Boaventura de Souza Santoss

3
Boaventura de Souza Santos Não considera que o Direito pode resolver as questões sociais sem que haja reflexões com outras áreas do conhecimento. Contribui muito para o desenvolvimento da Sociologia Jurídica, fomentando a interdisciplinaridade. Ele fez uma tese de doutorado em uma favela carioca e revelou que o Direito, para ser exercido não depende unicamente de um órgão estruturado, como o Estado. Este tipo de reflexão leva ao pluralismo jurídico. Ele começou a perceber que a própria sociedade é que resolvia seus problemas simples como o abastecimento de água nos morros. E pequenos conflitos eram resolvidos no diálogo sem necessariamente utilizar a força do Estado, os documentos do Estado. Esta forma paralela de resolver as demandas cotidianas chamou a atenção de Boaventura. Vários pesquisadores estavam com uma crítica acumulada ao tipo de ciência e as dificuldades que os cientistas sociais encontravam para financiar a pesquisa e garantir o seu espaço, pois havia o predomínio das ciências naturais. Boaventura sistematiza bem tanto o diagnóstico de uma crise como apresenta o que esta crise pode superar. A CRISE DOS PARADIGMAS DOMINANTES E A IMPORTÂNCIA DOS PARADIGMAS EMERGENTES. O ponto de vista de Boaventura não é unânime, não obstante traga consigo uma boa parcela de pensadores. É um autor de sociologia de direito e professor da Universidade de Coimbra. Coordena o observatório geral da justiça. Boaventura ganhou bastante destaque pelo diálogo que ele, enquanto sociólogo fez com o Direito. O texto é escrito em 1985/86. Trata sobre uma ordem científica hegemônica e a crise de paradigmas. Não se trata de uma mera substituição de paradigmas dominantes por paradigmas emergentes. Ele está

Transcript of Boaventura de Souza Santoss

Boaventura de Souza Santos

No considera que o Direito pode resolver as questes sociais sem que haja reflexes com outras reas do conhecimento. Contribui muito para o desenvolvimento da Sociologia Jurdica, fomentando a interdisciplinaridade.

Ele fez uma tese de doutorado em uma favela carioca e revelou que o Direito, para ser exercido no depende unicamente de um rgo estruturado, como o Estado. Este tipo de reflexo leva ao pluralismo jurdico.

Ele comeou a perceber que a prpria sociedade que resolvia seus problemas simples como o abastecimento de gua nos morros. E pequenos conflitos eram resolvidos no dilogo sem necessariamente utilizar a fora do Estado, os documentos do Estado. Esta forma paralela de resolver as demandas cotidianas chamou a ateno de Boaventura.

Vrios pesquisadores estavam com uma crtica acumulada ao tipo de cincia e as dificuldades que os cientistas sociais encontravam para financiar a pesquisa e garantir o seu espao, pois havia o predomnio das cincias naturais.

Boaventura sistematiza bem tanto o diagnstico de uma crise como apresenta o que esta crise pode superar. A CRISE DOS PARADIGMAS DOMINANTES E A IMPORTNCIA DOS PARADIGMAS EMERGENTES.

O ponto de vista de Boaventura no unnime, no obstante traga consigo uma boa parcela de pensadores.

um autor de sociologia de direito e professor da Universidade de Coimbra. Coordena o observatrio geral da justia. Boaventura ganhou bastante destaque pelo dilogo que ele, enquanto socilogo fez com o Direito.

O texto escrito em 1985/86.

Trata sobre uma ordem cientfica hegemnica e a crise de paradigmas. No se trata de uma mera substituio de paradigmas dominantes por paradigmas emergentes. Ele est atento a ascendncia das cincias sociais. Essa ordem cientfica se fundamente em que?

A idia de cincia ainda est muito arraigada s cincias naturais e exatas. Da a nossa dificuldade de relacionar pesquisa a rea jurdica. O Direito visto mais como via de concurso pblico para quem quer ganhar dinheiro.

At as cincias sociais como elas comearam a aparecer e as pessoas ficaram mais atentas importncia de analisar a sociedade, muitos analisaram a sociedade como se fosse uma operao matemtica ou como um organismo. Havia, no incio das Cincias Sociais um esforo de tentar entender a sociedade por parmetros utilizados para compreenso da vida animal, do movimento dos planetas, etc. Este tipo de concepo ainda no inexistiu. Era o que pensavam Darwin e Spencer. Ns podemos ver isso nas estatsticas no IDH. Estatstica em si pode no dizer nada, mais como voc vai ler os dados modifica tudo.

Lombroso foi observando e anotando as caractersticas da pessoas em relao aos crimes que ela cometia. Lombroso foi, atravs de um determinismo das cincias scias, fazendo craniometrias, verificao das epiderme etc. Aqui na Bahia, Nina Rodrigues. Ele fazia craniometrias e por isso decaptavam jagunos para tentarem entender porque eles eram jagunos. Ele tinha muitos embates com Juliano Moreira.

Marcus Tadeu pergunta: se ns no produzimos cincia no mais fcil deixar para os pases desenvolvidos? Podemos trazer par este texto: se as cincias naturais j tem um mtodo prprio, por que no import-los?

Boaventura reivindica uma autonomia.

Boaventura est preocupado com a contaminao das cincias humanas pelas cincias exatas e naturais.

Sujeito / Objeto. As cincias sociais no admitiriam o objeto de estudo apenas como objeto. Porque como o centro do estudo o sujeito ou a sociedade no pode tratar como se fosse um objeto rgido, das cincias naturais.

Boaventura critica os paradigmas dominantes que so: So verdadeiros sintomas da crise:a) Influncia das cincias naturais na construo do pensamento social;b) Insuficincia dos mtodos das cincias exatas; A prpria cincia j est vendo suas limitaes, principalmente no campo da matemtica, em que alguns problemas so insolveis.

As cincias sociais sempre foram influenciadas pelas cincias naturais. No seria a hora das cincias naturais serem influenciadas pelas cincias sociais para se desenvolverem?

Primeiro ela pensou a fome atravs de parmetros internacionalmente aceitos como a altura, massa etc. Essa uma pesquisa importante. Mas uma outra pesquisa possvel

Boaventura tambm fala que o mtodo das cincias sociais precisa ser mais flexvel, pois o objeto de estudo so as pessoas.

A cincia social no tem uma objetividade rgida.

SENSO COMUM: Fala para resgatarmos o senso comum no para substituir a verdade, mas para ser usada de alguma maneira.