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ISSN 0102-3713 Verso Eletrnica

Boas Prticas de Produo de Frangos de Corte

Circular TcnicaConcrdia, SC Setembro, 2007

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IntroduoO documento orientador Boas Prticas de Produo de Frangos de Corte BPPFC contm recomendaes para ajustar as tecnologias de produo com outros fatores como: ambiente, bem-estar animal, segurana alimentar e aspectos sociais. Alm disso, as boas prticas devem atender as necessidades da agroindstria, do consumidor e as diretrizes do governo, pelo interesse na melhoria do complexo da cadeia produtiva que busca o aumento da qualidade e manuteno da competitividade global dos produtores. A implantao das BPPFC em sistema comercial contribui com a gerao de empregos no setor, bem como permite obter um produto seguro, saudvel e sustentvel, sem conflitos dentro da cadeia de carne de frangos. As Boas Prticas de Produo (BPP) privilegiam a qualidade do ambiente, o bem-estar animal e do trabalhador e, consequentemente, a eficincia produtiva e a qualidade do produto. Num sistema de produo, os frangos devem receber proteo e conforto, liberdade de movimentos com espao para recreao, gua e alimento com qualidade e em quantidade suficientes e livre acesso a comedouros e bebedouros (Fig.1). Para facilitar o entendimento e a verificao, esse documento contm um glossrio informativo e um roteiro (checklist) para acompanhamento, com o objetivo de subsidiar produtores e em especial aos tcnicos de campo e auditores, com vistas aplicao das boas prticas de produo de frangos de corte.

AutoresValdir S. de Avila Engenheiro Agrnomo, D.Sc., em Produo e Manejo de Aves, pesquisador da Embrapa Suinos e Aves, Concrdia, SC, [email protected] Airton Kunz* Claudio Bellaver* Doralice P. de Paiva* Ftima R.F. Jaenisch* Helenice Mazzuco* Iara M. Trevisol* Julio C.P. Palhares* Paulo G. de Abreu* Paulo S. Rosa* *Pesquisadores da Embrapa Sunos e Aves

Foto: Valdir S. de Avila

Fig. 1. Ilustrao de instalao e equipamentos na produo de frangos de corte.

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Projeto TcnicoEscolha do terrenoA rea selecionada para novas instalaes deve permitir a locao do avirio e de sua possvel expanso, de acordo com as exigncias do projeto e as ambientais conforme Cdigo Florestal Federal - Lei 7803/89 (BRASIL, 2007), Legislao Ambiental e Cdigos Sanitrios Estaduais, levando em conta as distncias mnimas regulamentares das edificaes, estradas, moradias, divisas e fontes de gua. O terreno deve permitir a locao das edificaes de forma a maximizar as condies de ventilao natural, reduzir a incidncia da radiao solar e facilitar o fluxo de pessoal, animais e insumos. Deve apresentar bom nvel de isolamento sanitrio por meio de vegetao e ter fcil acesso por estrada cascalhada com boas condies de trnsito em qualquer poca do ano. Deve estar ainda situado em local de topografia plana ou levemente ondulada. O afastamento entre avirios deve ser suficiente para que uns no atuem como barreira ventilao natural aos outros e construdos com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste.

A mureta lateral dever ser de 30 cm com a parte superior chanfrada, para facilitar a limpeza e no permitir o empoleiramento de aves. Entre a mureta e o telhado, deve ser colocada a tela de 1 (uma polegada), ou seja, 2,5 cm. As paredes das extremidades do avirio devero ser fechadas at o teto. Para climas quentes que no possuem correntes de vento provindas do sul, recomenda-se que os oites sejam de tela como nas laterais, providos de cortinas. Os oites devero ser protegidos do sol nascente e poente e as paredes pintadas com cores claras, sombreando por meio de vegetao, beirais ou sombrites. Dependendo da regio, os oites podero ser de madeira, telhas onduladas, fibra de vidro, lminas de isopor ou alvenaria. O piso interno deve ser preferencialmente de material lavvel, impermevel, no liso com espessura de 6 a 8 cm de concreto no trao 1:4:8 (cimento, areia e brita) ou 1:10 (cimento e cascalho), revestido com 2cm de espessura de argamassa 1:4 (cimento e areia) e os externos sero aplicados sobre uma base de 5 cm de brita umedecida e com piso de concreto magro com 7cm de espessura no trao 1:4:4 (cimento, areia e brita). O avirio dever ter portas nas extremidades (1,50 x 2,10 m) para facilitar ao avicultor o fluxo interno e as prticas de manejo. Essas devem ter pedilvio fixo, que ultrapasse a largura das portas em 40 cm de cada lado, largura de 1 m e profundidade de 5 cm.

AvirioAs dimenses horizontais do avirio devem atender a capacidade de alojamento do lote para uma altura mnima de p direito de 3 m. A estrutura a ser adotada pode ser pr-moldada de concreto, metlica ou madeira, desde que atenda as exigncias de carga a ser recebida da cobertura, que poder ser em telhas de alumnio ou barro com inclinao mnima de 33%. Poder ser adotado sistema de forro em PVC, bicolor, com a cor preta virada para baixo e a branca para cima, na altura do p direito. As fundaes devem ser executadas em concreto, na profundidade de solo capaz de suportar as cargas oriundas de pilares, telhado, vento e de outras fontes de presso da edificao. Este trabalho dever ser precedido de sondagens para o reconhecimento e caracterizao do solo visando o dimensionamento e execuo das fundaes e do projeto estrutural que dever ser realizado pela empresa construtora, com apresentao da anotao de responsabilidade tcnica (ART).

Instalao hidrulicaO sistema hidrulico dever ser composto por uma caixa central com capacidade para atender a demanda dos animais, servio de limpeza, desinfeo e nebulizao. Na entrada do sistema deve ser instalada uma bomba dosadora de cloro e um filtro para a gua de consumo dos animais. As tubulaes devem ser dimensionadas de acordo com a tcnica de compensao de vazo com terminais de meia polegada.

Instalao eltricaAs instalaes eltricas devero ser executadas em conformidade com a norma NBR5382 (ABNT, 1985) e as exigncias da concessionria regional. A tubulao poder ser de eletrodutos de PVC rgido,

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dispostos adequadamente. As caixas para os interruptores, distribuidores e tomadas de fora devem ser colocadas a 1,5 m de altura do piso. Os pontos de iluminao do teto podero ser do tipo incandescente, fluorescente, vapor de mercrio ou compactas. A criao de aves de corte grande consumidora de energia. Portanto, o uso eficiente deste insumo alm de reduzir o custo de produo do plantel, ir conservar os recursos naturais. Dicas sobre o uso eficiente de energia esto disponveis no endereo eletrnico da Eletrobrs (Eletrobrs, 2007).

extremidade oposta. Ambos sistemas podero ser controlados termostaticamente. O sistema de resfriamento poder ser por meio de placas evaporativas (pad cooling) ou nebulizao. Preferencialmente adotar o sistema de nebulizao em alta presso (200 psi), com bicos de poliacetal distribudos em linhas transversais e longitudinais. Uma motobomba de 1,5 CV ser utilizada para a nebulizao. A dupla filtragem visa a proteo do sistema de nebulizao. Todos os dispositivos de controle automtico podero ser montados em um quadro de distribuio com sensores em diferentes pontos do avirio.

Equipamentos do avirioInstalar cortinas nas laterais do avirio, pelo lado de fora, que podero ser de plstico especial tranado, lona ou PVC, fixadas na metade da mureta e ultrapassando 30 cm do band. De forma semelhante, o band dever ser duplo, do mesmo material da cortina, e fixo com vedao total. Nos primeiros dias de vida dos pintos, usar sobrecortinas em regies frias, fixadas na parte interna do avirio, de tal forma que sobreponha a tela. O sistema de acionamento da cortina pode ser por meio de roda dentada com corrente ou sistema de roldana. Os bebedouros podero ser de presso para pintos e do tipo pendular para frangos, ambos com capacidade para 80 aves ou nipple automtico com capacidade para 12 aves por bico. Os comedouros podero ser bandejas com capacidade para 80 pintos, tubulares e ou automticos com capacidade para 40 frangos. Para o aquecimento das aves, h disponibilidade no mercado de aquecedores a lenha, eltricos e a gs. Utilizar preferencialmente sistemas de aquecimento a gs por meio de campnulas infravermelhas, controladas termostaticamente com capacidade de 1.500 Kcal para 1.250 aves. O sistema de ventilao poder ser por meio de ventiladores de 300 m3/min (1/2 HP), posicionados no sentido transversal ou longitudinal, meia altura do p direito e ligeiramente inclinados para baixo. Poder tambm ser realizado por meio de exaustores de 600 m3/min (1/2 HP) instalados na extremidade oeste do avirio com as entradas de ar na

Paisagismo circundante da propriedadeGramar toda a rea delimitada aos avirios. A grama dever permitir boa cobertura do solo, ser de crescimento rpido e constantemente aparada. Plantar rvores no frutferas. Em regies frias, utilizar aquelas que perdem as folhas no inverno (caduciflias). Nas faixadas norte e oeste do avirio, mant-las desgalhadas no tronco, preservando a copa. Nas regies quentes no necessrio que as mesmas sejam caduciflias. A adoo de um programa de BPPFC tambm significa manter uma paisagem da propriedade confortvel aos seus moradores e visitantes. A manuteno dos acessos e das instalaes, assim como a sinalizao destas e o uso da prtica da jardinagem no local, conferem uma boa paisagem.

Planejamento da atividadeAmbienteAs prticas aqui citadas esto baseadas nos conhecimentos, tecnologias e legislaes vigentes para a produo de aves de corte. Como estes so dinmicos e evoluem no tempo, o usurio dever, constantemente, estar atualizando-se para que o manejo do sistema de produo no resulte em impacto ambiental e esteja em desacordo com as legislaes. Assim, recomenda-se a consulta aos rgos ambientais da Federao e dos Estados, bem como s instituies de pesquisa e extenso rural.

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Apesar deste documento tratar da produo de frangos de corte, as intervenes se daro em toda propriedade, pois a atividade se relaciona com os recursos naturais internos e externos a esta. Por isso recomenda-se um Plano de Manejo Ambiental da Propriedade, o qual deve considerar a avaliao dos impactos ambientais, as medidas que sero tomadas para anular estes impactos e o programa de monitoramento das aes.

Na implantao dos sistemas de tratamento e armazenamento e na escolha do sistema de manejos dos resduos deve-se considerar a distribuio dos ventos dominantes no local, sendo que indicado que estes no se dirijam dos pontos de manipulao dos resduos para reas onde ocorram concentraes humanas e animais.

Manejo dos resduosAs seguintes caractersticas devem ser consideradas na escolha do sistema de manejo de resduos: disponibilidade de mo-de-obra e capital, ampliao do plantel de animais e alterao nos padres e exigncias da legislao ambiental. possvel o avicultor comercializar alguns resduos da produo, como o fertilizante. Para isso, deve-se consultar o Decreto n. 4.954/04 e a Instruo Normativa n. 15/05, ambos do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA), disponvel em (Brasil, 2004a e 2004b), e no caso de trnsito interestadual, principalmente de cama de avirio, este deve ser aprovado pelo Conselho de Inspeo Sanitria (CIS) do Estado. Sistemas de armazenamento Os sistemas utilizados para o armazenamento de resduos devem obedecer alguns cuidados bsicos no que diz respeito caracterstica de solo, distncia do lenol fretico (consultar a legislao estadual), material a ser utilizado na construo e tempo de reteno hidrulica (Kunz et al., 2007). Esta publicao, embora tenha sido escrita para sunos, aplica-se perfeitamente para aves. Sistema de tratamento dos resduos Biodigestores O uso de biodigestores para o tratamento de dejetos de aves de corte possibilita a estabilizao parcial do resduo e ainda produz biogs que pode ser utilizado como uma fonte de calor ou energia na propriedade rural (Palhares, 2004). O efluente do biodigestor deve ser encaminhado a um tratamento suplementar ou obedecer ao balano de nutrientes quando aplicado no solo. Compostagem A compostagem dos resduos permite a produo de um biofertilizante slido que pode ser exportado para fora das regies produtoras, as quais, geralmente, j esto altamente impactadas ambientalmente. Os cuidados com o manejo da compostagem so fundamentais, j que este um processo aerbio e a

Resduos da produoA produo de frangos de cortes, gera os seguintes resduos: cama, poeira, odor, gua de lavagem e carcaas de aves. Caso a propriedade esteja localizada distante de laboratrios que possam caracterizar os resduos, os dados da literatura devem ser utilizados como referenciais para definio do tipo de manejo a ser adotado para a devida destinao. Realizar a coleta e disposio separada do lixo orgnico e inorgnico. Providenciar recipientes prprios com tampa de segurana para armazenar as embalagens de produtos veterinrios vazias. Realizar a trplice lavagem dos recipientes sem o descarte da gua no ambiente, devendo esta ser conduzida para um sistema de tratamento, como fossas spticas. Os recipientes de plstico devem ser perfurados a fim de serem inutilizados. Por fim, devese identificar os postos receptores na regio para a coleta destes materiais. Outros resduos da atividade Tambm como resduos da atividade devem ser considerados os esgotos domstico, de escritrios e banheiros, enfim qualquer material que seja um potencial agente poluente. Os resduos de esgotos devem ser conduzidos para sistemas de tratamento devidamente dimensionados e com a manuteno necessria para que no sejam caracterizados como fontes de poluio/contaminao.

Odores e poeirasAs emisses de odores e poeiras devem ser evitadas devido aos seus impactos na sade de humanos e animais e na qualidade ambiental. Para isto, deve-se manter as instalaes limpas, sem o acmulo de resduos; dispor de estruturas construtivas e de ventilao corretamente dimensionadas; optar pela incorporao dos resduos ao solo, quando da utilizao destes como adubo. Nas reas em que esta prtica for possvel, utilizar cortinas verdes (barreiras de vegetao).

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ausncia do oxignio pode levar a um processo de degradao inadequado, com a emanao de maus odores. A cama retirada do avirio, assim como os casces, devem ser amontoados a uma altura de at 1,50 m, mantendo o material coberto com lona plstica ou isolado com camada de palhada seca ou terra, durante 30 a 45 dias (quando estiver muito seca, deve-se umedecer). O processo de compostagem tambm pode ser utilizado dentro do avirio como tratamento da cama velha, quando se busca a reutilizao na criao de lotes subseqentes. Os animais mortos devem ser destinados compostagem. As composteiras precisam ser construdas em alvenaria de tijolos ou em madeira, com localizao a pelo menos 10 m do avirio. Sobre o piso revestido, deve-se colocar 30 cm de uma fonte de carbono que permita a aerao das carcaas, podendo ser maravalha nova ou palhada de qualquer cultura. Na seqncia, adicionar uma camada de cadveres, deixando um espao de 15 cm entre eles e as paredes, preenchendo esses espaos com material aerador (pode ser cama de avirio) at quase cobri-los. Acrescentar gua na proporo de um tero do peso (para cada 10 kg de aves mortas, acrescentar 3 litros de gua). Posteriormente, cobrir com uma camada de 15 a 20 cm de material aerador seco. Continuar o procedimento quantas etapas forem necessrias, at atingir 1,50 m de altura. Fechar a pilha, acrescentando uma camada espessa de material aerador seco e deixar fermentar, no caso de frangos de corte, por 10 dias. Aps esse tempo, derrubar a pilha e remontar acrescentando gua. Aps 10 dias, o material pode ser usado como adubo ou ser mais uma vez empregado como material aerador na formao das novas pilhas. Incinerao Entre as alternativas de destinao de cadveres de animais nas propriedades rurais inclui-se a incinerao. A incinerao pode ser considerada um mtodo ambientalmente adequado, mas para isso so necessrios incineradores dimensionados corretamente e que sejam operados sem produzir fumaa ou odor, o que possvel pela requeima dos gases e odores emitidos na primeira cmara de

combusto. Os equipamentos portanto, devem ter duas cmaras de combusto. As vantagens da incinerao so a possibilidade de instalao do equipamento no local de produo e (ou) mortalidade. Alm disso, a incinerao pode ser empregada com qualquer clima e de fcil execuo pelo produtor. A biosseguridade do processo maior do que em qualquer outro mtodo de disposio de cadveres e restos animais, pois o resduo estril e no h transporte de animais para outros locais. Segundo Henry (2007), a cinza produzida (cerca de 5%) tem possibilidade de ser usada como fertilizante. Se a disposio de cinzas da incinerao for em terras de lavoura, h necessidade de prever 0,2 ha para cada instalao de 60.000 frangos.

Uso dos resduos no soloO aproveitamento dos resduos como adubo orgnico deve ser de acordo com o princpio do balano de nutrientes (compatibilizao das caractersticas de fertilidade do solo, com as exigncias das culturas e com o teor de nutrientes dos resduos). Este princpio deve ser o orientador para a formulao de um Plano de Manejo de Nutrientes no qual deve estar registrado o local e dimenses das reas ocupadas com cada cultivo e seu respectivo manejo, ou seja, quantidade, freqncia, forma de disposio, tipo de adubo e fertilizante utilizado e cronograma de aplicao. Neste Plano devem ser identificados os tipos de solos existentes na propriedade por meio do seu perfil e anlises de fertilidade, realizando a anlise dos riscos ambientais do uso dos resduos como adubo, considerando-se o uso anterior e aplicao de adubos nos solos e o impacto do cultivo em reas adjacentes. Quando da utilizao de fertilizantes qumicos, deve-se considerar o aporte de matria orgnica nos clculos das necessidades e freqncias de fertilizao. Devem ser otimizadas as formas de transporte e aplicao de resduos no solo a fim de se evitar as perdas de nutrientes. Com isto, a freqncia, quantidade e poca de aplicao devem ser consideradas em conjunto. Os resduos no devero ser aplicados quando existir probabilidade maior do que 50% de chuvas, em perodos chuvosos ou de chuvas ocasionais ou com possibilidade de chuvas nos prximos trs dias.

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Quando a rea destinada adubao estiver exposta ao recebimento de guas de zonas adjacentes, devese proceder anlises do solo aps as estaes chuvosas para identificao de possveis mudanas nas suas caractersticas. Os resduos s devero ser aplicados quando a direo dos ventos no estiver prevista para soprar sobre reas de elevada concentrao humana. Este prtica no deve ser executada nos finais de semana. Quando se utilizar reas de terceiros para o aproveitamento dos resduos no solo, os mesmos diagnsticos e prticas devem ser considerados. A manipulao de adubos orgnicos pode condicionar riscos sade humana, desta forma, todos os envolvidos nesta manipulao devem receber treinamento para tal fim, bem como utilizar Equipamentos de Proteo Individual (EPIs).

Biosseguridade e manejo das avesA reduo de riscos sade das aves deve ser priorizada. Os mecanismos para reduzir a introduo de agentes patognicos nos sistemas de produo de frangos de corte so cada vez mais rigorosos. Para tanto, so adotadas medidas de biosseguridade que compreendem cuidados com a restrio de acesso aos avirios, dando prioridade higienizao durante todo o perodo de alojamento das aves e nos intervalos entre lotes.

Localizao do avirio, isolamento e portariaO estabelecimento para produo de frango de corte deve estar situado em local tranqilo, com reduzida movimentao de veculos, pessoas e animais, respeitando as distncias mnimas entre os estabelecimentos avcolas definidas no Programa Nacional de Sanidade Avcola (PNSA) na Instruo Normativa No 04 de 1998 (Brasil, 1998a). Ao redor do galpo deve ser construda cerca de isolamento, com afastamento mnimo de 5 m, dotado de um nico ponto de acesso para veculos e pessoas. O local deve estar rodeado por rvores no frutferas, as quais servem de barreira de proteo s dependncias do avirio, de acordo com o item Paisagismo circundante da propriedade (p.3). O avirio deve ser construdo com materiais que permitam limpeza e desinfeco e ter as superfcies lisas. Aberturas como calhas e lanternins devem ser providas de telas com malhas de medida no superior a 2,5 cm, para evitar o acesso de outros animais, como pssaros, animais silvestres e roedores. Faz-se necessrio o controle de fluxo na entrada no sistema de produo, no permitindo trnsito de pessoas e veculos no local, sem prvia autorizao. Para tanto, recomendada a colocao de sinais e avisos proibindo o acesso ao local. Todos os veculos que entrarem no sistema de produo devero ser desinfectados, utilizando-se do arco de asperso com desinfetante no porto de entrada da propriedade. Na porta do galpo deve ser instalado um pedilvio (recipiente com desinfetante) para a desinfeco dos calados, de acordo com o item Avirio (p.2).

Segurana ambientalDeve-se buscar constantemente melhorias nas condies ambientais no local e entorno onde a atividade desenvolvida. Para isso necessrio ter conhecimento da legislao referente a sua atividade, principalmente quela relacionada conservao dos recursos naturais. importante saber compreender e avaliar o impacto ambiental que predispe suas atividades de explorao, utilizando como parmetro de deciso as caractersticas ambientais de sua propriedade. Neste sentido, indispensvel que a maquinaria utilizada no manejo dos resduos seja mantida em boas condies, considerando-se principalmente, sua manuteno e calibrao. Da mesma forma, importante adotar estratgias como programas nutricionais para a reduo do poder poluente das excretas. Como segurana e precauo sensato dispor de uma lista de telefones teis, como oficinas para reparo dos equipamentos, laboratrios de anlises, rgos de pesquisa, ambientais, extenso e fiscalizao.

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Destinar um local para fazer e guardar os registros em fichas para controle tcnico (dados zootcnicos e sanitrios). Esses registros devem ficar disponveis para consulta do servio oficial por um perodo de dois anos. Devem constar informaes sobre: data de alojamento, nmero de aves alojadas, atividades de trnsito das aves, aes sanitrias, utilizao de vacinas e medicamentos administrados, mortalidade diria do lote, entre outras.

cortinas do avirio (abertura ou fechamento) deve ocorrer em funo da presena de gases, da variao de temperatura e da ocorrncia de ventos fortes e chuvas.

Cuidados gerais com a sade dos frangosAs aves devem ser criadas no sistema todos dentro, todos fora, ou seja, alojar em um mesmo avirio aves de igual procedncia e idade. Os materiais ou produtos a serem introduzidos no avirio devem ter origem conhecida e idnea. Contudo, necessria constante avaliao dos riscos de contaminao para todo e qualquer objeto a ser introduzido no sistema de produo e s permiti-lo aps rigorosa desinfeco. Em caso de dvidas, o responsvel tcnico deve ser consultado. Durante todo o perodo de criao das aves so imprescindveis os cuidados com a limpeza e organizao do avirio e suas imediaes. A vegetao nas proximidades do avirio deve ser mantida aparada. Ateno especial necessria na fase inicial, em relao limpeza dos bebedouros e das bandejas para rao, que deve ser feita pelo menos duas vezes por dia. As aves refugo ou machucadas devem ser sacrificadas e destinadas compostagem. Casos de alta mortalidade (acima de 10%), que no estejam relacionados diretamente a falhas de manejo ou alteraes de temperatura, devem ser comunicados imediatamente ao mdico veterinrio responsvel ou s autoridades sanitrias da regio. Toda a criao de frangos deve estar submetida ao monitoramento sanitrio para as doenas de Newcastle e Influenza aviria (Brasil, 2006a), bem como para as salmoneloses (Brasil, 2003) e micoplasmoses (Brasil, 2001). De acordo com o Servio Oficial, quando necessrio, outras enfermidades podero ser includas no sistema de monitoramento. O mdico veterinrio oficial o responsvel pela fiscalizao, superviso e acompanhamento das atividades de monitoramento sanitrio. O programa de vacinao contra as doenas avirias deve atender situao epidemiolgica e sanitria de cada regio e estar de acordo com o Servio Oficial. Deve ser realizado com vacinas registradas e aprovadas pelo MAPA, de acordo com a legislao

Cuidados na aquisio dos pintosOs pintos devem ser obtidos de incubatrios registrados no MAPA. Devem ser vacinados contra a doena de Marek (Brasil, 1998a) e transportados at o local do alojamento em veculos higienizados, e que propiciem bem-estar aos mesmos. Para o transporte interestadual, as aves devem ser acompanhadas do GTA (Guia de Transporte de Animais). Durante o alojamento, observar que no avirio permaneam apenas pintos com caractersticas saudveis, umbigo bem cicatrizado e sem deformidades.

Preparo do avirio para recebimento dos pintosAps o perodo de vazio das instalaes de pelo menos 10 dias, o produtor deve preparar o avirio para receber o novo lote a ser criado. A cama deve estar distribuda em todo avirio a uma altura uniforme entre 8 a 10 cm. No pinteiro, deve-se utilizar cama nova, ou colocar pelo menos 2 cm de espessura de cama nova sobre aquela a ser reutilizada. Recomenda-se que sejam confirmadas as boas condies das instalaes e equipamentos antes de fazer a ltima desinfeco do avirio. As telas devem estar prprias para uso, bebedouros sem vazamento, cama com espessura e qualidade adequada, pedilvio reabastecido e em funcionamento, ausncia de roedores, comedouros e bebedouros limpos e desinfetados. Deve-se garantir que a rea de alojamento (pinteiro) esteja preparada e equipada com bebedouros e comedouros adequados, abastecidos e em quantidade suficiente (certificar-se de que a temperatura esteja em torno de 31 a 32 C, a 5 cm acima da cama). Aps o recebimento e alojamento dos pintos, as caixas de papelo usadas para o transporte das aves devem ser incineradas imediatamente. O manejo das

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em vigor. No caso de doena considerada extica ao plantel avcola nacional, no ser permitida a realizao de vacinao sistemtica. A adoo de medidas de higienizao e controle da qualidade e da umidade na cama das aves so indispensveis para o controle de parasitos. A presena deles deve ser monitorada por meio do exame de fezes das aves. Uma vez constatada a infestao, as aves devem ser tratadas com produtos autorizados pelo MAPA. Para o controle da coccidiose em camas reutilizadas e para o combate aos cascudinhos, que atuam como vetores de doenas e reduzem o consumo de rao por parte das aves, recomenda-se a compostagem da cama. Esta pode ser feita em leiras cobertas ou cobrindo-se a cama com lona plstica ao longo do avirio, no perodo entre lotes. Com vistas biosseguridade, faz-se necessrio conhecer a procedncia e a qualidade tanto nutricional quanto microbiolgica dos ingredientes das raes. importante tambm o cuidado com a forma de armazenamento. Uma alimentao pobre ou contaminada causar perdas no desempenho do lote, podendo interferir na capacidade imunolgica dos frangos. Para se evitar a presena de insetos e animais invasores nas instalaes, recomenda-se manter o ambiente organizado, limpo e sem a presena de entulhos. Outra medida importante deixar sempre rasteira a vegetao prxima ao avirio. Alm disso, recomenda-se o uso de armadilhas e produtos raticidas (registrados no MAPA e com o devido acompanhamento tcnico). O controle mecnico de moscas feito pela compostagem dos casces de esterco mido e carcaas. O uso de produtos que matam as moscas adultas no recomendado, pois pode causar a morte de predadores, o que desequilibraria ainda mais o sistema.

animais. Com a finalidade de facilitar a limpeza do avirio, a cama deve ser totalmente removida e, sempre antes de ser reutilizada, passar por tratamento para reduzir a carga microbiana. A lavagem do avirio e de todos os equipamentos (comedouros, bebedouros, telas, cortinas, paredes), deve ser realizada com gua sob presso para posteriormente proceder a desinfeco com desinfetantes comerciais apropriados. indispensvel considerar o rodzio do princpio ativo dos desinfetantes utilizados na limpeza e desinfeco das instalaes e equipamentos. As caixas dgua e encanamentos devem ser lavados a cada lote de frangos, utilizando-se detergente e desinfetante base de cloro. Aps a limpeza e desinfeco, deixar o avirio fechado por pelo menos 10 dias, sem aves (vazio das instalaes). Dois dias antes do recebimento das aves distribuir no galpo, cama seca, de boa procedncia, e fazer nova desinfeco do avirio. Os cuidados devem ser redobrados em caso de alta mortalidade, problemas de desempenho ou enfermidades do ltimo plantel. Os procedimentos para limpeza e desinfeco no sentido de garantir o alojamento do prximo lote devem ser tomados de acordo com a recomendao do servio oficial de sanidade.

Outras prticas inerentes ao manejo da produoAs prticas inerentes ao sistema de produo de frangos podem ser observadas com mais detalhe em Avila (2004). Os procedimentos adotados devem privilegiar o bem-estar e o desempenho das aves. Nesse sentido, o produtor deve monitorar o ambiente de criao, o peso corporal (amostragem de 1% do lote) e o consumo mdio de rao, comparando-os semanalmente ao padro disponvel em tabelas e manuais da linhagem e, se necessrio, tomar medidas corretivas. importante manter os pintos distribudos de forma homognea em relao fonte de calor, com livre acesso aos comedouros e bebedouros. As bandejas devem ser abastecidas com pequenas quantidades de rao, vrias vezes ao dia, assegurando um consumo vontade. A partir do 4 dia, substituir 1/3 dos equipamentos iniciais (comedouros tipo bandeja e bebedouros do tipo presso) por equipamentos definitivos, seguindo gradativamente at a total substituio, em torno do 6 dia. A regulagem dos equipamentos fundamental, sendo que partir da 2a

Limpeza e desinfecoA higienizao do avirio, equipamentos e demais dependncias deve ser feita imediatamente aps a sada do lote. Inicialmente, todos os utenslios utilizados no avirio devem ser retirados e transferidos para local prximo, sem acesso a

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semana a base dos comedouros deve estar na altura do peito e a base dos bebedouros pendulares na altura do dorso. Os do tipo nipple precisam estar levemente acima da cabea, conforme a idade dos frangos. Deve-se garantir que no 8 dia os crculos de proteo, ou a rea definida como pinteiro, estejam completamente abertos, utilizando-se todo o espao do avirio preparado para o alojamento. O espao utilizado pelas aves deve ser aumentado gradativamente, de maneira que ao 28 dia todo o avirio esteja ocupado, com os comedouros e bebedouros definitivos uniformemente distribudos. A densidade de aves deve ser mantida entre 10 a 18 aves/m, com produo de 20 a 35 kg de peso vivo/m2. Porm, deve-se considerar que a densidade varivel com a poca do ano, peso das aves ao abate e a existncia de sistema de climatizao. Deve ser fornecido o nmero de horas de iluminao correspondente idade dos pintos, por meio de lmpadas com energia de 2 a 3 watts/m2. Quando necessrio, em lotes cujo consumo de rao esteja abaixo do preconizado, possvel a utilizao de um programa de luz complementar. Contudo, independente do programa a ser utilizado, deve-se garantir no mnimo 4 horas de escuro para descanso das aves. Com relao ao sistema de ventilao, esse deve ser acionado somente quando a temperatura ambiente ultrapassar 26C. Quanto ao sistema de nebulizao, este deve ser desligado quando a umidade relativa do ar ultrapassar 80%.

absoro e apropriada para utilizao posterior como fertilizante. A procura por materiais alternativos que permitam obter a mesma eficincia tcnica da maravalha tem sido uma constante nos ltimos anos. Materiais como serragem, casca de arroz, sabugo de milho, capim cameron e palhadas de culturas so utilizadas em algumas regies brasileiras. Contudo, cuidados devem ser tomados em relao aos resduos de agrotxicos com essas alternativas. A reutilizao das camas, desde que adequadamente manejadas, tem contribudo para reduzir os custo e minimizar o impacto da falta da maravalha. Nos estabelecimentos de frango de corte dever ser assegurado que a reutilizao da cama somente ocorra se no houver sido constatados problemas sanitrios que possam colocar em risco o prximo lote a ser alojado, o plantel nacional ou a sade pblica. Para isso, a cama a ser reutilizada deve ser testada quanto presena de microorganismos como Salmonella sp., ou tomar como base laudos da inspeo clnica do responsvel tcnico do estabelecimento, ou pelo mdico veterinrio oficial, ou durante o abate do lote pelo Servio de Inspeo de Produtos de Origem Animal. Isto feito, a cama deve ser submetida a um dos tratamentos preconizados para a reutilizao. Um dos tratamentos disponveis para reutilizao da cama de avirio a mistura de cal virgem na cama usada, dias antes do alojamento dos pintos. Outra prtica a compostagem atravs do amontoamento em pilhas ou em leiras de at 1,50 m de altura e cobertas com lona de PVC. Ainda, mais recentemente, tem-se optado pela cobertura da cama em toda a rea do avirio, com lona de PVC, deixando em processo de compostagem at o momento do prximo alojamento, que deve ser de no mnimo 14 dias.

Cama de avirioA cama de avirio utilizada para evitar o contato direto da ave com o piso. Serve de substrato para a absoro da gua, na incorporao das fezes e penas e contribuir para a reduo das oscilaes de temperatura no galpo. Para isso, o trabalho de revolvimento da cama deve ser constante, durante todo o perodo de criao, no sentido de mant-la fofa e de evitar que a mesma se torne mida, propiciando a formao de placas ou casces. A cama nova deve ter origem conhecida, no ser oriunda de indstrias de madeiras que faam tratamento qumico de preservao da madeira, deve ser livre de fungos, ser seca e ter boa capacidade de

AlimentaoIngredientesToda a produo industrial ou o comrcio de alimentos para animais deve ser registrado, sendo produzidos de acordo com normas e padres do MAPA. Da mesma maneira, a produo de alimentos nas propriedades deve seguir os mesmos padres de segurana observados na produo industrial. As

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legislaes a serem seguidas dizem respeito inspeo e monitoria de produtos destinados alimentao animal (Brasil, 1976, 1978). Na fabricao de raes, utilizar ingredientes de qualidade, sem fungos geradores de toxinas, micotoxinas, bactrias patognicas ou agrotxicos. Sempre que possvel, os ingredientes devem ser analisados laboratorialmente, ou ento consultadas as tabelas de composio de alimentos para efetuar o clculo das frmulas das raes, devendo ser seguidas as normativas do governo, que estabelecem os padres das matrias-primas para a alimentao animal.

Assim como na produo industrial, a produo de alimentos nas propriedades deve seguir normas e padres do MAPA. imprescindvel respeitar as quantidades de uso e retirada de ingredientes e aditivos conforme recomendao de fabricantes, expressas no rtulo das embalagens. Do mesmo modo, manter a rea de manipulao de ingredientes e de mistura de raes sempre limpa, armazenando os insumos em sacos sobre estrados de madeira (gradeados), mantidos afastados das paredes (40 cm), facilitando a limpeza e evitando a presena de roedores.

RaesO padro de qualidade de ingredientes e prmisturas, bem como as exigncias nutricionais dos animais, so importantes e devem ser considerados na formulao de raes. Tambm os processos de manufatura devem ser conhecidos para assegurar a qualidade. A esse respeito interessante observar a Legislao Federal e outras fontes reconhecidas de informao, tais como o Decreto N 76.986, de 06 de janeiro de 1976 (Brasil, 1976), com alteraes em tramitao no MAPA; Portaria N 07, de 09 de novembro de 1988 (Brasil, 1988); Portaria N 193, de 13 de junho de 1998 (Brasil, 1998b); Portaria N 448, de 10 de setembro de 1998 (Brasil, 1998c); Portaria N 31, de 29 de janeiro de 2002 (Brasil, 2002); (Compndio...,2005); (Curso... 1989); EMBRAPA (1991); Rostagno et al. (2005). Para os produtores integrados, que recebem raes produzidas industrialmente para pronto uso, as respectivas fbricas devem estar registradas no MAPA, atendendo as especificaes legais e tcnicas de boas prticas de fabricao (BPF) de raes. Quando da fabricao de raes na propriedade, necessrio seguir normas de BPF de raes, como por exemplo BPF recomendadas pelo Sindicato Nacional da Indstria de Alimentao Animal (2006). importante salientar que todos ingredientes devem seguir especificaes de qualidade, sejam das matrias-primas que compem as raes, sejam dos processos de fabricao de ingredientes, premixes e raes.

guaA gua um importante nutriente e todos os esforos devem ser dirigidos para que seja de boa qualidade. Em qualquer fase da criao de frangos, deve ser abundante, limpa e fresca (temperatura em torno de 20oC). O consumo de gua varivel conforme a idade, temperatura ambiente e o tipo de rao. Considerar um consumo de trs litros de gua por quilo de rao consumida como um valor de referncia na criao de frangos. As fontes de gua devem ser protegidas de possveis fontes de poluio e contaminao causadas pela produo de frangos ou outras atividades. A gua do sistema de produo deve ser captada em reservatrio central para posterior distribuio. O reservatrio deve ser submetido limpeza a cada lote ou no mximo a cada seis meses. Adicionalmente, os reservatrios e caixas dgua devem estar localizados em reas sombreadas ou protegidos da incidncia solar, e serem inacessveis a animais. Do mesmo modo, canos e tubulaes devem estar protegidos (maior parte dimensionada para permanecer no subsolo), evitando o aquecimento da gua e rachaduras ou quebras, que podem ser um foco de contaminao. O recurso hdrico precisa ser abundante, limpo, fresco e isento de patgenos, devendo haver um programa de monitoramento, quantitativo e qualitativo do mesmo na propriedade, considerando as condies qumicas, fsicas e microbiolgicas. A periodicidade deste monitoramento ir depender dos riscos a que os recursos hdricos esto expostos, ou seja, quanto mais prximo de fontes poluidoras, maior a freqncia do monitoramento.

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O tratamento da gua com cloro (hipoclorito de sdio) deve ser realizado sempre que for detectada a presena de coliformes fecais, em qualquer quantidade. A gua fornecida s aves deve ser clorada visando uma concentrao residual de 2-3 ppm. importante ressaltar que a gua usada para vacinaes das aves no pode ser clorada. Frente presena de bactrias ou altos nveis de nitrato (superiores a 10 ppm), recomenda-se a realizao de anlises adicionais que possam indicar com maior exatido a sua qualidade, de acordo com as caractersticas organolpticas (propriedade qualitativa como cor, sabor e odor), fsico-qumicas e microbiolgicas. A utilizao da gua na propriedade deve estar baseada na Poltica Nacional de Recursos Hdricos e na Resoluo n. 357/05 do CONAMA, (Brasil, 2005), devendo tambm ser verificadas as legislaes estaduais sobre o assunto. Outra legislao que incide no uso da gua na propriedade o Cdigo Florestal Federal. As Boas Prticas de Produo para os recursos hdricos envolvem: o estudo das necessidades hdricas da propriedade e as ofertas originadas das vrias fontes para que no haja problemas de escassez e depreciao quantitativa das fontes; na localizao da criao se deve considerar os riscos que o local apresenta poluio e contaminao dos recursos hdricos; devem ser instalados hidrmetros a fim de monitorar o consumo no sistema de produo e dos animais (este monitoramento deve ocorrer com uma freqncia mnima de uma vez por semana, podendo ser dirio, o que facilitar a identificao de qualquer alterao no consumo pelos animais); realizar a drenagem das guas pluviais; capacitar a mo-de-obra que ir manejar a gua nos seus mais diversos usos; o sistema de gua deve ser dividido em fonte, sistema de filtrao/desinfeco, de armazenamento, de distribuio para criao, de dessedentao e de tratamento a fim de facilitar a deteco de problemas e o monitoramento da quantidade e qualidade.

Preparao para o carregamento e transporte (pr-abate)Aproximadamente seis horas antes do incio do carregamento deve-se retirar a rao e manter os frangos em jejum. Quando da preparao do espao para a captura dos frangos, a gua deve ser retirada, os equipamentos (comedouros e bebedouros), fios, arames eventualmente pendurados devem ser suspensos acima da altura da cabea dos carregadores ou retirados do avirio e a intensidade de luz reduzida. Para evitar a movimentao e aglomerao excessiva das aves no momento do carregamento, o espao destas deve ser reduzido. Poder ser limitado com as caixas vazias ou com divisrias especficas, reas menores ao longo do avirio. Esta condio facilita a captura, a qual deve ser feita por uma equipe treinada e harmoniosa, com o intuito de minimizar o estresse, evitar leses, edemas e fraturas. A captura deve ser feita pelo dorso, com as duas mos prendendo as asas para evitar fraturas das mesmas, ou pelos dois ps/canelas. As aves devem ser acondicionadas em caixas apropriadas para o transporte, dentro do avirio e numa carga de 25kg/m2 de aves por caixa. O carregamento deve ser preferencialmente nas horas mais frescas do dia ou no perodo noturno. O sistema de ventilao e refrigerao deve ser permanentemente monitorado. Nos casos de avirios com ambiente controlado e de alta densidade populacional, observar que as portas abertas alteram as condies de conforto e causam o mau funcionamento dos equipamentos, podendo provocar mortalidade das aves por sufocamento antes da captura. O transporte interestadual de frangos de corte dever ser acompanhado pela respectiva Guia de Trnsito Animal (GTA) preenchida por um mdico veterinrio credenciado, conforme Instruo Normativa n18, de 18 julho de 2006 (Brasil, 2006b).

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Higiene e segurana do trabalhadorTodos os funcionrios de um sistema de produo, galponista ou produtor que tenham contato direto com os frangos, devem ser instrudos ou treinados sobre os procedimentos de higiene e segurana no trabalho. De um lado, a higiene o incio para conduzir a sade do trabalhador e, por conseqncia, o cuidado adequado nesse aspecto tambm favorvel sade das aves. Para tanto, indispensvel a manuteno de um programa de higienizao nos sanitrios, garantia de instalaes adequadas para alimentao e higiene corporal, alm do acompanhamento peridico da sade dos trabalhadores. Por outro lado, indispensvel garantir obedincia s normas vigentes de segurana no trabalho, dispondo e exigindo dos empregados, que manuseiam produtos qumicos e resduos, o uso de luvas longas, aventais impermeveis e mscara ou protetor facial. Sendo que os produtos qumicos devem ser armazenados em locais especficos para essa finalidade, ventilados e bem sinalizados. Manter documentao referente utilizao do uso de medicamentos, catalogando o princpio ativo, forma de utilizao, data, perodo, quantidade, motivo, pessoa que faz a aplicao, fonte de recomendao, respeito ao tempo de carncia, descarte dos frascos e se a diluio feita considerando-se o nmero de cabeas. Visitantes e veculos devem cumprir as mesmas instrues de higiene e segurana indicada ao quadro de funcionrios. importante notificar os vizinhos das reas prximas antes do aproveitamento de materiais orgnicos da produo, como fertilizantes. E finalmente, deve-se manter ocorrncias referentes sade e segurana no trabalho em fichas de acompanhamento, registradas e arquivadas no escritrio. Todas as prticas mencionadas so essenciais sade e segurana do trabalhador, regras fundamentais na aplicao das boas prticas de produo de frangos de corte.

Referncias BibliogrficasASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS (1985). NBR 5382: Verificao de iluminncia de interiores. Rio de Janeiro, 1985. 4p. AVILA, V.S. de (Coord.). Sistema de produo frangos de corte. Disponvel em: http://www.cnpsa. embrapa.br/SP/aves/index.html. Acesso em: 10 maio 2004. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n.04 de 30 de dez. 1998. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 31 dez. 1998a. Seo 1. p.11. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n.44 de 23 de ago. 2001. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 24 ago. 2001. Seo 1. p.68. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n. 78 de 03 de nov. 2003. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 05 de nov. 2003. Seo 1. p.3. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n.17 de 07 de abr. 2006. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 04 abr. 2006a. Seo 1. p.6. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Decreto n. 4.954 de 14 de jan. 2004. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 15 jan. 2004a. Seo 1. p.2. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n.15 de 22 de dez. 2004. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 24 dez. 2004b. Seo 1. p.8. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Instruo Normativa n.18 de 18 de jul. de 2006. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 20 de jun. 2006b.Seo 1. p.12. BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resoluo n. 357 de 18 de mar. de 2005. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 18 mar. 2005. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Decreto n. 76.986 de 06 de jan. 1976. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 07 jan. 1976. Seo 1. p.499.

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BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Portaria n. 07 de 09 de nov. 1988. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 14 nov. 1988. Seo 1. p.21968. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Portaria n. 193 de 13 de jun. 1998. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 13 jun. 1998b. Seo 1. p.114. BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Portaria n. 448 de 10 de set. 1998. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 11 set. 1998c. Seo 1. p.38.BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Portaria n. 31 de 29 de jan. 2002. Dirio Oficial [da] Unio, Braslia, DF, 05 fev. 2002. Seo 1. BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 7.803, de 15 de junho de 1989. Disponvel em: http://www.lei.adv. br/7803-89.htm. Acesso em: 18 de junlho de 2007. COMPNDIO brasileiro de alimentao animal. So Paulo: SINDIRAES/ANFAR; Campinas: CBNA; Braslia: MA/SDR, 2005. 204 p. CURSO DE ATUALIZAO EM MANEJO DE FRANGOS DE CORTE, 1989, Campinas, SP. Campinas: APINCO, 1989. 150p. ELETROBRS. Programa Nacional de Conservao de Energia Eltrica PROCEL Disponvel em: http://www.eletrobras.com/elb/procel/main.asp Acesso em: 30 maio 2007. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Sunos e Aves. Tabela de composio qumica e valores energticos de alimentos para sunos e aves. 3.ed. Concrdia: EMBRAPA-CNPSA, 1991. 97p. (EMBRAPACNPSA. Documentos, 19). HENRY, S.T. Dead animal disposal. Disponvel em: http://www.clemson.edu/camm/Camm_d/Ch8/dch8_0 pdf . Acesso em: 24 abr. 2007. KUNZ, A.; OLIVEIRA, P. A. V. de; HIGARASHI, M. M.; SANGOI, V. A. Recomendaes para uso de esterqueiras para armazenagem de dejetos de sunos. Disponvel em: http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/ sgc_publicacoes/cot361.pdf. Acesso em: 30 maio 2007. PALHARES, J.C.P. Uso da cama de frango na produo de biogs. Concrdia: Embrapa Sunos e Aves, 2004. 12p. (Embrapa Sunos e Aves. Circular Tcnica, 41).

ROSTAGNO, H.S. (Ed.). Tabelas brasileiras para aves e sunos: composio de alimentos e exigncias nutricionais. Viosa: UFV, 2005. 186p. SINDICATO NACIONAL DA INDSTRIA DE ALIMENTAO ANIMAL. Manual: Programa Feed & Food. So Paulo: SINDIRAES:ANFAL: ASBRAM, 2006. 34p.

GlossrioAditivo: pode apresentar vrios significados, mas em geral, refere-se a substncias adicionadas rao em pequenas quantidades para intensificar as propriedades desejveis e (ou) eliminar as caractersticas indesejveis da dieta. Podem ser classificados em: pr-nutrientes, coadjuvantes de fabricao e profilticos. Balano de nutrientes: conceito utilizado para a utilizao da cama, biofertilizante, compostos e outros resduos como fertilizante agrcola o qual considera a quantidade de nutrientes fornecidos pelo resduo, a quantidade de nutrientes disponvel no solo e a exigncia da cultura vegetal, sendo que a recomendao de adubao feita de acordo com o balano entre estes trs fatores. Biofertilizante: fertilizante orgnico constitudo por macrominerais e microminerais essenciais ao desenvolvimento das culturas vegetais. Biogs: um dos produtos da degradao anaerbia da matria orgnica, constitudo principalmente de metano e gs carbnico. Boas prticas de fabricao: conjunto de regras a serem seguidas para fabricao de rao e que devem considerar o equilbrio dos fatores: exigncia animal, bem estar animal, segurana do consumidor e proteo ambiental e dos operrios. Boas prticas de produo: conjunto de medidas que envolve questes legais, ambientais, econmicas, de manejo e de segurana de produtos relacionadas aos sistemas de produo agropecurios para que estes se desenvolvam de forma harmnica entre todos os elos da cadeia. Caduciflias: diz-se das plantas ou vegetaes que no se mantm verdes durante o ano todo, perdendendo as folhas na estao seca ou no inverno.

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Boas Prticas de Produo de Frangos de Corte

Cama: material distribudo em um avirio para servir de leito aos animais. Mais especificamente chama-se de cama de frango o material que, permanecendo no piso de uma instalao avcola, ir receber excrees, restos de rao e penas. Campnula: equipamento cncavo utilizado no aquecimento das aves. Captura: ato de pegar (capturar) a ave e coloc-la dentro da caixa para transporte. Carregamento: termo utilizado para a operao de carregar o caminho com as caixas de frangos. Chanfrada: cortada em ngulo ou de esguelha. Combusto: ao de queimar produzindo calor e luz. Compostagem: processo de degradao biolgica da matria orgnica sob condies aerbias, tendo como resultado um material, relativamente, estvel denominado de composto. Cortina: Dispositivo instalado externamente, nas laterais do avirio, que funciona como quebra-ventos, controle da ventilao, preveno da entrada de chuva e sol no interior da instalao. Cortina interna: dispositivo instalada na lateral, pelo lado de dentro do avirio, para auxiliar a cortina em pocas de frio mais intenso. Densidade de aves: quantidade de aves criadas por rea ou superfcie, normalmente m2. Exigncia nutricional: quantidade de nutriente ou de energia em gramas ou calorias por dia ou, como porcentagem de uma dieta fornecida em determinada quantidade por dia, requerida para o animal manifestar seu desempenho e(ou) reproduo normais.

Formulao de raes: Clculos executados para determinar a quantidade de cada ingrediente que compem uma dieta. Frango de corte: macho ou fmea hbrido duplo resultante do cruzamento de galinhas de corte (matrizes) destinado produo de carne com alto desempenho e abatido em idade jovem. Higienizao: limpeza, tornar propcio sade. Compreende os procedimentos de limpeza e desinfeco do sistema de produo. Ingrediente: se refere matria-prima que compe uma dieta e que contm um ou mais nutrientes e energia. Mureta: muro baixo, em geral para anteparo ou proteo. Pedilvio: recipiente com desinfetante para a desinfeco dos calados colocado na porta dos avirios. ppm: concentrao representada por uma parte de uma dada substncia em um milho de partes da outra. Rao: determinada quantidade de uma dieta fornecida aos animais na base diria. Radiao: energia eletromagntica que se propaga sob a forma de ondas. Vazio das instalaes ou Vazio sanitrio: perodo correspondente aps a limpeza e desinfeco do galpo e suas dependncias at a entrada do novo lote. Preconizado em um perodo mnimo de 10 (dez) dias entre mudana dos lotes. Resduos: Resduos da produo: materiais descartados, oriundos das diversas etapas de produo.

Circular Tcnica, 51

Exemplares desta edio podem ser adquiridos na: Embrapa Sunos e Aves Endereo: BR 153, Km 110, Distrito de Tamandu, Caixa Postal 21, 89700-000, Concrdia, SC Fone: 49 34410400 Fax: 49 34428559 E-mail: [email protected] 1 edio Verso Eletrnica: (2007)

Comit de Publicaes

Presidente: Claudio Bellaver Membros: Marisa T. Bertol, Ccero J. Monticelli, Gerson N. Scheuermann, Airton Kunz, Valria M. N. Abreu. Suplente: Arlei Coldebella

Revisores Tcnicos

Ccero J. Monticelli, Gerson N. Scheuermann e Paulo A.R. de Brum

Expediente

Coordenao editorial: Tnia M.B. Celant Normalizao bibliogrfica: Irene Z.P. Camera Editorao eletrnica: Vivian Fracasso Revisor de texto: Jean C.V.B. de Souza

Roteiro para o Acompanhamento das Boas Prticas de Produo de Frangos de Corte Itens GeraisExiste mo de obra disponvel e especializada para atender todas as prticas relativas ao sistema de produo? A atividade possui licena ambiental? A licena ambiental renovada de acordo com a exigncia legal? So mantidos na propriedade documentos como: Notas fiscais, GTA ou equivalentes, aos insumos, animais e cama de avirio? So mantidos na propriedade registros comprovando aes sanitrias (utilizao de vacinas, medicamentos, pesticidas e da inspeo de abates)? Encontra-se disponveis na propriedade registros do alojamento e do desempenho produtivo do lote, como: nmero de aves, peso, consumo e mortalidade? Existe laudo do histrico do lote, emitido pelo responsvel tcnico do sistema de criao, com base no cumprimento do plano de orientao recomendado? A inspeo tcnica do plantel e das instalaes feita pelo menos duas vezes a cada lote? Foram realizadas aes corretivas eficientes devido a no-conformidade detectadas na auditoria anterior?NA = No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

Boas Prticas de Produo de Frangos de Corte

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Projeto TcnicoEscolha do terrenoA alocao das instalaes permite o uso adequado dos recursos naturais, eletricidade, fluxo de pessoas e trnsito de veculos de carga para apoio a produo? O sistema de drenagem das guas pluviais da propriedade eficiente?

SIM

NO

NA*

OBSERVAOBoas Prticas de Produo de Frangos de Corte

AvirioO Projeto de construo das instalaes teve orientao de profissional habilitado e foi executado respeitando as normas tcnicas vigentes? As instalaes so providas de telas com malha de medida no superior a 2,5cm? As distncias entre os avirios no mesmo ncleo do sistema de produo so respeitadas? As rvores plantadas nas faixadas norte e oeste de avirio localizado em regies frias so caduciflias?

Instalao hidrulicaO sistema hidrulico est dimensionado para atender com segurana a qualidade e quantidade de gua para dessedentao das aves, nebulizao, limpeza e desinfeo dos equipamentos e instalaes?

Instalao eltricaA rede eltrica est construda respeitando as normas preconizadas pela ABNT, e mantm os registros de manuteno peridica de tcnico especializado?

Equipamentos do avirioO sistema de cortinas do avirio funcional e atende as condies necessrias para a manuteno de um ambiente favorvel s aves? Os sistemas de aquecimento, ventilao e resfriamento esto adequadamente dimensionados e regulados para atender as exigncias das aves? Os comedouros e bebedouros so distribudos adequadamente e em quantidade suficiente em relao idade das aves? So tomadas medidas preventivas nas instalaes e equipamentos, para o seu adequado funcionamento?NA = No se aplica

Projeto TcnicoPaisagismo circundante da propriedadeA rea ao redor do avirio possui grama para boa cobertura do solo e recebe cortes e manuteno rotineiramente? Existem barreiras naturais com mata nativa e ou reflorestamento para proteger as instalaes dos ventos dominantes? As rvores so mantidas desgalhadas na regio do tronco, preservando a copa?NA = No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

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Planejamento da AtividadeAmbienteExiste delineado um Plano de Manejo Ambiental da Propriedade (PMAP)?

SIM

NO

NA*

OBSERVAOBoas Prticas de Produo de Frangos de Corte

Resduos da ProduoA cama de avirio avaliada quanto as suas caractersticas fsicas e qumicas antes do seu aproveitamento e ou tratamento? Outros resduos da atividade feita a coleta e disposio do lixo orgnico, inorgnico e veterinrio gerados na atividade?

Odores e poeirasSo tomadas medidas adequadas para reduo da emisso de poluentes no ar, odores e poeiras geradas na atividade?

Manejo dos ResduosA mo de obra, equipamentos e capital disponvel so adequados ao sistema de manejo dos resduos gerados na propriedade, para atender o tamanho do plantel conforme os padres e exigncias da legislao ambiental? Os resduos da produo comercializados como fertilizantes, atendem ao Decreto n. 4.954/04 e a Instruo Normativa n. 15/05, do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento? No caso de translado interestadual, principalmente de cama de avirio, o produtor possui registros da aprovao pelo Conselho de Inspeo Sanitria (CIS) do Estado? Sistemas de armazenamento Os sistemas utilizados para o armazenamento e tratamento dos resduos, atendem os cuidados bsicos no que diz respeito s caractersticas de solo e distncia do lenol fretico? Sistema de tratamento dos resduos A propriedade possui estrutura de incineradores e/ou cmaras de compostagem, em perfeito funcionamento, para destinar as aves mortas e demais materiais orgnicos quando necessrio?NA = No se aplica

Planejamento da AtividadeUso dos resduos no soloO aproveitamento da cama como adubo na prpria propriedade ou de terceiros, feito com base no balano de nutrientes? O plano de aplicao de fertilizantes considera os tipos de solos existentes na propriedade, o uso anterior da aplicao de adubos, os riscos ambientais pelo uso dos resduos como adubo e o impacto do cultivo em reas adjacentes? Os empregados envolvidos na manipulao de adubos orgnicos recebem equipamentos de proteo individual e treinamento para prevenir riscos a prpria sade e de terceiros?

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

Segurana AmbientalBusca-se constantemente melhorias nas condies ambientais, no local e entorno onde a atividade desenvolvida, com conhecimento das legislaes, principalmente quela relacionada a conservao dos recursos naturais? A maquinaria utilizada no manejo dos resduos mantida em boas condies, considerando-se principalmente, sua manuteno e calibrao? So adotadas estratgias e programas nutricionais para a reduo do poder poluente das excretas? Existe a disponibilidade de lista de telefones teis como oficinas para reparo dos equipamentos, laboratrios de anlises, rgos de pesquisa, ambientais, extenso, fiscalizao e do corpo de bombeiros?NA = No se aplica

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Biosseguridade e ManejoLocalizao do avirio, isolamento e portariaO estabelecimento para produo de frango de corte est situado em local com reduzida movimentao de veculos, pessoas e animais, delimitado por cercas de segurana, com um nico acesso, respeitando as distncias mnimas entre os estabelecimentos avcolas, definidas pelo Ministrio da Agricultura Pecuria e Abastecimento (MAPA)? As instalaes esto providas de cerca de isolamento em volta do galpo ou do ncleo, com um afastamento mnimo de 5m, para evitar a entrada de animais domsticos ou selvagens? Avisos de restrio entrada de pessoas no pertencentes ao quadro de funcionrios na propriedade esto adequadamente disponibilizados? Os veculos so desinfectados antes da entrada no sistema de produo? No acesso ao local do avirio existe o arco de asperso ou outro dispositivo similar para limpeza e desinfeco dos veculos? As instalaes apresentam teto, piso, paredes, beirais e caladas lisas e seguras para facilitar a limpeza , higienizao e o conforto das aves? O avirio apresenta fechamento adequado, com proteo de tela, de modo a prevenir entrada de animais? O pedilvio na entrada do avirio ou sistema de produo utilizado corretamente? So feitos registros de acesso de pessoas no sistema de produo? As informaes para controle zootcnico e sanitrio do lote esto registradas em fichas especficas? As fichas para controle das informaes tcnicas so guardadas em local apropriado por perodo mnimo de 2 anos?NA = No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAOBoas Prticas de Produo de Frangos de Corte

Biosseguridade e ManejoCuidados na aquisio pintosO incubatrio de origem dos pintainhos registrado no MAPA? Todas as aves so vacinadas, ainda no incubatrio, contra a doena de Marek? O transporte das pintainhas do incubatrio at o local de alojamento realizado em veculos higienizados e climatizados? O transporte interestadual dos pintainhos acompanhado do GTA Guia de Transporte de Aves ? Os pintainhos apresentam-se saudveis e uniformes?

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

Preparo do avirio para recebimento dos pintosAps a retirada da cama velha, limpeza e desinfeco do piso, paredes, telas, cortinas e equipamentos, mantido vazio sanitrio de no mnimo 10 dias no avirio? Os equipamentos em uso apresentam bom estado de conservao e manuteno para propiciar correto funcionamento? Cortinas, sistemas de ventilao e exausto, aquecedores, bebedouros e comedouros so revisados e aferidos antes do alojamento dos pintainhos? Bebedouros e comedouros so abastecidos com antecedncia ao alojamento dos pintainhos? A temperatura na rea de alojamento dos pintainhos est ajustada para no mximo 32C no primeiro dia? As caixas de transporte (papelo) dos pintainhos so incineradas imediatamente aps o alojamento?NA = No se aplica

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Biosseguridade e ManejoCuidados gerais com a sade dos frangosO plantel possui assistncia mdica veterinria? So feitas constantes avaliaes dos riscos de contaminao para todo e qualquer objeto que precise ser introduzido no sistema de produo? As aves alojadas no mesmo avirio de um sistema de produo ou ncleo de produo so de mesma procedncia e idade? O intervalo de alojamento entre lotes no mesmo ncleo do sistema de produo respeitado? Na fase inicial feito a limpeza dos bebedouros e das bandejas para rao pelo menos duas vezes por dia? Nas demais fases da criao os bebedouros so limpos e higienizados com a frequncia recomendada? O programa de vacinao assumido para o plantel segue as normativas indicadas pelo MAPA? O monitoramento da sade do plantel atende s normas especficas estabelecidas no Regulamento de Defesa Sanitria Animal? Ocorreu mortalidade acima do esperado? Casos de alta mortalidade (acima de 10%) que no estejam relacionados diretamente falhas de manejo ou alteraes de temperatura so comunicados imediatamente ao mdico veterinrio responsvel ou as autoridades sanitrias da regio? Foram identificadas as causas da mortalidade excessiva? Foram tomadas medidas cabveis de acordo com as recomendaes dos rgos oficiais? Aps a retirada da cama do avirio, dado destino ou realizado manejo que impea a criao de moscas?NA = No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAOBoas Prticas de Produo de Frangos de Corte

Biosseguridade e ManejoLimpeza e desinfeoA higienizao do avirio, equipamentos e demais dependncias so feitas imediatamente aps a sada do lote? A lavagem do avirio e de todos os equipamentos (comedouros, bebedouros, telas, cortinas, paredes) realizada com gua sob presso? As caixas dgua e encanamentos so lavados a cada lote de frangos, com detergente e desinfetante base de cloro? Aps a limpeza e desinfeo, o avirio fica fechado por pelo menos 10 dias sem a presena de animais (vazio das instalaes)? Dois dias antes do recebimento dos pintos, aps distribuda cama feito nova desinfeco do avirio? A desinfeco feita com desinfetantes comerciais apropriados? feito rodzio do princpio ativo dos desinfetantes utilizados na limpeza e desinfeco das instalaes e equipamentos? Em caso do plantel ter apresentado alta mortalidade, problemas de desempenho ou enfermidades, os procedimentos para limpeza e desinfeco no sentido de garantir o alojamento do prximo lote foram tomados de acordo com a recomendao do servio oficial de sanidade.

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

Outras prticas inerente ao manejo da produoAs densidades de alojamento e de criao atendem as normas de bem estar das aves, considerando no mximo uma lotao de 38 kg/m2 de frangos, no final do perodo de criao? As prticas conduzidas buscam minimizar as doenas da produo como: morte sbita, problemas de pernas, calos de coxim plantar e peito? O espao e a altura dos comedouros e bebedouros disponveis de fcil acesso e adequado a idade e densidade das aves? As cortinas e os equipamentos para controle da temperatura, umidade e ventilao propiciam conforto necessrio para s aves? O programa de luz prev pelo menos 4 horas de escuro por dia para repouso das aves? A eliminao de pintos, quando necessrio, feita considerando o sacrifcio humanitrio, atravs do deslocamento cervical?NA = No se aplica

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Cama de AvirioA cama nova de origem conhecida, livre de fungos e de tratamentos qumicos utilizados para a preservao da madeira? A cama utilizada apresenta qualidade adequada como substrato para a absoro da gua, incorporao das fezes, penas e contribui para a reduo das oscilaes de temperatura no galpo? O manejo utilizado com a cama do avirio, durante a criao do lote, previne a umidade e a formao de casces? A cama para reutilizao devidamente tratada para reduo dos riscos sanitrios, com orientao tcnica, respeitando intervalo de no mnimo 14 dias, entre lotes? A cama a ser reutilizada foi testada quanto presena de microorganismos como Salmonella sp ?NA = No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAOBoas Prticas de Produo de Frangos de Corte

AlimentaoIngredientesLaudos laboratoriais de anlises fsico-qumicas e microbiolgicas das matrias-primas e raes esto em conformidade com a origem e natureza dos produtos e legislao, so mantidos na propriedade ?

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

RaesAs raes prontas so adquiridas de estabelecimentos que seguem normativas de BPF (Boas Prticas de Fabricao)? No caso das raes serem produzidas na propriedade, todos os procedimentos desde a compra, estocagem das matrias-primas at a mistura dos ingredientes, seguem BPF? Raes e demais matrias-primas so armazenadas e devidamente identificadas em locais com temperatura, ventilao e umidade adequadas e esto dispostas em estrados distantes do piso e paredes? So considerados os perodos de retirada de aditivos, ingredientes, medicamentos veterinrios utilizados conforme recomendao do fabricante ou legislao? As reas de manipulao das raes, ingredientes e demais insumos so mantidas limpas e higienizadas?NA = No se aplica

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guaA gua utilizada no sistema de produo atende a demanda diria do sistema para produo das aves? A gua abundante, limpa, fresca com temperatura em torno de 20oC ? captada em caixa dgua central para posterior distribuio? Limpeza e higienizao de caixas dgua, tubulaes e bebedouros so realizadas a cada lote? Os registros de anlises da gua de bebida das aves, so mantidos atualizados com a periodicidade recomendada? A gua fornecida as aves clorada visando a concentrao residual de 2-3ppm? Existem hidrmetros instalados para monitorar o consumo de gua do sistema de produo e dos animais? A utilizao da gua na propriedade atende as regulamentaes estabelecidas pelo estado?NA = No se aplica

SIM

NO

NA*

OBSERVAOBoas Prticas de Produo de Frangos de Corte

Preparao para o Carregamento e Transporte (pr-abate)Os funcionrios do sistema de produo e mo-de-obra contratada para efetuar o carregamento so instrudos quanto ao mtodo de apanha dos frangos? feito a retirada da rao 6 horas antes do incio do carregamento para manter os frangos em jejum? Os bebedouros so suspensos e ou retirados do avirio, de modo a promover espao suficiente para a execuo do trabalho, sem provocar acidentes durante o carregamento das aves? A intensidade luminosa no avirio no momento da apanha reduzida para evitar o estresse das aves? A captura feita pelo dorso, com as duas mos prendendo as asas para evitar fraturas das mesmas, ou pelos dois ps / canelas? O carregamento feito com o uso de caixas e veculos de transporte higienizados e em densidade adequada? A densidade adotada nas caixas de transporte considera o conforto/bem estar das aves de modo que estas tenham contato com o piso das caixas? As caixas utilizadas no transporte reduzem os riscos integridade fsica dos frangos? As caixas so conduzidas e colocadas no veculo transportador com cuidado para contemplar o bem estar das aves?

SIM

NO

NA*

OBSERVAO

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Quando feito transporte interestadual de frangos de corte a carga acompanhado pelo GTA?NA = No se aplica

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Higiene e Segurana do TrabalhadorOs funcionrios e o produtor so treinados e do obedincia s normas vigentes de higiene e segurana no trabalho? Os funcionrios so treinados quanto aos procedimentos de proteo pessoal e de aplicao dos produtos txicos recomendados dentro de um programa de controle de pragas na propriedade? So fornecidos uniformes, calados e demais acessrios para segurana e proteo pessoal dos trabalhadores do sistema de produo? Existe sanitrio destinado as pessoas que tem acesso ao avirio ou sistema de produo, com lavatrio, sabonete bactericida e toalhas? Nos vestirios, os funcionrios, tcnicos e visitantes, trocam de roupa e calados limpos e desinfetados antes de entrarem no sistema de produo? Os trabalhadores permanentes ou eventuais que prestam servio no sistema de produo de frangos, esto amparados oficialmente por leis trabalhistas e plano de assistncia mdica credenciados? So disponveis kits de primeiros socorros e EPI (Equipamentos de proteo individual) para os trabalhadores? Os produtos txicos utilizados no controle de pragas so estocados em local seguro, com acesso restrito e devidamente identificado com sinalizao de perigo? Os vizinhos das reas prximas so notificados antes do aproveitamento de materiais orgnicos da produo como fertilizantes?NA = No se aplica

SIM

NO

NA*

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