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BLITZ PRÓ MASTER PORTUGUÊS B 01. (Ufsc) Os quadrinhos a seguir são do cartunista brasileiro Henfil, famoso por criar personagens como Fradim e, especialmente, a ave Graúna e seus companheiros, o cangaceiro Zeferino e o Bode Orelana. Com base na leitura dos quadrinhos que compõem o texto, é CORRETO afirmar que: 01) ao declarar que, para votar, é necessário ler os anúncios, panfletos, cartazes e faixas de um candidato (quadrinho 03), a personagem Bode Orelana defende que o eleitor faça sua escolha unicamente a partir do conteúdo veiculado pela campanha publicitária. 02) o direito a voto do eleitor analfabeto é negado por Bode Orelana. Sua justificativa é a incapacidade do eleitor de compreender o que realmente importa sobre um candidato, ou seja, sua personalidade e caráter. 04) na fala “Que qui custa ele votar uma vez?” (quadrinho 02), a palavra destacada poderia ser omitida, já que se trata de um termo expletivo, utilizado apenas para dar ênfase à pergunta feita. 08) no primeiro quadrinho, a personagem ave Graúna utiliza um substantivo no grau diminutivo, “abatidinho”, para fazer alusão à estatura de Zeferino. 16) no período “Tá tão abatidinho, tão jururu porque não pode votar” (quadrinho 01), o sujeito da frase que foi omitido corresponde a Zeferino, impedido de participar do pleito por ser analfabeto. 02. (Ufsc) TEXTO I Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o 1 vemos

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BLITZ PRÓ MASTER

PORTUGUÊS B

01. (Ufsc) Os quadrinhos a seguir são do cartunista brasileiro Henfil, famoso por criar personagens como Fradim e, especialmente, a ave Graúna e seus companheiros, o cangaceiro Zeferino e o Bode Orelana.

Com base na leitura dos quadrinhos que compõem o texto, é CORRETO afirmar que: 01) ao declarar que, para votar, é necessário ler os anúncios, panfletos, cartazes e faixas de um

candidato (quadrinho 03), a personagem Bode Orelana defende que o eleitor faça sua escolha unicamente a partir do conteúdo veiculado pela campanha publicitária.

02) o direito a voto do eleitor analfabeto é negado por Bode Orelana. Sua justificativa é a incapacidade do eleitor de compreender o que realmente importa sobre um candidato, ou seja, sua personalidade e caráter.

04) na fala “Que qui custa ele votar uma vez?” (quadrinho 02), a palavra destacada poderia ser omitida, já que se trata de um termo expletivo, utilizado apenas para dar ênfase à pergunta feita.

08) no primeiro quadrinho, a personagem ave Graúna utiliza um substantivo no grau diminutivo, “abatidinho”, para fazer alusão à estatura de Zeferino.

16) no período “Tá tão abatidinho, tão jururu porque não pode votar” (quadrinho 01), o sujeito da frase que foi omitido corresponde a Zeferino, impedido de participar do pleito por ser analfabeto.

02. (Ufsc) TEXTO I Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o 1vemos

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BLITZ PRÓ MASTER empossado, e que exercia [...] desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia rechonchuda e bonitona. [...] Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, 2como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte 3estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos; e daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história. ALMEIDA, M. A. Memórias de um Sargento de Milícias. 3. ed. São Paulo: FTD, 1996. p. 16-17.

TEXTO II 4Mandara Pereira acender uma vela de sebo. Vinda a luz, aproximaram-se ambos do leito da enferma que, achegando ao corpo e puxando para debaixo do queixo uma coberta de algodão de Minas, se encolheu toda, e voltou-se para os que entravam. – Está aqui o doutor, disse-lhe Pereira, que vem curar-te de vez. – Boas-noites, dona, saudou Cirino. Tímida voz murmurou uma resposta, ao passo que o jovem, no seu papel de médico, se sentava num escabelo junto à cama e tomava o pulso à doente. Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um lenço vermelho atado por trás da nuca. Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante. Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces. [...] Ligeiramente enrubesceu Inocência e descansou a cabeça no travesseiro. – Por que amarrou esse lenço? perguntou em seguida o moço. – Por nada, respondeu ela com acanhamento. – Sente dor de cabeça? – Nhor-não. – Tire-o, pois: convém não chamar o sangue; solte, pelo contrário, os cabelos. Inocência obedeceu e descobriu uma espessa cabeleira, negra como o âmago da cabiúna e que em liberdade devia cair até abaixo da cintura. Estava enrolado em bastas tranças, que davam duas voltas inteiras ao redor do cocoruto. [...] Não se descuidou Cirino, antes de se retirar, de novamente tomar o pulso e, à conta de procurar a artéria, assentou toda a mão no punho da donzela, envolvendo-lhe o braço e apertando-o

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BLITZ PRÓ MASTER docemente. Saiu-se mal de tudo isso; porque, se tratava da cura de alguém, para si arranjava enfermidade e bem grave. TAUNAY, A. d’E. Inocência. 3. ed. São Paulo: FTD, 1996. p. 57-58; 72.

Quanto aos fatos gramaticais, marque a(s) proposição(ões) CORRETA(S) relativamente aos textos acima. 01) A forma verbal “vemos” (ref. 1), no presente do indicativo, provoca um efeito de proximidade

entre o escritor e o leitor. É como se, no ato da leitura, leitor e escritor estivessem juntos a observar os eventos da história.

02) O uso do pretérito imperfeito do subjuntivo em “como se já esperasse por aquilo” (ref. 2) confere ao evento um grau de certeza maior do que se conseguiria com o uso do pretérito imperfeito do indicativo – “como já esperava por aquilo”.

04) Em “estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos” (ref. 3), a forma “sê-lo” é uma combinação do verbo ser com o pronome oblíquo átono “o”, o qual se refere a “amantes”.

08) No texto II, na descrição de Inocência (§ 6 e 7) o autor utiliza alguns verbos no pretérito imperfeito (era, irradiava, parecia), os quais poderiam ser conjugados no pretérito perfeito (foi, irradiou, pareceu) sem que isso implicasse mudança de sentido.

16) A forma verbal “mandara” (ref. 4) corresponde à terceira pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo do verbo mandar e equivale a tinha mandado.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEXTO 1 A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. 1Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. [...] Foram-se lá todos; e andaram entre eles. E segundo depois diziam, foram bem uma légua e meia a uma povoação, em que 2haveria nove ou dez casas, as quais diziam que eram tão compridas, cada uma, como esta nau capitânia. 3E eram de madeira, e das ilhargas de tábuas, e cobertas de palha, de razoável altura; e todas de um só espaço, sem repartição alguma, tinham de dentro muitos esteios; e de esteio a esteio uma rede atada com cabos em cada esteio, altas, em que dormiam. E de baixo, para se aquentarem, faziam seus fogos. E tinha cada casa duas portas pequenas, uma numa extremidade, e outra na oposta. E diziam que em cada casa se recolhiam trinta ou quarenta pessoas, e que assim os encontraram; e que lhes deram de comer dos alimentos que tinham, a saber muito inhame, 4e outras sementes que na terra dá, que eles comem. [...] Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. [...] Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! A CARTA de Pero Vaz de Caminha. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000283.pdf. Acesso em: 03 set. 2011.

TEXTO 2 Nada mais bucólico que a cidadezinha de Chiloé. O tempo ali parece se arrastar. [...] 6As

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BLITZ PRÓ MASTER construções não ultrapassam três andares. São todas de madeira e ganharam uma suave pátina produzida pelo tempo. Casas com sótãos, janelas com cortinas delicadas, jardineiras floridas, pequenos objetos de decoração e penachos de fumaça saindo pelas chaminés indicam um interior aconchegante. Em toda parte, se sente o perfume da maresia trazida pelos ventos. Em Chiloé, os homens são do mar, rostos marcados pelo frio. Vestem-se com agasalhos surrados e usam boinas bascas, típicas dos marinheiros espanhóis. [...] A benevolência parece ser a marca registrada desses homens do mar. Nas comunidades persiste um dos principais legados da cultura chilote: a minga, uma forma de trabalho coletivo e solidário. [...] Dia de minga é um dia especial. Participei de um deles, quando 5um grande número de pessoas se reuniu e, com parelhas de bois, arrastaram e mudaram de lugar nada menos que a casa inteira de um morador. Falei dessa solidariedade com Efraim, velho pescador do vilarejo de Queilén, no momento em que ele pintava o barco do amigo doente. “O mar purifica a arrogância e lava a prepotência”, ensinou esse velho lobo do mar. REALI, H.; REALI, S. Igrejas de Chiloé. Planeta, p. 72-77, set. 2007.

Nota: O texto 1 contém trechos da carta, datada de 1º de maio de 1500, que Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei D. Manuel, relatando os primeiros contatos com a terra e os habitantes do que viria a ser o Brasil. O texto foi adaptado para a ortografia atual. O texto 2, extraído de uma reportagem de revista, trata de Chiloé, um arquipelago no sul do Chile. 03. (Ufsc) Considerando a variedade padrão escrita da língua portuguesa, marque a(s) proposição(ões) CORRETA(S) relativamente aos textos 1 e 2. 01) O advérbio “acerca” (ref. 1) também pode ser usado para indicar tempo decorrido, como em

“Ele saiu acerca de duas horas”. 02) A forma verbal “haveria” (ref. 2) está no futuro do pretérito, mas não se refere efetivamente

a um evento posterior a um tempo de referência passado, e sim a algo sobre o qual não se tem certeza.

04) No trecho “E eram de madeira, e das ilhargas de tábuas, e cobertas de palha, de razoável altura; e todas de um só espaço, sem repartição alguma” (ref. 3), ocorre um polissíndeto, que é o emprego repetido de uma conjunção coordenativa.

08) No trecho “e outras sementes que na terra dá” (ref. 4), segundo as regras gramaticais atuais, há um problema de concordância verbal. Esse problema poderia ser resolvido alternando-se a redação para: a) e outras sementes que a terra dá; ou b) e outras sementes que na terra dão.

16) No trecho “um grande número de pessoas se reuniu e, com parelhas de bois, arrastaram e mudaram de lugar nada menos que a casa inteira de um morador” (ref. 5), todos os verbos poderiam ser conjugados na terceira pessoa do singular ou na terceira pessoa do plural, sem que isso implicasse desobediência às regras de concordância verbal.

32) Os períodos “As construções não ultrapassam três andares. São todas de madeira e ganharam uma suave pátina produzida pelo tempo” (ref. 6) poderiam ser reunidos em apenas um com a seguinte redação: “As construções, que são todas de madeira não ultrapassam três andares, os quais ganharam uma suave pátina produzida pelo tempo”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto Bom-Crioulo não pensou em dormir, cheio, como estava, de ódio e desespero. Ecoavam-lhe ainda no ouvido, como um dobre fúnebre, aquelas palavras de uma veracidade brutal, e de uma rudez pungente: “Dizem até que está amigado!” Amigado, o Aleixo! Amigado, ele que era todo seu, que lhe pertencia como o seu próprio coração: ele, que nunca lhe falara em mulheres, que dantes era tão ingênuo, tão dedicado, tão bom!... Amigar-se, viver com uma mulher, sentir o contacto de outro corpo que não o seu, deixar-se beijar, morder, nas ânsias do gozo, por outra pessoa que não ele, Bom-Crioulo!...

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BLITZ PRÓ MASTER Agora é que tinha um desejo enorme, uma sofreguidão louca de vê-lo, rendido, a seus pés, como um animalzinho; agora é que lhe renasciam ímpetos vorazes de novilho solto, incongruências de macho em cio, nostalgias de libertino fogoso... As palavras de Herculano (aquela história do grumete com uma rapariga) tinham-lhe despertado o sangue, fora como uma espécie de urtiga brava arranhando-lhe a pele, excitando-o, enfurecendo-o de desejo. Agora sim, fazia questão! E não era somente questão de possuir o grumete, de gozá-lo como outrora, lá cima, no quartinho da Rua da Misericórdia: - era questão de gozá-lo, maltratando-o, vendo-o sofrer, ouvindo-o gemer... Não, não era somente o gozo comum, a sensação ordinária, o que ele queria depois das palavras de Herculano: era o prazer brutal, doloroso, fora de todas as leis, de todas as normas... E havia de tê-lo, custasse o que custasse! Decididamente ia realizar o seu plano de fuga essa noite, ia desertar pelo mundo à procura de Aleixo. Inquieto, sobre-excitado, nervoso, pôs-se a meditar. O grumete aparecia-lhe com uma feição nova, transfigurado pelos excessos do amor, degenerado, sem aquele arzinho bisonho que todos lhe admiravam, o rosto áspero, crivado de espinhas, magro, sem cor, sem sangue nos lábios... Pudera! Um homem não resiste, quanto mais uma criança! Aleixo devia de estar muito acabado; via-o nos braços da amante, da tal rapariga - ele novo, ela mocinha, na flor dos vinte anos -, via-o rolar em espasmos luxuriosos, grudado à mulher, sobre uma cama fresca e alva - rolar e cair extenuado, crucificado, morto de fraqueza... Depois a rapariga debruçava-se sobre ele, juntava boca à boca num grande beijo de reconhecimento. E no dia seguinte, na noite seguinte, a mesma cousa. (CAMINHA, Adolfo. Bom-Crioulo. São Paulo: Ediouro, s/d. p. 73-74.)

04. (Uel) Observe as formas “excitando-o” e “maltratando-o”, presentes no 3º parágrafo. Assinale a alternativa correta. a) Ambos os pronomes referem-se a Aleixo. b) Ambos os pronomes referem-se a Amaro. c) O primeiro pronome refere-se a Amaro; o segundo, a Aleixo. d) O primeiro pronome refere-se a Herculano; o segundo, a Aleixo. e) O primeiro pronome refere-se a Herculano; o segundo, a Amaro. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

As condições de bem-estar e de comodidade nos grandes centros urbanos são

reconhecidamente precárias por causa, sobretudo, da densa concentração de habitantes num

espaço que não foi planejado para alojálos.

Com isso, praticamente todos os polos das estruturas urbanas ficam afetados: o trânsito

é lento; os transportes coletivos, insuficientes; os estabelecimentos de prestação de serviços,

ineficazes.

Um exemplo disso é São Paulo, às sete da noite. O trânsito caminha lento e nervoso. Nas ruas,

pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem

em volta de mesas.

Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. De repente, uma escuridão

total cai sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Os veículos acendem

os faróis altos, insuficientes para substituir a iluminação anterior. Em pouco tempo, as ruas ficam

desertas, o medo paira no ar...

05. (Uel) Tomando como exemplo o trecho “Um exemplo disso é São Paulo, às sete da

noite”, em relação ao uso da crase em língua portuguesa, é correto afirmar:

I. Usa-se crase quando há contração da preposição “a” com artigo definido feminino “a”.

II. Seu uso será facultativo na indicação de horas e nas locuções adverbiais femininas.

III. Não se usa crase antes de verbos e de pronomes relativos.

IV. Usa-se crase nas locuções formadas de elementos repetidos.

Assinale a alternativa correta.

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BLITZ PRÓ MASTER a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

O labirinto da internet

Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de

entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É

o caso da lei votada pela Câmara dos

Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo

Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se

destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de

alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas

legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via

renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei,

como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de

imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas

era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para

nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da

Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para

a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda

difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado

pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...]

Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na

forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por

ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e

interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do

voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar.

Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai

ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele

simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.

(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).

06. (Uel) Assinale a alternativa que expressa o significado de cada um dos segmentos

grifados em: disfunção, imprevisíveis, poderoso.

a) privação, abundância, negação. b) negação, abundância, privação. c) privação, privação, negação. d) negação, negação, privação. e) privação, negação, abundância. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior

preocupação com a corrupção.

O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter

aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor.

Como explicar?

ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto

maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e

não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que,

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BLITZ PRÓ MASTER para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma

elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi

fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da

mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto

facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi

mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor

atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os

escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da

elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a

população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a

diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à

sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está

resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.

(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009).

07. (Uel) Observe o seguinte período: “O que se discutiu, a partir da literatura mais

recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a

participação atuante de uma elite política.”.

a) Do ponto de vista da norma culta, há um problema de concordância, pois a forma correta de se grafar a expressão seria “é necessário”.

b) Há um problema de pontuação, pois não se deve usar vírgula para separar o sujeito “grandes mobilizações” do predicado “é necessária também”.

c) A expressão grifada destaca um erro de concordância com o sujeito “grandes mobilizações”. d) A expressão grifada aparece flexionada em gênero e número, pois concorda com o sujeito

posposto “a participação atuante”. e) Do ponto de vista da norma culta, pode-se dizer que há uma inadequação, pois o autor usou

a expressão “é necessária” no lugar da expressão “é precisa”.

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BLITZ PRÓ MASTER Gabarito: Resposta da questão 1: 01 + 04 + 16 = 21. Os itens [02] e [08] são incorretos, pois [02] a justificativa para negar o direito a voto do eleitor analfabeto baseia-se no fato de ele não

poder acompanhar o conteúdo veiculado pela campanha publicitária; [08] o termo “abatidinho” pertence à classe dos adjetivos. Assim, são corretos apenas [01], [04] e [16]. Resposta da questão 2: 01 + 04 + 16 = 21. Em [02], a afirmação é incorreta. Trata-se justamente do contrário: o uso do pretérito imperfeito do indicativo em “como já esperava por aquilo” (ref. 2) confere ao evento um grau de certeza maior do que se conseguiria com o uso do pretérito imperfeito do subjuntivo – “como se já esperasse por aquilo”. Em [08], o uso do pretérito perfeito transmite a ideia de certeza, de algo que efetivamente aconteceu e acabou, sem indicar continuidade. Assim, a troca dos verbos acarretaria, sim, em mudança de sentido. Desse modo, a afirmativa está errada. Resposta da questão 3: 02 + 04 + 08 + 16 = 30. A afirmativa [01] está incorreta. O correto seria: “Ele saiu há cerca de duas horas”. Em [32], há incorreção na transformação de dois períodos em um, afinal, de acordo com o texto original, o que ganhou uma suave pátina produzida pelo tempo foram as construções, não os andares. Assim, são corretas as proposições [02], [04], [08] e [16]. Resposta da questão 4: [C] Em “excitando-o” o pronome pessoal oblíquo átono refere-se à Amaro, que tencionava vingar-se com o sofrimento que iria infligir ao amante, enquanto que em “maltratando-o”, o pronome refere-se à Aleixo, objeto do seu ato de vingança. Resposta da questão 5: [B] Ao contrário do que se afirma em II, o uso do acento grave indicativo de crase, fusão da preposição “a” e do artigo definido “a”, é obrigatório na indicação de horas e, de maneira geral, nas locuções adverbiais femininas. Por pressupor a existência de artigo, a crase não acontece antes de verbos, no entanto pode acontecer com os pronomes relativos “a qual” e sua flexão ”as quais” quando a regência dos verbos exigir a preposição “a”, o que restringe a validade da afirmativa III. Como II e IV são incorretas e na ausência de uma opção que considerasse correta apenas I, depreende-se que a banca pretende validar a opção [B]. Resposta da questão 6: [E]

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BLITZ PRÓ MASTER Os prefixos “dis” e “im”, dos termos “disfunção” (anomalia na função de um órgão) e “imprevisíveis” (que não se podem prever), expressam privação e negação, respectivamente. O sufixo “oso”, do termo “poderoso”, expressa abundância. Assim, é correta a opção [E]. Resposta da questão 7: [D] A expressão sublinhada faz parte de uma oração com sujeito formado por um nome e um determinante, no caso, um artigo definido, feminino e singular (é necessária também a participação atuante de uma elite política”), o que obriga a concordância do adjetivo: “necessária”. Desta forma, são inaceitáveis as afirmações em [A], [B] e [C], assim como em [E], pois as expressões “é necessária” e “ é precisa” são sinônimas.

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BLITZ PRÓ MASTER

PORTUGUÊS C

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Ricos e ricos

Os ricos, como ensinou Scott Fitzgerald, são seres humanos diferentes de você e, provavelmente, de todas as pessoas que você conhece mais de perto – eis aí, dizia ele, a primeira coisa realmente importante, talvez a única que é preciso aprender com eles. Não pense, nem por um instante, que você possa estar na mesma turma. É possível, sim, conviver com gente rica, falar de assuntos comuns, frequentar lugares parecidos. Dá para torcer pelo mesmo time de futebol, ter gostos semelhantes ou partilhar desta e daquela ideia. Mas inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, vai ficar claro que a aproximação chega só até um certo ponto; a partir daí entra em ação um freio automático, e os ricos deslizam de volta para o seu mundo psicológico particular. Fitzgerald sabia do que estava falando. Andou cercado de gente rica durante a maior parte de sua vida tumultuada e curta, sobretudo depois que espetaculares sucessos como O Grande Gatsby ou Suave é a Noite o transformaram num fenômeno na literatura americana e mundial. Adaptado de: J.R. Guzzo, Revista Veja, edição 2254, 01/02/2012, pag. 106.

01. (Uepg) Quanto ao entendimento do texto, assinale o que for correto. 01) O texto afirma que, mesmo havendo gostos comuns entre você e os ricos, há uma barreira

que impede você de ser como um deles. 02) O escritor mencionado no texto afirma que, mesmo convivendo com os ricos, você nunca

será rico. 04) Scott Fitzgerald ensina como conviver com os ricos. 08) Fitzgerald argumenta que é importante você aprender com os ricos que eles são seres

humanos diferentes de você. 02. (Uepg) Com referência à acentuação gráfica, assinale o que for correto. 01) Acentuam-se dá e daí porque são monossílabos tônicos. 02) Psicológico e único são acentuados pelo mesmo motivo. 04) é (verbo) e e (conjunção) diferem no timbre e na tonicidade. 08) Fenômeno leva acento porque é uma palavra polissilábica. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: EM DEFESA DA PROPAGANDA

A propaganda força os consumidores a comprar produtos de que não precisam ou não querem. Esta é, essencialmente, a primeira crítica "social" da propaganda.

A propaganda supostamente atinge seu objetivo fazendo com que os consumidores mudem seus gostos e preferências. De acordo com esta acusação, a propaganda ou controla os impulsos internos dos consumidores para fazer com que eles mudem seus gostos ou, como uma força poderosa no ambiente, provoca diretamente uma mudança no gosto de seus consumidores. A propaganda, segundo os críticos, força os consumidores a agir de uma maneira que não agiriam se não houvesse propaganda. A doutrina filosófica que fundamenta esta crítica é o determinismo, que nega a validade do livre-arbítrio.

Existem duas formas desta crítica. A primeira diz que a propaganda ilude e manipula os consumidores através de mensagens subliminares. A segunda diz que a propaganda cria necessidades e vontades usando técnicas de persuasão, o que os críticos afirmam ser o mesmo que coação. Adaptado de: Em defesa da propaganda, Jerry Kirkpatrick.

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BLITZ PRÓ MASTER 03. (Uepg) Assinale o que for correto quanto ao entendimento do texto. 01) Críticos da propaganda alegam que a coação e a mudança de gosto do consumidor se devem

ao determinismo. 02) Pelo texto pode-se deduzir que, independentemente dos artifícios usados nas propagandas,

o objetivo sempre é vender uma ideia ou um produto. 04) O autor do texto comenta sobre as críticas que se fazem a respeito da propaganda. 08) Segundo o autor do texto, a compra de um produto sempre é motivada pela coação que a

propaganda faz ao consumidor. 16) As mensagens subliminares, referidas no texto, são responsáveis pela explícita persuasão

das propagandas. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: A minha mãe falava sério! Thalita Rebouças

- Isso aqui é um 1chiqueiro! Não acredito que você trocou nossa 21casa superacolhedora,

limpíssima e sempre arrumadíssima por essa 2pocilga. Fala sério, Maria de Lourdes! - exasperou-se minha mãe, mãos na cintura, a última vez que veio me visitar.

15Eu nunca encontro palavras para dizer nessas horas. Durante seus ataques, prefiro me recolher ao mais puro silêncio de consentimento.

Estou há sete meses dividindo com a Helô e a Bené um 23ridiculamente pequeno 8apartamento.

Bem disse minha mãe, nada cabe no apartamento. Nada mesmo! 24Sinceramente, eu e as meninas mal cabemos no “apertamento”, como chamamos 25carinhosamente nosso lar-microlar.

Para piorar, a Helô é 11superbagunceira, eu sou a megabagunceira e a Bené é hiperbagunceira. Bené, aliás, tem um outro 13probleminha que é bem chatinho: vive com o namorado antipático para cima e para baixo. Outro dia 3o sem graça me viu de 14calcinha e sutiã antes de uma festa. 18Quer mico maior que esse? Morri de vergonha. Ele morreu de rir. 4Palhaço!

5Morar longe de casa não tem sido exatamente o paraíso que eu imaginava, mas dias melhores virão. Serei efetivada no meu estágio 17(oba!), vou ganhar um salário decente e 16acho que logo, logo estarei pronta para alugar o meu próprio cantinho. Decidi: amo as meninas, mas quero, preciso morar sozinha. Pelo bem da nossa amizade.

Para dar uma ideia do 6caos que é nossa convivência, outro dia cheguei em casa e vi repousando no chão da microssala, repetindo, no chão da microssala, vários, de novo, vários objetos. Foi difícil desviar deles. Primeiro, passei raspando por um CD do Nando Reis, depois, quase pisei na caixa do CD do Nando com um disco de funk dentro, na caixa do DVD de Sex and the City, numa lixa de unha, num papel de bala, num ventiladorzinho portátil, num tênis amarelo imundo, num pedaço de papel com um número de telefone anotado e em entupidos sacos de roupa suja.

- A gente precisa comprar uma máquina de lavar roupa para essa casa! Ou 22tomar vergonha na cara e lavar a roupa! A gente não pode achar normal esses sacos estarem no meio da sala há uma semana! - reclamei, antes de dizer boa-noite para as minhas amigas.

- Não cabe máquina de lavar aqui no apartamento - disseram-me as duas 26calmamente. A casa estava um horror. Nós três somos terríveis juntas. 19A Helô, então, é sem noção. É capaz de deixar durante dias uma maçã comida sobre

a pia da cozinha. Isso porque a lixeirinha fica ao lado da torneira. Andando irritada, pisei forte e ouvi um nítido e crocante “créééc”. - Quanto farelo, gente! Quem foi que comeu biscoito sem pratinho embaixo? Cadê o

aspiradorzinho que a minha mãe deu pra gente? As duas começaram a rir. Permaneci séria, 27eu estava muito brava, muito brava. - Malu! 20Desestressa! - disse Helô. - Comemos sem pratinho, sim, depois 10a gente limpa - completou Bené. - Depois quando? - Depois...

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- Que biscoito foi? De polvilho? - eu quis saber. - Arrã - fizeram as duas, sapecas. - Tem ainda? - Rendi-me à gula e à bagunça. Comi o último do pacote e acabei rindo com elas. Eu até gosto de bagunça. Sempre

gostei. Mas o apê estava tão bagunçado que tinha ultrapassado até o meu nível permitido de

bagunça. - Pô, 9gente, assim não dá! A gente precisa tomar vergonha na cara. Nossa casa está

uma 7zona!

(Adaptação do capítulo do livro Fala sério, professor! Rio de Janeiro: Rocco, 2006)

04. (Uem) Os vocábulos que se utilizam para fazer referência a seres, lugares, eventos podem não apenas nomeá-los, mas também demonstrar o que se pensa sobre eles. Assinale o que for correto a respeito dos vocábulos utilizados no texto. 01) Ao afirmar que o apartamento onde a filha mora é um “chiqueiro” (ref. 1), a mãe da narradora-

personagem Malu emprega uma metáfora, utilizando o conhecimento extralinguístico que se tem de um curral de porcos.

02) Um recurso utilizado pela autora do texto consiste em utilizar substantivos com função de adjetivo, como em “pocilga” (ref.2), “o sem graça” (ref.3), “Palhaço” (ref.4).

04) Ao afirmar que “Morar longe de casa não tem sido exatamente o paraíso que eu imaginava” (ref.5), a narradora-personagem Malu utiliza o vocábulo “paraíso” no sentido de lugar ideal, de felicidade.

08) Os vocábulos “caos” (ref.6) e “zona” (ref.7) são utilizados pela narradora-personagem Malu com sentidos semelhantes.

16) Ao empregar o vocábulo “apertamento” (ref.8), a narradora-personagem Malu cria um novo vocábulo por meio da proximidade dos significados dos vocábulos “aperto” e “apartamento”.

05. (Uem) Assinale o que for correto a respeito dos elementos linguísticos presentes no texto. 01) Na referência 9, o vocábulo “gente” é utilizado com funções diferentes. Em “- Pô, gente”,

funciona como vocativo, ao passo que, em “A gente precisa”, forma, juntamente com o artigo “a”, uma expressão que atua como pronome da primeira pessoa do plural.

02) Em “a gente limpa” (ref.10), a conjugação do verbo na terceira pessoa do singular concordando com a expressão “a gente” é comum na fala coloquial.

04) Nos vocábulos “superbagunceira”, “megabagunceira” e “hiperbagunceira” (ref.11), a autora utiliza os adjetivos de intensidade super, mega e hiper para indicar a flexão de grau do adjetivo bagunceira.

08) Em “Morri de vergonha” (ref.12), o verbo morrer é utilizado no sentido de experimentar sentimento intenso, e, em “Ele morreu de rir”, é utilizado para indicar intensidade.

16) O diminutivo é utilizado pela autora para se referir de forma pejorativa a substantivos de tamanho pequeno: “probleminha” (ref.13), “chatinho” (ref.13), “calcinha” (ref.14).

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Estudantes contam como é morar em república Fernanda Bassette Do G1, em São Paulo 26/2/2007

Instalada no centro histórico de Ouro Preto (MG) há 61 anos, a república PIF-PAF abriga 13 moradores: 9todos estudantes de Engenharia na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Para acomodar tanta gente confortavelmente, são 11 quartos (distribuídos em três andares), dois banheiros, sala de computador, biblioteca, sala de TV, sala de som, área de serviço, cozinha, área para churrasco e campinho de futebol.

7A casa é tombada e considerada patrimônio histórico de Ouro Preto, por isso, requer muitos cuidados e dedicação dos moradores. “Antes de virar uma república, essa casa era habitada por padres da paróquia Nossa Senhora do Pilar”, contou Artur Valadares Veras Siqueira Cruvinel, 26, o 1Custelinha.

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De acordo com Custelinha, os moradores entraram num acordo e 10resolveram pagar uma mensalista, que trabalha de segunda a sábado. “A 11Girlene está conosco há cinco anos. 8Ela limpa a casa, arruma as camas, lava os banheiros, além de fazer uns bolinhos, sucos e lanchinhos. Ela não é paga para lavar e passar”, disse. 4Para lavar as roupas, os 13 moradores compraram uma máquina de lavar e cada um faz o seu serviço.

Na PIF-PAF há apenas uma televisão, que fica na sala. “A gente prega a união entre os moradores. 6Se um deles instala uma televisão no quarto, ele se isola e não se reúne com os demais e não se integra. Por isso, a regra da república é proibir TV nos quartos”, avisou Custelinha.

Os gastos mensais gerais, que incluem luz, água, internet, salário da mensalista e material de limpeza, giram em torno de R$ 130,00 por morador. As despesas extras são pagas com recursos arrecadados em festas organizadas pela república. São dois os pré-requisitos para um calouro ser mais um morador da PIF-PAF: é preciso ser do sexo masculino e cursar Engenharia na Ufop.

“O que a gente mais preza aqui é a iniciativa do morador e o zelo pelo patrimônio. Aqui a organização está sempre em primeiro lugar”, afirmou Custelinha. 2Kurva D-Rio

Em Piracicaba, no interior de São Paulo, dez alunos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) dividem o mesmo espaço na república Kurva D-Rio. Segundo o morador Fábio Cherubin de Barros, 21, o 3“Kuazimudo”, a república tem esse nome por causa do primeiro morador e um dos fundadores da casa. “Ele morava em Rio Claro. Além disso, na curva de rio só param tranqueiras”, brincou.

A casa tem três quartos, uma suíte e um quarto nos fundos. 5Não tem TV a cabo, mas tem internet. E assim como na PIF-PAF, a TV é comunitária e fica somente na sala para “não dispersar o pessoal da casa”.

Para manter a ordem, eles pagam uma mensalista que trabalha de segunda à sexta-feira. Além disso, dois moradores são responsáveis pelas refeições da semana. O gestor financeiro é eleito para ficar no cargo por seis meses. Não há uma poupança para gastos extras. “Se acontece alguma despesa emergencial, é preciso ratear o dinheiro na hora”, disse Kuazimudo.

12“Quando você mora em república, você amadurece porque aprende a respeitar as pessoas e a aceitar outras ideias. Esses moradores, com certeza, serão meus amigos para o resto da vida”, disse. Não conseguia estudar

Recém-formado em Medicina Veterinária, Fábio Ouchana, 25, não conseguiu viver em república em Descalvado, no interior de São Paulo. Ele chegou a dividir a casa por quatro meses, mas não aguentou e preferiu dar um jeito de morar sozinho. “Não deu certo. É muita farra, muita festa, eu não conseguia estudar”, disse.

Segundo Fábio, a gota d’água para ele decidir morar sozinho foi quando o companheiro da casa ficou só de cuecas quando seus pais visitavam a república. “Achei uma falta de respeito. Não estava no ‘Big Brother’. Resolvi alugar uma casa com ajuda dos meus pais e minhas despesas triplicaram, mas valeu a pena”, avalia.

Fábio disse que aprendeu a cozinhar, lavar roupa, além de limpar a casa. “Só não aprendi a passar roupa, por isso pago uma pessoa para fazer isso aos sábados. Mas posso dizer que amadureci muito com essa experiência”, disse. (Adaptação do texto disponível em <http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0, MRP7162- 5604,00.html>. Acesso em 23/8/2011)

06. (Uem) Assinale o que for correto a respeito do texto. 01) Embora esteja alocado no link de notícias referentes a Vestibular da página de Internet de

onde foi extraído, o texto apresenta características de um texto jornalístico, podendo compor outra seção do site, não fosse sua temática específica.

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BLITZ PRÓ MASTER 02) Algumas características positivas observadas nas repúblicas mencionadas no texto são a

divisão de tarefas e de despesas, a responsabilidade financeira, a união e o respeito. 04) Para que a vida em república seja uma experiência bem sucedida, é preciso tanto o

estabelecimento quanto o cumprimento de regras. Caso isso não aconteça, a saída é morar sozinho.

08) Uma estratégia utilizada pela autora do texto para apresentar o que é a vida em república é organizar os depoimentos de estudantes que vivem em república ou que já passaram por essa experiência na forma de discurso direto.

16) Nem todos os estudantes conseguem se adaptar à vida em república por causa da falta de organização, característica desse tipo de microssociedade.

07. (Uem) A língua dispõe de recursos que permitem a retomada ou a antecipação de informações a respeito de referentes dos textos. A respeito disso, assinale o que for correto no texto. 01) Em “todos estudantes de Engenharia” (ref.9), o pronome em negrito retoma “13 moradores”. 02) Em “resolveram pagar uma mensalista” (ref.10), o substantivo em negrito apresenta uma

categoria à qual se enquadra o nome próprio que será introduzido no período seguinte. 04) Em “Ela limpa a casa, arruma as camas, lava os banheiros” (ref.8), a retomada do referente

“Girlene” (ref.11) é feita inicialmente por pronome e depois por elipse. 08) Em “‘Quando você mora em república, você amadurece’” (ref.12), a forma em negrito remete

ao leitor do texto. 16) Em “Instalada no centro histórico de Ouro Preto (MG) há 61 anos, a república PIF-PAF

abriga”, a oração reduzida de particípio apresenta informações que permitem que o leitor situe, temporal e espacialmente, a república PIF-PAF mesmo antes da introdução desse referente no texto.

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BLITZ PRÓ MASTER Gabarito: Resposta da questão 1: 01 + 08 = 09. Os itens [02] e [04] são incorretos, pois o autor apenas adverte que a convivência com gente rica não é fator indicativo de que um dia se tenha acesso integral a esse círculo, um “mundo psicológico particular” extremamente restrito, nem tampouco pretende ensinar alguém a conviver com os ricos. Resposta da questão 2: 02 + 04 = 06. A palavra “daí” não é monossílaba. Em virtude do hiato, possui duas sílabas: “da” e “í”. A acentuação se justifica em detrimento do “i” isolado na sílaba. Assim, a afirmação [01] está incorreta. O vocábulo “fenômeno” é acentuado por ser uma proparoxítona. Desse modo, a afirmativa [08] está errada. Estão corretas apenas [02] e [04]. Resposta da questão 3: 01 + 02 + 04 = 07. A afirmativa [08] está incorreta. O autor critica a visão de que a propaganda seja coação, de que o consumidor não tenha livre-arbítrio para optar ou não pela compra do produto: “A propaganda, segundo os críticos, força os consumidores a agir de uma maneira que não agiriam se não houvesse propaganda. A doutrina filosófica que fundamenta esta crítica é o determinismo, que nega a validade do livre-arbítrio”. A afirmação [16] também não procede. Uma mensagem subliminar é um estímulo não suficientemente forte para que se tenha consciência dele, ou seja, a persuasão, nesse caso, seria implícita, e não explícita como indica o enunciado. Resposta da questão 4: 01 + 04 + 08 = 13. É incorreto o que se afirma em [02], pois a palavra “pocilga”, na frase “Não acredito que você trocou nossa casa superacolhedora, limpíssima e sempre arrumadíssima por essa pocilga” tem valor morfológico de substantivo, determinado pelo pronome demonstrativo “essa”. Também é inadequado o que transcreve em [16], já que o neologismo “apertamento” foi criado pela aglutinação das palavras “aperto” e “apartamento”, cujos radicais têm valores significativos diferentes, para construir uma paranomásia com a palavra “apartamento”. Resposta da questão 5: 01 + 02 + 08 = 11. As proposições [04] e [16] são inadequadas, pois, em [04], “super”, “mega” e “hiper” são prefixos, o primeiro proveniente do latim e os demais, do grego; e em [16] não existe intenção pejorativa no uso dos diminutivos, apenas minimizar a importância das contrariedades mencionadas (“probleminha”, “chatinho”) e usar o termo popular “calcinha” para designar a peça de roupa íntima feminina. Resposta da questão 6: 01 + 02 + 04 + 08 = 15. È inadequado o que se afirma em [16], pois existem repúblicas em que o cotidiano é aprazível e bem organizado. Resposta da questão 7: 01 + 02 + 04 + 16 = 23. É incorreto o que se afirma em [01], pois o termo “você” remete ao próprio narrador e, de forma genérica, a todos os que moram em república.