliares e cuidadores para que fora do ambiente hospita-lar tenham uma continuidade no tratamento. O enfermeiro tem papéis e funções diferentes no transplante do que teve em sua formação profissional, sendo necessário ir em busca de melhorar a assistência prestada.3

Diante da relevância do tema e do aumento do núme-ro de transplantes renais, identificamos a necessidade de buscar os principais cuidados de enfermagem (específi-cos) para este cliente, cuidados estes de suma importância na sua recuperação.

ObjetivosLevantar na literatura a assistência de enfermagem pres-

tada pelo enfermeiro aos pacientes transplantados renais no período pós-operatório.

MetodologiaTrata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica sobre

os cuidados prestados pelo enfermeiro no pós-operatório de transplante renal, desenvolvida com base em material já elaborado, constituído por artigos científicos. Para a bus-ca dos textos utilizou-se a palavra-chave enfermeiro e os descritores: transplante de rim, cuidados de enfermagem, período perioperatório, enfermagem perioperatória, equi-pe de enfermagem e serviços de enfermagem. Nesta pes-quisa foram incluídos artigos de periódicos publicados em português e espanhol (Brasil e Espanha), com textos com-pletos disponíveis online, produzidos no período de 2006 a 2016, foram excluídos artigos que não respondiam ao ob-jetivo. A pesquisa foi desenvolvida na biblioteca virtual em saúde (BVS) no site www.bvs.saude.gov.br.

Foram utilizados neste estudo 10 artigos.

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Resultados

Tabela 3 - Identificação da importância do cenário de simulação na graduação de Enfermagem. São Paulo, 2016.

Ano ObjetivoTítulo do Artigo

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

2015

2014

2014

2012

2010

2010

2009

2009

2007

2007

Analisar as percepções de enfermeiros e dos

transplantados sobre a consulta de enfermagem pré-

transplante do transplante renal.

Revisão integrativa sobre o papel do enfermeiro

no POI de transplante renal e levantamento dos

principais cuidados e intervenções na assistência de

enfermagem

Descrever as orientações de alta pelo enfermeiro ao

paciente pós-transplante renal.

Avaliar se existe diferença na carga de trabalho do

enfermeiro dependendo do tipo de transplante por

morte cerebral ou assistolia.

Para o levantamento de dados, foi utilizado a técnica

de regressão logística, para identificar fatores

preditores para diagnósticos de enfermagem.

Analisar as associações entre os diagnósticos

de enfermagem, os fatores relacionados e as

características definidoras presentes em pacientes

transplantados renais.

Ressalta a importância do enfermeiro durante

o processo de tratamento do paciente, com

esclarecimento de cuidados e orientações, resultando

na adesão ao tratamento e importância da consulta de

enfermagem.

Levantar todos os diagnósticos de enfermagem

relacionados há pacientes transplantados renais.

Identificar em prontuários as ações de enfermagem

implantadas para os cuidados aos pacientes,

observando as assistências de enfermagem realizadas

Levantar os diagnósticos e intervenções de

enfermagem no pós-operatório imediato de

transplante renal.

Percepções de enfermeiros e clientes sobre cuidados

de enfermagem no transplante de rim

Revisão integrativa sobre o papel do enfermeiro no

pós-transplante renal

Atuação do enfermeiro nas orientações de alta ao

paciente pós-transplante renal

Receptores de transplante renal de donantes em

asistolia y muerte cerebral: diferencias em los

cuidados enfermeros

Fatores preditivos de diagnósticos de enfermagem em

pacientes submetidos ao transplante renal

Pacientes transplantados renais: análise de associação

dos diagnósticos de enfermagem

Consulta de enfermagem no pré e pós-operatório de

transplante renal: faz a diferença?

Diagnósticos de enfermagem identificados em pacientes

transplantados renais de um hospital de ensino

Pós-operatório de transplante renal: avaliando o

cuidado e o registro do cuidado de enfermagem

Transplante renal: diagnósticos e intervenções de

enfermagem em pacientes no pós-operatório imediato

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Para os autores Roque, Melo e Tonini, numa pesquisa so-bre pós-operatório de transplante renal, foi verificado nos clientes transplantados uma pequena predominância do sexo feminino e a faixa etária dos 41 a 50 anos e baixa es-colaridade. Verificou-se também que os pacientes trans-plantados com rim de parente, tiveram redução no tempo de internação e número reduzido de complicações no pós--operatório.6

A importância com o estado emocional do paciente é evi-denciada no estudo, pois quando as enfermeiras conver-saram com seus clientes sobre medos, desejos, angustias, colaboraram diminuindo o quadro depressivo, mostrando assim que o registro não deve considerar somente os as-pectos objetivos do cuidado prestado, mas também a ne-cessidade de realizar os registros dos elementos subjetivos, que faz parte da ação do cuidar de enfermagem. A enfer-meira tem um papel importante quando realiza os registros dos cuidados prestados, pois esses cuidados tem o objetivo de assegurar que o paciente tenha conforto e tranquilida-de.6

A assistência fornecida pelo enfermeiro se dá através dos diagnósticos de enfermagem que expressam as necessida-des de cuidados. Os diagnósticos mais frequentes foram:7

Para que haja uma conduta saudável e prudente o escla-recimento de dúvidas é fundamental e a consulta de en-fermagem aparece como uma estratégia importante tanto para a pessoa que fez o transplante como para sua família, fazendo com que ela seja inserida e possa ajudar no trata-mento e na adesão para com o uso de imunossupressores para redução de rejeição ao enxerto.8

Os autores relatam a importância do trabalho do enfer-meiro no período pré e pós-transplante renal, através da educação e conhecimento teórico e prático com a realiza-ção de consultas de enfermagem podendo orientar e cer-tificar que o paciente compreendeu o tratamento podendo diminuir a ansiedade e o medo fazendo com que os pacien-tes tenham uma qualidade de vida melhor e aceitação do tratamento.9

Para Viana, et al foi observado que os cuidados de enfer-magem eram maiores em transplantado renal em assistolia, pois necessita usar doses maiores de drogas imunossu-pressoras como a thymoglobulina, realizar maior número de biopsias renais e sessões de hemodiálise devido a demora da função renal e atenção redobrada da equipe de enfer-magem para qualquer alteração que possa indicar uma pos-sível rejeição do enxerto como: dor no enxerto, hematúria e hipotensão.10

No estudo sobre diagnósticos de enfermagem identifica-dos em pacientes transplantados renais de um hospital de ensino, 8 entrevistadas apresentavam complicações após o transplante, a coleta de dados foi feita através do histórico de enfermagem, os diagnósticos identificados estavam de acordo com a NANDA, dos 17 diagnósticos levantados 11 fo-ram destacados. São eles risco de desequilíbrio do volume de líquidos pela perda hídrica cirúrgica, alteração do debito urinário, alteração da dieta e a intervenção de enfermagem proposta foram avaliar o estado hídrico e limitar a ingestão de líquidos, risco para infecção foi determinada por causa da imunossupressão devido às drogas e aos procedimen-tos invasivos a intervenção é observar e registrar sinais flo-gísticos, troca de equipos e realizar técnicas assépticas, o diagnostico disposição para enfrentamento aumentado é colocado porque as pessoas que tem doença crônica pas-sam por experiências diferenciados com os sentimentos e comportamentos, sendo importante que o enfermeiro ob-serve e seja um bom ouvinte e realize estratégias para que o paciente supere os obstáculos.11

Dor aguda foi caracterizada pela incisão cirúrgica, sendo necessário a utilização da escala de dor com as suas devi-das anotações, administração do analgésico e o enfermeiro também precisa usar estratégias alternativas para o alivio da dor, o padrão do sono perturbado está relacionado a mu-dança no ambiente, urgência urinaria, para uma intervenção

Diagnósticos Características

Risco para volume de líquidos desequilibrado

Risco de queda

Mobilidade física eRisco de infecção

Risco de aspiração

Proteção ineficaz

Mobilidade no leito prejudicado

Integridade da pele prejudicado

Déficit no auto cuidado para banho/higiene

Risco de desequilíbrio na temperatura corporal

Porque o paciente que foi submetido ao transplante renal fica exposto a vários eventos que podem fomentar excesso ou déficit de líquidos por causa de procedimentos invasivos

Pois tem como fatores de risco as condições do pós-operatório, a sedação

Por causa do procedimento cirúrgico, a imunossupressão, a própria defesa primaria ineficaz e os procedimentos invasivos como sonda vesical de demora, acesso venoso

Por conta do procedimento cirúrgico o nível de consciência e a mobilidade gastrointestinal ficam reduzidos

Evidenciado pela imunidade deficiente e o uso de medicamentos imunossupressores

Está associado à extensão da incisão cirúrgica

Definido pelo rompimento e destruição das camadas da pele

Está relacionado à fraqueza e/ou dor no pós-cirúrgico

Caracterizado pela sedação, ambiente cirúrgico (frio)

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foi descrito redução de estímulos sonoros e visuais, evitar procedimentos dispensáveis no período da noite, controle ineficaz do regime terapêutico e conhecimento deficiente da doença a primeira está relacionada a segunda, por causa da falta de conhecimento da doença há adesão ao trata-mento não é realizada é necessário que o enfermeiro avalie o nível de entendimento que o paciente tem sobre o trans-plante, tratamento, importância da medicação a realização dos exames o acompanhamento.11

O diagnóstico de constipação é observado na hospita-lização por causa do jejum para a realização dos procedi-mentos, drogas utilizadas, etc., o diagnóstico de diarreia e hipertermia aparecem quando há um quadro infeccioso, no diagnóstico de risco para integridade da pele prejudicada os fatores relacionados foram fatores mecânicos, circulação prejudicada, mudança no turgor da pele, para isso a inter-venção necessária é a realização dos curativos, mudança de decúbito, etc. a nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais tem como característica a ingestão insuficiente, por não aceitação da dieta hospitalar.11

Para os autores conhecer os principais diagnósticos per-mite uma boa elaboração de intervenções demonstrando que a sistematização da assistência de enfermagem é um método substancial para avaliar o paciente transplantado renal e que contribui para uma boa qualidade da assis-tência.11

Segundo Albuquerque, Lira e Lopes a pesquisa sobre fato-res preditivos de diagnóstico de enfermagem em pacientes submetidos ao transplante renal, tem como objetivo discer-nir quais são os diagnósticos de enfermagem de pacientes que realizaram transplante de rim, foi feita uma coleta de dados por meio de um roteiro de entrevista e exame físico, identificando os sinais e sintomas caracterizando e definindo os fatores relacionados. Os diagnósticos foram identificados com implementação das ferramentas do NANDA.12

Foram identificados 38 diagnósticos de enfermagem, po-rem nove foram destacados, nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais, risco de nutrição dese-quilibrada: mais do que as necessidades corporais, sendo caracterizadas pela procedência, há um aumento de apetite por causa do uso de drogas imunossupressoras e rotina ali-mentar que antes do transplante não era permitido, padrão de sono perturbado e fadiga, o estado de doença e desper-tar mais de três vezes a noite caracterizam o diagnóstico, percepção sensorial perturbada: visual e auditiva, são devi-do ao uso de droga imunossupressora e tempo de diálise, disfunção sexual, padrões de sexualidade ineficazes e dor aguda, foram caracterizados por urgência urinaria, desper-tar mais de três vezes a noite, verbalização do problema, agentes lesivos, etc.12

Os levantamentos dos diagnósticos dão ao enfermeiro subsídios junto com os seus conhecimentos técnicos e teó-ricos para desenvolver um melhor plano de cuidado especi-fico. Assim a Sistematização da Assistência de Enfermagem contribui para que o enfermeiro tenha uma organização do trabalho e seus cuidados contribuindo com a qualidade de vida do paciente transplantado renal.12

De acordo com Lira e Lopes o transplante renal não recu-pera totalmente a saúde do paciente é um tratamento pa-liativo, pois o paciente depois do transplante tem limitações para o resto da vida, pelo uso de medicamentos, cuidados com a higiene e alimentação. Os autores mostram que os diagnósticos de enfermagem realizados pelo enfermeiro sistematiza e oferece um cuidado de qualidade aos pacien-tes que foram submetidos ao transplante de rim.12

Os diagnósticos de enfermagem que se destacaram na pesquisa foram: padrão de sono perturbado associado com disfunção sexual e padrão de sexualidade ineficaz por causa da urgência urinaria e despertar mais de três vezes a noi-te, após o transplante o paciente faz uso de diurético e se faz necessário aumentar a ingesta hídrica. O diagnóstico de percepção sensorial perturbada está relacionado as distor-ções visuais e auditivas, ocorrem normalmente por causa da doença e uso de corticosteroides constantemente. Nutrição desequilibrada mais do que as necessidades corporais apa-recem com o aumento da ingestão excessiva e efeitos cola-terais das drogas imunossupressoras aumentando o apetite e ganhando peso.12

O diagnóstico de dor aguda está associado aos agentes lesivos e dores no corpo, o uso de esteroides traz compli-cações como osteoporose, fraturas e necrose na cabeça do fêmur e o diagnóstico fadiga foi caracterizada pelo estado de doença, pelo cansaço esta apresenta-se desde o perío-do do tratamento dialítico, pois o paciente precisa manter uma dieta restrita deslocar-se três vezes para realizar o tra-tamento, fazendo com que o paciente perca sua liberdade de efetuar suas atividades pessoais.12

Com o levantamento dos diagnósticos de enfermagem durante a consulta de enfermagem o enfermeiro por ter co-nhecimentos científicos identifica as necessidades do cui-dado e tem como objetivo melhorar a qualidade do trabalho que será realizado com o paciente.12

A educação em saúde representa a necessidade do pro-fissional enfermeiro realizar uma educação correta ao pa-ciente, pois o paciente precisa ter informações suficientes para evitar uma rejeição do enxerto através de prevenção e reconhecimento de possíveis complicações.13

O enfermeiro precisa saber avaliar, conhecer imunologia, dieta, farmacologia, doenças infecciosas e assistência de enfermagem. Após o transplante o paciente terá desafios

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quando tiver alta, pois conviverá com o risco de rejeição do enxerto, será necessário mudar a alimentação, tomar medi-camentos e ter cuidados com a saúde.13

O enfermeiro tem o papel de educar os pacientes para que os mesmos garantam conhecimento sobre os cuidados que deverão ter com relação aos medicamentos os efeitos colaterais que poderão acontecer, sobre a adesão dos me-dicamentos e a importância do uso correto para que não haja o risco de perder o enxerto, a necessidade do paciente identificar sinais e sintomas de infecção e rejeição.13

O enfermeiro que presta assistência ao paciente no perí-odo pós-transplante precisa ter conhecimento especializa-do, para que consiga identificar precocemente problemas. O instrumento de enfermagem fundamental utilizado pelo enfermeiro é a sistematização da Assistência de Enferma-gem (SAE), através dele o enfermeiro consegue identificar as reais necessidades do paciente e os cuidados específi-cos, é necessário que o enfermeiro tenha conhecimento em resultados de exames sanguíneos, pois através desses pa-râmetros consegue-se verificar se o rim está funcionando, podendo até revelar sinais de rejeição e/ou infecção e se as drogas imunossupressoras estão dentro dos níveis adequa-dos ou precisam ser regulados. O estudo traz a importância do registro de enfermagem como instrumento que garante a comunicação com a equipe, informações sobre o estado do paciente, a qualidade da assistência e serve como res-paldo legal.13

Inácio, et al. (2014) no estudo realizado sobre a atuação do enfermeiro nas orientações de alta ao paciente pós--transplante renal, foram realizadas entrevistas com três enfermeiras que trabalham em um serviço de transplante renal de Curitiba, a entrevista foi realizada com um ques-tionário de quatro perguntas abertas sobre orientações de alta. Através das respostas foram apontados três categorias a primeira tinha como a orientação ao paciente realizada pelo enfermeiro na alta, onde foi relatado a importância de orientar o paciente a tomar as medicações corretamente, a alimentação e a necessidade de realizar a ingesta hídrica.14

O controle de exames, os sinais vitais, o peso e a atividade física também são importantes pontos a serem orientados na alta. A segunda categoria é a comunicação, que aparece como fundamental para que os pacientes entendam cor-retamente a importância de seguir as orientações para não perder o rim, usar uma linguagem de fácil entendimento pois também existe paciente analfabeto. E a terceira cate-goria é o conhecimento cientifico que o enfermeiro precisa ter, o enfermeiro precisa estar preparado, conhecer o setor saber como funciona, ter conhecimento especifico para ex-plicar para o paciente passo a passo que o paciente precisa fazer um controle anotando em um caderno toda a rotina

para realizar um controle para que o médico consiga acom-panhar o paciente em casa.14

O estudo traz que a prática educativa é de suma impor-tância para a assistência, pois através das orientações que o enfermeiro faz que a educação é promovida. A comunica-ção também teve destaque para os autores, como instru-mento resolutivo na qualidade da assistência prestada ao paciente, demonstrando auxilio a adesão aos cuidados que foram orientados ao paciente na alta e como um auxílio para um diagnóstico mais eficiente e individual. Importante que o enfermeiro certifique que o paciente entendeu todas as orientações que foram dadas, pedindo para que o paciente repita a informação que foi fornecida.14

Considerações FinaisOs artigos selecionados para nossa pesquisa trouxeram

uma resposta diferente do que imaginávamos ao escolher o tema, quando escolhemos descrever a assistência de enfermagem prestada pelo enfermeiro, pensávamos nos cuidados que seriam realizados com o paciente como en-fermeiro assistencial, onde o enfermeiro cuidaria das fe-ridas, no posicionamento do paciente, no cuidado físico.

Os achados deste trabalho nos trazem uma nova pers-pectiva, um olhar diferente, onde o enfermeiro precisa ter um olhar além do cuidado físico, ele precisa cuidar do todo (cuidados subjetivos), saber ouvir o paciente, ver além do que ele traz, é necessário entender o que o paciente está passando através de conversas e observar o não verbal.

A realização da avaliação clínica de enfermagem é tra-zida como um momento importante em que o enfermeiro pode conhecer o paciente tanto no período pré-operatório como no período pós-operatório é nesse momento que o enfermeiro pode esclarecer as dúvidas que são trazi-das pelo paciente e até mesmo aquelas que o paciente não trouxe, a pesquisa mostra uma informação bastante importante no qual a consulta deve ser feita no período pré-operatório, pois através de alguns esclarecimentos nesse período no momento em que o paciente está no pós-operatório ajuda na adesão ao tratamento e a ter uma boa qualidade de vida, pois há falta de estudo relaciona-do a esse tema sendo muito importante, pois o enfermeiro tem o papel de educador e tem o conhecimento cientifico (teórico e prático).

O estudo traz a importância dos diagnósticos de enfer-magem para uma boa intervenção de enfermagem, mas para que o enfermeiro possa identificar os diagnósticos é necessário que ele faça uma boa Sistematização de As-sistência de Enfermagem, pois é nesse momento que o enfermeiro tem a oportunidade de conhecer seu paciente, entender um pouco o seu histórico, podendo planejar um

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org/10.5902/2179769210186. Acesso em: 5 mai. 2016.

bom cuidado de enfermagem, pois os diagnósticos de en-fermagem e suas intervenções são realizados para uma boa qualidade de vida do paciente e qualidade de trabalho da enfermagem.

Importante ressaltar que um dos principais instrumentos para aplicação e elaboração do planejamento de assis-tência de enfermagem foi através do NANDA, instrumen-to de grande relevância e suporte ao enfermeiro durante o processo de assistência de enfermagem, auxiliando no fechamento dos diagnósticos de enfermagem, através do levantamento de dados realizado na consulta de enfer-magem e na reavaliação dos resultados aplicados previa-mente na assistência de enfermagem.

Um dos papeis do enfermeiro caracterizados durante este processo e o olhar na identificação dos problemas apresentados e um deles e o social, a interação com os pacientes e seus familiares e ressaltando a importância da adesão ao tratamento e a mudança abrupta do mes-mo, neste momento também foi observado que durante toda a construção do trabalho a interação com as demais equipes multidisciplinares é de extrema importância para um melhor resultado ao tratamento. Mesmo com a falta de literatura no desenvolvimento do trabalho, importante relembramos até os dias de hoje no presente momento este mesmo método continua a ser aplicado durante todo o processo de assistência de enfermagem, mesmo com o avanço das técnicas e o aumento das informações sobre o tema o Enfermeiro precisa de mais subsídios para uma obtenção de melhor resultados, pois a Enfermagem tem a necessidade de acompanhar estes avanços, com objetivo de excelência na prestação das assistências e a melhorar dos resultados implementados.

Observamos que a enfermagem tem um papel muito im-portante, como identificar os problemas visando melhorar o comprometimento do paciente relacionado a sua doen-ça. Também muito importante na promoção, prevenção e reabilitação. Mudando um pouco de opinião o enfermeiro é a prioridade na realização da avaliação clínica de enfer-magem pois é privativo do enfermeiro, em alguns artigos o enfermeiro precisa ser especialista em nefrologia, porem observamos que não há essa necessidade.

Concluindo o estudo não se encerra por si mesmo, te-mos a sensação de que faltam protocolos onde houvesse o cuidado e o passo a passo de como realizar a assistência de enfermagem prestada pelo enfermeiro.

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Nome

José Antônio Pinto

Fabiola Esteves G. Caldas

Letícia W Wachter

Beatriz S Zalla

Adma R. Y. Zavanela

André Freitas Cavallini da Silva

Roberta Moss

Larissa S. Barrero

Cauê Duarte

Davi Knoll Ribeiro

Gabriel S. Freitas

Mariana Batistella Mazzotto

Lucas de Souza Lima

Leopoldo Nobre de Albuquerque Paiva

Anny Sugsawa

Daniel Pires Penteado Ribeiro

Luiz Eduardo Barreto

Felipe Ferrer

Thais C. O. Alves

80

OURO

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

PRATA

BRONZE

BRONZE

BRONZE

BRONZE

BRONZE

BRONZE

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PREMIADOS IEP – RESULTADO 2016

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ATIVIDADE Nø DE PONTOS

Congresso nacional da especialidade

Congresso da especialidade no exterior

Congresso/jornada regional/estadual da especialidade

Congresso relacionado à especialidade com apoio da

sociedade nacional da especialidade

Outras jornadas, cursos e simpósios

Programa de educação à distância por ciclo

Artigo publicado em revista médica

Capítulo em livro nacional ou internacional

Edição completa de livro nacional ou internacional

Conferência em evento nacional apoiado pela

Sociedade de Especialidade

Conferência em evento internacional

Conferência em evento regional ou estadual

Apresentação de tema livre ou pôster em congresso ou

jornada da especialidade

Participação em banca examinadora (mestrado,

doutorado, livre-docência, concurso, etc.).

Mestrado na especialidade

Doutorado ou livre docência na especialidade

Coordenação de programa de residência médica

Projetos de pesquisa aprovado

Elaboração de manual de rotinas

Congresso internacional

Apresentação congresso internacional (São Camilo)

Reuniões Científicas

Coordenação de Eventos

Eventos

Atividades Científicas

Atividades Acadêmicas

Atividades Institucionais

TOTAL OBRIGATÓRIO ANUALMENTE Do total obrigatório anualmente, 20 pontos deverão ser em atividades institucionais.

40

20

05

15

10

0,5/h (mín.1 e máx.10)

0,5/h (máx.10)

05

05

10

05

05

02

02 (máx. 10)

05

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20

5/ano

20

10

+15

+03

1,0/h

5,0 (máx. 20)

REGRAS DE PREMIAÇÃO

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BENEFÍCIOS DIAMANTE PRATAOURO BRONZE

Pontos mínimos para atingir a premiação

Confecção de Banner / Assessoria

Inscrição em Congresso Nacional

Inscrição em Congresso Internacional

Viagem (passagem)

Pacote completo para Congresso Nacional

(passagem, inscrição, banner)

Pacote completo para Congresso Internacional

(passagem, inscrição, banner)

Intercambio internacional

200

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

80

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Sim

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Não

Não

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Sim

Sim

Sim

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Não

Não

COTAS PARA PREMIAÇÃO

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