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Biofotogrametria computadorizada como ferramenta da fisioterapia na avaliação postural Samara Maman Nazaré E-mail: [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual Faculdade de Tecnologia do Ipê-FAIPE/Bio Cursos Manaus Faculdade Faipe Resumo Pesquisas têm divulgado resultados positivos da utilização da biofotogrametria na área da fisioterapia. O objetivo geral desse trabalho foi abordar a importância da biofotogrametria na avaliação postural como técnica e como recurso de avaliação na fisioterapia. Para tal foi necessário: suscitar teorias pertinentes à biofotogrametria computadorizada em seus aspectos históricos e conceituais; descrever a importância da avaliação postural através da biofotogrametria e sua utilização como ferramenta de avaliação; e mostrar a eficácia de sua utilização na fisioterapia em diversos seguimentos de avaliação. Metodologicamente, esse artigo caracteriza-se como um estudo de revisão, baseado em pesquisa bibliográfica. Os principais aportes teóricos revelaram que dentre as vantagens da biofotogrametria, destacam-se: maior cuidado e detalhamento na análise postural; boa nitidez das estruturas avaliadas; precisão e ser quantificável. A biofotogrametria ainda apresenta como vantagens: menor custo, maior praticidade e menor risco à saúde pela não exposição à radiação, além de serem mais apropriadas em avaliações populacionais. Quanto aos resultados alcançados ressalta-se que, a utilização da biofotogrametria na avaliação postural apresenta resultados positivos, no entanto, sua correta aplicação, demanda uma avaliação bem detalhada. Nesse sentido, a realização de mais estudos clínicos é necessária para uma compreensão completa da utilização da biofotogrametria no contexto da fisioterapia. Palavras-chave: Biofotogrametria; Avaliação Postural; Fisioterapia. 1. Introdução A biofotogrametria computadorizada constitui-se no objeto de estudo desse artigo, cuja delimitação contempla a aplicação dessa técnica como ferramenta da fisioterapia, no contexto da avaliação postural. A postura pode ser caracterizada como a atitude que o corpo adota como um apoio no decorrer da inatividade muscular, através da ação coordenada que envolve inúmeros ligamentos e músculos, que atuam com a finalidade de assumir a base essencial, que se adapta de forma constante ao movimento a ser realizado, ou para manter a estabilidade do corpo (MOMESSO, 1997). Há várias décadas, a avaliação da postura corporal vem sendo amplamente utilizada, tanto no âmbito da prática clínica, quanto na pesquisa acadêmica, como um instrumento de diagnóstico, de planejamento e de acompanhamento do tratamento fisioterapêutico (SOUZA et al., 2011). Nesse cenário de diagnóstico surgiu mais um recurso: a biofotogrametria que é um método de tecnologia que utiliza imagens obtidas, de forma mais confiável para interpretação das medidas, sendo, de forma simples, definida como uma avaliação através de fotografias. Muitas abordagens e discussões para o tema foram desenvolvidas ao longo dos anos, existe

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Biofotogrametria computadorizada como ferramenta

da fisioterapia na avaliação postural

Samara Maman Nazaré

E-mail: [email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia

Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual

Faculdade de Tecnologia do Ipê-FAIPE/Bio Cursos Manaus – Faculdade Faipe

Resumo

Pesquisas têm divulgado resultados positivos da utilização da biofotogrametria na área da

fisioterapia. O objetivo geral desse trabalho foi abordar a importância da biofotogrametria

na avaliação postural como técnica e como recurso de avaliação na fisioterapia. Para tal foi

necessário: suscitar teorias pertinentes à biofotogrametria computadorizada em seus

aspectos históricos e conceituais; descrever a importância da avaliação postural através da

biofotogrametria e sua utilização como ferramenta de avaliação; e mostrar a eficácia de sua

utilização na fisioterapia em diversos seguimentos de avaliação. Metodologicamente, esse

artigo caracteriza-se como um estudo de revisão, baseado em pesquisa bibliográfica. Os

principais aportes teóricos revelaram que dentre as vantagens da biofotogrametria,

destacam-se: maior cuidado e detalhamento na análise postural; boa nitidez das estruturas

avaliadas; precisão e ser quantificável. A biofotogrametria ainda apresenta como vantagens:

menor custo, maior praticidade e menor risco à saúde pela não exposição à radiação, além

de serem mais apropriadas em avaliações populacionais. Quanto aos resultados alcançados

ressalta-se que, a utilização da biofotogrametria na avaliação postural apresenta resultados

positivos, no entanto, sua correta aplicação, demanda uma avaliação bem detalhada. Nesse

sentido, a realização de mais estudos clínicos é necessária para uma compreensão completa

da utilização da biofotogrametria no contexto da fisioterapia.

Palavras-chave: Biofotogrametria; Avaliação Postural; Fisioterapia.

1. Introdução

A biofotogrametria computadorizada constitui-se no objeto de estudo desse artigo, cuja

delimitação contempla a aplicação dessa técnica como ferramenta da fisioterapia, no contexto

da avaliação postural.

A postura pode ser caracterizada como a atitude que o corpo adota como um apoio no

decorrer da inatividade muscular, através da ação coordenada que envolve inúmeros

ligamentos e músculos, que atuam com a finalidade de assumir a base essencial, que se adapta

de forma constante ao movimento a ser realizado, ou para manter a estabilidade do corpo

(MOMESSO, 1997).

Há várias décadas, a avaliação da postura corporal vem sendo amplamente utilizada, tanto no

âmbito da prática clínica, quanto na pesquisa acadêmica, como um instrumento de

diagnóstico, de planejamento e de acompanhamento do tratamento fisioterapêutico (SOUZA

et al., 2011).

Nesse cenário de diagnóstico surgiu mais um recurso: a biofotogrametria que é um método de

tecnologia que utiliza imagens obtidas, de forma mais confiável para interpretação das

medidas, sendo, de forma simples, definida como uma avaliação através de fotografias.

Muitas abordagens e discussões para o tema foram desenvolvidas ao longo dos anos, existe

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um consenso geral definindo-a como a ciência e tecnologia de se obter informação confiável,

através de imagens adquiridas por sensores. E embora seja uma área da engenharia, o termo

biofotogrametria computadorizada tem sido utilizado por pesquisadores para definir a sua

utilização nas áreas da fisioterapia, educação física e outras áreas afins. O objetivo principal

da biofotogrametria é a obtenção de valores confiáveis e diminuir os erros nas avaliações

subjetivas aonde a interferência do avaliador pode alterar os resultados das coletas

(PELEGRINI, 2015).

Para se justificar a relevância da discussão do tema em meios acadêmicos e sociais, estudos

têm divulgado resultados positivos da utilização da biofotogrametria computadorizada na área

da fisioterapia. Além de pesquisas nessa área, também tem aumentado por parte dos

fisioterapeutas que vêm essa técnica em seus diagnósticos.

Tem-se conhecimento de que muitas são as oportunidades do uso da biofotogrametria na área

da Fisioterapia. Para avaliações posturais clássicas, por exemplo, os exames fisioterápicos

eram realizados de maneira arcaica, sem padronização, de difícil arquivamento do conteúdo

absorvido, dificultando muito as condições de comparação antes/depois da intervenção

terapêutica. Hoje, com a biofotogrametria as fotos são extraídas através de métodos

confiáveis, transportadas para computadores e trabalhadas por meio de softwares específicos,

onde se consegue com precisão a mensuração através dos cálculos dos ângulos e distâncias

entre segmentos corporais (MIRANDA, 2014).

Além disso, julga-se relevante uma pesquisa que também busca demonstrar no contexto da

avaliação corporal a importância da biofotogrametria como técnica e recurso de avaliação na

fisioterapia e demonstrar ainda a inserção da biofotogrametria no cotidiano dos serviços de

saúde. E levando-se em considerando esse contexto, torna-se cada vez mais importante

conhecer a biofotogrametria para que sejam criadas intervenções práticas e seguras através

dela.

O problema que deu origem à pesquisa está delimitado na seguinte questão: Qual a

importância da biofotogrametria na avaliação postural como técnica e recurso de avaliação na

fisioterapia? A hipótese que norteia a pesquisa, parte da assertiva de que, a avaliação postural

dos segmentos corporais feitas através da biofotogrametria é realizada com imagens

fotográficas e marcações de pontos anatômicos estratégicos, possibilitando aos fisioterapeutas

uma avaliação postural com dados sincronizados e quantificados sob um mesmo plano de

estudo, em menor tempo e com muito mais precisão.

O objetivo geral desse trabalho foi abordar a importância da biofotogrametria na avaliação

postural como técnica e como recurso de avaliação na fisioterapia. Para tal foi necessário:

suscitar teorias pertinentes à biofotogrametria computadorizada em seus aspectos históricos e

conceituais; descrever a importância da avaliação postural através da biofotogrametria e sua

utilização como ferramenta de avaliação; e mostrar a eficácia de sua utilização na fisioterapia

em diversos seguimentos de avaliação. Em seus aspectos metodológicos, este trabalho caracteriza-se como um artigo de revisão,

resultado de uma pesquisa bibliográfica utilizando livros e artigos disponibilizados em

bibliotecas virtuais na internet relacionados a utilização da biofotogrametria na avaliação

postural como técnica e recurso de avaliação na fisioterapia. E com a finalidade de atender

aos objetivos do trabalho, o artigo foi estruturado em cinco seções, conforme descritas a

seguir. A primeira seção foi direcionada à introdução, onde se faz uma breve contextualização

do tema, da apresentação do problema e sua hipótese, bem como da justificativa, dos

objetivos e da organização do artigo. A segunda seção apresenta a revisão da literatura, com

abordagem qualitativa das categorias conceituais sobre a biofotogrametria, seguida da terceira

seção de metodologia. Na revisão se buscou embasar teoricamente o trabalho, e que serviu de

subsídio para a elaboração da seção de apresentação dos resultados e discussão, quarta seção,

bem como da quinta seção reservada à conclusão e recomendações para estudos futuros.

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2. Revisão da Literatura

2.1 Biofotogrametria: Evolução histórica no Mundo e sua origem no Brasil

Segundo Miranda (2014), a literatura sobre a evolução da biofotogrametria no contexto da

humanidade revela que muitas evoluções foram registradas ao longo da história,

especialmente se tratando de melhorias tecnológicas para apuração e registro das imagens.

350 A.C. - Aristóteles mencionava como projetar imagens por meio ótico;

1492 - Leonardo da Vinci demonstrou graficamente os princípios da aerodinâmica e

da projeção ótica. Também projetou mecanismos para o polimento de lentes;

1525 - O alemão Albrecht Drer produziu um esboço das leis da perspectiva e

construiu um aparato mecânico para desenhar perspectivas verdadeiras, construindo

também um mecanismo para produzir desenhos estereoscópicos.

1600 - O alemão Johannes Kepler formulou uma definição precisa para estereos

copia e o pintor florentino Jacopo Chimenti produziu o primeiro par estereoscópico

desenhado a mão;

1726 - O suíco F. Kapeller utilizou a estereoscopia pela primeira vez em um

levantamento prático para construção de cartas topográficas.

1759 - O suíço Johann Heinrich Lambert escreveu um tratado sobre a perspectiva,

sugerindo a sua utilização na construção de mapas.

1839 - Para viabilizar o uso da Fotogrametria, o francês Louis Daguerre anunciou o

invento do processo fotográfico baseado em placas de metal com iodeto de prata.

1840 - O francês Dominique Francois Jean Arago demonstrou a viabilidade do uso

de fotografias nos levantamentos topográficos (MIRANDA, 2014, p. 20-21).

Continuando seus relatos históricos, Miranda (2014) ressalta que, no ano de1849, o francês

Coronel Almé Laussedat, considerado o “Pai da Fotogrametria”, obteve fotografias a bordo de

balões. Percebendo as dificuldades então existentes para a obtenção de fotos aéreas,

concentrou seus esforços no mapeamento usando fotogrametria terrestre. A partir daí destaca-

se ainda a seguinte cronologia histórica:

1909 - O alemão Carl Pulfrich iniciou experimentos com esterco pares,

estabelecendo os fundamentos de muitos dos procedimentos instrumentais até hoje

utilizados.

1913 - O avião foi utilizado pela primeira vez para a tomada de fotografias aéreas

com o objetivo de mapeamento. Durante a Primeira Guerra as aerofotos foram

intensamente utilizadas, especialmente em atividades de reconhecimento. No

período entre as duas Guerras Mundiais, a Aerofotogrametria tornou-se uma

tecnologia largamente utilizada para a produção de mapas.

1958 - O finlandês Uki Helava apresentou o primeiro protótipo do restituidor

analítico que viria a revolucionar a Fotogrametria. Apesar do pioneirismo, o

equipamento desenvolvido não foi aceito devido ao estágio ainda embrionário. No

congresso de Hamburgo as grandes companhias produtoras de equipamentos

fotogramétiácos apresentaram seus modelos de restituidores analíticos. Era o fim da

era dos equipamentos analógicos (MIRANDA, 2014, p. 21).

De acordo com Tomaselli et al. (1999), no Brasil, a partir do ano de 1982, a fotogrametria a

curta distância começou a ser desenvolvida na Universidade Estadual de São Paulo - UNESP

de Presidente Prudente, na área da arquitetura. Já no ano de 1986, foi empregada na

cartografia para cadastro urbano e rural. A partir de 1992, com a aplicação da metodologia

utilizando câmeras fotográficas, que já representava baixo custo em relação às câmeras

fotogramétricas foi que passou a serem estimulados novos estudos. Neste período, também se

iniciou a aplicação no curso de fisioterapia para auxílio em diagnósticos.

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Atualmente houve a necessária substituição da fotogrametria analógica e analítica pela

fotogrametria digital.

2.2 Aspectos conceituais e classificação da Biofotogrametria

Antes de apresentar os aspectos conceituais da biofotogrametria, não se pode furtar à

perspectiva etimológica do vocábulo fotogrametria que, segundo Miranda (2014), o referido

termo deriva das palavras gregas “photos” que significa luz, e “gramma”, que significa algo

desenhado ou escrito e “metron”, que significa “medir”. Portanto, Fotogrametria, de acordo

com suas origens etimológicas, significa “medir graficamente usando luz”.

Até a década de 196, de acordo com a American Society of Photogrammetry – ASP, a

definição de fotogrametria era: “ciência e arte de obter medidas confiáveis por meio de

fotografias”. No entanto, com o advento de novos tipos de sensores uma definição mais

abrangente de Fotogrametria foi proposta também pela ASP (1979, apud Miranda, 2014, p.20)

como sendo:

Fotogrametria é a arte, ciência e tecnologia de obtenção de informação confiável

sobre objetos físicos e o meio ambiente através de processos de gravação, medição e

interpretação de imagens fotográficas e padrões de energia eletromagnética radiante

e outras fontes (MIRANDA, 2014, p.20).

Slama (1980 apud Miranda, 2014, p.20) conceitua a fotogrametria como a arte, ciência e

tecnologia “de obterem-se informações sobre objetos e seu ambiente através de processos de

leitura, gravação e interpretação de imagens fotográficas e/ou padrões de energia

eletromagnética emitida entre outros fenômenos”.

Na visão de Abe et. al. (2004), o recurso da fotogrametria expressa a aplicação da fotografia à

métrica. Muitos dos conceitos interpretativos e metodológicos fundamentais da fotogrametria

cartográfica, utilizadas na agrimensura, foram aos poucos sendo adaptados para o estudo dos

movimentos humanos, dentre os quais estão os da restituição (planejamento e construção de

um mapa planimétrico condizente com a realidade que se pretende refletir) e da

fotointerpretaçao ou interpretação fotográfica (o exame das imagens para identificacão de

objetos e julgamento de seu significado), sendo esta uma nova ferramenta no estudo da

cinemática.

Atualmente, em conformidade com a Sociedade Americana de Fotogrametria e

Sensoriamento Remoto, a fotogrametria é definida como um recurso tecnológico confiável

para obtenção de informações sobre objetos físicos por meio de gravação, medição e

interpretação de imagens fotográficas. A técnica registra de maneira sutil a relação das partes

humanas difíceis de serem mensuradas pela observação visual (CÉSAR et al., 2012).

Sabendo-se que originalmente a fotogrametria se preocupa em analisar basicamente

“fotografias”, na visão de Miranda (2014), atualmente esta definição também obriga a inserir

nos seus dados, sensores remotos, incluindo duas áreas a saber:

1. Fotogrametria (métrica): relacionada aos métodos de obtenção de dados quantitativos,

como coordenadas, áreas, a partir dos quais são elaborados os mapas e as cartas topográficas

(MIRANDA, 2014).

2. Fotointerpretação: relacionada à obtenção dos dados qualitativos a partir da análise das

fotografias e de imagens de satélite. Devido ao grande volume de trabalhos na área,

convencionou-se classificá-la dentro da área de Sensoriamento Remoto (TOMMASELLI et.

al., 1999).

Quanto à participação instrumental para medição e redução dos dados, classifica-se a

fotogrametria em:

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- Fotogrametria Analógica: utilização de instrumentos analógicos;

- Fotogrametria Analítica: utilização de computadores, aumentando a precisão e

permitindo a sofisticação dos modelos matemáticos;

- Fotogrametria Digital: a participação instrumental era necessária para digitalizar

fotografias utilizando “scanner”, porém com as câmaras digitais, isso se torna

desnecessário (MIRANDA, 2014, p.26).

Sacco et al. (2007) esclarecem a que biofotogrametria computadorizada é a combinação de

fotografia digital com softwares que permitem a mensuração de ângulos e distâncias

horizontais e verticais para finalidades diversas, como o Corel Draw, ou outros softwares

especificamente desenvolvidos para avaliação postural, como o Software para Avaliação

Postural, conhecido popularmente sob a sigla SAPO, que é um software livre e gratuito

desenvolvido com financiamento de pesquisa nacional com fundamentação científica, banco

de dados e acesso pela internet.

As mensurações devem ser padronizadas das articulações e partes do corpo para permitir

comparações das fases de avaliação e para divulgação para outros profissionais (SACCO et

al., 2007).

2.3 Avaliação pela biofotogrametria na avaliação postural

O Instituto Henriqueta Teixeira (2004), esclarece que a avaliação pela biofotogrametria foi

aprimorada pelos pesquisadores portugueses Ferreira e Correa da Silva da Universidade

Técnica de Lisboa, para ser mais um método preciso e objetivo da avaliação postural, quando

desenvolveram um programa experimental para computadores que permitia a delimitação de

pontos e os cálculos dos ângulos formados entre esses pontos. Posteriormente, o Dr. Mario

Antonio Baraúna e a Drª Denise da Vinha Ricieri, aprofundaram os seus estudos com o

objetivo de qualificar as amplitudes articulares de forma precisa, nas análises cinemáticas

angulares dos movimentos e posturas por meio de imagens, desenvolvendo assim uma

ferramenta de diagnóstico.

Historicamente, no Brasil, a partir de 1992, com a aplicação da metodologia utilizando

câmeras fotográficas, que já representava baixo custo em relação às câmeras fotogramétricas

foi, que passou a serem estimulados novos estudos. Inclusive, neste período, também se

iniciou a aplicação no curso de fisioterapia para auxílio em diagnósticos (TOMASELLI et al.,

1999).

Um relato importante e que não pode deixar de ser referenciado da utilização da

Fotogrametria pela fisioterapia é descrito por Baraúna et. al. (2004) que utilizaram a

fotogrametria para quantificar as oscilações corporais no plano sagital e frontal em indivíduos

idosos, porém colheram as imagens através de uma câmera de vídeo.

Conforme Sacco et al. (2007) a fotogrametria também facilita a coleta dos dados em

ambientes de trabalho aonde não pode-se interromper o ciclo de atividade, possibilitando uma

análise posterior que contemple os movimentos e gestos através da fotogrametria dinâmica e

também realizar avaliações posturais e análise da marcha de maneira rápida e precisa.

A biofotogrametria computadorizada fundamenta-se na aplicação do princípio

fotogramétrico às imagens fotográficas, obtidas de movimentos corporais, onde se

realizam as bases apropriadas para a fotointerpretação. Sendo um recurso de

avaliação não invasivo, que apresenta vantagens na efetividade de sua aplicação

clínica, oferece baixo custo do sistema de recolha e fotointerpretação da imagem,

assim como, a alta precisão e reprodutibilidade dos resultados. Para a avaliação

postural, os indivíduos devem se submeter previamente a demarcações nos pontos

anatômicos referenciais, que deverão corresponder aos ângulos e, as imagens

captadas, devem ser de boa qualidade, para uma adequada interpretação

fotogramétrica (SANCHEZ, 2008, p.13).

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Sanchez (2008) ainda esclarece que, a biofotogrametria computadorizada é um recurso que

pode ser usado na avaliação, para diagnóstico físico funcional pelos fisioterapeutas, e em

diferentes áreas, e já foi utilizada em vários estudos mostrando sua fidedignidade. Através da

biofotogrametria podem ser avaliados vários seguimentos do corpo humano como: desvios

posturais, valgismo pelo ângulo Q, lordose cervical e lombar, analise da marcha, mecânica da

respiração, dentre outros. Com os avanços da tecnologia, a biofotogrametria vem sendo uma

ferramenta importante para avaliação postural devido sua avaliação linear e angular da

postura humana.

3. Metodologia

No que se refere à metodologia, conforme já destacado na introdução, este trabalho

caracteriza-se como um artigo de revisão, que é resultado de uma pesquisa bibliográfica.

Segundo Gil (2007, p. 65), a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida a partir de material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”, sendo que “há pesquisas

desenvolvidas exclusivamente a partir dessas fontes”.

A apresentação dos resultados e sua respectiva discussão foi dividida em três subseções a

saber: estudos da biofotogrametria na Fisioterapia como avaliação postural e outros;

benefícios, vantagens e desvantagens da biofotogrametria na Fisioterapia; e áreas de atuação

da Fisioterapia no contexto da avaliação de imagem através da biofotogrametria.

Na discussão e análise bibliográfica foram levadas em consideração as teorias relevantes para

a realização do artigo. Quanto aos aspectos éticos e legais, nessa pesquisa foram adotadas

todas as disposições e normas preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas -

ABNT, quanto às citações, referenciação e retextualização do material bibliográfico

consultado, dando as devidas credenciais e respeitando os direitos autorais das publicações.

4. Resultados e Discussão

No que se refere aos estudos da biofotogrametria na Fisioterapia como avaliação postural e

outros, destaca-se que, no cenário atual da fisioterapia geral, já se encontram alguns estudos

com o método da biofotogrametria, porém, a grande maioria sem atestar o nível de

confiabilidade presente nas referidas pesquisas.

Nesse sentido, Miranda (2014) destaca que, é importante verificar o quanto é confiável o

método da biofotogrametria, tendo em vista a gama de informações e possibilidades

emprestadas por esta técnica para o mundo científico, e de modo particular, no contexto

clínico, uma medida não deve ser considerada significativa se não for válida e confiável.

De acordo com Venturini et al. (2006), pacientes podem ser avaliados e reavaliados por

diferentes fisioterapeutas ao longo de seu tratamento, logo, a confiabilidade da medida é um

importante parâmetro para permitir a consistência dos dados ao longo da evolução dos

pacientes e nos estudos científicos.

Alguns pesquisadores já tiveram essa preocupação, testando a confiabilidade da

biofotogrametria. Sato, Vieira e Gil Coury (2003) verificaram a confiabilidade da

biofotogrametria para medir a flexão anterior do tronco; Ribeiro et al. (2006) testaram a

confiabilidade da fotopodometria e fotopodoscopia. Iunes et al. (2009) verificaram a

confiabilidade intra e inter-examinadores para medir ângulos no registro fotográfico da face e

do corpo inteiro no plano sagital, frontal, anterior e posterior, Todos estes autores

encontraram valores de confiabilidade aceitáveis para as medidas angulares estudadas,

demonstrando que a técnica possui uma margem de erro quase sempre aceitáveil na repetição

das medidas numa mesma fotografia. A sensibilidade da fotogrametria foi bem descrita por

Döhnert e Tomasi (2008). Segundo Ricieri (2005), denomina-se confiabilidade o conjunto de

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reprodutibilidade dos resultados, com a manutenção da exatidão. Miranda (2014) destaca que

a avaliação da Confiabilidade pode ser feita de três formas diferentes: repetitividade,

reprodutibilidade e teste-Reteste.

De acordo com Bister et al. (2002 apud Miranda, 2014, p.41), a repetibilidade refere-se às

“condições testadas tão constantes quanto possíveis, usando a mesma metodologia, o mesmo

laboratório, o mesmo operador, o mesmo equipamento com intervalos curtos de tempo. É o

que se chama de análise intra-examinador”. A reprodutibilidade refere-se a condições de

testes obtidos com o mesmo método, mas em diferentes laboratórios, com diferentes

operadores, usando diferentes equipamentos. É o que se denomina de análise

interexaminador. Já o teste-reteste caracteriza-se pelo mesmo conjunto de dados, coletado em

ocasiões diferentes, não apresentando diferenças e consequentemente não alterando as

medidas realizadas pelos intra e inter-examinadores (MIRANDA, 2014).

Watson e Macdonncha (2000, apud Moreira, 2014, p.41), para analisar o nível de confiança

de uma técnica de avaliação devem-se ter três propostas primárias: “1) estabelecer a confiança

de um mesmo examinador; 2) determinar a repetibilidade da postura assumida pelo

voluntário; 3) estabelecer a confiança entre os examinadores”.

Watson e Macdonncha (2000, apud Moreira, 2014), realizaram um estudo acerca do nível de

confiança na avaliação postural através do uso de fotografias em vista anterior, posterior e de

perfil. Fotografaram para amostragem 114 adolescentes, com idade de 15 a 17 anos,

utilizando para análise um papel quadriculado. Para avaliar o nível de confiança de um

mesmo examinador foram selecionados aleatoriamente as fotografias de 30 participantes que

foram avaliados em duas ocasiões distintas, sendo a segunda avaliação executada duas

semanas após a primeira, para que o examinador não memorizasse os resultados.

A análise estatística dos estudos de Watson e Macdonncha (2000, apud Moreira, 2014, p.41),

demonstrou uma maior conflabilidade na segunda avaliação. Os dados foram considerados de

alto índice de confiança, “pois tiveram um intervalo de confiança maior que 75%, exceto a

posição do tornozelo que teve um intervalo de confiança de 66,6% na primeira avaliação”. A

simetria de ombros e cifose “tiveram um intervalo de confiança de 73,3% também na primeira

avaliação. No reteste todos os itens avaliados tiveram um intervalo maior que 85%”.

Para estabelecer o grau de confiança entre diferentes examinadores, 30 participantes ao acaso

foram selecionados e avaliados por um dos autores (Watson e Macdonncha) e por um assessor

experiente. A análise estatística de todos os itens avaliados demonstrou um alto índice de

confiança, superior a 90%. Esta pesquisa nos revela que o nível de confiabilidade para

avaliações posturais é bastante significativo (MOREIRA, 2014).

Em seguida serão apresentados alguns estudos de avaliações com o uso da fotogrametria

computadorizada, realizados na área de fisioterapia e que também demonstram a eficácia da

biofotogrametria, como meio de mensuração científica.

Iunes et al. (2005) realizaram um estudo pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, com

o objetivo de verificar a reprodutibilidade bem como a repetibilidade do método de avaliação

postural por meio da fotogrametria computadorizada. Para isto 21 indivíduos, com idade 24,2

± 1,3 anos de idade, foram fotografados em posição anterior, posterior, perfil e face. Para

realização destas fotografias foram demarcados sobre a pele pontos anatômicos que são

normalmente utilizados na avaliação postural tradicional. A partir destes pontos foram

analisados diferentes ângulos através do software ALCimagem® 2000. Para a análise

interexaminador as fotos foram avaliadas por três examinadores diferentes e os resultados

comparados. Para a análise intraexaminador as mesmas fotos foram avaliadas pelo mesmo

examinador em duas ocasiões diferentes com um mês de intervalo. Para a análise da

repetibitidade do método os voluntários foram fotografados duas vezes com intervalo de uma

semana e as fotos avaliadas pelo mesmo examinador. Para comparação dos resultados intra e

interexaminadores foram aplicados o coeficiente de correlação intraclasse. Os resultados

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revelaram que o método proposto apresenta significativa confiabilidade interexaminadores.

Dos ângulos estatisticamente confiáveis, alguns tiveram menor coeficiente de confiabilidade,

principalmente os ângulos do plano sagital referentes às curvaturas vertebrais, como lordose

cervical, cifose torácica e lordose lombar. Na avaliação intra-examinador só não apresentou

confiabilidade o ângulo da cifose torácica. Na repetibilidade do método somente o ângulo

inferior da escápula não apresentou confiabilidade. Portanto, pôde-se concluir que a

fotogrametria computadorizada sugere ser um método confiável para avaliação postural no

plano frontal anterior e posterior. Porém, para a análise no plano sagital necessita de mais

estudos para definir parâmetros de normalidade das curvaturas vertebrais.

Sacco et al. (2007) realizaram um estudo na Universidade de São Paulo - USP onde tiveram o

objetivo de verificar a confiabilidade paralela da fotogrametria computadorizada, utilizando

dois softwares: o CorelDraw® e o Software para Avaliação Postural - SAPO, em relação à

goniometria para quatro ângulos nos membros inferiores. Foram estudados 26 voluntários de

ambos os sexos, assintomáticos, com idade entre 18 e 45 anos, sem anisomelia de membros

inferiores maior que 1 cm. Foram mensurados os ângulos tíbio-társico (TT) de flexo/extensão

do joelho (flex/ext), ângulo Q (Q) e ângulo do retropé, inicialmente, com um goniômetro

manual e, posteriormente, pela fotogrametria digital por meio dos softwares Corel Draw v. 12

e SAPO v 0.63. Obtiveram-se os seguintes resultados: os ângulos TT (p = 0,9991), do retropé

(p = 0,2159) e de flexo/extensão do joelho (p = 0,402l não foram estatisticamente diferentes

entre os 3 métodos de avaliação. Já o ângulo Q foi significativamente entre a goniometria e os

dois softwares usados na fotogrametria (p = 0,0067), embora os valores obtidos pelos mesmos

não tenham diferido entre si (p = 0,9920), demonstrando que os resultados da fotogrametria

não foram influenciados pelos softwares utilizados, concluindo-se que, para os ângulos

avaliados em sujeitos jovens assintomáticos, a fotogrametria computadorizada é confiável

paralelamente à goniometria, exceto para o ângulo Q.

Braz et al. (2008) realizaram uma pesquisa na Universidade Católica de Brasília, com a

finalidade de verificar a confiabilidade inter e intraavaliador, bem como a validade de

medidas angulares através do Software para Avaliação Postural – SAPO v. 0.68. Foram

utilizadas 15 medidas angulares diferentes, obtidas por meio de goniômetros dispostos em um

painel. A imagem foi captada por uma máquina Sony de 7,2 megapixels a três metros de

distância, que permaneceu apoiada sobre um tripé. Posteriormente, três avaliadores (A, B e C)

experientes ao uso do SAPO analisaram, de forma cega, todos os ângulos, procedimentos que

se repetiram sete dias após a primeira avaliação para as análises de confiabilidade inter e

intra-avaliador. Nessas pesquisas, obtiveram-se os seguintes resultados: na confiabilidade

intra-avaliador não foram encontradas diferenças estatísticas, tanto para o avaliador A (p=

0,09) quanto para B (p = 0,77) e C (p = 0,3l) obtidas no teste t pareado, sendo que o avaliador

B apresentou menor variação média entre as medidas (p = 0,04). A confiabilidade

interavaliador de A-B (p =0,60), A-C (p =0,64) e B-C (p=0,83) também não foram

significativos para um p-valor < 0,05. O coeficiente de correlação intra-classe (ICC) foi de

0,99 para todas as análises. Na investigação da validade, o gráfico de Bland-Pdtman ratificou

a forte consistência entre os métodos, com diferença média igual a 0,004, levando a conclusão

de que o SAPO, juntamente com o método da fotogrametria se mostraram confiáveis e válidos

para mensurar valores angulares nos segmentos corporais.

Santos et al. (2011) realizaram um estudo pela Universidade do Vale do Paraíba, em São José

dos Campos/SP cujo objetivo foi verificar a confiabilidade inter e intraexaminadores na

quantificação das medidas angulares obtidas a partir da fotogrametria computadorizada e a

goniometria e determinar a confiabilidade paralela entre esses dois diferentes instrumentos de

avaliação 26 voluntários e 4 examinadores foram utilizados no estudo. A coleta foi realizada

em 4 etapas sequenciais: 1) demarcação dos pontos anatômicos de referência, 2) mensuração

9

e registro dos valores goniométricos, 3) captação da imagem do voluntário com os

marcadores fixados no corpo e 4) avaliação do registro fotográfico no programa Imagem.

Nos estudos de Santos et al. (2011), obtiveram-se os seguintes resultados: o goniômetro é um

instrumento confiável na maioria das evidências, porém, a confiabilidade das medições

depende principalmente da uniformização dos procedimentos. Considerações metodológicas

relativas ao estabelecimento de confiabilidade e padronização da colocação dos marcadores se

fazem necessárias de modo a oferecer opções de avaliação ainda mais confiáveis para a

prática clínica. Como conclusão, os autores inferiram que ambos os instrumentos são

confiáveis e aceitáveis, porém, mais evidências ainda são necessárias para suportar a

utilização desses instrumentos, pois poucos pesquisadores têm utilizado o mesmo desenho de

estudo, e a comparação dos resultados entre eles muitas vezes são difíceis.

Carvalho et al. (2012) realizaram um estudo na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/SP

no ano de 2008, onde o objetivo era avaliar a confiabilidade intra e interexaminadores e a

reprodutibilidade da goniometria em relação à fotogramecria na mão, comparando os ângulos

da abdução de polegar, flexão da AIFP do II dedo e flexão da AMCF do V dedo. Participaram

deste estudo 30 voluntários, divididos em 3 grupos, um grupo de 10 estudantes de

Fisioterapia, outro por 10 fisioterapeutas e o terceiro com 10 terapeutas da mão. Cada

avaliador realizou as medidas no mesmo molde de mão, utilizando o goniômetro e em seguida

dois softwares de fotogrametria, o CorelDraw® e o ALCimagem®.

Os resultados das pesquisas de Carvalho et al. (2012) revelaram que os grupos e os métodos

propostos apresentam confiabilidade interexaminadores no geral classificada como excelente

(ICC 0,998, IC 95° 0,995 - 0,999). Na avaliação intraexaminadores, foi encontrado excelente

nível de confiabilidade entre os três grupos. Na comparação entre os grupos para cada ângulo

e cada método, observou-se que não houve diferença significativa entre os grupos para a

maioria das medidas.

Adentrando nas questões dos benefícios, vantagens e desvantagens da biofotogrametria na

Fisioterapia, segundo Ricieri (2005), a biofotogrametria computadorizada desenvolveu-se

pela aplicação dos princípios fotogramétricos às imagens fotográficas obtidas em movimentos

corporais. A essas imagens foram aplicadas bases de fotointerpretação, gerando uma nova

ferramenta de estudo da cinemática. De acordo com Miranda (2014), a fotointerpretação é

realizada através das regiões corporais como referências ósseas e articulares e suas relações

com os planos e eixos, e através dela, obtém-se o planejamento e construção de um mapa

planimétrico condizente com a realidade que se pretende refletir sobre o segmento corporal a

ser estudado. E nesse contexto, são muitas as oportunidades do uso da biofotogrametria na

área da Fisioterapia. Conforme já destacado anteriormente, para avaliações posturais

clássicas, por exemplo, os exames fisioterápicos eram realizados de maneira arcaica, sem

padronização, de difícil arquivamento do conteúdo absorvido, dificultando muito as condições

de comparação antes/depois da intervenção terapêutica.

Hoje, continua Miranda (2014), com a utilização da biofotogrametria as fotos são extraídas

através de métodos confiáveis, transportadas para computadores e trabalhadas por meio de

softwares específicos, onde se consegue com precisão a mensuração através dos cálculos dos

ângulos e distâncias entre segmentos corporais possibilitando uma avaliação postural com

dados sincronizados e quantificados sob um mesmo plano de estudo, em menor tempo e com

muito mais precisão. Atualmente, a Biofotogrametria exerce um poder de contribuição

bastante significativo na área da fisioterapia, seja no âmbito científico ou não científico,

especialmente associada ao ambiente clínico do profissional fisioterapeuta. Embora cada área

de atuação da fisioterapia se beneficie do método de acordo com as suas peculiaridades, em

seguida pontuam-se de maneira geral alguns dos vários benefícios:

- Melhoria da qualidade das avaliações dos indivíduos e postos de trabalho;

- Comprovações em laudos periciais;

10

- Avaliações diagnósticas precisas e mais confiáveis que o modo convencional;

- Avaliações posturais e cinesiológicas mais quantitativas cinemática;

- Captação de parâmetros pré e pós condutas terapêuticas (MIRANDA, 2014, p.78).

Em seguida apresenta-se um quadro com algumas das vantagens e desvantagens mediante o

uso da Biofotogrametria.

PARÂMETROS VANTAGENS DESVANTAGENS

Manuseio Depois de treinamento adequado, o

manuseio é simples e direto

Requer domínio de teorias e prática

instrumental em análise de imagens

Custo

Aplicável a outros setores de um

serviço de Fisioterapia

Não se constitui exatamente num

diferencial profissional

Reposição Fácil

Poder Diagnóstico

Ampara estabelecimento de

resultados de precisão

Não ampara estabelecimento de

resultados de precisão

Qualidade do Instrumento Validada para cada aplicação

específica

Não representa uma evidência forte

no controle diagnóstico ao paciente

Precisão do

Instrumento

Margem de erro calculada em + ou

– 1,3% pela não observação de

orientações referentes ao

posicionamento da câmera

Mau posicionamento dos

marcadores são a principal causa

da presença de erros de leitura

angular

Habilidade do Aferidor Possível de calcular a

confiabilidade intra e

interobservadores

Outros Armazenamento de imagens para

acompanhamento clínico de cada

paciente e revisão das medidas

Figura 1 – Quadro com Vantagens e Desvantagens da Biofotogrametria conforme Ricieri (2005).

Fonte: Compilado e adaptado por Miranda (2014, p. 79).

Dentre as vantagens da fotogrametria, Penha (2007) ainda destaca o fato desta permitir maior

cuidado e detalhamento na análise postural, propiciar boa nitidez das estruturas avaliadas, ser

precisa e quantificável. A fotogrametria ainda apresenta como vantagens: menor custo, maior

praticidade e menor risco à saúde pela não exposição à radiação, além de serem mais

apropriadas para realizar avaliações populacionais.

No entanto, a fotogrametria também apresenta suas limitações tais como a avaliação da

postura em um único instante e em um único plano. Harrison et al. (1996, apud Penha, 2007)

mostram, em seu estudo, a necessidade de avaliar os desvios posturais em diversos momentos

e, não apenas em um único registro fotográfico, devido ao deslocamento do indivíduo.

No que tange às áreas de atuação da Fisioterapia no contexto da avaliação de imagem através

da biofotogrametria, Miranda (2014) esclarece que, são várias as áreas de atuação da

Fisioterapia no contexto da avaliação de imagem através da biofotogrametria

computadorizada. Além disso, outras áreas se beneficiam da biofotogrametria, dentre as quais

se destacam: Ortopedia e Traumatologia; Articulação Temporomandibular – ATM e

Desordens Temporo-mandibulares - DTM e Dentística; Neurologia; Perícias Judiciais;

Avaliações Ergonômicas do Trabalho; Dermato-funcional; UTI com Fisioterapia Respiratória;

Geriatria com ganho e perda de amplitude de movimento - ADM, Academias, dentre várias

outras áreas, apontando uma infinidade de possibilidades.

Em seguida são demonstradas algumas das possibilidades de atuação da fotogrametria nas

áreas da Fisioterapia, iniciando com Fisioterapia do Trabalho, passando por nichos

terapêuticos e finalizando com biofotogrametria para fins periciais. Na área de fisioterapia do

trabalho, pode-se utilizar a biofotogrametria para aferição de distâncias entre prateleiras e

material do arquivo morto da empresa (figura 2) e para aferição de aspectos antropométricos

(figura 3) no posto de trabalho.

11

Figura 2 - Fotogrametria do espaço entre as prateleiras e material do “Arquivo Morto” da empresa.

Fonte: Miranda (2014, p. 114).

Figura 3 - Fotogrametria antropométrica aferindo a altura do mobiliário.

Fonte: Miranda (2014, p. 116).

Ainda no âmbito da área de fisioterapia do trabalho a biofotogrametria pode ser utilizada para

aferição antropométrica entre o centro do monitor e o campo de visão do trabalhador (figura

4), bem como da utilização da biofotogrametria angular para utilização da ferramenta Rapid

Upper Limb Assessment – RULA (figura 5).

Figura 4 – Fotogrametria da distância entre o monitor e o campo de visão.

Fonte: Miranda (2014, p. 115).

12

Figura 5 - Fotogrametria demonstrando o ângulo fotogramétrico em abdução do ombro direito.

Fonte: Miranda (2014, p. 115).

Em seguida demonstra-se a utilização da biofotogrametria clínica para acompanhamento

terapêutico (figuras 6 e 7) e para mensuração de desvios comparativos (figuras 8).

Figura 6 - Fotogrametria demonstrando assimetria antes da condição terapêutica.

Fonte: Miranda (2014, p. 115).

Figura 7 - Fotogrametria demonstrando redução de assimetria após 11 minutos

de Postura Cruzada Reeducação Postural Global - RPG.

Fonte: Miranda (2014, p. 117).

13

Figura 8 - Biofotogrametria mensurando o grau de desvio radial do punho direito.

Fonte: Miranda (2014, p. 118).

A seguir demonstra-se a utilização da biofotogrametria clínica para avaliação postural (figuras

9, 10 e 11).

Figura 9 - Avaliação biofotogramétrica angular para mensuração postural.

Fonte: Miranda (2014, p. 119).

Figura 10 – Ângulos utilizados na avaliação biofotogramétrica para mensuração postural.

Fonte: Santos et al. (2012, p. 168).

14

Figura 11 – Avaliação dos desvios posturais.

Fonte: PELEGRINI (2015, p.11).

Segundo Santos et al. (2012, p.167), para avaliação de alterações posturais, uma eficiente

alternativa está na utilização do Software de Avaliação Postural (SAPO). O SAPO consiste

“em um programa para computador gratuito que pode ser utilizado por profissionais da saúde

para a mensuração da posição, comprimento, ângulo e alinhamento, entre outras propriedades,

dos segmentos corporais de um indivíduo”.

No entanto, para isso, Santos et al. (2012, p.167), esclarecem que, “é necessário o registro de

fotografias do corpo inteiro nas vistas anterior, posterior e lateral direita e esquerda e com

marcação de pontos anatômicos específicos”. Dessa forma, “o software fornece uma série de

medidas objetivas e relevantes para a avaliação postural, além de ser possível medir distâncias

e ângulos de livre escolha do profissional”.

De acordo com Penha (2007), a fotogrametria pode ser usada para arquivar posturas e

verificar suas mudanças como resultado de um tratamento.

A seguir demonstra-se a utilização da biofotogrametria clínica para avaliação dos ângulos

“Valgo/Varo” (Q) (figura 12) e pós-cirúrgico de “Hállux Valgus” (Joanete) (figura 13).

Figura 12 – Avaliação biofotogramétrica clínica em pós-cirúrgico grave

de tornozelo com assimetria de MMII.

Fonte: Miranda (2014, p. 119).

15

Figura 13 - Biofotogrametria em Pós-cirúrgico de Hallux Valgus (Joanete).

Fonte: Miranda (2014, p. 120).

Em seguida demonstra-se a biofotogrametria na área de perícia judicial (figura 14).

Figura 14 - Biofotogrametria Pericial para comprovação de grau de capacidade funcional.

Fonte: Miranda (2014, p. 121).

Atualmente, a fotogrametria vem sendo utilizada como um valioso recurso diagnóstico para a

verificação e mensuração de alterações posturais e nas mais diversas áreas. No entanto,

Miranda (2014) esclarece que, em todas as áreas de aplicação da biofotogrametria, o sucesso

da avaliação biofotogramétrica torna-se de responsabilidade exclusiva do avaliador, uma vez

que é ele quem define e utiliza dos aspectos metodológicos necessários para a característica

da avaliação em questão. Importante salientar que vários estudos científicos revelaram que

grande parte dos insucessos nas avaliações biofotogramétricas foram por motivo de

desconhecimento da anatomia palpatória. Portanto, estudos prévios se fazem necessários, para

que o momento da marcação dos pontos anatômicos não se torne “nocivo” ao diagnóstico

final prejudicando todo o sistema de análise.

16

5. Conclusão

As considerações finais desse artigo está dividida em dois pontos básicos: o primeiro

relacionado ao balanço positivo dos objetivos alcançados, e o segundo com enfoque nas

recomendações, bem como nas possibilidades de avanços em alguns aspectos nos quais o

tema abordado ainda demanda pesquisas mais aprofundadas.

E ao se pesquisar sobre a biofotogrametria computadorizada como ferramenta da fisioterapia

na avaliação postural, observou-se que, as pesquisas precisam ser desenvolvidas a partir de

uma visão que contemple, de fato, a importância da biofotogrametria para o cotidiano da

fisioterapia, afinal, a precisão das medidas proporcionadas pela biofotogrametria no contexto

da análise cinemática estática ou dinâmica humana, tem sua base na localização precisa das

referências anatômicas a serem investigadas em associação com a sistematização na captação

das imagens.

No entanto, o que se percebeu na realidade, é que nem sempre as pesquisas desenvolvidas,

sejam elas com abordagens teóricas ou práticas, proporcionam uma visão ampla e dinâmica

biofotogrametria, não levando em consideração, que a biofotogrametria, assumiu grande

relevância no contexto da fisioterapia, haja vista que, a utilização dessa ferramenta leva a

bons resultados na avaliação postural e em outros segmentos corporais também, se

configurando como uma ferramenta fundamental para o diagnóstico, planejamento e

acompanhamento da evolução e dos resultados de um tratamento fisioterapêutico.

Nesse contexto, torna-se essencial que os fisioterapeutas, bem como outros profissionais da

área de saúde, que necessitam determinar valores angulares, levem em consideração os níveis

de confiabilidade da biofotogrametria no contexto da prática clínica. Além disso, tem-se a

expectativa de que os profissionais de saúde, dentre eles, os fisioterapeutas que trabalham

com quantificação angular sejam estimulados a utilização da biofotogrametria e sua respectiva

aplicação clínica da fotointerpretação.

Atualmente a biofotogrametria computadorizada apresenta-se como uma ferramenta eficaz e

confiável para a avaliação fisioterápica e como um dos recursos mais eficazes de diagnóstico

para avaliação corporal. Configura-se ainda como uma ferramenta importante para o

diagnóstico e futuros planos de tratamentos, sendo possível visualizar uma evolução positiva

do tratamento fisioterapêutico.

Para a fisioterapia esta ferramenta se mostra importante e útil para a avaliação postural, e para

se detectar possíveis limitações corporais e ainda de um membro com limitações de amplitude

de movimento - ADM, por exemplo, sendo possível elaborar o tratamento mais eficaz e

saudável.

Estudos vêm demonstrando a eficácia e resultados satisfatórios alcançados pela

biofotogrametria, de modo particular por se tratar de uma ferramenta de baixo custo,

facilidade no método de avaliação e facilidade da armazenagem dos dados de evolução para

os avaliadores, que podem manter tudo registrado através de um arquivo no computador.

Trata-se de uma excelente técnica para diversos segmentos do corpo humano, porém

apresenta algumas limitações em determinadas segmentos, em decorrência da massa corporal

do indivíduo.

A literatura revela que a biofotogrametria é um método que apresenta confiabilidade para

utilização tanto intra como interexaminadores, além de ser uma técnica confiável também nos

valores de teste e reteste, o que a habilita para ser usada na prática pelos fisioterapeutas que

desejam avaliar a postura de um ou até um grupo de indivíduos.

Nesse cenário, sugere-se ainda para estudos futuros a validação da repetibilidade do método

de biofotogrametria, para que este possa ser utilizado para acompanhar o desenvolvimento

postural ao longo de um período de tempo, haja vista que, desta maneira, haverá a ainda a

possibilidade de contribuir para outros segmentos corporais, favorecendo a identificação dos

17

mecanismos compensatórios, o que pode possibilitar uma intervenção de prevenção no que se

refere à correção postural e melhora do nível de flexibilidade.

Embora ainda existam algumas controvérsias, a biofotogrametria é capaz de fornecer dados

válidos e reprodutíveis na avaliação postural, quando os métodos de aplicação forem seguidos

de forma rigorosa, e quanto à melhor forma de avaliar alguns segmentos. Logo, na área de

fisioterapia ainda existe muitos pontos a serem abordados em novas pesquisas, para que exista

um consenso e uma comunicação compreensiva entre os profissionais da saúde que trabalham

na área. A biofotogrametria é confiável e aceitável na avaliação postural e de outros

segmentos corporais, porém, mais pesquisas ainda são necessárias para comprovar a

utilização eficaz dessa ferramenta, inclusive comparando-a com outras técnicas.

A complexidade do tema abordado revela a principal limitação desse estudo, portanto,

recomendam-se outros estudos no sentido de agregar o conhecimento sobre a

biofotogrametria computadorizada como ferramenta da fisioterapia na avaliação postural, bem

como os desdobramentos relacionados à sua aplicabilidade, representando um campo fértil

para futuras pesquisas na área de Fisioterapia, Ortopedia e Traumatologia com ênfase em

Terapia Manual. É importante ainda ressaltar que pesquisas futuras devam investigar a

biofotogrametria como ferramenta da fisioterapia na avaliação postural e em outros segmentos

corporais para que se confirmem os resultados advindos do presente estudo.

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