BIOLOGIA DE AVES CAPTURADAS EM UM FRAGMENTO DE MATA ...€¦ · 4.3. Bionomia e Biometria ......

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA MESTRADO EM BIOLOGIA ANIMAL BIOLOGIA DE AVES CAPTURADAS EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA, IGARASSU – PE VIVYANNE SANTIAGO MAGALHÃES RECIFE 2005

Transcript of BIOLOGIA DE AVES CAPTURADAS EM UM FRAGMENTO DE MATA ...€¦ · 4.3. Bionomia e Biometria ......

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA

MESTRADO EM BIOLOGIA ANIMAL

BIOLOGIA DE AVES CAPTURADAS EM UM FRAGMENTO DE MATA

ATLÂNTICA, IGARASSU – PE

VIVYANNE SANTIAGO MAGALHÃES

RECIFE

2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA

MESTRADO EM BIOLOGIA ANIMAL

BIOLOGIA DE AVES CAPTURADAS EM UM FRAGMENTO DE MATA

ATLÂNTICA, IGARASSU – PE

VIVYANNE SANTIAGO MAGALHÃES

RECIFE

2005

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VIVYANNE SANTIAGO MAGALHÃES

BIOLOGIA DE AVES CAPTURADAS EM UM FRAGMENTO DE MATA

ATLÂNTICA, IGARASSU – PE

Dissertação apresentada ao Mestrado em Biologia

Animal da Universidade Federal de Pernambuco,

como parte dos requisitos para a obtenção do grau de

Mestre em Ciências Biológicas na área de Biologia

Animal.

Orientador: Dr. Severino Mendes de Azevedo Júnior

RECIFE

2005

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v

vi

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar

triunfo e glória, mesmo expondo-se a derrota, do que

formar fila com os pobres de espírito que nem gozam

muito nem sofrem muito, porque vivem nessa

penumbra cinzenta que não conhece vitória nem

derrota”.

Theodore Roosevelt

vii

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA............................................................................................................... i

AGRADECIMENTOS....................................................................................................... ii

LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ v

LISTA DE TABELAS........................................................................................................ vii

RESUMO........................................................................................................................ viii

ABSTRACT.................................................................................................................... ix

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS............................................................................................................ 5

2.1. Objetivo Geral......................................................................................... 5

2.2. Objetivos Específicos.............................................................................. 5

3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 6

3.1. Área de estudo......................................................................................... 6

3.2. Métodos................................................................................................... 9

3.3. Tratamento Estatístico............................................................................. 13

4. RESULTADOS....................................................................................................... 15

4.1. Biologia das Espécies.............................................................................. 15

4.2. Temperatura e Índices Pluviométricos.................................................... 16

4.3. Bionomia e Biometria.............................................................................. 18

5. DISCUSSÃO........................................................................................................... 33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 43

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 45

8. APÊNDICES........................................................................................................... 53

i

Aos meus avozinhos, Dona Leó e Seu Gigi, in

memorian, por terem construído o amor e

companheirismo através de uma família tão

maravilhosa e deixado valores que nos guiarão

como seres viventes conscientes e destinados

ao bem. Por terem sonhado com esse momento.

Que estejam vendo o resultado do que

plantaram!

ii

Agradecimentos

Hoje agradeço, sobretudo, a Deus, pela minha existência e por toda a confiança que Ele

depositou em mim, mostrando que cada minuto trilhado da vida, por mais difícil que seja

(e foram anos difíceis), vale a pena!

A minha mãezinha querida, Terezinha, que com muito carinho esteve eternamente

presente e atenta às minhas necessidades, principalmente nas noites solitárias em que me

encontrava acordada escrevendo, com seus lanchinhos providenciais. Fez tudo isso de

coração aberto, muitas vezes sequer imaginando a dimensão dos meus projetos de vida.

Ao meu pai, Mariceu, que este ano de 2004 vivenciou tantas mudanças em sua vida, mas

mesmo assim não se rendeu às adversidades, estando pronto aos meus chamados sem

pestanejar e providenciou – orgulhoso – toda a logística para facilitar a escrita da minha

dissertação.

Aos meus irmãos, Polyanna e “Manoel”, que passam atualmente pelo mesmo momento

“literário” que eu, mas que, ainda assim, encontraram a palavra certa para me ajudar e

depositar confiança e estímulo a continuar, desde o campo, do qual sem eles esta

empreitada não teria sido concluída.

A Maria José e a Rose e os meninos, Camila e Tiago, que ajudaram da forma que

puderam e trouxeram momentos de descontração tão necessários nessa fase.

A família como um todo, pela paciência e compreensão da minha ausência (para alguns,

uma ausência aliviada – rs). Foi apenas uma etapa minha gente. Estou de volta!!!

Ao orientador, Severino Mendes de Azevedo Júnior, por aceitar ceder seu nome para

que eu pudesse seguir adiante com meu projeto. Agradeço as oportunidades profissionais

que me ofereceu ao longo desses anos.

A CAPES pelo apoio financeiro concedido durante parte do período do mestrado.

iii

A Michele e Roberto Siqueira, que permitiram a realização desta pesquisa no RECD e

ajudaram no que puderam, tornando possível este desafio; não esquecendo àqueles que

fazem parte íntima do Refúgio: Daniel, Henrique, Branco e Manoel.

Aos queridos, Rachel e Wallace, que começaram tudo isso, através de um convite que

inicialmente pensei que seria apenas um sonho. Este sonho está em fase de conclusão,

meninos. Obrigada!

Àqueles que participaram desse processo nos bastidores: Ana Elizabeth, da Secretaria do

Mestrado; Mário, experiente taxidermista e “professor de campo” do Laboratório de

Ornitologia da UFPE com quem aprendi bastante; Ana Katarina da biblioteca da

UFRPE, sempre disposta a ajudar “para ontem” e Gustavo da geologia da UFPE, com

seu profissionalismo e simpatia atuantes.

Aos professores da UFPE que se dispuseram e auxiliaram este trabalho com grande

empenho, cada um dentro da sua especialidade: José Roberto Botelho, Miriam Camargo

Guarnieri, Maria Eduarda de Larrazábal, Sigrid Leitão e Waldir Luna.

A Marina Anciães, que se mostrou sempre receptiva, mesmo virtualmente.

A Daniela Pedrosa, vulgo Dani Bananinha, por todo o apoio desde o campo ao trabalho

braçal no computador e pelo grande carinho que construímos durante esse período de

convivência intensa. Uma pessoa que nunca me faltou quando mais precisei. Obrigada!

Aos amigos: Carmem, Samanta, Luiza, Emerson, Weber, Mércia, Cláudio Cazal, Sheila

(Popoca), Viviane, Tininha, Milena, Arnaldo, juntamente com todos do Laboratório de

Répteis da UFPE, pela força.

A Karina Linhares: abro um espaço especial a você amiga que muito me ensinou em tão

pouco tempo e sempre esteve por perto. Que bom essa disciplina ter existido para nos

aproximar ainda mais!

A Marco Antônio, eita, vixe, oxe, Marco Antônio... Por todo carinho, atenção, paciência

(sobretudo), ajuda, leitura crítica, apoio moral, madrugadas virtuais de estudo,

momentos de relaxamento e, principalmente, pela confiança ilimitada na minha

capacidade e no meu trabalho, qualquer que seja ele. E ainda, agradeça por mim aos

iv

amigos em comum que fizemos ou adquirimos um do outro nessa sua terrinha e que

também desejaram o melhor. Valeu!

A ADAGRO, nas pessoas de Dr. Jair Virgínio e Fernando Góes de Miranda, que

compreenderam esse momento importante da minha carreira profissional e deram

oportunidade para que eu concluísse com tranqüilidade essa etapa, me resguardando das

demais tarefas que me competiam. Sem essa ajuda, talvez eu não tivesse conseguido.

Virgínia, Edjailson e Tereza pela força, compreensão e cuidados sempre presentes e aos

demais companheiros da ADAGRO, pela torcida incondicional.

A Maria Luiza Santos, pelos dias (principalmente seus sábados) que dedicou em me

ajudar com a parte estatística, até tarde da noite, com olhos vermelhos de cansaço, mas

sem pestanejar no apoio irrestrito. Uma nova amizade construída! E a Rodrigo, pelo bom

humor sempre presente e pelo empréstimo do quarto e do computador.

Ao professor Edmilson Mazza que nessa reta final foi fundamental para a conclusão do

meu estudo, trabalhando em tempo recorde em pleno carnaval.

A todos que porventura não citei, mas que ajudaram de alguma forma.

Ao Gordo, Sérgio eu agradeço... Ele sabe por quê! E aos seus pais, Cristina Alcantara e

José Elizeu e Silva, que sempre estiveram presentes, ajudando e torcendo, sobretudo.

Meu muito obrigada!

E a minha eterna Kelly, em nome de todos os animais.

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Planta Diretora de Igarassu (Escala 1:760.000). A. Localização do

município de Igarassu. B. Posição geográfica do Refúgio Ecológico

Charles Darwin (RECD). C. Localização georeferenciada das

redes. Fonte: SINTAXE Consultoria.................................................. 6

Figura 2. Aspectos da vegetação a partir de campo aberto. Em destaque,

notar proporção da altura da mata em relação à estatura de um

adulto. Foto da autora......................................................................... 8

Figura 3. Medição do Turdus leucomelas (Sabiá-barranco): A. Medição da

asa; B. Medição do diâmetro do tarso, no terço distal; C.

Comprimento do tarso. Fotos: Marco A. B. de Almeida.................... 11

Figura 4. Placas de Incubação: A. Placa em estágio 2, entrando na fase de

postura; B. Placa em estágio 3, correspondente ao período de

incubação dos ovos propriamente dito (IBAMA 1994). Fotos da

autora.................................................................................................. 12

Figura 5. Índice de Precipitação Pluviométrica, distribuído ao longo dos

meses de coleta................................................................................... 16

Figura 6. Temperatura média distribuída ao longo dos meses de coleta........... 17

Figura 7. Freqüência da presença e ausência de Placa de Incubação ao longo

dos meses de estudo............................................................................ 24

Figura 8. Freqüência de placa e muda simultâneos (sobreposição) por tipo,

segundo o mês de ocorrência.............................................................. 26

Figura 9. Representação gráfica de um plano fatorial numa análise dos

componentes principais, utilizando-se o método de ordenação e

projeção. Foram projetados no Eixo I-II os vetores espécies, fatores

abióticos e meses de captura............................................................... 27

Figura 10. Espécies capturadas no RECD entre julho de 2003 e junho de 2004.

A. Conopophaga lineata, B. Xenops minutus, C. Touit surda, D.

Ornithion inerme. Fotos da autora...................................................... 28

vi

Figura 11. A. Ninho ocupado em dezembro de 2003 pelo Trogon curucui

(Surucuá-de-barriga-vermelha). B. Ninho destruído em fevereiro de

2004, com ovo em seu interior. C. Detalhe dos outros ovos

destruídos fora do ninho. Fotos da autora........................................... 31

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela I. Tempo de anilha das espécies recuperadas no RECD entre 1996/1997 e

2003/2004. A = Adulto, J = Jovem, M = Macho, F = Fêmea, I =

Indeterminado, Id = Idade, Sx = Sexo, TA = Tempo de Anilha.................. 15

Tabela II. Freqüência de ocorrência, médias e desvio padrão das massas corpóreas

registradas para as espécies de aves capturadas no RECD entre julho de

2003 e junho de 2004. Ordem de evolução de acordo com SICK (1997).

FO = freqüência de ocorrência, <MC(g) = menor massa corporal

encontrada, >MC(g) = maior massa corporal encontrada, dp = desvio

padrão e (n) = nº de indivíduos analisados quanto ao peso.......................... 19

Tabela III. Média e desvio padrão da massa corpórea de três espécies de aves

segundo o sexo dos animais. (n) = número de indivíduos analisados por

espécie e sexo, dp = desvio padrão............................................................... 20

Tabela IV. Média e desvio padrão da massa corpórea de três espécies de aves

segundo a estação seca e chuvosa. (n) = número de indivíduos analisados

por espécie e sexo, dp = desvio padrão........................................................ 21

Tabela V. Média e desvio padrão das medidas: asa, tarso e diâmetro do tarso de três

espécies de aves segundo o sexo dos animais. (n) = número de indivíduos

analisados por espécie e sexo, dp = desvio padrão, Ø do tarso = diâmetro

do tarso......................................................................................................... 22

Tabela VI. Avaliação da ocorrência de cada tipo de muda segundo a estação da

captura.......................................................................................................... 23

Tabela VII. Avaliação da ocorrência de cada tipo de muda segundo a ocorrência de

placa de incubação........................................................................................ 25

Tabela VIII. Informações sobre bionomia e biometria de duas espécies de aves para o

RECD. ST = status, ST1 = ave nova, AN = anilha, GT = guilda trófica,

Frug. = frugívoro, Inset. = insetívoro, ID = idade, I = indeterminado, A =

adulto, SX = sexo, PI = placa de incubação, RG = rêmiges, N = ausente,

CN = contorno, C = cabeça, D = dorso, V = ventre, RT = retriz, RP =

penas em reposição, RTD = reposição retriz direita, RTE = reposição

retriz esquerda, AS = comprimento da asa, T = comprimento do tarso, ØT

= diâmetro do tarso, CC = comprimento da cauda, CM = cúlmen total,

NP = narina ponta, CT = comprimento total, P = peso................................ 30

viii

RESUMO

Este trabalho estudou a biologia da avifauna do Refúgio Ecológico Charles

Darwin, fragmento de 60 ha de Mata Atlântica, no município de Igarassu, Pernambuco.

Objetivando obter informações acerca das espécies desse bioma, foram realizadas

observações entre agosto de 1996 e julho de 1997 e capturas mensais utilizando redes de

neblina, de julho de 2003 a junho de 2004. Entre observações, capturas, recapturas e

recuperações, foram registradas 151 espécies (31 famílias) para a área, onde 456 aves de

53 espécies e 25 famílias foram capturadas com redes ornitológicas. Foram recuperadas

10 espécies (tempo de anilha de seis a oito anos). O número de capturas foi maior nos

meses mais quentes. A maioria das espécies capturadas (52,8%) teve freqüência de

ocorrência menor que 25%, sendo Manacus manacus (Linnaeus, 1766), Arremon

taciturnus (Hermann, 1783), Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) e Turdus

leucomelas Vieillot 1818 as mais freqüentes. Houve correlação significativa entre

médias de massa corpórea e comprimento da asa e tarso e diâmetro do tarso relacionado

ao sexo do indivíduo, e de mudas com estação do ano. O maior período com muda

associada à placa de incubação foi de março a maio (pico em maio). Os achados

fortalecem a imprevisibilidade dos efeitos das alterações ambientais na estrutura da

comunidade de aves em longo prazo. Mantém-se afirmativo que os desequilíbrios

populacionais possam vir a aumentar as chances de extinção, sendo necessárias novas

alternativas para a proteção da biodiversidade, sobretudo em fragmentos florestais.

PALAVRAS CHAVE. Avifauna, ecologia, fragmentação.

ix

ABSTRACT

Biology of birds captured in an Atlantic Forest fragment, at Igarassu, Pernambuco

A study was carried out, about biology of the avifauna of the Refúgio Ecológico

Charles Darwin, a 60 ha fragment of Atlantic Forest, in the town of Igarassu,

Pernambuco. Planning obtain information about the species of that bioma, were carried

out observations between August – 1996 and July – 1997 and monthly captures utilizing

mist nets, between July – 2003 and June – 2004. Among observations, captures,

recaptures and recovers, 151 species (31 families) were registered in the study area, and

456 birds (from 53 species and 25 families) were trapped in the nets. Ten species had

been recovered (time of banding from six to eight years). The amount of captures it was

bigger in hottest months. The majority of captured species (52,8%) had frequency of

occurrence less than 25%. Manacus manacus (Linnaeus, 1766), Arremon taciturnus

(Hermann, 1783), Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) and Turdus leucomelas

Vieillot 1818 was the most frequent. It had significant correlation between averages of

corporal mass and length of the wing and tarsus and diameter of tarsus related with sex,

and of molt with seasons. The main period with molt associated to the brood patches was

from March to May (with a peak in May). The findings fortify the unpredictability of the

effects of alterations in the structure of bird community in long stated period. It is

remained affirmative that the population unbalance can come to increase the

extinguishing possibilities, being necessary new alternatives for the protection of

biodiversity, over all in forest fragments. KEY WORDS. Bird community, ecology,

fragmentation.

1

1. INTRODUÇÃO

A rapidez com que os ambientes naturais estão sendo destruídos não tem

precedentes na evolução histórica da floresta tropical úmida e certamente pode causar

profundos efeitos sobre o ecossistema (BIERREGAARD et al. 1992). Neste contexto, a

Mata Atlântica é considerada um dos ecossistemas florestais mais ameaçados e

devastados pelo homem, um dos “hotspots” da biodiversidade, com seus remanescentes

florestais sofrendo ainda forte pressão antrópica (FONSECA 1985; RANTA et al. 1998,

MYERS et al. 2000), restringindo-se, atualmente, a apenas 7,3% de sua cobertura original

(IBAMA 2003).

A região Nordeste possuía 36,8% de sua área coberta com este ecossistema no

início do século XX e o Estado de Pernambuco 34,14% no mesmo período (GONZAGA

DE CAMPOS 1912). Atualmente mantém apenas 2% da sua cobertura original, em

fragmentos rodeados por monoculturas canavieiras e aglomerados urbanos (VIANA et al.

1997; CHIARELLO 1999; SILVA & TABARELLI 2000). Sendo assim, o que resta de Mata

Atlântica em Pernambuco está distribuído principalmente em pequenos fragmentos, uma

vez que aproximadamente 48% dos trechos restantes possuem menos de 10 hectares e

apenas 7% destas “ilhas” são maiores que 100 ha com o tamanho médio de 34 ha por

fragmento (RANTA et al. 1998).

Apesar de tão explorada, pouco se conhece da Floresta Atlântica, mas sabe-se

que este complexo ecossistema contém uma diversidade de espécies maior do que a

Floresta Amazônica e é caracterizada por altos níveis de endemismo entre plantas e

animais (FONSECA 1985; BROWN & BROWN 1992, TERBORGH 1992).

2

A destruição da floresta tem resultado na eliminação de muitas populações e

potencialmente, na erosão da diversidade genética de várias espécies (BROWN & BROWN

1992, MORELLATO & HADDAD 2000). Inicia-se assim um processo contínuo de extinção

local, onde a composição e diversidade biológica da comunidade passam por estágios de

transição até a fase de equilíbrio (TABARELLI 2000). WILLIS (1979) e BIERREGAARD et

al. (1992) estão de acordo com TABARELLI (2000) quando relatam a diminuição da área

florestal associada a um decréscimo no número de espécies de aves. Por isso entende-se

que a presença ou ausência de certas espécies em áreas estudadas da Mata Atlântica ou

de outros ecossistemas, determinam a situação ecológica de ecossistemas específicos

(TELINO JÚNIOR et al. 2000).

MARINI (1998), em estudos acerca dos efeitos da fragmentação florestal sobre as

aves, relata a importância das pequenas áreas fragmentadas de Mata Atlântica, bem

como a necessidade de preservação e desenvolvimento de novas pesquisas nestes

refúgios.

Para LAURANCE (1991) e TABARELLI (2000), a fragmentação apresenta efeitos

em longo prazo sobre as populações através de mudanças nos principais processos

ecológicos como a polinização, predação, comportamento territorial e hábitos

alimentares. Esses efeitos podem surgir como resultado indireto de conseqüências

microclimáticas da fragmentação, como mudança na radiação solar, umidade e padrões

de vento, que são importantes para muitos organismos.

Toda essa fragmentação aumenta a proporção das áreas de borda nesta região,

que se apresenta fisicamente diferente do interior do habitat, estando inversamente

relacionado ao tamanho do fragmento, o que resulta em falha por estes fragmentos em

suportar espécies geralmente encontradas em ecossistemas intactos (BIERREGAARD et al.

3

1992; RANTA et al. 1998). Para a avifauna, a fragmentação florestal geralmente atua

favorecendo as aves de ambientes abertos e de borda, atuando negativamente, na maior

parte dos casos, sobre espécies florestais (WILLIS 1979; BIERREGAARD et al. 1992;

ALEIXO & VIELLIARD 1995).

Os distúrbios antropogênicos no hábitat natural, aliados aos fatores supracitados,

levam à necessidade de acompanhamento do tamanho e qualidade das populações

silvestres, o que pode ser feito através do desenvolvimento de métodos simples,

aplicadas como índice para monitoramento do grau de conservação de populações de

aves em fragmentos da Mata Atlântica (ANCIÃES & MARINI 2000 a e b).

Segundo AZEVEDO-JÚNIOR et al. (2001), diversos estudos já demonstraram a

importância da marcação de aves, principalmente no que concerne a dados sobre a

biologia, longevidade, deslocamentos e migrações. SICK (1997) afirma que o

anilhamento é útil, se não indispensável para estudo de populações locais, incluindo

aquelas que não migram, trazendo informações importantes como subsídios das atitudes

e políticas de conservação, empreendidas pelo órgão federal responsável (Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA), bem

como pela difusão do uso da técnica de anilhamento em aspectos de pesquisa básica ou

aplicada (IBAMA 1994).

Embora as aves, de um modo geral, já se apresentem como um grupo

amplamente estudado, informações relacionadas à bionomia e biometria são escassas

(CLARK JÚNIOR 1979, FOSTER 1975, REINERT et al. 1996). Estudos prolongados sobre

mudas de aves neotropicais são raros (MARINI & DURÃES 2001). Aqueles autores que

trazem informações sobre massa corpórea, em geral apresentam informações pontuais,

bem como aqueles que fazem inferência acerca de dados biométricos (BALDWIN &

4

KENDEIGH 1938, MCNEIL 1971, CLARK JÚNIOR 1979, ONIKI 1981, ONIKI & WILLIS 1993,

REINERT et al. 1996).

A despeito disto, poucas são as pesquisas realizadas que mostram como as

espécies respondem ao atual estado de fragmentação de seus habitats na região

nordestina. Alguns trabalhos ornitológicos com anilhamento e biologia das espécies

foram desenvolvidos entre os anos de 1996 e 1997, na mesma área onde foi realizado o

presente trabalho (LYRA-NEVES et al. 2000; TELINO-JÚNIOR et al. 2000).

Desta forma, objetiva-se apresentar novas informações acerca da biologia das

espécies de aves em uma área fragmentada de Mata Atlântica secundária no nordeste do

Brasil, através de informações obtidas por observação, captura, recaptura e recuperação,

visando à obtenção de dados que possam ser utilizados em estratégias de conservação da

avifauna.

5

2. OBJETIVO

2.1. OBJETIVO GERAL

Esta pesquisa teve como objetivo apresentar novos conhecimentos acerca da

biologia das espécies de aves em um fragmento de Mata Atlântica, que possam ser

utilizadas para subsidiar estratégias de conservação da avifauna.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

► Gerar informações sobre a biologia das espécies de aves capturadas em um fragmento

de Mata Atlântica, pela avaliação da idade, sexo, tempo de anilha, período reprodutivo e

mudas;

► Inferir se há ou não diferenças e associações significativas entre fatores bióticos e

abióticos encontrados.

6

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido no Refúgio Ecológico Charles Darwin –

RECD (Figura 1), Zona da Mata Úmida Norte do Estado de Pernambuco (ANDRADE-

LIMA 1960; LYRA-NEVES et al. 2000).

Figura 1. Planta Diretora de Igarassu (Escala 1:760.000). A. Localização do município de

Igarassu. B. Posição geográfica do Refúgio Ecológico Charles Darwin (RECD). C. Localização

georeferenciada das redes. Fonte: SINTAXE Consultoria.

7

O RECD é um fragmento florestal de Mata Atlântica localizado no Município de

Igarassu entre as coordenadas 7º48’ e 7º49’ Sul e 34º56’ e 34º57’ Oeste, distando 34 km

da capital pernambucana, fazendo parte do Complexo Litorâneo da Reserva da Biosfera

da Mata Atlântica. Propriedade de domínio privado ocupa uma área de

aproximadamente 60 ha, totalmente ilhada por monocultura de capim-elefante

(Pennisetum purpureum Schum.). Criado há cerca de 40 anos, somente no final da

década de 80 teve início à sistematização de suas atividades como Centro de Pesquisas

(LIMA 1998).

A floresta que compõe este fragmento sofreu ação antrópica no passado, sendo

atualmente representada por um remanescente de Mata Atlântica com formação vegetal

secundária em fase de recomposição, embora as áreas vizinhas já estejam desmatadas

servindo à agropecuária. Conforme descrito em trabalhos anteriores (FIDEM 1993),

nesta zona da mata a vegetação encontra-se dividida em capoeirão, capoeira rala,

vegetação arbustiva e campos, assim descritos: capoeirão, de formação secundária,

originária da Floresta Atlântica primitiva, apresenta vegetação arbórea, onde predomina

espécies de porte médio e alto, demonstrando recomposição; a capoeira rala é

semelhante ao capoeirão, porém, de porte menor e com uma maior densidade de

espécies; a vegetação arbustiva é constituída por uma faixa de transição, com extrato

arbóreo inferior a três metros de altura, composta por arbustos finos e gramíneas; nos

campos predominam as gramíneas, com diversas espécies arbóreas (frutíferas em sua

maioria, a exemplo de: sapotizeiro [Achras sapota L.], pitangueira [Eugenia uniflora L.]

e cajueiro [Anacardium ocidentalis L.]), sendo distribuídas espaçadamente ao longo da

área. A borda da mata é composta predominantemente por vegetação arbustiva e o seu

interior composto principalmente por capoeirão (Figura 2).

8

ANDRADE-LIMA (1961) relata que causas diversas condicionam os tipos de

floresta, sendo a mais importante delas o clima. O autor afirma que em Pernambuco

ocorre significativa variação de condições climáticas, sendo a distribuição das chuvas

desiguais em todas as áreas do Estado. Nos municípios mais próximos da costa há

chuvas entre abril e agosto, podendo prolongar-se até setembro, em um total anual

variando de 700 a 1.300 mm/ano nos municípios mais ao norte e de 1.500 a 2.300

mm/ano naqueles municípios costeiros e do sul do Estado, em Recife chegando a 1.700

mm/ano (RANTA et al. 1998), com os períodos de estiagem descritos por AZEVEDO-

JÚNIOR (1990) ocorrendo entre os meses de setembro a março.

Figura 2. Aspectos da vegetação a partir de campo aberto. Em destaque, notar proporção da

altura da mata em relação à estatura de um adulto. Foto da autora.

O clima de Igarassu é considerado quente e úmido (LYRA-NEVES 1998). Quanto

à hidrografia, o RECD é cortado pelo Rio Tabatinga, também chamado de Jacoca, cujo

9

leito é perene e possui uma largura variando de dois a oito metros e sua profundidade

entre 30 centímetros a dois metros (LYRA-NEVES op cit.).

3.2. MÉTODOS

No RECD, dois ambientes foram escolhidos, sendo denominados Área I (AI) e

Área II (AII). Ambos tiveram redes posicionadas na borda e no interior da mata. Cada

área foi amostrada mensalmente durante um período de três dias, entre julho de 2003 e

junho de 2004. A AII não foi amostrada no mês de novembro, sendo as duas expedições

realizadas na AI. Para algumas análises, este mês foi removido ou, quando possível, a

média de espécies capturadas naquele mês foi utilizada para os cálculos.

O registro das espécies presentes no RECD (Apêndice 1) ocorreu entre os

períodos de agosto de 1996 a julho de 1997 (apenas por meio de observação visual) e de

julho de 2003 a junho de 2004 através de um esforço padronizado de captura pelo uso de

redes de neblina (mist-net), em número médio de 12, com 36 mm de malha, 12 m de

comprimento e aproximadamente 3 m de altura. As redes foram dispostas em

transecções lineares no sub-bosque, com localização georeferenciada para as redes

colocadas entre 2003 e 2004, que foram abertas entre 5:00h e 10:00h e fechadas no

intervalo mais quente do dia, quando as aves estão em descanso. As mesmas foram

reabertas das 15:00h às 17:00h, quando retornam a atividade mais intensa antes do

período de repouso. As redes foram vistoriadas a cada hora.

Todos os dados referentes à biometria e bionomia (idade, sexo, mudas, placa de

incubação, guildas alimentares, recapturas e recuperações) foram anotados em planilha

de campo (Apêndice 2) para cada indivíduo capturado.

10

Para fins desse trabalho, entende-se por captura toda ave marcada pela primeira

vez. Por recaptura as aves que são marcadas e capturadas novamente pelo mesmo

pesquisador, naquela localidade. E recuperação, quando são capturadas aves marcadas

por outros anilhadores.

Dados de temperatura e pluviometria para o período de 2003 e 2004 foram

obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), pela Seção de

Observação e Meteorologia Aplicada (SEOMA).

Todos os indivíduos foram identificados ao nível específico, de acordo com

DUNNING (1987), RIDGELY & TUDOR (1994 a-b), SICK (1997) e SOUZA (2002). A

nomenclatura científica e os nomes vulgares utilizados são aqueles propostos por SICK

(1997). As aves capturadas receberam anilhas metálicas fornecidas pelo Centro Nacional

de Pesquisa para a Conservação de Aves Silvestres do Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (CEMAVE/IBAMA) seguindo as

orientações contidas no manual de anilhamento deste centro (IBAMA 1994).

Para os dados biométricos, todos os indivíduos capturados foram mensurados,

utilizando-se: paquímetro com precisão de 0,02 mm e régua metálica milimetrada, onde

foram aferidos comprimento das asas e tarsos e diâmetro dos tarsos. As asas foram

medidas pelas penas primárias em sua extensão plena, mantidas o mais retilínea

possível. A décima primária não foi considerada na medição por ser rudimentar em

alguns grupos (SICK 1997). Os tarsos foram mensurados a partir da articulação tíbio-

tarso até o final da última escama completa do tarso e o seu diâmetro medido

longitudinalmente na porção mais distal do tarso, próximo à articulação tarso-metatarso

(Figura 3). Aves em muda de rêmiges primárias ou com anomalias nos tarsos não foram

11

medidas. A massa corpórea foi obtida através de balanças Pesola tipo dinamômetro

com precisão de 1 e 2g.

Figura 3. Medição do Turdus leucomelas (Sabiá-barranco): A. Medição da asa; B. Medição do

diâmetro do tarso, no terço distal; C. Comprimento do tarso. Fotos: Marco A. B. de Almeida.

A determinação da idade e sexo, quando possível, foi baseada na plumagem.

Quanto às mudas, foram observadas: penas de contorno (penas que recobrem o

corpo), penas da asa ou rêmiges e penas da cauda ou retrizes. Foi estabelecida a presença

de muda de contorno quando havia penas em crescimento (canhão) na região da cabeça,

dorso e ventre, num número mínimo de três penas em quaisquer dessas regiões. Nas

penas de vôo da asa, apenas as mudas das rêmiges primárias foram observadas, critério

amplamente utilizado nos trópicos (MILLER 1961), aconselhado por este fenômeno

ocorrer em um curto espaço de tempo, substituindo praticamente toda a plumagem no

período de muda (AVERY 1985). Em acordo com o trabalho de MARINI & DURÃES

(2001), nesta pesquisa as rêmiges e retrizes foram consideradas em muda somente

12

quando apresentavam reposição simétrica e para esta análise foram excluídas as aves

imaturas ou àquelas com algumas penas perdidas acidentalmente durante a captura e

processamento. Para a análise das mudas, àquelas aves recapturadas ou recuperadas em

diferentes meses foram tratadas como novos registros, mas somente no primeiro registro

individual do mês amostrado (MARINI & DURÃES op cit.).

Para o estudo reprodutivo, foi analisada a presença de placa de incubação ou

placa de choco, observação que evidencia a atividade reprodutiva (Figura 4). Para

avaliação deste parâmetro, utilizou-se a classificação adotada pelo Manual de

Anilhamento de Aves Silvestres do CEMAVE (IBAMA 1994).

Figura 4. Placas de Incubação: A. Placa em estágio 2, entrando na fase de postura; B. Placa em

estágio 3, correspondente ao período de incubação dos ovos propriamente dito (IBAMA 1994).

Fotos da autora.

As espécies foram classificadas quanto à sensibilidade ao ambiente alterado,

segundo PARKER III et al. (1996). Esta sensibilidade demonstra o comportamento

diferenciado entre as espécies com relação aos distúrbios ambientais provocados pelo

homem. A presença de espécies altamente sensíveis denota sua importância como

13

bioindicadores de ambientes antropizados. PARKER III et al. (1996) determinam ainda

aquelas espécies com prioridade de conservação ou com prioridade de pesquisa

(Apêndice 1). A primeira é estimada através do estado de conservação do habitat, local

de distribuição da espécie, abundância relativa, tolerância ao habitat e sensibilidade aos

distúrbios. A segunda baseia-se no conhecimento da história natural, distribuição e

taxonomia de cada espécie. Poucas espécies neotropicais já foram estudadas

detalhadamente. Muitas dessas com prioridade de pesquisa ocorrem especificamente em

vários locais e são de grande importância para a conservação.

As espécies endêmicas e ameaçadas de extinção foram identificadas segundo

SICK (1997) e através da Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de

Extinção (IBAMA 2003).

As guildas alimentares foram agrupadas em quatro categorias tróficas: Onívoras

(O), Granívoras (G), Insetívoras (I) e Frugívoras (F), seguindo WILLIS (1979),

TERBORGH et al. (1990) e SICK (1997).

3.3. TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Quanto ao tratamento estatístico dos dados, foi calculada a freqüência de

ocorrência (FO) das espécies de aves capturadas. Estas interpretam, em porcentagem, o

número de visitas em que uma espécie foi encontrada, avaliando a regularidade com que

a mesma foi achada na área analisada. Foram obtidas distribuições absolutas, percentuais

das variáveis nominais ou categóricas e as medidas: média e desvio padrão para as

variáveis numéricas (estatística descritiva) e foi utilizado o teste t-Student para amostras

independentes com variâncias iguais ou desiguais e teste Qui-quadrado de independência

(estatística inferencial). A verificação da hipótese de igualdade de variâncias foi

realizada através do teste F.

14

Objetivando proporcionar informações sobre as semelhanças ecológicas das

amostras, foi empregado o Método de Ordenação através da Análise de Componentes

Principais (ACP) para espécies com FO superior a 58%, através do índice de correlação

de Pearson, utilizando-se o Software NTSYS pc 2.1. Para este método houve

cruzamento dos dados de FO com fatores abióticos, como temperatura e pluviometria.

O nível de significância utilizado na decisão dos testes estatísticos foi de 5%

(0,05). Os dados foram digitados na planilha Excel e o “software” utilizado para a

obtenção dos cálculos estatísticos foi o SAS (Statistical Analysis System) na versão 8.

15

4. RESULTADOS

4.1. BIOLOGIA DAS ESPÉCIES

Entre 1996 e 1997 (observações) e 2003 e 2004 (capturas), foram registradas 151

espécies de 31 famílias de aves para o RECD. No período de 2003 e 2004 foram

analisados 456 indivíduos pertencentes a 53 espécies e 25 famílias de passeriformes e

não-passeriformes, através de capturas, recapturas e recuperações. O esforço amostral

totalizou aproximadamente 490 horas/rede para os 12 meses analisados. Desse total, 335

foram capturas, 98 recapturas e 23 recuperações (Apêndice 1). Dos 23 animais

recuperados, 14 caíram na rede uma única vez, totalizando 3,07% dos indivíduos

amostrados, abrangendo 5 famílias de 10 espécies diferentes (Tabela I).

Tabela I. Tempo de anilha das espécies recuperadas no RECD entre 1996/1997 e 2003/2004. A = Adulto, J = Jovem, M = Macho, F = Fêmea, I = Indeterminado, Id = Idade, Sx = Sexo, TA = Tempo de Anilha

Capturas Recuperações Id Sx Id SxArremon taciturnus E26784 09/03/96 24/04/04 A M A M >8 anos

E26797 16/08/96 24/01/04 A I A M >8 anosE30687 09/09/97 12/06/04 A M A M >7 anos

Cyanerpes cyaneus C25334 21/12/96 28/02/04 A M A M >8 anosCyclarhis gujanensis G31230 28/11/96 28/02/04 A I A I >8 anosEuphonia violacea 1D30305 10/03/96 04/10/03 A M A M >7 anosManacus manacus D30630 09/01/98 28/02/04 A F A F >6 anos

1D30398 17/03/97 27/03/04 J I A F >6 anosNeopelma pallescens D30603 01/04/97 14/07/03 A I A I >7 anos

1D30330 26/06/96 07/09/03 A I A I >7 anosRamphocelus bresilius E26799 16/08/96 27/12/03 A M A M >7 anosThamnophilus caerulescens 1D30335 26/06/96 09/11/03 A M A M >7 anosThlypopsis sordida D30618 06/06/97 12/06/04 J I A M >7 anosXiphorhynchus picus G31208 16/06/96 28/12/03 A I A I >7 anos

Espécies Capt.Datas TAAnilha Recup.

Tais recuperações ocorreram seis a oito anos após a captura, onde a maioria dos

indivíduos naquele período já era adulta, aumentando o tempo de vida estimado.

16

4.2. TEMPERATURA E ÍNDICES PLUVIOMÉTRICOS

No período estudado entre 2003 e 2004 o índice pluviométrico variou com a

mínima de 26,8 mm em novembro de 2003 e a máxima de 538,9 mm em junho de 2004.

A temperatura e a umidade relativa do ar apresentaram médias de 26,1ºC e 79,4%,

respectivamente. O período de estiagem deu-se principalmente entre agosto e dezembro

de 2003. Entre os meses de dezembro de 2003 e janeiro de 2004, foi possível observar

um aumento de 198,4 mm nos níveis pluviométricos, mantendo um padrão elevado até

junho de 2004, com a diminuição mais expressiva no mês de março de 2004 (Figura 5).

282.2

0.0

194.8

0.0

135.8

0.0

52.2

0.026.8

0.0

51.5

0.0 0.0

249.9

0.0

226.0

0.0

168.8

0.0

377.5

0.0

327.3

0.0

538.9

0.0

100.0

200.0

300.0

400.0

500.0

600.0

Prec

ipita

ção

(mm

)

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai JunMeses do Ano

Precipitação Pluviométrica

20032004

Figura 5. Índice de Precipitação Pluviométrica, distribuído ao longo dos meses de coleta.

17

A média de espécies presentes nos meses de temperaturas mais baixas do período

amostral (julho a outubro de 2003; maio e junho de 2004, entre 24,3 e 26ºC), foi inferior

(16 espécies) à média de 21 espécies, capturadas nos meses com temperaturas mais

elevadas, quando a média ficou entre 26,6 e 28,1ºC (novembro de 2003 a abril de 2004)

(INMET 2004) (Figura 6).

24.3

0.0

24.3

0.0

25.1

0.0

26.0

0.0

27.1

0.0

27.5

0.0 0.0

28.1

0.0

26.8

0.0

26.9

0.0

26.6

0.0

25.8

0.0

25.0

0

5

10

15

2 0

2 5

3 0

Tem

pera

tura

ºC

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Meses do Ano

Temperatura Média2003

2004

Figura 6. Temperatura média distribuída ao longo dos meses de coleta.

No período de estiagem, o número de capturas apresentou uma alta com o maior

registro de espécimes (n=63) para o mês de dezembro.

18

4.3. BIONOMIA E BIOMETRIA

A maior parte (52,8%) da avifauna capturada no RECD apresentou FO inferior a

25%, ou seja, presentes em menos de quatro do total de 12 visitas (Tabela II). Manacus

manacus (Linnaeus, 1766), Arremon taciturnus (Hermann, 1783), Neopelma pallescens

(Lafresnaye, 1853) e Turdus leucomelas Vieillot 1818, foram as espécies mais

freqüentes, apresentando FO acima de 75%, com M. manacus representando 91,67% e

os demais, 83,33% das amostras. As três famílias mais representativas foram: Pipridae

(26,1%), seguida de Emberizidae (15,1%) e Tyrannidae (13,8%), totalizando 55% das

aves capturadas, com 71,3% dessas capturas ocorridas na AI.

Informações referentes à massa corpórea das espécies capturadas constam na

Tabela II, com suas médias, valores máximo e mínimo, bem como o desvio padrão para

aquelas que apresentaram um número de captura acima de dois indivíduos. Doze

espécies com representatividade única tiveram esse dado registrado, como segue:

Família Caprimulgidae, com Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789): 62,0g; Família

Trogonidae, com Trogon curucui (Linnaeus, 1766): 49,0g; Família Picidae, com

Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788): 85,5g e Veniliornis passerinus (Linnaeus,

1766): 27,5g; Família Tyrannidae, com Elaenia cristata (Pelzeln, 1868): 14,0g, Pitangus

sulphuratus (Linnaeus, 1766): 51,0g e Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818):

17,0g; Família Vireonidae, com Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789): 28,0g e, Família

Emberizidae, com Thlypopsis sordida (D’Orbigny & Lafresnaye, 1837): 15g, Sporophila

nigricollis (Vieillot, 1823): 9,5g, Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766): 32,5g e

Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789): 42,0g.

19

Tabela II. Freqüência de ocorrência, médias e desvio padrão das massas corpóreas registradas para as espécies de aves capturadas no RECD entre julho de 2003 e junho de 2004. Ordem de evolução de acordo com SICK (1997). FO = freqüência de ocorrência, <MC(g) = menor massa corporal encontrada, >MC(g) = maior massa corporal encontrada, dp = desvio padrão e (n) = nº de indivíduos analisados quanto ao peso

n %Columbidae Columbina talpacoti (Temminck, 1811) 2 16,67 48,0 54,0 51,0 ± 4,2 (2)Psittacidae Touit surda (Kuhl, 1820) 2 16,67 54,0 68,0 62,5 ± 7,5 (3)Caprimulgidae Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) 1 8,33 ـ ـ ـTrogonidae Trogon curucui Linnaeus, 1766 1 8,33 ـ ـ ـGalbulidae Galbula ruficauda Cuvier, 1816 5 41,67 20,5 26,0 23,3 ± 1,5 (16)Picidae Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) 1 8,33 ـ ـ ـ

Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) 1 8,33 ـ ـ ـThamnophilidae Formicivora grisea (Boddaert, 1783) 5 41,67 10,0 11,5 10,7 ± 0,6 (9)

Herpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 4 33,33 8,0 15,0 10,3 ± 2,5 (6)Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 5 41,67 10,5 22,0 17,2 ± 5,0 (9)

Conopophagidae Conopophaga lineata (Wied, 1831) 1 8,33 21,0 21,5 21,3 ± 0,4 (2)Furnariidae [Philydorinae] Xenops minutus (Sparman, 1788) 5 41,67 9,5 17,0 11,2 ± 2,4 (10)Dendrocolaptidae Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) 4 33,33 9,0 14,0 11,6 ± 1,3 (10)

Xiphorhynchus picus (Gmelin, 1788) 6 50,00 31,0 40,0 35,8 ± 3,1 (7)Tyrannidae [Elaeniinae] Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) 1 8,33 9,0 10,0 9,5 ± 0,7 (2)

Capsiemps flaveola (Lichtenstein, 1823) 2 16,67 6,0 9,0 7,5 ± 2,1 (2)Elaenia cristata Pelzeln, 1868 1 8,33 ـ ـ ـElaenia flavogaster (Thunberg, 1822) 7 58,33 13,0 24,0 20,1 ± 3,1 (12)Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 6 50,00 9,5 14,0 11,7 ± 1,0 (22)Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) 3 25,00 11,0 14,0 12,1 ± 1,3 (5)Ornithion inerme Hartlaub, 1853 2 16,67 7,0 8,0 7,5 ± 0,7 (2)Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) 7 58,33 10,0 13,0 12,0 ± 0,8 (16)

Tyraniidae [Tyranninae] Myiozetetes similis (Spix, 1825) 3 25,00 26,0 51,0 42,7 ± 14,4 (3)Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) 1 8,33 ـ ـ ـ

Tyrannidae [Tityrinae] Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) 1 8,33 ـ ـ ـPachyramphus viridis (Vieillot, 1816) 2 16,67 18,0 20,0 19,0 ± 1,4 (2)

Pipridae Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) 7 58,33 17,5 23,5 19,5 ± 1,5 (17)Manacus manacus (Linnaeus, 1766) 11 91,67 12,5 24,0 15,0 ± 2,2 (36)Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) 10 83,33 13,0 21,0 18,0 ± 1,6 (48)Pipra rubrocapilla Temminck, 1821 9 75,00 11,0 21,5 12,9 ± 2,4 (18)

Hirundinidae Stelgodopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) 2 16,67 15,0 16,0 15,6 ± 0,5 (4)Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 2 16,67 11,0 12,5 12,0 ± 0,9 (3)Muscicapidae [Sylviinae] Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 2 16,67 9,0 10,0 9,5 ± 0,7 (2)Muscicapidae [Turdinae] Turdus leucomelas Vieillot, 1818 10 83,33 53,0 75,0 62,3 ± 5,2 (28)Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) 1 8,33 ـ ـ ـ

Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) 2 16,67 14,0 16,0 15,0 ± 1,0 (3)Emberizidae [Parulinae] Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) 9 75,00 10,0 14,0 12,5 ± 0,9 (30)Emberizidae [Coerebinae] Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) 5 41,67 9,0 16,0 10,2 ± 2,0 (11)Emberizidae [Thraupinae] Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) 5 41,67 12,0 20,0 13,7 ± 1,8 (17)

Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) 2 16,67 11,0 13,0 12,3 ± 1,0 (4)Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) 5 41,67 13,0 16,0 14,0 ± 0,9 (15)Ramphocelus bresilius (Linnaeus, 1766) 2 16,67 27,5 36,0 30,5 ± 4,8 (3)Tachyphonus cristatus (Linnaeus, 1766) 1 8,33 ـ ـ ـTachyphonus rufus (Boddaert, 1783) 6 50,00 26,0 39,0 31,9 ± 3,3 (13)Tangara cayana (Linnaeus, 1766) 3 25,00 14,0 22,0 18,2 ± 2,6 (6)Thlypopsis sordida (Orbigny & Lafresnaye, 1837) 1 8,33 ـ ـ ـThraupis palmarum (Wied, 1821) 3 25,00 35,5 43,0 38,6 ± 2,7 (7)Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) 2 16,67 34,5 35,0 34,8 ± 0,4 (2)

Emberizidae [Emberizinae] Arremon taciturnus (Hermann, 1783) 10 83,33 24,0 31,0 26,4 ± 1,5 (32)Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) 1 8,33 ـ ـ ـ

Emberizidae [Cardinalinae] Saltator maximus (Müller, 1776) 2 16,67 41,0 44,0 42,5 ± 2,1 (2)Emberizidae [Icterinae] Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) 1 8,33 ـ ـ ـ

Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) 1 8,33 ـ ـ ـ

>MC(g) Média ± dp (n)FOFAMÍLIA ESPÉCIES <MC(g)

20

Foram realizados cálculos de média, desvio padrão e os resultados do teste

comparativo entre sexo e peso médio das aves, entre peso médio e estação do ano

(chuvosa – de abril a agosto e seca – de setembro a março) e entre sexo e medidas do

tamanho da asa e tarso e diâmetro do tarso (Tabelas III, IV e V). Com isso, objetivou-se

verificar se existe diferença significativa entre as variáveis para as espécies com pelo

menos cinco animais capturados em cada subgrupo (excluídos não adultos, sexo

indeterminado ou recapturas).

Foi possível destacar que os valores médios da massa corpórea foram mais

elevados entre os machos do que entre as fêmeas para a espécie Arremon taciturnus e o

contrário ocorreu com as espécies Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) e Manacus

manacus. Entretanto A. taciturnus foi a única espécie que apresentou diferença

significante entre sexos (p < 0,05) (Tabela III).

Tabela III. Média e desvio padrão da massa corpórea de três espécies de aves segundo o sexo dos animais. (n) = número de indivíduos analisados por espécie e sexo, dp = desvio padrão Sexo Espécie Fêmea Macho Valor de p Média ± dp (n) Média ± dp (n)

Arremon taciturnus 25,20 ± 1,10 (5) 26,69 ± 1,23 (13) p(1) = 0,0312* Cyanerpes cyaneus 14,58 ± 2,94 (6) 13,25 ± 0,68 (10) p(2) = 0,3211 Manacus manacus 15,03 ± 2,78 (17) 14,86 ± 0,69 (7) p(1) = 0,8742

(*) – Diferença significante ao nível de 5,0%. (1) – Através do teste t-Student com variâncias iguais. (2) – Através do teste t-Student com variâncias desiguais.

Verificou-se que os valores médios foram mais elevados entre os animais

capturados na estação chuvosa do que na estação seca para as espécies: M. manacus e

Pipra rubrocapilla Temminck, 1821 e o contrário ocorreu com a espécie A. taciturnus.

21

Entretanto para nenhuma das três espécies comprova-se diferença significativa entre

sexos em relação às estações chuvosa ou seca (p > 0,05) (Tabela IV).

Tabela IV. Média e desvio padrão da massa corpórea de três espécies de aves segundo a estação seca e chuvosa. (n) = número de indivíduos analisados por espécie e sexo, dp = desvio padrão

Estação da captura Espécie Chuvosa Seca Valor de p Média ± dp (n) Média ± dp (n)

Arremon taciturnus 25,71 ± 1,38 (7) 26,64 ± 1,27 (11) p(1) = 0,1649 Manacus manacus 16,00 ± 4,21 (6) 14,64 ± 1,32 (18) p(2) = 0,4687 Pipra rubrocapilla 14,30 ± 4,04 (5) 12,45 ± 1,27 (11) p(2) = 0,3699

(1) – Através do teste t-Student com variâncias iguais. (2) – Através do teste t-Student com variâncias desiguais. Exceto no diâmetro do tarso em C. cyaneus e tamanho da asa em M. manacus,

observou-se que as medidas médias foram mais elevadas entre os machos do que entre

as fêmeas. Diferenças significativas foram verificadas para o tamanho da asa de

qualquer uma das três espécies, para o diâmetro do tarso de C. cyaneus e tarso da espécie

M. manacus (p < 0,05) (Tabela V).

Abril e maio de 2004 foram os meses com maior número de mudas de rêmiges.

Para retrizes este número foi maior entre dezembro de 2003 e janeiro de 2004. Foi

possível constatar sobreposição de mudas de rêmiges e retrizes, através da análise de

correlação de Pearson, (r=0,57, p=0,026), o que demonstra, de maneira geral, um padrão

semelhante de mudas dessas penas ao longo do ano. As mudas das penas de contorno

apresentaram padrões irregulares, mostrando picos nos meses de outubro e dezembro de

2003 e abril e maio de 2004.

22

Tabela V. Média e desvio padrão das medidas: asa, tarso e diâmetro do tarso de três espécies de aves segundo o sexo dos animais. (n) = número de indivíduos analisados por espécie e sexo, dp = desvio padrão, Ø do tarso = diâmetro do tarso

Sexo Espécie Medida Fêmea Macho Valor de p Média ± dp (n) Média ± dp (n)

Asa

69,55 ± 2,85 (5) 75,55 ± 1,88 (13) p (1) < 0,0001*

Tarso

24,09 ± 0,60 (5) 24,42 ± 0,62 (13) p (1) = 0,3191 Arremon taciturnus

Ø do tarso

2,30 ± 0,16 (5) 2,33 ± 0,15 (13) p (1) = 0,6799

Asa

62,96 ± 1,43 (6) 66,26 ± 1,62 (9) p (1) = 0,0014*

Tarso

14,45 ± 0,29 (6) 14,49 ± 0,39 (9) p (1) = 0,8003 Cyanerpes cyaneus

Ø do tarso

1,89 ± 0,12 (6) 1,69 ± 0,14 (9) p (1) = 0,0127*

Asa

54,50 ± 3,95 (15) 49,04 ± 1,10 (7) p (2) < 0,0001*

Tarso

19,37 ± 0,42 (16) 20,81 ± 0,55 (7) p (1) < 0,0001* Manacus manacus

Ø do tarso

1,68 ± 0,11 (16) 1,69 ± 0,14 (7) p (1) = 0,9582

(*) – Diferença significante ao nível de 5,0%. (1) – Através do teste t-Student com variâncias iguais. (2) – Através do teste t-Student com variâncias desiguais.

Independente da estação do ano o percentual de muda mais elevado foi a de

contorno (39,8%), seguida da muda de rêmige (12,9%) e de retrizes (8,6%) para aquelas

espécies com idade adulta e/ou idade indeterminada (neste último caso analisadas

quando com plumagem homogênea presente) (Tabela VI). Os percentuais de mudas de

rêmiges e contorno foram maiores na estação chuvosa do que na estação seca (24,2%-

7,2% e 55,7%-31,6%, respectivamente), sendo significante a associação entre estação do

ano e ocorrência de muda (p < 0,05). Os percentuais de mudas de retrizes foram

aproximados entre as estações chuvosa (8,1%) ou seca (8,9%) e não se verifica

associação significativa entre as duas variáveis em análise (p > 0,05) (Apêndice 3, 4 e 5).

23

Tabela VI. Avaliação da ocorrência de cada tipo de muda segundo a estação da captura Muda

Tipo de muda

Estação do ano Sim Não TOTAL Valor de p

n % n % n % Chuvosa 36 24,2 113 75,8 149 100,0 Rêmiges Seca 21 7,2 270 92,8 291 100,0 p(1) < 0,0001*

Grupo total 57 12,9 383 87,1 440 100,0 Chuvosa 83 55,7 66 44,3 149 100,0 Contorno Seca 92 31,6 199 68,4 291 100,0 p(1) < 0,0001*

Grupo total 175 39,8 265 60,2 440 100,0 Chuvosa 12 8,1 137 91,9 149 100,0 Retrizes Seca 26 8,9 265 91,1 291 100,0 p(1) = 0,7555

Grupo total 38 8,6 402 91,4 440 100,0 (*) – Associação significante ao nível de 5,0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

As placas de incubação foram registradas em 110 indivíduos (Apêndice 6),

totalizando 24,1% das amostras. As placas estiveram presentes principalmente entre os

meses de outubro de 2003 a abril de 2004 (a maior parte no período da chuva), com um

pico em agosto de 2003, estando mais acentuado nos meses de novembro de 2003,

fevereiro, março e abril de 2004. Em todos os meses foi possível observar indivíduos

que não apresentaram placa de choco, sendo este número mais acentuado no mês de

setembro (Figura 7). Através do teste Qui-quadrado comprova-se diferença significativa

entre os meses em relação à ocorrência de placa de incubação, onde p < 0,001.

24

0

20

40

60

80

100

120

Jan

Fev Mar AbrMai Ju

n Jul

Ago Set OutNov

Dez

Perc

entu

al d

as P

laca

s de

Incu

baçã

oPresença

Ausência

Figura 7. Freqüência da presença e ausência de Placa de Incubação ao longo dos meses de

estudo.

Quando associada à placa de incubação, é possível observar o percentual de

muda de contorno (40,0%), de rêmige (12,9%) e retriz (8,5%), sempre com percentual

mais elevado. Para qualquer tipo de muda o percentual foi mais elevado quando a ave

apresentava placa do que quando esta se encontrava ausente. Os percentuais dos que

apresentavam muda de rêmiges e retrizes foi mais elevado em 2,7% e 3,6%,

respectivamente, entre os animais que tinham placa em relação àqueles que não tinham e

a associação entre as duas variáveis não foram significantes (p > 0,05). Na análise de

muda de contorno, o percentual foi 11,4% mais elevado entre os que tinham placa e a

associação foi de p < 0,05 (Tabela VII).

25

Tabela VII. Avaliação da ocorrência de cada tipo de muda segundo a ocorrência de placa de incubação Muda

Placa Sim Não TOTAL Valor de p Tipo de muda n % n % N % Sim 16 14,9 91 85,1 107 100,0 p(2) = 0,4595 Rêmiges Não 40 12,2 288 87,8 328 100,0

Grupo total 56 12,9 379 87,1 435 100,0 Sim 52 48,6 55 51,4 107 100,0 p(2) = 0,0366* Contorno Não 122 37,2 206 62,8 328 100,0

Grupo total 174 40,0 261 60,0 435 100,0 Sim 12 11,2 95 88,8 107 100,0 p(2) = 0,2473 Retrizes Não 25 7,6 303 92,4 328 100,0

Grupo total 37 8,5 398 91,5 435 100,0 (*) – Associação significante ao nível de 5,0%. (2) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

O percentual de placa e muda simultâneos foi mais elevado (28,1%) para muda

de contorno e menos elevado (5,8%) para muda de retriz (Figura 8). Na análise mensal

observou-se que os percentuais de placa e muda de contorno foram correspondentemente

mais elevados do que os outros dois tipos de muda e que para rêmige os meses com

maiores percentuais foram registrados em maio (27,6%), abril (16,7%), junho (14,3%) e

janeiro de 2004 (12,5%). Para contorno o maior percentual foi registrado no mês de

maio de 2004 (72,4%) e para os outros meses o percentual variou de 14,3% até 35,7%.

Para a muda de retriz os dois maiores percentuais corresponderam aos meses de maio

(13,8%) e janeiro de 2004 (10,0%).

26

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Jan

Fev Mar AbrMai Ju

n Jul

Ago Set OutNov

Dez

Grupo to

tal

Perc

entu

al d

e Pl

aca

e M

udas

RêmigeContornoRetriz

Figura 8. Freqüência de placa e muda simultâneos (sobreposição) por tipo, segundo o mês de

ocorrência.

Para as Análises dos Componentes Principais, no plano fatorial é possível

observar que o eixo I é positivamente ligado principalmente à espécie Basileuterus

flaveolus (Baird, 1865), ocorrendo com maior freqüência nos meses de julho de 2003 e

entre maio e junho de 2004, que está relacionado ao período de maior precipitação e

elevada umidade (coordenadas positivas das variáveis precipitação e umidade). Em

oposição projetam-se negativamente ao eixo I as espécies P. rubrocapilla, T. flaviventris

e M. manacus, nos meses de outubro a dezembro de 2003 e janeiro de 2004, onde M.

manacus destaca-se junto a variável temperatura (Figura 9).

27

Figura 9. Representação gráfica de um plano fatorial numa análise dos componentes principais,

utilizando-se o método de ordenação e projeção. Foram projetados no Eixo I-II os vetores

espécies, fatores abióticos e meses de captura.

Para as espécies identificadas na listagem geral registrada para o RECD, seis

apresentaram alta sensibilidade aos distúrbios ambientais, de acordo com PARKER III et

al. (1996), sendo elas: Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817); Aramides cajanea (Statius

Muller, 1776); Touit surda (Kuhl, 1820); Hemitriccus zosterops (Pelzeln, 1868);

Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766); Pipra rubrocapilla Temminck, 1821 (Apêndice

1). As espécies Conopophaga lineata (Wied, 1821), Touit surda (Kuhl, 1820) e

Iodopleura pipra (Lesson, 1831), apresentaram alta prioridade de conservação, sendo as

duas últimas também com alta prioridade de pesquisa.

28

Destas 151 espécies, quatro - Conopophaga lineata (Wied, 1831), Xenops

minutus (Sparrman, 1788), Picumnus exilis (Lichtenstein, 1823) e Thamnophilus

caerulescens Vieillot, 1816 - encontram-se na categoria de ameaçada de extinção e três -

Touit surda (Kuhl, 1820), Iodopleura pipra (Lesson, 1831) e Ramphocelus bresilius

(Linnaeus, 1766) - foram consideradas endêmicas para a região (Figura 10).

Figura 10. Espécies capturadas no RECD entre julho de 2003 e junho de 2004. A. Conopophaga

lineata, B. Xenops minutus, C. Touit surda, D. Ornithion inerme. Fotos da autora.

As espécies onívoras apresentaram um percentual mais elevado do que as demais

guildas alimentares identificadas para estas amostras, com 183 indivíduos (40,1%) dos

representantes, acompanhados dos insetívoros (36%). Os granívoros tiveram o menor

registro (0,7%) para este método de captura.

No RECD, três indivíduos de Touit surda foram capturados, sendo um casal em

01/11/2003 e o terceiro em 11/06/2004, todos na AI e na mesma rede que se encontrava

29

disposta entre dois sapotizeiros (Achras sapota L.), de altura inferior a quatro metros. Os

dois primeiros foram depositados na coleção da Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE) sob número de tombo 4024 para o macho e 4025 para a fêmea. Ambos

encontravam-se forrageando nos sapotizeiros uma vez que apresentavam polpa da fruta

aderida ao bico (Tabela VIII).

Os dois indivíduos de Ornithion inerme foram capturados nos dias 28/12/03 e

24/04/04, ambos na AI. O primeiro teve sua pele encaminhada para a coleção da UFPE,

sob número de tombo 3993. Salienta-se que este é o primeiro registro de captura da

espécie para o Estado. O segundo exemplar foi anilhado, com anilha metálica C28657 e

dados de bionomia e biometria foram coletados. Ambos apresentavam muda de

contorno, mas apenas o indivíduo anilhado substituía sua 9a rêmige e indicava placa de

choco em estágio final de sucessão, sugerindo que o período de reprodução deveria estar

terminando ou já concluído. Pesavam 7 e 8g, com comprimento total de 7,2 e 9,5cm,

respectivamente, onde aquele indivíduo anilhado sempre apresentou as maiores medidas

(Tabela VIII).

30

Tabela VIII. Informações sobre bionomia e biometria de duas espécies de aves para o RECD. ST = status, ST1 = ave nova, AN = anilha, GT = guilda trófica, Frug. = frugívoro, Inset. = insetívoro, ID = idade, I = indeterminado, A = adulto, SX = sexo, PI = placa de incubação, RG = rêmiges, N = ausente, CN = contorno, C = cabeça, D = dorso, V = ventre, RT = retriz, RP = penas em reposição, RTD = reposição retriz direita, RTE = reposição retriz esquerda, AS = comprimento da asa, T = comprimento do tarso, ØT = diâmetro do tarso, CC = comprimento da cauda, CM = cúlmen total, NP = narina ponta, CT = comprimento total, P = peso

RG CN RT RP AS T ØT CC CM NP CT

Psittacidae Touit surda (Kuhl, 1820) 1/11/2003 16:05 1 ÓBITO Frug. I I 119,0 12,4 3,5 51,0 15,5 17,9 160,0 68,0

Psittacidae Touit surda (Kuhl, 1820) 1/11/2003 16:00 1 ÓBITO Frug. I I N N N N 119,0 12,2 3,8 45,0 16,6 17,8 155,0 65,5

Psittacidae Touit surda (Kuhl, 1820) 11/6/2004 15:35 1 J21609 Frug. A I 0 N C,D,V N 1,2,5RTD/3,6RTE 115,0 12,9 3,3 50,0 14,5 17,0 165,0 54,0

Tyrannidae Ornithion inerme Hartlaub, 1853 24/4/2004 16:00 1 C28657 Inset. I I 5 9 C,D,V N 6RTE 49,0 19,7 1,6 38,0 12,6 9,9 95,0 8,0

Tyrannidae Ornithion inerme Hartlaub, 1853 28/12/2003 14:20 1 ÓBITO Inset. I I 0 N C,D,V N N 42,0 13,0 1,5 24,5 8,0 7,2 72,0 7,0

PI Mudas Medidas (mm) P(g)AN GT ID SXFamília Espécie Hora STData Capt.

31

Em 27 de dezembro de 2003, na trilha de acesso ao RECD, foi observada a

ocupação de um ninho (provavelmente de cupim) pela espécie Trogon curucui Linnaeus,

1766 (Surucuá-de-barriga-vermelha), que o utiliza para nidificar (Figura 11),

confirmando o início do período de atividade reprodutiva demonstrado pela presença da

placa de incubação nas demais espécies.

Figura 11. A. Ninho ocupado em dezembro de 2003 pelo Trogon curucui (Surucuá-de-barriga-

vermelha). B. Ninho destruído em fevereiro de 2004, com ovo em seu interior. C. Detalhe dos

outros ovos destruídos fora do ninho. Fotos da autora.

Em fevereiro de 2004 o mesmo ninho foi encontrado no solo, destruído,

apresentando três ovos, dos quais um ainda estava no seu interior e os demais se

32

encontravam ao lado, externamente, com a casca parcialmente destruída e seu conteúdo

totalmente removido, sugerindo o ataque por animais de pequeno porte.

33

5. DISCUSSÃO

Modelos estatísticos podem ser empregados para determinar a estimativa de

sobrevivência das aves através de capturas e recapturas de indivíduos marcados, embora

em geral esses estudos necessitem de um acompanhamento contínuo dessas recapturas

ou recuperações ao longo dos anos (ELDER & ZIMMERMAN 1983, PAYNE & PAYNE 1990).

As recuperações ocorridas demonstram a fidelidade de algumas aves ao ambiente

e reforçam a importância dos pequenos fragmentos para espécies residentes e ocasionais.

Com isso, foi possível registrar o tempo de anilha para determinadas espécies, conforme

apresentado por SNOW & LILL (1974), que relatam a idade para Manacus manacus em

mais de 14 anos e LOPES et al. (1980) que fornecem o tempo de anilha para várias aves

que serviram para estudos sobre possíveis vírus presentes neste grupo silvestre. Desses

dados, apenas duas espécies (M. manacus e Thamnophilus caerulescens) coincidiram

entre as pesquisas e nenhum tempo de anilha apresentado por aqueles autores foi maior

do que o encontrado neste trabalho.

Os resultados obtidos para a composição da listagem de aves para o RECD

demonstram semelhança a alguns trabalhos desenvolvidos nas matas pernambucanas, a

exemplo de AZEVEDO-JÚNIOR (1990) que apresentou uma listagem com 181 espécies

para a Estação Ecológica do Tapacurá e LYRA-NEVES et al. (2000), com o registro de

187 espécies para a Área de Proteção Ambiental de Guadalupe, ambas com áreas

superiores a 60 ha. Estes resultados diferem daquele encontrado para a Reserva Estadual

de Gurjaú, com 220 espécies de aves que foram registradas em 1077,10 ha de mata

dividida em três regiões, apresentando um resultado alto se comparado aos

levantamentos realizados nos trabalhos descritos (LYRA-NEVES et al. 2004). Essa

34

aproximação do número de espécies encontradas no pequeno fragmento do RECD com

as demais áreas citadas pode estar relacionada à presença de florestas circunvizinhas, a

exemplo da Usina São José (distando aproximadamente 4 km da área estudada), o que

certamente contribui com a existência de muitas espécies que sobrevivem em pequenos

fragmentos interligados a plantações, pastagens e outros fragmentos, promovendo a

ampliação do uso de recurso por parte desses animais (ALEIXO & GALETTI 1997;

MALDONADO-COELHO & MARINI 2000; TELINO-JÚNIOR et al. 2000).

A partir de outubro o número de capturas aumentou e isto pode corresponder a

maiores padrões de atividades das aves no verão. ALMEIDA et al. (1999) considera o mês

de setembro de grande atividade das aves, período a ser considerado quanto à realização

de levantamentos avifaunísticos, quando é possível amostrar um maior número de

espécies.

Independente da elevação das capturas em períodos quentes do ano, resultados de

baixa FO são esperados. Isto se deve, juntamente ao elevado índice de registros únicos

de algumas espécies, à metodologia aplicada, que restringe a captura a determinadas

espécies pelo fato de ocuparem diferentes estratos da floresta que não contemplam o

intervalo de altura das redes quando desenvolvem as suas atividades como alimentação e

nidificação. Concomitante a isso se faz necessário observar padrões fitogeográficos da

área, uma vez que o fragmento encontra-se em fase de regeneração, o que pode limitar

sua diversidade.

A FO demonstrou que apenas três famílias já representavam mais de 50% das

espécies capturadas (Pipridae, seguida de Emberizidae e Tyrannidae). Este advento é

explicado quando se observam que as espécies mais numerosas são aquelas

caracterizadas pela vasta distribuição e habitarem, sobretudo, a mata e capoeira.

35

TERBORGH (1992) afirma ser altamente incerto o futuro de muitas espécies nas pequenas

“sobras” de habitats fragmentados, embora esses fragmentos possam prover

perfeitamente bem determinadas espécies, sendo insuficientes para outras. Manacus

manacus, Neopelma pallescens e Arremon taciturnus, espécies frugívoras/insetívoras e

onívora, provavelmente tiveram uma maior representatividade devido ao efeito de borda

que esta área está sofrendo, pois possui estreita faixa de vegetação natural. A maior

incidência de luz neste ambiente proporciona maior produção de frutos e de plantas

invasoras produtoras de sementes, que são a base alimentar destas espécies (DÁRIO et al.

2002).

Informações obtidas acerca da bionomia dos indivíduos capturados neste

fragmento, oferecem subsídios para um maior conhecimento sobre a ornitofauna,

principalmente no que diz respeito à região nordestina do Brasil.

Alguns estudos prévios (DUNNING 1987, BELTON 1994, SICK 1997) compilaram

dados sobre a massa corpórea de aves do mundo. Outras pesquisas fizeram registros

mais localizados, com aves da Mata Atlântica, a exemplo de ONIKI (1981), ONIKI &

WILLIS (1993), REINERT et al. (1996). CLARK JÚNIOR (1979), em revisão sobre o

potencial uso de pesos das aves, comprova a relevância para várias áreas de

conhecimento de uma coletânea com dados sobre massa corpórea, onde tais informações

podem ser utilizadas como padrões para determinar o tamanho da ave, avaliar condições

fisiológicas, uso nas análises de comunidades ecológicas e na sistemática. Por outro

lado, REINERT et al. (1996) ressaltam a importância dessas informações principalmente

para aves endêmicas da Mata Atlântica, que ainda são pobremente conhecidas. Os

achados que comprovam diferenças entre pesos de machos e fêmeas, a exemplo da

espécie Arremon taciturnus, corroboram com a literatura pesquisada. BALDWIN &

36

KENDEIGH (1938) e CLARK JÚNIOR (1979) registraram essas desigualdades e comprovam

que a relação não está distribuída de maneira constante. Este registro foi reforçado uma

vez que duas das três espécies analisadas não apresentaram o mesmo padrão, não sendo

significativa a variação de peso entre sexos. Quanto às comparações entre massa

corpórea e estações do ano, embora não tenham existido valores significativos, variações

interespecíficas são comuns, além das alterações individuais ao longo do tempo

(BALDWIN & KENDEIGH 1938). Ou seja, as mudanças de peso ocorrem tanto dentro da

mesma espécie quanto no indivíduo, variando ao longo do dia e das estações do ano e

está relacionada a outras variáveis, tais como: diferenças na temperatura do ar,

quantidade de alimentação, migração e outras atividades, não sendo possível estabelecer

um padrão geral. A maneira e extensão de flutuação de peso observada evidenciam que

as aves em seu ajustamento fisiológico são altamente sensíveis a influências ambientais,

e que esta inter-relação entre função e ambiente afeta extremamente esse comportamento

(BALDWIN & KENDEIGH op cit.).

Por outro lado, novas correlações devem ser testadas, além de análises de massa

corpórea e diferenças entre sexos e podem contribuir para responder a presença de

fatores biológicos ocultos. Isto é, diferenças observadas entre medidas de alguns

caracteres, como comprimento de asa ou tarso entre sexos, podem sugerir um novo

método para determinar dimorfismo sexual em espécies que não apresentam essa

distinção fenotípica aparente.

Para as observações de mudas, o presente estudo confirma aquelas informações

encontradas na literatura quanto à simultaneidade entre mudas de rêmiges e retrizes

(POULIN et al. 1992, SICK 1997, MARINI & DURÃES 2001). As penas de contorno não

seguem esse padrão, fato que corrobora com MARINI & DURÃES op cit. em estudos sobre

37

a bionomia de aves da Mata Atlântica. O grande percentual de mudas de contorno

encontrado em comparação com as mudas de vôo faz crer que o critério empregado,

utilizando apenas três penas em crescimento, em quaisquer regiões do corpo (cabeça,

dorso e/ou ventre) para afirmar a existência de muda pós-nupcial, pode mascarar a

análise em questão. Entretanto, MARINI & DURÃES (2001) aumentaram esse critério para

observações de no mínimo dez penas em crescimento em uma ou mais regiões do corpo,

encontrando mais de 15% de aves repondo-as durante os meses de estação chuvosa ou

seca. Com isso concluíram que este tipo de muda ocorre ao longo de todo o ano,

propondo que mudas de contorno não estejam necessariamente relacionadas com a muda

pós-nupcial. Apesar das diferenças metodológicas, fato semelhante foi encontrado no

presente estudo. Sugere-se, portanto, o emprego apenas das penas primárias para avaliar

o ciclo de muda pós-nupcial conforme recomendado por MILLER (1961) e POULIN et al.

(1992).

No ciclo anual das aves, reprodução e atividade de mudas são eventos que

demandam grande energia, levando vários autores a apontar a ausência de

simultaneidade entre mudas primárias e condições reprodutivas em regiões temperadas

(MILLER 1961, PAYNE 1969, POULIN et al. 1992). Para aves tropicais ao menos,

sobreposição de mudas e período reprodutivo é mais comum do que geralmente suposto,

devido ao prolongado período reprodutivo nos trópicos (FOSTER 1975), e ocorre

geralmente em uma fase de alta oferta de alimento (CRUZ & ANDREWS 1989, POULIN et

al. 1992). Neste trabalho não foi possível comprovar estatisticamente a sobreposição das

mudas, possivelmente devido à reduzida quantidade de espécimes capturados. Todavia,

uma correlação negativa entre retriz e placa de incubação e rêmige e placa de incubação

foi observada, o que sugere estar de acordo com os achados dos autores acima citados.

38

Em regiões tropicais POULIN et al. (1992) e MARINI & DURÃES (2001) afirmam

que o ciclo do ano com grande disponibilidade de alimento é no fim da estação seca e na

estação chuvosa. POULIN et al. op cit. demonstraram, em florestas tropicais da

Venezuela, que durante a estação reprodutiva das aves, houve um aumento no consumo

de artrópodes em detrimento a ingestão de frutos, o que sugere que a abundância desses

invertebrados é um fator crucial para governar a velocidade das atividades reprodutivas,

nivelando as espécies que normalmente incluem alta proporção de néctar e frutas em sua

dieta. Igualmente a este padrão, tanto as mudas quanto as placas de incubação estiveram

mais freqüentes no final da estação seca, início da estação chuvosa para este trabalho.

MARINI & DURÃES (2001) afirmam que padrões climáticos regionais no sudeste

do Brasil, em lugar de variações locais, são mais prováveis para determinar os períodos

reprodutivos e mudas em pássaros florestais. Algumas variações ocorreram em 2004

quanto aos índices pluviométricos, mas atividades de muda e reprodução, seguiram o

padrão regional.

Quanto a hábitos alimentares SICK (1997) classifica os piprídeos (Manacus

manacus e Neopelma pallescens) como frugívoros/insetívoros e o Turdus leucomelas

como onívoro, o que os torna bastante generalistas, fato que, aliado a outros hábitos e

características, amplia sua representatividade no ambiente. A estrutura da comunidade

de aves é drasticamente alterada em fragmentos menores quando se observa, por

exemplo, que a representatividade de insetívoros especializados cuja captura em rede de

neblina é significativa para áreas contínuas, reduz dramaticamente (BIERREGAARD et al.

1992). Com o passar do tempo a maioria dessas espécies insetívoras presentes nesses

fragmentos, que forrageiam em conjunto com outras espécies, desaparece em fragmentos

menores de 10 hectares (POWELL 1985, BIERREGAARD & LOVEJOY 1989).

39

A presença constante e fortemente indicativa de aumento das capturas no período

de maior oferta alimentar pela espécie Basileuterus flaveolus sugere explicação para a

alta relação observada frente aos dados abióticos. Esta espécie insetívora procura seu

alimento de preferência no solo ou muito baixo na ramagem, estando de acordo com o

observado por SICK (1997). Neste período, percebeu-se também uma quantidade maior

de insetos, possivelmente aqueles que necessitam de água para completarem o seu ciclo

de vida, fato similar aos achados de POULIN et al. (1992), que apresentam resultados em

relação a maior abundância de artrópodes na estação chuvosa, onde as aves seguem o

mesmo padrão, independente da guilda, mantendo predominantemente seus períodos de

muda e reprodução nas estações úmidas, estando em sincronia com a alta abundância de

recursos alimentares. Isto pode explicar a relação existente entre esta espécie e os

padrões de precipitação e umidade, embora LEFEBVRE et al. (1992) afirmem que, para

regiões tropicais, a disponibilidade de insetos é relativamente constante ao longo do ano.

Por outro lado, a espécie da família Pipridae (Manacus manacus) apresentou

maior relação com a temperatura. Isso pode ser explicado quando se consideram

períodos mais quentes que antecedem a época reprodutiva. Estas aves utilizam

comumente poleiros de exibição para atrair as fêmeas, ou seja, complexos

comportamentos de exibição pré-nupcial, assim como observado por SICK (1997) e

SILVA & RÊGO (2004), facilitando a sua visualização e o seu deslocamento, aumentando

a probabilidade de captura. Este fator também pode estar relacionado com a frutificação

que ocorre no período após as chuvas, a exemplo das melastomatáceas que se

apresentam abundantes nas bordas da mata e são muito utilizadas por pequenos

frugívoros, como os Pipridae (GALETTI & STOTZ 1996).

40

São escassas as informações acerca das espécies Touit surda e Ornithion inerme

no Estado de Pernambuco. O único registro de pele do T. surda data de dezembro de

1944, quando BERLA (1946 e 1954) apud TELINO JÚNIOR et al. (2000) coletou três

exemplares da espécie, nos arredores do Recife. Entre setembro de 1996 a agosto de

1997, estudos realizados no RECD acrescentaram informações acerca da distribuição

geográfica, biologia e história natural do Touit surda no Estado através de observação,

gerando sugestões para estratégias de conservação da espécie (TELINO JÚNIOR et al. op

cit.). Naquela ocasião foram observados bandos de até 40 indivíduos sobrevoando a área

à procura de alimento e abrigo, quase sempre identificados pela vocalização. Estas

informações se assemelham com as observações contidas nesta pesquisa quanto à

identificação por vocalização, entretanto bandos menores com aproximadamente 12

indivíduos foram avistados sobrevoando a área, demonstrando utilizá-la naquele

momento, ao menos, como ambiente de transição.

Quanto aos hábitos alimentares do T. surda, embora a oferta máxima do sapoti

tenha ocorrido apenas durante a primeira captura, o fruto verde parece atrair essas aves,

fato observado por TELINO JÚNIOR et al. (2000), quando apresentam o incremento de

itens alimentares para a espécie no Estado e citam frutos verdes e maduros como um

atrativo para a espécie. Os primeiros, ao serem capturados juntos demonstraram a

formação de casal, fato confirmado quando realizado a taxidermia. Isto sugere que tal

espécie, apesar de conviver em bando e mais freqüentemente na copa das árvores

(TELINO JÚNIOR et al. op cit.), pode ainda apresentar hábitos de forrageamento mais

restrito a pequenos grupos, chegando a atingir estratos inferiores da floresta em busca de

alimento. SICK (1997) relata esse procedimento para várias espécies da família dos

Psittacidae, que eventualmente chegam até ao solo atrás de cocos ou sementes caídos.

41

Para Pernambuco o primeiro registro do Ornithion inerme data de 2002. José

Fernando Pacheco e Ricardo Parrini relataram a observação de um único exemplar desta

espécie, identificado pela vocalização característica, em pleno forrageamento, na

Reserva Ecológica de Dois Irmãos, Recife, ampliando a listagem de aves para o Parque

(AZEVEDO-JÚNIOR et al. 1998, FARIAS et al. 2002). Até então, era assinalado apenas para

regiões fronteiriças com Alagoas e Paraíba (FARIAS et al. op cit.).

MORELLATO & HADDAD (2000) sugerem que as pesquisas na Floresta Tropical e

especialmente na Floresta Atlântica Brasileira, devem requerer maior coordenação e

direção no sentido de conduzir efetivamente a estudos sobre conservação, manejo

racional e políticas públicas, do contrário a degradação causará transformações

irreversíveis para a estrutura das comunidades em geral.

O efeito de borda, por exemplo, promove modificações na estrutura da floresta

causando alterações na composição de marsupiais, roedores, répteis e anfíbios

(LAURANCE 1991), exercendo uma pressão de predação sobre ovos e filhotes de muitas

aves o que pode causar a diminuição do sucesso reprodutivo das mesmas nestes locais

(TABARELLI & MANTOVANI 1997), conforme observado para o Trogon curucui no

ambiente estudado. A importância desta redução está diretamente relacionada ao

tamanho do fragmento e à área ocupada pela borda (TABARELLI & MANTOVANI op cit.).

A floresta que compõe o fragmento alvo do presente estudo, mantém-se como

um remanescente de floresta em decorrência da ação depredadora do homem no

passado. Entretanto, foi possível observar sua busca pela recomposição, mesmo com as

áreas vizinhas sofrendo pressão antrópica para servir a agropecuária. Esta recuperação se

deve às medidas conservacionistas desenvolvidas na região (LYRA-NEVES et al. 2000).

Áreas de floresta atlântica circunvizinhas ao RECD, como exemplo da Usina São José,

42

com estimados 323 ha considerados como Reserva Ecológica associados a outros 5.000

ha de mata fragmentada (TELINO-JÚNIOR et al. 2000), certamente contribuem com a

existência de muitas espécies que sobrevivem em pequenos fragmentos interligados a

plantações, pastagens e a outras pequenas áreas florestais, promovendo a ampliação do

uso de recurso por parte desses animais (ALEIXO & GALETTI 1997; TELINO-JÚNIOR et al.

op cit.), servindo de corredores ecológicos.

TERBORGH (1992) sugere como forma de amenizar os efeitos da fragmentação,

um adequado uso da terra com prioridades de planejamento. O desenvolvimento de

atividades que visem melhorar a qualidade de ambientes degradados deve ser empregado

para cada área atingida de forma específica, onde se torna necessário uma análise da

problemática em particular da região para que seja possível viabilizar medidas a serem

aplicadas para a condução de ações efetivas de preservação e conservação dos recursos

naturais locais.

Todos os fatores observados indicam que o emprego do método de captura em

rede para acrescentar informações biológicas sobre as aves, apresenta algumas respostas,

sendo suficiente para pesquisas pontuais. Comprova, através dos dados obtidos, a

importância do RECD para a manutenção das aves presentes nesse ecossistema.

A ampliação do montante de dados referentes à composição da avifauna e sua

manutenção em fragmentos florestais contribuem para o planejamento de estratégias de

conservação dessas áreas que são, em muitos casos, os últimos redutos para a fauna do

local.

43

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

► Embora as capturas realizadas tenham sido efetuadas por amostragem, a presença de

espécies ameaçadas de extinção, bem como a ocorrência de espécies até o momento com

registro em apenas uma área em todo o Estado de Pernambuco ou ainda a presença de

espécies da família Psittacidae, que apresentam dieta mais especializada e, portanto,

maior necessidade de áreas extensas de vegetação cujo suprimento de frutos esteja

disponível ao longo do ano, comprova a importância do fragmento na conservação da

diversidade biológica da área;

► Apesar de não ter sido comprovada a sobreposição entre mudas e placa de incubação

no presente estudo, possivelmente devido ao baixo número de capturas (considerando

esta análise), a correlação negativa entre retriz vs placa de incubação e rêmige vs placa

de incubação sugerem que devido ao período reprodutivo prolongado nos trópicos e a

presença das placas de incubação no final da estação seca e início da estação chuvosa,

haja uma possível sobreposição destas atividades, embora essa proporção seja

provavelmente considerada baixa;

► Pesquisas em ambientes alterados, principalmente aqueles de tamanho reduzido, são

de extrema importância para comprovar a sustentabilidade das espécies, gerando a

necessidade de maior coordenação e direção no sentido de conduzir efetivamente a

conservação e o manejo racional através do desenvolvimento de políticas públicas que

visem estabelecer planos de manejo que gerenciem essas áreas e regiões afins, evitando

44

que tamanha degradação cause transformações irreversíveis para a estrutura das

comunidades em geral.

45

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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53

Apêndice 1. Listagem das espécies registradas no Refúgio Ecológico Charles Darwin, através de observações e captura em rede. CP = nº de capturas, RC = nº de recapturas, RP = nº de recuperações, SD = sensibilidade aos distúrbios, PC = prioridade de conservação, PP = prioridade de pesquisa, B = baixa, M = média e A = alta. Ordem de evolução de acordo com SICK (1997)

TiramidaeCrypturellus parvirostris (Wagler, 1827) Inhambu-chororó B B BCrypturellus soui (Hermann, 1783) Tururim B B BCrypturellus tataupa (Temminck, 1815) Inambú-pé-roxo B B MArdeidaeButorides striatus (Linnaeus, 1758) Socozinho B B BTigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) Socó-boi M B BAccipitridaeButeo brachyurus Vieillot, 1816 Gavião-de-cauda-curta M B BAsturina nitida (Lathan, 1790) Gavião-pedrez M B BElanus leucurus (Vieillot, 1818) Gavião-peneira B B MGampsonyx swainsonii Vigors, 1825 Gaviãozinho B B BRupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Gavião-carijó B B BSpizaetus tyrannus (Wied, 1820) Gavião-pega-macaco M B BCracidaeOrtalis guttata (Spix, 1825) Aracuã B B BCathartidaeCathartes aura (Linnaeus, 1758) Urubú-de-cabeça-vermelha B B BCathartes burrovianus Cassin, 1845 Urubú-de-cabeça-amarela M B MCoragyps atratus (Bechstein, 1793) Urubú-de-cabeça-preta B B BFalconidaeMicrastur gilvicollis (Vieillot, 1817) Gavião-mateiro A B BMivalgo chimachima (Vieillot, 1816) Carrapateiro B B BPolyborus plancus (Miller, 1777) Carcará, caracará B B BRallidaeAramides cajanea (Statius Muller, 1776) Três-potes A B BLaterallus viridis (Statius Muller, 1776) Siricora-mirim B B BColumbidaeColumbina minuta (Linnaeus, 1766) Rolinha-cambute B B BColumbina passerina (Linnaeus, 1758) Rolinha B B BColumbina talpacoti (Temminck, 1811) Rola, Rolinha 2 2 B B BLeptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) Gemedeira M B BPsittacidaeForpus xanthopterygius ( Spix, 1824) Tapacú B B BTouit surda (Kuhl, 1820)* Apuim-de-cauda-amarela 3 3 A A A

SD PC PPEspécies Nome Popular CP RC RP Total

54

Apêndice 1. Continuação

CuculidaeCrotophaga ani Linnaeus, 1758 Anu-preto B B BGuira guira (Gmelin, 1788) Anu-branco B B BPiaya cayana (Linnaeus, 1766) Alma-de-gato B B BTapera naevia (Linnaeus, 1766) Peitica B B BStrigidaeOthus choliba (Vieillot, 1817) Caburé-de-orelha B B BPulsatrix perspicillata (Latham, 1790) Murucututu M B BCaprimulgidaeNyctibius griseus (Gmelin, 1789) Urutal, Mãe-da-lua B B BNyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) Bacurau 1 1 B B BCaprimulgidae (continuação)Caprimulgus rufus Boddaert, 1783 João-corta-pau B B BCaprimulgus parvulus Gould, 1837 Bacurau-pequeno B B BHydropsalis torquata (Gmelin, 1789) Bacurau-tesoura B B BApodidaeTachornis squamata (Cassin, 1853) Taperá-do-buriti B B BTrochilidaeAmazilia fimbriata (Gmelin, 1788) Beija-flôr-de-garganta-verde B B BAmazilia versicolor (Vieillot, 1818) Beija-flôr-de-banda-branca M B BChlorestes notata (Reich, 1793) Beija-flor-de-garganta-azul B B BChlorostilbon aureoventris (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838) Besourinho-de-bico-vermelho B B BChrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) Beija-flor-vermelho B B BEupetomena macroura (Gmelin, 1788) Tesourão B B BGlaucis hirsuta (Gmelin, 1788) Balança-rabo-de-bico-torto B B BPhaetornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) Rabo-branco-de-sobre-amarela B B BPhaetornis ruber (Linnaeus, 1758) Besourinho-da-mata B B BTrogonidaeTrogon curucui Linnaeus, 1766 Surucuá-de-barriga-vermelha 1 1 M B BGalbulidaeGalbula ruficauda Cuvier, 1816 Bico-de-agulha-de-rabo-vermelho 9 8 17 B B BBucconidaeNystalus maculatus (Gmelin, 1788) João-bobo M B BPicidaeColaptes melanochloros (Gmelin, 1788) Pica-pau-verde-barrado 1 1 B B BVeniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) Pica-pauzinho-anão 1 1 B B B

Nome Popular CP RC RPEspécies Total SD PC PP

55

Apêndice 1. Continuação

Picidae (continuação)Picumnus cirratus Temminck, 1825 Pica-pau-anão-barrado B B MPicumnus exilis (Lichtenstein, 1823)** Pica-pau-anão-de-pintas-amarelas M B BThamnophilidaeDysithamnus mentalis (Temminck, 1823) Choquinha-lisa M B BFormicivora grisea (Boddaert, 1783) Papa-formigas-pardo 8 1 9 B B BHerpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 Chorozinho-de-chapéu-preto 5 1 6 M B BHerpsilochmus rufomarginatus (Temminck, 1822) Chorozinho-de-asa-vermelha M B BMyrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) Choquinha-de-flancos-brancos M B BTaraba major (Vieillot, 1816) Choró-boi B B BThamnophilus caerulescens Vieillot, 1816** Choca-da-mata 7 1 1 9 B B MThamnophilus paliatus (Lichtenstein, 1823) Choca-listrada B B MConopophagidaeConopophaga lineata (Wied, 1831)** Chupa-dente 1 1 2 M A MFurnariidaeCerthiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) Corruíra-do-brejo M B BPhacellodomus rufifrons (Wied, 1821) João-graveto M B BSynallaxis frontalis Pelzeln,1859 Tio-antônio B B BSynallaxis scutata Sclater, 1859 Viu-vi M M MXenops minutus (Sparrman, 1788)** Bico-virado-miúdo 7 3 10 M B BXenops rutilans Temminck, 1821 Bico-virado-carijó M B BDendrocolaptidaeSittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) Arapaçu-verde 6 4 10 M B MXiphorhynchus picus (Gmelin, 1788) Arapaçu-de-bico-branco 5 1 1 7 B B BTyrannidaeCamptostoma obsoletum (Temminck, 1824) Risadinha 2 2 B B MCapsiemps flaveola ( Lichtenstein, 1823) Marianinha-amarela 2 2 B B BElaenia cristata Pelzeln, 1868 Guaracava-de-topete-uniforme 1 1 M B BElaenia flavogaster (Thunberg, 1822) Guaracava-de-barriga-amarela 11 1 12 B B BLeptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 Cabeçudo 9 14 23 M B BMionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) Abre-asas 5 5 M B BMyiozetetes similis (Spix, 1825) Bentevizinho-penacho-vermelho 3 3 B B BOrnithion inerme Hartlaub, 1853 Poaieiro-de-sobrancelha 2 2 M B BPachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) Caneleiro-preto 1 1 B B BPachyramphus viridis (Vieillot, 1816) Caneleiro-verde 2 2 M B MPhyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) Piolhinho M B M

Espécies Nome Popular CP RC RP Total SD PC PP

56

Apêndice 1. Continuação

Tyrannidae (continuação)Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Bentevi 1 1 B B BTolmomyias flaviventris (Wied, 1831) Bico-chato-amarelo 12 4 16 B B BElaenia mesoleuca (Deppe, 1830) Tuque B B BElaenia spectabilis Pelzeln, 1868 Guaracava-grande B B BFluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) Lavadeira-mascarada B B BHemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Sebinho-de-olho-de-ouro M B BHemitriccus zosterops (Pelzeln, 1868) Maria-de-olho-branco A B MLathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) Enferrujado B B BLegatus leucophaius (Vieillot, 1818) Bentevi-pirata B B BMachetornis rixosus (Vieillot, 1819) Bentevi-do-gado B B BMegarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) Bentevi-de-bico-chato B B BMyiarchus ferox (Gmelin, 1789) Maria-cavaleira B B BMyiarchus swaisoni Cabanis & Heine, 1859 Irrê B B BMyiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Maria-cavaleira-pequena B B BMyiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) Maria-caveleira-de-rabo-enferrujado B B BMyiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) Bentevi-rajado B B BMyiopagis gaimardii (d'Orbigny, 1839) Maria-pechim M B BMyiopagis viridicata (Vieillot, 1817) Guaracava-de-olheiras M B BMyiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) Filipe B B BPhaeomyias murina (Spix, 1825) Bagageiro B B BPoecilotriccus fumifrons (Hartlaub, 1853) Ferreirinho-de-testa-parda B B BTodirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) Ferreirinho, relógio B B BTolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884) Bico-chato-de-cabeça-fina M B BTyrannus melancholicus Vieillot, 1819 Suiriri B B BZimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868) Poiaeiro-de-pata-fina M B BPipridaeChiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) Tangará-falso 16 1 17 A B BManacus manacus (Linnaeus, 1766) Rendeira 26 4 6 36 B B BNeopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) Fruxu-do-cerradão 28 17 3 48 M B BPipra rubrocapilla Temminck, 1821 Cabeça-encarnada 17 1 18 A B BHirundinidaeProgne chalybea (Gmelin, 1789) Andorinha-doméstica-grande B B BStelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) Andorinha-serrador 4 4 B B BCotingidaeIodopleura pipra (Lesson, 1831)* Anambé-de-crista M A A

Espécies Nome Popular CP RC RP Total SD PC PP

57

Apêndice 1. Continuação

Troglodytidae (continuação)Thryothorus genibarbis Swainson, 1838 Pai-avô, Pia-vovó B B BTroglodytes musculus Naumann, 1823 Corruíra, Rouxinol 3 3 B B MMuscicapidaePolioptila plumbea (Gmelin, 1788) Balança-rabo B B BRamphocaenus melanurus Vieillot, 1819 Bico-assovelado 2 2 B B BTurdus amaurochalinus Cabanis, 1850 Sabiá-bico-de-osso B B BTurdus leucomelas Vieillot, 1818 Sabiá-barranco 24 4 28 B B BTurdus rufiventris Vieillot, 1818 Sabiá-laranjeira B B BVireonidaeCyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) Pitiguari 1 1 B B BVireo olivaceus (Linnaeus, 1766) Juruviara-norte-americano 3 3 B B MEmberizidaeArremon taciturnus ( Hermann, 1783) Tico-tico-do-mato-de-bico-preto 16 10 6 32 M B BBasileuterus flaveolus ( Baird, 1865) Canário-do-mato 18 12 30 M B BCoereba flaveola (Linnaeus, 1758) Cambacica 10 1 11 B B BCyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) Saíra-beija-flor 15 1 1 17 B B BDacnis cayana (Linnaeus, 1766) Saí-azul 3 1 4 B B BEuphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) Vem-vem B B BEuphonia violacea (Linnaeus, 1758) Gaturamo-verdadeiro 11 2 2 15 B B BIcterus cayanensis (Linnaeus, 1766) Encontro 1 1 B B BMolothrus bonariensis (Gmelin, 1789) Chopim 1 1 B B MPasserina brissonii (Lichtenstein, 1823) Azulão M B BRamphocelus bresilius (Linnaeus, 1766)* Tiê-sangue 1 1 1 3 B B MSaltator maximus (Müller, 1776) Tempera-viola 2 2 B B BSchistochlamys melanopis (Latham, 1790) Sanhaço-de-coleira B B BSicalis flaveola (Linnaues, 1766) Canário-da-terra B B BSporophila angolensis (Linnaeus, 1766) Curió B B MSporophila bouvreuil (Statius Muller, 1776) Caboclinho M M MSporophila leucoptera (Vielillot, 1817) Patativa-chorona B B MSporophila nigricollis (Vieillot, 1823) Baiano 1 1 B B BTachyphonus cristatus (Linnaeus, 1766) Tiê-galo 1 1 M B BTachyphonus rufus (Boddaert, 1783) Pipira-preta 10 3 13 B B BTangara cayana (Linnaeus, 1766) Saíra-amarelo 5 1 6 M B BTersina viridis (Illiger, 1811) Saí-andorinha B B MThlypopsis sordida (D'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Canário-sapé 1 1 B B B

Espécies Nome Popular CP RC RP Total SD PC PP

58

Apêndice 1. Continuação

Emberizidae (Continuação)Thraupis palmarum (Wied, 1821) Sanhaço-de-coqueiro 7 7 B B BThraupis sayaca (Linnaeus, 1766) Sanhaço-cinzento 2 2 B B BVolatina jacarina (Linnaeus, 1766) Tiziu B B BPasseridaePasser domesticus (Linnaeus, 1758) Pardal B B MEstrildidaeEstrilda astrild (Linnaeus, 1758) Bico-de-lacre * * *

335 98 23 456

Espécies Nome Popular CP RC RP Total SD PC PP

* Espécies endêmicas; ** Espécies ameaçadas de extinção.

59

Apêndice 2. Planilha utilizada para registro dos dados coletados

LOCAL: Data: Data: Data:

1. Área 1 (0 m) Temperatura: Temperatura: Temperatura:2. Àrea 1 (200 m)3. Área 2 (0 m) MÊS / ANO: Hora: Hora: Hora:4. Área 2 (200 m)

Tempo: Tempo: Tempo:Obs: As anilhas devem ser colocadas no tarso direito, salvo exceções descritas na observação.

PLANILHA DE CAMPO

AMBIENTE

CONTORNO

C = CabeçaD = DorsoV = Ventre

No DA ANILHA (metal)

AMBIENTE

4. 4º segmentoN = NinhegoI = Indeterminado

MALHA

ESPÉCIEDIA

STATUS

MUDA

REPOSIÇÃO

HORA

MALHA

IDADE

PESO (g)

PESO COM

SACO (g)

OBS.

PESO DO

SACO (g)

RÊMIGES

CONTORNO

RETRIZES

NARINA/ PONTA

MEDIDAS (mm)

ASA

DIREITA

CAUDA CÚLMEN TOTAL

TARSO DIREITO

TARSO ESQUER.

∅ TARSO

ESQUER.

ASA

ESQUERDA

∅ TARSO

DIREITO

PLACA

4. Anilha destruída

IDADE

A = Adulto J = Jovem

STATUS

1. Ave nova2. Recaptura3. Recuperação 3. 3º segmento

SEXO

M = Macho F = FêmeaI = Indeterminado

1. 1º segmento2. 2º segmento

SEXO

60

Apêndice 3. Avaliação do número de mudas de rêmiges segundo a espécie e o mês. Ordem de evolução de acordo com SICK (1997) Mudas de Rêmiges Espécie Meses TOTAL 2004 2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Arremon taciturnus 0 (7) 0 (1) 0 (6) 0 (2) 0 (1) 0 (5) - 2 (2) 1 (1) 1 (2) 0 (1) 0 (1) 4 (29)

Basileuterus flaveolus 0 (1) - 0 (1) 0 (3) 1 (3) 0 (2) 0 (6) 0 (3) 0 (5) 0 (1) 0 (2) 0 (2) 1 (29)

Camptostoma obsoletum - - - - - - - - - 0 (2) - - 0 (2)

Capsiempis flaveola - - - - - - - 0 (1) - - - 0 (1) 0 (2)

Chiroxiphia pareola 0 (2) 0 (1) 0 (2) 0 (3) - - 0 (3) - - 0 (1) 0 (1) 0 (4) 0 (17)

Coereba flaveola 0 (1) - - 0 (1) 0 (1) - - - - 0 (3) 0 (1) 0 (4) 0 (11)

Colaptes melanochloros - - - - - - 1 (1) - - - - - 1 (1)

Columbina talpacoti 1 (1) - - - - - - - - 0 (1) - - 1 (2)

Conopophaga lineata - 0 (1) - 1 (1) - - - - - - - - 1 (2)

Cyanerpes cyaneus 0 (2) 0 (2) - - - - - - - 0 (3) 0 (1) 1 (8) 1 (16)

Cyclarhis gujanensis - 0 (1) - - - - - - - - - - 0 (1)

Dacnis cayana - 0 (2) - - - - - - - 0 (2) - - 0 (4)

Elaenia cristata - - 0 (1) - - - - - - - - - 0 (1)

Elaenia flavogaster - 0 (1) 0 (1) 1 (2) - 2 (2) - 0 (1) 0 (1) 0 (2) 0 (2) - 3 (12)

Euphonia violácea - - 0 (2) 0 (1) - - - - - 0 (3) 0 (5) 0 (4) 0 (15)

Formicivora grisea 0 (1) 1 (2) 0 (1) - - 0 (2) - 0 (2) - - 0 (1) - 1 (9)

Galbula ruficauda 0 (1) 1 (2) - - 1 (1) - 3 (3) 3 (5) - 0 (1) 0 (1) 0 (3) 8 (17)

Herpsilochmus atricapilla 1 (1) - - - - - - - - 0 (1) 0 (1) 1 (2) 2 (5)

Icterus cayanensis - - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1)

Leptopogon amaurocephala 0 (3) 0 (2) 1 (1) 1 (2) 3 (3) 0 (1) 0 (2) 0 (1) 0 (1) 0 (3) 0 (3) - 5 (22)

Manacus manacus 0 (3) 0 (5) 0 (2) 2 (5) 1 (2) 0 (1) 0 (2) 1 (1) 0 (2) 0 (3) 0 (7) 0 (2) 4 (35)

Mionectes oleagineus - - - 0 (1) 1 (3) 0 (1) - - - - - - 1 (5)

Molothrus bonariensis - - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1)

Myiozetetes similis - - - 1 (1) - - 0 (1) - - - 1 (1) - 2 (3)

Neopelma pallescens 4 (6) 1 (1) - 0 (3) 0 (3) 0 (3) 0 (3) 0 (6) 0 (6) 0 (4) 0 (4) 0 (5) 5 (44)

Nyctidromus albicollis - - - - - - - - - - 0 (1) - 1 (1)

Ornithion inerme - - - 1 (1) - - - - - - - 0 (1) 1 (2)

Pachyramphus polychopterus - - - - - - - - - 0 (1) - - 0 (1)

Pachyramphus viridis 0 (1) - - - - - - - - - 0 (1) 0 (2)

Pipra rubrocapilla 0 (2) 0 (1) 0 (3) 0 (1) - 1 (1) - 0 (3) 0 (1) 0 (1) 0 (4) 0 (1) 1 (18)

Pitangus sulphuratus - - - - - - - 0 (1) - - - - 0 (1)

Ramphocaenus melanurus 0 (1) - - - - - - - - - - - 0 (1)

Ramphocelus bresilius - - - - - - - - - 0 (1) - 0 (2) 0 (3)

Saltator maximus 0 (1) - - - - - - - - - 0 (1) - 0 (2)

Sittasomus griseicapilla - 0 (1) 0 (2) - - 0 (2) - 0 (2) 0 (3) - - - 0 (10)

Sporophila nigricollis - 0 (1) - - - - - - - - - - 0 (1)

Stelgidopteryx ruficolla - - - - 0 (2) - - - 0 (2) - - - 0 (4)

Tachyphonus cristatus - - - - - 1 (1) - - - - - - 1 (1)

Tachyphonus rufus 0 (3) 0 (1) - 1 (3) 1 (1) - - - 0 (2) 0 (1) - 0 (2) 2 (13)

Tangara cayana - - 1 (2) - - - - - - 0 (1) 0 (3) - 1 (6)

Thamnophilus caerulescens - 0 (2) 0 (1) 1 (3) 1 (2) - - - - - 0 (1) - 2 (9)

Thlypopsis sordida - - - - - 0 (1) - - - - - - 0 (1)

61

Apêndice 3. Continuação Mudas de Rêmiges Espécie Meses TOTAL 2004 2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Thraupis palmarum - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1) 2 (5) 2 (7)

Thraupis sayaca - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1) 0 (2)

Tolmomyias flaviventris 0 (1) 0 (1) 0 (1) - 0 (1) 0 (1) - 0 (2) 0 (1) 0 (4) - 0 (4) 0 (16)

Touit surda - - - - - 0 (1) - - - - 0 (1) - 0 (2)

Troglodytes musculus - - - - - - 0 (1) - 0 (2) - - - 0 (3)

Trogon curucui - - - - - - - - - 0 (1) - - 0 (1)

Turdus leucomelas 0 (1) 0 (4) 1 (5) 1 (2) 0 (4) 0 (3) 0 (1) 0 (1) - - 0 (1) 0 (5) 2 (27)

Veniliornis passerinus - - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1)

Vireo olivaceus 0 (2) - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (3)

Xenops minutus - - 1 (1) - 0 (1) 0 (1) 0 (1) - 0 (1) 1 (3) 0 (1) 0 (1) 2 (10)

Xiphorhynchus picus - - 0 (1) 1 (1) 1 (1) - - 1 (1) - 0 (1) 0 (1) - 3 (6)

Nº total de animais 6

(41) 3

(32) 4

(33) 11

(36) 10

(29) 4

(28) 4

(24) 7

(32) 1

(28) 2

(47) 1

(48) 4

(62) 57

(440)

(1) – Os números entre parêntesis representam o número de animais avaliados (capturados) por espécie e por mês.

62

Apêndice 4. Avaliação do número de mudas de contorno segundo a espécie e o mês. Ordem de evolução de acordo com SICK (1997) Mudas de Contorno Espécie Meses TOTAL 2004 2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Arremon taciturnus 0 (7) 0 (1) 2 (6) 0 (2) 1 (1) 0 (5) - 2 (2) 1 (1) 1(2) 0 (1) 0 (1) 7 (29)

Basileuterus flaveolus 0 (1) - 1 (1) 2 (3) 3 (3) 1 (2) 3 (6) 1 (3) 1 (5) 0 (1) 0 (2) 0 (2) 12 (29)

Camptostoma obsoletum - - - - - - - - - 0 (2) - - 0 (2)

Capsiempis flaveola - - - - - - - 1 (1) - - - 0 (1) 0 (2)

Chiroxiphia pareola 1 (2) 0 (1) 0 (2) 3 (3) - - 0 (3) - - 0 (1) 0 (1) 3 (4) 7 (17)

Coereba flaveola 0 (1) - - 0 (1) 0 (1) - - - - 1 (3) 0 (1) 0 (4) 2 (11)

Colaptes melanochloros - - - - - - 1 (1) - - - - - 1 (1)

Columbina talpacoti 1 (1) - - - - - - - - 1 (1) - - 2 (2)

Conopophaga lineata - 1 (1) - 1 (1) - - - - - - - - 2 (2)

Cyanerpes cyaneus 1 (1) 1 (2) - - - - - - - 3 (3) 0 (1) 4 (8) 9 (16)

Cyclarhis gujanensis - 0 (1) - - - - - - - - - - 0 (1)

Dacnis cayana - 0 (2) - - - - - - - 1 (2) - - 1 (4)

Elaenia cristata - - 0 (1) - - - - - - - - - 0 (1)

Elaenia flavogaster - 0 (1) 0 (1) 2 (2) - 1 (2) - 1 (1) 0 (1) 1 (2) 0 (2) - 5 (12)

Euphonia violácea - - 0 (2) 0 (1) - - - - - 2 (3) 2 (5) 2 (4) 6 (15)

Formicivora grisea 0 (1) 1 (2) 0 (1) - - 1 (2) - 1(2) - - 0 (1) - 3 (9)

Galbula ruficauda 1 (1) 2 (2) - - 1 (1) - 3 (3) 2 (5) - 1 (1) 1 (1) 0 (3) 11 (17)

Herpsilochmus atricapilla 1 (1) - - - - - - - - 0 (1) 1 (1) 2 (2) 4 (5)

Icterus cayanensis - - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1)

Leptopogon amaurocephala 1 (3) 1 (2) 1 (1) 2 (2) 3 (3) 1 (1) 0 (2) 1 (1) 0 (1) 1 (3) 0 (3) - 11 (22)

Manacus manacus 1 (3) 0 (5) 0 (2) 3 (5) 1 (2) 0 (1) 0 (2) 1 (1) 0 (2) 0 (3) 0 (7) 0 (2) 6 (35)

Mionectes oleagineus - - - 0 (1) 3 (3) 1 (1) - - - - - - 4 (5)

Molothrus bonariensis - - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1)

Myiozetetes similis - - - 1 (1) - - 1 (1) - - - 1 (1) - 3 (3)

Neopelma pallescens 4 (6) 1 (1) - 3 (3) 1 (3) 0 (3) 0 (3) 0 (6) 1 (6) 1 (4) 1 (4) 1 (5) 13 (44)

Nyctidromus albicollis - - - - - - - - - - 1 (1) - 1 (1)

Ornithion inerme - - - 1 (1) - - - - - - - 1 (1) 2 (2)

Pachyramphus polychopterus - - - - - - - - - 0 (1) - - 0 (1)

Pachyramphus viridis 1 (1) - - - - - - - - - 0 (1) - 1 (2)

Pipra rubrocapilla 0 (2) 0 (1) 0 (3) 0 (1) - 0 (1) - 1 (3) 0 (1) 0 (1) 0 (4) 0 (1) 1 (18)

Pitangus sulphuratus - - - - - - - 1 (1) - - - - 1 (1)

Ramphocaenus melanurus 1 (1) - - - - - - - - - - - 1 (1)

Ramphocelus bresilius - - - - - - - - - 0 (1) - 0 (2) 0 (3)

Saltator maximus 0 (1) - - - - - - - - - 0 (1) - 0 (2)

Sittasomus griseicapilla - 0 (1) 1 (2) - - 2 (2) - 0 (2) 1 (3) - - - 4 (10)

Sporophila nigricollis - 0 (1) - - - - - - - - - - 0 (1)

Stelgidopteryx ruficolla - - - - 1 (2) - - - 0 (2) - - - 1 (4)

Tachyphonus cristatus - - - - - - 0 (1) - - - - - 0 (1)

Tachyphonus rufus 0 (3) 0 (1) - 1 (3) 1 (1) - - - 0 (2) 0 (1) - 0 (2) 2 (13)

Tangara cayana - - 0 (2) - - - - - - 0 (1) 1 (3) - 1 (6)

Thamnophilus caerulescens - 2 (2) 1 (1) 2 (3) 2 (2) - - - - - 1 (1) - 8 (9)

Thlypopsis sordida - - - - - 1 (1) - - - - - - 1 (1)

63

Apêndice 4. Continuação Mudas de Contorno Espécie Meses TOTAL 2004 2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Thraupis palmarum - - - - - - - - - 1 (1) 0 (1) 3 (5) 4 (7)

Thraupis sayaca - - - - - - - - - - 1 (1) 1 (1) 2 (2)

Tolmomyias flaviventris 1 (1) 1 (1) 1 (1) - 1 (1) 0 (1) - 2 (2) 0 (1) 4 (4) - 2 (4) 12 (16)

Touit surda - - - - - 1 (1) - - - - 0 (1) - 1 (2)

Troglodytes musculus - - - - - - 0 (1) - 1 (2) - - - 1 (3)

Trogon curucui - - - - - - - - - 1 (1) - - 1 (1)

Turdus leucomelas 0 (1) 0 (4) 2 (5) 2 (2) 4 (4) 2 (3) 0 (1) 0 (1) - - 0 (1) 0 (5) 10 (27)

Veniliornis passerinus - - - - - - - - - - - 1 (1) 1 (1)

Vireo olivaceus 0 (2) - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (3)

Xenops minutus - - 1 (1) - 1 (1) 1 (1) 0 (1) - 0 (1) 1 (3) 1 (1) 1 (1) 6 (10)

Xiphorhynchus picus - - 0 (1) 1 (1) 1 (1) - - 1 (1) - 0 (1) 0 (1) - 3 (6)

Nº total de animais 14

(41) 10

(32) 10

(33) 24

(36) 24

(29) 12

(28) 8

(24)15

(32) 5

(28) 20

(47) 11

(48) 22

(62) 175

(440)

(1) – Os números entre parêntesis representam o número de animais avaliados (capturados) por espécie e por mês.

64

Apêndice 5. Avaliação do número de mudas de retrizes segundo a espécie e o mês. Ordem de evolução de acordo com SICK (1997) Mudas de Retrizes Espécie Meses TOTAL 2004 2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Arremon taciturnus 1 (7) 0 (1) 0 (6) 0 (2) 0 (1) 0 (5) - 0 (2) 0 (1) 0 (2) 0 (1) 0 (1) 1 (29)

Basileuterus flaveolus 0 (1) - 0 (1) 1 (3) 0 (3) 0 (2) 0 (6) 0 (3) 0 (5) 0 (1) 0 (2) 0 (2) 1 (29)

Camptostoma obsoletum - - - - - - - - - 0 (2) - - 0 (2)

Capsiempis flaveola - - - - - - - 0 (1) - - - 0 (1) 0 (2)

Chiroxiphia pareola 1 (2) 0 (1) 0 (2) 0 (3) - - 0 (3) - - 0 (1) 0 (1) 1 (4) 2 (17)

Coereba flaveola 0 (1) - - 0 (1) 0 (1) - - - - 0 (3) 0 (1) 0 (4) 0 (11)

Colaptes melanochloros - - - - - - 0 (1) - - - - - 0 (1)

Columbina talpacoti 1 (1) - - - - - - - - 0 (1) - - 1 (1)

Conopophaga lineata - 0 (1) - 1 (1) - - - - - - - - 1 (2)

Cyanerpes cyaneus 0 (2) 0 (2) - - - - - - - 0 (3) 0 (1) 0 (8) 0 (16)

Cyclarhis gujanensis - 0 (1) - - - - - - - - - - 0 (1)

Dacnis cayana - 0 (2) - - - - - - - 0 (2) - - 0 (4)

Elaenia cristata - - 0 (1) - - - - - - - - - 0 (1)

Elaenia flavogaster - 0 (1) 0 (1) 0 (2) - 0 (2) - 0 (1) 0 (1) 0 (1) 0 (2) - 0 (12)

Euphonia violácea - - 0 (2) 0 (1) - - - - - 0 (3) 0 (5) 0 (4) 0 (15)

Formicivora grisea 1 (1) 0 (2) 1 (1) - - 0 (2) - 0 (2) - - 0 (1) - 2 (9)

Galbula ruficauda 0 (1) 1 (2) - - 1 (1) - 0 (3) 0 (5) - 0 (1) 0 (1) 0 (3) 2 (17)

Herpsilochmus atricapilla 0 (1) - - - - - - - - 0 (1) 0 (1) 1 (2) 1 (5)

Icterus cayanensis - - - - - - - - - - - 1 (1) 1 (1)

Leptopogon amaurocephala 0 (3) 0 (2) 0 (1) 1 (2) 1 (3) 0 (1) 0 (2) 0 (1) 0 (1) 0 (3) 0 (3) - 2 (22)

Manacus manacus 0 (3) 0 (5) 0 (2) 0 (5) 1 (2) 0 (1) 0 (7) 0 (1) 1 (2) 0 (3) 0 (7) 0 (2) 2 (35)

Mionectes oleagineus - - - 0 (1) 0 (3) 0 (1) - - - - - - 0 (5)

Molothrus bonariensis - - - - - - - - - - - 1 (1) 1 (1)

Myiozetetes similis - - - 1 (1) - - 0 (1) - - - 0 (1) - 1 (3)

Neopelma pallescens 2 (6) 1 (1) - 0 (3) 0 (3) 0 (3) 0 (3) 1 (6) 0 (6) 1 (4) 0 (4) 0 (5) 5 (44)

Nyctidromus albicollis - - - - - - - - - - 0 (1) - 0 (1)

Ornithion inerme - - - 0 (1) - - - - - - - 0 (1) 0 (2)

Pachyramphus polychopterus - - - - - - - - - 0 (1) - - 0 (1)

Pachyramphus viridis 0 (1) - - - - - - - - - 0 (1) - 0 (2)

Pipra rubrocapilla 0 (2) 0 (1) 0 (3) 0 (1) - 0 (1) - 0 (3) 0 (1) 0 (1) 0 (4) 0 (1) 0 (18)

Pitangus sulphuratus - - - - - - - 0 (1) - - - - 0 (1)

Ramphocaenus melanurus 0 (1) - - - - - - - - - - - 0 (1)

Ramphocelus bresilius - - - - - - - - - 0 (1) 0 (2) - 0 (3)

Saltator maximus 0 (1) - - - - - - - - - 0 (1) - 0 (2)

Sittasomus griseicapilla - 0 (1) 1 (2) - - 0 (2) - 0 (2) 1 (3) - - - 2 (10)

Sporophila nigricollis - 0 (1) - - - - - - - - - - 0 (1)

Stelgidopteryx ruficolla - - - - 0 (2) - - - 0 (2) - - - 0 (4)

Tachyphonus cristatus - - - - - 0 (1) - - - - - - 0 (1)

Tachyphonus rufus 0 (3) 1 (1) - 0 (3) - - - - 0 (2) 0 (1) - 0 (2) 1 (13)

Tangara cayana - - 0 (2) - - - - - - 0 (1) 0 (3) - 0 (6)

Thamnophilus caerulescens - 0 (2) 0 (1) 1 (3) 1 (2) - - - - - 0 (1) - 2 (9)

Thlypopsis sordida - - - - - 0 (1) - - - - - - 0 (1)

65

Apêndice 5. Continuação Mudas de Retrizes Espécie Meses TOTAL 2004 2003 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Thraupis palmarum - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1) 1 (5) 1 (7)

Thraupis sayaca - - - - - - - - - - 1 (1) 0 (1) 1 (2)

Tolmomyias flaviventris 0 (1) 0 (1) 1 (1) - 0 (1) 0 (1) - 0 (2) 0 (1) 0 (4) - 0 (4) 1 (16)

Touit surda - - - - - 0 (1) - - - - 0 (1) - 0 (2)

Troglodytes musculus - - - - - - 0 (1) - 0 (2) - - - 0 (3)

Trogon curucui - - - - - - - - - 1 (1) - - 1 (1)

Turdus leucomelas 0 (1) 2 (4) 0 (5) 1 (2) 0 (4) 0 (3) 0 (1) 0 (1) - - 0 (1) 0 (5) 3 (27)

Veniliornis passerinus - - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (1)

Vireo olivaceus 0 (2) - - - - - - - - - - 0 (1) 0 (3)

Xenops minutus - - 0 (1) - 0 (1) 0 (1) 0 (1) - 0 (1) 0 (3) 0 (1) 1 (1) 1 (10)

Xiphorhynchus picus - - 0 (1) 0 (1) 1 (1) - - 1 (1) - 0 (1) 0 (1) - 2 (6)

Nº total de animais 6

(41) 5

(32) 4

(33)5

(36) 5

(29) 0

(28) 0

(24) 2

(32) 2

(28) 2

(47) 1

(48) 6

(62) 38

(440)

(1) – Os números entre parêntesis representam o número de animais avaliados (capturados) por espécie e por mês.

66

Apêndice 6. Presença de Placa de incubação segundo as espécies e meses de captura. Ordem de evolução de acordo com SICK (1997)

J F M A M J J A S O N DNyctidromus albicollis 1 1Trogon curucui 1 1Galbula ruficauda 1 3 4 1 9Colaptes melanochloros 1 1Veniliornis passerinus 1 1Formicivora grisea 1 1 1 1 4Herpsilochmus atricapillus 1 1Thamnophilus caerulescens 1 1Conopophaga lineata 1 1Xenops minutus 1 1Sittasomus griseicapillus 1 1 2Elaenia cristata 1 1Elaenia flavogaster 1 1 2Leptopogon amaurocephalus 1 1 2 1 1 2 8Mionectes oleagineus 1 1Ornithion inerme 1 1Tolmomyias flaviventris 1 1 1 1 2 3 1 10Myiozetetes similis 1 1Pitangus sulphuratus 1 1Pachyramphus polychopterus 1 1Pachyramphus viridis 1 1 2Chiroxiphia pareola 2 3 1 1 7Manacus manacus 1 4 1 1 1 1 1 10Neopelma pallescens 3 1 4 1 9Pipra rubrocapilla 3 2 5Troglodytes musculus 1 1Ramphocaenus melanurus 1 1Turdus leucomelas 1 3 1 1 6Basileuterus flaveolus 1 1 2Coereba flaveola 1 1Cyanerpes cyaneus 1 1 2 2 6Euphonia violacea 1 1 1 3Ramphocelus bresilius 1 1Tachyphonus rufus 1 1Thraupis palmarum 1 1Thraupis sayaca 1 1Arremon taciturnus 1 1 2Sporophila nigricollis 1 1Saltator maximus 1 1

Placa de IncubaçãoEspécies Total2004 2003