Boa Hora, a minha freguesia

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Ed. 227 de 9 Março 2011 Coordenação: Emídio Francisco Textos: Georgina Prior «Boa Hora, a minha Freguesia» Gafanha do Areão Gafanha da Boa Hora Gafanha da Vagueira Praia do Areão Praia da Vagueira

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Especial sobre a freguesia da Gafanha da Boa Hora

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Page 1: Boa Hora, a minha freguesia

Ed. 227 de 9 Março 2011

Coordenação: Emídio Francisco

Textos: Georgina Prior

«Boa Hora,a minha Freguesia»

Gafanha do Areão

Gafanha da Boa Hora

Gafanha da Vagueira

Praia do Areão

Praia da Vagueira

Page 2: Boa Hora, a minha freguesia

Especial Freguesia de Gafanha da Boa HoraEspecial Freguesia de Gafanha da Boa HoraO Ponto | 12/II O Ponto | 13/III

A freguesia fi cou marcada, no último ano, pelo encerramento do Mercado do Peixe, tendo sido reaberto recentemente. Esse facto afectou a vida da Praia da Vagueira, sobretudo na época balnear?

Afectou de algum modo, mas teria que afectar. Mas esse problema foi colmatado com a colocação dos contentores. Discute-se se tinham ou não as condições necessárias, mas foram autorizados pelas autoridades sanitárias.

Mas era num espaço menos visível…

Critica-se tudo e mais alguma coisa. Aquilo que, na minha opinião, era um local muito abafado, sem corrente de ar. A conservação e qualidade do peixe não estavam postas em causa, mas para quem ali estava a trabalhar era um pouco complicado sobretudo nos dias de maior calor. Mas agora está tudo a funcionar dentro da normalidade e dentro das normas e condições exigidas.

Como vê o desenvolvimento das obras de requalifi cação da defesa aderente da Praia da Vagueira?

Não tenho capacidades técnicas para avaliar as obras. Para mim, acho que aquilo foi uma obra benéfi ca. Antes, as pessoas queriam ver o mar e não tinha aquela protecção, mas agora que tem alguma protecção não gostam daquilo. No entanto, temos que salientar que a autarquia vaguense não tem jurisdição nesta área - é o Instituto Nacional da Água (INAG) -, mas sei as diligências que a Câmara Municipal tem feito para que se resolva a situação, porque a situação é de risco para quem ali passa. Está tudo a ser negociado, mas a solução poderá passar pela colocação de um resguardo temporário, efectuado pela câmara com a autorização da tutela.

Está previsto, no âmbito das obras de requalifi cação da Praia, a mudança da lota, mercado e do núcleo de arte xávega para o sul. Concorda?

Pessoalmente, acho que o projecto já tem muitos anos e muitas alterações. O INAG não aprova os projectos e vamos continuar assim durante mais algum tempo. Quanto à mudança da lota, eu concordo, em parte, que saia dali, mas já não tenho a mesma opinião relativamente à mudança do mercado do peixe, uma vez que este deve ser central. Deveria, até, ser ampliado o seu espaço. Já a lota deixa sempre algum cheiro com a descarga do peixe, por isso concordo que saia dali, até porque aquilo é mesmo um contentor apenas. Sobre a arte xávega, o que me parece é que haverá uma praia a norte, e terá que sair daí ou criar-se uma zona de pesca e outra zona de praia e, entre elas, uma zona neutra para que não haja acidentes como antigamente se registavam. Mas não conheço os projectos, apenas tenho

ouvido falar.

E como classifi ca o desenvolvimento das obras na Praia do Areão?

Acho que ficou ali um espaço muito bonito, agradável e funcional e concordo plenamente com o que foi efectuado pela autarquia. Apenas não concordo com a divisão da estrada de terra batida com as cordas, pelo facto de que rouba muitos lugares de estacionamento e sabemos que praias que não têm estacionamento são menos procuradas. É assim em todo o lado. Embora haja muitas pessoas que deixem os carros mais distantes, o problema é que a segurança não existe, apenas ali. Ou seja, de um modo geral, concordo com todas as obras, excepto na colocação daquelas cordas. Mas julgo que haverá correcções, porque até nem sou só eu a discordar.

Em 2005, numa entrevista a O PONTO, defendeu que, se não fossem tomadas medidas, que a Praia da Vagueira poderia desaparecer. Esse é ainda um risco visível?

Eu acredito na Praia da Vagueira. Mas os homens têm-na que defender. O que eu tenho dito é que este é um problema de vontade política do Estado, porque o problema são os mecanismos. Não nos podemos esquecer que cada metro de duna está “debaixo” de um conjunto de entidades e qualquer decisão que seja tomada tem que ser por unanimidade e não por maioria. Se o Estado se preocupa – e bem! – em defender a soberania de outros povos de outros países, eu acho que devia olhar primeiro para nós e não deixar roubar aquilo que é seu.

Esta é a única praia da região que não possui capela. Em que pé estão as negociações para a sua construção?

Julgo que a capela nunca irá ser construída. Em tempos, foi lançada a primeira pedra da capela, pelo próprio bispo de Aveiro, na década de 70, junto ao Largo Parracho Branco (onde está hoje o Marisqueira). Na altura, o Bispo pretendia uma capela ou igreja com determinadas características e eu expressei a minha opinião, através do pároco local da altura, que se ele quisesse uma capela à sua maneira que a fi zesse e a pagasse. O processo andou aos “empurrões” e depois passou desse local para um terreno junto da rotunda “rectangular”. Não sei agora qual é a tomada de posição da Diocese.

Por ser uma freguesia de areias, a AdRA já anunciou que o saneamento não virá para a Boa Hora tão cedo. O saneamento é algo básico e fundamental na freguesia ou, pelo contrário, dispensável aos seus residentes?

É fundamental em qualquer circunstância, quer seja em terrenos barrentos, quer seja na areia, nos chamados terrenos “rotos”. Porque discute-se a infi ltração dos esgotos, mas é igual em todo o lado: acaba por escoar para qualquer lado, mas vai acabar no nível freático. A freguesia tem apenas toda a Praia da Vagueira coberta com a rede, representando pouco mais de 25% da área populacional.

O social sempre foi uma das maiores problemáticas na Boa Hora. O Centro Social conseguiu identifi car todas as situações problemáticas e resolvê-las?

É evidente que ainda há muito trabalho para desenvolver. Mas o que não seria da freguesia sem o Centro Social, porque acaba por ser o motor da Gafanha da Boa Hora. E não me refi ro apenas ao nível social, mas também ao nível de emprego e da formação de adultos com saídas profi ssionais. Cerca de 40 a 45 pessoas já conseguiram obter o 9º ano e qualifi car-se em determinadas áreas profi ssionais. Por outro lado, tem apoiado as crianças e idosos, mas também as suas famílias, que assim podem ter o seu emprego sabendo que os seus familiares estão bem entregues. Aliás, o Centro nunca fechou a porta a ninguém, mesmo que não haja acordo de comparticipação com a segurança social, valor que é suportado pela própria instituição. Paralelamente a isso, há ainda o aspecto social da freguesia extra-utentes. Ou seja, os fornecedores. Nós compramos por aqui todos os bens que necessitamos, inclusivamente os seguros por exemplo, para além dos postos de trabalhos criados.

Um trabalho que não é visível…

No fundo, isto não é palpável e, por isso, ninguém vê. Mas posso dar o exemplo de que recebemos proposta de um fornecedor que, a ser contratado, traria benefícios económicos para o Centro. O problema é que não iríamos apoiar o comércio local porque não poderíamos comprar nada a não ser desse fornecedor. Mesmo custando mais, o social não pode ser só olhar para dentro, temos também que olhar para fora.

A falta de comunicação entre as pessoas que moram no sul e no norte da freguesia ainda existe?

Ainda, infelizmente. Esta é uma freguesia extremamente difícil. Toda a gente reconhece, mas não se faz nada para alterar essa realidade. São 9 km de extensão e eu costumo dizer que há pessoas que nasceram, viveram e morreram na mesma freguesia sem se conhecerem, eventualmente familiares. E depois há difi culdade em confrontar ideias. Numa freguesia dispersa, as pessoas não saem do seu canto. Eu respeito todas as suas ideias, concorde ou não. Mas é cada vez mais difícil a interacção das pessoas, porque há emigrantes que vão para fora e depois vêm passar férias com os seus fi lhos, trazendo culturas completamente distintas e que difi cultam ainda mais a comunicação.

A Gafanha da Boa Hora carecia de actividades desportivas e culturais. Na área desportiva foi criada a Associação Always Young. E a nível cultural, que esforços foram feitos nos últimos anos?

A nível cultural é muito complicado, porque tudo deriva do associativismo, que quase não existe na Gafanha. E a própria confi guração da freguesia bem como a falta de diálogo difi cultam a alteração desta realidade, porque ao se tentar fundar uma associação, logo depois de criada, começa a cair, uma vez que as pessoas nas reuniões colocavam uma ideia e depois faziam outra completamente diferente.

O parque aquático foi, ao fi m de muito tempo, licenciado. No entanto, o Resort Costa do Sal fi cou comprometido pelas difi culdades económico-fi nanceiras por que atravessa o país. Ainda acredita que este projecto alguma vez se venha a implementar na freguesia?

Não. Conheço-o bem desde que me foi entregue e apresentado o ante-projecto do mesmo. Sinceramente, no início ainda acreditei na sua concretização, mas a partir do momento em que foi reduzida a área deixei de acreditar. É fácil colocar à frente um projecto, e custa mais a sua amputação. Mas a partir do momento em que é amputado numa das suas partes, está grande parte do caminho percorrido para o seu desaparecimento total. A freguesia da Gafanha da Boa Hora poderá ser dinamizada e desenvolvida na área urbana com o projecto de urbanização previsto a norte da Igreja. É feito por investidores estrangeiros que prevêem a construção de dezenas de habitações, lar, piscina, entre outras infra-estruturas. Vai valorizar também os terrenos limítrofes, porque é por arrastamento. Vai trazer muita gente e muito dinheiro também. Esperemos que dinamize e introduza uma outra cultura na freguesia. Não quer dizer que a cultura das pessoas não seja boa, mas haverá misturas de diversas culturas e um maior dinamismo.

«Não acredito no projecto Costa do Sal»Entrevista a Manuel Bogalho, Presidente da Junta de Freguesia de Gafanha da Boa Hora

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O que começou por ser pedidos de amigos ou umas dicas aqui e outras acolá, acabou por se transformar na única escola de surf do concelho de Vagos.Concebida por Bruno Maria, que entretanto, perante tantos pedidos, decidiu apostar na sua formação de treinador de surf, a Secret Surf School é agora procurada por centenas de pessoas todos os anos. Formalizada em 2009, com todos os equipamentos e acessórios necessários para a aprendizagem ou para a prática da modalidade, a escola tem vindo a ensinar miúdos e graúdos nesta praia. «O ano de arranque foi excelente, mas no ano passado foi ainda melhor; tivemos mais pessoas a visitar e procurar a escola e, para isso, também as parcerias com diversas instituições locais e regionais ajudaram», vinca o gerente da escola.E engane-se quem pensa que este é um desporto só para homens. «Somos procurados por ambos os sexos – aliás, julgo que os números estão equilibrados – mas nota-se que as raparigas têm mais respeito pelo mar e, por isso, talvez nos procurem mais para ter maior segurança; já os rapazes são mais autodidactas e sentem-se mais confi antes para se aventurarem em cima das ondas», afi rma.E porquê a Praia do Labrego? Para os entendidos, esta não será a melhor praia para surfar, mas, pelo contrário, o facto de estar protegida pelo esporão e da ondulação não ser tão forte são dois aspectos excelentes para a aprendizagem.

Região voltada para a modalidade

A cada ano que passa, a modalidade vai ganhando terreno. Prova disso é o surgimento de novas escolas - «no ano em que a Secret Surf School foi criada surgiram mais duas e no ano passado foram cinco» - e de todo o negócio ligado ao mundo do surf. Sobretudo pelas praias da região, não é difícil encontrar uma loja de acessórios, surf houses, alojamento para surfi stas, ou até mesmo o conceito do surf nos bares. «Também as praias da região têm sido palco de etapas de surf, o que ajuda a promover», acrescenta.Paralelamente, o assinalar do Dia Internacional do Surf tem sido um meio promocional da modalidade. No ano passado foi comemorado, em Vagos, com aulas gratuitas, demonstrações e muita animação musical. Este ano o dia vai ser assinalado a 19 de Junho. Neste momento, Bruno Maria encontra-se a estabelecer parcerias e a obter patrocínios para poder prolongar o dia durante todo o fi m-de-semana, com aulas e demonstração durante o dia, e com concertos musicais à noite. «A ideia é promover o surf num ambiente festivo», sustenta.Até lá (início da época balnear), quem quiser aprender a surfar só tem que entrar em contacto com a escola, sedeada junto ao paredão do Labrego, e fazer a inscrição prévia na página www.secretsurfschool.com. Durante o Verão basta dirigir-se à escola e inscrever-se no local.

Na Praia do Labrego

Secret Surf Schoolna boa onda

A Escola Profi ssional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV) é um estabelecimento de ensino algo diferente de todos os outros. Para além do facto de se tratar da única escola profi ssional do concelho de Vagos, é também uma escola com um nascimento «de cima para baixo», de acordo com o seu director. É que “nasceu” em 1990, fruto de uma parceria entre a Escola Secundária, a Cooperativa Agrícola e a Câmara Municipal de Vagos. Inicialmente intitulada Escola Profi ssional de Agricultura de Vagos (EPAV), começou por funcionar nas instalações da Secundária e por aí se manteve, durante dois anos, até ser “transferida” para o Edifício João Grave. «Na altura em que foi criada, tinha apenas duas turmas e a exploração, para as aulas práticas, em Lombomeão (Vagos). Depois, candidatámo-nos ao PRODER em 1998 e, em 2000, viemos para as infra-estruturas que hoje existem na fl oresta da Gafanha da Boa Hora», recorda Fernando Santos.

Actualmente, a EPADRV oferece 14 cursos profi ssionais nas mais diversas áreas (agrícola, restauração, manutenção, energias renováveis, animador sociocultural e técnico de turismo), possuindo ainda três turmas de Cursos de Educação e Formação (CEF) de jovens que apresentavam algumas difi culdades no percurso escolar dito normal (duas turmas no curso de tratamento e desbaste de equinos e uma de assistente comercial), duas turmas de Educação e Formação de Adultos (EFA) diurno, dando equivalência do 12º ano aos formandos (nas áreas de Higiene e Segurança no Trabalho e Pecuária/Bovinicultura), e no regime pós-laboral são quatro turmas, na área da Acção Educativa. «No total, temos 380 jovens a frequentar os cursos profi ssionais e CEF, 40 adultos em processo de EFA diurno e 50 em horário pós-laboral. Nestes números estão excluídos os formandos do Centro de Novas Oportunidades que aqui funciona, e que tem um número signifi cativo de formandos que estão

em processo de reconhecimento e avaliação de competências», explica. De salientar que a EPADRV tem 85 professores e 22 operacionais.

A escola que nunca pára

É desde o ano lectivo passado que o funcionamento desta escola alterou. Agora, os alunos dedicam-se, na parte da manhã, às disciplinas mais teóricas, fi cando, deste modo, a tarde reservada à colocação dos conhecimentos adquiridos em prática. «Ponderámos e verifi cámos que é uma opção que traz benefícios quer à produção, quer à formação dos alunos». É que são os alunos, nas suas aulas práticas, que tratam dos hectares destinados à agricultura ao ar livre e em estufas e dos animais da quinta pedagógica, da vacaria e do centro hípico. «Quando não conseguimos, nas instalações da escola, responder às necessidades que cada curso exige, estabelecemos protocolos com entidades locais e da região para as conseguirmos, não só na componente de horário curricular (aulas práticas) como também em formação em contexto de trabalho», garante.

Numa questão de partilha de saberes, e no âmbito de protocolos estabelecidos com a Câmara Municipal de Vagos e outros organismos internacionais, a EPADRV já qualifi cou alunos oriundos dos PALOP, sobretudo provenientes de S. Tomé e Príncipe. «Esse protocolo foi estabelecido com vista a duas vertentes: a de responder à formação cá para jovens saotomenses, e a de proporcionar formação lá com formadores de cá. Temos respondido com mais frequência à primeira, ao receber todos os anos dezenas de jovens, que frequentam os mais variados cursos». No entanto, e segundo o director, apenas 5% dos alunos regressa à sua terra natal para colocar em prática os conhecimentos adquiridos, o que faz com que «o esforço dos Estados Português e de São Tomé e Príncipe fazem para formar estes jovens não tenha

grande retorno», lamenta.

Novos projectos em vista

À medida que os anos vão passando, a exigência e ambição por parte da direcção vão aumentando. As lacunas existem e estão referenciadas, como admite Fernando Santos, mas os projectos são «mais que muitos». Fundamental, para já, é a construção de balneários para dar apoio ao polidesportivo descoberto, utilizado pelos alunos na disciplina de Educação Física.

Para além do apiário e da criação de bovinos, vai avançar em breve um novo projecto. Trata-se de um projecto de investigação na área das energias renováveis (mais concretamente recorrendo a painéis solares) para aquecimento de estufas. «Estamos à espera de um parecer mas esperamos iniciar em breve a construção de três estufas com uma área total de 900 m2. É um projecto que foi candidatado à medida 4 – Inovação e Investigação, do PRODER, em parceria com a Quinta da Agras (entidade privada da região), e cujo objectivo é investigar a rentabilidade do sistema e produzi-lo em larga escala», anuncia. Representando um investimento de 1.200 mil euros (comparticipado em 800 mil euros), a parceria integra ainda a Universidade de Aveiro, a Escola Superior Agrária de Coimbra e a Universidade de Oslo, entidade que possui o “know how” desta tecnologia.

Outro “sonho” é a unidade de transformação. «Seria sempre uma mais-valia para a escola», afi ança, sublinhando que perante o decréscimo do preço do leite, esta unidade permitiria valorizar o conhecimento dos alunos, mas também ser uma «fonte de rendimentos» com a venda (na Loja da EPADRV, que serve de «montra» de tudo o que se faz e produz na escola) dos derivados do leite, como a manteiga, o queijo normal e fresco ou os iogurtes.

EPADRV sempre em ascendente

DR

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A Junta de Freguesia saúda os seus habitantes bem como os seus emigrantes espalhados pelo mundo, e dá as boas vindas a todos os turistas.

A enxada, a forquilha ou o ancinho foram alfaias agrícolas utilizadas antigamente para a prática agrícola, mas agora só servem para enriquecer o “museu” particular de Silvino Tomás. Há já vários anos que este agricultor da Gafanha da Boa Hora, com 65 anos, foi “obrigado” a optar pela mecanização da agricultura.Neste momento, faz produção em cerca de 20 hectares de terrenos próprios, cedidos gratuitamente ou arrendados na freguesia e, mais a norte, numas quintas próximas da Costa Nova (Ílhavo). «Só aqui no concelho de Ílhavo são cerca de 13 hectares», vai afi rmando com o olho no tractor que leva três pessoas e se encontra a plantar cebolo. «Diariamente, não tenho ninguém a trabalhar para mim, mas em dias como este, em que temos que plantar muita coisa em pouco tempo, tenho que pedir a algumas pessoas que façam umas horitas». Mas as máquinas não são usadas apenas para a plantação do cebolo. «Tenho desde semeadores pneumáticos a plantadores semi-automáticos ou arrancadores de batatas automáticos, que custam muito dinheiro», lamenta, garantindo que as alfaias agrícolas antigas «são para a risota». No entanto, guarda-as com muito carinho na sua casa e «não são indiferentes às pessoas que lá vão». Perante o investimento de uma «vida inteira» nas máquinas que possui, critica o facto de não haver subsídio para as

renovar, tal como existia subsídio para o abate de um automóvel na compra de um novo.

Pesca preterida à agriculturaAgricultor desde que se lembra, Silvino Tomás passou parte da sua vida dedicada também à pesca. Andou à pesca do bacalhau e depois tinha uma traineira e dedicava-se à arte xávega na Praia da Vagueira. «Fui eu e outros dois os responsáveis por esta arte ainda hoje existir; eu complementava a pesca com a agricultura e passei a usar os tractores para puxar as cordas, aliás, fui eu quem inventou os aparelhos que hoje puxam as redes», afi rma orgulhoso. No entanto, deixou a pesca quando um dia foi pagar 120 escudos de uma semana de trabalho a um pescador e «a mulher lastimou-se por ser tão pouco. Foi aí que decidi terminar com a pesca e dedicar-me à agricultura», recorda.Hoje, dedica-se principalmente à produção de batata, mas tem áreas substanciais dos mais variados tipos de couve, fava, ervilha, cenoura ou cebola. «É uma forma de satisfazer as necessidades dos nossos clientes e sempre ganhamos mais em cada viagem».Apesar da ajuda das máquinas, este é um trabalho que não tem descanso. «De manhã à noite, faça chuva, sol, frio ou calor, Silvino Tomás e a esposa dedicam-

se à produção ou à colheita. «Apenas ao domingo é que o trabalho não reina. É dia de ir à missa e estar a descansar com a família» mas, nem assim pode deixar de lado o telemóvel, porque a todo o momento surgem os pedidos de encomenda para o início da semana.Homem que não descura a formação relacionada com a área e sector, Silvino Tomás não deixou que os três filhos se tornassem «escravos» da agricultura. Ao ver o cada vez maior abandono da terra - «tenho dois colegas que já disseram que vão deixar esta vida» -, afi ança que «o investimento é muito grande e não tem retorno». E depois as catástrofes naturais (avanço do mar, geada, ventos fortes e outros) causam muitos prejuízos e os seguros estão desadequados à forma de trabalho dos agricultores (por exemplo, o seguro contra geada inicia a partir de 15 de Abril, altura da colheita da batata). «Há rapaziada nova que se mete nesta vida, pensando que é fácil e que consegue ganhar muito com uma colheita de dezenas de toneladas de determinado produto, mas esquece-se que tem que se pagar a sementeira e o seu tratamento, porque o factor produção está muito caro, e depois acabam por desistir», lamenta. Também ele confessa que «começo o ano com dez e acabo com oito. Mas tenho 65 anos, agora já não vou mudar de vida…».

Faça chuva ou faça sol

Agricultura vai resistindona Boa Hora

Não sabe ao certo há quanto tempo existirá a arte xávega na Praia da Vagueira, mas de uma coisa tem cem por cento de certeza: esta é a profi ssão escolhida pelo seu avô, herdada pelo seu pai e que, agora, é praticada por si, pelo seu irmão e irmã.Chama-se António Maltês, como o pai, mas é mais conhecido por Tonito. As primeiras memórias que se lembra dizem precisamente respeito a esta vida. «Comecei aos 8 anos, e vinha para aqui ajudar depois das aulas. E se antes já gostava, agora que eu e os meus irmãos tomámos conta da companha que era do meu pai ainda gosto mais. Mesmo que o mar esteja ruim sinto a necessidade de vir aqui todos os dias ver o mar, porque me dá uma alegria grande só de olhar para ele; fomos habituados a isto. Se a arte xávega terminar, “acaba” a Vagueira», afi rma.Uma paixão que perdura mesmo que as despesas sejam «enormes». Seguro das máquinas e dos homens, tractores, vencimentos, tudo pesa na conta em cada fi nal do mês. «Mas olhe, vamos andando, para não deixarmos a tradição morrer», diz, lamentando o facto de não existir nenhum subsídio para quem trabalha nesta área e está impossibilitado de trabalhar por causa do estado do mar. Como costuma dizer, rindo-se, «o nosso barco chama-se Vencedor, mas é só no nome».

Tradição já não é como era

Para os (poucos) que não sabem o que é, a arte xávega é um tipo de pesca que se encontra em vias de extinção. Na costa portuguesa, poucas são as companhas que dedicam a este tipo de faina, mas Vagos tem duas na Praia da Vagueira e outra no Areão. É um tipo de pesca por arrasto mas com a diferença que o barco sai de terra deixando já um cabo que está sempre ligado a este; afastando-se cerca de 800 ou 900 metros da praia, dá a volta e vai largando as redes, cujos cabos são depois puxados por tractores. Antigamente as redes eram puxadas por juntas de bois amarelos, uma tradição que é recriada pela autarquia vaguense durante a época balnear. «Sempre que há arte xávega vê-se muitas mais pessoas na praia, à espera de ver o peixe a saltar nas redes; quando vêm os bois, o cenário fi ca ainda mais lindo e as

pessoas fi cam a contemplar do princípio ao fi m», refere Tonito Maltês. Se o mar apresentar boas condições para entrar e «se der bom peixe», os pescadores trabalham sempre ao longo de toda a safra (desde Abril até Setembro ou Outubro), caso contrário «damos um lance de manhã e outro à tarde». Quanto aos bois, Tonito Maltês gosta de recordar os seus tempos de infância, quando o pai tinha três juntas de bois dele a operar no areal. Agora, são os pescadores que não gostam muito «porque lhes exige mais trabalho e mais cuidados, e porque os bois já não estão habituados a este trabalho, para além de que as redes são maiores e mais pesadas para os bois conseguirem puxar sem ajuda dos tractores».

Pescador tem sempre que fazer

Quando não dá para ir ao mar, «gastamos o que ganhámos antes», lamenta, garantindo, no entanto, que não deixa de haver ocupação, seja a remendar as redes, tratar do “Vencedor” que conta com mais de 20 anos, ou tratar de alguma peça avariada dos tractores. «Além disso, quando o meu pai faleceu deixou um barco que sai à barra, com redes de malha, e «volta e meia vou com o meu fi lho e mais um pescador», diz, antevendo para breve a saída do fi lho de 21 anos desta vida. «Ele gosta muita da pesca, mas tem as suas despesas. E eu também não conseguirei fazer aquilo que o meu pai fez comigo: ajudá-lo na construção de uma casa». «Deixa-me triste saber que o meu fi lho poderá não seguir as pegadas do meu avô e pai, mas ele tem mesmo que tomar outro rumo», remata.Paralelamente às «muitas despesas», a companha foi, recentemente, alvo de vandalismo. «Alguém nos queimou as redes que estavam num atrelado, aqui fora, com ácido». O processo está a ser investigado pela Polícia Judiciária e Polícia Marítima. Cada rede nova custa perto de 20 mil euros e arranjar as danificadas deverá custar 15 mil no total. Tonito Maltês já conseguiu apoio por parte da autarquia, aguardando também pela construção de dois armazéns com melhores condições e espaço para todo o material da companha, previstos no âmbito das obras de requalifi cação da Praia.

Heróis do mar

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A falta de resposta para as graves carências sociais da freguesia da Gafanha da Boa Hora levou à criação da Associação Boa Hora e do seu Centro Comunitário. «A associação foi fundada em 1996, para criar uma estrutura de apoio abrangente, face ao estado deplorável em termos sociais que havia na freguesia. Já nessa altura havia pobreza e a agricultura e pesca estavam em declínio. O levantamento desse ano apontava que 80% dos problemas sociais do concelho estavam nesta freguesia», explicou ao Ponto o fundador e presidente da direcção, Manuel Bogalho.As obras do Centro Comunitário daquela associação começaram em 2001, num terreno cedido pela autarquia junto à Igreja matriz, mas apenas foram concluídas em 2005. O edifício que hoje está erigido e totalmente pago, «custou cerca de 1,2 milhões de euros, se incluirmos o valor dos equipamentos e mobiliário», estima o presidente da instituição. Coloca à disposição da população valências de creche (23 vagas), ATL (22), componente de apoio à família (43), centro de dia para idosos (13), apoio domiciliário (16) e fornecem 100 refeições às crianças do 1º ciclo.O Centro Comunitário dá um contributo importante no desenvolvimento da freguesia e na criação de riqueza. Por um lado, providencia um espaço onde as famílias podem deixar crianças e idosos para poderem ir procurar trabalho. Por outro lado, adquire muitos produtos a

comerciantes da região e gerou 22 postos de trabalho, «a grande maioria ocupados por pessoas residentes na freguesia», explica o dirigente associativo. «Os tempos estão difíceis, mas houve uma transformação grande na Boa Hora porque as famílias sentem-se mais apoiadas».A associação ajudou, igualmente, a «mudar mentalidades e qualifi car pessoas», assegura Manuel Bogalho, relembrando que a Associação Boa Hora promoveu vários cursos, de equivalência ao 9º ano e formação profi ssional. Foram abrangidas «cerca de 45 pessoas e poucas estão hoje desempregadas».

Lar por construirPara Manuel Bogalho, o «sonho» não está completamente realizado. «Ansiamos mais. Temos um lar para fazer», diz. «Candidatámos o projecto uma vez e não foi aprovado. Fomos avisados que não estavam assegurados fi nanciamentos. Mas temos pareceres favoráveis das entidades e continuamos à espera de outras oportunidades para apresentar candidatura», diz, admitindo que seria um contributo importante para dar um descanso de qualidade aos idosos e muitos emigrantes que partiram da Boa Hora há décadas, em busca de uma vida melhor.

Apoio igual para realidades distintas«A lei de apoios da Segurança Social é igual

para as instituições de todo o país, mas as realidades são diferentes em cada zona do país», revela Manuel Bogalho. Segundo ele, há um fi nanciamento tripartido: Segurança Social (igual em todo o país), uma parte da família (fi xada em função do rendimento) e o resto tem de ser suportado pela instituição. Como nesta região, «a população é muito pobre, os rendimentos são baixos e a verba paga pelas famílias é menor que nas grandes cidades, por exemplo. Isto obriga a um grande esforço e maior disponibilidade fi nanceira da associação», desabafa. «Andamos eternamente com as calças na mão, enquanto há outras instituições que são autênticas fábricas de fazer dinheiro», compara.Em tempo de crise, as difi culdades agudizam-se e «caem em cima» da instituição. «Temos famílias que fi caram desempregadas ou têm outros problemas e fi cam até três meses sem pagar as mensalidades dos familiares, o que é insustentável para nós. Vamos avisando e ajudando até ao momento em que lhes digo que não podem continuar, porque senão temos de fechar as portas e depois não há serviços para ninguém», descreve.Manuel Bogalho, hoje com 68 anos, está envolvido em causas sociais desde os 14 anos. Fundou e assegura desde então a presidência da Associação Boa Hora, mas manifesta-se «cansado» e admite que gostaria de «encontrar alguém que aguentasse a gestão. Mas não há interessados», lamenta. ZC

Centro Comunitário minorou problemas sociais da freguesia mais pobre do concelho

As Irmãs de S. José de Cluny, uma congregação missionária criada em 1807 pela francesa Ana Maria Javouhey, chegaram à Gafanha da Boa Hora em Dezembro de 1975. Inicialmente eram quatro, que foram sendo revezadas nesta missão por outras religiosas. Actualmente são as Irmãs Maria da Luz Santana, Paula Alves e Hermínia de Jesus que se desdobram diariamente para atender às necessidades dos fi éis e carenciados da localidade. Fixaram-se a pedido do bispo da diocese, na humilde casa paroquial. Assumem «grande parte do trabalho da paróquia, desde o cartório, pastoral de catequese, juvenil, apoio a movimentos, pastoral do doente, preparação de matrimónios e baptizados e renovamento carismático», descreve a Superiora, Maria da Luz Santana. A religiosa de Leiria assumiu a sua vocação em 1963, altura em que fez os primeiros votos. Passou por Moçambique, Angola, Açores, Braga, Alentejo, Lisboa e instalou-se na Boa Hora em 2007.Hoje, aos 70 anos, é a responsável por coordenar tarefas diversas e aliviar as difi culdades de uma paróquia com cerca de 3 mil fi éis. «Para além do trabalho burocrático na paróquia, fazemos acolhimento às pessoas, visitas aos doentes, ajudamos a distribuir roupa e alimentos com outras organizações, recebemos pessoas que vêm procurar ajuda material, partilhar difi culdades ou simplesmente pedir orientação», diz, garantindo que a congregação de S. José

de Cluny está «completamente enraizada na comunidade. As pessoas recorrem a nós quando têm difi culdades e nós estamos disponíveis para ajudar no que pudermos».O povo da Gafanha, diz a Superiora, tem uma «prática religiosa muito grande e está receptivo à fé cristã», a avaliar pela quantidade de pessoas que frequentam a eucaristia e pedem os sacramentos. Para além disso, é de registar o facto de haver «muitas pessoas carenciadas». Neste momento, há 104 famílias que estão a ser apoiadas com géneros alimentares e roupas, «a maioria gente nova mas desempregada, com rendimento mínimo ou salários baixos, pessoas separadas…».Discretas mas também disponíveis e trabalhadoras, as Irmãs gostariam de retomar algumas das «formações para mulheres», sejam cursos de costura ou outros ensinamentos, como faziam há anos atrás. É um dos desejos que guardam e aguardam para ver concretizado, assim como a construção de novas instalações junto à igreja, um processo que «está a ser negociado», disse a Superiora, escusando-se a avançar pormenores. A esperança e a fé mantêm-se sem vacilar.A longevidade e o trabalho da congregação de S. José de Cluny tem dado frutos também a nível de vocações. Há, pelo menos, nove consagradas oriundas do município. Três estão em trabalho missionário no Brasil, uma em Angola e as restantes espalhadas pelo país. ZC

Associação Boa Hora

Religiosas de S. José de Cluny cuidam da paróquia há mais de três décadas

Especial Freguesia de Gafanha da Boa HoraEspecial Freguesia de Gafanha da Boa HoraO Ponto | 16/VI O Ponto | 17/VII

Fábrica: Gafanha do Areão, 4043840-265 GAF. BOA HORATel. 234 797 358

Exposição: R. Prof. F. Corujo, 73 r/c3830-524 GAF. ENCARNAÇÃOTel. 234 361 920

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Page 7: Boa Hora, a minha freguesia

«Esta região não tinha nada no género e sentíamos que a freguesia da Gafanha da Boa Hora merecia e precisava de ter um espaço que promovesse a arte e a cultura local e da região». É assim que Aldina Ribeiro descreve o “nascimento” da Casa do Chá e da Cultura Perlimpimpim, na Praia da Vagueira. Gerindo o espaço com a sua sobrinha Alda e o fi lho Tiago, Aldina Ribeiro confessa que a abertura do espaço surgiu para fazer face ao «”bichinho” que sempre existiu em mim muito virado para a arte», dando uma «forma interessantíssima» de dar utilidade à casa da família que estava praticamente disponível mas que «sempre representou um valor sentimental muito grande para a família». Tratou-se, no fundo, de «pôr em prática aquilo que gostávamos de fazer», acrescenta.Todas as quinzenas (ao longo do ano) ou todas as semanas (durante o Verão), a Perlimpimpim é a casa de um novo artista. É que na galeria são inauguradas exposições variadas nas áreas de pintura, escultura ou cerâmica. «Está ocupada todo o ano e neste momento já estamos a agendar para Abril de 2012», afi rma orgulhosa pela procura que o espaço tem tido nos últimos dois anos. «Somos procurados por pessoas de todo o país, de Norte a Sul, e até mesmo no interior», pelo que, por vezes, é necessária uma selecção dos artistas. Para tal, contamos com a ajuda de algumas pessoas com capacidade para analisar, e os trabalhos que tiverem qualidade são depois agendados». Quando questionada se gostaria de ter algum artista em concreto a expor na galeria da Perlimpimpim, mesmo não referindo nomes, Aldina Ribeiro responde afi rmativamente, garantindo que os contactos e convites «estão a ser estabelecidos». Aconteceu isso com o vaguense Fernando Gaspar, que este ano comemora 25 anos de carreira. «Foi muito gratifi cante tê-lo aqui, e desconhecíamos que fosse a sua primeira exposição no seu concelho».Para além da galeria, a Perlimpimpim possui ainda um espaço destinado ao artesanato feito pelos artesãos locais e aos workshops das diversas áreas artísticas (neste momento é de pintura em tela), e uma biblioteca com livros que podem ser lidos em qualquer espaço desta casa de cultura. «Com alguns projectos ao nível da promoção da leitura, como é o caso do concurso de poemas que está a decorrer agora, temos ainda a troca por troca, em que determinados livros podem ser trocados por outros por qualquer pessoa», explica, acrescentando que vai servindo de «suporte» ao longo do ano para todos os «eventos culturais que fazemos em termos literários»,

nomeadamente no lançamento de livros ou festas destinadas aos mais pequenos. Tem ainda a sala dos fantoches, que faz a delícia dos miúdos mas também dos graúdos, que aproveitam o fantocheiro para inventar histórias de encantar à pequenada. «Pode ser usado diária e livremente».

Diversos sentimentos reunidos no espaço e na palavra

Por ser uma casa de cultura e pretender dinamizar a actividade cultural da freguesia, um dos sonhos de Aldina Ribeiro passa pela reactivação da Associação Cultural e Recreativa da Gafanha da Boa Hora. A associação teve, há cerca de 30 anos, um rancho folclórico e um grupo de teatro e, com a sua reactivação, «este poderia ser um espaço de actuação», menciona. E porquê o nome “Perlimpimpim”? «Essa é uma questão que todos, ou quase todos, nos fazem», começa por dizer, rindo-se. Aldina Ribeiro garante que «não foi fácil arranjar o nome», nem mesmo com as sugestões e propostas dadas por amigos, familiares e conhecidos. «Não chegámos a qualquer conclusão porque queríamos uma palavra única mas que dissesse muita coisa. Nesta palavra conseguimos reunir tudo aquilo que pretendíamos: música, movimento, arte, magia, crianças, sentimento, dinamismo…», explicita, garantindo ser uma palavra «bem portuguesa», ao contrário do que muitos possam pensar. E nem o facto de ser uma palavra muito grande poderia trazer qualquer tipo de problema. «É tudo uma questão de hábito, e as pessoas poderiam acabar por usar diminutivos – como “pimpim” ou “pim” –, tal como está a acontecer. É uma palavra sonante, que fi cou, que nos agradou e que agora nos agrada muito mais agora, e que agrada também às pessoas».

“A união faz a força”. Foi com base nesta premissa que um grupo de empresários da Praia da Vagueira se decidiu unir, no ano passado, e constituir a Associação de Empresários da Vagueira (AEVagueira). A ideia desta associação é, segundo Paulo Moreira e João Real, dois dos membros fundadores, «unir esforços dos empresários, criando sinergias para que haja um movimento mais forte em prol do desenvolvimento e do dinamismo da Praia da Vagueira, coisa que cada um, individualmente, não conseguiria». O primeiro passo será a promoção da praia com a parceria da autarquia e das entidades que tutelam a área, acrescentam, adiantando que «é nossa intenção tentar intervir e opinar em todos os projectos que estão previstos para a Vagueira e sobre todo o trabalho que tem sido feito».Apesar de ter sido criada no ano passado (altura em que promoveu uma acção de sensibilização com as crianças da freguesia), a AEVagueira ainda se encontra numa fase «muito embrionária», tendo sido efectuada a sua escritura pública no passado dia 17 de Fevereiro. «Temos dez associados fundadores, mas o nosso objectivo, a partir de agora, vai ser trilhar o caminho e tentar atingir os objectivos a que nos propusemos», garante Paulo Moreira. Para tal, vão convidar os empresários e donos dos estabelecimentos comerciais da Praia e da freguesia para se associarem e partilharem estas ideias (são cerca de cem em toda a freguesia). «A vertente turística será sempre a grande mais-valia que pretendemos promover, por isso queremos promover a formação dos empresários e colaboradores, qualifi cando o sector e os serviços que aqui são prestados», diz João Real.

Necessidade de uma nova imagem

Lamentando que as praias do concelho «não estejam a ser bem vendidas», a ideia é revolucionar esta área com a criação de uma nova imagem e valorizar os «pontos fortes» que a Praia possui para atrair mais turistas. «Nós deparamo-nos agora com uma praia com um lote para hotel com 400 m2. Nenhum empresário vai investir nesta zona se ela não tem condições para oferecer a quem nos visita», vincam, explicando que o papel da AEVagueira tem sido no sentido de alertar e apontar soluções para «algumas falhas» verifi cadas nas obras de requalifi cação da Praia da Vagueira. «Vamos estar atentos e ser interventivos de uma forma produtiva», sublinham, satisfeitos com os contactos que já foram estabelecidos com a autarquia relativamente a este e a outros projectos.E quais as ideias/projectos que sugerem para a Praia da Vagueira? «A desanexação de uma área que permita ter um complexo turístico que não uma pequena residencial; e sugerir que a construção de lojas no rés-do-chão dos blocos de apartamentos seja opcional, sobretudo nos que estão mais distantes do movimento comercial, porque têm tendência a fi car desocupadas, transmitindo um aspecto de abandono», são alguns dos objectivos da associação. Para já, e tendo em vista o Verão que já vem próximo, os membros da AEVagueira têm já agendadas reuniões com a autarquia para discutir o programa de animação da época balnear “Animar Vagos”. «Outro foco da nossa acção é o posto de turismo que, na nossa opinião, deverá funcionar de forma mais activa durante mais tempo», adiantam os porta-vozes da comissão instaladora.

Perlimpimpim

Casa de chá, cultura e… muita magia

Associação de Empresários da Vagueira quer dinamizar Praia

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Como surgiu a Gafanha da Boa Hora? Qual a história da sua fundação? Ninguém melhor do que Ernesto Ferro, um fi lho da terra, para responder a estas questões, um agricultor que dedica o seu tempo livre a pesquisar e recolher informação sobre a matéria, possuindo actualmente centenas de documentos. E foi o seu avô, o padre Manuel das Neves Ferro, que o levou a iniciar este trabalho. Foi o primeiro padre local que accionou a lei do culto, que separava a Igreja do Estado, e «comecei a pesquisar sobre ele por curiosidade em saber mais sobre a afronta ao poder que efectuou na altura, uma vez que ele tinha um fi lho, apresentando-o como tal, bem como a mãe do seu fi lho. Em Louriçal, no ano de 1919, o Bispo de Coimbra confrontou-o com esta realidade e o meu avô afi rmou que se tinha sido pecador por constituir família, mais seria se a abandonasse». «Não tocaram o sino quando ele morreu, por ser considerado um padreca, um padre menor», disse. Foi infl uenciado, também, a iniciar a sua pesquisa, “Monografi a da Gafanha”, escrita pelo pelo padre João Vieira Resende.

Para Ernesto Ferro, a fundação de toda a estrutura deste território assenta no reinado de D. Sancho I e na criação da capela da ermida de Santa Maria de Vagos, construída a poente da actual capela, cuja padroeira foi a dos gafos durante muitos anos. No reinado de D. Afonso V, a prioreza Clara Fernandes Coutinho, do Convento de Recião (Lamego), disputou os direitos. O pai, Vasco Fernandes Coutinho, senhor de Lamego, Trancoso, Marialva e Meda, I duque de Marialva, pediu ao Bispo em 1435 para que se dessem os rendimentos da Sé ao convento. O Bispo cedeu, mas denunciou-a ao Papa e excomungou-a quando ela fez constar que o convento seria habitado por religiosos homens e mulheres. Refugiando-se em Cantanhede, Clara Coutinho veio disputar a gelfa com o Mosteiro de Grijó. «Ela admitia que tinha os direitos dados por Afonso V, mas os de Grijó admitiam que tinham mais direitos que ela porque foi D. Sancho I quem lhes deu esse privilégio. Nessa disputa era furtada, de quando em vez, a imagem da Santa de Vagos para Cantanhede e consequentemente iam os frades de Grijó buscá-la para a ermida deles, dando origem as lendas que hoje são conhecidas», explicou.

Fundador da Vista Alegre dá nome à Gafanha

Foi a padroeira dos gafos que teve grande infl uência no nome desta freguesia e das restantes gafanhas. «O padrinho foi um homem muito ilustre no seu tempo: D. Manuel Moura Manuel, reitor da Universidade de Coimbra de 1690 a 1695, e bispo de

Moimenta do Douro, Miranda do Douro e Bragança de 1695 a 1699. Criador da Vista Alegre, denominou o território em frente de “Gafanha da Boavista” e ao norte a Gafanha “d’Além». Do Palácio da Vista Alegre era visível a ermida de Santa Maria de Vagos.

Surge, depois, a venda da gelfa como território do rei, onde nada se podia fazer sem a sua autorização. O senhor de Vagos era João Gomes da Silva, «clã muito poderoso» e «senhor de sítios muito importantes», como o palácio onde hoje habita o Presidente da República, e o actual palácio dos coches era a cavalariça dele. D. Afonso V deu o padroado de Vagos com a sua gelfa, que tinha um rendimento muito grande - o último é de 1817, feita pelos Jerónimos, cujo rendimento era dois contos e setenta mil reis em dinheiro, quatro galinhas pelas festas de São Tiago, quatro carneiros, 30 alqueires de milho, 30 de sal, 30 de trigo, 2 de azeite para a candeia do santíssimo para a Igreja de S. Tiago, para S. Marcos e para o convento de Selas que também era sua propriedade». O senhorio propõe a cedência de parte do território da gelfa, de 300 metros do rio para nascente, que vai desde a actual Gafanha da Encarnação até ao termo do concelho de Vagos. Cedeu, em 1827, ao fundador da Vista Alegre e, quando faleceu em 1839, os herdeiros venderam a vários povoadores, «um dos quais o meu bisavô, oriundo de Fonte de Angeão».

De salientar que, em 1895, Albert Escolme, cidadão inglês, pediu aos Municípios de Mira, Vagos e Ílhavo, autorização para construir uma via-férrea de Cantanhede à Barra de Aveiro. Todos deram autorização, e o de Vagos deu 50 metros de largura em toda a sua extensão para construção da via e mais 400 metros para apoio ao serviço. «A empresa faliu em 1902, por uma dívida de três contos à Companhia Financeira das Beiras, de Coimbra. Todo o seu património foi vendido em 1905 pelo Tribunal de Vagos, estando a máquina e vagões de transporte de passageiros e mercadorias no Parque de Campismo de S. Pedro de Moel», conta Ernesto Ferro. Só em 1922 é que os empresários da Financeira venderam o território localizado entre o mar e o rio.

«Para saber a história da freguesia é, portanto, necessário e fundamental fazer um roteiro cultural», afi ança, apontando o Convento de Recião, o Santuário de Santa Maria de Vagos, o Couto de S. Romão (em Santo André de Vagos), o palácio de S. Marcos (onde está sepultado o senhorio de Vagos) e o parque de campismo de S. Pedro de Moel como alguns dos pontos a visitar.

Cinco fi lhos (três fi lhas e dois fi lhos), 20 netos, 44 bisnetos e 13 trinetos (a mais velha já com 18 anos!). No total, são 82 os descendentes directos de Maria da Nazaré, nascida e criada na Gafanha da Boa Hora, hoje com 105 anos, que demoraram mais de quinze minutos a serem contados pelas duas fi lhas Durcelina (75 anos) e Francelina Fresco (72), juntamente com a neta Lucinda Rocha (49) e o bisneto Márcio Domingues (31).Deitada na cama onde sempre se deitou toda a vida, na casa onde sempre viveu, Maria da Nazaré conta com o apoio das três fi lhas e familiares, e dos fi lhos e noras apenas quando vêm de férias do Brasil, país que escolheram muito novos. Para ter melhores condições, as fi lhas chegaram-na a levar para casa de Francelina, mas «durante quatro dias não comeu e só dizia que queria voltar para a sua casa». «É nossa mãe e não a podemos abandonar», acrescenta Durcelina, que, tal como a sua irmã, tem passado algumas noites em casa da mãe, sobretudo nos dias em que está doente ou se sente pior. São elas que lhe dão de comer, que a lavam, tratam da sua higiene pessoal e a vestem. Contam ainda com o Serviço de Apoio Domiciliário, da Associação Boa Hora, que traz refeição e as ajuda. «Ela sempre foi muito doentinha. A mãe morreu quando tinha 10 anos e, passado pouco tempo, ela teve uma meningite, que lhe afectou uma das pernas», contam as fi lhas a O PONTO à porta de casa, mas sempre com um olho posto na mãe. Há anos, foi operada a uma vista, que é a única que ainda vê. «Ela costurava aqui para casa e para os fi lhos mas, de vez em quando, costurava para fora. Todas as semanas cozia broa, e era isso que nos matava a fome», recordam. Sem nunca terem ido à escola, não sabem

ler, mas desde novas foram ensinadas a trabalhar a terra para ajudar a sustentar a família e «pôr os irmãos» na escola. «Era uma miséria e passávamos muita fome. Com oito anos aprendemos a semear as terras e vivemos sempre da agricultura, em terrenos nossos e outros arrendados. Passámos muitas difi culdades, mas com a ajuda do nosso pai, que cortava umas barbas e cabelos e apanhava peixe na ria, conseguimo-nos criar todos bem e hoje somos todos amigos», conta Durcelina. De acordo com a irmã, o pai sempre foi «muito saudável» e «nunca tomou um comprimido», mas o cancro da próstata tirou-lhe a vida aos 93 anos. «Foram mais de 70 anos de casamento e a trabalhar para os cinco fi lhos que foram criados nesta mesma casa», recorda.Hoje, Maria da Nazaré não ouve bem e já mal vê, apenas reconhecendo as fi lhas e os netos que moram ali perto. «É um orgulho poder conviver com a minha avó», refere Lucinda Rocha, fi lha de Francelina. Feliz com o facto da avó a conhecer pelo cabelo, relembra a comemoração do 100º aniversário com alguma emoção. «Foi uma grande festa que juntou a grande maioria da família e amigos, num total de 150 pessoas. A casa estava enfeitada com balões, a minha avó ainda conseguia estar na cadeira de rodas e até um rancho do Porto animou a festa». O seu fi lho Márcio lamenta não ter estado presente no dia. Aguarda agora pelo dia 5 de Junho, em que a sua bisavó comemora 106 anos. E qual será o segredo para tantos anos de vida? «Muita sopa de feijão com legumes do quintal, pouco sal e açúcar, pouca gordura…», diz, confessando, com a fi lha de 15 meses ao colo, nunca ter imaginado conseguir juntar cinco gerações na sua família.

Maria da Nazaré

Quase 106 anosa morar em Boa Hora

Ernesto Ferro

“Padreca” em boa hora

das 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19hdas 10h às 19h

Page 10: Boa Hora, a minha freguesia

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Especial Freguesia de Gafanha da Boa HoraEspecial Freguesia de Gafanha da Boa HoraO Ponto | 20/X O Ponto | 21/XI

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Makukula, Luna, Tobias, Brutus, Minnie, Pastel, Petra, Thor, Otília, Mariana, Clara, Tigre, Franjas, Savimby, Rusca, Pati… Estes são apenas alguns (poucos) dos (muitos) residentes da Gaticão. São cães que não tiveram sorte na vida, tendo sido desprezados, maltratados e abandonados. E não importa se são grandes ou pequenos, de raça ou rafeiros, novos ou velhos, todos têm uma história que contariam tristemente caso pudessem falar. Mas tiveram a sorte de encontrar quem fale por eles, a Gaticão – Associação dos Amigos dos Animais Abandonados. E as histórias são mais que muitas, algumas delas bem tristes. Tobias foi vítima de maus tratos e esteve doente com uma infecção, continuando com o tratamento à alergia de que padece; Alfa, Beta e Ró são três “bebés” com 3 ou 4 meses e que foram atirados por cima da cerca há pouco mais de duas semanas; Minnie foi largada de um carro em dia de temporal; e houve até uma ninhada de 4 cães que foi deixada à porta da Gaticão, à chuva e ao vento, tendo sido encontrados todos encharcados. Um acabou por não resistir… Estas e muitas mais histórias podem ser lidas em www.gaticao.org. Em todas elas, o fi nal termina com um apelo à adopção destes ou de outro “amiguinho de 4 patas”, devidamente esterilizado e com chip de identifi cação.

«Já vimos de tudo: cães que são amarrados ao nosso portão, cães que são metidos dentro de sacos e que são atirados cá para dentro como se de um saco de batatas se tratasse… são tantas as histórias que nos chocaram. Mas a escolher uma ou duas mais chocantes,

talvez me venha primeiro à memória uma cadela que ainda cá temos que foi regada com ácido e que foi recolhida em carne viva por nós; ou a Indy (que já foi adoptada), que foi recolhida de uma pocilga e não tinha pêlo mas sim pele esverdeada». Helena Silva, eleita presidente da direcção da associação no início do ano, mostra-se com sentimento de impotência perante «tanto maltrato» a quem não merece. No entanto, sente-se orgulhosa pelo trabalho que a Gaticão tem vindo a fazer desde 2002. «Um grupo de pessoas da Praia da Vagueira começou a recolher animais que andavam pela rua e, verifi cada a sua incapacidade para, individualmente, poder fazer mais, decidiu-se juntar e, num terreno em Ílhavo colocar os cerca de 20 cães». Um número que se foi multiplicando várias vezes até obter os cerca de 220 cães actualmente. Foi em 2004 que a associação foi formalizada e dois anos mais tarde, através de protocolo com autarquia vaguense, lhe foi cedido (por 30 anos) o terreno da antiga ETAR da Gafanha da Boa Hora. Em 2009, a Gaticão assumiu também a gestão de um espaço destinado ao canil municipal, cujos animais são depois acolhidos e dados para adopção sempre que possível.

Voluntários precisam-se

Com dois funcionários, o dia da associação inicia-se com a alimentação e medicação de todos os “hóspedes”. São cerca de 120 quilos de ração distribuídos em «três ou quatro horas». Segue-se depois a limpeza das boxes e dos espaços de areia. «A nossa

luta é, agora, conseguirmos mais umas vinte casotas de cimento para os cães que estão na areia e construir mais boxes. Queremos dar cor às boxes e criar uma zona onde os cães possam ser libertos por uns instantes, para não estarem sempre presos e limitados ao espaço. Outro dos nossos sonhos seria a construção de uma zona de chuveiros, para a higiene de cada um dos nossos animais», enumera Helena Silva, sensibilizando e apelando ao voluntariado. «Queremos mudar a nossa postura, abrir portas à comunidade local e a todos os que nos queiram ajudar nesta causa», vinca, sublinhando que a presença da associação na Internet (com a criação da página) e nas redes sociais (sobretudo facebook) trouxe voluntários do concelho, de Aveiro e do Porto.

Contando com o apoio «fundamental» da autarquia, a associação aguarda a construção, em breve, de novas instalações. «O incêndio, no ano passado, destruiu a nossa sede e instalações clínicas, para além de ter dizimado alguns dos nossos animais, apenas a Tripé conseguiu sobreviver», recorda. Com novas condições de trabalho, a presidente da direcção acredita que os voluntários surgirão e será possível cadastrar todos os animais, promovendo ainda melhor a sua adopção ou apadrinhamento. «E continuaremos a realizar actividades para angariação de verbas e recolhas de alimentos em diversos pontos da região (sobretudo junto das grandes superfícies comerciais), e a promover melhores condições para os nossos animais», garante Helena Silva.

Garça-Real

Clube de Voo

Voar pelo prazer e pela diversãoÉ frequente ver-se, pelos céus das praias do concelho de Vagos, mas também um pouco por toda a região, os paramotores coloridos. São, quase todos, de membros da Garça-Real – Clube de Voo, da Gafanha do Areão. Existente há já 17 anos, mas apenas formalizada a 13 de Maio de 2000, o clube encontra-se actualmente desactivado, mas nem por isso os seus membros deixam de praticar a modalidade.

Único na região – os mais próximos localizam-se na Torreira e na Figueira da Foz –, o clube vaguense conta com dezenas de sócios que recorrem a um terreno de grandes dimensões, situado na Gafanha do Areão, e que é propriedade do presidente do Clube, Alcides Alcaide. Para além de não possuir qualquer tipo de obstáculo, como árvores, o campo também não tem areia solta que prejudica o material dos paramotoristas.

Agora mais “parado”, há cerca de três anos, o Garça-Real era o clube de paramotor com mais participações em eventos, fossem festas populares, a feiras de exposições regionais como a Expofacic (Cantanhede), entre muitos outros eventos/encontros. No entanto, e apesar de ter a actividade suspensa de momento, sempre que necessário, o clube é, muitas vezes, solicitado pela Polícia Marítima ou corporações de Bombeiros na procura de vítimas de afogamentos ou, como já aconteceu, de pessoas desaparecidas no meio do mato.

Gaticão

Onde os cães encontram o amor

História da freguesia pela “pena” do professor CostaConsiderando-se um “gafanhão de alma e coração», Manuel Martins Costa editou, no ano passado, o livro intitulado “Gafanha da Boa Hora e o seu povo de 1950-2008 – A Gesta do seu Emigrante Pioneiro”. Oito anos antes (em 2002), lançou o livro “Gafanha da Boa Hora e o Seu Povo – 1900-1950”.

A ideia de escrever sobre a história recente da freguesia que o viu nascer e crescer, da qual apenas se ausentou para estudar ou para dar aulas, surgiu para dar a conhecer a Gafanha da Boa Hora aos vindouros, mas sobretudo aos fi lhos e netos dos gafanhenses que, em fi nais da década de 50, optaram pela emigração. «Todos eles, incluindo a nossa juventude, perderam o elo de ligação aos seus maiores da primeira metade do século XX. Havia que conhecer e dar a conhecer o “modus vivendi” da população da época, a sua economia, tradições, costumes e cultura», disse na altura em entrevista à nossa redacção.

O segundo livro veio retratar a freguesia na segunda metade do século XX até início do século actual, sobretudo as «grandes difi culdades» que os emigrantes da Gafanha tiveram na sua partida e no seu estabelecimento nos países de acolhimento», referiu Manuel Costa no dia em que os exemplares saíram da gráfi ca. Segundo o autor, a freguesia «teve e continua a ter» uma incessante renovação de emigrantes, considerando os que vão para longe como a «alma» da Boa Hora. «Pode-se mesmo dizer que o desenvolvimento da Gafanha se deu com a emigração», defendeu.

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Para colmatar a falta de actividade desportiva na freguesia, um grupo de jovens amigos que se juntava aos domingos para jogar futebol uniu-se e criou, em 2007, a Always Young – Associação Desportiva, Recreativa e Cultural da Gafanha da Boa Hora. «O objectivo inicial passava pela constituição de uma equipa sénior de futebol 11 federada, mas tivemos que mudar de rumos», começa por afi rmar o presidente da associação à nossa redacção.

Depois de criada a associação através do serviço “Associação na Hora” – daí a impossibilidade de escolher nome próprio e escolher “Always Young” da lista apresentada, por se tratar de uma associação virada para a juventude –, todas as atenções desta associação com cariz desportivo viraram-se para a formação na área do futebol. «Achámos que era um meio mais rápido de trazer o desporto para a freguesia, até porque a freguesia carecia de um campo de futebol», lamenta Hermes Fernandes, mostrando-se, no entanto, orgulhoso pelos

primeiros passos que a associação tem tido para a obtenção de um campo de futebol 7.

Numa freguesia com parcos recursos, a Always Young oferece desporto a 25 atletas, todos da freguesia da Gafanha da Boa Hora, permitindo-lhes o contacto de visitarem outros clubes que têm outras condições que eles ainda não possuem. Para tal, têm contado com o «apoio fundamental» da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal «também tivemos algum apoio». «Mas faltam-nos, fundamentalmente, para além da conclusão do campo, a construção de balneários porque, dada a sua inexistência, temos que jogar no campo relvado de Calvão». Este facto faz com que os pequenos jogadores, habituados a treinar em pelado, não se consigam adaptar facilmente ao relvado, e faz com que a freguesia não acompanhe, «como desejaríamos», a equipa.

Com sede na Casa do Povo, cedida pela Junta de Freguesia, para além da formação, a Always Young promove aulas de ginástica

localizada e step para a população em geral que queira participar. «A nível cultural, já realizámos algumas peças de teatro com as crianças que pertencem às equipas de futebol e alguns momentos de convívio para estas e outras crianças da freguesia e comunidade local», acrescenta.

Contudo, Hermes Fernandes não vê o futuro muito optimista. As promessas têm sido mais que muitas e o campo com todas as condições tarda em chegar. «Trabalhar nesta freguesia também não se tem mostrado muito fácil, mas temos tido um “feedback” muito bom e conseguido, com algumas difi culdades económicas, levar o barco a bom porto», diz orgulhoso.

Actualmente, a Always Young possui 55 sócios, fundamentalmente pais dos jogadores, praticantes das aulas de ginástica e «outras pessoas que nos vão dando apoio financeiramente» em prol do desenvolvimento da sua freguesia.

Pequenos fazem “grande”pelo desporto

Always Young

Boa Horaem duas rodasApesar de existir desde 2004, foi há cerca de dois anos que um grupo de amigos, oriundo da Barra de Mira (no concelho de Mira) mas entretanto radicado na freguesia da Gafanha da Boa Hora, decidiu criar o Clube Motard Chassos.

Presidida por Carlos Fernandes, o clube está sedeado num espaço do edifício da Junta de Freguesia da Gafanha da Boa Hora, sendo constituído por 32 membros, mas em breve pretende criar o cartão de associado para angariar mais sócios/membros.

O objectivo principal é o convívio motard, mas também «criar eventos lúdicos, culturais e recreativos para a freguesia» no sentido de «desmistifi car a ideia de que o motard apenas gosta de velocidade». «Ao contrário do que muitas pessoas ainda pensam, o motard é uma pessoa com muito espírito e muito amiga do seu amigo, sempre disposto a ajudar e a entrar em todas as causas possíveis», sensibiliza Carlos Fernandes a O PONTO. Uma forma encontrada para quebrar com essa ideia foi a concentração motard que o clube realizou no ano passado. Para este ano, o evento que reuniu no ano passado cerca de duas centenas e meia de motards provenientes de todo o país está agendado para os dias 23 a 25 de Abril. «É uma forma de divulgarmos a nossa paixão pelas duas rodas e de mostrarmos e promovermos também o nosso concelho a quem nos visita; depois retribuímos com a nossa presença nas concentrações de outros clubes, onde aproveitamos para, também aí, promover o concelho de Vagos», garante.

Para além da concentração - onde a animação, os jogos tradicionais, o striptease e muita música são uma constante -, o clube promove também a castanhada em Novembro. «Este ano, para além destas duas acções, pretendemos também festejar o S. João (com actuações de ranchos folclóricos) e realizar um “Freestyle” no Verão», adianta, esperando serem iniciativas que «aproximem mais a comunidade local ao Clube Motard Chassos».

Paixão por motos antigas cria associaçãoQuando se pensa em motos, vem logo à ideia a velocidade, o vento a bater na cara e nos cabelos e os milhares de quilómetros que se podem percorrer numa sensação de liberdade. Mas há quem não pense assim, e prefi ra as motos antigas e de colecção.

É o caso de António Arrais (mais conhecido por Toni) e o seu irmão Arsénio. A paixão pelas motos antigas foi herdada do pai que decidiu oferecer as motos que coleccionou durante muitos anos aos fi lhos. A primeira moto que teve foi oferecida pelo pai há cerca de 20 anos, e já essa era das antigas. Hoje, com as que o pai ofereceu e outras que foi adquirindo com o seu irmão, já conta 15.

«Gostamos de comprar as motos por restaurar, um trabalho que é feito por nós. Se formos mandar fazer um bom restauro numa ofi cina, fi ca muito mais caro; assim fazemos em casa, fi ca caro mas mais moderado, porque o nosso tempo e mão-de-obra não contam. E fazemos por gosto», diz. Da colecção, a mais antiga (Alsyon) data de 1910. Possuem ainda uma Indian Scout de 1929, uma Harley também de 1929, uma Peugeot de 1930, diversas BMW e Norton.

E o que os leva a ter este gosto especial e particular por motos antigas? «É o olhar para aquelas pinturas e cromagens que as modernas de hoje não têm», confessa, apelidando-as de «motos de plástico», que «têm o motor e pouco mais». Admitindo ter uma moto moderna «para fazer quilómetros», na realidade é pelas antigas que se diz «apaixonado».

Aliás, foi essa paixão pelas motos antigas que os levou a promover a concentração de motos antigas em 2004. «Começou por ser um passeio por brincadeira, mas virou sério e as 60 pessoas da primeira edição aumentaram substancialmente para os 200 a 250 participantes». A condição para participar é possuir uma moto antiga. Este movimento em torno das motos antigas levou à criação formal da Associação Desportiva de Motociclismo Antigo da Gafanha da Boa Hora, a que preside. Sem fi ns lucrativos – e por isso sem associados –, a associação é recente e tem por actividade principal a realização desta concentração no 3º domingo de Setembro. Este ano é a 18 de Setembro e levará os participantes a conhecer o concelho durante o passeio e, em Cantanhede, irão visitar um museu particular de um senhor que possui cerca de 100 motos antigas. «O objectivo deste encontro é mesmo promover o convívio de pessoas que têm um gosto em comum, mas também promover o concelho de Vagos às pessoas do norte ao sul do país que vêm cá», afi rma Toni Arrais.

Para além da concentração, a associação faz-se representar em concentrações por todo o país - «aproveitando sempre para promover Vagos» – e pretende lançar a primeira edição, a 5 de Junho, do passeio de ciclomotores e scooters antigas.

Especial Freguesia de Gafanha da Boa HoraEspecial Freguesia de Gafanha da Boa HoraO Ponto | 20/X O Ponto | 21/XI

Café Boa HoraSnack Bar | EsplanadaEspaço Internete | Sala de jogos

Mini Mercado Boa HoraFrutaria | Produtos FrescosCharcutaria | Talho Serviço Pay shop

Cabeleireira RosaCabeleireira UnisexoManicure |PedicureUnhas de gel | Depilação

Tel. 234-797840 Rua Principal, 232 Gafanha da Boa Hora 3840-252

DR

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Há quem diga que a freguesia da Gafanha da Boa Hora é o cartão-de-visita do concelho de Vagos. Muitos não concordarão, mas o que é certo é que é nesta freguesia que se regista, ano após ano, um aumento signifi cativo de pessoas/turistas, nomeadamente pela altura da Páscoa, mas sobretudo na época balnear. É nela que podemos encontrar a Praia da Vagueira e Praia Nova a norte, a Praia do Areão a sul e, entre as duas, a Praia do Labrego. Praias que, nos últimos

anos, têm vindo a ser alvo de obras de qualifi cação para poder receber, com todas as condições, os veraneantes vindos de todo o país, mas sobretudo da região, do interior, espanhóis e alguns franceses. A complementar a tradicional praia, há o Parque Aquático VagaSplash, na zona do Labrego. Ideal para brincadeiras nos escorregas e nos tanques de água, este espaço possui zona relvada para umas “futeboladas” ou “raquetadas”, para além de um tanque de água para os mais

pequenos. É excelente para passar um dia (ou parte dele) em família.

Alojamento junto ao mar, na fl oresta ou em zona habitacional

É na freguesia da Gafanha da Boa Hora que os turistas mais procuram o seu alojamento para passar as merecidas férias. Aqui, existem escolhas para todos os gostos. Para além das dezenas de apartamentos ou moradias que se

Saberes e sabores à sua espera

Gafanha da Boa Hora em númerosÁrea: 37 Km2População: cerca de 4.500 habitantesRecenseamento: 2.640 eleitoresEspaços populacionais: Gafanha da Boa Hora, Praia da Vagueira, Gafanha da Vagueira, Gafanha do Areão e Praia do Areão

Festividades:Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Hora (2ª semana de Agosto)

Locais de interesse público:- Arte Xávega- Igreja Matriz- Parque de Campismo- Pista ciclo-pedonal- Praia da Vagueira, do Areão e do Labrego- Parque Aquático Vagasplash

Associações:- Centro Comunitário Associação Boa Hora- Comunidade Religiosa de S. José de Cluny (dependente da Diocese de Aveiro)- Associação Desportiva, Recreativa e Cultural Always Young- Associação Chassos- Associação Motos Antigas- Fábrica da Igreja da Gafanha da Boa Hora- Gaticão – Associação dos Amigos dos Animais Abandonados- Associação Empresarial da Vagueira- Associação Garça-Real – Clube de Voo

Ensino Público:- Escola Profi ssional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos- 3 Jardins-de-infância (Gafanha da Vagueira, Gafanha do Areão e Gafanha da Boa Hora)- 2 EB1 (Gafanha da Boa Hora e Gafanha da Vagueira)

Actividade económica- Agricultura e pesca- Turismo e hotelaria

encontram disponíveis para alugar, e de uma residencial localizada a poucos metros da praia, há a possibilidade de optar por um bungalow do aglomerado existente no VagaSplash, fi cando servido pelo parque aquático e com a praia do Labrego a menos de cem metros de distância. Para quem gosta mais do contacto com a natureza, há ainda o parque de campismo da Praia da Vagueira. Gerido pela Orbitur, fi ca a cerca de um quilómetro da praia e possui todas as infra-estruturas necessárias para umas férias descansadas.

Peixe é o “rei” da gastronomia local

De férias ou simplesmente de passagem, é imperdível não saborear o peixe fresco da Praia da Vagueira. Em qualquer um dos restaurantes ali existentes, os pratos de peixe são os que mais abundam, ou não estivéssemos junto ao mar, que oferece o mais variado peixe com o qual são confeccionadas as saborosas caldeiradas de peixe, os escabeches e as tão típicas fritadas de peixe. Mas a gastronomia local é, também, muito enriquecida com os pequenos bivalves e crustáceos retirados da ria, ingredientes principais dos banquetes de marisco e do prato de peixe com mais fama em todo o concelho: a caldeirada de enguias.Para os que preferem confeccionar o seu próprio almoço, lanche ou jantar, nada melhor do que ir à praça central da Praia da Vagueira e, junto dos vendedores do Mercado de Peixe, comprar o peixe acabado de sair das redes dos pescadores de arte xávega.

Diversões para toda a família

Para quem não conhece ou nunca visitou a Gafanha da Boa Hora, saiba que a Praia da Vagueira é uma das poucas praias do país onde ainda se pratica a arte xávega (um tipo de pesca de arrasto). Hoje, as redes são puxadas pelos tractores, mas antigamente esse era um trabalho feito por juntas de bois amarelos. Uma tradição que a autarquia tem vindo a recriar todas as épocas balneares, em parceria com as companhas locais, e que reúne centenas de curiosos no areal durante todo o processo, desde que o barco “rasga” o mar para lançar as redes, até que as redes chegam à areia, carregadas de peixe ainda a saltar.Outra iniciativa, ideal para momentos passados em família, é a visita ao parque pedagógico da Escola Profi ssional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV). Numa grande área, é possível ver porcos pretos, galinhas de várias raças, gansos, patos, pavões, cabras anãs ou avestruzes. Ao lado, fi ca o centro hípico, onde pode cavalgar ou aprender a cavalgar.

Especial Freguesia de Gafanha da Boa HoraO Ponto | 22/XII

DR