Black friday- Edição 52- 12/2015

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38 Rm-Revismarket - 2015 Vendas disparam no último fim de semana de novembro São dois eventos “importados” do mercado norte-americano mas que, ano a pós ano, ganham expressão na Europa e Portugal não é exceção. Black Friday e Cyber Monday são responsáveis pelo disparar das vendas no último fim de semana de novembro. Ou um novo arranque oficial para as vendas de Natal, com as várias insígnias a aproveitarem estas duas ocasiões para atraírem os “shoppers” com as suas ações promocionais, tanto nas lojas físicas como online. Black Friday foi adotada pelos mercados europeus com o objetivo de potenciar as vendas em época pré natalícia. Inicialmente realizada apenas em lojas físicas, atualmente o cenário é bem diferente. E os dados de 2015 comprovam que o “e-commerce” já está a superar os ganhos do comércio convencional. Segundo a ACEPI, no Reino Unido, a Black Friday de 27 de novembro resultou em cerca 1,1 mil milhões de libras em compras online, num crescimento de cerca de 36%. A Amazon UK avança com valores de vendas na ordem dos 7,4 milhões de libras. Por sua vez, a Cyber Monday também não desiludiu os comerciantes online, estimando-se ganhos a rondar os 943 milhões de libras, mais 31% que 2014. Nos Estados Unidos da América, a Black Friday foi marcada pelo sucesso das compras realizadas através de dispositivos móveis, que ascenderam aos 57%, ultrapassando, pela primeira vez, os computadores. Segundo dados da National Retail Federation citados pela ACEPI, neste mercado, as compras online superaram as realizadas em lojas físicas. Os norte- americanos terão gasto cerca de 4,45 mil milhões de dólares. As vendas online, durante a Cyber Monday, poderão mesmo ter salvo o retalho norte-americano que, segundo o The New York Post, “lambe as feridas” após uma Black Friday muito fraca. As vendas digitais da Cyber Monday cresceram 12% em relação a 2014, dados do Adobe Index que acompanha os gastos nos 100 maiores retalhistas dos EUA. Alguns culpam os resultados dececionantes das lojas físicas pelo facto de vários retalhistas terem iniciado, quase uma semana mais cedo, as promoções da Black Friday. Contudo, como nota o analista do Citi, Paul Lejuez, “é cada vez mais difícil de usar o tráfego das lojas como barómetro para medir o sucesso de uma campanha, especialmente durante os períodos de tráfego intenso”. Mas nem todos estão desapontados com o resultado da Black Friday. A Amazon afirma ter melhorado os resultados do ano passado, registando vendas de 500 itens por segundo. Na segunda-feira, a Amazon divulgava novos negócios a cada cinco minutos para atrair clientes. Efetivamente, Amazon e eBay do- minaram as conversas no Twitter e, só na sexta-feira de manhã, cada um destes operadores recebeu mais de duas mil menções em apenas três horas. E em Portugal,? Quase todas as insígnias assinalaram a data com promoções que, na sua maioria, se estenderam pelo fim de semana. A Fnac e a Media Markt usaram a denominação norte- americana de Black Friday, tendo a primeira colocado no seu website um calendário em contagem decrescente dias antes da ação. A Worten realizou a campanha Nota 20 nessa data e a RP o desconto direto até 60 %. Todas as insígnias tinham uma seleção de produtos específica para a ocasião, exceto a Worten, que optou pelo desconto de 20% em cartão, transversal a todos os produtos, válido a partir da segunda feira seguinte e de uma só vez. Não havendo, ainda, dados sobre o volume de vendas, a Revismarket, que visitou as lojas físicas no fim de semana, confirma um tráfego acima do usual. Este ano notámos, também, uma melhoria significativa no atendimento, pois todas as lojas visitadas (uma de cada insígnia) denotavam o reforço do pessoal disponível para informações e acompanhamento nos pontos de venda. A insígnia onde se notou uma maior melhoria foi, sem dúvida, a Worten (a loja visitada foi a do Oeiras Parque), que tinha colaboradores disponíveis e atentos aos consumidores que procuravam informações, contrariamente ao que era habitual (sempre que visitámos esta loja especificamente). A Texto: Cidália Ribeiro Fotos: D.R. Tendências de Mercado

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38 Rm-Revismarket - 2015

Vendas disparam no último fim de semana de novembro

São dois eventos “importados” do mercado norte-americano mas que, ano a pós ano, ganham expressão na Europa e Portugal não é exceção. Black Friday e Cyber Monday são responsáveis pelo disparar das vendas no último fim de semana de novembro. Ou um novo arranque oficial para as vendas de Natal, com as várias insígnias a aproveitarem estas duas ocasiões para atraírem os “shoppers” com as suas ações promocionais, tanto nas lojas físicas como online.

Black Friday foi adotada pelos mercados europeus com o objetivo de potenciar as vendas em época pré

natalícia. Inicialmente realizada apenas em lojas físicas, atualmente o cenário é bem diferente. E os dados de 2015 comprovam que o “e-commerce” já está a superar os ganhos do comércio convencional. Segundo a ACEPI, no Reino Unido, a Black Friday de 27 de novembro resultou em cerca 1,1 mil milhões de libras em compras online, num crescimento de cerca de 36%. A Amazon UK avança com valores de vendas na ordem dos 7,4 milhões de libras.Por sua vez, a Cyber Monday também não desiludiu os comerciantes online, estimando-se ganhos a rondar os 943 milhões de libras, mais 31% que 2014. Nos Estados Unidos da América, a Black Friday foi marcada pelo sucesso das compras realizadas através de dispositivos móveis, que ascenderam aos 57%, ultrapassando, pela primeira vez, os computadores. Segundo dados da National Retail Federation citados pela ACEPI, neste mercado, as compras online superaram as realizadas em lojas físicas. Os norte-americanos terão gasto cerca de 4,45 mil milhões de dólares. As vendas online, durante a Cyber Monday, poderão mesmo ter salvo o retalho norte-americano que, segundo o The New York Post, “lambe as feridas” após uma Black Friday muito fraca. As vendas digitais da Cyber Monday cresceram 12% em relação a 2014, dados do Adobe Index que acompanha os gastos nos 100 maiores retalhistas dos EUA. Alguns culpam os resultados dececionantes das lojas físicas pelo facto de vários retalhistas terem

iniciado, quase uma semana mais cedo, as promoções da Black Friday. Contudo, como nota o analista do Citi, Paul Lejuez, “é cada vez mais difícil de usar o tráfego das lojas como barómetro para medir o sucesso de uma campanha, especialmente durante os períodos de tráfego intenso”.Mas nem todos estão desapontados com o resultado da Black Friday. A Amazon afirma ter melhorado os resultados do ano passado, registando vendas de 500 itens por segundo. Na segunda-feira, a Amazon divulgava novos negócios a cada cinco minutos para atrair clientes.Efetivamente, Amazon e eBay do-minaram as conversas no Twitter e, só na sexta-feira de manhã, cada um destes operadores recebeu mais de duas mil menções em apenas três horas.

E em Portugal,? Quase todas as insígnias assinalaram a data com promoções que, na sua maioria, se estenderam pelo fim de semana. A Fnac e a Media Markt usaram a denominação norte-americana de Black Friday, tendo a

primeira colocado no seu website um calendário em contagem decrescente dias antes da ação. A Worten realizou a campanha Nota 20 nessa data e a RP o desconto direto até 60 %. Todas as insígnias tinham uma seleção de produtos específica para a ocasião, exceto a Worten, que optou pelo desconto de 20% em cartão, transversal a todos os produtos, válido a partir da segunda feira seguinte e de uma só vez. Não havendo, ainda, dados sobre o volume de vendas, a Revismarket, que visitou as lojas físicas no fim de semana, confirma um tráfego acima do usual. Este ano notámos, também, uma melhoria significativa no atendimento, pois todas as lojas visitadas (uma de cada insígnia) denotavam o reforço do pessoal disponível para informações e acompanhamento nos pontos de venda. A insígnia onde se notou uma maior melhoria foi, sem dúvida, a Worten (a loja visitada foi a do Oeiras Parque), que tinha colaboradores disponíveis e atentos aos consumidores que procuravam informações, contrariamente ao que era habitual (sempre que visitámos esta loja especificamente).

A Texto: Cidália RibeiroFotos: D.R.

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