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Boas práticas de implementação do Modelo Pedagógico Senac Gerência de Desenvolvimento Educacional Gerência de Prospecção e Avaliação Educacional

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Boas práticas de implementação do

Modelo Pedagógico Senac

Gerência de Desenvolvimento Educacional Gerência de Prospecção e Avaliação Educacional

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Apresentação

O horizonte institucional do Senac prevê, até 2019, ampla oferta de matrículas alinhadas ao Modelo Pedagógico Nacional (MPS) nos cursos de Aprendizagem, Qualificação Profissional e Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio. Essa perspectiva faz de 2017 um ano chave para a expansão do Modelo, sendo necessário desenvolver ações que permitam a todos os Departamentos Regionais atingir, a contento, suas próprias metas de alinhamento nacional.

Com vistas a impulsionar a implementação do MPS para o próximo ano, o Departamento Nacional buscou, dentre as práticas de implementação já realizadas pelos Departamentos Regionais ao longo de 2015/16, aquelas que contribuíram de forma efetiva para a expansão do Modelo. Essas práticas, chamadas neste documento de “boas práticas de implementação”, estão aqui apresentadas como um conjunto de sugestões para o incremento da implementação que podem ser utilizadas em sua totalidade ou em parte, dependendo das características dos Regionais e de seu planejamento estratégico.

O documento está estruturado em três partes. Na primeira parte são apresentados os objetivos e o conceito de boas práticas de implementação – com destaque para as dimensões Estratégica, de Gestão e Pedagógica da implementação.

Na segunda parte são elencadas cinco etapas fundamentais para o processo de implementação e o conjunto de boas práticas relativo a cada etapa, apresentadas sob uma proposta de fluxo.

Por último, apresentam-se algumas considerações sobre o trabalho, as referências bibliográficas e o anexo com o descritivo da metodologia utilizada no levantamento das boas práticas.

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Sumário

1. Qual o objetivo deste relatório? .......................................................................................4 2. O que são boas práticas de implementação?.....................................................................4 3. Como as boas práticas de implementação foram identificadas? ........................................4 4. Como as boas práticas estão organizadas? ........................................................................4 6. Boas Práticas de Implementação do Modelo Pedagógico Senac .........................................6

I. Planejamento .................................................................................................................8 II. Abertura e divulgação da Implementação ................................................................. 12 III. Formação da equipe pedagógica .............................................................................. 15 IV. Execução do Curso .................................................................................................... 19 V. Diagnóstico da Implementação ................................................................................. 22

7. Algumas considerações .................................................................................................. 24 Referências ....................................................................................................................... 25 Anexos .............................................................................................................................. 26

Técnica de análise das entrevistas ................................................................................. 26

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1. Qual o objetivo deste relatório?

Este relatório tem por objetivo oferecer, aos Departamentos Regionais, um conjunto de sugestões de boas práticas de implementação que possam vir a contribuir para a expansão do Modelo Pedagógico Senac.

2. O que são boas práticas de implementação?

São ações desenvolvidas desde 2015, pelos Departamentos Regionais, que apresentam relevante capacidade de impulsionar a expansão do Modelo Pedagógico Senac.

3. Como as boas práticas de implementação foram identificadas?

Para coleta das boas práticas foram realizadas entrevistas em profundidade com os Coordenadores de Implementação dos 26 Departamentos Regionais, nos meses de junho e julho de 20161. A partir das entrevistas, foram elencados dois critérios para identificação das boas práticas: i) recorrência: práticas similares adotadas em diferentes Departamentos Regionais com bons resultados de implementação2 e, ii) inovação: práticas que, ainda que citadas por pelo menos um Departamento Regional, foram consideradas inovadoras pela equipe técnica do Departamento Nacional.

4. Como as boas práticas estão organizadas?

As boas práticas, neste relatório, estão organizadas em uma proposta de fluxo representativo da sequência lógica das ações desenvolvidas no processo de implementação, que se inicia na etapa Planejamento e segue até o Diagnóstico de todo o processo. Para tornar mais tangíveis os fazeres descritos nas etapas propõe-se, no fluxo, uma lógica de categorização das boas práticas em dimensões de implementação, de formar a definir os atores e seus papéis na implementação do Modelo Pedagógico Senac (MPS).

5. Quais são as dimensões da implementação?

As três dimensões da implementação, inspiradas nas dimensões estruturais de organizações educacionais, já referenciadas na literatura especializada3, são listadas a seguir:

a) Dimensão Estratégica da Implementação: corresponde à esfera de tomada de decisão na organização, espaço no qual são definidas as orientações institucionais a partir de múltiplos stakeholders4; envolve as ações, planejadas pelos líderes, capazes de concretizar a missão e a visão institucionais. No tocante à implementação do Modelo Pedagógico Senac, a dimensão Estratégica impacta na percepção de legitimidade, abrangência, importância e senso de urgência do próprio Modelo, por

1. A metodologia de análise das entrevistas encontra-se no anexo 1, deste relatório. 2. Por bons resultados de implementação convencionou-se nomear os resultados apresentados por aqueles Regionais que alcançaram percentual de implementação maior que 25% na data de elaboração desse relatório (Fonte: Relatório de Avaliação da Implementação, novembro, 2016). 3. Cf. LÜCK, H. Dimensões de gestão escolar e suas competências, Curitiba: Editora Positivo, 2009. 4. Designa as pessoas e grupos mais importantes para um planejamento estratégico ou plano de negócios, ou seja, as partes interessadas.

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todos os envolvidos nesse processo nos Departamentos Regionais. Corresponde, portanto, ao grau de adesão ao alinhamento nacional por parte dos líderes dos Departamentos Regionais, o que repercute na efetividade da expansão do Modelo Pedagógico Senac.

Atores: Direção Regional dos Departamentos Regionais; Diretores de Educação Profissional dos Departamentos Regionais.

b) Dimensão de Gestão da Implementação: envolve o estabelecimento de planos, a previsão de metas, procedimentos, responsabilidades, fluxos e cronogramas de trabalho, bem como o monitoramento de cada etapa da implementação, com o fim de atingir os objetivos estratégicos de expansão das matrículas alinhadas. Refere-se aos processos organizacionais que tratam da implementação da proposta educativa expressa no Modelo Pedagógico Senac, no âmbito do Departamento Regional. A dimensão de Gestão da implementação é, nesse sentido, o canal direto de comunicação dos Regionais com o Departamento Nacional. Seu impacto é diretamente sentido no percentual de implementação que um dado Departamento Regional é capaz de alcançar.

Atores: Coordenador de Implementação do Modelo Pedagógico Senac.

c) Dimensão Pedagógica da Implementação: refere-se às práticas educativas realizadas nos ambientes de aprendizagem da Instituição. Essa dimensão é impactada pelas estratégias e ações de formação da equipe pedagógica, que viabilizam o trabalho em sala de aula pautado nas concepções e princípios do Modelo. O planejamento integrado, a elaboração de situações de aprendizagem centradas no desenvolvimento da competência, a execução de projetos integradores e a avaliação processual, com base em indicadores de competências, são alguns dos fatores considerados nesta dimensão.

Atores: Supervisores; Coordenadores Pedagógicos; Docentes.

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6. Boas Práticas de Implementação do Modelo Pedagógico Senac

A partir da análise das entrevistas, foram identificadas doze boas práticas. Essas práticas foram agrupadas em um fluxo do processo de implementação do MPS, dividido em cinco etapas: i) Planejamento ii) Abertura e divulgação da Implementação; iii) Formação da equipe pedagógica; iv) Execução do Curso e v) Diagnóstico da Implementação.

Cada etapa está organizada nos seguintes tópicos:

O que é?

Explica-se a etapa e sua importância para o processo de implementação.

Quais são as boas práticas dessa etapa?

Apresenta-se as boas práticas referentes à etapa descrita.

Como fazer?

Detalha-se a execução da boa prática.

Qual produto é esperado para essa prática?

Especifica-se o resultado, ou seja, o que é esperado em termos materiais ao final da etapa.

Quadro de sugestões

Apresenta-se, de forma sucinta, algumas ações desenvolvidas pelos Departamentos

Regionais que podem contribuir para eficácia da implementação do Modelo.

Na figura 01, a seguir, são apresentadas as etapas do processo de implementação, as boas práticas e os atores envolvidos.

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Figura 1: Fluxo das etapas de implementação do Modelo Pedagógico Senac

1. Definir as metas do Departamento Regional.2. Planejar a oferta.

3. Planejar as estratégias de formação.

4. Divulgar o MPS para colaboradores e alunos do Departamento Regional.5. Comunicar a abertura do processo de

implementação.

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6. Realizar a formação.7. Avaliar a formação.8. Acompanhar as equipes pedagógicas pós-

formação.

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9. Elaborar o plano de trabalho docente.10. Realizar o planejamento integrado.11. Supervisionar as turmas ofertadas no

MPS.

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12. Analisar as informações sobre o processo de implementação.

ETAPAS BOAS PRÁTICAS ATORES

Diretores RegionaisDiretores de Educação Profissional dos Departamentos Regionais

Coordenadores de Implementação

Diretores RegionaisDiretores de Educação Profissional dos Departamentos Regionais

Coordenadores de ImplementaçãoSupervisores

SupervisoresCoordenadores Pedagógicos

Coordenadores de ImplementaçãoSupervisoresCoordenadores Pedagógicos

Coordenadores de Implementação

GestãoEstratégica Pedagógica

Dimensões:

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I. Planejamento

O que é?

Essa etapa é caracterizada pelo desenvolvimento de ações de planejamento da oferta, que dão a sustentação necessária à implementação dos cursos de forma alinhada ao Modelo Pedagógico Senac, e pelo planejamento operacional, que envolve a formalização dos objetivos e procedimentos. Tem como principal finalidade desdobrar os planos estratégicos em planos operacionais, no nível das atividades de implementação que serão realizadas nas Unidades Educacionais.

O planejamento engloba a definição de metas de implementação, títulos de cursos e quantitativo de turmas a serem ofertados bem como as estratégias de formação das equipes e comunicação das ações de implementação do Modelo no Regional.

Quais são as boas práticas dessa etapa?

Definir as metas do Departamento Regional. Planejar a oferta. Planejar as estratégias de formação.

Como fazer?

1. Definir as metas do Departamento Regional

Como horizonte institucional espera-se, para 2019, o alinhamento em grande escala da oferta das matrículas dos cursos de Aprendizagem, Qualificação Profissional e Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio no MPS. Para alcançar o resultado esperado, é preciso que cada Departamento Regional estabeleça metas razoáveis e exequíveis de implementação, que funcionem como guia das ações das equipes envolvidas na implementação do Modelo.

A definição de metas, portanto, é parte integrante de uma boa prática de planejamento porque permite que o Departamento Regional centralize objetivos e direcione esforços. Para realiza o cálculo das metas pelos Departamentos regionais, sugere-se partir da projeção esperada para o fim da implementação. Por exemplo, é possível estabelecer por referência, o acumulado de 25% de implementação a cada ano. Assim, se em 2016 foi alcançado 25% de implementação, espera-se passar para 50% em 2017, atingir 75% em 2018, e obter, em 2019, a implementação global

Há de se considerar, no entanto, que essas são referências gerais e que, na prática, o crescimento das matrículas alinhadas nos Regionais pode se dar de maneira não linear ao longo dos anos de implementação. Nesse sentido, observa-se que alguns Departamentos Regionais, logo no primeiro ano, optaram por realizar ações de formação, comunicação e sensibilização das equipes antes de realizar a implementação dos planos de cursos nacionais. Outros Departamentos Regionais optaram por centrar esforços nos cursos com maior quantidade de oferta, o que elevou seus percentuais de implementação no início, tendendo a um crescimento mais moderado nos próximos anos. Essas estratégias foram perceptíveis no planejamento das metas para 2016 e refletem a necessidade de o plano de metas estar fortemente ligado às características, necessidades e especificidades de cada Departamento Regional.

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Para além das metas de expansão de matrículas, os Departamentos Regionais também podem estabelecer metas de formação para as equipes, de satisfação dos alunos atendidos no Modelo Pedagógico, de Projetos Integradores com resultados consistentes, dentre outros.

Qual produto é esperado para essa prática?

Plano de metas.

2. Planejar a oferta

O planejamento da oferta se refere às estratégias de expansão do Modelo a serem adotadas pelo Regional, a partir da análise do portfólio, da infraestrutura das Unidades Educacionais e equipe pedagógica disponível. Busca responder a questões de natureza estratégica que darão forma à implementação: cursos a serem alinhados, turmas previstas, estrutura da formação de equipes, aporte de investimentos, resultados esperados, dentre outros aspectos que deverão compor um mapa claro e factível da oferta alinhada no Departamento Regional.

De maneira geral, desde o início da implementação, tem-se observado diversas perspectivas de planejamento da oferta nos Departamentos Regionais: foco em um único título a ser implementado em todo o regional, oferta de cursos com turmas no Modelo e fora do Modelo em uma mesma Unidade Educacional, oferta de várias turmas em diversos títulos iniciando em diferentes Unidades Educacionais, dentre outras possibilidades. A escolha por uma ou outra forma, de acordo com o levantamento nas entrevistas, é específica do Regional e depende das estratégias de operação da implementação. Nesse sentido, recomenda-se identificar, dentre os cursos que o Departamento Regional oferece e que possuem Planos de Cursos Nacionais, aqueles que são estratégicos e buscar alinhá-los até atingir a totalidade das matrículas. A partir daí, sugere-se dimensionar as Unidades Educacionais que ofertam esses cursos, o quantitativo das matrículas potenciais nos cursos a serem alinhados e as equipes pedagógicas que deverão ser formadas.

A organização da sistemática de acompanhamento também é uma prática essencial da etapa de planejamento da oferta. A sistemática de acompanhamento nas Unidades Educacionais, nesse sentido, é um processo de coleta de informações sobre o desenvolvimento da implementação que pode ser realizado pelos multiplicadores e líderes de implementação. O multiplicador pode ser um técnico, docente, supervisor ou outro profissional com perfil pedagógico, para atuar na disseminação das ações de formação no Modelo. Já ao líder da implementação compete organizar e encaminhar dados e informações a respeito da execução das ofertas alinhadas na Unidade Educacional. Ambos coletam informações sobre a implementação, em diferentes aspectos, e as reportam ao Coordenador de Implementação de forma que esse tenha insumos suficientes para identificar e agir sobre as intercorrências que venham a existir. A definição das pessoas que serão os multiplicadores e líderes, bem como suas responsabilidades, a forma e periodicidade dos envios das informações sobre a implementação do Modelo pode ser definida, portanto, na etapa de planejamento da oferta.

Recomenda-se, ainda nessa etapa, a criação de um comitê com objetivo de validar as ações a serem implementadas, com a participação de gerentes de Unidades

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Educacionais e técnicos da área pedagógica, podendo contar também com técnicos da área de comunicação e de informática ou de qualquer gerência que o Regional considere necessária para o bom andamento do processo.

Qual produto é esperado para essa prática?

Plano de implementação.

3. Planejar as estratégias de formação

Compete à Diretoria de Educação de cada Departamento Regional planejar as principais ações de formação em suas Unidades Educacionais, articulando os diferentes setores envolvidos para viabilizar a execução do planejamento. A inclusão do gestor de unidade nas ações de capacitação adquire especial relevância a partir do momento em que o instrumentaliza para a proposição de estratégias de acompanhamento e torna mais efetivo o compromisso da Unidade em todos os níveis operacionais. Portanto, é recomendável que sejam elaboradas estratégias diversificadas, com níveis distintos de complexidade, para atender aos diferentes públicos dos Departamentos Regionais.

Considerando que as ações de formação no MPS visam capacitar equipes grandes, pulverizadas e rotativas, uma premissa que deve reger esse momento é a possibilidade de capilarização da formação. Desta forma, tendo em vista que é praticamente inviável, a formação de todas as equipes pedagógicas de um Departamento Regional por um mesmo grupo de formadores, frente aos custos envolvidos e tempo necessário, sugere-se que o público alvo das formações possa, ele próprio, disseminar, nas equipes pedagógicas, as ações de formação vivenciadas. Portanto, a formação nas Unidades Educacionais pode ser realizada, ou ter o apoio, de pessoas da área pedagógica, de forma a dar sequência em novas ações. A atuação dos multiplicadores é, nesse sentido, fundamental para a capilarização da formação, de forma a tornar esse processo mais enxuto e capaz de garantir que todos sejam capacitados, principalmente nos casos de alta rotatividade dos docentes. Além disso, para ganhar escala sem perder a qualidade no processo, sugere-se que os espaços usualmente voltados para a discussão e reflexão sobre a prática educativa na instituição, tais como as Semanas, Jornadas e Encontros Pedagógicos, abordem temas relativos ao Modelo.

De forma geral, em termos de distribuição regional, tem-se observado dois tipos de formação: i) centralizada, quando executada em um único local, envolvendo o deslocamento das equipes pedagógicas de suas respectivas Unidades Educacionais, ou; ii) descentralizada, na qual técnicos responsáveis pela formação das equipes pedagógicas vão até as Unidades Educacionais. A escolha entre esses dois tipos de formação tem sido condicionada às características do Regional e à disponibilidade de recursos e pessoas. Os Departamentos Regionais de maior extensão territorial e/ou com muitas Unidades Educacionais têm optado por formar suas equipes de maneira centralizada, enquanto Regionais com menor quantitativo de Unidades Educacionais e/ou menor extensão territorial, tendem a optar pelo tipo de formação descentralizada. Contudo, não há uma orientação pela escolha de um ou outro tipo de formação, podendo, inclusive, ocorrer ambos os tipos no Regional de forma produtiva, conforme a necessidade.

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Para tirar máximo proveito da estratégia da multiplicação da formação, sugere-se que sejam planejadas rotinas de comunicação entre a Coordenação de Implementação e os multiplicadores, expressas na sistemática de acompanhamento da implementação, no sentido de monitorar as ações formativas que serão realizadas nas Unidades Educacionais. Também devem ser previstos diferentes canais de comunicação para acompanhamento das equipes em formação, além de fácil acesso a materiais de consulta, tendo em vista atender a todos que apresentem dificuldades na execução dos cursos ou dúvidas em relação ao Modelo. Outro ponto, de especial relevância, é garantir que todos os multiplicadores recebam o material necessário à disseminação da formação, tais como, apresentações, materiais didáticos e outros instrumentos ou mídias de apoio que podem ser organizados em um kit da formação no Modelo Pedagógico Senac. Sugere-se, como kit mínimo da formação, os cinco documentos técnicos de referência do Modelo Pedagógico Senac e os Planos de Cursos Nacionais que serão o objeto da oferta do Departamento Regional. Esse material pode ser entregue impresso ou em formato digital e também pode estar disponível em ambiente virtual criado pelo próprio Departamento Regional. Vale ressaltar que cada Departamento Regional pode desenvolver materiais didáticos e de difusão do Modelo para as ações de formação.

Outra prática exitosa identificada no decorrer da implementação é o assessoramento entre Departamentos Regionais. Por meio dessa ação, equipes de Regionais com mais experiência no Modelo prestam suporte e apoio àqueles em início de implementação, o que contribui para otimizar as estratégias de formação, estreitar os laços entre Regionais do mesmo Núcleo de Desenvolvimento Corporativo e fortalecer o compromisso com a unidade institucional.

Qual produto é esperado para essa prática?

Plano estratégico das formações.

Quadro 1 – Sugestões de boas práticas realizadas pelo Departamentos Regionais para

planejamento da implementação:

I. Planejamento

Organizar um comitê de implementação com a participação de representantes de diversas áreas para validar e acompanhar o plano de implementação.

Definir multiplicadores do MPS para formação de técnicos de eixo e equipes.

Definir perfil docente para ministrar cursos no MPS, conforme experiência no curso e abertura a mudanças.

Priorizar PSG na oferta de cursos nacionais para viabilizar maior número de turmas.

Priorizar a implementação de cursos de qualificação profissional em função de sua curta duração e facilidade no acompanhamento da oferta.

Verificar a adequação da infraestrutura da Unidade Educacional ou a necessidade de aquisição de equipamentos e materiais.

Prever o quantitativo de horas, antes do início do curso, para realização de ações de capacitação, planejamento integrado e elaboração do (PTD).

Incorporar a proposta curricular do MPS na elaboração de planos de cursos regionais, tais como cursos livres e demais títulos que não tenham plano de curso nacional.

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II. Abertura e divulgação da Implementação

O que é?

Esta etapa consiste na disseminação do Modelo Pedagógico Senac através de ações de comunicação com objetivo de mobilizar as equipes das Unidades Educacionais, assim como os alunos da instituição, informando sobre as concepções e princípios educacionais do Modelo.

A abertura e divulgação da implementação são importantes neste momento de quebra de paradigmas e de transformação nas práticas educacionais. Por meio dessas ações de comunicação, reforça-se a importância de se promover a ampliação do conhecimento sobre o MPS e de se construir uma linguagem comum aos profissionais que atuam nos Departamentos Regionais. Além disso, para universalizar essa linguagem, é necessário expandir o conhecimento sobre o Modelo para além da área educacional a fim de que seja efetivamente incorporada na cultura organizacional.

Quais são as boas práticas dessa etapa?

Divulgar o Modelo para colaboradores e alunos do Departamento Regional. Comunicar a abertura do processo de implementação aos colaboradores do

Departamento Regional.

Como fazer?

4. Divulgar o Modelo para colaboradores e alunos do Departamento Regional

As estratégias de comunicação e divulgação da implementação do Modelo no Departamento Regional devem ser direcionadas para dois públicos: os colaboradores internos e os alunos das Unidades Educacionais.

Para os colaboradores internos, sugere-se que a disseminação dos princípios do Modelo deva se iniciar pelo corpo gestor das Unidades Educacionais e se estender para os demais empregados: supervisores, técnicos, docentes, assistentes administrativos, etc. Recomenda-se que se aborde o Modelo em reuniões de diversas naturezas(Conselho Regional, reuniões de gerentes e encontros técnicos), de modo que alcance os diversos setores e níveis hierárquicos da organização.

A comunicação pode ser realizada por meio de divulgação de materiais impressos, banners, vídeos, dentre outros meios. Para compartilhamento interno com as equipes, sugere-se o uso de ambiente virtual do Regional, como a intranet, além da divulgação e disseminação de documentos referentes ao Modelo elaborados pelo Departamento Nacional e também pelo Regional.

Em relação aos alunos, uma boa prática a ser sugerida é a apresentação dos princípios educacionais do Modelo no início do curso. O objetivo dessa ação é trazer aos alunos informações sobre a perspectiva de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento de competências e a importância das Marcas Formativas para a vida profissional, dentre outras informações.

Recomenda-se a realização de um plano de estratégias de comunicação, no qual se especificam o cronograma de execução, o público a ser alcançado, os materiais que

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serão distribuídos e os meios de comunicação. O planejamento deve englobar também as ações para a abertura institucional da implementação, que marquem o início da implementação no período em questão, e deverá ser realizada por instâncias mais altas do Regional, conforme detalhado no ponto a seguir.

Qual produto é esperado para essa prática?

Plano de estratégias de comunicação e divulgação da implementação.

5. Comunicar a abertura do processo de implementação aos colaboradores do Departamento Regional

O envolvimento e o compromisso da direção são fatores de impacto para a equipe do Regional quanto à implementação do Modelo para toda a instituição. Essa foi, de fato, uma percepção comum a vários Departamentos Regionais.

Dessa forma, o momento de abertura do processo de implementação representa um marco institucional para a divulgação e conhecimento das metas e do planejamento da implementação do referido ano. Seu foco são os colaboradores internos e seu objetivo maior é motivar as equipes e aumentar o grau de comprometimento e aderência do Departamento Regional ao Modelo Pedagógico Senac. Sugere-se que sejam divulgadas nas Unidades Educacionais, nessa ocasião, informações sobre a importância do Modelo Pedagógico como o modo de fazer educação profissional do Senac.

Ficou evidenciado, a partir das entrevistas com Coordenadores de Implementação, que a comunicação das diretrizes e do planejamento da implementação do Modelo no Regional deve ocorrer logo no início do processo, para amplo conhecimento das equipes em todas as dimensões, favorecendo, dessa forma, o alinhamento das ações no Departamento Regional.

Essa é a melhor oportunidade para apresentação das metas e principais pontos do planejamento, bem como, para reforçar a importância da ação docente no desenvolvimento das Marcas Formativas Senac e das competências do perfil profissional, alinhados às metodologias ativas da aprendizagem e às novas perspectivas do fazer pedagógico trazidas nas concepções e princípios do Modelo.

Em termos de procedimento, recomenda-se que a abertura do processo de implementação seja preferencialmente de modo presencial, podendo também ser realizada por meio digital, mediante impossibilidade de ocorrer reunião de abertura. Recomenda-se, também, a utilização, pelos mais diversos meios, de vídeos institucionais ou divulgação de materiais com a marca “Alinhados somos mais fortes”.

Qual produto é esperado para essa etapa?

Abertura da implementação.

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Quadro 2 – Sugestões de boas práticas realizadas pelo Departamentos Regionais para

abertura e divulgação do processo de implementação:

II. Abertura e Divulgação

Abordar o Modelo em todas as reuniões gerenciais e de supervisores, para que as equipes técnicas se apropriem da nova concepção.

Exibir vídeo de divulgação do MPS para todos os funcionários.

Elaborar estratégias e produzir recursos diversos para disseminação do Modelo para público interno e externo.

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III. Formação da equipe pedagógica

O que é?

Essa etapa consiste em formar as equipes por meio de cursos, oficinas, palestras ou outras ações educativas que visam oferecer à equipe pedagógica a oportunidade de aprender e dialogar, com seus pares e especialistas, acerca dos temas centrais do Modelo Pedagógico Senac.

Quais são as boas práticas dessa etapa?

Realizar a formação. Avaliar a formação. Acompanhar as equipes pedagógicas pós-formação.

Como fazer?

6. Realizar a formação

Uma vez definida no planejamento a estrutura de formação das equipes, é preciso organizar a sua operação: a seleção de docentes e de multiplicadores, a definição dos temas, a metodologia de ensino e aprendizagem, bem como dos kits de formação que serão disponibilizados aos participantes.

Como boa prática de formação das equipes no Modelo Pedagógico, sugere-se a abordagem dos seguintes temas: i) Planejamento integrado; ii) Desenvolvimento das Marcas Formativas Senac; iii) Elaboração de Plano de Trabalho Docente; iv) Desenvolvimento de Projetos Integradores e v) Avaliação por Indicadores de Competência.

Recomenda-se que a abordagem por competências seja adotada como metodologia de ensino nas atividades de formação das equipes pedagógicas, considerando que grande parte dos docentes possui experiência na área em que ministram cursos, mas não possui, necessariamente, formação pedagógica ou experiência em docência. No caso de docentes novos, ainda, é possível também que não conheçam a metodologia de desenvolvimento de competências.

Como situação de aprendizagem, a elaboração de Planos de Trabalho Docente tem se mostrado atividade de formação de grande validade. Sugere-se que a atividade seja pautada pelos três momentos do ciclo ação-reflexão-ação: a partir dos Planos de Cursos Nacionais, os participantes são convidados a elaborar PTDs, descrevendo situações de aprendizagem completas das Unidades Curriculares sob sua responsabilidade. Esse é o momento da primeira ação.

Finalizada esta etapa, os participantes deverão analisar conjuntamente os PTDs elaborados, verificando se as situações de aprendizagem propostas viabilizam o desenvolvimento da competência escolhida; se estão relacionadas com um ou mais indicadores da competência e se permitem a mobilização de maneira articulada dos elementos de competência. Também devem verificar se consta no PTD, a contribuição da Unidade Curricular para o desenvolvimento do Projeto Integrador.

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O mediador deve oferecer subsídios para a discussão dos participantes, apresentando os conhecimentos relativos aos temas do Modelo Pedagógico que fundamentam o fazer, de modo que a reflexão aconteça embasada. Esse é o momento em que são abordados os principais conceitos do MPS e que as dúvidas dos participantes são dirimidas.

Na sequência, inicia-se a terceira etapa do ciclo, na qual uma nova ação é solicitada. Dessa vez os participantes deverão reelaborar o seu PTD, trazendo novas perspectivas para as situações de aprendizagem, de forma a construir um PTD mais qualificado, que seja tecnicamente superior ao primeiro.

Portanto, as ações de formação das equipes pedagógicas devem possibilitar uma abordagem aprofundada e ampla discussão das transformações nas práticas educacionais, bem como estimular os participantes a aprender fazendo.

Qual produto é esperado para essa prática?

Programação completa da formação.

7. Avaliar a formação

A avaliação da formação consiste em captar dos participantes suas impressões quanto aos temas abordados, as aprendizagens adquiridas e, ainda, o impacto da formação no fazer dos profissionais.

Essa boa prática é importante porque possibilita relacionar os recursos dispendidos na formação com o grau de satisfação e com o desenvolvimento técnico dos participantes. Deve ser entendida como parte integrante do processo de formação permanente da equipe pedagógica e estar presente em vários momentos, desde a concepção da formação até a análise dos impactos dessa ação para o Departamento Regional.

Para a avaliação é necessária a elaboração de instrumentos, impressos ou formulários on line, que permitam a análise de categorias como, por exemplo, a didática e a metodologia utilizadas na formação, a infraestrutura disponível e o tempo da formação.

Principalmente, deve-se avaliar a percepção do participante sobre sua própria aprendizagem e do quanto os temas tratados têm aplicabilidade na sua atuação cotidiana no Senac. Esse é um aspecto central da avaliação, uma vez que, quanto mais os participantes perceberem a aplicabilidade de temas como, por exemplo, Planejamento integrado e Desenvolvimento das Marcas Formativas, maior será a tendência de que a implementação ocorra a contento.

Uma sugestão para essa boa prática é organizar a avaliação em dois momentos: i) durante a formação, afere-se o desenvolvimento da aprendizagem, medido continuamente nas diversas atividades de forma a acompanhar o alcance, pelos participantes, dos objetivos propostos para cada tema da formação, e; ii) logo após a formação, investiga-se o grau de satisfação em relação à formação desenvolvida, aferido pelo questionário de satisfação aplicado aos participantes.

Qual produto é esperado para essa etapa?

Instrumentos de Avaliação da Formação.

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8. Acompanhar as equipes pedagógicas pós-formação

Tem por objetivo acompanhar os desdobramentos da formação na execução do fazer pedagógico, de acordo com as prerrogativas do Modelo. Seu objetivo, portanto, é criar uma perspectiva de orientação permanente da equipe pedagógica de forma a facilitar a consolidação do Modelo Pedagógico Senac no Departamento Regional.

Essa boa prática requer mobilização do Coordenador de Implementação na criação de estratégias para coleta de informações sobre o desempenho dos docentes em sala de aula, tendo em vista sanar dúvidas e dificuldades. Sugere-se que o líder utilize instrumentos que possibilitem o acompanhamento pós-formação e os encaminhe ao Coordenador, no âmbito da sistemática de acompanhamento da implementação, para que possam ser respondidas questões como, por exemplo: as equipes estão colocando em prática os conhecimentos adquiridos na formação? Quais as principais dificuldades da equipe pedagógica para a implementação do Modelo Pedagógico Senac? Como atuar na perspectiva de minimizá-las?

O estreitamento da comunicação entre multiplicadores, líderes, equipe pedagógica e Coordenador de Implementação é fundamental para que o acompanhamento gere informações que se traduzam em ações de apoio às equipes pedagógicas. Além disso, recomenda-se o desenvolvimento de ambientes online para trocas de experiências e de esclarecimento de dúvidas.

Qual produto é esperado para essa etapa?

Fluxo do acompanhamento pós formação.

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Quadro 3– Sugestões de boas práticas realizadas pelo Departamentos Regionais para

formação de equipes:

III. Formação

Criar documentos orientadores do MPS e formulários explicativos com orientações metodológicas para desenvolvimento do PTD.

Promover a capacitação dos funcionários que atuam na secretaria e no ponto de vendas.

Realizar formação com docentes e supervisores divididos por eixo tecnológico e segmento.

Realizar oficinas com o objetivo de capacitar multiplicadores para atuar nas unidades: pedagogos, coordenadores de curso e docentes com maior entendimento da metodologia.

Promover encontros em que docentes com mais experiência no MPS compartilhem boas práticas com docentes iniciantes.

Utilizar vídeos e roteiros de atividades para padronizar e ampliar o alcance da formação de docentes e supervisores.

Gravar depoimentos de docentes e alunos sobre o MPS para utilização em momentos de formação.

Compartilhar experiências, propostas de formação, instrumentos e ferramentas entre Departamentos Regionais.

Propor aos docentes o uso de diário de bordo como ferramenta para registro e acompanhamento da prática docente no MPS.

Capacitar todos os docentes para disseminação do Modelo no Regional, mesmo que não atuem na oferta de cursos alinhados.

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IV. Execução do Curso

O que é?

Essa etapa consiste em assegurar que em cada sala de aula, em cada turma onde o Modelo foi adotado, sejam colocadas em prática as prerrogativas que caracterizam e definem o Modelo Pedagógico Senac. A implementação satisfatória prevê, portanto, que o desenvolvimento de competências, a adoção de Planos de Cursos Nacionais, a execução de projetos integradores e o planejamento docente integrado estejam presentes e façam parte da rotina dos Departamentos Regionais.

Quais são as boas práticas dessa etapa?

Elaborar o Plano de Trabalho Docente, com foco no desenvolvimento de competências. Realizar o planejamento integrado. Supervisionar cada turma ofertada no Departamento Regional

Como fazer?

9. Elaborar o plano de trabalho docente com foco no desenvolvimento de competências

É fundamental que, antes do início do curso, o Plano de Trabalho Docente (PTD) seja elaborado pelo docente e validado pela supervisão pedagógica. Uma turma não deverá ser iniciada se, ao menos, os PTDs das primeiras Unidades Curriculares do curso não estiverem finalizados. Recomenda-se que o docente desenvolva o PTD da Unidade Curricular em que atuará e o apresente, no momento do planejamento integrado, aos demais docentes de curso. É importante que conste no PTD de que maneira a Unidade Curricular irá colaborar para o desenvolvimento do Projeto Integrador.

Quanto à elaboração de PTDs, verificou-se que alguns Departamentos Regionais têm optado por elaborar PTD de referência em equipes centrais e distribuí-los aos docentes que irão atuar nos cursos em questão. Nesse caso, alguns docentes com comprovada expertise no curso que será ofertado no Modelo, elaboram PTDs de referência que são validados por especialistas das Áreas/Eixos/Segmentos. Em seguida, esse PTD de referência é disponibilizado para os demais docentes do Regional que irão atuar no curso.

Outros Departamentos Regionais têm optado por incluir, nos momentos de formação, a atividade de elaboração coletiva de PTDs, que podem vir a servir de referência para o planejamento de outros docentes. Há ainda, Departamentos Regionais que preferem elaborar um pré-PTD que será finalizado por cada docente responsável pela Unidade Curricular do curso e validado pela supervisão. Nesses casos são feitas algumas sugestões de situações de aprendizagem que o docente poderá aproveitar ou substituir/complementar com novas situações de aprendizagem de acordo com o perfil dos alunos da turma.

De toda forma, o que se deve considerar é que a elaboração de PTD de referência é uma boa prática de implementação, e que Departamentos Regionais que utilizam essa estratégia têm demonstrado maior agilidade na implementação do Modelo Pedagógico Senac. O PTD de referência, no entanto, como o próprio nome indica, é um instrumento de apoio à atuação docente e, como tal, deve ser flexível o suficiente para que os docentes façam as adaptações necessárias à elaboração de seu próprio PTD, dentro de sua realidade e contexto de sala de aula de forma a atender às necessidades e especificidades de seus alunos. Reforça-se que o

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PTD de referência não elimina a necessidade de um encontro (presencial ou virtual) para realização do planejamento integrado entre os docentes que irão atuar em uma turma ou curso.

Qual produto é esperado para essa etapa?

Plano de Trabalho Docente.

10. Realizar o planejamento integrado

O planejamento integrado é uma premissa do Modelo e requer que, antes do início das aulas, toda a equipe pedagógica proponha e organize as situações de aprendizagem previstas para o desenvolvimento do curso. A forma como serão operacionalizados os momentos de planejamento integrado varia de acordo com o funcionamento e estrutura de cada Departamento Regional.

Nos encontros para realização do planejamento integrado, os docentes deverão abordar questões relativas à execução das unidades curriculares sob suas respectivas responsabilidades, prevendo a articulação de cada Unidade Curricular com o Projeto Integrador. A participação do supervisor pedagógico neste momento é fundamental. Uma boa prática que contribui para o sucesso da implementação é estabelecer um número de horas para a realização do planejamento integrado.

Qual produto é esperado para essa etapa?

Plano de Trabalho Docente de cada Unidade Curricular, constando as situações de aprendizagem que se relacionam diretamente com o Projeto integrador.

11. Supervisionar cada turma ofertada no Departamento Regional

Para verificação da oferta dos cursos em conformidade com as premissas do Modelo é necessário que se faça o acompanhamento estreito das turmas ofertadas no Regional, principalmente de turmas iniciais e aquelas iniciadas com novos docentes. Recomenda-se, inclusive, que se realize observações in loco para verificar se o que estava previsto no PTD está efetivamente ocorrendo em salas de aula e, caso seja necessário, ajudar o docente na recondução de seu trabalho.

O supervisor tem papel central também no fornecimento de informações sobre a implementação do MPS, já que o registro do processo é primordial para posteriores ações de avaliação. Este tópico será explorado no item Diagnóstico, a seguir.

Qual produto é esperado para essa etapa?

Check list de acompanhamento da oferta.

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Quadro 4 – Sugestões de boas práticas realizadas pelo Departamentos Regionais para

execução do curso:

IV. Execução do curso

Definir estratégia para elaboração de PTDs de referência (de forma centralizada, com especialistas do Segmento/eixo e docentes convidados; durante a formação de equipes, com a participação de várias unidades; ou distribuindo os cursos por Unidade Educacional).

Elaborar PTD de referência de acordo com a estratégia definida.

Disponibilizar PTD de referência ou PTD validado pelo supervisor.

Validar PTD de cada docente antes de iniciar o curso.

Fazer acompanhamento presencial das turmas para verificar se a execução corresponde ao planejado no PTD.

Utilizar diário de bordo on-line, no qual serão registradas as principais ações e estratégias para a implementação do Modelo em sala de aula.

Realizar reuniões mensais com docentes e supervisores para troca de experiências e busca de soluções para novos desafios.

Disponibilizar canais de comunicação para dirimir dúvidas dos docentes.

Definir o docente responsável pelo Projeto Integrador. (É possível indicar um docente do curso ou atribuir a apenas um docente o acompanhamento de todos os Projetos Integradores em execução na Unidade Educacional).

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V. Diagnóstico da Implementação

O que é?

Trata-se das ações de análise de dados e informações da sistemática de acompanhamento

da implementação do Modelo Pedagógico Senac no Departamento Regional, em seus

aspectos quantitativo e qualitativos. Tem como objetivo traçar um panorama dos resultados

obtidos e fornecer subsídios para a realização de melhorias contínuas no processo de

implementação do Modelo.

Qual é a boa prática dessa etapa?

Analisar as informações da implementação

Como fazer?

12. Analisar as informações da implementação

O Coordenador de Implementação, ao realizar o exame contínuo das informações coletadas

pela sistemática de acompanhamento, tem a possibilidade de intervir na execução dos

cursos no Modelo Pedagógico Senac corrigindo seu percurso, quando necessário.

Para tanto sugere-se que, continuamente, sejam coletadas informações sobre os cadastros

das turmas e o lançamento das avaliações com suas respectivas menções nos sistemas

educacionais; execução das situações de aprendizagem conforme o PTD; distribuição da

carga horária do Projeto Integrador com seus desdobramentos em cada Unidade Curricular,

bem como a informação sobre a data de início do Projeto Integrador, que deve coincidir com

a data de início da primeira Unidade Curricular do curso, dentre outros aspectos. Esses são

exemplos de informações da operação do Modelo que podem ser coletadas pelos

multiplicadores e líderes de implementação e que dão uma boa medida acerca da execução

da oferta alinhada.

Outra sugestão para o levantamento de informações é criar um check list sobre a execução

da oferta, de forma que os supervisores pedagógicos de cada Unidade Educacional possam

preencher e encaminhar as informações para os líderes de implementação, para que estes

enviem o material ao Coordenador de Implementação do Regional.

A partir da consolidação desses dados, pode ser feita a produção de relatórios periódicos

para discussão com a equipe quanto às principais dificuldades e socialização das ações

exitosas. Compreende-se que, com essas informações atualizadas e periodicamente

reportadas, o trabalho da Coordenação de Implementação torna-se mais qualificado e com

maior perspectiva de atuação em aspectos que sejam identificados como pontos críticos à

implementação. Além disso, ao colocar em prática a sistemática de acompanhamento da

implementação, dividem-se as responsabilidades, compartilhando o sentimento de

pertencimento dos colaboradores a um projeto nacional.

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Para compor o diagnóstico, devem ser considerados, também, os resultados de pesquisas

realizadas com atores inseridos no processo de implementação, principalmente com

docentes e alunos abordando temas fundamentais para a avaliação da implementação do

Modelo na perspectiva dos resultados positivos das ações implementadas.

Ao final da consolidação dos dados da implementação do Regional, sugere-se que seja

estabelecida uma análise na qual se relacione: i) o percentual de implementação do

Departamento Regional; ii) os dados sobre formação das equipes e execução de cursos

ofertados no Modelo, e; iii) a percepção dos principais atores envolvidos no processo, a

saber, docentes e alunos, originados de entrevistas ou questionários.

Assim será possível acompanhar a implementação no seu detalhe, estabelecendo relações

que possam articular, por exemplo, tipo de curso, quantitativo de matrículas, execução de

Projetos Integradores, satisfação de alunos, formação docente, dentre outras variáveis que

permitam qualificar a implementação do Modelo Pedagógico Senac. Por fim, vale ressaltar

que as ações da sistemática de acompanhamento devem ser detalhadas no planejamento

da oferta, já descrito na etapa inicial, e as informações coletadas durante o processo de

implementação, de forma a possibilitar que o diagnóstico seja feito a todo momento e não

somente ao final de um ciclo de implementação de um curso.

Qual produto é esperado para essa etapa?

Diagnóstico da implementação do Modelo.

Quadro 5 – Sugestões de boas práticas realizadas pelo Departamentos Regionais para

diagnóstico da implementação:

V. Diagnóstico da Implementação

Documentar todo o processo de estruturação da implementação no DR.

Registrar relatos e depoimentos de docentes que atuam no Modelo para desenvolver conteúdo para capacitações e preservar a memória do processo de implementação.

Aplicar instrumentos de avaliação da satisfação dos alunos das turmas do MPS.

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7. Algumas considerações

Nas organizações, de forma geral, a investigação sobre boas práticas tem por objetivo colocar em pauta os fazeres mais significativos sobre um conjunto de processos, de forma que possam ser reproduzidos ou servir de inspiração a novos fazeres.

Sob esse prisma as boas práticas de implementação, aqui debatidas, devem ser entendidas mais no sentido de inspiração às práticas de implementação realizadas pelos Departamentos Regionais e menos como procedimento, ou manual de implementação. Ou seja, são indicativos de um caminho que pode ser seguido na direção de incrementar o alinhamento pedagógico.

Para além das boas práticas de implementação, objetivo desse documento, outros aspectos importantes também foram detectados nas entrevistas com os Coordenadores Pedagógicos. Dentre esses cabe ressaltar a percepção de que a implementação do Modelo Pedagógico proporcionou redução da evasão dos alunos e aumento da satisfação dos docentes. Para todos os entrevistados, ponto pacífico, o Modelo Pedagógico já é considerado o modo de fazer educação profissional no Senac.

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Referências

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, Edições 70, 1977.

BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Nº 9394/96.

DELGADO, J.M.; GUTIERREZ, J.Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales. Madrid, Sintesis, 1994.

DEMO, Pedro. A Nova LDB. Ranços e Avanços. 14ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 1997. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).

KRIPPENDORFF, K. Metodologia de análisis de contenido: teoria e práctica. Barcelona, Ediciones Paidós, 1990.

LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J.F de; TOSCHI. Educação escolar: Estratégica, estrutura e organização. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2005.

MORAES, R. Análise de Conteúdo: limites e possibilidades. In: ENGERS, M.E.A. (Org). Paradigmas e metodologias de pesquisa em educação. Porto Alegre, EDIPUCRS, 1994.

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Anexos

Anexo 1: Técnica de análise das entrevistas

Para apreciação do material das entrevistas foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo. Essa técnica de análise das comunicações agrega um conjunto de métodos que propõe investigar o que é explícito no texto para obtenção de elementos que permitam fazer inferências.

Basicamente, a Análise de Conteúdo consiste no tratamento das informações em três fases: i) a pré-análise, identificada como uma fase de organização dos dados coletados, incluindo a formulação e reformulação de hipóteses ou pressupostos iniciais; ii) a exploração do material, momento no qual busca-se identificar padrões, expressões ou palavras significativas, em função das quais os conteúdos das falas são organizados em temas ou dimensões e; iii) a inferência, quando são realizadas interpretações, inter-relacionando-as com as referências de base do estudo.

Para este trabalho, na pré-análise, foi realizada a leitura inicial das transcrições das entrevistas. Em seguida, com o objetivo de organizar as falas, para cada Departamento Regional foram elaborados relatórios intermediários organizados em quatro tópicos: i) processo de implementação com o descritivo das principais etapas da implementação; ii) impactos da implementação do Modelo percebidos pelos entrevistados; iii) aspectos gerais da implementação, entendidos como os entraves à implementação bem como as ações mais eficazes na promoção da implementação.

Na fase de exploração do material, os relatórios intermediários foram organizados tendo por foco a busca por elementos comuns nas respostas. Esses elementos foram, então, agrupados em unidades de registro, para cada Departamento Regional e, em seguida, passou-se à redação do enunciado das dimensões de implementação do Modelo Pedagógico Senac. Na sequência, internamente à cada dimensão, as práticas de implementação, relatadas pelos respondentes, foram agrupadas, segundo sua natureza semântica, em termos dos atores e de sua atuação específica no processo de implementação.

Na última fase, com a finalidade de inferir quais seriam as boas práticas de implementação, buscou-se relacionar as dimensões às informações expressas no Relatório de Avaliação da Implementação do Modelo Pedagógico Senac e às premissas pedagógicas do próprio Modelo.