Boletim ADUFS 12
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Transcript of Boletim ADUFS 12
º59 CONAD
21 a 24 de agosto 2014 | Aracaju/SE
BoletimA NACIONALNACIONALANDESCentral Sindical e Popular - CONLUTAS
SINDICATO
Ano 3Número 12Julho 2014 Gestão Autonomia na Luta 2012-2014
Negociação
Audiência com reitor definedatas de negociaçãoP.3
Docentes do campus de Lagarto mantêm paralisaçãoP.4
CONAD
Condições de trabalho
Aracaju receberá o 59º CONAD em agostoP.6
Conad
DIRETORIA 2012-2014 - GESTÃO AUTONOMIA NA LUTAPresidente: Brancilene Santos de Araújo (DFS); Vice-presidente: Carlos Franco Liberato (DHI); Secretário: Jailton de Jesus Costa (CODAP); Diretor Administrativo e Financeiro: Elyson Nunes Carvalho (DEL);Diretora Acadêmico e Cultural: Noêmia Lima Silva (DSS);CONSELHO DE REPRESENTANTES: CCET - Titular: David Soares Pinto Júnior; CCBS - Titular: Benedito Carlos L. C. Araújo / Suplente: Ailton Fernandes S. de Oliveira; CODAP - Titular: Josevânia Nunes Rabelo / Suplente: Silaine Maria Gomes Borges; CECH - Titular: Elza Francisca Corrêa Cunha / Suplente: Fernando Sá / Suplente: Marizete Lucini; CCSA - Titular: Airton Paula Souza / Suplente: Sérgio Luiz Elias de Araújo; Representante do campus de Itabaiana - Titular: Vanessa Dias de Oliveira / Suplente: Alan Almeida Santos.
Boletim produzido pela ADUFS - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior. Endereço: Av. Marechal Rondon, s/n, bairro Rosa Elze, São Cristóvão-SE
Jornalismo e Fotografia: Raquel Brabec (DRT-1517) / Design Gráfico e Ilustrações: Fernando de Jesus Caldas
O conteúdo dos artigos assinados é responsabilidade dos autores e não corresponde necessariamente à opinião da diretoria da ADUFS.
Contato ADUFS: Tel.: (79) 3259-2021 / E-mail: [email protected] / Site: http://www.adufs.org.br N° de Tiragem: 1300 exemplares
Assembleia de decisão
sobre a greve
Assembleia sobre temas
tambem importantes para o sindicato
tem alguemsentado aqui?
Após amplo debate em assembleia que aconteceu na tarde do
dia 30 de junho, no auditório da reitoria, os docentes da UFS votaram
pelo fim da greve, com data de retorno das atividades na UFS para 09/07.
Foram 134 votos contrários à manutenção da greve, 113 a favor da
manutenção da greve e 1 abstenção. Ao todo, 283 professores
assinaram a lista de presença nessa assembleia.
Outro aspecto votado foi a transformação do Comando Local de
Greve em Comando Local de Mobilização Permanente, para cobrar
ações efetivas por parte da reitoria na mesa de negociação sobre a pauta
de reivindicações locais.
Boletim ADUFS
Greve dos professores termina na UFS
Notas rápidas
eff
C o m u n i c a m o s q u e o s Precatórios relacionados ao Processo número 0001000-41.1998.4.05.8500 ( 9 8 . 0 0 0 1 0 0 0 - 9 ) , r e f e r e n t e a o p a g a m e n t o d o s 3 , 1 7 % , f o r a m encaminhados para inclusão na dívida da União no orçamento público de 2015, tendo a Jus�ça Federal solicitado que fossem expedidos os requisitórios referentes à modalidade Requisição de Pequeno Valor (RPV).
Informe jurídico
O s d o c e n t e d a U F S s e reuniram na tarde do dia 03/07 com o reitor da UFS, professor Ângelo Antoniolli, para dar continuidade à mesa de negociação sobre a pauta de reivindicações locais. A categoria dos professores cobra medidas efetivas e definição de prazos para os problemas de infraestrutura e condições de trabalho percebidos nos campi da UFS. Durante a audiência, foi e x p o s t a a n e c e s s i d a d e d e compromisso político por parte da reitoria para a resolução das questões apontadas na pauta local. Entre os principais assuntos, os presentes abordaram o processo de instalação da Estatuinte na Universidade, com participação e colaboração dos três s e g m e n t o s d a c o m u n i d a d e acadêmica, e a abertura de uma mesa de diálogo permanente com a reitoria. Ao final da reunião, o reitor se comprometeu a realizar reuniões periódicas para discutir os pontos da pauta local em blocos. A primeira reunião aconteceu no dia 17/07, às 1 6 h , c o m a P r ó - R e i t o r i a d e Planejamento (Proplan), ocasião em
que foi discutida a resolução dos problemas no campus de Lagarto. U m p o n t o q u e r e c e b e u destaque durante a audiência foi a n e c e s s i d a d e d e m u d a n ç a s n a Estatu inte da un ivers idade. O Comando Local de Mobil ização Permanente (CLMP) reivindica que o reitor convoque a comunidade para discutir e desencadear o processo de instalação da Estatuinte. Apesar de não ter dado um posicionamento concreto sobre o assunto, o professor Ângelo informou que consultará sua equipe administrativa e dará uma resposta. Na avaliação da professora Christiane Soares, do Departamento de Economia e uma das integrantes do CLMP, a reunião foi positiva por tratar de questões prioritárias da categoria. “Uma prioridade absoluta do ponto de vista político da nossa mobilização é o processo de instalação de uma Estatuinte na Universidade, porque isso é o que de fato vai democratizar a gestão da universidade. O reitor se comprometeu em pelo menos estudar o assunto, e isso é um avanço
importante”. S e g u n d o C h r i s t i a n e , a Universidade ainda é regida por regras que remontam ao período da ditadura brasileira. “Os nossos estatutos são da época da fundação da Universidade, que é o ano de pior período da ditadura militar. As nossas regras internas carregam esse autoritarismo na sua forma de definição, e a gente precisa democratizar isso para que todo mundo na Universidade conheça claramente como as decisões são tomadas e se sinta participante desse processo”, afirmou.
Pauta Local A pauta local de reivindicações se refere às condições necessárias para o desenvolvimento das atividades na Universidade, englobando todos os campi, e inclui itens como falta de e q u i p a m e n t o s , m a t e r i a i s , infraestrutura básica, entre outros. Desde 2012 que os docentes da U FS estão tentando manter negociação com a reitoria. A Pauta Local de Greve da UFS, aprovada durante a greve de 2012, foi entregue no dia 11/07/2012 ao então reitor prof. Josué Modesto dos Passos Sobrinho. Após o fim da greve, a diretoria da ADUFS se reuniu com o reitor, no dia 20 de setembro, quando voltou a entregar a Pauta Local. O então reitor não respondeu ao documento. Poster iormente, a pauta também foi entregue pessoalmente ao novo reitor, prof. Ângelo Roberto Antoniolli, em reunião com a diretoria da ADUFS ocorrida em 17 de janeiro de 2013, sem que houvesse resposta, a p e s a r d o s re i t e ra d o s o f í c i o s subsequentes ao longo de 2013, que solicitavam sua manifestação. No ano de 2014, a pauta local foi atualizada em duas assembleias gerais realizadas em 27 de fevereiro e 21 de maio, tendo sido encaminhada, por duas vezes, ao atual reitor, novamente sem resposta. No Dia Nacional de Paralisação (21 de maio), o vice-reitor, prof. André Maurício Conceição de Souza, recebeu a pauta dos professores e se comprometeu em responder.
Negociação
Audiência com reitor define datas de negociação
3
Nº 12
Reunião de negociação com o reitor
Boletim ADUFS
4
Em assembleia ocorrida no dia 09
de julho, os docentes do campus de
Lagarto decidiram manter a paralisação
d a s a t i v i d a d e s d e e n s i n o , p o r
considerarem que a Universidade ainda
não oferece condições suficientes para o
retorno das aulas.
As atividades de ensino na UFS,
em Lagarto, estão paralisadas desde o dia
25 de abril deste ano, quando os
estudantes entraram em greve por falta
de estrutura mínima para a continuidade
do período letivo. No dia 12 de maio, os
docentes do campus decidiram paralisar
também, reforçando a mobilização.
Após assembleia realizada pelos
estudantes no dia 15 de julho, alguns
cursos resolveram retornar as aulas a
partir do dia 28 do mesmo mês. "O
posicionamento dos docentes é continuar
em greve, entretanto, os professores de
Medicina retornarão as atividades
juntamente com os alunos", informou a
professora do campus de Lagarto,
Marcela Deda.
No dia 17 desse mês, houve uma
reunião com a equipe do reitor, às 16h,
para dar continuidade à mesa de
negociação com foco nos pontos de
reivindicação do campus de Lagarto. No
dia 21/07, ocorreu uma nova assembleia
para avaliar a manutenção da paralisação.
Nessa assembleia, os professores
votaram por unanimidade manter a
paralisação das atividades de ensino.
Em entrevista, a professora
Alessandra Alcides, do Departamento de
Educação e Saúde do campus de Lagarto,
explica a situação do campus e os motivos
da paralisação.
ADUFS - Qual a situação do campus de
Lagarto e por que a paral isação
continua?
Prof. Alessandra - Em Lagarto, nós
paralisamos as atividades de ensino antes
mesmo de os demais campi da UFS
entrarem em greve, por causa das nossas
condições de trabalho precár ias ,
principalmente para os cursos que estão
se formando agora. No dia 09 desse mês,
fizemos uma assembleia em Lagarto,
convocada pela ADUFS, para discutir a
situação e ver os avanços desde a nossa
paralisação.
Antes dessa assembleia, tivemos
uma reunião com o diretor acadêmico do
Condições de trabalho
Docentes do campus de Lagarto mantêm paralisação
campus, o professor Fabiano Alvim, e a
situação é que não houve praticamente
a v a n ç o n e n h u m . A s c l í n i c a s d e
Fonoaudiologia, de Nutrição, continuam
paradas, e a perspectiva de chegada do
maquinário é de no mínimo seis meses,
através de licitação.
Por conta disso, os professores
decidiram manter as atividades de ensino
p a r a l i s a d a s . N ó s c o n t i n u a m o s
trabalhando no departamento, mas não
voltamos para a sala de aula porque não
tem condição para receber esses alunos
ainda.
A D U F S – C i te a lguns pontos de
reivindicação que foram atendidos e os
que não foram:
Prof. Alessandra - Tínhamos salas sem
q u a d r o b r a n c o o u n e g r o , s e m
climatização adequada. Nesse quesito, as
reivindicações foram atendidas: agora
toda sala tem ou quadro branco ou
quadro negro, todos os ventiladores
estão funcionando, essas foram algumas
conquistas da nossa paralisação e das
negociações.
Sobre o quantitativo de data-
show, apesar de ainda não ser o ideal,
houve uma melhora, uma melhor
distribuição entre os departamentos. Já
com relação às reivindicações que
precisam de mais recurso, continua tudo
parado.
Por exemplo, foi aprovada a
compra de alguns materiais para o
departamento de Educação e Saúde, mas
não há perspectiva de quando esses
materiais vão chegar. Na sala de
Fonoaudiologia, não tem água potável,
deram o bebedouro de garrafão, mas a
Universidade não dá o garrafão, então,
não resolveu o problema, porque os
alunos e docentes vão ter que comprar a
água de qualquer forma.
Mas o ponto principal é a falta de
equipamento e material para a realização
adequada das aulas. Por exemplo, no
curso de Farmácia, no terceiro e quarto
ano, os estudantes entram com análise
clínica. Eles precisam de material mínimo,
senão você não tem como fazer nada
nesse módulo, e até então não há
perspectiva de quando chega esse
material.
Profª. Alessandra Alcides
Campus de Lagarto continua paralisado.
Em 1985, ouvi pela primeira vez
no Laboratório de Biologia Molecular a
expressão "Salami Science". Um de nós
estava com uma pilha de trabalhos
científ icos quando Max Perutz se
aproximou. Um jovem disse que estava
lendo trabalhos de um famoso cientista
dos E U A . Perutz o lhou a p i lha e
murmurou: "Salami Science, espero que
não chegue aqui". Mas a praga se
espalhou pelo mundo e agora assola a
comunidade científica brasileira.
"Salami Science" é a prática de
fatiar uma única descoberta, como um
salame, para publicá-la no maior número
possível de artigos científicos. O cientista
aumenta seu currículo e cria a impressão
de que é muito produtivo. O leitor é
forçado a juntar as fatias para entender o
todo. As revistas ficam abarrotadas. E
avaliar um cientista fica mais difícil.
Apesar disso, a "Salami Science" se
espalhou, induzido pela busca obsessiva
de um método quantitativo capaz de
avaliar a produção acadêmica.
No Laboratório de Biologia
Molecular, nossos ídolos eram os cinco
prêmios Nobel do prédio. Publicar muitos
artigos indicava falta de rigor intelectual.
Eles valorizavam a capacidade de criar
uma maneira engenhosa para destrinchar
um problema importante. Aprendíamos
que o objetivo era desvendar os mistérios
da natureza. Publicar um artigo era
consequência de um trabalho financiado
com dinheiro público, servia para
comunicar a nova descoberta. O trabalho
Artigo
Darwin e a prática da 'Salami Science'
deveria ser simples, claro e didático. O
exemplo a ser seguido eram as duas
p á g i n a s e m q u e Wat s o n e C r i c k
descreveram a estrutura do DNA. Você se
tornaria um cientista de respeito se o
esforço de uma vida pudesse ser
resumido em uma frase: Ele descobriu...
Os três pontinhos teriam de ser uma ou
duas palavras: a estrutura do DNA
(Watson e Crick), a estrutura das
proteínas (Max Perutz), a teoria da
Relatividade (Einstein). Sabíamos que
poucos chegariam lá, mas o importante
era ter certeza de que havíamos gasto a
vida atrás de algo importante.
Hoje, nas melhores universidade
do Bras i l , a conversa entre pós-
graduandos e cientistas é outra. A maioria
está preocupada com quantos trabalhos
publicou no último ano - e onde. Querem
saber como serão classificados. "Fulano
agora é pesquisador 1B no CNPq. Com 8
trabalhos em revistas de alto impacto no
ano passado, não poderia ser diferente."
"O departamento de beltrano foi
rebaixado para 4 pela Capes. Também,
com poucas teses no ano passado e só
duas publicações em revistas de baixo
impacto..." Não que os olhos dessas
pessoas não brilhem quando discutem
suas pesquisas, mas o relato de como
alguém emplacou um trabalho na Nature
causa mais alvoroço que o de uma nova
maneira de abordar um problema dito
insolúvel.
Essa mudança de cultura ocorreu
porque agora os cientistas e suas
instituições são avaliados a partir de
fórmulas matemáticas que levam em
conta três ingredientes, combinados ao
gosto do freguês: número de trabalhos
publicados, quantas vezes esses trabalhos
foram citados na literatura e qualidade
das revistas (medida pela quantidade de
citações a trabalhos publicados na
revista). Você estranhou a ausência de
palavras como qualidade, criatividade e
originalidade? Se conversar com um
burocrata da ciência, ele tentará te
explicar como esses índices englobam de
m a n e i ra o b j e t i v a c o n c e i t o s t ã o
subjetivos. E não adianta argumentar que
Einstein, Crick e Perutz teriam sido
excluídos por esses critérios. No fundo,
essas pessoas acreditam que cientistas
desse calibre não podem surgir no Brasil.
O resultado é que em algumas pós-
graduações da USP o credenciamento de
orientadores depende unicamente do
total de trabalhos publicados, em outras o
pré-requisito para uma tese ser defendida
é que um ou mais trabalhos tenham sido
aceitos para publicação.
Não há dúvida de que métodos
quantitativos são úteis para avaliar um
cientista, mas usá-los de modo exclusivo,
abdicando da capacidade subjetiva de
identificar pessoas talentosas, criativas
ou simplesmente geniais, é caminho
seguro para excluir da carreira científica
as poucas pessoas que realmente podem
fazer descobertas importantes. Essa
atitude isenta os responsáveis de tomar e
defender dec i sões . É a covard ia
intelectual escondida por trás de
algoritmos matemáticos.
Mas o que Darwin tem a ver com
isso? Foi ele que mostrou que uma das
c a r a c t e r í s t i c a s q u e f a c i l i t a m a
sobrevivência é a capacidade de se
adaptar aos ambientes. E os cientistas são
animais como qualquer outro ser
humano. Se a regra exige aumentar o
número de trabalhos publicados, vou
praticar "Salami Science". É necessário
ser muito citado? Sem problema, minhas
fatias de salame vão citar umas às outras e
vou pedir a amigos que me citem. Em
troca, garanto que vou citá-los. As revistas
precisam de muitas citações? Basta pedir
aos autores que citem artigos da própria
revista. E, aos poucos, o objetivo da
ciência deixa de ser entender a natureza e
passa a ser publicar e ser citado. Se o
trabalho é medíocre ou genial, pouco
importa. Mas a ciência brasileira vai bem,
o número de mestres aumenta, o de
trabalhos cresce, assim como as citações.
E a cada dia ficamos mais longe de ter
cientistas que possam ser descritos em
uma única frase: Ele descobriu...
FERNANDO REINACH - O Estado de
S.Paulo
Nº 12
5
Entre os dias 21 a 24 de agosto,
Aracaju receberá o 59º Conselho
Nacional das Associações Docentes
(CONAD) do ANDES-SN.
O encontro tem como principal
objetivo atualizar o plano de lutas do
Sindicato Nacional, que envolve várias
questões importantes para os docentes
e para as Instituições de Ensino
Superior, a partir do balanço dos
acontecimentos ocorridos no primeiro
semestre, tendo com referência o
conjunto de resoluções aprovadas no
33º Congresso do ANDES-SN, realizado
em São Luís (MA) de 10 a 15 de
fevereiro deste ano.
O CONAD também exerce a
função de Conselho Fiscal do Sindicato
Nac iona l . Durante o encontro,
relatórios financeiros, prestações de
contas e previsões orçamentárias serão
examinadas e aprovadas.
Confira a entrevista realizada
com o secretário da ADUFS, professor
Jailton Costa, sobre as expectativas
com a realização do evento.
ADUFS - Qual a estimativa de público
para esta edição do CONAD?
Prof. Jailton - O Conselho do ANDES-
Sindicato Nacional – CONAD – estima
um público de 250 pessoas, entre
delegados, observadores e Diretoria
Nacional. É no CONAD que se dá a
primeira reunião e a posse da nova
diretoria nacional já eleita.
ADUFS – Esta é a terceira vez que
Sergipe sedia o evento. Para a atual
diretoria da ADUFS, o que significa
receber o 59ª CONAD? Quais as
expectativas com a realização do
evento?
Prof. Jailton - Após o término de um
movimento paredista na U FS, a
Diretoria da ADUFS considera de
grande importância receber e organizar
um evento desse porte, principalmente
pela temática que será discutida “Luta
em defesa da educação: autonomia da
u n i v e r s i d a d e , 1 0 % d o P I B
exclusivamente para a educação
p ú b l i c a ”, p o i s a c o m u n i d a d e
universitária da UFS sofre com a perda
da autonomia universitária perante o
Governo e suas agências de fomento, e
ainda pela precarização das condições
de trabalho, ampliadas com o REUNI e
reforçadas no Governo Dilma.
ADUFS – Fale um pouco sobre o tema
“Luta em defesa da educação:
autonomia da universidade, 10% do
PIB exclusivamente para a educação
pública”, que norteará o evento.
Prof. Jailton - Impressiona verificar
que, anos após anos, o projeto
neoliberal continua presente. Ao
contrário do que propala o governo, as
ações do capital permanecem vivas e
atuantes, minando todas e quaisquer
tentativas de construção democrática e
autônoma que beneficie o público, a
c o l e t i v i d a d e , a p r o d u ç ã o e a
distribuição da riqueza de forma
igualitária, sem concessões como se
fossem privilégios e sem visar a
cooptação e a manipulação do povo
para a manutenção de uma estrutura
de poder que não liberta, ao contrário,
escraviza.
Sobre os 10% para a educação
só em 2020, isso é temerário. As ações
reformistas continuam vorazes. Todas
no sentido de dar curso às propostas
internacionais de reforma da educação
para o adestramento e a submissão aos
c â n o n e s d a p ro d u t i v i d a d e , d a
competição e do individualismo, que
t o r n e m c a d a s e r h u m a n o u m
microcosmo do capitalismo.
Além disso, os governantes são
surdos à indignação das ruas, que é
entendida como arruaça, não como
clamor por mudanças. Respondem com
a força das armas, com a exclusão dos
que incomodam e colocam tapumes
para que o feio não apareça.
Enquanto isso, o governo e as
forças que a ele se aliam aumentam a
pressão sobre os sindicatos que
b a t a l h a m p e l o s d i r e i t o s d o s
trabalhadores. Ao contrário, a pelegada
e os ditos sindicatos “amarelos”
ganham o apoio do governo, pois não
têm pejo de se prestar a esse triste
papel de aliados para impedir a
mudança e a transformação.
Dessa forma, o PNE do governo
potencializa a direção das políticas que
fragilizam a autonomia das instituições
educacionais, ao mesmo tempo em que
intensifica o trabalho docente e
precariza a formação de gerações de
trabalhadoras e de trabalhadores
brasileiros.
Portanto, a ADUFS convida
seus sindicalizados a se posicionar
contra a arbitrariedade do governo que
v e m , s i s t e m a t i c a m e n t e ,
desrespeitando a Lei de Autonomia
Universitária, suprimindo os recursos
para a universidade, o que tem
comprometido a qual idade das
atividades realizadas, seja no Ensino, na
Pesquisa e na Extensão.
ADUFS – Docentes de todo o país
estarão em Aracaju no próximo mês
para debater a categoria e o sindicato.
Quais outras discussões poderão ser
fomentadas através desse evento?
Prof. Jailton - A estrutura do CONAD irá
comportar 4 temas, sendo eles: Tema I:
Movimento Docente e Conjuntura:
avaliação da atuação do ANDES-SN
frente às ações estabelecidas no 33°
CONGRESSO; Tema II: Avaliação e
atua l i zação do p lano de lutas :
educação, direitos e organização dos
trabalhadores; Tema III: Avaliação e
atualização do plano de lutas: Setores e
Tema IV: Questões organizativas e
financeiras. Temos certeza de que os
delegados, observadores e diretores
nacionais presentes irão discutir tais
temas com a relevância e cuidado que
eles merecem.
CONAD
Aracaju receberá 59º CONAD em agosto
Prof. Jailton Costa