Biodiversidade Marinha Da Baía Da Ilha Grande

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    Repblica Federativa do BrasilPresidenteLUIZ INCIO LULA DA SILVA

    Vice-PresidenteJOS ALENCAR GOMES DA SILVA

    Ministrio do Meio AmbienteMinistraMARINA SILVA

    Secretaria ExecutivaSecretrioJOO PAULO RIBEIRO CAPOBIANCO

    Secretaria Nacional de Biodiversidade e FlorestasSecretriaMARIA CECLIA WEY DE BRITO

    Departamento de Conservao da BiodiversidadeDiretorBRAULIO FERREIRA DE SOUZA DIAS

    Projeto de Conservao e Utilizao Sustentvel da Diversidade BiolgicaBrasileiraGerenteDANIELA AMRICA SUREZ DE OLIVEIRA

    Ministrio do Meio Ambiente MMA

    Centro de Informao e Documentao Lus Eduardo Magalhes CID AmbientalEsplanada dos Ministrios Bloco B trreo CEP 70068-900Tel.: 5561 3317-1235 Fax: 55 61 3317-1980 e-mail: [email protected]

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    Braslia2007

    Ministrio do Meio AmbienteSecretaria Nacional de Biodiversidade e FlorestasDepartamento de Conservao da Biodiversidade

    BIODIVERSIDADE MARINHA DA BAA DA ILHA GRANDE

    BIODIVERSIDADE 23

    OrganizadoresJoel C. Creed, Dbora O. Pires e

    Marcia A. de O. Figueiredo

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    OrganizadoresJoel C. Creed, Dbora O. Pires e Marcia A. de O. Figueiredo

    Superviso editorialMrcia Maria Noura Paes

    Reviso FinalMaria Beatriz Maury de Carvalho

    Capa e diagramaoMarcelo Soares de Sousa, Mayko Daniel Miranda

    Normalizao BibliogrcaHeliondia C. de Oliveira

    Fotos da CapaEnrico Marone e Joel Creed

    Fotos gentilmente cedidas por: Ana Cludia Brasil, Andr R. de Senna, CarlosE.L. Ferreira, Carlos Henrique Caetano, Daniel S. Abrantes, Enrico Marone,Iuri Verssimo, Joel Creed, Luiz R. Gaelzer e Mrcia A. de O. Figueiredo.

    Apoio: Projeto de Conservao e Utilizao Sustentvel da DiversidadeBiolgica Brasileira PROBIO; Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientco e Tecnolgico CNPq; Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ; Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ;Instituto de Pesquisas Jardim Botnico do Rio de Janeiro e Programa dasNaes Unidas para o Desenvolvimento PNUD Projeto BRA/00-021.

    Catalogao na FonteInstituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis

    R216 Biodiversidade Marinha da Baa da Ilha Grande / Joel C. Creed, DboraO. Pires e Marcia A. de O. Figueiredo, organizadores. Braslia: MMA /SBF, 2007

    417p. : il. color. ; 30cm (Srie Biodiversidade 23)BibliograaISBN 85-7738-035-1

    1. Biodiversidade. 2. Recursos marinhos. I. Creed, Joel C. II. Ministriodo Meio Ambiente. III. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. IV.Ttulo. V. Srie.

    CDU (2.ed.)574

    Impresso no BrasilPrint in Brasil

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    Sumrio

    Lista de tabelas .......................................................................................7

    Lista de guras........................................................................................8

    Lista de anexos .....................................................................................16Sumrio executivo .................................................................................19

    Captulo 1. RAP Ilha Grande - um levantamento da biodiversidade:

    histrico e conhecimento da biota .........................................................41J.C. Creed, A.E.S. Oliveira, D.O. Pires, M.A.O. Figueiredo, C.E.L. Ferreira, C.R.R. Ventura,A.C.S. Brasil, P.S. Young, R.S. Absalo, P.C. Paiva, C.B. Castro & C.S. Serejo

    Captulo 2. Mtodos gerais do levantamento rpido da biodiversidademarinha. ................................................................................................65A.E.S. Oliveira & J.C. Creed

    Captulo 3. ndice geogrco e descrio dos locais de estudo..............75J.C. Creed & A.E.S. Oliveira

    Captulo 4. Caractersticas ambientais: gua .......................................109J.C. Creed, F.A. Casares & A.E.S. Oliveira

    Captulo 5. Caractersticas ambientais: substrato da orla costeira .......133J.C. Creed, R.A. Ramos, F.A. Casares & A.E.S. Oliveira

    Captulo 6. Macroalgas marinhas .........................................................153M.A.O. Figueiredo & F.T.S. Tmega

    Captulo 7. Cnidaria: Anthozoa e Milleporidae .....................................181D.O. Pires, C.B. Castro, M.F. Alvarenga, M.M. Lins de Barros, C.C. Ratto & B. Segal

    Captulo 8. Mollusca de substrato no consolidado ..............................207F.N. Santos, C.H.S. Caetano, R.S. Absalo & T.S. de Paula

    Captulo 9. Annelida Polychaeta de substrato no consolidado .........237A.C.S. Brasil, L.F. da Silva & F.D. Amaro

    Captulo 10. Crustacea de substrato no consolidado ..........................253C.S. Serejo, P.S. Young, I.A. Cardoso, C.R. Tavares, C.R de Abreu, A.R. Senna, I.C. Amncio& D.J.P. Sittrop

    Captulo 11. Echinodermata.................................................................271C.R.R. Ventura, I. Verssimo, R.N.P. Lima, C.F. Barcellos & S.S. Oigman-Pszczol

    Captulo 12. Peixes recifais .................................................................291C.E.L. Ferreira, C.G.W. Ferreira, C.A. Rangel, J.P. Mendona, L.C. Gerhardinger, A.C. Filho,E.A. Godoy, O. Luiz Jr. & J.L. Gasparini

    Captulo 13. Peixes de praias arenosas ...............................................323L.R. Gaelzer, G.R. Machado & R.C. Noguchi

    Captulo 14. Uma metodologia e anlise de impactos ambientais ........349J.C. Creed & A.E.S. Oliveira

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    Captulo 15. Consideraes Gerais .......................................................379J.C. Creed, R.S. Absalo, M.F. Alvarenga, I.C. Amncio, F.D. Amaro, C.F. Barcellos, A.C.S.Brasil, C.H.S. Caetano, I.A. Cardoso, F.A. Casares, C.E.L. Ferreira, C.G.W. Ferreira, M.A.O.Figueiredo, A.C. Filho, L.R. Gaelzer, J.L. Gasparini, L.C. Gerhardinger, E.A. Godoy, R.N.P.Lima, M.M. Lins de Barros, O. Luiz Jr, G.R. Machado, J.P. Mendona, R.C. Noguchi, S.S.Oigman-Pszczol, A.E.S. Oliveira, T.S. de Paula, D.O. Pires, R.A. Ramos, C.A. Rangel, C.C.Ratto, C.R. de Abreu Jr., F.N. Santos, B. Segal, A.R. Senna, C.S. Serejo, L.F. da Silva, D.J.P.

    Sittrop, F.T.S. Tmega, C.R. Tavares, C.R.R Ventura, I. Verssimo, P.S. YoungGlossrio .............................................................................................393

    Endereo e currculo sinttico de cada participante ............................399Pesquisadores lderes e bolsistas PROBIO

    Perl das instituies participantes.....................................................409

    Lista dos revisores .............................................................................413

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    Lista de tabelas

    Tabela SE 1............................................................................................31Sumrio do levantamento rpido da biodiversidade da Baa da Ilha Grande, RJ

    Tabela 1.1 .............................................................................................54Unidades de Conservao na Baa da Ilha Grande, RJ

    Tabela 1.2 .............................................................................................59Informaes referentes s colees de cinco grupos de organismos provenientes da regioda Baa da Ilha Grande, RJ.

    Tabela 2.1 .............................................................................................67Sntese das atividades de campo do projeto RAP Ilha Grande: um levantamento dabiodiversidade.

    Tabela 2.2 .............................................................................................68Locais de estudo e datas de coleta em cada local da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Tabela 3.1 .............................................................................................78Locais de estudo na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Tabela 7.1 ...........................................................................................187Material de Cnidaria coletado durante o levantamento na Baa da Ilha Grande, RJ, edepositado na Coleo de Cnidaria do Museu Nacional/UFRJ (MNRJ).

    Tabela 7.2 ...........................................................................................190Espcies de Octocorallia registradas por Castro (1990a) na regio da Baa da Ilha Grande,RJ, e no encontradas no presente levantamento.

    Tabela 8.1 ...........................................................................................214Riqueza de Mollusca e Gastropoda em levantamentos malacolgicos da costa brasileira.

    Tabela 11.1 .........................................................................................277Baa da Ilha Grande, RJ. Estaes e mtodos de amostragem empregados (transectos de10m e 20m e censo visual) para Echinodermata.

    Tabela 11.2 .........................................................................................279Lista de espcies de Echinodermata e freqncia em que foram encontradas, na Baa daIlha Grande, RJ.

    Tabela 12.1 .........................................................................................300Lista logentica dos peixes recifais encontrados na regio da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Tabela 12.2 .........................................................................................310

    Lista logentica dos peixes recifais da Baa da Ilha Grande, RJ, registrados no presenteestudo e no includos em Bizerril & Costa (2001).

    Tabela 13.1 .........................................................................................333ndices de diversidade de peixes de praia da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Tabela 13.2 .........................................................................................335Contribuio em porcentagem (%) das principais espcies capturadas nas praias paraa similaridade dentro dos grupos e para a dissimilaridade entre os mesmos (mtodoSIMPER).

    Tabela 14.1 .........................................................................................354Fatores potencialmente impactantes para biodiversidade costeira da Baa da Ilha Grande,

    RJ e efeitos potenciais de cada fator.

    Tabela 14.2 .........................................................................................363Fatores potencialmente impactantes aos ecossistemas marinhos e a sua biodiversidade.

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    Lista de guras

    Figura SE1 .............................................................................................22Beleza paisagstica da regio da Baa da Ilha Grande caracterizada pelas escarpas da Serrado Mar e pela proximidade da Mata Atlntica a outros ecossistemas costeiros.

    Figura SE2 .............................................................................................23Atividades impactantes na regio da BIG, como: a) turismo e lazer nutico, b) construesirregulares na orla, c) terminal de petrleo, d) pesca predatria.

    Figura SE3 .............................................................................................25Introduo de espcies exticas marinhas na regio da BIG, como: a) coral Tubastraea,atravs de b) plataforma de petrleo e embarcaes.

    Figura SE4 .............................................................................................27Locais de estudo incluindo habitats: a) selecionados no mapa, b) costes rochosos, c)manguezais.

    Figura SE5 .............................................................................................28Locais de estudo na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura SE6 .............................................................................................29Mtodos de amostragem: a) amostra de substrato no consolidado, censo visual ecoletas atravs de b) mergulho livre, c) mergulho autnomo e d) transecto em substratoconsolidado.

    Figura SE7 .............................................................................................30Amostras coletadas, triagem e preservao dos organismos: a) algas, b) corais, c)equinodermas, d) peixes.

    Figura SE8 .............................................................................................34Representantes dos diversos grupos estudados: a) macroalgas, b) peixes recifais, c)cnidrios, d) equinoderma, e) crustceo, f) molusco, g) poliqueto, h) peixes de praias.

    Figura SE9 .............................................................................................35Riqueza total dos sete grupos de organismos estudados na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 1.1 ..............................................................................................46Localizao da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 1.2 ..............................................................................................47A regio da BIG tem as caractersticas geogrcas da a) escarpa da Serra do Mar e b)diversos cursos dgua que desembocam no mar.

    Figura 1.3 ..............................................................................................48Principais rios, cidades e vilas da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 1.4 ..............................................................................................49Fluxos de gua na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 1.5 ..............................................................................................50Sedimentos da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 1.6 ..............................................................................................51Na Baa da Ilha Grande a principal vocao natural o turismo e lazer nutico

    Figura 1.7 ..............................................................................................52Abrao, Ilha Grande, Baa da Ilha Grande, RJ.

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    Figura 1.8 ..............................................................................................53Atividades potencialmente poluidoras e fontes de poluio na Baa da Ilha Grande,RJ.

    Figura 1.9 ..............................................................................................57Referncias bibliogrcas nas reas de biologia marinha e oceanograa para a

    regio da Baa da Ilha Grande, RJ

    Figura 1.10 ............................................................................................58Nmero de publicaes que tratam de sete grupos de organismos na Baa da Ilha Grande,RJ.

    Figura 2.1 ..............................................................................................70Trabalho de campo a) base em Monsuaba, b) embarcao utilizada nas etapas Centrale Leste, c) embarcao utilizada na etapa Parati, d) bote de apoio para levantar fauna ecaractersticas do sedimento e da gua.

    Figura 2.2 ..............................................................................................71

    Trabalho de campo: a) preparao do material de mergulho, b) preparao de material decoleta, c) mergulhador autnomo.

    Figura 2.3 ..............................................................................................72Trabalho de campo: a) triagem de amostras b) armazenamento de amostras, c) registro deimagens, d) amostra do bentos do substrato no consolidado e peneirao das amostras.

    Figura 2.4 ..............................................................................................73Registros e armazenamento a) preservao do material em formaldedo b) registros dospeixes, c) reunio da equipe no nal do dia, d) registros de impresses e observaes deora e fauna.

    Figura 3.1 ..............................................................................................78Locais de estudo na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 3.2 ............................................................................................102Locais estudados na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 4.1 ............................................................................................113Medio dos parmetros ambientais da Baa da Ilha Grande, RJ: emprego do disco deSecchi.

    Figura 4.2 ............................................................................................114Medio dos parmetros ambientais da Baa da Ilha Grande, RJ: garrafa Niskin.

    Figura 4.3 ............................................................................................115

    Medio dos parmetros ambientais da Baa da Ilha Grande, RJ: ltragem de gua domar.

    Figura 4.4 ............................................................................................117Temperatura mdia (+ erro padro) da gua do mar de superfcie e de fundo na Baa daIlha Grande, RJ, durante as campanhas vero e inverno.

    Figura 4.5 ............................................................................................117Temperatura da gua do mar (C) da Baa da Ilha Grande, RJ, durante a campanhavero.

    Figura 4.6 ............................................................................................118Relao entre temperatura da gua do fundo e profundidade durante a campanha vero na

    Baa da Ilha Grande, RJ, Brasil.

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    Figura 4.7 ............................................................................................118Salinidade mdia (+ erro padro) da gua do mar de superfcie e de fundo na Baa da IlhaGrande, RJ, durante as campanhas vero e inverno.

    Figura 4.8 ............................................................................................119Salinidade da gua do mar da Baa da Ilha Grande, RJ, durante a campanha vero.

    Figura 4.9 ............................................................................................119Relao entre a salinidade da gua do fundo e a profundidade local durante a campanhavero na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 4.10 ..........................................................................................120Concentraes mdias de nutrientes (nitrato, nitrito e fosfato, mol.L-1) (+ erro padro)na gua do mar de superfcie e fundo, durante a campanha vero na Baa da Ilha Grande,RJ.

    Figura 4.11 ..........................................................................................120Concentrao de nitrato (mol.L-1) da gua do mar da Baa da Ilha Grande, RJ, durante acampanha vero.

    Figura 4.12 ..........................................................................................120Concentrao de nitrito (mol.L-1) da gua do mar da Baa da Ilha Grande, RJ, durante acampanha vero.

    Figura 4.13 ..........................................................................................121Concentrao de fosfato (mol.L-1) da gua do mar da Baa da Ilha Grande, RJ, durante acampanha vero.

    Figura 4.14 ..........................................................................................121Concentrao de oxignio dissolvido (% saturao) da gua do mar da Baa da Ilha Grande,RJ, durante a campanha vero.

    Figura 4.15 ..........................................................................................122

    Concentrao de clorola a(g.L-1

    ) da gua do mar da Baa da Ilha Grande, RJ, durante acampanha vero.

    Figura 4.16 ..........................................................................................123Visibilidade (m) da gua do mar da Baa da Ilha Grande, RJ, durante a campanha vero.

    Figura 4.17 ..........................................................................................123Coeciente de atenuao direta (Kd) da gua do mar na Baa da Ilha Grande, RJ, durantea campanha vero.

    Figura 5.1 ............................................................................................137Organismos bentnicos em: a) substrato duro, b) substrato no consolidado.

    Figura 5.2 ............................................................................................138Recife rochoso substrato consolidado.

    Figura 5.3 ............................................................................................138Sedimentos no consolidados nos mangues.

    Figura 5.4 ............................................................................................139Esquema representando a inclinao do costo rochoso.

    Figura 5.5 ............................................................................................139Amostra de cascalho da Baa da Ilha Grande.

    Figura 5.6 ............................................................................................142Costes rochosos da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 5.7 ............................................................................................143Costes rochosos da Baa da Ilha Grande, RJ.

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    Figura 5.8 ............................................................................................144Caractersticas do sedimento na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 5.9 ............................................................................................145Caractersticas do sedimento na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 6.1 ............................................................................................158Distribuio das algas a) zona entre mars, b) infralitoral.

    Figura 6.2 ............................................................................................159Coleta de algas a) no manguezal, b) no costo rochoso, c) triagem das amostras.

    Figura 6.3 ............................................................................................161Quanticao dos morfotipos das algas em transectos de linha.

    Figura 6.4 ............................................................................................162Riqueza de espcies de macroalgas marinhas na Baa da Ilha Grande, RJ, por locaisestudados.

    Figura 6.5 ............................................................................................163Nmero de espcies de macroalgas marinhas nas dez estaes de coleta mais ricas na Baada Ilha Grande, RJ.

    Figura 6.6 ............................................................................................164Abundncia relativa dos morfotipos em comunidades dominadas por macroalgas na Baada Ilha Grande, RJ, considerando valores mdios de cobertura nos locais estudados novero.

    Figura 6.7 ............................................................................................165Abundncia relativa dos morfotipos em comunidades dominadas por macroalgas na Baada Ilha Grande, RJ, considerando valores mdios de cobertura nos locais estudados noinverno.

    Figura 6.8 ............................................................................................166Exemplos de espcies nos morftipos.

    Figura 6.9 ............................................................................................167Exemplos de espcies nos morftipos de algas cilndrico corticadas.

    Figura 6.10 ..........................................................................................168Algas de potencial econmico na BIG: a) Sargassum vulgare, b) Gelidium pusillum, c) Ulvafasciata.

    Figura 6.11 ..........................................................................................169Algas de valor ornamental na BIG: a)Avrainvillea elliotii, b) Caulerpa scalpelliformis.

    Figura 7.1 ............................................................................................191Distribuio de Tubastraeaspp. na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 7.2 ............................................................................................192Plipos expandidos das duas espcies de corais invasores da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 7.3 ............................................................................................192Dendrograma da anlise de agrupamentos, baseada em ndices de similaridade de Bray-Curtis, da ocorrncia de 22 txons em 42 estaes na Baa da Ilha Grande, RJ. A e B =agrupamentos principais.

    Figura 7.4 ............................................................................................193Zoantdeo Zoanthus sociatusno ambiente natural, Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 7.5 ............................................................................................194Coral-de-Fogo Millepora alcicornisno ambiente natural, ocorrncia nova para a Baa da IlhaGrande, RJ.

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    Figura 7.6 ............................................................................................195Riqueza de espcies de cnidrios antozorios e milepordeos nas estaes amostradas naBaa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 7.7 ............................................................................................196Octocoral Carijoa riisei no ambiente natural na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 7.8 ............................................................................................196Estimadores de diversidade e de completude de amostragem da riqueza de espciesbaseada em dados qualitativos (presena-ausncia).

    Figura 7.9 ............................................................................................197Dendrograma da anlise de agrupamentos, baseada em ndices de similaridade de Bray-Curtis, de 42 estaes na Baa da Ilha Grande.

    Figura 7.10 ..........................................................................................199Riqueza de espcies de cnidrios antozorios e Millepora alcicornis.

    Figura 8.1 ............................................................................................215Mollusca da Baa da Ilha Grande.

    Figura 8.2 ............................................................................................216Baa da Ilha Grande, RJ. Distribuio dos txons de Mollusca identicados pelas categoriasde freqncia de ocorrncia nas estaes de coleta.

    Figura 8.3 ............................................................................................217Riqueza (nmero de txons) de Mollusca.

    Figura 9.1 ............................................................................................243Densidade total de poliquetas, por amostra, nas estaes amostradas nos pontos prximosao costo, na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 9.2 ............................................................................................243Densidade total de poliquetas, por amostra, nas estaes amostradas nos pontos afastadosdo costo, na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 9.3 ............................................................................................244Poliquetas da Baa da Ilha Grande.

    Figura 9.4 ............................................................................................245Riqueza de espcies de poliquetas nas estaes amostradas nos pontos prximos ao costo,na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 9.5 ............................................................................................245Riqueza de espcies de poliquetas nas estaes amostradas nos pontos afastados docosto, na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 10.1 ..........................................................................................259Abundncia dos trs principais grupos de Crustacea de substrato no consolidado da Baade Ilha Grande, RJ.

    Figura 10.2 ..........................................................................................259Abundncia das subordens de Isopoda de substrato no consolidado da Baa de Ilha Grande,RJ.

    Figura 10.3 ..........................................................................................260Abundncia por famlia de Amphipoda de substrato no consolidado da Baa de Ilha Grande,RJ.

    Figura 10.4 ..........................................................................................261Tiburonella viscana.

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    Figura 10.5 ..........................................................................................261Ampelisca brevisimulata.

    Figura 10.6 ..........................................................................................262Abundncia por famlia de Decapoda de substrato no consolidado da Baa de Ilha Grande,RJ.

    Figura 10.7 ..........................................................................................262Riqueza (nmero de txons) de Crustacea nas estaes amostradas na Baa da Ilha Grande,RJ.

    Figura 10.8 ..........................................................................................263Abundncia de Crustacea nas estaes amostradas na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 10.9 ..........................................................................................263Valores de diversidade (ndice de Shannon-Weaver) e densidade total de indivduos porpontos de coleta na Baa de Ilha Grande, RJ.

    Figura 11.1 ..........................................................................................280Espcies de Echinodermata com maior freqncia de ocorrncia.

    Figura 11.2 ..........................................................................................281Espcies de Echinodermata com menor freqncia de ocorrncia.

    Figura 11.3 ..........................................................................................282Densidade mdia (indivduos.m-2) das espcies de Echinodermata da Baa da Ilha Grande,RJ.

    Figura 11.4 ..........................................................................................282Densidade mdia (indivduos.m-2) das espcies de Echinodermata em cada estaoamostrada da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 11.5 ..........................................................................................283Riqueza de espcies de Echinodermata nas estaes amostradas na Baa da Ilha Grande,RJ. O tamanho do crculo representa a dimenso da unidade medida.

    Figura 11.6 ..........................................................................................284Nmero acumulado de espcies de Echinodermata por estaes amostradas da Baa daIlha Grande, RJ.

    Figura 11.7 ..........................................................................................284Diversidade (H`) (Nits/ind.) de Echinodermata em cada estao amostrada na Baa da IlhaGrande, RJ.

    Figura 11.8 ..........................................................................................285Dendrograma de anlise de agrupamentos utilizando o ndice de similaridade de Sorensenem relao s espcies de Echinodermata de cada estao amostrada na Baa da IlhaGrande, RJ.

    Figura 11.9 ..........................................................................................286Distribuio do nmero de espcies presentes na Lista Nacional de Espcies de InvertebradosAquticos e Peixes Ameaadas de Extino (Brasil, 2004) em cada estao amostrada naBaa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 12.1 ..........................................................................................297Nmero de espcies de peixes recifais por famlias encontradas na regio da Baa da IlhaGrande, RJ.

    Figura 12.2 ..........................................................................................297Riqueza de espcies de peixes recifais na Baa da Ilha Grande, RJ, por locais estudados.

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    Figura 12.3 ..........................................................................................298Anlise de coordenadas principais indicando o gradiente de riqueza de diversidade deespcies de peixe recifais na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 12.4 ..........................................................................................299Distribuio zoogeogrca das espcies de peixes recifais registradas na Baa da IlhaGrande, RJ.

    Figura 12.5 ..........................................................................................300Categorizao trca dos peixes recifais da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 12.6 ..........................................................................................306Anlise de clusterbaseado na abundncia de peixes recifais da Baa da Ilha Grande, RJ, porpontos amostrais com seis grupos formados.

    Figura 12.7 ..........................................................................................307Abundncia das principais espcies de peixes recifais por pontos amostrais da Baa da IlhaGrande, RJ.

    Figura 12.8 ..........................................................................................308Distribuio por classes de tamanho das famlias de peixes recifais alvos da pesca na Baa

    da Ilha Grande, RJ.Figura 13.1 ..........................................................................................329Arrasto de praia com rede do tipo picar.

    Figura 13.2 ..........................................................................................330Algumas espcies capturadas nos arrastos de praias na campanha de inverno.

    Figura 13.3 ..........................................................................................331Distribuio do nmero de indivduos de peixes capturados nas praias amostradas na Baada Ilha Grande, RJ.

    Figura 13.4 ..........................................................................................331

    Distribuio do peso (g) de peixes capturados nas praias amostradas na Baa da IlhaGrande, RJ.

    Figura 13.5 ..........................................................................................332Distribuio do nmero de indivduos das quatro espcies de peixes mais abundantes depraias arenosas da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 13.6 ..........................................................................................333Distribuio do nmero de espcies de peixes capturadas nas praias da Baa da Ilha Grande,RJ.

    Figura 13.7 ..........................................................................................334Dendrograma da anlise de agrupamentos, baseada em ndices de similaridade de Bray-

    Curtis, da ocorrncia de peixes de praias da Baa da Ilha Grande, RJ.Figura 14.1 ..........................................................................................355Locais de estudo da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 14.2 ..........................................................................................356Imagem capturada da pgina da Internet da Fundao CIDE.

    Figura 14.3 ..........................................................................................357Uso do solo na Baa da Ilha Grande.

    Figura 14.4 ..........................................................................................358Marina em Paraty.

    Figura 14.5 ..........................................................................................359Lixo na Baa da Ilha Grande: a) na superfcie, b) no fundo, sobre um ourio do mar.

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    Figura 14.6 ..........................................................................................359Espcies exticas: a) os corais Tubastraea coccineae T. tagusensis, b) o bivalvo Isognomonbicolor

    Figura 14.7 ..........................................................................................360Impactos: a) barco de pesca b) mergulho autnomo.

    Figura 14.8 ..........................................................................................361

    Fazenda marinha, Monsuaba.Figura 14.9 ..........................................................................................362Atividades potencialmente impactantes na Baa da Ilha Grande.

    Figura 14.10 ........................................................................................365Baa da Ilha Grande, RJ. Freqncia absoluta de valores de ndice Relativo de ImpactoAmbiental (IRIA) por classe.

    Figura 14.11 ........................................................................................365ndice Relativo de Impacto Ambiental (IRIA) para os locais de estudo na Baa da IlhaGrande, RJ.

    Figura 14.12 ........................................................................................366Representao tri-dimensional do ndice Relativo de Impacto Ambiental (IRIA) para oslocais de estudo na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 15.1 ..........................................................................................383Riqueza total dos sete grupos de organismos estudados na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Figura 15.2 ..........................................................................................383Inventrios biolgicos apontam a regio da Baa da Ilha Grande como extremamente ricaem espcies bentnicas.

    Figura 15.3 ..........................................................................................384Rede do tipo picar utilizada em arrasto de praia.

    Figura 15.4 ..........................................................................................385O octocoral Carijoa riisei,espcie comum na Baa da Ilha Grande.

    Figura 15.5 ..........................................................................................386Colees de referncia em preparao.

    Figura 15.6 ..........................................................................................387Alga calcria incrustante, grupo a ser dado renamento taxonmico.

    Figura 15.7 ..........................................................................................388Uma esponja no identicada encontrada durante o inventrio.

    Figura 15.8 ..........................................................................................389Manejo sustentvel das espcies mais exploradas, como a lagosta, necessrio.

    Figura 15.9 ..........................................................................................390Na conservao dos recursos naturais se deve considerar a conectividade entre habitatseecossistemas.

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    Lista de anexos

    Anexo 4.1 ............................................................................................128Temperatura, salinidade, nutrientes (nitrato, nitrito e fosfato), oxignio dissolvido, clorolaa, profundidade e distncia de Secchi, coeciente de atenuao direta (Kd) do gua do mare profundidade das amostras de fundo durante as campanhas vero e inverno na Baa daIlha Grande, RJ, Brasil.

    Anexo 5.1 ............................................................................................147Caractersticas dos sedimentos dos locais de estudo na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Anexo 6.1 ............................................................................................174Inventrio da ora de macroalgas marinhas nos locais de estudo da Baa da Ilha Grande,RJ.

    Anexo 6.2 ............................................................................................179Cobertura (%) relativa das macroalgas e invertebrados marinhos nos locais estudados naBaa da Ilha Grande, RJ, no vero e inverno.

    Anexo 7.1 ............................................................................................204Inventrio da fauna de antozorios e milepordeo nos locais de estudo da Baa da IlhaGrande, RJ.

    Anexo 8.1 ............................................................................................222Inventrio da fauna de Mollusca nos locais de estudo da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Anexo 9.1 ............................................................................................249Inventrio da fauna de Annelida: Polychaeta nos locais de estudo da Baa da Ilha Grande,RJ.

    Anexo 10.1 ..........................................................................................267Inventrio da fauna de Crustacea nos locais de estudo da Baa da Ilha Grande, RJ comdados de distribuio na costa brasileira do material identicado em espcie.

    Anexo 11.1 ..........................................................................................289Inventrio da fauna de Echinodermata nos locais de estudo da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Anexo 12.1 ..........................................................................................317Inventrio da fauna de peixes recifais nos locais de estudo da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Anexo 12.2 ..........................................................................................322Alguns habitatse peixes recifais da Baa da Ilha Grande, RJ.

    Anexo 13.1 ..........................................................................................342Inventrio da fauna de peixes de praias arenosas nos locais de estudo da Baa da Ilha

    Grande, RJ.

    Anexo 13.2 ..........................................................................................344Nmero de indivduos de peixes de praia capturados nos locais de estudo da Baa da IlhaGrande, RJ.

    Anexo 13.3 ..........................................................................................346Peso dos peixes de praia capturados na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Anexo 14.1 ..........................................................................................371rea urbana, edicaes e uso de solo (proporo agrcola, campos/pastagem e vegetaosecundria) na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Anexo 14.2 ..........................................................................................372Lixo na superfcie, no fundo e total na Baa da Ilha Grande, RJ.

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    Anexo 14.3 ..........................................................................................374Quanticao da presena de lixes, lanamento de esgoto, marinas, cais, ancoradouros eatividades de maricultura na Baa da Ilha Grande, RJ.

    Anexo 14.4 ..........................................................................................375Pontuao relativa das vrias atividades pontuais potencialmente impactantes na Baada Ilha Grande, RJ. TEBIG = Terminal de Petrleo da Baa da Ilha Grande; Estaleiro =

    BrasFELS; Usina = Usinas Nucleares Angra I e II.Anexo 14.5 ..........................................................................................376Presena de espcies exticas (Tubastraea coccinea, T. tagusensis e Isognomon bicolor) eatividades de mergulho (M), caa submarina (C) e pesca artesanal e amadora (P) na Baada Ilha Grande, RJ.

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    Foto:Enrico

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    Sumrio Executivo

    1.Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia Roberto Alcntara Gomes, Universidade do Estado do Rio deJaneiro, PHLC Sala 220, Rua So Francisco Xavier 524, 20550-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, [email protected] de Zoologia, Instituto de Biologia Roberto Alcntara Gomes, Universidade do Estado do Rio deJaneiro, Rua So Francisco Xavier 524, 20550-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil3.Departamento de Biologia Animal, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, BR 465Km 7, 23851-970, Caixa-Postal 74524, Seropdica, RJ, Brasil4.Programa Zona Costeira, Instituto de Pesquisas Jardim Botnico do Rio de Janeiro, Ministrio do Meio Ambiente,Rua Pacheco Leo 915, 22460-030, Rio de Janeiro, RJ, Brasil5.

    Departamento de Oceanograa, Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, Marinha do Brasil, RuaKioto 253, 28930-000, Arraial do Cabo, RJ, Brasil6.Departamento de Invertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vistas/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    Sumrio Executivo

    Joel C. Creed1, Ricardo S. Absalo2, Ana C. S. Brasil3, Marcia A. de O. Figueiredo4,Carlos E. L. Ferreira5, Dbora O. Pires6, Cristiana S. Serejo6, Carlos R. R.

    Ventura6.

    Introduo

    A Baa da Ilha Grande (BIG), localizada no sul do Estado do Rio de Janeiro(2250 - 2320S, 4400 - 4445W), possui uma rea de 65.258ha e cerca de350km de permetro na linha dgua. A regio abriga uma grande beleza paisagstica(Fig. SE1), e uma rica fauna e ora sendo um santurio de biodiversidade singular(hot-spot), que se situa entre as duas maiores metrpoles da Amrica do Sul, ascidades do Rio de Janeiro e So Paulo. Esta riqueza e diversidade de espcies,

    ainda pouco conhecidas, devem-se s peculiaridades geogrcas, hidrogrcas eoceanogrcas da regio, aliadas a fatores como diversidade e conectividade dossistemas costeiros, aporte de matria orgnica proveniente de rios e variao defatores oceanogrcos fsicos e qumicos (Lana et al., 1996; Brandini et al., 1997;Costa, 1998).

    O provvel enriquecimento de nutrientes pela entrada de guas Centrais doAtlntico Sul (ACAS) no vero, reconhecida para a regio sudeste, tem inunciasobre a riqueza, diversidade e abundncia dos organismos (Brandini et al., 1997,

    Pires-Vanin, 1993; Soares-Gomes & Pires-Vanin, 2003).Por causa de sua beleza paisagstica e riqueza da ora e fauna, a BIG

    abriga o maior nmero de unidades de conservao do Estado do Rio de Janeiro(Vrios Autores, 2001). So onze as unidades de conservao, sendo um ParqueNacional, uma Estao Ecolgica (federal), duas Reservas Biolgicas (estaduais),uma Reserva Ecolgica e dois Parques Estaduais, sendo um deles marinho, trsreas de Proteo Ambiental (uma federal, uma estadual e uma municipal) e umaReserva Particular do Patrimnio Natural. Em razo do tamanho da sua rea, aindaexistem poucos estudos sobre a biota da BIG. Inventrios orsticos e faunsticos

    e estudos sobre os ecossistemas da regio foram pontuais e em muitas vezesutilizaram metodologias no comparveis, dicultando ou impossibilitando aanlise crtica do estado da situao atual da baa. Os levantamentos da fauna

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    e ora marinhas indicaram que o estado do conhecimento muito varivel entregrupos taxonmicos e entre locais. Em geral, foi considerado que a Ilha Grande,especialmente seu lado sul onde o acesso mais difcil, a menos conhecida,enquanto que a biota marinha do litoral continental a que se tem mais dados,em virtude de sua acessibilidade (Villac et al., 2004).

    A regio da Baia da Ilha Grande abriga os territrios dos municpios de Paratie Angra dos Reis, que juntos registraram 123.000 habitantes em 1998, com umataxa de crescimento de 28% entre 1980 e 1991 (Costa, 1998). Em virtude da belezapaisagstica da regio, sua principal vocao natural concentra-se no turismo e

    lazer nutico (Fig. SE2a). Consequentemente, ao longo da costa verde existe umasrie de empreendimentos imobilirios que, atravs da ocupao de encostas,margens dos rios ou ilhas (Fig. SE2b) e do aterro de reas de manguezais, causamdesmatamentos e poluem as guas costeiras. Esse crescimento como plo tursticopromoveu um desenvolvimento desordenado, alm de causar danos severos aossistemas costeiros (Costa, 1998; Alho et al., 2002). Na regio da BIG existemainda outros empreendimentos de grande porte, como um porto comercial, umterminal de petrleo (Fig. SE2c), um terminal de minrios, duas usinas nuclearese um estaleiro (Ikeda et al., 1989; Costa, 1998). Alm do constante trfego devido

    presena dessas empresas no local, estima-se um total de 2.000 embarcaesde pequeno, mdio e grande portes circulando pela Baa da Ilha Grande e Porto de

    Figura SE1.Beleza paisagstica da regio da Baa da Ilha Grande caracterizada pelas escarpas daSerra do Mar e pela proximidade da Mata Atlntica a outros ecossistemas costeiros (Foto: EnricoMarone).

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    Sepetiba (Bottari, 2003). Nas reas ocupadas no litoral e nos locais de fundeio deembarcaes observa-se, ainda, a produo de lixo utuante.

    Nas operaes de carga e descarga de leo existe um alto risco dederramamento. Nos locais de fundeio de embarcaes, as comunidades soatingidas por compostos de tintas antiincrustantes (como TBT - Tributyl tin), que

    incorporado na cadeia alimentar (Costa, 1998). A construo de marinas, cais eancoradouros funcionam como barreiras fsicas, afetando a dinmica natural dasreas onde ocorrem. Conseqentemente, a diversidade de espcies pode ser alteradapela modicao ou perda de habitat. Com a necessidade de facilitar o trfego deembarcaes na regio, o Canal Central da baa dragado periodicamente, o quetambm causa srios impactos biota local. Outro fator de risco conservao dabaa relaciona-se operao das usinas nucleares devido poluio trmica e aorisco de liberao de radiao ionizante.

    A destruio gradativa desses ecossistemas na baa tem causado um declniona produo pesqueira e conseqente reexo social, com a perda de empregosassociados captura e processamento de peixes. O declnio dos estoques pesqueirosdeve-se sobreexplorao (Anjos, 1993; Bizerril & Costa, 2001). Artes de pescaconsideradas predatrias, como arrastos de portas, so usadas na regio, atuandonos fundos no consolidados adjacentes (Fig. SE2d). A pesca subaqutica com

    Figura SE2.Atividades impactantes na regio da BIG, como: a) turismo e lazer nutico, b) construesirregulares na orla, c) terminal de petrleo, d) pesca predatria (Fotos: Joel C. Creed).

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    alta seletividade tambm possui forte inuencia nas comunidades estudadas,afetando nos ultimas 50 anos espcies de topo da cadeia trca. Existem, ainda,numerosos projetos de maricultura na regio que minimizam a demanda pelaextrao de moluscos e algas, porm acidentalmente ou propositadamente podemintroduzir espcies exticas na baa. Plataformas de petrleo e outras embarcaes

    tambm podem introduzir espcies marinhas exticas para a regio (Figs. SE3a,b), via gua de lastro ou incrustaes em cascos (de Paula & Creed, 2004; Ramos,2004). Deste modo, tanto incrustaes, quanto empreendimentos de mariculturaso vetores potenciais para a introduo de espcies na BIG (Ferreira et al., 2004;Falco & Szchy, 2005; Gerhardinger et al., 2006).

    Em suma, o incremento do conhecimento da biota da Baa da Ilha Grandefoi considerado de extrema prioridade para a conservao, utilizao sustentvele repartio dos benefcios da biodiversidade regionais, Apesar disso, o extensocomplexo insular da regio pobremente conhecido em termos das comunidades

    de costes rochosos (Ministrio do Meio Ambiente, 2002). Isso porque os dadosbiolgicos disponveis indicavam que, devido s particularidades da forma,da inuncia de suas bacias hidrogrcas e gradientes das caractersticasoceanogrcas, os habitatsda regio so bem variveis em nveis regionais. Umavez que a BIG apresenta reas ainda preservadas e outras impactadas, com potencialeconmico subexplorado e uma populao economicamente ativa dependentedas atividades vinculadas baa (Diegues & Nogara, 1999; Alho et al., 2002),justica-se a produo de um inventrio da biodiversidade de sua zona costeira.Sendo assim, o presente inventrio pretende gerar subsdios e estimular mais

    pesquisas na rea que, juntos, implicaro em uma continuidade das melhorias nonvel de conhecimento dos recursos vivos e no desenvolvimento scio-econmicoda regio.

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    Figura SE3. Introduo de espcies exticas marinhas na regio da BIG, como: a) coral Tubastraea,atravs de b) plataforma de petrleo e embarcaes (Fotos : Enrico Marone).

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    Metodologia

    Os trabalhos de campo foram realizados em duas campanhas (vero e inverno),de modo que fossem incorporadas as possveis variaes sazonais. No entanto, oslevantamentos de inverno restringiram-se aos peixes, algas e a dados de condiesambientais, pois estes tm padres sazonais reconhecidos. Peixes (recifais e de

    praias), cnidrios e moluscos foram includos por serem indicadores primrios debiodiversidade (Werner & Allen, 1998). Macroalgas, equinodermos, crustceos epoliquetas tambm foram selecionados para o inventrio, em funo da naturezados habitatse da biota encontrados na regio. Os ecossistemas visitados inclurammanguezais, esturios, costes rochosos, ilhas, lajes, praias e desembocaduras derios. A seleo dos pontos amostrados foi determinada pela distncia sistemtica,visando incluir uma maior variedade de habitatse condies ambientais diferentes(Figs. SE4a-c), segundo as informaes encontradas na literatura, alm de cobrirunidades de conservao existentes na regio. Um total de 60 locais foi visitado

    durante o projeto, sendo 43 durante a campanha vero e 34 na campanha inverno(Fig. SE5). Os mergulhos tiveram durao padronizada de 45 a 90 minutos paraque no houvesse discrepncia na comparao entre locais.

    A amostragem de bentos do substrato no consolidado visou principalmente olevantamento de moluscos, crustceos e poliquetas. Em cada local, a amostragemfoi realizada prxima e afastada do costo rochoso, usando testemunhos (corer).O material foi peneirado em malha de 0,5mm (Fig.SE6a), xado com soluode formaldedo 10% em gua do mar e preservado em lcool 70. No laboratrio,

    o material foi triado ao nvel de grandes grupos e encaminhado aos especialistaspara identicao no menor nvel taxonmico possvel.

    A amostragem do substrato consolidado consistiu em censos visuais e coletasquali-quantitaivas dos organismos, atravs de mergulhos livre e autnomo (Fig.SE6b, c). A rea amostrada em cada local abrangeu uma faixa horizontal de 80 a100m do sublitoral, estendendo-se desde a franja do infralitoral at a interface coma areia (Fig. SE6d). O material coletado foi triado e identicado, quando possvel,em nvel especco. Na estimativa da abundncia dos organismos foram utilizadostransectos paralelos linha de costa em vrias profundidades para observar a

    freqncia de ocorrncia. As metodologias amostrais especcas usadas para estesgrupos de organismos/txons, seguem descritas abaixo:

    Macroalgas - coletas de algas macroscpicas na regio entre mars e infralitoral(Fig. SE7a). Material xado em soluo de formaldedo 4% em gua domar. Cortes histolgicos foram feitos, quando necessrios, para observarestruturas no microscpio ptico que auxiliam na identicao do txon.

    Cnidrios (Anthozoa e Milleporidae) coleta de cnidrios no crpticos somenteno infralitoral. Alguns exemplares foram coletados (Fig. SE7b), anestesiados

    com cloreto de magnsio a 8% (anmonas) e xados em formalina a 10%(anmonas e outros corais) ou lcool a 70 (octocorais).

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    Figura SE4.Locais de estudo incluindo habitats:a) selecionados no mapa, b) costes rochosos, c)manguezais (Fotos: Enrico Marone).

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    Equinodermas coletas no infralitoral. O material coletado (crinides e holotrias)foi anestesiado em uma soluo de gua do mar e mentol, antes da xaoem etanol 70 ou formalina a 10%, e conservados em etanol 70 (Fig. SE7c).A abundncia das espcies foi estimada em transectos em faixa de 10m ou20m 2m, contando o nmero de seus indivduos por rea.

    Peixes recifais coletas no infralitoral. Nos pontos com boa visibilidade (> 4m)

    e condies do mar propcias foi estimada a abundncia das espcies. Nosoutros pontos, foram realizadas apenas listagens das espcies durante omergulho, que dependeu de condies como profundidade, temperatura ebatimento de ondas. Para estimar abundncia os peixes eram contados emtransectos retilneos de 20 2m, geralmente incluindo habitatsno raso, meioe interface. Amostras de peixes foram coletadas (Fig. SE7d), por meio depus, arpes e anestsicos.

    Figura SE5.Locais de estudo na Baa da Ilha Grande, RJ.

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    Peixes de praias - coletas no infralitoral. Arrastos utilizaram uma rede do tipopicar, com 25m de comprimento, 2,5m de altura e 10mm de malha (Fig.SE7e). Sempre que possvel foram feitos trs arrastos em trs pontos ao longode cada praia, com profundidade inferior a 1,5m, cobrindo uma extenso de50m. Os arrastos foram feitos paralelos linha da costa, no perodo diurno,independentemente da mar. Os peixes foram registrados individualmente

    quanto biometria e biomassa.

    Figura SE6.Mtodos de amostragem: a) amostra de substrato no consolidado, censo visual ecoletas atravs de: b) mergulho livre, c) mergulho autnomo e d) transecto em substrato consolidado(Fotos: a, Joel C. Creed; b-d, Enrico Marone).

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    Resultados

    A Baa da Ilha Grande foi caracterizada como extremamente rica em espciesbnticas, como tambm de peixes recifais e de praias arenosas (Tabela SE1).Dentre os sete grandes grupos de organismos inventariados (Macroalgas marinhas;Echinodermata; Cnidaria; Mollusca, Crustacea e Polychaeta, sendo estes trsltimos somente em substrato no consolidado, e ainda peixes recifais e de praiasarenosas), registrou-se um total de 905 espcies. Foram encontradas 20 espcies

    novas para cincia, 241 novas ocorrncias para a BIG, 44 espcies endmicasdo Brasil, 16 espcies ocialmente ameaadas de extino no Brasil e 5 espcies

    Figura SE7. Amostras coletadas, triagem e preservao dos organismos: a) algas, b) corais, c)

    equinodermas, d) peixes (Fotos: a, Enrico Marone; b-d, Joel C. Creed).

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    exticas introduzidas. Houve tambm uma espcie de molusco endmica da BIG,at ento considerada como possivelmente extinta (Bergallo et al., 2000), que foiencontrada novamente nas coletas. O grupo mais rico foi o de moluscos com 378espcies, seguido por peixes recifais e de praias com 190, poliquetas com 113,macroalgas com 111, crustceos com 60, equinodermos com 27 e cnidrios com

    26 espcies.Tabela SE 1. Sumrio do levantamento rpido da biodiversidade da Baada Ilha Grande, RJ (BIG): riqueza estatusda ora e fauna.

    Macroalgas

    Cnidaria

    Mollusca

    Polychaeta

    Crustacea

    Echinodermata

    Peixes-Recife

    Peixes-Praia

    Famlias 35 17 88 39 39 23 50 28

    Gneros 64 20 162 69 29 25 103 40

    Espcies 111 26 378 113 60 27 174 43

    Espcies novas 0 0 13 5 2 0 0 0

    Espcies que so ocorrncias novasa

    Baa da Ilha Grande 7 1 186 38 9 0 0 0

    Estado do Rio de Janeiro 2 0 186 16 2 0 0 0

    Brasil 0 0 13 6 2 0 0 0

    Espcies endmicasb

    Baa da Ilha Grande 0 0 3 0 0 0 0 0

    Estado do Rio de Janeiro 0 0 3 0 1 0 0 0

    Brasil 0 3 19 0 4 0 17 2

    Espcies ocialmente ameaadas de extino

    Brasilc 0 2 1 0 0 11 2 0

    Estado do Rio de Janeirod 0 1 2 0 0 0 0 1

    Espcies raras 7 0 12 0 1 8 18 0

    Espcies exploradas economicamente 17 1 0 0 0 4 36 15

    Espcies ameaadas por coleta/explorao 1 1 0 0 0 8 9 4

    Espcies ornamentais 6 4 0 0 0 4 31 3

    Espcies exticas 1 2 1 0 0 0 1 0

    a. Espcies que foram ocorrncias novas para o Brasil foram contabilizadas para RJ e BIG.

    b. Espcies que foram endmicas BIG tambm foram contabilizadas para o RJ e Brasil.c. De acordo com Brasil (2004).d. De acordo com Bergallo et al., (2000).

    A riqueza por cada grande grupo estudado, segue descrita abaixo:

    Macroalgas - Identicou-se 111 espcies e 35 famlias de macroalgas, representandocerca de 1/4 da riqueza de algas para o Estado de Rio de Janeiro e metade docitado para a BIG. Registraram-se sete novas ocorrncias na regio, sendo duaspara o Estado do Rio de Janeiro. O grupo de macroalgas mais abundante foi o

    de coriceas, seguido por foliceas/corticadas. Comparando os resultados dascampanhas de vero e inverno, notou-se que as comunidades dominadas por

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    Sargassummantiveram cobertura estvel em locais abrigados e as sujeitas amaiores distrbios, como exposio s ondas, mantiveram a dominncia dealgas crostosas.

    Cnidrios Identicou-se 26 espcies e 17 famlias das ordens Alcyonacea,Pennatulacea, Scleractinia, Zoanthidea, Corallimorpharia, Actiniaria,

    Ceriantharia e Leptothecata na BIG. Dentre essas inclui-se um hidrozorio,Millepora alcicornis, que aqui registrado como ocorrncia nova para a regio.A ordem mais rica foi representada pelos zoantdeos. O octocoralCarijoa riiseiocorreu em maior frequncia na BIG. Em diversos locais foram observadascolnias de corais escleractnios das espcies invasoras Tubastraea coccineae T. tagusensis.

    Moluscos - Identicou-se 378 espcies, compreendidos em 88 famlias, sendo72% gastrpodes e 26% pelecpodes. Os gastrpodes foram representadospor 53 famlias, sendo as mais representativas: Pyramidellidae (58 txons),Vitrinellidae (17 txons), Columbellidae (16 txons) e Turridae (16 txons).Entre os pelecpodes, destacaram-se os Veneridae (14 txons). Tornus eEatoniellaso gneros reportados pela primeira vez para o Atlntico Sudoeste.H fortes indcios de existirem espcies desconhecidas para a Cincia dentreos gastrpodes Chrysallida, Peristichia,Miralda, Turbonilla, Eulimastoma eCyclodostomia e o pelecpode Ennucula. A BIG mostrou-se como um doslocais com maior diversidade malacolgica da costa brasileira.

    Poliquetos - Foram encontradas 113 espcies e 39 famlias dentre estas cinco

    espcies novas, sendo duas do gnero Magelonae uma espcie de cada umdos gneros Poecilochaetus, Psione e Notocirrus. Do total de espcies, 38foram ocorrncias novas para a rea de estudo, 16 para o Estado do Rio deJaneiro e seis para o Brasil.

    Crustceos - Identicou-se 60 txons de Crustacea distribudos em 39 famlias.Os trs grupos mais abundantes foram os Amphipoda (48%), seguidos dosIsopoda (42%) e de Decapoda (10%). Os Amphipoda foram representados por22 espcies sendo Plathyschnopidae a famlia mais abundante e Tiburonellaviscanaa espcie mais freqente. Os Isopoda foram representados por 14

    txons e os Decapoda por 29 espcies. Dos 24 txons identicados no nvelespecco (40%), sete foram ocorrncias novas para a BIG e Estado do Rio deJaneiro. Duas espcies novas dePulche(Plathyschnopidae) foram encontradas,alm de Hutchinsoniella macracantha, espcie rara de Cephalocarida.

    Equinodermas Identicou-se 27 espcies de Echinodermata, distribudas em23 famlias, pertencentes s classes Asteroidea, Echinoidea, Ophiuroidea,Holothuroidea e Crinoidea. As espcies mais comuns foram os equinidesLytechinus variegatus e Echinometra lucunter e a holotria Isostichopusbadionotus. As espcies mais raras foram os asterides Asterinastellifera,Luidiasenegalensis, L.clathrata, Narcisiatrigonaria, os ourides Hemipholiselongatae Ophiodermaappressume o equinide Mellitaquinquiesperforata.

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    Oito espcies constam como vulnerveis na Lista Nacional de Espcies deInvertebrados Aquticos Ameaadas de Extino.

    Peixes de recifes - Identicou-se 174 espcies, pertencentes 50 famlias, sendoas mais representativas Serranidae, Gobiidae, Labrisomidae, Scaridae,Syngnathidae, Carangidae, Pomacentridae, Blenniidae, Scorpaenidae,

    Apogonidae, Haemulidae e Labridae. As espcies mais abundantes foramAbudefduf saxatilis, Haemulon aurolineatum, H. steindachneri, Stegastesfuscus,Halichoeres poeyi eParablennius marmoreus.As espcies de peixesmais afetadas pela pesca mostraram valores baixos de abundncia e tamanhosreduzidos. Apesar da alta diversidade, sugere-se que nestas comunidades ascadeias trcas estejam desestruturadas pela alta presso de pesca e outrosimpactos. A espcie extica Omobranchus punctatusfoi detectada, sugerindotransporte viacascos de embarcaes.

    Peixes de praias - Identicaram-se 43 espcies, pertencentes a 28 famlias. Asfamlias que mais se destacaram em relao ao nmero de espcies foramCarangidae e Sciaenidae (5 espcies). As famlias mais representativas foramAtherinidae, Gerreidae e Mugilidae (Atherinella brasiliensis, Eucinostomusargenteuse Mugil liza). As espcies que mais se destacaram em nmero e/ou em peso f oramA. brasiliensis, E. argenteus, M. lizae Strongylura marina.Foram obtidos 2.144 indivduos. Das espcies registradas, aproximadamente35% apresentam valor comercial.

    De um modo geral, macroalgas e peixes recifais (Fig. SE8a, b) tiveram uma

    maior riqueza no lado oeste da BIG, em locais moderadamente ou mais expostoss ondas. Em relao aos cnidrios (Fig. SE8c), as maiores riquezas foramregistradas no lado oeste da BIG e tambm no seu canal central, entre Angra dosReis e Ilha Grande. Para os equinodermas (Fig. SE8d), a riqueza foi homogneana BIG e a diversidade foi maior no Canal Central e na Baa de Parati (oeste daBIG). No substrato no consolidado, os locais com maior riqueza de crustceosforam os do lado oeste e norte da baa (Fig. SE8e). Quanto aos moluscos (Fig.SE8f), o maior nmero de txons identicados ocorreu em uma ou duas estaes,no havendo uma distino ntida na riqueza entre os locais. Os locais com maiores

    valores de riqueza de poliquetos (Fig. SE8g) foram os do canal central. Em relaoaos peixes de praias, somente trs locais foram os mais ricos em espcies (Fig.SE8h). Contudo, a riqueza total dos sete grupos de organismos teve distribuiomais homognea na BIG (Fig. SE9).

    Os resultados deste estudo mostraram, atravs do emprego do ndiceRelativo de Impactos Ambientais, que a BIG apresenta regies com variaes depresso antrpica distintas, em funo da maior ou menor concentrao de fatoresimpactantes. As reas de maior presso concentraram-se na regio do canalcentral. Entretanto, a maioria dos locais apresentou nveis relativamente baixos ou

    intermedirios de impactos ambientais. Grande parte dos impactos identicadosapresenta associaes entre si, formando trs grupos principais: urbanizao e

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    Figura SE8. Representantes dos diversos grupos estudados: a) macroalgas, b) peixes recifais, c)cnidrios, d) equinoderma, e) crustceo, f) molusco, g) poliqueto, h) peixes de praias (Fotos: a-cEnrico Marone, d, f-h Joel C. Creed, e Andr R. Senna).

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    desmatamento; atividades industriais e turismo. Estes resultados complementamas avaliaes anteriores de impacto ambiental na BIG, que foram consideradaspontuais, muitas vezes em relao a um fator especco de potencial de impacto(ex. Guimares 1982, Falco, 1996; de Brito et al, 2002), ou apenas descritivas(Costa, 1998).

    -44.8 -44.6 -44.4 -44.2 -44

    -23.4

    -23.2

    -23

    50

    100

    150

    S

    W

    BAA DA ILHA GRANDE

    ILHA GRANDE

    Figura SE9.Riqueza total dos sete grupos de organismos estudados na Baa da Ilha Grande, RJ

    (Macroalgas marinhas; Echinodermata; Cnidaria; Mollusca; Annelida: Polychaeta; Crustacea desubstrato no consolidado e peixes recifais). O tamanho do crculo representa a dimenso da unidademedida.

    Concluses

    A zona costeira da Baa da Ilha Grande foi considerada como rea prioritriapara a conservao das zonas costeiras e marinhas. Dentre os sete grandes gruposde organismos inventariados (Macroalgas; Echinodermata; Cnidaria; Mollusca,Crustcea; Polychaeta e peixes), registrou-se um total de 905 espcies. Foram

    encontradas 20 espcies novas para Cincia, 241 novas ocorrncias para a BIG, 44espcies endmicas do Brasil, 16 espcies ocialmente ameaadas de extino noBrasil e cinco espcies exticas introduzidas. O grupo mais rico foi o de moluscoscom 378 espcies, seguido por peixes recifais e de praias com 190, poliquetas com113 espcies e macroalgas com 111 espcies. Em funo do atual conhecimentoda biota da BIG, resultante do presente inventrio, recomenda-se que o complexoinsular da regio tambm seja considerado como rea de extrema importnciabiolgica dentro das categorias de prioridades para a conservao.

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    Recomendaes

    A metodologia Marine RAPempregada foi desenvolvida principalmente pararecifes de coral, em situaes tropicais, que no so necessariamente adequadaspara outras situaes. Como necessrio gerar dados de qualidade ou quantidadesucientes para contextualizar a biodiversidade em uma dada regio da zona

    costeira e marinha, temos as seguintes recomendaes e observaes:

    a) Identicar grupos taxonmicos que geralmente no so amostrados eque seriam bons indicadores da biodiversidade no protocolo RAP, desconsideradoos grupos de taxonomia complexa nestes inventrios. Incluir maior variedade dehabitatsmarinhos possveis, e/ou outros que tenham conectividade com estes, eque possuam valor signicativo quanto biodiversidade local;

    b) Priorizar as amostragens quantitativas ou semi-quantitativas para amaior parte dos grupos de organismos, gerando assim dados de abundncia e,

    conseqentemente, possibilitando o clculo de ndices de diversidade. Dessaforma, podem-se comparar reas e identicar aquelas com maiores valores dediversidade e com dominncia de espcies;

    c) A anlise das caractersticas ambientais uma ferramenta importante naanlise dos padres de distribuio e abundncia dos componentes da biota. Paratal, a utilizao de diferentes tipos de equipamentos nas amostragens aumenta aschances de obteno de um maior nmero de espcies nos grupos trabalhados;

    d) Espcies comuns e conspcuas devem ser registradas em diferentes

    ambientes (como costes rochosos, manguezais, esturios e etc.), uma vez queso facilmente identicadas e podem ser indicativas de vrios tipos de mudanasambientais. Contudo, espcies raras e de distribuio restrita devem ser tratadasem separado na comparao de riqueza entre as estaes de coleta;

    e) A continuidade no renamento taxonmico dos grupos de organismosamostrados deve ser dada atravs da distribuio do material para especialistas edo investimento na formao de novos taxonomistas que venham a trabalhar como material disponvel;

    f) No levantamento dos dados pretritos da biodiversidade na rea estudada necessrio o cruzamento dos dados da literatura, especialmente a literaturacinza (teses, dissertaes, estudos do impacto ambiental, etc.) e o levantamento,mais amplo, das colees zoolgicas e de herbrios de instituies diversas;

    g) Realizar anlise crtica usando as listagens de biodiversidade marinhageradas pelo RAP, comparadas aos dados da Lista Nacional de Espcies deInvertebrados Aquticos e Peixes Ameaadas de Extino (Brasil, 2004) e a listade Fauna Ameaada de Extino do Estado do Rio de Janeiro (Bergallo et al.,2000). Elaborar uma anlise da distribuio das mesmas e fazer anlise critica do

    statusdas mesmas na lista. Propor listas similares para a ora marinha;

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    A zona costeira da Baa da Ilha Grande (BIG) foi considerada como reaprioritria para a conservao das zonas costeiras e marinhas, devido a suaextrema importncia biolgica em termos de esturios, manguezais e bentos daplataforma continental, e de muito alta importncia em termos de algas, peixese mamferos marinhos. Contudo, as ilhas da BIG foram consideradas como

    insucientemente conhecidas em termos de comunidades de costes rochosos.Sendo assim, recomendaes foram feitas para inventariar a sua biota, manejaros seus recursos e criar Unidades de Conservao (Ministrio do Meio Ambiente,2002). Em funo do atual conhecimento da biota da BIG, resultante do presenteinventrio, recomenda-se que as suas ilhas tambm sejam consideradas comorea de extrema importncia biolgica dentro das categorias de prioridades paraa conservao.

    A BIG abriga o maior nmero de Unidades de Conservao (UC) do Estadodo Rio de Janeiro, na maioria limitada pelo litoral ora terrestres ora marinhos.

    Apesar da reconhecida importncia da biodiversidade marinha da regio, poucasso as UCs que contemplam os ecossistemas marinhos ou estuarinos. Como aregio de Parati destacou-se neste estudo pela maior riqueza e/ou ocorrncia deespcies novas, endmicas e raras, recomenda-se que seja estudada a possibilidadede ampliao e/ou integrao territorial das UCs existentes na regio, de formaa contemplar a incluso de reas representativas dos ecossistemas marinhos eestuarinos e a conectividade entre os biomas terrestres e marinhos. Recomenda-se, ainda, mencionar a necessidade de delimitao de reas com acesso restritodentro destas UCs, visando principalmente proteo dos estoques pesqueiros

    locais.

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