BIOGRAFIA Benetito Calixto

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BIOGRAFIA Benedito Calixto Benedito Calixto de Jesus (Conceição de Itanhaém SP 1853 - São Paulo SP 1927) transfere-se para Brotas, interior de São Paulo, onde inicia a carreira artística, provavelmente como autodidata. Realiza a primeira individual em 1881, na sede do Correio Paulistano, em São Paulo. Muda-se para Santos e faz a decoração do teto do Teatro Guarani. Em 1883, viaja a Paris para estudar desenho e pintura com recursos concedidos pelo Visconde Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. Freqüenta o ateliê de Raffaelli e a Académie Julien, como aluno de Gustave Boulanger, Jules Lefèbvre, Robert Fleury e Bouguereau. Retorna ao Brasil em 1884, fixa-se em Santos e mais tarde em São Vicente. Em 1895, publica Vila de Itanhaém, o primeiro de uma série de livros relacionados à história, etnografia e arqueologia do litoral paulista. A partir de 1909, realiza decorações e murais para igrejas e conventos do interior de São Paulo. Participa da 1ª Exposição de Arte Brasileira, promovida pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, em 1911. Fonte: Itaú Cultural Atualizado em 05/02/2004 Benedito Calixto Benedito Calixto de Jesus nasceu na antiga Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, hoje cidade de Itanhaém, em 14 de outubro de 1853, filho de João Pedro de Jesus e de Ana Gertrudes Soares de Jesus. Passou sua infância e adolescência em Itanhaém, onde iniciou seus estudos e residiu até os 20 anos de idade, tendo cursado a escola do Mestre João do Espírito Santo. Desde pequeno revelava sua predileção pelo desenho e pela pintura e já aos 12 anos demonstrava seu talento invulgar. Benedito Calixto de Jesus Neto, escrevendo sobre seu avô, informa que “sua paixão era desenhar com barras de carvão que ele mesmo preparava, os aspectos das paisagens do local em que vivia. Ajudava ainda o velho vigário nos misteres da Igreja Matriz, acompanhando-o Rio Preto e Rio Branco acima, na sua obra missionária. Pintava “ex-votos” que os fiéis seus amigos penduravam, cumprindo promessas, ao lado dos altares dos santos de suas devoções, na Igreja Matriz”. A cidade de Itanhaém se tornou pequena para o grande talento que desabrochava e assim, Benedito Calixto de Jesus se transfere para Santos em busca de melhores condições e oportunidades. Em Santos, o jovem pintor começa a pintar tabuletas, fazendo composições e figuras de paredes e nos tetos de mansões da elite santista. Já em 1877, com 24 anos, retorna a Itanhaém e se casa com Antonia Leopoldina de Araújo, sua prima. Depois de alguns anos, decide morar na cidade de Brotas, interior de São Paulo, perto do seu irmão, onde aprimora suas telas e termina vários quadros, organizando sua primeira exposição, no jornal “Correio Paulistano”, em São Paulo. Em 1882 volta a Santos, onde conhece o construtor Tomaz Antonio de Azevedo e começa a trabalhar em sua oficina. Nessa ocasião, o jovem pintor é convidado e faz a decoração da nova sala de espetáculos do Teatro Guarani, cujo projeto de construção era do engenheiro Manuel Garcia Redondo. Impressionado com o resultado obtido por Benedito Calixto de Jesus, o engenheiro Garcia Redondo intermediou junto ao Visconde Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, uma bolsa de estudos na Europa.

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 BIOGRAFIA

Benedito CalixtoBenedito Calixto de Jesus (Conceição de Itanhaém SP 1853 - São Paulo SP 1927) transfere-se para Brotas, interior de São Paulo, onde inicia a carreira artística, provavelmente como autodidata. Realiza a primeira individual em 1881, na sede do Correio Paulistano, em São Paulo. Muda-se para Santos e faz a decoração do teto do Teatro Guarani. Em 1883, viaja a Paris para estudar desenho e pintura com recursos concedidos pelo Visconde Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. Freqüenta o ateliê de Raffaelli e a Académie Julien, como aluno de Gustave Boulanger, Jules Lefèbvre, Robert Fleury e Bouguereau. Retorna ao Brasil em 1884, fixa-se em Santos e mais tarde em São Vicente. Em 1895, publica Vila de Itanhaém, o primeiro de uma série de livros relacionados à história, etnografia e arqueologia do litoral paulista. A partir de 1909, realiza decorações e murais para igrejas e conventos do interior de São Paulo. Participa da 1ª Exposição de Arte Brasileira, promovida pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, em 1911.Fonte: Itaú CulturalAtualizado em 05/02/2004

Benedito Calixto

Benedito Calixto de Jesus nasceu na antiga Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, hoje cidade de Itanhaém, em 14 de outubro de 1853, filho de João Pedro de Jesus e de Ana Gertrudes Soares de Jesus.

Passou sua infância e adolescência em Itanhaém, onde iniciou seus estudos e residiu até os 20 anos de idade, tendo cursado a escola do Mestre João do Espírito Santo. Desde pequeno revelava sua predileção pelo desenho e pela pintura e já aos 12 anos demonstrava seu talento invulgar.

Benedito Calixto de Jesus Neto, escrevendo sobre seu avô, informa que “sua paixão era desenhar com barras de carvão que ele mesmo preparava, os aspectos das paisagens do local em que vivia. Ajudava ainda o velho vigário nos misteres da Igreja Matriz, acompanhando-o Rio Preto e Rio Branco acima, na sua obra missionária. Pintava “ex-votos” que os fiéis seus amigos penduravam, cumprindo promessas, ao lado dos altares dos santos de suas devoções, na Igreja Matriz”.

A cidade de Itanhaém se tornou pequena para o grande talento que desabrochava e assim, Benedito Calixto de Jesus se transfere para Santos em busca de melhores condições e oportunidades. Em Santos, o jovem pintor começa a pintar tabuletas, fazendo composições e figuras de paredes e nos tetos de mansões da elite santista.

Já em 1877, com 24 anos, retorna a Itanhaém e se casa com Antonia Leopoldina de Araújo, sua prima. Depois de alguns anos, decide morar na cidade de Brotas, interior de São Paulo, perto do seu irmão, onde aprimora suas telas e termina vários quadros, organizando sua primeira exposição, no jornal “Correio Paulistano”, em São Paulo.

Em 1882 volta a Santos, onde conhece o construtor Tomaz Antonio de Azevedo e começa a trabalhar em sua oficina. Nessa ocasião, o jovem pintor é convidado e faz a decoração da nova sala de espetáculos do Teatro Guarani, cujo projeto de construção era do engenheiro Manuel Garcia Redondo. Impressionado com o resultado obtido por Benedito Calixto de Jesus, o engenheiro Garcia Redondo intermediou junto ao Visconde Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, uma bolsa de estudos na Europa.

O Teatro Guarani foi inaugurado a 7 de dezembro de 1882, tendo sido homenageados no palco o construtor engenheiro Garcia Redondo e o artista plástico Benedito Calixto, como decorador. No início de 1883, Benedito Calixto de Jesus viaja para Paris, onde estuda por 18 meses nas mais diversas escolas de Paris, entre outras, ateliê de Jean François Raffaelli e Academia Jullien, aprimorando sua arte predileta e descobrindo a fotografia.

Retornando ao Brasil, no ano seguinte, traz em sua bagagem um equipamento fotográfico, apaixonando-se pela fotografia, que muito o ajudaria no registro de paisagens locais e na elaboração de diversas telas de cunho religioso e histórico.

A Enciclopédia Larousse Cultural apresenta Benedito Calixto, como “pintor brasileiro (Itanhaém – SP – 1853 – São Paulo – SP – 1927), autor de marinhas, temas religiosos, cenas históricas e de gênero. Executou trabalhos nas igrejas de Santa Cecília e Nossa Senhora da

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Consolação, em São Paulo. Entre suas obras mais conhecidas estão: Anchieta escrevendo na praia, Bartolomeu de Gusmão e Praia de São Vicente”. (página 1063).

A obra de Benedito Calixto se completa com paisagens, pinturas históricas, marinhas e retratos, fazendo exposições no Rio de Janeiro (1900), São Paulo (1904), Belém (1907) e nos Estados Unidos com uma obra premiada na Exposição Internacional de St. Louis (1904). Sua ligação com a Igreja Católica, painéis na Igreja de Santa Cecília (SP-1909), Igreja Santa Ifigênia (SP-1912), Igreja da Consolação (SP-1918), Catedral de Ribeirão Preto (SP-1917), Catedral de Amparo (SP-1918), Igreja de Vitória (Espírito Santo) e tantas outras fizeram com que o Papa Pio XI o agraciasse em 1924 com a Comenda da Ordem de São Silvestre.

A paixão de Benedito Calixto de Jesus não ficou só na pintura e na fotografia, mas também se desenvolveu na palavra escrita. Escreveu e publicou vários artigos e livros, entre outros, “A VILA DE ITANHAÉM” (1895), “OS PRIMITIVOS INDIOS DE NOSSO LITORAL” (1905), “RELÍQUIAS HISTÓRICAS DE SÃO VICENTE”, “CAPITANIAS PAULISTAS” (1924) e “A IGREJA E O CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE ITANHAÉM”.

Infelizmente, não é fácil encontrar seus escritos hoje em dia, mesmo na Biblioteca Municipal Poeta Paulo Bonfim, de Itanhaém, pouco se tem a respeito do ilustre filho de Itanhaém, que faleceu em São Paulo em 31.05.1927, sendo sepultado no cemitério do Paquetá, na cidade de Santos.

Galeria de pinturas

Praia do Itararé, s/d - óleo sobre tela, 37 x 75 cm - acervo da Pinacoteca do

Fundação de Santos

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Estado de São PauloBartolomeu Lourenço de Gusmão

Domingos Jorge Velho

Ilha de Urubuqueçaba José Menino e Ilha Urubuqueçaba Martim Afonso

de Sousa

Santos em 1910

Barco no Porto de Santos CubatãoJosé Bonifácio José Bonifácio

Partida de Estácio de Sá

A Fundação Pinacoteca Benedito Calixto, entidade sem fins lucrativos, localizada em um antigo casarão em estilo eclético e interior em Art Noveau à Avenida Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão, Santos, São Paulo, tem uma exposição permanente de obras de Calixto. Seu acervo é de cerca de 50 obras do pintor - marinhas, paisagens, retratos e nus [desenhados na Academia Julian, Paris]. O local está aberto para visitação de terça a domingo das 14h00 às 19h00. Grupos ou escolas, que quiserem monitoria, podem ser agendados pelo telefone 0xx13 - 32882260 ou pelo e-mail [email protected]. A Pinacoteca conta também com uma biblioteca, com acervo de livros de arte, e um Centro de Documentação sobre Calixto e sua obra.

[editar] Bibliografia

CONCEIÇÃO, Júlio. Benedito Calixto (1853-1927): separata do tomo XVII, parte 2ª, 1932 da Revista do Museu Paulista.

BRAGA, Teodoro. Artistas pintores no Brasil: São Paulo, São Paulo Edit., 1942. LOBO, Chiquinha Neves. Pintores de minha terra: São Paulo. s.edit., 1950. SILVA SOBRINHO, José da Costa e. Santos noutros tempos: São Paulo, Revista dos

Tribunais, 1953.

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PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil: Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1969.

LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil: Rio de Janeiro, Artlivre, 1988.

OLIVEIRA, Maria Alice Milliet de. Benedito Calixto: memória paulista: São Paulo, Banespa/Pinacoteca do Estado, 1990.

SOUZA, Marli Nunes de (org.). Benedito Calixto: um pintor à beira mar: Santos, Fundação Pinacoteca Benedito Calixto, 2002.

ALVES, Caleb Faria. Benedito Calixto e a construção do imaginário republicano: Bauru, EDUSC, 2003.

POLETINI, Moisés/BRAZ, Pedro José. A pintura sacra de Benedito Calixto: Santos, Fundação Pinacoteca Benedito Calixto, 2004.

[editar] Referência