Bianca Dupla 721.2 - Cheryl Anne Porter - A Mulher Certa

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8/9/2019 Bianca Dupla 721.2 - Cheryl Anne Porter - A Mulher Certa http://slidepdf.com/reader/full/bianca-dupla-7212-cheryl-anne-porter-a-mulher-certa 1/87 A mulher certa Puppy Love Cheryl Anne Porter Bianca Dupla 721.2 Ela era competente e sedutora! David Sullivan recebeu uma herança inesperada: uma cachorrinha grávida. Ele não entendia nada de cachorros... Mas a fascinante Emily Wright era especialista E David acabou descobrindo !ue não era tão ruim assim ter um animal de estimação " #ltima coisa !ue Emily !ueria era ter um homem a sua porta todos os dias fa$endo  perguntas %bvias sobre cachorros. Mas David parecia tão perdido sobre o !ue fa$er com uma cachorra grávida !ue ela resolveu a&udá'lo. Durante o dia e... a noite  Digitalização: Tinna  Revisão: Alice Akeru

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A mulher certaPuppy Love

Cheryl Anne Porter

Bianca Dupla 721.2

Ela era competente e sedutora!

David Sullivan recebeu uma herança inesperada: uma cachorrinha grávida. Ele não entendianada de cachorros... Mas a fascinante Emily Wright era especialista E David acabou descobrindo

!ue não era tão ruim assim ter um animal de estimação" #ltima coisa !ue Emily !ueria era ter um homem a sua porta todos os dias fa$endo

 perguntas %bvias sobre cachorros. Mas David parecia tão perdido sobre o !ue fa$er com umacachorra grávida !ue ela resolveu a&udá'lo. Durante o dia e... a noite

 Digitalização: Tinna

 Revisão: Alice Akeru

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BD 721.2 – A Mulher Certa (Puppy Love) Cheryl Anne Porter

(opyright ) *+++ by (heryl "nne ,orter 

-riginalmente publicado em *+++ pela Silhouette oo/s0 divisão da 1arle!uin Enterprises

2imited.

Título original: Puppy Love

3radução: 3here$inha Monteiro Deutsch

Editor: 4anice 5lorido

(hefe de "rte: "na Suely Dob%n

,aginador 6air 5ernandes da Silva

3odos os direitos reservados0 inclusive o direito de reprodução total ou parcial0 sob !ual!uer forma.

Esta edição 7 publicada atrav7s de contrato com a 1arle!uin

Enterprises 2imited0 3oronto0 (anadá.

Silhouette0 Silhouette Desire e colofão são marcas registradas da 1arle!uin Enterprises .8.

3odos os personagens desta obra são fict9cios.ual!uer semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincid;ncia.

ED<3-=" 6-8" (>23>="2 23D".

=ua ,aes 2eme0 ?@A B *C andar (E,: C?A@A'C*C ' São ,aulo ' rasil

(opyright para a l9ngua portuguesa: @CCC

ED<3-=" 6-8" (>23>="2 23D".

5otocomposição: Editora 6ova (ultural 2tda.

<mpressão e acabamento: ráfica (9rculo

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CAPÍTULO I

 F Está brincando comigo0 sr. 3renton 3udo !ue tinhaG DeiHou para mimG F Davidapertava o telefone0 tenso. (laro !ue o advogado do outro lado da linha estava enganado. F Eu nãoconheço "m7lia Stanfield0 por !ue ela iria me deiHar milhIes de d%laresG 3em certe$a de !ue sou a

 pessoa certaG David "ndreJ SullivanG (ontador0 de (ol#mbia...

(omo resposta o advogado leu uma verdadeira descrição da vida de David at7 a!uela data0forçando'o a concordar:

 F K0 sou eu. Mas não entendo... em0 tenho certe$a !ue o senhor !uer esclarecer isto0 eutamb7m0 mas não posso estar a9 ho&e... - !u;G... 6ão0 não posso. Estou com o dia tomado e tenho

!ue estar no (olorado esta noite. - !u;G "o vivoG Defina Lao vivoL sr. 3renton.Mas o sr. 3renton não parava sua lenga'lenga0 di$endo !ue nada podiam fa$er por telefone0

!ue o testamento era espec9fico !uando eHigia sua presença na leitura... En!uanto o homem falava0David mal ouvia s% esperando a chance de reafirmar !ue não podia cancelar os compromissosda!uele dia. -lhou o rel%gio. >ma e meia. E no calendário sobre a mesa0 @ de outubro0 seHta'feira.Estudou sua agenda da tarde. 3r;s clientes !ue não apresentariam maiores problemas para umadiamento.

Murmurando assentimentos ao falat%rio do advogado0 David reeHaminou a passagem para ovoo dessa noite de Dulles a Denver0 no Estado do (olorado. "licia0 sua irmã mais nova0 ia se casar na pr%Hima !uinta'feira0 8oc; tem de estar a!ui0 David0 avisara ela. Ele riu0 sacudindo a cabeça.

"licia sempre lhe di$ia !ue era es!uisito0 viciado em trabalho. ,or isso dissera !ue ou ele fecharia oescrit%rio por uma semana e ficaria em Denver para o casamento ou ela desmancharia tudo. "escolha era dele. Sábio0 David escolhera fechar o escrit%rio. E iria partir no fim do dia.

"licia tinha ra$ão. 1á mais de um ano !ue ele não ia em casa e podia aproveitar a!uelachance para fa$er uma visita demorada0 mudar de ambiente e ter um pouco de cor em sua vida. ,or !ue nãoG " bagagem &á estava no carro. 3udo !ue tinha de fa$er era atender os tr;s clientes0 ver setudo estava em ordem no escrit%rio0 em casa não havia problema0 ningu7m o esperava lá0 e ir direto

 para o aeroporto.

3alve$ devesse interromper o advogado e di$er'lhe isso.

 F Sr. 3renton0 desculpe interromp;'lo0 mas acontece !ue vou via&ar ho&e e não estarei devolta at7 o começo do m;s. Então0 !ue tal nos vermos no dia N de novembroG Eu posso... - !u;GSim0 eu aguardo...

"nsioso0 mal podia se manter sentado en!uanto esperava a volta do sr. 3renton ao telefone.E pensava. -brigado0 sra. "m7lia Stanfield0 não importa !uem tenha sido.

David continuou tecendo teorias a respeito de sua benfeitora. 3inha !uase certe$a !ue elanão era parente0 pois vov% Sullivan vivia falando na genealogia da fam9lia. uer voc; fosseSullivan por nascimento ou casamento0 não importava. Sua vida inteira teria !ue ouvir vov%Sullivan discorrer sobre os antepassados e atuais parentes todas as noites0 O mesa do &antar0 com oapoio dos pais dele.

David sorriu0 com emocionada afeição. Era por isso !ue tomara conta dos neg%cios

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financeiros e legais da fam9lia. EHceto ele e "licia0 todos eram total e adoravelmente malucos. >ma provaG "t7 ho&e seus av%s0 !ue tinham vivido a era dos hippies0 estavam na <nglaterra absorvendo...como di$erG "h0 sim. "bsorvendo as vibraçIes c%smicas de Stonehenge.

Suspirou sabendo !ue apesar das ameaças de ata!ues do coração dos seus av%s seus pais sehaviam negado a dar a ele e a "licia os nomes Deleite 1umano e 5lor da 2iberdade. (omo seria oreencontro da fam9lia para o casamento de "liciaG 8ov% e vovP voariam do sul da <nglaterra paraDenver e seus pais sairiam no dia seguinte O noite de 2ondres. Ele podia imaginar'se0 no meio dasfestividades0 contando a eles o incr9vel acontecimento em sua vida.

3odos dariam um pe!ueno passeio de avião. (omo ele pr%prio desde !ue a!uela coisa vivanão o impedisse de algum modo de ir. 6ão0 isso não aconteceria. 6ão havia lei !ue o obrigasse a ir O eHecução do tal testamento. E se fosse seria s% para tomar conhecimento0 assinar e voltar. "final0agora estava rico0 ou estaria !uando o sr. 3renton voltasse ao telefone e ele lhe dissesse !ue iria.Mas preocupava'se com a tal coisa viva. Sentia medo0 na verdade.

- sr. 3renton0 afinal0 voltou e pediu desculpa por ter demorado.

 F Está bem F cortou David. F Mudei de id7ia. 8ou para a90 7 s% o tempo de adiar meus

compromissos... 6ão0 não vou falhar. Eu disse !ue estarei a9.

David passou a mão pelo rosto. Então0 como o advogado insistisse0 prometeu:

 F 4uro !ue logo estarei a9. Sim... 3ysons (orner... K0 estou tomando nota do endereço... -!u;G "h0 hum... Deus o abençoe tamb7m... Sim. "t7 logo.

David desligou o telefone e ficou olhando para ele com a testa fran$ida. Depois olhou para a porta do escrit%rio e seu estPmago encolheu. " sra. 1opemore0 eHtraordinária secretaria e amiga devov% Sullivan e uma mulher !ue se deliciava di$endo aos clientes !ue trocara as fraldas dele0 nãoiria gostar. Era tão apegada ao trabalho !uanto ele. Di$er'lhe !ue mudasse sua agenda era o mesmo!ue a enviar para um combate contra um es!uadrão de Matin;s.

"firmando a si mesmo !ue estava pronto para enfrentá'la0 mas não pronto para di$er'lhe por!ue estava mudando os planos0 sua cautela natural em assuntos de dinheiro o aconselhava a primeiro verificar a boa sorte antes de espalhar a hist%ria0 o !ue aconteceria via vov% Sullivan0inclinou o encosto da cadeira para trás e chamou:

 F Sra. 1opemore0 pode vir a!ui0 por favorG

E então0 como sempre0 esperou contando mentalmente. (omo sempre0 seus lábios pintadosde vermelho tinham eHpressão re'provadora.

 F (hamou'me0 sr. SullivanG

 F (hamei.Ela insistia em chamá'lo de Lsr. SullivanL apesar de t;'lo visto nascer.

 F em0 o !ue !uerG 3enho muito trabalho...

"pesar das ligaçIes dela com ele e com a fam9lia0 David se atrevera a despedi'la e o fi$eraduas ve$es. Mas em ambas !uando voltara ao escrit%rio no dia seguinte ela lá estava. 6a mesa dela0consultando a agenda e di$endo'lhe !ue ele estava atrasado. Em ambas as ve$es ela dera umaumento a si mesma. Se ele a mandasse embora de novo o salário dela ficaria maior do !ue o dele0 o!ue não podia acontecer e0 portanto0 disse:

 F ,reciso !ue a senhora cancele meus compromissos desta tarde0 transferindo'os para

!uando eu estiver de volta. - #ltimo telefonema !ue me passou referia'se a... um importanteacontecimento em 3ysons (orner.

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"s negras sobrancelhas desenhadas a crayon ergueram'se.

 F 3ysons (ornerG "lgu7m morreuG

David sabia !ue morte0 eHcluindo a pr%pria0 era a #nica desculpa !ue ela aceitava parainterrupção do trabalho. Diabo0 a sra. 1opemore mal permitira !ue ele via&asse para o casamento dairmã0 se bem !ue ela pr%pria houvesse faltado a semana anterior por causa de uma amiga doente0

!ue viera a falecer. "ssim0 ele estava feli$ por ter a mesma desculpa. F Sim0 algu7m morreu.

E esperou... pela permissão dela0 essencialmente. " sra. 1opemore hesitou0 pensou e afinaldisse:

 F Está bem0 vá. DeiHe'me so$inha com todo o trabalho. (omo se não bastasse !ue não posso ir ao casamento de "licia por!ue um de n%s tem !ue ficar a!ui.

 F <sso não 7 verdade. " senhora tamb7m está convidada e eu lhe disse !ue podemos fechar o escrit%rio0 nãoG 8ov% adoraria v;'la.

- !ueiHo dela ergueu'se. F Sei de tudo isso0 senhor0 mas não 7 poss9vel. "lgu7m tem !ue fa$er este escrit%rio

funcionar. E por falar nisso0 não sei para !ue dia reagendar seus compromissos. Esses clientesestavam marcados para a semana !ue vem e eu adiantei a agenda deles por causa do casamento."gora terei !ue mudar de novo. Sabe o !ue vai acabar acontecendo0 nãoG - senhor vai perder todosos clientes e morreremos de fome.

- olhar de David fulminou'a.

 F Está secretamente apaiHonada por mim0 sra. 1opemoreG

 F -ra 3ro!uei as suas fraldas0 menino

Ela saiu batendo a porta.

Depois de alguns minutos a porta abriu'se. " sra. 1opemore de novo. Sabendo o !ue estava por vir0 David afivelou um sorriso nos lábios. Morava ali há !uase sete anos e sabia todos os pr%s eos contras de morar na capital. Mas como eHplicar isso a elaG

Em p7 &unto O porta aberta0 O mão na maçaneta0 a secretária aconselhou:

 F 6ão es!ueça de levar a capa e o guarda'chuva. 6ão tem sentido pegar uma gripe e perder mais dias de trabalho. Evite a estrada Q+? a esta hora do dia. 8á pela Rey ridge0 continue at7 aEstrada da (hain ridge0 !ue 7 a auto'estrada *@Q. 5i!ue nela at7 passar a sede da (<"0 então peguea estrada para 3ysons (orner.

<sto dito0 ela voltou'se para sair0 por7m se deteve e virou'se para olhá'lo:

 F E não saia correndo como um louco0 não !uero !ue se mate. (aso venha a se matar0 sabeo !ue significaria para mimG Desemprego

Ela saiu e bateu de novo a porta.

=indo para a porta fechada David meneou a cabeça.

 F Sim. Ela me ama.

Era ele. Ele era o herdeiro certo. - dinheiro era seu. " !uantidade de dinheiro era

assustadora. 3udo !ue David tinha a fa$er era assinar os pap7is0 tornar'se dono do dinheiro ecomemorar. ,or7m antes de mais nada0 insistira o sr. 3renton ele precisava ir buscar uma coisa antes

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de assinar a papelada. >ma coisa !ue tamb7m seria de David.

em0 fosse lá o !ue fosse essa (oisa0 estava na sala cont9gua e dava bastante trabalho aoadvogado. David menos a !ueria !uanto mais ouvia correrias0 ob&etos caindo e gritos do advogado.Sentado no elegante escrit%rio e olhando a parede !ue o separava da encrenca0 imaginou se não

 poderia ir a&udar o sr. 3renton. Então0 soou outro grito0 decididamente humano e seguido por uma praga0 !ue o fe$ mudar de id7ia. 6ão. - advogado estava se arran&ando.

"ssim pensando0 acomodou'se melhor na poltrona de couro e sem outra escolha se nãoesperar tratou de pegar uma revista entre as !ue havia na mesinha de cere&eira a seu lado. >m gritoagudo o fe$ largar a revista e ficou ouvindo a batalha abafada.

 F 6ão me morda0 seu pe!ueno demPnio (omporte'se. 8enha a!ui F " vo$ do homemora era autoritária0 ora implorante. F <sso0 assim 7 melhor. 8enha com o sr. 3renton. 6ingu7m vaimachucar voc;... "i -lha a!ui0 eu... "i0 ai0 ai

David olhou para a porta fechada e pensou ,or !ue continuo sentado a!uiG K melhor desistir dessa herança...

 F <sso F disse a si mesmo em vo$ alta. F (hega de brincadeira. "t7 !ual!uer dia...

<a levantar'se0 mas um outro grito horr9vel o fe$ ficar im%vel0 as mãos nos braços da poltrona. 5e$'se sil;ncio. David inclinou a cabeça prestando atenção e foi recompensado por novossons de batalha. "meaças gritadas0 p7s correndo0 pancadas e... rosnadosG - coração de Daviddisparou. Então0 parou. - barulho0 não o coração dele. em0 talve$ o coração dele tamb7m.(olocou a mão no peito0 verificando. "inda batia. E iria embora en!uanto ele estivesse batendo.

uando se ergueu manteve os olhos na porta da sala cont9gua e pensou Se essa porta se

abrir... Ela se abriu. - advogado entrou.3arde demais para escapar. E ele não estava s%0 nem ileso. Surpreso com a apar;ncia de

3renton David tornou a sentar'se.

 F ue diabo aconteceu com voc;G E o !ue tem nessa caiHaG ,or !ue o bicho está rosnandoG

 F ,or!ue não gosta de ficar no porta'cão0 sr. Sullivan. ,or favor0 afaste'se e fi!ue fora docaminho dele.

 6ão precisava nem pedir por favor. David saiu do caminho com dois grandes passos etomou posição atrás da poltrona. Dali ficou olhando a cautelosa aproHimação do advogado baiHinhoe barrigudo. 3renton prestava absoluta atenção no selvagem bichinho de estimação !ue carregavalonge de si0 segurando a caiHa com ambas as mãos envoltas em ga$e.

Envoltas em ga$eG Ele não tinha !ual!uer bandagem nas mãos !uando o cumprimentara aochegar0 lembrou'se David0 nem seu rosto demonstrava tanto medo. Decididamente0 a!uela parte dosacontecimentos não era boa. medida !ue o sr. 3renton se aproHimava de sua escrivaninha0concentrado como se estivesse carregando nitroglicerina bastante para eHplodir toda civili$açãoocidental0 David olhou para L- -cupanteL.

"trav7s da porta gradeada via o bichinho !ue corria de um lado para outro0 in!uietoT des#bito ele parou e fitou David com seus olhinhos brilhantes. Então0 atirou'se contra a portinha !ue0graças a Deus0 estava bem fechada. David recuou0 assustado0 mas se recompPs em seguida

sentindo'se um bobo. Endireitou o corpo e voltou ao seu lugar. "pontou para o bichinho. F <sso 7 um teHugo0 sr. 3rentonG ,arece um teHugo.

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 F "firmo'lhe0 senhor0 !ue não 7 um teHugo. 6ão poder9amos ter tanta sorte.

- advogado0 com a careca e o rosto rosados0 colocou a gaiola sobre a mesa e foi sentar'se nasua cadeira.

 F ,or !ue está tão aflitoG F !uis saber David. F - !ue pretende fa$er com istoG

Erguendo as mãos enfaiHadas como se mostrasse as provas de um crime0 3renton bradou:

 F -lhe para mim0 sr. Sullivan. Sou o #nico ferido a!ui e o senhor me pergunta o !ue pretendo fa$er com istoG <sto a9 na gaiola 7 um cachorrinho. >m mimado e neurast;nicocachorrinho. Mas agora ele 7 todo seu0 sr. Sullivan.

Surpreendido com a alegria do advogado0 David reagiu.

 F - !ue !uer di$er com isso de !ue o cão 7 meuG Está brincando0 não 7G

"s sobrancelhas do advogado ergueram'se0 ameaçadoras.

 F ,arece !ue estou brincando0 sr. SullivanG "sseguro !ue não. Mas vá em frente F eleindicou a gaiola F0 d; uma olhada. 8e&a por si mesmo.

 F 6ão posso ficar com um cachorro. 6ão sei nada a respeito deles. Eu nunca...

(ortando as pr%prias palavras0 recolocou a caiHa na mesa e confirmou:

 F <mposs9vel.

"90 empreendeu uma verdadeira retirada0 foi a passos largos at7 o porta'chap7us !ue ficavanuma das paredes do hall de entrada. ,egou sua capa e voltou'se para o aflito advogado.

 F Sinto muito0 sr. 3renton0 mas não sou o homem certo. "lgu7m cometeu um grande erro. F ,egou o guarda'chuva gote&ante do porta'chap7us. F 6ão tenho lugar para um cão0 no meucondom9nio e nem na minha vida.

 F 8ai emboraG E o dinheiro0 sr. SullivanG Sem cachorro0 nada de dinheiro. K a condição dotestamento.

 F Então0 voc; 7 um cachorrinho0 heinG F perguntou ao ocupante da caiHa !ue estava noassento de passageiro de seu carro.

2á fora o c7u escurecia com a chuva e com a aproHimação do crep#sculo. -s limpadores de para'brisa agitavam'se de um lado para outro durante todo o tempo de viagem para a capital.

 6ão tendo resposta da peluda parte de sua grande herança0 pois assinara todos os pap7is noescrit%rio do sr. 3renton0 David voltou a fiHar'se na estrada0 en!uanto acrescentava:

 F -lhe0 não estou mais feli$ do !ue voc;. Minhas escolhas eram cuidar de voc; pelo restode sua vida e receber o dinheiro da herança... ou ser processado. Então0 7 isso. 8ou passar em=eston0 !ue fica no caminho para o aeroporto0 e procurar um canil para voc;. uando eu voltar virei... talve$... buscar voc;0 mas não vai ficar comigo. ,osso contratar algu7m para tomar conta devoc;.

,ensou um pouco no assunto e riu.

 F 3alve$ não. (oitada dessa pessoa incauta uer di$er0 não sei o !ue fa$er com voc;. 3em

alguma id7iaG

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"o fa$er a pergunta ele olhou para o cachorrinho. ,e!uenos olhos negros encontraram osdele atrav7s da porta gradeada. =ecusando'se a se sentir mal0 David sacudiu a cabeça dividindo aatenção entre o trUnsito e parte da sua herança.

 F ,ode parar Essa cara de coitadinho não me engana F assegurou ao cão... e a si mesmo F por!ue vi voc; em ação. "cabou com o sr. 3renton e o escrit%rio dele0 mais do !ue od$illaacabou com 3%!uio. ,ortanto0 não pense !ue pode me fa$er sentir culpado com esses enormes olhosnegros.

-lhou de novo para o cão$inho. Sim. Ele tinha enormes e bonitos olhos negros.

 F -lhe0 não 7 nada pessoal. "penas eu trabalho nas horas mais estranhas e a 7poca do<mposto de =enda está chegando. "l7m disso0 eu namoro0 via&o0 saio para me divertir. Sou solteiro.5ico pou!u9ssimo em casa. 6ão tenho tempo nem paci;ncia para um bichinho de estimação. 6em

 para nada com !ue precisasse passear0 !ue tivesse !ue alimentar e cuidar. ,ara mim não dá0entendeG

 6enhuma resposta. =odaram em sil;ncio por alguns momentos0 então David perguntou:

 F 4á lhe disse !ue moro num pr7dio em !ue bichos de estimação não são admitidosG 8;G 6ão pode ficar comigo. Eu sei !ue sua... mamãe morreu e !ue voc; está triste. Sinto muito por isso0mas pense o !ue seria de voc; comigo0 o dia inteiro so$inho num apartamento... 8oc; precisa de um

 &ardim e de crianças. F " visão das mãos ensanguentadas do sr. 3renton veio'lhe O mente. F em0talve$ crianças0 não. "lgu7m. Menos eu.

 6a entrada para =eston0 David saiu para a marginal !uase entupida de trUnsito. Então0 comoum sinal do destino0 imediatamente viu uma tabuleta de neon indicando uma cl9nica veterinária ecanil.

 F "leluia F eHclamou. F " vida 7 boa.

LEscolha (erta (l9nica e (anilL. ue mais precisava saberG "chando !ue devia contar a boanova ao cachorrinho ele olhou pela porta da caiHa viu os olhos negros0 tristes e ouviu um pat7ticoganido. >ma linguinha cor'de'rosa lambeu as barras de metal. " resolução e os ombros de Daviddesabaram. Segurou forte a direção !uando fe$ a curva para entrar na cl9nica veterinária.

 F Era s% o !ue me faltava0 um cachorro

CAPÍTULO II

Este pensamento aflitivo acompanhou David en!uanto dirigia o carro pela alameda !uelevava O cl9nica veterinária. uando ela se abriu num espaço para estacionamento ele se animou

 por!ue na porta de entrada estava pendurada uma tabuleta !ue di$ia L"bertoL. om sinal0 pensouele desligando os limpadores de para'brisa0 as lu$es e0 por fim0 o motor. Soltou o cinto0 pegou o

 porta'cão e saiu.

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 F 8amos lá0 companheiro.

"travessou o espaço aberto correndo e parou &unto O parede0 abrigando'se da chuva. uandochegou diante da porta de vidro uma moça alta0 esguia0 de avental branco e cabelos negros virou oaviso para L5echadoL e apagou a lu$ de fora.

<nconformado por ser deiHado no escuro e debaiHo de chuva0 David bateu na porta.

 F Ei0 espere um pouco Ei0 dona Doutora Ei

" moça fitou'o0 levando a mão ao peito0 assustada0 os cabelos ondulando poeticamentesobre os ombros. Sob uma fran&a de espessos c9lios os grandes olhos negros abriram'se muito norosto angelical. "lgo dentro de David se agitou.

-s olhos negros maiores !ue &á vi.

Ela destrancou a porta0 abriu'a e recuou para o ensopado David entrar. Em seguida apressou'se a fechar a porta atrás dele0 evitando !ue vento e chuva tamb7m entrassem.

 F Desculpe'me... 6ão o vi lá fora. =odney disse alguma coisa !ue me distraiu e...

 F (urrupaco'paco 8á embora. "cabou o eHpediente.

David0 !ue passava a mão nos cabelos molhados voltou'se ao ouvir a vo$ rascante0definitivamente não humana. Ergueu as sobrancelhas ao ver uma grande ave verde0 de bico largo0 as

 patas negras0 com grandes garras0 firmemente seguras no seu poleiro num canto da sala de espera.

- papagaio pPs a cabeça de lado0 fitando David com olhos redondos e falou de novo:

 F (urrupaco'paco Má educação olhar fiHo0 meu

,iscando0 David voltou'se para a bonita e embaraçada moça0 apontou a ave.

 F =odney0 presumo.

Ela assentiu.

 F Sim0 =odney.

E calou'se fitando'o como se fosse um amigo não visto há muito tempo. -u um namorado.- ar entre eles tornou'se espesso.

S% então David viu'a melhor. -s olhos dela não eram negros0 nem castanhos. Eram a$uis.>m a$ul'escuro. E tão luminosos !uanto os cabelos negros. -s lábios dela...

 F -h0 desculpe'me. Estou olhando fiHo. F Então0 ela se tornou a profissional !ue era. F Eu estava fechando0 mas se for uma emerg;ncia...

 F K F David livrou'se dos pensamentos tumultuados.

 F KG F repetiu ela0 parecendo pronta para uma intervenção veterinária.

 F em0 não 7 F Diante do olhar in!uisitivo0 David acrescentou: F em0 não 7 umaemerg;ncia de dor e sangue0 7 mais uma emerg;ncia de situação desesperada.

 F Entendo...

5e$'se sil;ncio0 at7 !ue ela intimou:

 F ,rossiga.

- !ue está errado comigoG0 perguntou'se David. Em geral sabia lidar com mulheres. Será!ue era a bele$a da doutora a causa de sua indecisãoG DoutoraG

!

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 F 8oc; 7 a dra. Emily Wright da tabuleta lá foraG

 F Sou0 sim. Desculpe0 eu devia ter me apresentado. F Ela olhou o rel%gio0 sinal de !ue!ueria ir embora. F Em !ue posso a&udá'loG

 F Em primeiro lugar F ele sorriu esperançoso F0 agradeço por ter me deiHado entrar mesmo sem ter hora marcada. F uero di$er0 sem ele ter hora marcada. Estou desesperado.

 F 8oc; &á disse isso. F Ela fran$iu a testa0 fitou a caiHa de transporte e de novo ele. F "lgo errado com seu cachorroG

"panhado distra9do David retrucou:

 F (achorroG Eu não tenho cachorro.

Emily enfiou as mãos nos bolsos do avental. 1omem muito atraente... e maluco.

 F (omo assimG

- homem alto0 moreno e bonito sacudiu os ombros e ficou vermelho.

 F om0 7 claro !ue tenho um cachorro. uero di$er0 ele está a!ui0 mas não 7 meu cachorro. F Sei... F Mas ela não sabia nada e como ele nada eHplicasse0 viu'se obrigada a perguntar:

 F K da sua mãeG De um amigo ou vi$inhoG Da sua esposaG

 F EsposaG 6ão. E nenhum dos outros0 tamb7m.

 F om.

Emily percebeu !ue havia alegria em sua vo$ e corou0 di$endo a si mesma !ue estava tãovermelha !uanto ele.

 F uero di$er F continuou F0 bom para voc;... 1um... Em !ue posso a&udá'lo0 entãoG

"final o homem0 de capa pingando no chão coberto por lin%leo0 salvou a ambos repetindo:

 F Em !ue pode me a&udarG ,reciso de um lugar para o cachorro ficar por uma semana oumais.

 F uer hospedar seu cachorro a!uiG F Ela desanimou. F Sinto muito0 mas não há vagas...

Ele se aproHimou e segurou'a por um braço.

 F ,or favor... ,reciso via&ar ainda ho&e e não posso levar o cão comigo. Estou desesperado0dra. Wright. ,ago o !uanto pedir.

 F 6ão 7 !uestão de dinheiro F assegurou ela.

Seu olhar foi para a mão !ue lhe apertava o braço. -s dedos eram longos e fortes0 o to!uefirme. Ergueu os olhos0 encontrou o olhar enigmático e respirou fundo.

 F - problema 7 !ue o canil está todo ocupado.

Ela estava tão aflita !ue !uando ele largou seu braço e pegou'lhe a mão !uase rompeu emlágrimas.

 F 3udo bem. " culpa não 7 sua. Se não tem lugar0 não tem lugar.

Mas isso não a&udou. Emily não se conformava com o desapontamento dele. Mais ainda!uando David começou a pensar alto0 sem perceber.

 F rande E agora0 o !ue vou fa$erG 8ou perder o avião para casa...

1"

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Sem saber o !ue fa$er0 Emily cru$ou os braços ao peito e tentou mostrar'se amiga.

 F - avião para casaG ,or favor0 não me diga !ue há uma emerg;ncia familiar por!ue a9 euia me sentir muito mal.

-s olhos dele brilharam.

 F ,ois pode começar a sentir'se mal. K uma emerg;ncia familiar. Da pior esp7cie. >mcasamento !ue não vai acontecer se eu não comparecer.

 F -h0 !ue coisa horr9vel F Ela caiu em si. F 6ão o casamento0 claro...

Emily fitou os olhos dele en!uanto falava e sentiu o pulso apressar'se. ue fatalidade0 dissea si mesma. - primeiro homem !ue a fa$ia despertar desde !ue rompera o noivado ia casar'se.

 F Eu me referia aos fatos F acrescentou !uando o sil;ncio começou a tornar'se pesado.

Ele piscou.

 F 1einG -h0 sim. F Mudando de assunto e de disposição0 ele disse: F ,reciso de umminuto para pensar0 de prefer;ncia em um lugar seco. ,osso ficar a!ui mais um poucoG

 F (laro F assentiu Emily F0 o !uanto !uiser.

>m sorriso foi o agradecimento. Então0 David esfregou o !ueiHo e virou as costas para ela0olhando a chuva lá fora.

,or sua ve$0 Emily permaneceu im%vel0 admirando os ombros largos... e de s#bito percebeu!ue estava imaginando como ele seria sem roupa. 5i!ue longe desse homem0 Emily0 e faça a coisacerta

(omo se nada fosse0 ela comentou.

 F >m casamento0 heinG ,arece romUntico.

" primeira resposta dele foi uma risada. Depois0 sem voltar'se0 ele comentou:

 F =omUnticoG 6ão nestas circunstUncias.

 F K0 acho !ue não... F Emily teve uma brilhante id7ia. F Se !uiser0 posso telefonar paraalguns canis das redonde$as e ver se algum deles tem vaga.

David voltou'se para ela0 o rosto iluminado por um sorriso !ue !uase a fe$ cair de &oelhos.Ele abriu a boca0 sem d#vida para eHpressar sua gratidão0 mas =odney impediu'o com um assobio.

 F (urrupaco'paco... ue idiota

Emily sentiu o sangue fugir'lhe do rosto.

 F =odney se referiu a mim0 tenho certe$a. 6ão a voc;. Depois de tudo sou !uem... !uemfa$... e... -h0 es!ueça 8ou telefonar.

Ele riu.

 F -brigado. 8oc; 7 mais do !ue gentil.

 F Sou0 mesmoG

Ela dirigiu'se para o canto em !ue ficava a mesa de sua assistente e recepcionista. uando passou por =odney deu'lhe um olhar !ue o fe$ ir para a ponta mais distante do poleiro0 avisando:

 F (urrupaco'paco (uidado0 estou armado

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Emily fechou os olhos. 4usto ela tivera !ue herdar a!uele papagaio0 o #nico no mundo com< igual a deu um garoto danado de de$ anos.

-brigada0 vovP0 pensou. S% voc; arran&aria um &eito de ocupar esse corpo emplumado paraficar de olho em mim

Sentou'se O mesa e abriu uma agenda de telefones. Ergueu os olhos.

 F ,reciso de algumas... -h 8oc; me assustou.

Ele estava em p7 do outro lado da mesa0 sobre a !ual colocara o porta'cão.

 F ,recisa de algumas0 o !u;G F prontificou'se.

 F <nformaçIes. Sobre o cachorro. Se tivermos sorte e encontrarmos um canil onde hospedá'lo terei !ue dar informaçIes.

 F <nformaçIesG uaisG

 F 6ada de muito dif9cil F sorriu Emily. F " idade dele0 por eHemplo.

 F <dadeG F David sacudiu os ombros. F 6ão tenho certe$a0 eu... F -h0 está bem F assegurou Emily. F Eles apenas precisam saber se 7 um filhotinho ou

um cão velho. F -lhou dentro da caiHa de transporte. F 6ão0 ele não 7 nenhum dos dois. om. E!uanto ao seHoG

- olhar de David tornou'se va$io.

 F (omo 7G

Emily teve vontade de sumir.

 F - seHo dele. uero di$er0 o seu cão 7 machoG 2inhagemG

" eHpressão de David ficou ainda mais confusa.

 F 2inhagemG 6ão sei0 não o eHaminei e... -h0 espere. 8oc; está !uerendo saber a raça delee não se pode procriar0 não 7G Desculpe'me... 6ão sei. F 5oi a ve$ dele de olhar dentro da caiHa. F 8ira'lata0 acho.

 F 8ira'lata F repetiu ela como se essa fosse a palavra chave !ue abria a porta de outrouniverso. F em. ual a hist%ria das vacinaçIes dele0 seus hábitos alimentares e a sa#de em geralGual 7 o n#mero de registro deleG

 F 6ão sei nada disso... 6#mero de registroG

 F Sim. Esse cão tem licença da ,refeituraG 6ão o receberão em nenhum canil se ele nãofor...

 F K registrado0 sim F garantiu David. F 3enho certe$a !ue 7.

Mas ele não sabia o registro0 como não sabia as respostas de nenhuma das perguntas. >macoisa era clara. "!uele homem nada sabia sobre o cachorro. E para provar isso0 estava de novoolhando dentro da caiHa para ver se havia algum n#mero na coleira.

Sininhos de alerta soaram na cabeça de Emily !uando o viu consultar o rel%gio. - !ueestava acontecendoG 5icara tão impressionada pela presença da!uele homem !ue deiHara passar algo importanteG "lgo perigoso ou mesmo ilegalG

>m certo medo surgiu. - melhor seria descobrir logo um canil com vaga e mandar o homem para lá. ue lhe dera na cabeça de deiHá'lo entrar fora de hora0 estando so$inhaG uantas ve$es

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avisara Raren0 sua assistente0 para &amais fa$er issoG "final de contas0 boa apar;ncia e roupaselegantes não eram garantia de boa conduta e honestidade.

 F "lgo erradoG F David fran$iu as sobrancelhas. F "gradeceria sua a&uda e estou com pressa. Se não !uer...

 F -h0 !uero0 sim F Emily sorriu. F 8ou telefonar.

 F -brigado.

Ele era bem'educado e discreto. " situação estava se tornando cada ve$ mais curiosa. Emilytinha vontade de perguntar'lhe de !uem era o cachorro0 mas em ve$ disse:

 F ,elo menos0 sabe o nome deleG F Ela riu0 como se fosse uma brincadeira. F uerodi$er0 voc; não o roubou nem nada assim0 nãoG

-s olhos cin$entos abriram'se mais.

 F 6ão0 claro !ue não. od$illa.

>m momento de indecisão passou at7 !ue ela perguntou:

 F - !u;G

Ele assentiu0 orgulhoso de si mesmo.

 F - cachorro... od$illa 7 o nome dele.

 F od$illa0 o dinossauro monstro do filme &apon;sG F Ela inclinou'se sobre a mesa0 olhou para dentro da caiHa0 depois encarou David. F Este cachorrinho se chama od$illaG

 F EHatamente.

 F ,or !u;G

 F EHperimente tirá'lo da caiHa.

Ela sentiu como !ue um desafio na vo$ dele e fitou'o demoradamente. Ele falara s7rio.-lhou de novo o porta'cão. 6a!uele momento o homem0 fosse !ual fosse seu nome0 ergueu amanga e olhou de novo o rel%gio. "90 voltou a atenção para ela enviando'lhe um olhar vamos'andar'logo'com'isso. uando foi puHar o telefone para si ela relanceou os olhos pelo aparelho de faH e leuLSe!uestradores de (ãesL. Raren lhe dissera !ue a policia enviara a!uele faH para os canis avisando!ue havia homens agindo de maneira suspeita. " assistente lhe dissera !ue amados cachorrinhosestavam sendo se!uestrados e levados para canis onde ficavam at7 !ue o LresgateL fosse pago.Então0 os cães eram retirados do canil e... 6ão

Sim. E o pior 7 !ue um deles estava ali0 na sua cl9nica. Suando0 Emily olhoudisfarçadamente para ele0 !ue passava um dedo pela porta gradeada e falava em vo$ baiHa com ocachorrinho0 !ue ganiu. De medo0 sem d#vida. Ela precisava salvar od$illa. ue nome maisest#pido Devia ter desconfiado logo !ue era inventado.

Muito bem0 nada de provocá'lo. (uidado0 Emily. 6ão poderá a&udar o cão$inho se estiver morta. 6ão faça nada !ue desperte a suspeita de !ue desconfia dele.

-lhou para o telefone. 3inha !ue chamar a pol9cia. Mas ele não permitiria !ue elacompletasse o telefonema a menos !ue não estivesse ali en!uanto telefonava. Sim0 ele não deveriaestar ali0 mas o cão sim.

rande id7ia0 Emily. (omo separá'lo do cãoG

(laro Era isso

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 F Sabe de uma coisaG F disse0 toda alegre. F "cabo de lembrar !ue posso ficar com o seucachorrinho.

 F (urrupaco'paco 2á vamos n%s

 F =odney F ela gritou com o papagaio. F Mais uma palavra e eu o devolvo para a"ma$Pnia

Esperou. =odney esticou o pescoço na direção dela0 como num desafio0 mas0 afinal0escondeu a cabeça sob uma asa. S% então ela se voltou para o estranho.

 F (omo eu disse0 posso ficar com seu cachorro.

- sorriso brilhante voltou ao rosto moreno.

 F <sso 7 %timo. -brigado. F Então0 ele ficou s7rio. F Mas pensei !ue seu canil estivesselotado. 1ouve alguma mudança !ue não percebiG

>m rubor de culpa cobriu o rosto de Emily.

 F Sim0 algo mudou0 mas não se preocupe com isso. F Ela pegou um formulário0 uma

caneta e deu'os ao estranho. F 3ome0 preencha este formulário e depois poderá ir. (uidarei detudo.

(ora&osa0 pegou a caiHa de cima da mesa0 di$endo:

 F En!uanto preenche o formulário vou levar od$illa lá para dentro e...

 F 6ão. 6ão faça isso

"larmado0 o homem largou a caneta e segurou as mãos dela.

 F Está bem0 então não levo.

Emily lutou para acalmar seu coração aos saltos e firmar os &oelhos !ue tinham ficadomoles. "s mãos dela0 escondidas pelas dele0 do9am pela força com !ue as apertava. Engolindo secoe no mesmo tom !ue usava para falar com bravos e enormes cães0 ela garantiu:

 F "penas !uero acomodá'lo num local grande0 onde se possa v;'lo. Ele ficará bem0 sem problemas.

-s olhos deles se encontraram e as mãos do homem relaHaram. Emily0 então0 respirou fundovárias ve$es0 mas não se meHeu at7 !ue ele falou.

 F Eu não !uis assustá'la. K !ue od$illa morde. Ele não 7 um cão bon$inho.

 F 6enhum cão 7 bon$inho !uando está assustado F respondeu ela0 sem pensar.

- suposto se!uestrador entortou a cabeça0 como =odney0 e encarou'a. Emily sorriu0conciliadora. Mas impedida de fa$er !ual!uer coisa antes !ue ele a soltasse0 assegurou:

 F ,rometo !ue terei muito cuidado com od$illa. Sou uma profissional0 sabeG F -lhou o pr%prio rel%gio. F 6ão está ficando tardeG uero di$er0 para o seu vooG

5uncionou.

 F 3em ra$ão. F Ele soltou'a e tornou a pegar a caneta. F 8ou terminar isto. 2eve'o lá parao canil0 mas0 falando s7rio0 tome cuidado... Este cachorrinho 7 danado

 F ,ode deiHar.

Emily encostou a caiHa ao peito0 segurou'a como !uem segura um beb; e foi andando decostas para a porta !ue dava para os canis.

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 F 6ão se preocupe com nada F disse ao homem. F od$illa vai ficar muito bem. 8olto &á0 preencha o formulário.

Sua vo$ falhou !uando a maçaneta pressionou seu rim. Segurou'a com uma das mãos0 abriua porta0 recuou por ela e viu'se a s%s com od$illa na área dos canis. "ssim !ue a viram oscachorros iniciaram uma feli$ cacofonia de latidos. <gnorou'os0 uma ve$ !ue estava tremendo esuando. ateu a porta e apertou o botão na maçaneta !ue a trancava. S% então prestou atenção emseus h%spedes. (onseguira. Estava salva. "gora0 era s% chamar a pol9cia.

<mposs9vel. - telefone está na mesa de Raren. " assistente sempre lhe di$ia !ue precisavamde uma eHtensão... 3udo bem. 8amos ver o cão$inho0 agora. Ele pode ter sido machucado...

om plano. Emily encaminhou'se para a sala de cirurgia0 entrou e fechou a porta atrás de si.,Ps o porta'cão na mesa cir#rgica. <nclinou'se e0 ignorando as pancadas do pr%prio coraçãoassustado0 colocou um dedo sobre os lábios e murmurou para o cão$inho:

 F Está tudo bem0 od$illa... ou se&a lá !ual for seu nome. 8oc; vai ficar bem. S% tem !ueconfiar em mim.

(om isso0 ela abriu a porta gradeada da caiHa. - cachorrinho saiu0 tremendo. >ma raivasurda tomou conta de Emily contra a pessoa !ue redu$ira o bichinho O!uele estado. (uidadosa0 pegou no colo o cachorrinho marrom0 peludo0 com no máHimo !uatro !uilos. "o redor de seu pescoço havia uma coleira de couro macio0 a$ul0 com pedras coloridas. 6ada de registro0 nome ouendereço. Sem d#vida o criminoso removera a identificação.

 F -lhe s% para voc;

Emily afagou o cão$inho0 es!uecida de !ue precisava agir. " criaturinha em seus braços precisava confiar nela antes !ue a eHaminasse.

 F ue menino bon$inho voc; 7. K0 sim 8oc; não morde0 mordeG 6ão0 7 um bom menino F (om &eito0 virou'o de pernas para o ar em seu colo. F Ei od$illa0 voc; 7 uma menina

<sso provava !ue era um cão se!uestrado. - homem não sabia o seHo dele. Emily endireitouo bichinho nos braços0 coçou entre as orelhas pontudas en!uanto pensava no !ue fa$er e sentiu ummovimento &unto O mão. Seu coração saltou.

 F -h0 não me diga...

(olocou a cachorrinha sobre a mesa de operaçIes e apalpou'lhe a barriguinha inchada. Seumedo confirmou'se. "baiHando'se para ficar com os olhos ao n9vel dos olhos do animal$inho0 elacru$ou os braços sobre a mesa cir#rgica0 suspirou0 deiHou !ue a linguinha rosada lhe lambesse onari$ e disse:

 F ,rovavelmente isto não 7 surpresa para voc;0 od$illa... Meus parab7ns 8oc; vai ser mãe.

CAPÍTULO III

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"gora se tratava de mais vidas a salvar. " de Smily. " de od$illa e de seus filhotes. E todasessas vidas estavam nas mãos de Emily reconheceu ela0 apertando a futura mãe$inha nos braços.

5itando'a0 alisando o pelo longo e macio0 murmurou:

 F 6o !ue voc; se meteu0 pe!ueninaG

(omo !ue respondendo od$illa deu um latido curto e baiHo0 !ue a despertou do sonho.

 F 3em ra$ão0 não posso es!uecer do criminoso. F -lhou ao redor e ergueu a cachorrinha Oaltura dos olhos. F "cho !ue voc; ficará a salvo a!ui en!uanto eu lido com ele. F (alou'seconsiderando a coragem impl9cita em suas palavras. F 8oc; me ouviu s%G - !ue eu penso !ue souG" Mulher MaravilhaG 3udo bem0 vamos lá.

>sando um tom doce e palavras sem sentido para acalmar o animal$inho0 Emily recolocou'ana caiHa.

 F 8ou deiHá'la na área de canil0 assim voc; terá a companhia dos outros cães. F 5echou a

 portinha. F 6ão tenha medo. 8ai ver !ue eles são %timos !uando os conhecer.,egou o porta'cão e foi para a área dos canis. Mais uma ve$ os cães a saudaram e Emily pPs

um dedo nos lábios para !ue se calassem. (laro !ue não adiantou nada. (olocou a caiHa perto da primeira fileira de canis0 onde um velho schnau$er enfiou o focinho entre as grades e abanou o rabo.Emily coçou a cabeça dele e disse para od$illa:

 F Este 7 o sr. Edgar. Ele tem !uase cem anos... na contagem canina. -uça os conselhos delee estará sempre certa. "gora0 dese&e'me boa sorte.

od$illa fitou'a e começou a ganir.

 F 6ão chore 8oc; vai ficar bem e volto logo0 prometo. F =espirou fundo e endireitou os

ombros. F em0 lá vou eu.3orceu a maçaneta da porta e pensou !ue ao abri'la se eHporia ao perigo. 6o entanto0

lembrou'se de od$illa e criou coragem. "briu a porta e caminhou como se nada fosse.

 F em0 ela... ele &á está acomodado. "gora tudo !ue...

Emily calou'se. " sala de espera estava va$ia. - homem havia ido embora deiHando a portaaberta para a noite e para a chuva. 5icou confusa e =odney esclareceu a situação:

 F (urrupaco'paco - covarde deu o fora

 F Ele deu o foraG F repetiu Emily0 bobamente. F Está falando s7rioG

 F (urrupaco'paco 8oc; estáG

Ela ignorou o papagaio0 aproHimou'se da porta e olhou para fora0 re$ando para não estar seenfiando numa armadilha. "rrepiou'se ao pensar nisso. Mas lembrou a si mesma !ue o homemestava com pressa e !ue lhe dissera !ue depois de preencher o formulário poderia ir embora. Ele atomara ao p7 da letra. K0 fa$ia sentido. - covarde tinha dado o fora.

 6a!uele momento sua atenção foi chamada por pneus cantando no cimento e viu um carroesporte branco saindo O toda do estacionamento. "terrori$ada0 recuou e fechou a porta. Ele roubouum carro

- luHuoso carro esporte confirmava a atividade criminosa do homem. Emily foi at7 a mesa e

 pegou o formulário. 1avia muitos espaços em branco0 mas embaiHo estavam o nome dele0 DavidSullivan0 e o n#mero da placa de seu carro. " placa e o nome deviam ser tão falsos !uanto o nome

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da cachorrinha.

3inha !ue chamar a pol9cia.

(olocou o formulário embaiHo do braço0 foi O mesa de Raren0 pegou o telefone e discou para a pol9cia. Depois de dois to!ues atenderam. (om a respiração alterada pelo medo0 Emilycomeçou a gague&ar e a vo$ firme da mulher do outro lado da linha acalmou'a e perguntou !ue tipo

de emerg;ncia era. F Se!uestro de cachorro e ele fugiu.... uemG - cachorro0 não0 o se!uestrador... - !u;G

"h Sou a dra. Emily Wright0 da (l9nica Escolha (erta e 1otel de (ães.... 6ão0 com W. -se!uestrador de cães acaba de sair da!ui.... Sim. - cachorro ficou0 mas o se!uestrador foi embora.

En!uanto falava0 Emily olhava para fora atrav7s da vidraça batida pelos pingos de chuva.,egou o formulário e leu o nome de novo. David Sullivan.

 F - !u;G... Sim0 ele disse algo sobre casamento e !ue ia via&ar de avião0 mas acho !ue 7tudo mentira.... Sim0 7 um criminoso0 mas deiHou seu nome e a chapa do carro.... David Sullivan....ranco.... Esporte0 não sei a marca0 mas tenho o n#mero da chapa.

Ela leu o n#mero para a atendente e a pergunta seguinte a fe$ apertar mais o telefone.

 F " apar;ncia deleG 1um... onito0 alto0 cabelos negros e olhos cin$as.... 8estia uma capacara. K inteligente0 bem'educado. 3em ombros muito largos. Sabe0 um belo eHemplar masculino.

Muito bonito 8oc; está entoando louvores a um criminoso

" atendente riu e disse a Emily !ue esperasseT ela ia enviar dois policiais uniformi$ados parafalar com ela e fa$er a ocorr;ncia. <a tamb7m alertar o aeroporto para !ue detivessem o passageiroDavid Sullivan. Seria fácil com a descrição !ue ela dera. "visou'a !ue não tocasse em nada !ue ohomem houvesse tocado.

 F -h0 sim.Emily fe$ uma careta colocando o formulário sobre a mesa. rande - formulário e a caiHa

de transporte. 4á peguei em tudo !ue ele pegou.

3ornou a responder O atendente:

 F Sim. "s portas estão fechadas.... Sim0 vou ficar esperando a!ui0 com o cachorro. Está bem.... ,or favor0 !ue se&a depressa0 pois estou so$inha e ele pode voltar.

 F (urrupaco'paco Su&ou -s tiras F ,apagaio esperto F elogiou o enorme policial ao parar diante de Emily.

Ela dirigiu um olhar furioso para =odney0 !ue recuou no poleiro0 e passou a responder as perguntas. 6ão0 o se!uestrador de cães não havia voltado. 3udo acontecera duas horas atrás0 temposuficiente para ela alimentar os h%spedes0 dar rem7dios aos !ue precisavam e garantir uma noitetran!uila dando a cada um deles a peça preferida: um brin!uedo ou um pedaço de cobertor.

De fato0 para sorte dela o se!uestrador não havia voltado so$inho0 mas sim com os policiais!ue tinham na viatura um David Sullivan !ue correspondia O descrição dela. "inda não lhe haviamdado vo$ de prisão0 uma ve$ !ue ele cooperara e os acompanhara at7 ali por vontade pr%pria. 6o

momento em !ue ela o identificasse como o se!uestrador de cães eles o prenderiam. F <dentificá'loG F Emily sacudiu a cabeça. F 6ão. 6ão !uero v;'lo.

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 F (ompreendo F o maior dos dois policiais assentiu F0 mas se não o identificar não podemos prend;'lo.

- !ue ele não disse0 mas Emily sabia0 era !ue o homem poderia voltar a visitá'la... ueescolha tinhaG

 F Está bem0 creio !ue 7 meu dever c9vico. ,odem tra$;'lo0 mas não vou devolver od$illa

a ele. F od$illaG F perguntou o mais baiHo dos policiais0 !ue fa$ia o relat%rio da ocorr;ncia.

 F Sim F Emily reforçou com a cabeça0 enfiando mais fundo as mãos nos bolsos doavental. F " cachorrinha. od$illa. Ele não vai levá'la embora0 vaiG

 F od$illa 7 f;meaG F perguntou o policial menor ao maior.

 F Sempre pensei !ue fosse macho.

 F ,ois 7 F concordou o maior F0 eu tamb7m. (oisas de 1ollyJood. F 8oltou'se paraEmily. F 6ão0 senhora. " cachorrinha vai conosco. Evid;ncia. 8amos levá'la para a Delegacia e...

 F 6ão F Emily imaginava o medo do bichinho. F Ela vai ter filhotes. F (ru$ou osdedos pela pe!uena mentira !ue ia di$er. F E o parto vai ser logo. 3alve$ at7 aconteça na viatura.Seria uma boa encrenca0 nãoG

-s dois tiras trocaram olhares e os dois falaram ao mesmo tempo:

 F 5ilhotesG

 F <sso. od$illa está prestes a dar a lu$ e não me importo de ficar com ela at7 !ue se&amencontrados seus donos. Se 7 !ue vão encontrá'los... pois vai ser dif9cil sem o n#mero de registro.

(omo os policiais não pareciam convencidos0 Emily acrescentou:

 F Sou veterinária.-s dois trocaram olhares de novo0 então o maior disse ao menor:

 F Ela tem ra$ão. (omuni!ue'se com a chefatura e ve&a se podemos deiHar o cão a!ui0en!uanto isso vou buscar o mel.

- policial grandão saiu e o mais baiHo pediu para usar o telefone. Emily indicou o aparelhoe perguntou:

 F Ele foi buscar o melG - !ue 7 LmelLG

- homem0 en!uanto discava0 respondeu:

 F K a redução de LmelianteL. Sabe0 infrator0 criminoso. Ele está furioso0 apesar de ter colaborado. "firma !ue o cachorro 7 dele0 !ue perdeu um avião e disse algo sobre casamento.Espero !ue a senhora tenha ra$ão... por!ue ele pode processá'la.

 F ,rocessar'meG F assustou'se Emily. F ,or !u;G

 F ,or coisas como humilhação p#blica0 difamação de caráter... - seu se!uestrador não estánada contente.

Meu se!uestradorG Emily engoliu com dificuldade e trocou um olhar com =odney !uesacudiu as asas e berrou:

 F (urrupaco'paco 8oc; está fritaEn!uanto era retirado da viatura pelo policial grandalhão e obrigado sob a mira de um

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rev%lver a entrar na (l9nica Escolha (erta0 David considerou o nome do canil. Escolha certaG "hSe!uestrador de cãesG uem podia imaginar issoG ue loucura

Mas pelo &eito parecia loucura apenas para ele. "li estava0 depois de ouvir seus direitos0algemado e tudo0 como um criminoso !ual!uer. "!ueles policiais acreditavam !ue ele era umcriminoso.

" cena se repetia: um desesperado e ensopado David encontrava'se diante da lind9ssima dra.Emily Wright. S% !ue desta ve$ ouviu'a di$er aos policiais:

 F Sim. K ele0 mesmo. Este 7 o homem.

" paci;ncia de David se esgotou.

 F - !ue !uer di$er com Leste 7 o homemLG

Ela ergueu os ombros.

 F - !ue disse. 8oc; 7 o homem !ue trouHe a!uele bichinho assustado e choroso para cá.

 F - !u;G F gritou David. F "ssustado0 chorosoG "!uele cão 7 assassino

- tira O direita dele segurou'o pelo braço e avisou:

 F Está bem0 chega. 6ão grite com a moça.

David encarou o policial.

 F 6ão gritar0 comoG Ela me acusa de ter roubado o cão de algu7m0 chama a pol9cia0 me fa$ser preso0 perder o voo para casa... e não posso gritar com elaG

- homem da lei manteve'se irredut9vel.

 F K isso a9. "gora0 se todo mundo se acalmar0 talve$ possamos esclarecer os fatos.

David voltou'se para Emily.

 F Dra. Wright0 por favor0 pode me di$er o !ue eu fi$ ou disse !ue a levou a acreditar !ueando por a9 se!uestrando cães e pedindo resgate aos donosG Eu nem mesmo !uero o cachorro !uetrouHe para cá

- sil;ncio acusador e a eHpressão solene !ue se seguiram Os palavras dele o fi$eram corar.

 F - !ue eu !uis di$er 7 !ue me deram este cachorrinho. Em circunstUncias legais. Eu não o pedi a ningu7m e nem o comprei. "credite'me0 sou a v9tima nisto tudo e não o cão.

,elo &eito ela não via.

 F (hamei a pol9cia0 sr. Sullivan0 ou se&a !ual for seu nome0 por!ue... F - !u;G Este 7 o meu nome. - !ue a fa$ pensar !ue nãoG F David olhou para o policial

mais pr%Himo. F Diga meu nome a ela. Eu lhe mostrei minha carteira de motorista. Diga a ela.

- policial assentiu.

 F Sim0 a carteira de motorista di$ David Sullivan0 mas pode ter sido roubada ou ser falsa.

 F 8iuG F confirmou David. Então0 percebeu o !ue o policial dissera. F 6ão0 não 7 falsa enem roubada. K verdadeira. Eu sou David Sullivan0 contador0 tenho empresa pr%pria e pago meusimpostos... -lhem0 sei como esclarecer esta confusão. 3elefonem para o sr. 3renton0 em 3ysons(orner. K o advogado !ue me deu o cachorrinho. 3enho certe$a !ue ele ficará feli$ em di$er'lhes!ue o cachorro 7 meu e !ue me foi deiHado em herança pela sra. "m7lia Stanfield.

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- policial mais baiHo !ue escrevia tudo parou e olhou para David.

 F - !ue a sra. "m7lia Stanfield 7... era do senhorG

,ercebendo !ue estava num beco sem sa9da David confessou:

 F 6ada. Eu nunca a vi.

- pol9cia grandão sacudiu a cabeça. F Sei... Então0 por !ue ela lhe deiHou o cachorroG

David nem piscou.

 F ,ode crer0 eu não tenho a menor id7ia.

 F Sei... (omo 7 o nome do advogadoG 3ysonG

 F 6ão. 3renton. Ele mora em 3ysons (orner.

 F Sei... 3em certe$a !ue se eu telefonar0 3renton vai esclarecer tudoG

David começou a detestar a ironia do policial. F Sim0 tenho. F Então0 lembrou'se. F Se conseguir encontrá'lo. Esta tarde ele disse !ue ia

tirar um m;s de f7rias para descansar.

"s sobrancelhas do policial ergueram'se.

 F (onveniente. Ele disse para onde iaG

 F 6ão0 claro !ue não. Seria fácil demais0 não achaG E a minha fam9liaG Eles vão falar por mim. Minha secretária... ,osso ligar para eles...

 F Sua fam9lia 7 da!uiG ,odemos falar com eles pessoalmenteG F indagou o policial !ue

 preparava o relat%rio0 parecendo !uerer desculpar'se. F 6ão !ue não acreditamos no senhor...- estPmago de David deu um n%.

 F (laro... 6ão0 uma parte da minha fam9lia mora no (olorado e outra em 2ondres. Emalgum lugar do caminho entre -hio e Denver. Mas minha secretária...

- !u;G0 interferiu o lado sens9vel dele. Envolver a sra. 1opemore nesta situação rid9culaGEla nunca mais o deiHará sair de sua vista David sabia !ue assim era0 como sabia !ue não tinhasa9da.

 F Es!ueçam... F murmurou0 desanimado. Estavam num impasse.

 F 3enho uma boa id7ia.Era a adorável veterinária !ue falara.

 F Vtimo... F resmungou David. F Mais uma das suas boas id7ias0 dra. Wright0 e vou parao (orredor da Morte.

- rosto de Emily escureceu0 fora atingida pelas palavras de David e sentia'se mal0 principalmente com a!ueles dois enormes policiais olhando para ela. Mas o grandalhão interferiu0encora&ador.

 F Eu !uero ouvir sua id7ia0 doutora0 se puder a&udar para esclarecer isto.

Ela deu'lhe um tr;mulo sorriso e pareceu tão frágil !ue David !uis poupá'la0 mesmo O custada pr%pria vida. <sso por!ue0 dissesse o !ue dissesse0 ela lhe parecia um an&o.

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 F -brigada. F " dra. Wright voltou os enormes olhos a$uis para David. F 2embrei'me deum velho filme... acho !ue era da 2assie... em !ue um &ui$ pediu !ue levassem o cachorro para acorte &unto com os dois meninos !ue se di$iam donos dele e...

 F 2assie era machoG F perguntou o policial menor.

 F Eu acho !ue era f;mea F opinou seu parceiro.

 F E isso importaG F irritou'se David.

David respirou fundo para esconder a frustração e ia eHplodir0 mas a veterinária salvou'o.

 F Está bem0 então ela correu para o verdadeiro dono !uando ele a chamou. K isso.

 F K issoG F 6ão vendo boa id7ia nenhuma0 David perguntou: F - !ue voc; !uer di$er0eHatamenteG

 F ue podemos tra$er od$illa a!ui e ver o !ue acontece0 como com 2assie.

5e$'se profundo sil;ncio e o horror foi crescendo no 9ntimo de David0 O medida !ue notava!ue a id7ia estava agradando aos policiais. (omo a!uela adorável mulher se mostrava tão calma

!uando estava prestes a destruir a vida deleG

 F 6ão

" negativa de David chamou a atenção. Sabia o !ue parecia0 pois um inocente concordariacom a id7ia. Mas eles não conheciam od$illa como ele conhecia. Era s% o !ue faltava ficar todomordido al7m de preso

 F 6ão F disse de novo0 tentando ignorar os olhares acusadores. F Este cão 7 imprevis9vel.ual!uer coisa pode acontecer e vai acontecer.

 F Mas gosto da id7ia F afirmou o policial grandalhão. F 8á buscar o cachorro em

!uestão0 doutora. F Se o cachorro o reconhecer e agir amigavelmente com o senhor0 estará livre e poderá ir 

embora com ele.

David afundou as mãos nos bolsos da capa.

 F 3er meu caráter &ulgado por um cachorro

Sou um homem morto0 disse para si mesmo.

" dra. Wright voltou com od$illa. rande0 pensou David com uma careta. ue adorável5ora da caiHa de transporte0 nos braços da doutora0 aninhado &unto aos seios dela0 o cão$inho

 parecia adorável. -u triunfanteG Será !ue o brilho nos olhos dele !ueria di$er algo bom para DavidG 6ão na!uela noite em !ue tudo estava dando errado. "ssim mesmo ele afivelou um sorriso no rosto0estendeu a mão para o animal$inho e disse:

 F Ei0 a9 está voc;0 companheiro... 8enha... com o papai... F Sentiu'se idiota di$endo isso. F 8enha0 od$illa0 por favor.

- animal$inho !uase saltou do colo da veterinária para morder a mão de David. emseguro0 ficou rosnando e mostrando os pe!uenos dentes muito brancos e afiados !ue tinhamdeiHado as mãos de 3renton em petição de mis7ria.

 F ,uHa F eHclamou o policial grandalhão. F Ele o odeia.

 F 8oc; achaG F conseguiu perguntar David com um sorriso amarelo. F Ela F corrigiu Emily.

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David e os tiras fitaram'na0 perguntando em coro:

 F - !u;G

- olhar da dra. Wright foi de um para outro.

 F - cachorro. Ele 7 ela0 lembram'seG

David foi !uem se surpreendeu. F K0 mesmoG

Emily assentiu0 seus olhos relutando em encontrar os dele.

 F Sim e vai ser mãe.

 F K0 mesmoG F David ouviu'se perguntando idiotamente.

 F Sim. E logo. ,or isso od$illa vai ficar comigo por en!uanto. F -lhou para os policiais. F (ertoG

 F Errado F respondeu David antes do tira. F - cachorro 7 meu e ele... ela... vai ficar ondeeu !uiser.

Ele não podia acreditar !ue tinha dito isso0 !uando uma hora atrás não !ueria nem saber doanimal$inho.

 F 3emo !ue o senhor não tenha direito de determinar isso F disse o outro policial. F 4áverificamos !ue o bichinho não o reconheceu0 então a doutora a!ui vai ficar com ele at7 estasituação ser esclarecida.

" boa doutora assentiu0 sorridente. David abriu a boca para protestar0 mas o policial maisalto falou antes:

 F E mais: o senhor não vai para lugar nenhum.David sentiu'se es!uentar e gelar em seguida.

 F Está me prendendoG

- grandalhão sacudiu os ombros.

 F em !ue poderia0 mas ainda não sei o !ue vai acontecer. 5alei com a chefatura e osargento disse !ue eu o deiHe solto sob sua pr%pria responsabilidade e o avise de !ue será chamado

 para depor. E0 claro0 tem !ue ficar longe da doutora e da cachorrinha. 6ão deve tentar entrar emcontato com elas0 entendeuG

David não podia acreditar na!uilo. 6ão podia se aproHimar da dama dos olhos a$uis e docão... !uer di$er0 da sua cachorrinha.

 F Entendi. Mas...

 F 6ão há LmasL0 senhor. E não pode sair da cidade at7 !ue...

 F Eu sei. "t7 esta situação este&a esclarecida.

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CAPÍTULO I

<ncr9vel ele ter dito0 na noite anterior0 !ue fora um pra$er conhec;'la. 6o entanto0 dissera por!ue nessa brilhante manhã de sábado ela ainda o escutava di$endo isso. Mas na certa ele nãodevia !uerer tornar a v;'la0 depois do !ue ocorrera.

ue a$ar0 Emy0 comentou consigo mesma. - primeiro homem atraente !ue voc; encontradepois de meses0 desde !ue rompeu com 4eff0 e o fa$ ser preso. E se admira por ainda estar solteiraG

Emily pPs na mesa a &arra da cafeteira0 olhou distraidamente pela &anela da co$inha0 acimada pia. "fastando os problemas !ue tinha com homens tratou de pensar em vestir'se e ir a&udar Raren a limpar os canis. - !ue...

" mão de Emily0 com a caneca de caf7 parou a meio caminho da boca. 6ão acreditava no

!ue via. 6a entrada para a garagem seu carro estava inclinado num Ungulo estranho. rande >m pneu furado. Seus olhos arregalaram'se0 consternados: não era sua correspond;ncia !ue estavaespalhada pelo &ardimG

2argou a caneca sobre o balcão ladrilhado.

 F - !ue anda acontecendo por a!uiG F perguntou0 mesmo sabendo !ue estava so$inha emcasa.

So$inha em casa. "s palavras ecoaram em sua mente e gelou na posição em !ue seencontrava0 meio inclinada sobre o balcão0 as mãos na beirada. -ra vamos0 Emily (laro !ue s%voc; está a!ui.

5ácil de falar0 mas convença disso o arrepio !ue lhe percorria a espinha en!uanto ela olhavacada canto do aposento tentando descobrir criminosos O espreita.

 F -h0 pare com isso F repreendeu'se0 recuando e abraçando a si mesma. F ue bobagem F acrescentou observando sua tão conhecida co$inha.

Mas talve$ não fosse bobagem0 acabou admitindo. ,rincipalmente se &untasse o pneu furadocom a correspond;ncia e com dois to!ues de telefone !ue a haviam acordado. uem tinha ligadodesligara ao ouvir sua vo$.

=ecusando'se a acreditar em algo diab%lico0 disse a si mesma !ue estava se preocupando Otoa. Mas por !u;G E !uem teria motivos para fa$er issoG

De repente ela viu. (om o olho da mente. >m rosto bem feito0 com olhos cin$entos0 !ueiHoforte e boca generosa. Emily !uis morrer. 6ão podia ser. David Sullivan0 não. 6ão com a!uelesombros largos. Ele era bonito demais para ser mau. Sim0 num mundo perfeito0 talve$. om0 talve$tamb7m num mundo como este0 concedeu. (erto0 enganara'se a respeito dele. Esse homem &amaisse!uestraria um cão0 nem atormentaria meus pensamentos0 pensou0 desgostosa consigo mesma.

=esolveu ir vestir um robe0 depois sair para pegar a correspond;ncia e dar uma olhada no pneu va$io. Mas !uando ia passando pelo telefone0 !ue ficava no hall sobre uma mesinha redonda0antiga0 teve uma id7ia. Deveria ligar para David Sullivan e desculpar'se. "final0 arruinara seu fim'de'semana0 se não sua vida.

4á erguia o telefone !uando lembrou'se de !ue não sabia o n#mero dele. =ecolocou o foneno lugar e olhou para a grossa lista telefPnica. Devia haver mil David Sullivan... Estaria disposta a

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ligar para todos elesG 6ão0 admitiu.

3udo bem0 afinal telefonar para ele talve$ não fosse uma boa id7ia depois da confusão em!ue o metera. E da9 se ele a estava atormentandoG E da9 se ela estava com a ra$ão e ele era culpadoG"final0 !uem conhece o mal !ue há no coração dos homensG

>m arrepio de medo passou pelas costas de Emily.

- som de latidos !uebrou o sil;ncio.

Ela estremeceu e olhou ao redor.

 F od$illa0 sua... sua pestinha 8oc; me assustou.

,elo &eito0 alguma coisa0 pois a gorducha futura'mamãe arreganhava os dentinhos afiados0 pulava e abanava a cauda. "9 começou a correr em pe!uenos0 c9rculos os longos pelos das orelhas pontudas se agitando.

 F Es!ueça F voltou Emily. F 8oc; &á comeu tudo nesta casa0 inclusive um pedaço de umafruta de madeira e o canto do tapetinho do meu !uarto. Simplesmente0 não pode estar com fome.

" cadelinha parou e sentou'se olhando para a veterinária0 como se dissesse Lhumanaest#pidaL0 depois correu at7 a porta da rua e voltou0 saltando e correndo em c9rculos. (ismada0Emily perguntou:

 F - !ue 70 agoraG

(omo !ue respondendo0 a campainha tocou0 sobressaltando Emily !ue olhou para a porta0depois para od$illa.

 F Então0 estava !uerendo me di$er !ue havia algu7m na porta0 não 7G

od$illa fitou'a por instantes0 depois saiu correndo para o fundo da casa0 com o rabo em p7.

 F ue grande cão de guarda voc; 7od$illa voltou correndo0 mas entrou no !uarto de Emily e rosnou por!ue lá estava =odney0

!ue a detestava apaiHonadamente. Diante disso ningu7m precisava di$er a Emily !ue algo !ue lheera precioso e !uerido estava prestes a ser sacrificado no altar da grávida od$illa !ue precisavamastigar alguma coisa.

Sacudindo a cabeça0 Emily foi para a porta0 &ogou para trás os longos cabelos0 ignorou a perigosa presença da cachorra e papagaio do seu !uarto e abriu.

"inda sob a impressão dos pensamentos0 olhou o inesperado visitante de alto a baiHo edecidiu !ue era suspeito.

 F ,ois não0 em !ue posso a&udá'loG

- homen$inho barbudo0 com proeminente pomo'de'"dão0 tinha um bon7 bem enterrado nacabeça e as mãos nos bolsos da &a!ueta &eans bastante usadaT tra$ia uma maleta !ue parecia devendedor ambulante.

 F 1um... om dia... senhora. Estou vendendo uma eHcelente linha de produtos para cães. "senhora tem cachorroG

Emily olhou o homem com atenção. 8endedores de produtos veterinários &amais iam O casadela. (ostumavam ir O cl9nica e nunca aos sábados. "ntes !ue respondesse0 em algum lugar dentroda casa =odney começou a berrar furiosamente.

 F - senhor me dá licençaG

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Mas na!uele momento od$illa irrompeu pelo hall0 numa corrida doida0 com as orelhasabaiHadas0 em direção da sala de visitas. Mas ao ver o estranho O porta ela freou a corrida0escorregou alguns cent9metros0 parou com as orelhas em p70 o pelo das costas arrepiados e começoua latir.

"ntes !ue Emily pudesse se mover ou falar com od$illa o falso vendedor eHclamou:

 F "9 está voc;0 vira'latas no&entoE entrou no hall empurrando Emily0 !ue !uase caiu. Ela gritou e recuou. 6o segundo

seguinte0 !uando o intruso tentava agarrar a agitada e barulhenta od$illa0 ela reagiu.

 F 6ão F gritou e enfiou'se na confusão.

Mas foi empurrada com viol;ncia e cambaleava !uando um vulto grande passou por ela0fa$endo'a girar. >m vulto grande e masculino !ue lembrava David Sullivan. E 7 David Sullivan0registrou afinal sua mente estupidificada.

Era David Sullivan !ue segurou o ombro do intruso e o fe$ voltar'se. -s dois homenscomeçaram a lutar en!uanto od$illa latia e rosnava mais ainda.

"final0 o homem fugiu e0 passando por Emily0 !ue gritou e saltou para trás0 pegou sua pretensa mala de amostras e correu para a entrada de garagem. 6a rua um carro esporte branco oesperavaT ele esgueirou'se pelo vidro aberto do lado do passageiro e o carro partiu cantando pneus0rompendo o sil;ncio da rua do bairro suburbano.

Em estado de cho!ue0 de p7 O porta0 Emily de repente percebeu !ue não estava s%. 6ão.David Sullivan achava'se a seu lado0 com um braço passado por sua cintura. ,rotetoramenteG 6ãosaberia di$er. Sem saber se devia sentir'se confortada ou com medo0 ela fitou'o. (om a respiraçãoofegante por causa da luta recente ele perguntou:

 F 8oc; está bemG

Emily fe$ !ue sim por!ue havia um n% em sua garganta !ue não a deiHava falar.

 F "cho !ue sim... F balbuciou0 tr;mula.

 F om.

- braço ao redor da cintura esguia apertou mais0 fa$endo seu coração disparar. Então0 ele fe$um gesto na direção do carro !ue sumia na es!uina.

 F ue diabo era a!uiloG 8oc; sabeG

 F 6ão tenho id7ia... F começou Emily0 mas lembrou'se. F Espere a9 K o carro !ue viontem0 na cl9nica0 saindo O toda e...

Ela calou'se. -h0 não -lhou para ele0 fiHamente. David Sullivan estava ali0 &unto dela0en!uanto o carro !ue &ulgara ser dele desaparecia na es!uina. " culpa refletiu'se em rubor no seurosto.

 F Eu pensei !ue fosse o seu carro.

 F - meu carroG ,or !ue pensou issoG

 F ,or!ue ontem O noite0 !uando voltei para o hall voc; havia sumido0 fui O porta0 vi essecarro indo embora e.. F Ela rompeu em lágrimas. F (hamei a pol9cia para prend;'lo. Sinto muito

 F "h0 isso... F Ele bateu desa&eitado no ombro dela. F 3udo bem0 mesmo. F "braçou'a e

desli$ou as mãos pelas costas delicadas0 alisou'lhe os cabelos. F Está tudo certo. 6ão sou umse!uestrador de cães0 nem outro tipo de criminoso. Sou um simples contador e esse a9 7 o meu

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carro0 parado na entrada da garagem da sua casa.

=elutante em deiHar a proteção dos braços dele Emily recuou e enHugou as lágrimas0olhando para onde ele apontava. "trás de seu sedan a$ul estava um carro esporte vermelho0estrangeiro0 de luHo. Emily forçou'se a olhar para David Sullivan. Deus0 ele não poderia ser mais

 bonito

 F 8oc; deve me odiar F disse0 sem graça. F 6ão tanto !uanto voc; pensa ou merece F Ele riu e entrou no hall &ogando a &a!ueta do

homem numa cadeiraF,osso ir at7 o banheiro lavar as mãosG F Ele estendeu as mãos grandes0 dededos longos e palmas !uadradas. F Sinto'me su&o por ter tocado a!uele su&eito.

 F (laro F Emily apontou o lavabo. F "!uela porta no fim do hall0 O direita.

"t7 ele entrar no lavabo Emily ficou admirando o corpo atl7tico0 o &eito elástico de andar. Esuspirou. - mais importante 7 !ue ele era um homem direito. Vbvio. "final0 acabava de salvá'la.Do !ue eHatamente0 não sabia. E od$illa0 salvara a cachorrinha tamb7m. " cachorrinha dele. 6ãohavia d#vida de !ue dissera a verdade. Então0 David Sullivan era o !ue e !uem dissera ser. >m rico

contador dono da cachorrinha.3udo agora fa$ia sentido0 raciocinou Emily andando de um lado para outro. -s indiv9duos

do carro branco haviam tentado se!uestrar od$illa. 3alve$ no dia anterior houvessem seguidoDavid esperando uma chance de se apoderar do animal$inho. Ele o deiHara na cl9nica e talve$ oshomens o tivessem seguido por não ter certe$a disso. 3alve$ houvessem voltado e levado um sustoao v;'la olhando lá fora. 3alve$...

" porta do lavabo abriu'se e ela voltou'se olhando David se aproHimar. Ele era valente0magnUnimo0 desinteressado e maravilhoso. "o v;'la numa encrenca interferira para salvá'la. "!uelese!uestrador poderia estar armado0 o !ue tornava David um generoso her%i.

- !ue mais ele eraG Mas o fato 7 !ue não deveria estar ali0 conforme dissera o policial danoite anterior.

Sem pensar0 Emily perguntou:

 F - !ue veio fa$er a!uiG

David Sullivan parou diante dela.

 F " resposta evidente 7: salvar sua vida.

(onsciente do perigo !ue correra ela levou a mão ao peito.

 F 3em ra$ão. E eu ainda não agradeci. F Ela sorriu para suavi$ar sua falta de modos. F 

em0 muito obrigada por salvar minha vida.5oi então !ue Emily lembrou'se !ue estava apenas de camisola !ue0 apesar de larga s%

chegava at7 o meio da coHa. ,uHou'a o mais !ue pPde para baiHo e continuou:

 F "ntes de salvar a minha vida0 sr. Sullivan...

 F David F interrompeu ele. F ,refiro !ue me chame David e0 sim0 7 meu nomeverdadeiro.

orando diante de mais esse lembrete de suas conclusIes erradas a respeito dele. (oroutamb7m por ele !uerer !ue o chamasse simplesmente David... !ue 9ntimo "ssentiu.

 F Está bem... David.- nome ficava bem nele. >m nome simples0 bonito. em americano. <mpressionada com as

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BD 721.2 – A Mulher Certa (Puppy Love) Cheryl Anne Porter

conflitantes emoçIes em relação a ele0 Emily voltou'se para escapar dos olhos cin$entos.

 F Então... David0 al7m de salvar a minha vida0 o !ue veio fa$er a!uiG F 8irou'se de novoencarando'o e continuou: F (omo a minha clinica fica no mesmo terreno 7 fácil dedu$ir !ue moronesta casa0 mas ontem a!uele policial disse !ue voc; devia ficar longe de mim e da sua cachorrinha.-h0 sinto tanto...

 F Es!ueça isso. E tem ra$ão0 imaginei !ue voc; morava a!ui. uanto O pol9cia0 sei !ue nãodevia estar a!ui... F ele fe$ um gesto desamparado F mas estou. 2evantei'me e como nada tinha afa$er fui trabalhar0 mas não parava de pensar em voc;... !uero di$er0 de me preocupar com voc;0 &á!ue od$illa está a!ui. uero di$er0 não sabia se estava so$inha... ou se 7 casada.

 F 6ão sou F apressou'se a garantir Emily e suas faces arderam. F Sou... so$inha. Soa pat7tico0 nãoG

Ele concordou com a cabeça e continuou a narrativa.

 F Então0 peguei meu carro e vim0 apenas para saber se voc; estava bem. 8oc;s duas. "inda bem !ue eu vim0 nãoG

 F ,ois 7...

5e$'se sil;ncio en!uanto os dois se olhavam.

 F 4amais pensei !ue fosse di$er a algu7m !ue... !ue senti falta de um cachorro. -u !uealgum dia ia ter um.

-utro sil;ncio pesado0 at7 !ue ele o rompeu.

 F "gora 7 a sua ve$.

 F Está bem. " sua cachorrinha...

Então0 seu coração dela disparou mais uma ve$. Es!uecendo'se !ue estava !uase nua e doclima !ue estava se formando entre eles fitou'o alarmada. " eHpressão de pUnico dele indicou'lhe!ue devia ter pensado p mesmo !ue ela.

 F Sua cachorrinha0 David -h0 meu Deus0 onde está od$illaG

David coçou a cabeça.

 F 8ai ver !ue está arrasando 3%!uio Ela deve ter escapado en!uanto a porta ficou aberta.8oc; acha...

 F... !ue os se!uestradores de cães a levaramG F terminou Emily com os &oelhos moles0 asmãos pressionando as faces. F - !ue vai fa$er0 DavidG

 F ,rocurá'la.

Decidido0 atravessou o hall com longos passos.

 F 8ou me vestir para a&udá'lo.

Emily correu para o !uarto e ao passar por David ele segurou'a pelo braço.

 F Se ela não estiver a9 fora0 Emily0 vou sair atrás da!uele carro branco. Se isso acontecer0avise a pol9cia.

 6otando !ue a chamara de Emily e !ue o aperto em seu braço era firme0 ela negou.

 F 6ão. 6ão acho !ue essa se&a uma boa id7ia0 David0 por!ue inocente ou não voc; nãodeveria estar a!ui0 lembra'seG

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- rosto dele escureceu.

 F Droga K verdade...

 F "l7m disso F continuou Emily F0 foi meu pneu !ue eles cortaram0 minhacorrespond;ncia !ue espalharam pelo &ardim. Se algu7m tem !ue ir atrás deles esse algu7m sou eu.

David não a soltou0 ao contrário0 apertou'lhe mais o braço.

 F - !u;G Eles fi$eram isso tudoG Eu vi o pneu murcho e as cartas... F David olhou para a porta0 por cima dela. F Su&eitos desclassificados São um verdadeiro liHo...

S% então notou !ue na raiva apertava demais o braço de Emily e soltou'o como se o tivesse!ueimado.

 F Desculpe'me. Eu não !ueria...

 F 3udo bem.

Sem pensar0 Emily pPs a mão no peito dele e uma esp7cie de eletricidade correu entre osdois. Mesmo assim0 ela não es!ueceu da cachorrinha.

 F 8á na frente e procure od$illa. 8ou telefonar para Raren0 a minha assistente0 para saber se ela está bem e se a cachorrinha não está com ela. 3alve$ tenha visto ou ouvido alguma coisa."ssim !ue eu estiver decente &unto'me a voc;.

Surpreendendo'a0 ele pegou'lhe uma das mãos e apertou'a.

 F -brigado pela a&uda... F -s olhos cin$entos percorreram'lhe o rosto. F "liás0 voc; 7sempre mais do !ue decente0 vestida ou não. Mandando me prender ou não.

"dorando o to!ue dele0 Emily sorriu.

 F -brigada. Muito gentil da sua parte0 nestas circunstUncias. " #nica coisa !ue posso fa$er 

7 a&udá'lo a encontrar sua cachorrinha0 nãoG F " #nica coisaG K0 pode ser... ,or7m tenho id7ia de mais algumas coisas !ue poderá fa$er 

 F riu ele. F Depois veremos.

CAPÍTULO

E0 assim fi$eram. Em cerca de cinco minutos. Emily0 de &eans e camiseta0 primeiroassegurou'se de !ue Raren estava bem e não tinha se!uer visto od$illa0 depois recolheram acorrespond;ncia espalhada0 colocaram na caiHa de correio e sa9ram O procura pelo mundo. uer di$er0 pelo terreno onde ficavam a casa e a clinica.

,ara começar0 verificaram os fundos da propriedade onde havia um canil com várioscompartimentos ocupadosT os cães h%spedes encora&aram as buscas com latidos e ganidos0 mas nãofoi uma a&uda construtiva. 6ão encontraram od$illa por ali. ,or isso continuaram a procura0 indo

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cada !ual para um lado e gritando Lod$illa -nde voc; estáGL0 dolorosamente conscientes dafigura rid9cula !ue fa$iam aos olhos dos vi$inhos de Emily !ue paravam para olhar a peregrinaçãodeles entre arbustos e elegantes árvores chamando: Lod$illa -nde voc; está0 garotaGL

Então0 !uando os dois se encontraram no centro do meio acre de terra de Emily0 com as pernas cansadas0 a respiração ofegante0 a danada da cachorrinha saiu correndo do meio de umamoita.

Surpresos0 eles não tiveram tempo de pegar o animal$inho !ue foi para a rua e correu aoencontro de um senhor !ue passeava com seu cachorro.

Emily conhecia os dois e0 gemendo em desespero0 apertou o braço de David.

 F 6ão poderia ser pior. "!uele 7 Raf/a. - sr. Smith'1ill vai morrer. -u me processar. Ele!uer !ue eu mude a cl9nica da!ui. F Ela correu para a rua. F (orra F gritou por cima do ombro.

 F 3emos !ue pegar od$illa antes !ue ela ata!ue Raf/a.

David alcançou'a com facilidade e correu ao lado dela.

 F Raf/aG - escritor russoG - !ue ele... F 6ão esse Raf/a. - cachorro0 David. (om o sr. Smith'1ill. K um afgã. - cachorro0 não o

homem. F En!uanto falava Emily corria procurando não perder de vista o pe!ueno vulto dacachorrinha. F " linhagem dele não 7 tecnicamente russa... nem a de Raf/a... o escritor. uerodi$er0 não era. Ele morreu. - sr. Smith'1ill 7 advogado. "cha esse nome muito esperto e !ue minhacl9nica 7 uma praga para a vi$inhança.

 F Ele achaG

Emily olhou para David e viu !ue ele fran$ia a testa.

 F "!uele cachorro 7 a vida dele... mimado e eHibido. K sua fortuna.

 F rande F foi o fatal9stico comentário de David. F 6unca vamos conseguir pegá'la.

K0 não conseguiriam e Emily via isso por si mesma por!ue od$illa de deslocava Ovelocidade do som0 ficando fora de seu alcance e cada ve$ mais perto do aristocrata Raf/a0 alto0esguio0 de pelo longo e sedoso. -utra onda de renovado medo fe$ Emily sacudir os braços0 semprecorrendo0 e gritar:

 F Sr. Smith'1ill (uidado Salve'se (uidado od$illa está chegando od$illa estáchegando

"final ele a escutou. - sr. Smith'1ill0 um homen$inho baiHo0 gorducho de bigodinho emuito bem vestido0 olhou para o lado de Emily e David. ,arou e Raf/a fe$ o mesmo0 mas comclasse e tediosa curiosidade. Seu focinho real fran$iu'se um pou!uinho e uma longa orelha ergueu'se0 interrogadora.

4á o sr. Smith'1ill não era tão nobre. "trás dos %culos seus olhos arregalaram'se0 o focomudando das figuras de David e Emily para o pe!ueno m9ssil peludo !ue se aproHimava dele e deseu elegante companheiro.

E David gritou:

 F od$illa ,are 8enha cá (achorrinha malcriada

3arde demais. 3udo !ue Emily e David puderam fa$er foi ficar olhando a cena !ue parecia

ter sido rodada em cUmara lenta. od$illa saltava e latia alegremente para o can$arrão !ue seassustou e saltou em cima do dono0 este perdeu o e!uil9brio e caiu com os dois cachorros0 o afgã e

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od$illa0 por cima dele.

 F Santo Deus

" vo$ de Emily saiu abafada como se ela &á estivesse vendo suas economias indo por águaabaiHo num belo processo. "o lado dela David murmurou:

 F Droga "cho !ue ele vai sair machucado.

 F "h0 vai mesmo0 pode ter certe$a F concordou ela. F Mas não tanto !uanto eu depoisdo processo... F olhou para David. F E voc;.

 F EuG

Ela assentiu0 vigorosa.

 F Sim. - canil 7 meu0 mas a cachorra 7 sua. 6osso processo.

David fitou'a e piscou.

 F ele$a Eu &á lhe disse !ue tive pra$er em conhec;'laG

 F "cho !ue sim.

 F E voc; merecia isso !uando eu disse a primeira ve$G

 F 6ão. E muito menos agora0 aposto.

 F anhou F garantiu ele. Então0 com uma careta0 pegou'a pelo cotovelo. F 8enha0 vamosseparar o espaguete do molho.

Emily fran$iu as sobrancelhas0 mas não por ele a estar segurando e sim pela eHpressão usada por David.

 F <sso não 7 imposs9vel depois !ue estão misturadosG

David assentiu0 com os dentes cerrados.

 F K. Este 7 o His do problema...

E David logo verificou o !uanto estava certo. 6ão havia como separar o advogado do cão declasse e da vira'lata. 3oda ve$ !ue conseguiam retirar um0 em geral a l7pida od$illa0 ela insistiaem cumprimentar amistosamente Raf/a0 enfiando seu nari$inho frio no corpo dele !uevergonhosamente se achava em cima de seu dono ca9do no chão. ,or sua ve$0 o advogado gritavaameaças baseadas na lei0 com sota!ue ingl;s e seu %culos de aro fino todo torto.

"final David conseguiu pegar od$illa e segurá'la com firme$a embaiHo do braço en!uantoEmily se desculpava profusamente e a&udava o idoso senhor a se levantar.

 F Sinto tanto0 sr. Smith'1ill F di$ia0 limpando a roupa dele e a&udando'o com o %culos.

David acompanhava todos os movimentos dela0 admirando cada detalhe de seu corpo. Echegou O conclusão de !ue se tratava da mulher !ue ele seria capa$ de ficar olhando a vida inteira. Eela era uma pessoa de bem0 apesar de !uase o ter feito ir para a cadeia. Era gentil e atenciosa. 3anto!ue na!uele momento perguntava O pobre v9tima de od$illa:

 F - senhor se machucouG

(om o rosto vermelho0 o homem apalpou'se.

 F 6o corpo0 não0 srta. Wright0 mas minha dignidade está muito machucada. F " vo$ deletornou'se aguda ao indicar seu cão. F E a do meu Raf/a -lhe s% para ele.

3"

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Seguindo a instrução do advogado e o olhar de Emily0 David engoliu seco. Raf/a0 oadmirável cão premiado0 estava irreconhec9vel. " pelagem maravilhosa do animal achava'se todaembaraçada e0 pior0 cheia de p%0 gravetos e folhas mortas. 6ingu7m precisava di$er a David !ueestavam encrencados0 principalmente ao ver como glorioso Raf/a olhava para od$illa0 !ue aindaestava embaiHo do braço de David. "liás0 a cachorrinha era alvo tamb7m dos olhares de Emily e dosr. Smith'1ill. - indignado cavalheiro apontou para David.

 F Esse cachorro !ue está segurando 7 do senhor ou 7 um dos famigerados h%spedes da srta.WrightG

-fendido pelo despre$o com !ue o homem falava de od$illa0 David apertou os dentes. Ele poderia considerá'la uma irritante cadelinha0 mas era a sua irritante cadelinha. Surpreso consigomesmo0 ouviu'se di$er:

 F Sim0 esta cachorrinha 7 minha. E a senhorita a!ui 7 dra. Wright para o senhor0 não srta.Wright

Mesmo com as ameaças do advogado0 !ue di$ia não admitir desrespeito0 David viu o sorriso!ue Emily lhe dirigiu. Endireitou o ombro e ergueu o !ueiHo0 orgulhoso0 es!uecendo'se de od$illa

e apertando'a demais. " cachorrinha não hesitou e mordeu'lhe a mão0 fa$endo'o gritar.

 F Santo Deus0 esse animal 7 mal'humorado F o advogado recuou levando Raf/a consigo.

 F 6ão0 não 7 F assegurou Emily dando uns tapinhas calmantes no braço do sr. Smith'1ill.

David ficou enciumado e contradisse:

 F K0 sim od$illa está de mau humor. Mas at7 o senhor estaria se dois se!uestradores decães tentassem apanhá'lo.

Mais uma ve$ o irado senhor fe$ um gesto de medo e recuou0 como se David fosse um dosmalfeitores.

 F Estão se referindo aos se!uestradores mencionados nos noticiáriosG F - vi$inho deEmily estava assustado. F 3emo !ue meu Raf/a este&a na lista desses indiv9duos mal7volos.

David não resistiu O tentação.

 F Esses mesmo. E0 imagine F indicou a adorável cachorrinha embaiHo de seu braço !ueolhava com veneração para o altivo afgã meio escondido atrás do dono F0 eles !ueriam a minhaod$illa.

- sr. Smith'1ill ergueu as sobrancelhas0 pasmo.

 F Sua o !u;G

,elo &eito Emily achou !ue a!uela era sua deiHa para entrar na conversa.

 F ,or !ue não vamos para minha casa conversar en!uanto tomamos um chá0 sr. Smith'1illG"caba de me ocorrer !ue o senhor poderá de ser de grande a&uda para o sr. Sullivan.

David arrepiou'se: a #ltima coisa !ue !ueria era a a&uda do advogado.

 F (omo 7G F perguntou o homen$inho. F 6ão conheço nenhum sr. Sullivan.

-fendido0 David interferiu.

 F (laro !ue conhece0 sou eu.

Di$endo isso0 lançou um olhar interrogativo para Emily. - !ue ela estaria ma!uinandoG-lhar esse !ue ela ignorou0 fa$endo sinal para !ue ele0 o vi$inho e seu peludo cão a seguissem. -

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!ue David fe$0 sempre segurando bem od$illa0 admirando os movimentos do &eans de Emily !uecaminhava O sua frente. Mas mesmo assim não podia deiHar de se preocupar com o !ue ela estavaaprontando.

!uela altura o lado aventureiro dele se revelou. Ela 7 uma linda veterinária. Muito mais bonita e interessante do !ue a elegant9ssima e en&oada ,hilippa. Mas não vou deiHar !ue esseadvogado pretensioso insulte o nome da minha od$illa. E Raf/aG <sso lá 7 nome para umcachorroG E isso lá 7 cachorro0 com esses pelos lisos e compridos desse &eitoG

E chegaram O casa de EmilyT !uando entraram na sala de estar descobriram !ue o eH%tico papagaio acampara no sofá e ele apressou'se a cumprimentá'los.

 F (urrupaco'paco -lha o !ue o gato trouHe

 F =odney F repreendeu Emily F0 comporte'se e vá para o seu lugar

Esperou. Depois de eHibir'se abrindo asas e cauda0 o papagaio foi para seu poleiro0 numcanto da sala. Emily0 então0 voltou'se para o sr. Smith'1ill.

 F Sente'se no sofá0 por favor. 8ou preparar o chá0 assim nos a!uecemos um pouco. E não se

 preocupe com =odney0 ele vai se comportar.

4á David não tinha tanta certe$a e nem o sr. Smith'1ill0 por!ue não tirava os olhos do papagaio e depois de se acomodar no sofá manteve'se absolutamente im%vel com Raf/a a seus p7s.

>ma ve$ o homen$inho acomodado0 David achou !ue era a sua ve$ e olhou para Emily0erguendo uma das sobrancelhas0 perguntando'lhe silenciosamente !ual era a id7ia dela tra$endo oadvogado para dentro de casa. (om um aceno e eHpressão encora&adora0 a veterinária lhe pediu0tamb7m em sil;ncio0 !ue confiasse nela. E David sacudiu os ombros0 resolvido a dar uma chance ao

 plano secreto dela.

>m sorriso radiante de Emily foi sua recompensa e o fe$ sentir'se como um adolescente

diante do sorriso da primeira namorada. - !ue o fe$ pensar. "lguma ve$ sentira algo parecidodiante do sorriso de uma mulherG 6unca. 6em mesmo da primeira namorada. 6ão Lda!ueleL &eito.

uando ela passou por David em direção da co$inha a reação intensificou'se a ponto de elees!uecer !ue estava segurando od$illa e soltou'a. 6o entanto0 um latido e um resmungo do sr.Smith'1ill o fi$eram voltar O 3erra.

(om cuidado para não eHpor as mãos0 David segurou od$illa !uase !ue espremida contra osoalho0 mas ela escapou0 foi acomodar'se perto do imponente Raf/a e imobili$ou'se0 olhando'ocom adoração. - elegante cão premiado mal dignou'se a dar'lhe um rápido olhar0 ergueu o focinhoe ignorou'a. Ela não se importou com isso0 mas =odney sim.

 F (urrupaco'paco "h0 cachorrinho lindo0 voc; me fa$ vomitarSem &eito0 David olhou para o ultra&ado sr. Smith en!uanto a vo$ de Emily soava na co$inha:

 F =odney Mais uma palavra e voc; vai para a gaiola. E sabe como voc; fica láG

 F (urrupaco'paco "margurado F respondeu o pássaro para surpresa de David.

 F <sso mesmo F tornou a vo$ de Emily. F Então0 !uieto

David olhou para =odney. ,arecia !ue ele e Emily mantinham conversas inteligentessempre. E de algum modo elas se pareciam com as conversas !ue tinha com a sra. 1opemore. Seassim fosse0 teve certe$a !ue =odney não a deiHaria com a #ltima palavra. - papagaio olhou para

David0 piscou e disse0 baiHinho: F (urrupaco'paco Mulheres0 heinG

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 F ,ois 7 F concordou David.

<mediatamente viu !ue o sr. Smith'1ill fitava'o desconfiado e foi levado a di$er:

 F Eu sei !ue 7 apenas uma ave...

 F (laro !ue sabe... F concordou0 rápido0 o advogado segurando com mais força a guia deRaf/a.

rande "gora ele pensa !ue eu sou maluco0 repreendeu'se David imaginando por !ueEmily demorava tanto. Será !ue ia ficar ali a vida inteira com a!uele homen$inhoG -s minutosescoavam'se e nenhum dos dois falava. E Emily não voltava. - sr. Smith'1ill focou sua atenção noaltivo Raf/a0 a&eitando'lhe a coleira0 afagando'lhe a cabeça e ignorando od$illa.

- sil;ncio começou a ficar incPmodo.

- primeiro a se manifestar foi David. ,Ps'se de p70 enfiou as mãos nos bolsos e0 afivelandoum bem'educado sorriso no rosto0 iniciou uma conversa sociável.

 F Então0 o senhor 7 advogado...

"o som da vo$ de David o sr. Smith'1ill !uase pulou e os olhos de Raf/a arregalaram'se.<sso irritou David. Será !ue haviam es!uecido !ue ele estava aliG ,ara acrescentar o insulto Oin&#ria0 od$illa inclinou a cabeça fitando'o de lado.

 F Eu disse F repetiu David determinado a obter uma resposta F0 então0 o senhor 7advogado...

 F Sim0 ele 7.

Emily respondeu0 atrás de David0 !ue se voltou surpreendido. Ela entrara na sala com umagrande bande&a. (olocou'a na mesinha de centro.

 F 3emos muita coisa a conversar com o sr. Smith'1ill0 !ue pode nos a&udar. Sente'se0David0 por favor.

,ara sua pr%pria surpresa0 ele obedeceu de imediato0 sentando'se numa poltrona diante dosofá0 indagando:

 F - sr. Smith'1ill pode nos a&udarG

 F ,osso a&udarG F ecoou o advogado.

 F (urrupaco'paco Ele pode0 voc; pode e !uem não pode se sacode

David0 o advogado ingl;s e os dois cães olharam para Emily0 !ue ficou vermelha.

 F Meu avP ensinou isso a ele... F E ela acrescentou0 como se eHplicasse tudo: F Ele erada Marinha Mercante. Meu avP0 !uero di$er. F Sil;ncio total e ela tornou a falar: F E d;em graças

 por =odney não cantar o segundo verso0 !ue 7 obsceno. 3odos aceitam cháG

E durante a hora seguinte0 en!uanto tomavam chá0 a situação foi eHplicada ao sr. Smith'1ill!ue disse !ue poderia a&udá'los0 sim. Mas fa$ia !uestão de deiHar bem claro !ue não seria por isso!ue iria deiHar de lutar para !ue a cl9nica veterinária fosse retirada do bairro. David abriu a boca

 para dar sua opinião a respeito0 por7m Emily concordou imediatamente e ele se calou. "final a!uilonão era da sua conta. 6em Emily era. E de novo ele se surpreendeu0 aborrecido por ela não ser dasua conta0 mas prestou atenção no !ue era dito. (laro0 uma ve$ !ue o sr. Smith'1ill iria cuidar dasua situação perante a lei0 pois poderia ir parar na cadeia.

- advogado instruiu'os a não se envolverem mais com a pol9cia. ,or !u;G ,or!ue a hist%riade David era inconsistente0 na opinião do advogado.

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Em segundo lugar0 tinham !ue se empenhar em conseguir fatos concretos sobre "m7liaStanfield e os motivos pelos !uais deiHara sua fortuna e od$illa para David. Ele achava !ue essesdetalhes dariam alguns ind9cios sobre a tentativa de se!uestro da cadelinha. 3inha certe$a !ue deviater algo a ver com o animal$inho em particular e não apenas com a finalidade de pedir um resgate.

 6esse caso tinham !ue fa$er tudo para garantir a integridade da!uele Lhorroroso vira'lataL0conforme o advogado dissera0 devido Os duas tentativas de se!uestro0 na noite anterior e na!uelamanhã. <sso significava !ue os se!uestradores conheciam os antecedentes da cadelinha. 6ingu7mestava a salvo. 6em Emily0 nem od$illa0 nem David. "li0 não. Eles precisavam ir para outro lugar e claro !ue não podia ser para o apartamento de David. (om certe$a os criminosos tinham oendereço dele.

En!uanto pensavam para onde poderiam ir0 o sr. Smith'1ill descobriu:

 F -h0 nem eu estou a salvo "!ueles homens me olharam de um modo es!uisito !uando passaram por mim na!uele carro branco. F Ele engasgou0 pálido. F Eles viram Raf/a >m cão premiado !ue !ual!uer se!uestrador sonharia pegar. Estou envolvido e parece !ue tenho mesmo !uea&udá'los. ,elo bem de Raf/a.

E pela verdade e a &ustiça0 pensou David. 6ada como um bom mist7rio para animar !ual!uer um. uanto a si mesmo0 estava mais preocupado com o !ue a sra. 1opemore poderia di$er ao ver a!uele bando cair sobre ela !uando pensava !ue ele0 !uerido neto de sua amiga e seu chefe0 estavavia&ando.

<sso vai me ensinar a prestar mais atenção0 pensou0 $angado0 en!uanto Emily preparava uma pe!uena mala e falava com Raren pelo telefone0 pondo'a a par da situação e instruindo'a paracuidar da cl9nica e do canil.

3udo !ue ele sabia era !ue estava tran!uilo tomando seu chá0 bebida !ue detestava0 eolhando as aproHimaçIes de od$illa com Raf/a. - sr. Smith'1ill perguntara0 então0 se sabia dealgum lugar onde poderiam ficar a salvo dos bandidos e ele respondera0 intempestivamente:

 F Sei0 sim. 6a casa da minha secretária0 sra. 1opemore. Ela mora em eorgetoJn0 perto dauniversidade. -s se!uestradores &amais pensariam em procurar lá. Ela mora so$inha0 adora cães e seresponsabili$aria por mim diante da pol9cia0 se preciso.

 F MesmoG F perguntara Emily. F "cha !ue ela não se importaria...

 F 3enho certe$a F respondera ele0 estupidamente. F Ela faria !ual!uer coisa por mim.

" eHpressão dos grandes olhos a$uis se alterou0 assim como a vo$ de Emily.

 F 8ou adorar conhecer essa senhora.

E assim ficara decidido0 apesar das in#meras tentativas de David para fa$;'los es!uecer asugestão0 !ue apareceriam na casa da sra. 1opemore sem se!uer procurar saber0 antes0 a opiniãodela. Sim0 era um atrevimento0 mas situaçIes desesperadas eHigiam medidas desesperadas0 deacordo com o sr. Smith'1ill. E David precisava admitir !ue era uma situação das maisdesesperadas0 principalmente com isso de todos irem ficar na casa da pobre mulher. L3odosL eramEmily0 David0 =odney0 od$illa0 o sr. Smith'1ill e Raf/a.

>m destino pior do !ue a morte0 mas o advogado o chamara de espl;ndida id7ia. ,ara elesat7 !ue poderia ser. Mas David sabia !ue sua secretária ia ficar0 segundo di$ia =odney0 L(urrupaco'

 paco "margurada...L

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CAPÍTULO I

 F 5ale'me sobre a sua secretária F pediu Emily !uando se dirigiam para eorgetoJn.

Estavam nos bancos da frente do carro europeu de David. 6o assento de trás0 um na gaiolaoutra no porta'cão0 iam =odney e od$illa0 ambos estranhamente !uietos. "trás do carro de Davidvinha o enorme e luHuoso carro americano do sr. Smith'1ill com ele0 claro0 e Raf/a.

Emily estava consciente do potencial de perigo !ue era a atitude !ue eles estavam tomando0ou se&a0 de pegar a lei nas pr%prias mãos0 tinha orgulho de parecer indiferente ao perigo en!uantointerrogava David com a finalidade de saber se devia esperar por alguma competição.

 F " sra. 1opemore 7 uma casada feli$G

Ele relanceou por ela os cin$entos ocultos atrás de %culos para sol. 5eli$mente o tempoestava luminoso0 ensolarado0 e não frio demais. E a proHimidade deles era maravilhosamenteeHcitante0 se não desconcertante.

 F >ma casada feli$G F repetiu ele. F " sra. 1opemoreG Deve ter sido. 5icou vi#va muito &ovem.

 F -h0 !ue triste

Ela voltou'se para ver como estavam os bichinhosT eles dormiam0 então agradeceu ao c7u a

 pe!uena b;nção e voltou a atenção para seu ci#me.uer di$er !ue essa sra. 1opemore não apenas o v; todo dia no trabalho0 como tamb7m tem

esse ponto de simpatia a seu favor. ,or !ue ela não 7 uma esposa feli$ ou uma divorciada seHy de!uem não se precisa sentir penaG Mas não. 3inha !ue ser uma vi#va. >ma linda vi#va alegre0aposto

" testa de Emily fran$iu'se. ,or !ue estava agindo da!uela maneiraG 6ada tinha a ver coma!uele homem.

 F Essa sra. 1opemore... há !uanto tempo trabalha para voc;G

 F Sete anos e 7 o primeiro emprego dela.

 F "h0 primeiro emprego. ue bom.

- primeiro emprego dela. Vtimo uantos anos ela poderá terG 8inte e seteG " minha idade.ue trag7dia a terá feito ficar vi#vaG

 F E ela 7 boaG

David fitou'a.

 F (omoG

 F 6o trabalho. K uma boa secretáriaG

 F "h0 7. (laro. F Ele sacudiu os ombros. F "cho !ue 7.

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"h "final uma fenda na armadura de perfeição da mulher.

 F - !ue !uer di$er com LachaLG

 F em0 eu a despedi duas ve$es.

Emily espantou'se:

 F Duas ve$esG ,or !u;GEle sacudiu os ombros.

 F Es!ueci. Mas ela nunca foi embora. 6o dia seguinte0 voltou ao trabalho e0 pior0 aumentouo pr%prio ordenado.

"!uilo era engraçado e Emily teve !ue rir. "liás0 era s% o !ue faltava: admirar a!uela mulher  por sua presença de esp9rito.

 F Ela fe$ issoG ,arece'me atrevimento...

 F K F concordou David F0 tamb7m acho.

"chaG Então0 por !ue não disse a elaG 6ão tem controle sobre essa mulher dominadoraG

Emily apenas pPde pensar por!ue se dissesse isso pareceria uma megera e foi salva de!ual!uer outro comentário ácido por David.

 F E voc;0 EmilyG F Ele mantinha os olhos na estrada. F Diga'me por !ue uma mulher maravilhosa como voc; não está casada.

Ela sentiu'se nas nuvens.

Ele me acha maravilhosa. Sra. ,erfeita 1opemore0 acabou'se seu reinado

 6o entanto0 manteve aparente frie$a ao responder.

 F -brigada pelo LmaravilhosaL. uase me casei0 há seis meses.

 F SimG F David mudou de pista e olhou pelo retrovisor0 certamente para ver se o sr.Smith'1ill o acompanhara. F - !ue aconteceuG Se voc; não se importa de me di$er...

 F 6ão importo.

- engraçado era !ue Emily não se importava0 mesmo. <sso por !ue se importava !uandoseus pais insistiam em falar no LperdidoL 4eff e ela repetia !ue não havia perdido o noivo0 mas sim olibertara.

 F "contece !ue 4eff0 meu eH'noivo0 7 al7rgico a animais. Espirrava o tempo todo. "final0

ele disse !ue era imposs9vel ficar comigo0 pois eu vivia rodeada de animais. E deu um ultimato: eleou minha profissão.

David fitou'a com incredulidade.

 F 5oi o !ue seu noivo disseG Ele ou sua carreiraG 6ão tinha direito de eHigir isso.

 F Eu sei. F Emily sentiu'se adulta pela primeira ve$ desde o rompimento com 4eff0 o !ue afe$ apreciar David mais ainda. F "divinhe o !ue escolhiG

Ele riu0 sempre mantendo a atenção no tráfego.

 F Eu diria !ue voc; fe$ a escolha certa0 dra. Wright. Esse seu eH'noivo deve ser um idiota.

" satisfação de Emily era tanta !ue sentiu'se magnUnima em relação a 4eff.

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 F -h0 não. Ele não 7 um idiota0 !uis apenas resolver a situação de uma ve$ por todas. 8iviadi$endo !ue eu punha os animais em primeiro lugar e acho !ue fa$ia isso mesmo.

 F ,rovavelmente fa$ia F concordou David0 s7rio. F Mas pelo !ue vi0 tem !ue fa$er isso...7 o !ue a torna uma completa profissional. ,ara ser franco0 não sou um apaiHonado por bichos deestimação0 o !ue acho !ue não 7 surpresa para voc;0 mas sei !ue !uem pratica a medicina tem de sededicar a ela constantemente. E 4eff deveria ter compreendido isso0 se a amava.

Se me amasse. Emily olhou David fiHamente.

 F -nde estava !uando precisei de voc;G F disse com vo$ sem eHpressão.

Ele abaiHou os %culos e piscou para ela0 fa$endo seu coração palpitar.

 F Era isso !ue eu vivia di$endo ao 4eff e o !ue vivo di$endo aos meus pais. 3enho vontadede bei&ar voc;

 F 3emG F " vo$ de David era esperançosa. F 8á em frente. 6ão serei eu !ue irei impedi'la.

Emily engoliu em seco0 mas conseguiu rir. Ele estava brincando0 claro. (ontudo0 tendo sidodada a abertura0 começou a pensar como seria bei&ar David Sullivan. "t7 mesmo a id7ia de um bei&inho de agradecimento na face bem barbeada a deslumbrava.

 F 8oc; di$ isso a todas0 não 7G

- sorriso de David transformou'se em risada.

 F (laro !ue digo. "t7 disse para a sra. 1opemore. Eu acho !ue ela me ama secretamente.

ue bele$a Emily recolheu'se em si mesma. 6uvens apareceram no hori$onte."proHimaram'se. (hoveu inundando tudo. - mundo estava perdido. ,elo menos0 na mente dela.Mas fora do carro0 no mundo real0 o dia continuava ensolarado e sem nuvens. Emily deitou um

 pouco o encosto do assento0 cru$ou os braços ao peito0 mas não pPde impedir'se de insistir. F "cha !ue ela o ama secretamenteG E o !ue o fa$ pensar issoG

Mais uma ve$ David riu0 uma risada !ue começava a dar nos nervos de Emily. - carro parecia'lhe pe!ueno demais0 estavam sentados !uase &untos.

 F ,elo modo !ue ela me trata F respondeu ele. F 8ai ver por si mesma !uando a conhecer e depois me diga o !ue acha.

 F -h0 direi

Emily notou !ue estava irritada e perguntou'se o !ue acontecia. uantas ve$es dissera a si

mesma !ue mudara muito desde !ue encontrara a!uele homem0 há menos de vinte e !uatro horasG3inha !ue reconhecer !ue mudara0 mas para melhor ou piorG

 F - !ue foiG F perguntou David0 de repente. F 8oc; ficou tão calada. Eu disse algoerradoG

Ele parecia tão aflito !ue0 apesar do ci#me0 Emily fe$ um gesto displicente com as mãos.

 F 6ão0 claro !ue não. 6ão ligue para mim. s ve$es sou rid9cula. F "90 ela resolveu mudar de assunto. F Sua ve$0 David. (onte'me por !ue não se casou.

 F <sso assumindo'se !ue não sou casado... F riu ele. "o ver a eHpressão decepcionada deEmily acrescentou: F 6ão. Estou brincando. 6ão sou. 8oc; está !uerendo saber por !ue um

homem LmaravilhosoL como eu0 não 7 casadoG

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"ssentindo0 Emily confirmou:

 F Sim. ,or !ue um homem maravilhoso como voc; não 7 casadoG

Ele sacudiu os ombros0 pensativo.

 F 6ão sei. >m monte de motivos. (omo voc;0 fi$ a faculdade. Depois veio a carreira0 oescrit%rio0 conseguir e firmar clientes... 6amorei muito e tive poucos relacionamentos s7rios. -#ltimo terminou há uns dois meses. "cho !ue sou como voc; em relação ao trabalho0 as namoradasvinham em segundo lugar. -u0 !uem sabe0 tem sido assim por!ue nunca encontrei.

"!uela afirmativa não agradou nada a Emily. "final0 ele a conhecia. Será !ue &á a eliminaracomo candidata O mulher certaG ,rocurando parecer filos%fica0 repetiu:

 F 8oc; acha0 de fato0 !ue eHiste algu7m certo para cada um de n%sG

David fitou'a por alguns segundos.

 F <sso eu não sei. Mas gosto do algu7m !ue está ao meu lado agora.

Emily sentiu'se eletri$ada0 triunfante e não soube o !ue di$er.

 F 6ão sei o !ue di$er F declarou0 então.

 F Ei0 !uero isso por escrito K a primeira ve$ !ue lhe acontece0 nãoG

Emily deu'lhe um bei&o rápido no braço.

 F 8oc; está sendo politicamente incorreto0 sabiaG E engraçado. 4amais pensei !ue oscontadores podiam ser engraçados.

David deu uma boa risada.

 F K0 em geral os contadores são s7rios e at7 mal'humorados.

"dorando o clima mais 9ntimo !ue se estabelecera entre eles e0 principalmente a!uilo deLgosto do algu7m !ue está ao meu lado agoraL0 Emily continuou:

 F E por !ue 7 assim0 voc; tem id7iaG

 F "h Duas perguntas.

 F - !u;G

 F 8oc; fe$ duas perguntas e eu dou duas respostas. ,rimeira0 não sei. Segunda0 sim.

 F - !u;G F Emily estava perdida.

 F Es!ueça... 5ale'me de seus pais. -nde eles moramG F Essa pergunta 7 fácil. 6o mesmo lugar em !ue todos os pais moram0 na 5l%rida.

 F "h0 o Estado do Sol. "posentadosG

 F Sim. ,or7m o mais importante 7 !ue estão longe.

David relanceou os olhos por ela.

 F Eles a deiHavam malucaG

 F E a atual profissão deles F assentiu Emily.

- olhar de David tornou'se compreensivo.

 F Eu entendo... Meus pais estão do outro lado do oceano por isso mesmo. Eles foram

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hippies e meus av%s versIes moderni$adas de ciganos.

 F -h 1ippies e ciganos...

 F Minha irmã "licia e eu somos os #nicos verdadeiros adultos da fam9lia.

1um... <rmã Emily sorriu com ar culpado.

 F (reio !ue devo pedir desculpas a "licia0 David. Eu fi$ voc; faltar ao casamento dela. F 6ão0 não fe$. ,elo menos0 ainda não. - casamento vai ser na !uinta'feira e ainda estamos

no sábado. 3elefonei para ela ontem e contei o !ue aconteceu. (reio !ue vamos esclarecer logo esseneg%cio de se!uestro de cães e chegarei a tempo.

 F ue bom0 fico contente por isso. F Mas Emily não perdoava a si mesma. F Sua irmãdeve pensar !ue sou uma completa idiota.

 F (om certe$a F assegurou David.

- estPmago de Emily encolheu'se.

 F rande Ela pensa isso0 mesmoG F Estou brincando. Ela achou a situação engraçada e disse !ue precisava algu7m como

voc; para movimentar a minha vida.

 F Eu fi$ issoG

 F (laro. Mas procure não se orgulhar muito disso.

,areceu a Emily !ue ele estava brincando0 mas não tinha certe$a. "final0 e precisavalembrar'se disso a todo momento0 mal o conhecia. 8ia&ar com David0 em seu carro0 conversandocom tanta facilidade0 dava impressão !ue se conheciam havia muito tempo. -bservou'oatentamente. Era admirável sua compreensão diante da encrenca em !ue o metera chamando a

 pol9cia. 6otou !ue David se calara e !ue não estava mais prestando atenção nela. Mas tinha certe$a

!ue chamaria a atenção dele0 principalmente !uando começasse o confronto com sua secretária.

(onfrontoG Essa palavra a fe$ pensar. " situação estava escapando do seu controle. 6ãotinha direito de confrontar'se com ningu7m por causa dele. E mesmo !ue tivesse0 !ue acusaçIes

 podia fa$er O!uela mulherG De ter trabalhado com eleG De ter sido leal durante sete anosG

Emily não estava gostando muito de si mesma. Será !ue estava com ci#me da secretária deDavidG <mportava'se com ele a ponto de ter pensamentos diab%licosG 3ratou de eHaminar seusmotivos. Sim0 estava com ci#me dele. E0 sim0 importava'se muito com ele. (omo sabia dissoG

,or!ue simplesmente sentia ci#me de !ual!uer mulher !ue o vira e0 mais ainda0 !ue tivera !ual!uer relacionamento com David. E !ueria tirar'lhe a roupa0 bei&á'lo inteiro0 tocá'lo0 fa$er amor com elee...

Ela !uase engasgou. - !ue estava pensandoG 4amais sentira algo parecido por um homem.Mas sentia por David. E0 diante do !uanto !ueria con!uistá'lo decidiu'se. (uide'se0 sra. 1opemore

8indo lá de baiHo o cheiro de caf7 rec7m'feito fe$ vibrar as narinas de Emily. Estava no primeiro andar de um pr7dio !ue tinha um caf7 embaiHo0 em companhia de David0 do sr. Smith'

1ill0 Raf/a0 =odney e od$illa. David tocara a campainha0 esperavam !ue a porta se abrisse e elaesperava0 tamb7m0 ansiosa0 pela ocasião de ver a sra. 1opemore0 a devoradora de homens.

3!

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David contava estranha e monotonamente L...setenta e um0 setenta e dois...L. ,or fim0 a portaabriu'se.

"pareceu uma senhora de %culos e cabelos grisalhos0 muito ma!uilada0 mas não o bastante para esconder a idade0 descalça0 de legging preta e camisão branco0 com um copo de vinho na mão.-bservou o grupo0 não parecendo surpresa por v;'lo ali. 2á de dentro vinha o som de risos e deconversa. S% vo$es masculinas e &ovens.

Emily0 os braços em volta da gaiola de =odney0 não conseguia tirar os olhos da visão. 4á ogentil papagaio se manifestou.

 F (urrupaco'paco D; um bei&o pra gente0 doçura

Embaraçada0 Emily eHplicou:

 F K um papagaio... >ma ave muito cara. Meu avP...

 F 6ão estou achando nada engraçado0 sr. Sullivan F cortou a velha senhora. F 6em um pouco. Está acontecendo a reunião da minha Sociedade 2iterária de Sábado e estou perdendo umtrecho por causa desta menina0 destes animais en&aulados e de voc;.

MeninaG EuG Emily não pPde nem falar0 de tão ofendida. 6a!uele momento o olhar da sra.1opemore caiu sobre o sr. Smith'1ill. -lhou'o de cima a baiHo.

 F ,elo menos há algu7m a se considerar F disse0 intencional. 8oltou'se então para David. F E por !ue não está em Denver0 no (olorado0 sr. SullivanG ,erdeu o avião0 não 7G Eu sabia !ue ia perder.

 F 6ão perdi o avião F protestou David. F Eu...

 F 6ão perdeuG Então0 o !ue fe$G ,egou outro e voltouG

David passou a mão nos cabelos.

 F 6ão0 não foi isso. Eu nunca...

 F 5oi para o aeroporto pelo caminho !ue indi!ueiG 6ão foi0 não 7G <sto eHplica tudo.

" velha senhora não deu chance a David para se eHplicar.

 F Estas pessoas são caronasG

 F 6ão0 não são F conseguiu di$er David. F Estamos a!ui por!ue...

 F Sua irmã desistiu de se casar0 nãoG om. Então0 espero'o no escrit%rio segunda'feira.

 F " senhora !uer me ouvir0 por favorG F pediu David.

Emily custava a acreditar. "!uela era a sra. 1opemoreG "!uela eHc;ntrica senhora vestidacomo um beatni/ dos anos cin!uentaG Era com ela !ue tinha se preocupadoG

En!uanto isso0 David se encarregava de apresentá'los0 pedindo desculpas O sua secretária eeHplicando a inesperada presença deles diante de sua porta. "liás0 fe$ um admirável trabalho0admitiu Emily. Sem parar se!uer para respirar0 pois sabia !ue a9 não conseguiria falar mais0 eleeHplicou tudo. " sra. 1opemore0 !ue não tirava os olhos do sr. Smith'1ill0 afinal foi vencida.

" secretária disse entender a situação deles e !ue sabia !ue alguma coisa parecida iriaacontecer. Ela sabiaG (omoG Mas a espevitada senhora não concedia eHplicaçIes. 3udo !ue di$iasoava admiravelmente aventuroso e se devia aos seus dons especiais. Emily tentava imaginar !uais

seriam esses dons.- surpreendente n#mero de rapa$es bonitos !ue constitu9am a sociedade literária foi

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sumariamente dispensado e o grupinho com os animais entrou. " porta atrás deles fechou'se pesadamente. " in!uietação apoderou'se do grupo en!uanto eles se entreolhavam. " sa9da foracortada e a sra. 1opemore os tinha em suas garras.

Emily piscou0 sem saber o !ue esperar a seguir. " #nica coisa !ue podia fa$er era observar oespantoso0 em falta de melhor ad&etivo0 apartamento da ativa senhora. Mesas de metal e vidro0muitos !uadros e m%veis de linhas es!uisitas. <sso sem mencionar as cadeiras com almofadinhas0 a

 profusão de flores de plástico0 o grande n#mero de garrafas de vinhos va$ias e copos.

Mas a sra. 1opemore não era de deiHar a poeira assentar e provou isso.

 F "ntes de desenvolvermos um plano de ata!ue precisamos !ue todos se instalem. 2á nohall fica o !uarto de h%spedes F disse O Emily e apontou com o dedo de unha pintada de vermelho.

 F " primeira porta O es!uerda. 8oc; e seu pássaro vão dormir lá. Então pode ir a&eitar'se e sinta'seem sua casa. Ele pode ficar a!ui0 mas a bagunça !ue aprontar ficará por sua conta0 voc; limpa tudo.

Emily viu'se assentindo e inclinada a aceitar o dom9nio da imperiosa secretária.

 F Está certo0 eu limpo se for preciso. Mas acho !ue ele...

 F ,erfeito F cortou a senhora e voltou'se para David. F 8oc; vai ficar a!ui0 tamb7m0 &á!ue 7 o culpado de estarmos em perigo. Se algu7m tiver !ue parar uma bala0 vai ser voc;. Mas0como o conheço bem0 !uero !ue fi!ue sob minhas vistas ou vai sair por a9 e acabar morto. Se issoacontecer0 o !ue será de mimG

Emily olhou para David.

 F 5icará desempregada F riu ele.

Então0 como se estivesse assistindo a uma partida de t;nis0 Emily olhou para a sra.1opemore e não se desapontou.

 F <sso mesmo. Então0 está resolvido. " não ser onde voc; vai dormir. 6ão será no !uarto deh%spedes com ela0 devo informá'lo desde &á. ,ortanto0 es!ueça...

 F Ei F ofendeu'se David0 F Eu mal conheço a dra. Wright e não estava pensando em... F Ele mesmo impediu'se de falar e voltou'se para Emily !ue erguera as sobrancelhas ao ouvi'lo. F om0 devo confessar !ue... Eu estava... uero di$er0 O certa altura pensei...

 F 6ão tem importUncia0 David F interrompeu'o Emily corada por uma mistura deembaraço e alegria. F Entendo o !ue !uer di$er.

" sra. 1opemore livrou'os do embaraço ao declarar:

 F em0 todos n%s entendemos uns aos outros. - sr. Sullivan fica a!ui na sala0 no sofá. E

são as mesmas regras para o seu cachorro... Espere0 a90 há um cachorro na caiHa de transporte0 nãoG F >ma cachorra F corrigiu David.

"&ustando os %culos ao rosto a sra. 1opemore olhou dentro do porta'cão. Então0 sua vo$suavi$ou'se e ela acenou com os dedos de unhas pintadas0 cumprimentando o animal$inho.

 F -lá0 (ondessa. K um pra$er v;'la. F Endireitou'se. F Se ela fi$er algo no chão0 osenhor limpa

"9 a sra. 1opemore tornou'se toda sorrisos ao dirigir a atenção ao sr. Smith'1ill.

 F -nde voc; e seu magn9fico eHemplar da raça canina !uerem dormir0 simpáticoG

Emily !uase engasgou com a risada contida e David emitiu um som estranho. Raf/a0aristocraticamente0 ergueu uma sobrancelha como !ue acolhendo o reconhecimento de seu status.

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,obre gague&ante sr. Smith 1ill - rosto dele se tornou !uase roHo en!uanto di$ia !ue dormiria emsua pr%pria cama0 na sua pr%pria casa e mais nenhuma palavra intelig9vel saiu de sua boca.

Mas o mesmo não aconteceu com =odney !ue gritou0 de maneira bem intelig9vel:

 F (urrupaco'paco. 8oc; 7 o homem0 doçura

CAPÍTULO II

8oc; 7 o homem0 pensava David de mau humor no fim da tarde. Dirigia'se do seuapartamento0 !ue ficava em outro e distante bairro da cidade0 para o da sra. 1opemore. 3inha ido

 buscar algumas mudas de roupa0 escova de dentes e aparelho de barbear. ,ara di$er a verdade ele seachava es!uisito desde !ue a secretária falara a!uele neg%cio de parar uma bala. "t7 então não

 pensara em perigo. ,rincipalmente por!ue os bandidos tinham sumido como uma bolha de sabãoestourada.

Mas agora !ue pensava melhor no assunto0 via'se obrigado a admitir !ue era poss9vel !ue setratasse de uma encrenca. - homem !ue estivera na casa dela na!uela manhã mostrara'se decidido aapoderar'se da cachorrinha0 mesmo !ue para isso precisasse machucar Emily.

" sensação de mal'estar de David aumentou e ele apertou mais o acelerador com pressa desaber se Emily estava bem.

4á sem surpreend;'lo0 seu coração enterneceu'se. Emily. S% o fato de pensar no nome delaacelerava'lhe a pulsação0 fa$ia'o !uerer tomá'la nos braços e fa$er amor com ela... devagar0apaiHonadamente0 com uma porção de bei&os profundos e !uentes.

Devagar0 rapa$0 pensou consigo mesmo forçando'se a prestar atenção no tráfego0 sempredenso na capital. Sim0 o tráfego 7 confuso e minha situação tamb7m. ,ense... (omeçou a pensar nasituação !ue colocara Emily em sua vida de um modo tão rápido e inesperado. Mas a verdade 7 !ueseu lado aventureiro estava se divertindo.

,ensou0 tamb7m0 no conselho do sr. Smith'1ill de não envolver a pol9cia0 por!ue mist7rio eaventura eram muito bons na tev;. E não se tratava de tev;. ,or !ue0 diabo0 deiHei Emily so$inha láG

Então0 lembrou'se. Ela não estava so$inha. "l7m dos representantes do reino animalachavam'se lá o sr. Smith'1ill e a sra. 1opemore. David fe$ uma careta0 pois isso não o fa$ia sentir'se melhor. "final o !ue duas pessoas de certa idade poderiam fa$er para deter dois criminososG

Esta pergunta levou'o a outra: por !ue a!ueles homens do carro branco estavam tãodeterminados a se apoderar de od$illaG Ela não era uma cachorrinha especial0 não tinha a!ualidade de campeão de Raf/a. - !ue significava !ue de algum modo os bandidos sabiam daincr9vel !uantia em dinheiro !ue a sra. Stanfield0 fosse ela !uem fosse0 tinha e !ue agora estava comele para cuidar do bem'estar de od$illa. ,or falar nisso0 !ual seria o verdadeiro nome da

cadelinhaG ,rovavelmente estava no testamento0 mas ele nem se preocupara em ver0 determinado!ue estava a não ficar com ela. Decidiu !ue seu verdadeiro nome não importava. E apesar da sra.

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1opemore ter chamado a cachorrinha de (ondessa0 ela se chamava od$illa e assim continuaria achamar'se.

Em seguida0 chocado pela convicção de seu ultimo pensamento David começou a rir.rande 3enho um cachorro. em0 uma &ovem cachorrinha delin!uente. - !ue significava !ue teria!ue vender seu apartamento e procurar outro0 &á !ue lá não se admitia animais.

David estacionou no pátio0 diante do carro da sra. 1opemore0 e riu. "li estava ele. Era %bvio!ue seu lado aventureiro vencera mais uma ve$. om. ,egou suas coisas e0 depois de olhar ao redor  para ver se não havia ningu7m suspeito0 saiu do carro e trancou'o.

,arecia !ue seu lado sensato atacava novamente e !ueria saber o !ue ele estava fa$endo ali0 perseguido por perigosos bandidos0 com um advogado ingl;s0 sua eHc;ntrica secretária0 doisingratos representantes caninos0 um papagaio desbocado e... -h0 sim0 Emily. (om um assobio baiHoe um meneio de cabeça David reparou na pr%pria reação s% de pensar no doce rosto e no corpo

 perfeito de Emily. Sentindo seu seHo despertar e feli$ por estar so$inho na entrada do pr7dio0 usou achave !ue a sra. 1opemore lhe dera0 abriu a enorme porta e entrou estreito saguão. (ertificou'se deter fechado a porta cuidadosamente e começou a subir a escada.

David inseriu a chave na fechadura e girou'a. Estava metido na situação at7 os olhos. "briua porta !ue rangeu sinistramente nas dobradiças por falta de graHa. "travessou o umbral. E por !ueestava metido na!uiloG ,or!ue se importava. (om Emily. (om od$illa. (om...

,elos0 penas e uma frigideira atacaram David. DeiHando a bolsa de viagem no chão ele procurou defender'se das pancadas0 das mordidas e das bicadas. "final0 lembrou'se de gritar:

 F Sou eu Sou eu Esperem a9. Sou eu... David

- ata!ue cessou tão abruptamente como começara. Mas David levou alguns segundos paraacreditar nisso. (uidadosamente0 abaiHou os braços para ver uma pena verde flutuando at7 encostar no chão.

"trás da pena estava Emily. (om uma frigideira na mão. E =odney. E od$illa. Raf/a0 por sua ve$0 conservara'se distintamente O parte. Mas o valente trio diante dele respirava ofegante0 orosto de Emily estava corado pelo eHerc9cio e os dois animais0 arrepiados. David tamb7m se sentiatodo arrepiado.

 F ue diabo foi issoG ,or !ue me atacaramG

-s animais olharam para Emily0 evidentemente indicando'a como porta'vo$. 39mida0 elaeHplicou:

 F 8oc; nos assustou chegando tão de mansinho. ,ensamos !ue fossem os se!uestradores.

Diante da!uilo David nem sabia o !ue di$er. F Se!ues..0 8oc; ainda achou !ue eu era um dos se!uestradoresG ,or chegar tão de

mansinhoG Emily0 eu tenho a chave e entrei. (heguei !uieto... Ei0 espere a9 FEle se colocou numa postura defensiva0 olhando ao redor. F -nde estão a sra. 1opemore e o sr. Smith 1illG 6ão estãode tocaia para saltar em cima de mim0 estãoG

 F 6ão0 tudo bem... F Emily &ogou a frigideira sobre o &á bastante atormentado sofá. F -sdois sa9ram.

,rimeiro David relaHou0 depois preocupou'se com a resposta.

 F Sa9ram0 EmilyG E onde foramG

Ele pegou a bolsa de viagem do chão e fechou a porta do apartamento. Então0 ocorreu'lhe

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!ue Emily não havia respondido sua pergunta. 4ogou a bolsa no sofá0 ao lado da frigideira0 e voltou'se para ela. -s olhos a$uis estavam muito abertos e brilhantes0 como se ela estivesse prestes achorar.

-h0 mulheres "tacam a gente. Di$em !ue as assustamos. (horam. " gente pede desculpa.

 F - !ue há de erradoG 8oc; está bemG

5ungando ela levou a mão tr;mula O boca e lágrimas velaram'lhe os olhos.

 F David0 eu sinto tanto Estava assustada. 8oc; deve me detestar. Eu não !uis...

 F 8enha cá. F Dirigiu'se para ela0 passando pelos animais !ue se puseram de lado0olhando0 e apertou'a nos braços. F Está tudo bem F murmurou0 acariciando'a. F Eu não devia t;'la assustado desse &eito. Devia ter feito com !ue soubesse !ue era eu. 8oc; tinha todo direito de se

 proteger.

"fastou'a um pouco de si e fitou o rosto molhado de lágrimas. Seu coração derreteu'se.Droga0 como ela 7 linda

 F 8oc; está bemGEmily fe$ !ue sim.

 F Estou... mas tamb7m... estou triste F soluçou. F Eu podia ter machucado voc;...

 F 6ão se preocupe com isso. Estou %timo F garantiu David. Mas o lado aventureiro delenão concordava.

8oc; está %timo0 DaveG Ela acaba de fa$er um galo na sua cabeça. E o pássaro verde tentou bicar seus olhos. E od$illa0 sua pr%pria cachorrinha0 deiHou seus torno$elos em petição de mis7riaMas ele calou'se !uando David fe$ um inventário f9sico de si mesmo0 chegando O conclusão de !ueo ata!ue havia sido apenas barulhento e furioso. =ealmente0 não estava machucado. 6o entanto0 os

coitadinhos tinham sido terrivelmente assustados por ele.De repente0 tudo se tornou engraçado. David começou a rir pensando !ue a mulher !ue tinha

nos braços era a pessoa mais cora&osa !ue conhecia.

Emily piscou várias ve$es0 com o !ueiHo ainda tremendo.

 F - !ue 7 tão engraçadoG

 F 8oc; F respondeu ele. F 8oc; 7 engraçada0 cora&osa0 lind9ssima e virou minha vida de pernas para o ar.

Emily fungou de novo0 assentindo.

 F Eu sei. "posto !ue me odeia por t;'lo tirado de sua rotina.

 F Deveria F concordou ele F0 mas não odeio. 2onge disso.

"gindo por impulso e pelo dese&o !ue sentia0 David abaiHou a cabeça e bei&ou'a. " reaçãoinicial de surpresa dela rapidamente dissolveu'se em a!uiesc;ncia0 o !ue aumentou a paiHão deDavid. Será !ue Emily tamb7m percebera a centelha !ue se transmitia pelos lábios delesG Esperava!ue sim. " esperança se reali$ou0 pois suas bocas se encaiHaram com perfeição num sentimento !ueera mais do !ue simples dese&o. -u do !ue luH#ria. Era muito mais do !ue isso.

,or fim0 ela passou os braços no pescoço másculo0 colou'se mais a ele e gemeu. "lgo dentrode David se modificou di$endo'lhe !ue Emily era a #nica. ue iriam levar a vida inteira &untos.

,elo menos era o !ue sentia0 principalmente !uando o bei&o aprofundou'se tornando'se ansioso0insistente0 eHigente...

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od$illa uivou. Raf/a latiu. E =odney sugeriu:

 F (urrupaco'paco "rran&em um !uarto.

(omo adolescentes apanhados em flagrante0 David e Emily separaram'se no mesmoinstante. Segurando'a pelos braços0 ele fitou'a. -s lábios dela estavam entreabertos0 ainda #midosdo bei&o0 surpresa e embaraço revelavam'se em sua eHpressão. ,erturbado pelo primeiro bei&o deles0

e imaginando !ue Emily tamb7m estava perturbada0 David recorreu ao humor0 esperando suavi$ar oimpasse.

 F Diga'me0 Emily0 at7 !ue ponto voc; 7 apegada a esse papagaioG

 F 6ão muito. F Ela sacudiu os ombros. F ,or !u;G Está pensando matá'loG

David assentiu.

 F "cho !ue vou fa$er isso0 mesmo.

 F 3udo bem0 eu a&udo. 6o sofá há uma frigideira !ue voc; pode usar.

Sempre brincando0 David fe$ uma careta.

 F Será !ue preciso de uma armaG

-s longos cabelos negros movimentaram'se !uando ela virou a cabeça para olhar o papagaio. David olhou'o tamb7m. "s asas de =odney estavam abertas e ele abaiHou a cabeça0en!uanto lhes devolvia o olhar. E não parecia amigo.

 F "h0 sim F assegurou Emily. F E0 definitivamente0 vai precisar tamb7m de um chicote.

David estalou os dedos.

 F Droga0 deiHei o meu em casa.

Emily fe$ um muHoHo. F Sua mãe não lhe disse !ue pensasse sempre no futuroG

 F 6ão. Ela sempre me disse para viver o dia de ho&e sem me preocupar com o amanhã0 por!ue o amanhã poderá não chegar.

- nari$inho de Emily enrugou'se.

 F K0 mesmoG

David fingiu pensar a respeito.

 F em0 7 sabido !ue não se deve acreditar em ningu7m com mais de trinta anos...

 F -h0 isso 7 verdade. " geração Lfaça amor0 não faça guerraL0 nãoG

 F <sso. De fato0 7 um credo não muito ruim de seguir. ,rincipalmente essa parte de fa$er amor.

Emily abriu a boca.

 F Eu..0

5itou'o0 piscando. E fechou a boca.

 F 8oc;0 o !u;0 EmilyG

- momento outra ve$ se tornava profundo en!uanto David diminu9a a distUncia entre eles puHando Emily para si0 determinado a repetir o doce bei&o !ue haviam trocado.

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Mas !uando suas bocas estavam muito pr%Himas0 Emily recuou0 com as mãos no peito dele.

 F -h0 meu Deus0 David Espere. "cabei es!uecendo. 8oc; me perguntou pela sra.1opemore e o sr. Smith'1ill. 2embra'se !ue eu disse !ue tinham sa9doG Sa9ram da pior maneira !uese pode sair de casa0 David

"s sobrancelhas dele se fran$iram. - !ue ela estava di$endoG

 F EHpli!ue melhor.

-s olhos a$uis arregalaram'se.

 F Sa9ram com rev%lveres. Eles se armaram e sa9ram di$endo !ue iam em missão dereconhecimento.

Ele ficou olhando para Emily. 6ada do !ue ela dissera fa$ia sentido. 6o entanto0 fe$ nosegundo seguinte. "s palavras dela assumiram um sentido horr9vel. Então0 como se houvesseacabado de avistar a barbatana de um tubarão em sua banheira0 a reação eHplodiu fa$endo o corpode David estremecer.

 F =ev%lveresG "!ueles dois...2argou e Emily e começou a andar de um lado para outro da sala.

 F uando eles sa9ramG ,or !ue não me disseG

4untando as mãos0 nervosa0 ela respondeu:

 F Eu disse0 agora mesmo.

David parou de andar e fitou'a. >ma parte de seu c7rebro reparava em como ela era bonita0mas a outra parte o fe$ di$er:

 F "ntes. ,erguntei por !ue não me disse antes. 2ogo !ue entrei0 por eHemplo.

 F Eu sei0 devia ter dito logo0 mas voc; me assustou e depois eu estava chorando. "90 voc;me bei&ou e es!ueci. Então0 =odney...

 F Emily F David colocou a mão no braço dela e apertou suavemente F0 não fa$ mal.3udo bem. Desculpe. (onte'me o !ue aconteceu. (omece pelos rev%lveres. -nde eles arran&aram asarmasG

 F " sua secretária...

- tom acusat%rio levou David de volta O infUncia. Seus pais falavam um com outro da!uele &eito !uando $angados com ele.

 F... abriu uma gaveta na!uele... na!uele m%vel hor... es!uisito e pegou'os como se fossem peças de prataria ou algo parecido. 4uro0 David0 eu me senti num filme de 4ohn Wayne no 8elho-este. Ela deu uma das armas para o sr. Smith'1ill e disse'lhe !ue pusesse no bolso. Ele obedeceu eos dois sa9ram.

En!uanto olhava para Emily uma s#bita visão assaltou David. "!ueles dois velhos malucosarmados pela cidade. -nde será !ue...

 F -nde será !ue eles estão e o !ue fa$emG (omo sabem por onde começarG 6em mesmon%s dois sabemos por onde começar0 menos ainda o !ue procurar

Emily assentiu.

 F Eu tentei di$er'lhes isso. 3entei det;'los0 mas... em0 eles estavam armados0 David.

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 F K verdade F concedeu ele. F E são perigosos. Mais para si mesmos do !ue para osoutros... F ele hesitou. F Espero.

Muito s7ria0 Emily concordou:

 F Eu tamb7m. F "nimou'se um pouco. F David0 tenho !ue lhe di$er0 a sua secretária 7...7 incr9vel

 F Eu sei. >ma velhinha eHc;ntrica0 nãoG

" resposta de Emily foi um sorriso0 um luminoso sorriso. <maginando o por!u; da!uelesorriso0 David fe$ uma careta cPmica.

 F -h0 não 8oc; gosta dela0 não 7G F Sacudiu a cabeça0 fingindo'se arrasado. F rande8oc; gosta dela.

 F osto. "cho a sra. 1opemore sensacional. Ela e sua casa. 8e&a0 este lugar 7absolutamente selvagem. E a!ueles rapa$es !ue estavam a!ui0 David. 6a idade dela "doro essamulher. E voc; tamb7m0 admita. Sei !ue gosta dela.

David sacudiu a cabeça. F 6ão tenho escolha. Eu a conheço desde !ue nasci.

Ela ficou pasma.

 F - !u;G Desde !ue nasceuG ,ensei...

 F ue ela apenas trabalhasse para mim0 certoG Errado. ,or mais idiota !ue pareça0 !uandovim para cá e abri a empresa0 minha av%0 a sra. 1opemore 7 amiga dela desde criança0 telefonou'lhee pediu'lhe !ue ficasse de olho em mim. S% !ue na 7poca eu não sabia disso.

Emily pPs as mãos nos !uadris.

 F E lá estava eu disposta a... 6ão importa. <sto eHplica muita coisa. 8oc; nem ligou de cair em cima da pobre mulher comigo0 bichos e o sr. Smith'1ill.

"o ouvir isso0 David discordou.

 F Se voc; lembrar bem0 verá !ue eu não estava nada confortável. ,obre mulherG Esta 7 a#ltima coisa !ue ela seria.

Emily fitou'o profundamente e leu dentro dele.

 F 8oc; gosta dela.

David cedeu.

 F Está bem0 gosto. Mas ela não pode se!uer desconfiar disso0 senão pede aumento. E agoratudo !ue !uero 7 saber onde ela está. 3oda ve$ !ue a sra. 1opemore some custa'me dinheiro ou anação enfra!uece. "h0 como eu gostaria de ter um es!uadrão de combate para nossa defesa

Emily riu.

 F "cha !ue precisaremos dissoG

 F od$illa adora morderG Sim0 acho !ue precisamos disso e se o es!uadrão não vier logo...

" porta atrás de David abriu'se. Ele saltou. Emily gritou. od$illa latiu. Raf/a meramenteobservou a cena com uma orelha elegantemente erguida e =odney voou para um m%vel retorcido

coberto de pe!uenas estatuetas de cristal0 gritando: F (urrupaco'paco "lerta geral. ,reparar torpedos

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 6ão 7 má id7ia0 foi o pensamento de Emily !uando os dois irromperam na sala comoeHplosIes de granadas com cheiro de noite de outono0 de mofo e de molho italiano.

Sem d#vida surpreendidos pelo comit; de recepção a sra. 1opemore e o sr. Smith'1ill sedetiveram0 os rostos brilhantes0 ela com uma enorme caiHa de pi$$a ele com uma garrafa de vinhonas mãos0 e disseram:

 F -paE se apoiaram um ao outro0 com &eito de b;bados. - !ue teve um efeito paralisante nos

demais presentes O sala0 Descrença fe$ Emily erguer uma sobrancelha. ,rocurou o olhar de David eencontrou'o. Entreolharam'se e depois voltaram a observar a dupla.

 F em0 parece !ue voc;s dois estão alegres.

 F em... F - sr. Smith pronunciou a palavra cuidadosamente0 os olhos cintilando por trásdas lentes dos %culos0 assumiu uma postura elegante e orgulhosa. F Se !uer di$er !ue somosfeli$es...

"o ouvir isso a sra. 1opemore deu um gritinho alegre e caiu na gargalhada0 dobrando'se e

ameaçando amassar a caiHa de pi$$a. - advogado tamb7m rompeu a rir. (om um salto0 Emily eDavid se aproHimaram dos dois e trataram de pegar a caiHa e a garrafa de vinho do idoso casal em

 precárias condiçIes. (om a comida e a bebida salvas0 Emily perguntou:

 F - !ue aconteceu com voc;sG (a9ram num poço de gás hilariante ou algo parecidoG

 F Melhor ainda F assegurou a sra. 1opemore. F Estivemos tomando um eHcelente vinho.

 F 6ão me diga !ue a senhora dirigiu seu carro nessas condiçIes F duvidou Emily.

- casal alegrinho fitou Emily0 depois se entreolhou0 sacudiu os ombros0 voltou'se de novo para ela e respondeu em un9ssono:

 F (laro !ue sim.En!uanto respondiam0 eles fecharam a porta0 tiraram os casacos e os &ogaram no sofá0 sobre

a bolsa de viagem de David e a frigideira0 !ue tinha um ou dois amassados. -s rev%lveres0 eram o#nico pensamento de Emily. Sem id7ia de como se condu$ir com a dupla recalcitrante0 !uecochichava secretamente0 ela ficou parada0 sentindo'se derrotada. E agoraG Deviam deiHar os doisem pa$ no seu pile!uinhoG

(reio !ue não. =eagindo como uma mãe !ue tem a convicção de !ue todos os maus hábitosdos filhos foram herdados do pai0 voltou'se para David.

 F 8oc; es!ueceuG

Evidentemente apanhado desprevenido David colocou sobre a mesa a caiHa de pi$$a !ueestava fare&ando.

 F Es!ueci do !u;G

Emily suspirou de modo aud9vel.

 F Eles sa9ram com rev%lveres...

 F ,elo amor de Deus0 menina F " sra. 1opemore abanou as mãos para Emily. F Esfrie.Eles estão desarmados.

Sem poder fa$er mais do !ue encarar a alegre senhora0 Emily contrapPs:

 F E isso autori$a algu7m a andar armadoG

4

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 F 3enho porte de arma. Diga a ela0 1ubert.

1ubert0 assim ela chamara o sr. Smith'1ill0 assentiu:

 F Ela tem0 sim. Eu vi. E 7 muito bonito.

>ltra&ada e embaraçada sem saber por !u;0 Emily olhou para David0 !ue parecia ter levadoum soco. ,elo &eito ele acabava de descobrir algo novo na sra. 1opemore.

 F E dirigiram b;bados0 David. F 8oltou'se para a dupla. F ,ara isso não t;m licença0t;mG F Satisfeita0 Emily virou'se de novo para David. F 5aça alguma coisa.

5icou olhando en!uanto ele fitava a dupla0 pedindo mudamente !ue o a&udasse. 6enhum dosdois correspondeu por!ue olhavam para todo lado0 menos para ele. Emily condoeu'se ao v;'lo tãoatrapalhado0 mas procurou manter a eHpressão s7ria e solene !uando0 procurando uma sa9da para asituação David ergueu a caiHa de pi$$a0 como !uem oferece a pa$.

 F 8e&a0 eles trouHeram o &antar.

Ela surpreendeu'se com a!uele gesto bobo !ue0 no entanto0 tocou seu coração. David

 parecia um garotinho oferecendo um maço de flores roubadas do &ardim de um vi$inho. E como eleera esperto e ela estava muito cansada0 para não di$er faminta0 Emily cedeu perdoando a todas asloucuras do dia. ,ara prová'lo0 ergueu a garrafa de vinho.

 F E tamb7m trouHeram isto

 6o mesmo instante a tensão desapareceu. Seguiram'se latidos0 vPos rasantes0 ganidos ecurrupacos. Em !uestão de momentos os dois rev%lveres foram retirados dos bolsos dos casacos erecolocados na gaveta onde sempre tinham estado. Em seguida os animais foram alimentados.Depois0 pratos0 guardanapos talheres e copos limpos foram tra$idos e os !uatro sentaram'se O mesa.(omeram0 beberam0 conversaram e fi$eram'se perguntas at7 !ue a sra. 1opemore disse a David:

 F Sr. Sullivan0 e se eu disser !ue nossas vidas agora dependem da (ondessa participar deuma eHposição p#blica de cães no gramado em frente da ,refeituraG

CAPÍTULO III

 6um certo momento Emily achou !ue a!uele sábado nunca iria terminar. E na!uelemomento0 perto da meia'noite0 deu consigo esperando !ue não terminasseT ,or!ue a!uela estavasendo a melhor parte do dia. ,or vários motivos. 3ais como o barulhento caf7 no t7rreo ter fechado0o sr. Smith'1ill ficara s%brio há umas duas horas e resolvera ir para casa com Raf/a. - !uesignificava !ue o apartamento da sra. 1opemore afinal estava sossegado. Ela tamb7m. Dava at7

 para ouvir o ronco !ue vinha do !uarto da senhora0 do outro lado do hall.

Mas o !ue0 ou !uem0 realmente tornava essa a melhor parte do dia para Emily era David. Ele

estava na sala com ela. -s acontecimentos !ue haviam partilhado o dia todo dava'lhe uma sensaçãodoce0 cálida. Era como se fossem conhecidos há anos. em0 al7m dos dois0 na sala estavam

4!

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od$illa e =odney. Mas a essa altura0 deitada no maltratado sofá com od$illa enrodilhada0sonolenta0 a seu lado. Emily filosoficamente recordou a si mesma !ue na vida nem sempre 7 fácilalcançar o !ue a gente !uer.

uer di$er0 Os ve$es o ,r9ncipe Encantado vem acompanhado por se!uestradores de cães euma cachorrinha problemática. Mas0 neste caso0 tudo bem por!ue a adorável ,rincesa Encantadatinha um papagaio0 assim como um variado n#mero de animais temporários. Suspirando0 tãoconsciente da masculina presença de David !ue ardia por tocá'lo... E poderia fa$;'lo0 ele estava tão

 perto... <sso se eu tivesse coragem. Mas Emily manteve as mãos !uietas e admirou o f9sico bemconstitu9do dele.

"parentemente sem saber !ue figura sedutora fa$ia na lu$ difusa da sala0 ele estava deitadono carpete0 de costas0 os &oelhos dobrados0 as mãos sob a nuca. 5ato incongruente0 =odney achava'se sobre um dos &oelhos de David0 cobertos pelo &eans. E0 mais incr9vel0 ainda0 o papagaio estava secomportando. em0 comportar'se para =odney significava fa$er comentários cabeludos apenas deve$ em !uando.

 6o momento o !ue estava em foco era o comportamento de od$illa em geral0 muito menos

do !ue em particular. ,articular no caso definia'se como a eHposição de cães do dia seguinte.3ratava'se de uma eHposição aberta ao p#blico em geral0 uma grande audi;ncia para as diabruras deod$illa. Diabruras num momento em !ue as vidas deles dependiam da cooperação dela0 dissera asra. 1opemore0 o !ue fi$era Emily perguntar'se várias ve$es por !ue a vida deles dependia docomportamento de od$illa em uma demonstração de obedi;nciaG

,arece !ue ela não era a #nica a pensar nisso.

 F Emily0 deiHe'me ver se entendi. " sra. 1opemore e o sr. Smith'1ill estiveram fora a tardeinteira fa$endo... F Endireitou'se para fitá'la. F - fato 7 !ue eles não nos disseram o !ueestiveram fa$endo0 não 7G

Emily ouviu a pergunta e gostaria de responder. Mas não podia fa$;'lo... pelo menos nãona!ueles segundos por!ue o olhar dele dominava seus sentidos. 3oda ve$ !ue ele a olhava0 elavibrava. -s olhares pareciam intensificar'se a cada minuto !ue passava. E na!uele momento elasentia'se a!uecida a ponto de...

 F Emily0 voc; me ouviuG

 F -h0 sim. -uvi F atrapalhou'se ela. F E0 hum... tem ra$ão. "cho !ue eles não disseram.

rande ,areço uma idiota 3ratou de respirar fundo0 de acalmar'se0 e passou a falar numtom mais normal.

 F Mas acho !ue talve$ possamos dormir melhor se não soubermos.

 F K. 6ão saber 7 definitivamente melhor F concordou David0 parecendo um tanto ofegantetamb7m.

,or acaso ele tamb7m se havia dado conta do encantamento sensual !ue os envolviaG Seassim fosse0 David procurava disfarçá'lo tornando a falar de modo impessoal.

 F Será !ue tem algo a ver com recolher evid;nciasG

 F "cho !ue sim0 mas parece !ue o !ue conseguiram LrecolherL foi vinho e pi$$a.

=indo e voltando O posição anterior0 David comentou:

 F 6ada errado nisso. Eles disseram !ue foram O organi$ação da eHposição e inscreveram

od$illa na demonstração de obedi;ncia0 nãoG

5"

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"gora era o som da vo$ dele !ue fa$ia Emily suspirar. >m delicioso arrepio percorria'lhe a pele e um sorriso entreabriu'lhe os lábios en!uanto saboreava a sensação. 6a!uele momento

od$illa olhou para Emily como !ue di$endo L=esponda ao homemL. ,iscando aodespertar de outro sonho de olhos abertos0 ela murmurou:

 F <sso mesmo.

E esperou !ue fosse a resposta certa por!ue nem sabia !ual tinha sido a pergunta.

 F Será p7ssimo se eles inscreveram Raf/a tamb7m. "h0 sim... Era isso. od$illa eobedi;ncia.

 F Sim F concordou Emily0 rápida. F Mas 7 atrás de od$illa !ue eles estão... paradespeito do sr. Smith'1ill. De !ual!uer modo0 ele não deve ter inscrito Raf/a numa eHposição deamadores. ,or outro lado0 como Raf/a 7 um campeão registrado não pode participar. Ele perderiaseu status de profissional.

 F -h0 nenhum de n%s iria !uerer tal coisa F ironi$ou David F0 principalmente se nossasvidas dependerem disso

E este comentário a levou de volta O pergunta original. Emily ergueu'se sobre o cotovelo.

 F Eles disseram !ue nossas vidas dependem disso. (omo0 DavidG De !ue modo nossasvidas dependem dissoG

Ele deu de ombros.

 F 3alve$ de várias maneiras. ,or eHemplo0 estaremos vulneráveis uma ve$ !ue em p#blicocom od$illa. (omo iscas0 entendeG E eles a reconhecerão0 se não reconhecerem a n%s.

 F "inda assim0 David F insistiu ela F0 nossas vidasG

 F em0 Emy. 6unca se sabe. "!uele indiv9duo ho&e de manhã não pensou duas ve$es emempurrá'la fora do caminho para pegar od$illa. ,or !ue ele hesitaria em fa$er mais do !ue nosempurrar com a provocação certaG

Ele chamou'me Emy. (omo se eu fosse um bichinho de estimação. "pesar de feli$ com aintimidade0 Emily fe$ uma careta.

 F 6ão penso do mesmo modo. 3enho medo por od$illa0 não por n%s.

 F EHatamente. - !ue eHplica eu estar a!ui agora. " sua segurança. 6ão !uero !ue voc; semachu!ue por causa da minha cachorrinha. E nem por !ual!uer outro motivo.

uardando a!uelas carinhosas palavras no coração0 ela retomou o assunto da conversaT

!ual!uer coisa para não ter !ue di$er Lboa noiteL e encerrar a!ueles momentos a s%s com ele. F Diante disso0 creio !ue o sr. Smith'1ill tem ra$ão. uero di$er0 onde mais se!uestradores

de cães apareceriam se não numa eHposição caninaG

 F (oncordo0 Emy. K uma ocasião perfeita para verificar se r eles estão atrás de od$illa emespecial ou se a !uerem por ser uma escolha mais fácil0 se não mais racional.

 F 6ada de pessoal0 garota. 6%s a amamos F disse Emily a od$illa !ue batera com a patinha em seu colo. Depois voltou a atenção para David. F 3udo isso 7 verdade0 reconheço !ue 7uma situação s7ria. Mas vida ou morteG <sso 7 muito bi$arro. (omo uma situação de filme e não navida real. ,elo menos0 não na minha.

David a encarou0 tamb7m sobre um cotovelo como ela0 o !ue desalo&ou =odney !ue gritou:

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 F (urrupaco'paco -lhe onde pisa0 rapa$

8oou para o chão e saiu andando como rouHo MarH.

David mal deu um olhar para a ave0 então dedicou'se todo a Emily0 !ue teve impressão !ueseu coração ia parar diante do olhar s7rio e profundo.

 F Sim0 na sua vida0 Emy. E a pior parte para mim 7 !ue ela 7 F apontou para od$illa F aisca para atrair os se!uestradores. E &á conheço voc; o bastante para saber !ue se ela for ameaçadaserá capa$ de pPr sua vida em risco para proteg;'la. Diga'me !ue não 7 verdade.

Emily riu.

 F 6ão posso0 por!ue 7 verdade.

EHasperado0 David sacudiu a cabeça e Emily coçou entre as orelhas do animal em !uestão.

 F -ra vamos0 David 8oc; faria eHatamente o mesmo !ue eu se um perigo ameaçasseod$illa. "dmita. Ela 7 tão doce

David resmungou.

 F 6ão admito nada e vá di$er ao sr. 3renton !ue ela 7 doce. Depois de dois dias com ela eleficou todo ensanguentado e pronto para um hosp9cio.

 F Espere a9. Sr. 3rentonG K o advogado com !uem a senhora do testamento deiHouod$illa0 nãoG

David assentiu.

 F Ele mesmo. E há outra coisa0 ainda não sei !uem 7 "m7lia Stanfield. uero di$er0 não seio !ue a fe$ tornar'me seu herdeiro0 inclusive disso a9.

Mais uma ve$ ele apontou od$illa0 !ue abriu os olhos e ergueu as orelhas. Era evidente !ue

se sentia insultada.Emily continuou acariciando a $angada futura mãe$inha0 mais para mant;'la !uieta0 e disse:

 F Se&a bondoso0 David. Estamos falando da dona anterior de od$illa. (omo 7 mesmo onome delaG

 F "m7lia Stanfield. l

 F (erto. 4á ouvi voc; di$er !ue não sabe por !ue o nomeou seu herdeiro. Engraçado ela ter escolhido &usto voc;0 nãoG (omo se houvesse procurado na lista telefPnica ou algo parecido.

 F ,ensei isso mesmo F anuiu David. F 3alve$ eu deva pedir O sra. 1opemore0 uma ve$

!ue ela tem um sistema de ar!uivo todo individual0 !ue vá ao escrit%rio e verifi!ue meus antigosclientes. ,ode ser !ue eu tenha feito algum serviço para essa senhora anos atrás e não me lembro.

 F ,ode ser. Mas0 sem ofensa0 David0 uma mulher rica como voc; di$ !ue ela era devia ter contadores particulares.

 F (oncordo. Mas as pessoas ricas muitas ve$es são eHc;ntricas. uem sabeG Ela pode ter me dado algo a fa$er !ue não !ueria !ue os outros soubessem.

- interesse de Emily aumentou.

 F -h0 gosto disso 3alve$ ela não tenha usado seu nome verdadeiro e 7 por isso !ue voc;não se lembra dela.

David balançou a cabeça.

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 F Duvido. ,eço a carteira de identidade de todos os meus clientes. - máHimo !ue ela poderia ter feito seria me di$er !ue não tinha identidade e eu me lembraria deste fato. F "pontou para Emily. F Sabe o !ue de fato me intrigaG ,or !ue os se!uestradores !uerem od$illa. Eles poderiam se!uestrar a mim e não a ela0 o !ue daria um resgate maior. Mas podem ficar comod$illa0 eu at7 gostaria de encontrar com eles para entregá'la.

 F Envergonhe'seT David Sullivan F reagiu Emily. F 8oc; não !uis di$er isso.

 F uis0 sim.

 F 6ão !uis0 não. 1o&e de manhã na minha casa voc; correu para salvá'la.

 F 6ão. (orri para salvar voc;.

Emily ficou radiante.

 F (reio !ue sim F admitiu ela0 afinal. F <sso foi... lindo.

,arecendo meio sem &eito0 como !ue embaraçado pelo !ue dissera0 David voltou O posiçãoanterior e fitou o teto.

 F ,or favor F brincou F0 não espalhe por a90 !ue vai destruir a minha reputação.

"dorando a fingida agressividade dele Emily sorriu e decidiu !ue &á !ue estavam seconfessando...

 F David0 tenho uma coisa para lhe di$er.

Sem olhar para Emily0 David falou com vo$ sem eHpressão.

 F DeiHe'me adivinhar. 8oc; está grávida0 não 7 casada e está fugindo de se!uestradores.

 F 6ão

Emily teve um sobressalto !ue despertou od$illa. " cachorrinha levantou'se0 andou emvolta de si mesma tr;s ve$es tornou a acomodar'se e fitou'a demoradamente. <mediatamente Emilylevou a mão aos lábios0 temendo ter acordado a sra. 1opemore com seu grito. Então0 murmurou:

 F ue coisa mais horr9vel para se di$er

David sacudiu os ombros0 mas Emily viu !ue ele sorria.

 F (ombina perfeitamente com o tipo de dia !ue tivemos.

 F MesmoG E se tudo !ue eu falei fosse verdadeG - !ue voc; fariaG

David imediatamente rolou de lado e encarou'a.

 F Eu me casaria com voc;0 daria meu nome ao seu filho0 a manteria em segurança egastaria todo meu dinheiro com voc;.

 F 5aria issoG F Ela mal respirava.

 F 5aria F confirmou David. F <sso ou iria comprar um carro novo. 6ão sei !ual das duascoisas.

Esse comentário foi seguido de uma almofada atirada contra ele0 !ue escapou0 mas asegunda !ue Emily atirou pegou'lhe no ombro.

 F David Sullivan0 está se divertindo O minha custa. Eu o odeio.

=indo ele pegou a almofada.

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 F 6ão0 não odeia. F " eHpressão dele tornou'se o !ue Emily definia como tentadora. F Mas voc; odiou a sra. 1opemore antes de chegarmos a!ui0 nãoG

 F -diei... F Ela engoliu seco. F 6ão0 eu... F (orou de embaraço. F -diá'laG 8oc; pensa... 6ão odiei.

Emily teve vontade de correr para seu !uarto0 mas seus m#sculos não se meHeram e

 permaneceu ali.(om um sorriso malvado David Sullivan tripudiou.

 F -diou0 sim. uando estávamos no meu carro e voc; fe$ todas a!uelas perguntas sobreela. ,ensou !ue eu tinha algo a ver com minha secretária0 nãoG Sentiu ci#me.

 F 6ão senti F Emily decidiu esclarecer as coisas. F em0 voc; me levou a pensar !uetinha0 nãoG 3udo a!uilo !ue disse da vi#va alegre...

 F 8i#va alegreG

(om um ágil movimento David se pPs em p70 disposto a discutir0 apesar de um rosnado de

od$illa avisá'lo !ue não chegasse muito perto. F Emily Wright0 eu não disse absolutamente nada sobre vi#va alegre. l

 F 3alve$ não. Mas tenho ra$ão0 não tenhoG 8oc; fe$ o tipo de comentários !ue levavam para esse lado. Diga'me por !u;.

"bsolutamente descarado David respondeu:

 F ,ara ver se voc; ficava com ci#me.

Sem mais almofadas O disposição0 Emily confessou.

 F E funcionou. 5i!uei com ci#me. E da9G

David aproHimou'se0 pegou od$illa apesar dos rosnados0 e colocou'a no chão. Em seguida0emoldurou o rosto de Emily com as duas mãos... e bei&ou'a.

Ela se derreteu. 4amais tinha sido bei&ada da!uela maneira0 com um misto de dese&o eternura. 4eff nunca a fi$era sentir'se como se sentia0 tr;mula0 fraca e ansiosa. ,assou os braços no

 pescoço de David0 aproHimou'se mais e ambos acabaram no macio carpete. Ele a deitougentilmente de costas e passou uma perna sobre as dela.

Emily gemeu. Era tão delicioso Seria capa$ de passar a noite inteira ali0 abraçada O!uelehomem0 seria capa$ de se entregar a ele0 todas as convençIes es!uecidas0 apesar de se conheceremhá apenas vinte e !uatro horas. uem se importavaG Ela0 não. 6em mesmo !uando o to!ue dele0 seu

 bei&o0 at7 mesmo um simples sorriso punham suas emoçIes em polvorosa... para não falar em seucorpo. - olhar dele era tão indagador !ue dese&ava ter profundos e sombrios segredos paraconfessar'lhe.

 F Emily F sussurrou David0 os lábios tocando os dela.

 F David F sussurrou ela tamb7m.

 F Emily... 6ão estamos s%s. 2evante'se.

 F -h David0 eu...

- !u;G0 Emily endireitou o corpo0 seus olhos se abriram de todo e viu !ue David sorria de

leve0 erguendo as sobrancelhas. F David F começou0 cautelosa F0 !uando voc; disse !ue não estamos s%s falava com

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amplo sentido0 nãoG ue não estamos s%s no mundo e...

 F em !ue gostaria !ue assim fosse. 6ão. F En!uanto respondia0 David indicou algu7m0ou alguma coisa0 O sua es!uerda com um movimento de cabeça. F Eu !uis di$er !ue não estamoss%s no sentido restrito. 3emos !ue nos levantar.

Emily s% pPde olhá'lo incr7dula. 2evantar'seG 6um momento !ue não !ueria fa$;'loG

"final0 os braços dele continuavam ao seu redor. Mas ele &á não a fitava com o coração nos olhos. 6ão. David olhava continuamente para sua es!uerda. =elutante0 ela seguiu'lhe o olhar.

De fato0 não estavam a s%s.

,e!uenos olhos negros0 de contas0 falsos0 colados em pantufas tipo coelhinho das !uaissubiam duas pernas magras e um n7glig7 !ue chegava at7 as canelas achavam'se a setentacent9metros dela. Se erguesse um pouco a cabeça0 Emily tinha certe$a !ue veria a sra. 1opemore.

 F Sr. Sullivan F soou a vo$ firme da secretária F0 levantei para tomar um copo de água e &amais pensei !ue um dia depararia com uma cena como esta. 6a sala da minha casa. Sabe como mesintoG

David abaiHou a cabeça0 apoiando a testa no ombro de Emily.

 F 6ão0 não sei. (omo se senteG >ma testemunhaG angada0 talve$G -u uma sonUmbulaG"marguradaG ;badaG DesempregadaG "lguma das opçIes acima0 sra. 1opemoreG

 F 6enhuma delas F respondeu ela0 calma0 passando pelos dois e indo para a co$inha0 comum copo va$io na mão. F Sinto'me... feli$ pelo senhor. 4á era tempo. 3udo !ue fa$ia era s%trabalhar0 trabalhar0 trabalhar. <sto 7 bom e estou contente pelo senhor. Mas !uando o sol nascer0 nãovou me lembrar !ue disse isto0 o !ue fa$ com !ue me sinta senil.

"o !ue =odney0 !ue a acompanhara at7 a co$inha0 acrescentou:

 F (urrupaco'paco Estou com voc;0 irmã

 F 6ão me diga Depois da meia'noiteG "!ui0 no chão da sua salaG

 F <sso mesmo0 1ubert. ,raticamente tropecei nos corpos abraçados !uando fui para minhaco$inha.

 F ue coisa 1o&e em dia os &ovens não t;m pudor0 não acha0 2av9niaG

Emily fechou os olhos. 1ubert e 2av9nia0 ou se&a0 o sr. Smith'1ill e a sra. 1opemore0 em

companhia do bem'comportado se não aborrecido Raf/a0 precediam a ela0 David e od$illa0 no diaseguinte0 depois do almoço0 a caminho da eHposição canina. ,ensava !ue os !uatro deveriam estar de olho num poss9vel aparecimento dos bandidos0 mas aparentemente as atividades dela e David nanoite anterior eram mais interessantes do !ue procurar criminosos. <sso para não falar no assunto

 principal da conversa desde !ue o sr. Smith'1ill chegara para o almoço. E0 leal O sua palavra0 a sra.1opemore nenhuma ve$ mencionara a parte !ue se dissera feli$ por David. 6a verdade ela sentia'semesmo feli$ regalando o advogado com numerosos detalhes.

E feli$0 por !u;G0 perguntava'se Emily. ,or ele ter encontrado o amor0 talve$G Será !ue eraisso !ue ela !uisera di$erG

(om esta esperança guiando'a0 Emily procurou falar em particular com David !ue estava

ocupado tentando manter a in!uieta od$illa de olhos brilhantes na curva de seu braço. "indisciplinada cachorrinha obviamente !ueria descer0 com certe$a para ir meHer com os demais

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cachorros.

<ndicando o casal mais velho !ue andava O frente deles0 Emily disse:

 F 6ão acha !ue eles deveriam estar mais preocupados com os se!uestradores de cães0DavidG

 F "cho F concordou ele. F Mas ficarei feli$ se não fi$erem um an#ncio pelo alto'falantea nosso respeito na noite passada.

Ela passou um braço pelo dele.

 F Diga'me !ue não os considera capa$es disso

David fitou'a0 rindo.

 F 6ão posso. ,enso eHatamente o contrário. F " risada se transformou num sorriso0 umsorriso sedutor. F Eu gostaria de ter ido mais adiante ontem O noite a fim de dar'lhes algointeressante de verdade para anunciar... F " vo$ dele tornou'se rouca. F Estou certoG -u sou s% eu!ue penso assimG

Sem saber como responder Emily parou de s#bito e foi abalroada por trás. <gnorou os pedidos de desculpa do estranho0 empenhada em olhar para David. S% esperava !ue seu coração nãoestivesse nos olhos.

 F 6ão. 6ão 7 s% voc;0 David. Eu...

 F -h0 olhe s% para eles0 1ubert 6ão podemos impedi'los de se revelar em p#blico. K comose estivessem no cio

- pesado comentário da sra. 1opemore0 feito em vo$ bem alta0 chamou a atenção de todos!ue estavam por perto0 humanos e caninos.

Emily e David voltaram'se e viram os dois parados0 mãos nas cinturas0 observando'osreprovadoramente. (omo sempre0 Raf/a olhava para longe0 sem d#vida num esforço de sedistanciar da!uela situação constrangedora. Mas Emily não era como ele. 5u$ilou o casal idoso como olhar en!uanto informava David:

 F 8ou matá'la pessoalmente e ficarei feli$

 F -h0 não faça isso F implorou ele. F - fantasma dela iria para o escrit%rio na segunda'feira0 para trabalhar0 e eu morreria de susto.

-s dois se entreolharam e Emily viu !ue David lhe piscava0 maroto. Maldito fosse ele0estava achando graça !uando ela de fato estava $angada com a sra. 1opemore. Depois suspirou edeiHou passar. Dada a inclinação da eHc;ntrica senhora para a mal9cia e seu bom coração0 assimcomo sua dramaticidade0 como algu7m seria capa$ de ficar $angado com ela por muito tempoG Xsecretária era uma od$illa humana.

 F em F a!uiesceu Emily0 por fim F0 terça'feira 7 1alloJeen0 se ela o matar de sustovoc; pode voltar como fantasma. 6ão precisaria se!uer comprar a fantasia.

"s sobrancelhas grossas de David ergueram'se.

 F (omprar uma fantasiaG Eu &amais comprei nenhuma. "penas empresto alguma coisa dasra. 1opemore0 por eHemplo uma echarpe de plumas0 sandálias de salto alto0 apetrechos dema!uilagem e eis'me pronto para Ldoçura ou travessuraL.

(om certe$a ele... Emily não pPde terminar o pensamento. David pegou'a pelo braço e a fe$caminhar.

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 F 8amos lá para perto do tablado... e dos nossos se!uestradores de cães.

CAPÍTULO I

" demonstração de obedi;ncia foi interrompida mais uma ve$. E mais uma ve$ a multidãoriu0 inclusive David0 o sr. Smith0 e a sra. 1opemore. E ainda mais uma ve$ a mestre'de'cerimPnias0uma tem9vel treinadora num costume de tJeed e botas0 apontou acusadoramente e falou com forte

sota!ue alemão: F 5raulein0 !uerr fa$ a favor de manterr esse cadelinha !uietoG 4á0 o senhorrita a9

 F Sim0 senhora0 sei !ue sou eu... F respondeu Emily olhando od$illa saltitar alegrementeao redor de seus torno$elos. aiHinho0 ordenou: F ,are com isso0 od$illa. S7rio0 pare0 ou eu...

-u eu0 o !u;G ,ois 7. " terr9vel cachorrinha sabia !ue não havia Lou o !u;L. Emily suspirouen!uanto olhava a pe!uena vira'lata tornar a sua vida um inferno. - !ue mais ela podia fa$er0 comas tantas testemunhas0 se não rirG 6o entanto0 decidiu !ue !uando sa9sse da!uele tablado iriaesganar David Sullivan. Ele 7 !ue a fi$era ficar com od$illa e subir ali0 di$endo !ue precisavaficar livre para o caso dos se!uestradores de cães agirem. Muito bem pensado

 F 4á temos o bastante0 5raulein FF di$ia a tem9vel sargentona. F 8oc; foi terr !uemostrarr não terr medo do seu cachorrinha.

<nsultada0 Emily ergueu uma sobrancelha e respondeu0 talve$ alto demais:

 F 8ou mostrar'lhe !ue não tenho medo dela. Sou uma veterinária.

rande0 Emily oa publicidade. Decidida0 apontou para od$illa e acrescentou:

 F E ela vai ter filhotes0 por isso está tão in!uieta.

3odos no tablado ficaram calados. em0 com eHceção da treinadora0 !ue se manifestou0 fria:

 F Muito pem Entom ponha o seu cadelinha na lugarr certo0 obediente. Estamosesperrando... outrra fe$. E lembre'se0 se&a firme com ela.

,or mim voc; pode esperar a vida inteira0 foi a silenciosa resposta de Emily en!uantotentava fa$er od$illa ficar !uieta0 sentadinha dentro do est#pido !uadrado de gi$ !ue a mulher fi$era para marcar o lugar dela. (omo se isso fosse fácil Está bem0 elas eram as #nicas de todas asduplas de animais e seus respectivos donos no tablado !ue tinham espaço demarcado. Segundo o

 parecer de Emily0 a!uela demarcação era despre$9vel e desnecessária.

 F ,or favor0 od$illa F implorou F0 comporte'se E guarde esse seu focinho frio e #mido para si mesma. 8oc; ainda vai causar confusão. uanto tempo acha !ue esse lindo bulldog vai ter  paci;ncia com voc;G

(laro0 od$illa apenas balançava o rabo0 mostrando !ue se divertia. Então0 deu um latido dealegria para Emily0 !ue se derreteu de afeição pelo pe!uenino animal tomando o latido como um

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 bom sinal. <nclinou'se para acariciar'lhe a cabecinha0 depois endireitou'se0 orgulhosa0 pois erammulher e cachorra unidas contra...

od$illa saiu correndo e Emily saiu atrás do pe!ueno terror peludo entre a multidão !ue riae gritava0 alegre. De ve$ em !uando a cachorrinha parava &unto de um cão para cumprimentar0focinho contra focinho0 inclusive o bulldog0 !ue recuou0 desconfiado0 depois saiu atrás dela. - donodele teve !ue percorrer correndo alguns metros do gramado at7 conseguir pegar a guia a deter o cão0!ue gania0 in!uieto. 5urioso0 ele gritou !ue detivessem La!uela cadelinha furiosa e sua pseudoveterináriaL.

Emily teve !ue responder O ofensa e gritou ao homem:

 F Seu cachorro gane desse &eito por!ue está cheio de vermes

" esta altura ela &á alcançara od$illa e voltara não ao tablado0 mas se postara na primeirafila dos numerosos assistentes0 mantendo'a bem presa pela trela. "o lado de Emily e da cadelinhaestava um senhor com %culos de lentes grossas e dentes de cavalo. (om ele0 preso por uma coleirade couro grosso0 reforçada0 e guia curta0 olhando para elas como se fossem seu &antar0 achava'se umhus/y enorme. Emily segurou a trela de od$illa com mais força e recuou alguns cent9metros.

 6o momento em !ue a sargentona passou a eHplicar aos assistentes !ual seria a pr%Himamanobra eHigida dos cães inscritos0 o homem ao lado de Emily cumprimentou'a com um amplosorriso. Ela respondeu com apenas um aceno de cabeça. Mas o sorriso permaneceu e o enormecachorro não tirava os olhos de od$illa. " cadelinha ganiu e enroscou'se nos torno$elos de Emily0!ue no mesmo instante adorou o hus/y. uem !uer !ue fosse capa$ de intimidar od$illa era amigodela. 2evada pelo entusiasmo0 perguntou ao dentuço:

 F (omo ele se chamaG

 F ,ergunte a ele F respondeu o homem.

 F (omo 7G

Emily olhou do dono para o cachorro0 depois para o dono de novo.

 F ,ergunte a ele F repetiu o homem.

 6ão sabendo o !ue pensar0 ela olhou ao redor e viu David entre os assistentes. Ele a encaroue levou uma das mãos O boca. Sem d#vida estava escondendo uma risada. Sim0 7 muito divertido0não SullivanG Mas sorriu por!ue era mesmo engraçado. Então0 David apontou para um ponto nãomuito longe dela0 !ue olhou para onde ele indicava. Surpresa Raf/a estava em p70 numa atitude dedesafio0 olhando para o hus/y perto de od$illa. Será !ue o garotão estava enciumadoG

Ela fitou David de novo. Ele apontou para a treinadora0 como se dissesse a Emily !ue

 prestasse atenção. - !ue ela fe$. -u tentou fa$er por!ue o homem de dentes grandes a seu ladodisse:

 F K uma brincadeira0 sabeG

"pesar de todo o impulso ao contrário0 Emily olhou para o dentuço.

 F - !u;G

 F - nome dele.

- homem indicou o animal0 !ue segurava com firme$a.

 F "h0 sim0 aposto !ue 7 F concordou ela.

 F 6ão !uer saber o nome deleG

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Desanimada0 percebendo !ue o homem não a deiHaria em pa$0 ela perguntou:

 F Está bem0 como 7 o nome deleG

- dono do hus/y0 irritante0 riu e respondeu de novo:

 F ,ergunte a ele.

-s olhos de Emily se arredondaram e ela detestou o homem mais do !ue detestava atreinadora. Mas sabia !uando estava derrotada. -lhou para o bonito cão e0 sentindo'se uma idiota0

 perguntou:

 F ual 7 o seu nomeG

(laro !ue o animal não respondeu. Mas seu dono ria tanto !ue o toy poodle ao lado delecomeçou a latir e o chihuahua mais adiante ganiu assustado.

 F K uma piada F ria o dono do hus/y. F - nome dele 7 ,ergunte'a'ele.

 F -h Entendi F afirmou Emily.

 6a!uele momento as pessoas !ue estavam atrás de Emily se movimentaram e algu7m gritou: F Ei 6ão empurra

od$illa ganiu e Emily saiu de lado pensando !ue inadvertidamente houvesse pisado numadas patinhas dela. 5icou confusa !uando a trela pareceu estar solta em sua mão e puHou'a. Esperava!ue ela estivesse enganchada na coleira com pedras falsas0 mas não estava. -lhou para baiHo e

 perdeu a respiração. Duas mãos !ue pareciam sair direto das pessoas atrás dela envolviam a barriguinha prenhe de od$illa. -s se!uestradores de cães 6um segundo0 antes mesmo !ue ela pudesse gritar0 od$illa saiu de seu campo de visão e desapareceu engolida pela multidão !ueinocentemente protegia a retirada do criminoso blo!ueando a visão de Emily.

 F David F gritou por fim0 com as pernas moles e o coração disparado."pesar da distUncia0 viu !ue David estremecia ao seu grito. Ergueu a trela solta0 notou !ue

ele agarrava o braço do sr. Smith'1ill e apontava na direção dela0 !ue se desesperou.

 F Eles pegaram od$illa Me a&udem0 depressa

 6o mesmo instante0 Emily voltou'se e avançou abrindo caminho O força na!uela floresta de pessoas espantadas0 trelas e cães !ue latiam. Entre todo o barulho ela conseguiu ouvir os latidosardidos e bem identificáveis de od$illa en!uanto espalhando o pUnico0 rompia a multidão gritando:

 F Se!uestradores de cães Eles levaram minha cachorrinha ,ega0 pega

<sso chamou a atenção imediata dos !ue a rodeavam. ,essoas olhavam ao redor0 esticando os pescoços0 tentando locali$ar sua cachorrinha. 6o entanto0 ningu7m sabia o !ue fa$er. uemdeveriam pegarG "90 em ve$ de a&udar Emily a pegar os se!uestradores0 fi$eram o melhor !uetinham a fa$er seguraram seus cães com mais força e mais perto de si. "h0 sim0 e sa9ram da frentede Emily.

<sso facilitou o deslocamento dela e0 com todos parados0 os #nicos !ue corriam eram ela e osse!uestradores0 o !ue os tornou evidentes. "lgu7m segurou'a pelo braço e gritou'lhe !ue parasse.Disposta a lutar0 ela voltou'se com um soco pronto !uando viu David.

 F -h0 graças a Deus

Sem forças0 apoiou'se nele0 agarrando'se em seu blusão. Segurando'a pelos dois braços0

David perguntou:

5!

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Emily fe$ o mesmo0 mas ainda encontrou tempo para censurar'se. ue id7ia fora a!uela dedi$er !ue o instinto de Raf/a não estava intactoG <sso mostrava o !uanto se achava transtornada0

 pois como doutora em veterinária sabia !ue dissera uma grande bobagem. 4á não vira acontecer tantas ve$esG 8árias esp7cies0 a humana inclusive0 era capa$ de rapidamente reverter para suaorigem !uando se mostrava necessário.

1ouve um guincho e em seguida uma cacofonia sonora. Emily olhou para o lado de onde o barulho vinha. David tamb7m. 5alaram ao mesmo tempo:

 F od$illa.

Emily acrescentou:

 F Raf/a.

David finali$ou:

 F 2av9nia e 1ubert.

E novamente falaram em un9ssono:

 F -h0 não

Então0 correram para a direita0 de onde vinha um som de batalha intensa feito de rugidos e pragas humanas0 latidos e rosnados caninos. E0 de ve$ em !uando0 um ou dois latidos ardidos.

S% com desesperado esforço conseguiram abrir caminho entre a multidão !uando deramcom um homem magricela0 de mãos va$ias e uma das pernas da calça toda rasgada0 correndo emdireção contrária.

Emily soltou uma eHclamação0 apertando o braço de David0 !ue assentiu:

 F Estou vendo...

-s m#sculos sob a mão de Emily se retesaram di$endo a ela !ue ele estava prestes a perseguir o indiv9duo. ,ara completar0 ouviu'se o ronco de um motor de carro. ,rovavelmente docarro esporte branco. David ficou tenso.

 F 6ão0 David0 espere DeiHe'o ir embora. ,ense em od$illa. -nde ela estáG

David voltou'se e fitou'a como se não a conhecesse. Emily atribuiu isso ao estado deansiedade em !ue ele se encontrava. "os poucos a visão de David clareou0 ele cobriu a mão delacom a sua e apertou'a.

 F 3em ra$ão. od$illa. F -lhou ao redor0 como ela0 e de novo0 ficou tenso. F ue diabo...

Emily soube eHatamente o !ue ele !ueria di$er por!ue ela mesma não conseguia acreditar no!ue via.

"li perto0 numa clareira sobre a grama no meio da floresta de gente e cães0 em frente da sra.1opemore e do sr. Smith'1ill cu&as bocas tamb7m se achavam abertas de cho!ue ou surpresa0talve$ de ambos0 encontrava'se o orgulhoso e triunfante Raf/a. Magro e alto0 o pelo sedosoesvoaçando. (ada cent9metro dele era de her%i. Em sua boca um pedaço da perna da calça rasgada.

,or7m a maior surpresa de tudo 7 !ue &unto dele estava0 em adoração0 a baiHinha pelo'de'arame... od$illa.

Emily trocou um olhar com David0 cu&a eHpressão mostrava o !uanto ele estava surpreso.

 F Meu Deus F gemeu Emily F0 Raf/a conseguiu resgatar od$illa. Eu não acredito F 6em eu.

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David soltou o braço !ue ela ainda apertava e levou'a para o amplo c9rculo onde estavam oscães e o casal de idosos.

 F 8amos pegá'los e ir embora da!ui antes !ue o su&eito !ue perdeu parte da calça decidavoltar.

>m arrepio percorreu a espinha de Emily.

 F "cha !ue ele voltariaG

- som de pneus derrapando disse'lhes !ue um carro estava indo embora. (om certe$a0 ocarro. Emily fitou David.

 F <sso não !uer di$er !ue o nosso homem este&a no carro0 Emily F observou David. F Euat7 gostaria !ue ele aparecesse a!ui agora. Esse su&eito se atreveu a fa$er uma tentativa diante decentenas de pessoas0 O lu$ do dia0 e !uase teve sucesso. ,or !ue não tentaria de novo agora0 !uandotodos se acreditam a salvoG

-lhos arregalados0 Emily fe$ !ue sim.

 F 3em ra$ão0 David. 6ão sei voc;0 mas para mim chega de tentarmos fa$er as coisas n%smesmos. 3emos !ue falar com a pol9cia e devemos fa$er isso agora.

(om isto0 ela encaminhou'se para os dois cães e o velho casal !ue descrevia osacontecimentos para as pessoas !ue o rodeavam. <ndo atrás dela0 David discordou:

 F 6ão0 Emily. 6ada de tiras. ,elo menos ainda não.

Emily parou0 confusa. ,or !ue ele não !ueria envolver a pol9cia depois do !ue acabava deacontecerG

 F ,or !ue nãoG - !ue está pensandoG

" boca de David não era mais do !ue uma linha estreita. F Estou pensando !ue agora se tornou %bvio !ue od$illa 7 o #nico alvo deles. - !ue

significa !ue o plano do sr. Smith'1ill funcionou. Esta tentativa de se!uestrar a ela e não a nenhumdesses mimados cães prova isso. 1á algo com ela e !uero saber o !ue 7. "gora tornou'se algo

 pessoal.

Dificilmente ela poderia discutir contra isso. -u poderiaG

 F David0 entendo como se sente0 mas não podemos tomar a lei em nossas mãos.

 F Sei disso. Mas pense de outra maneira. Eu estou proibido de ter !ual!uer contato comvoc; e od$illa. 6o entanto0 a!ui estou0 ao mesmo tempo e no local em !ue aconteceu outra

tentativa de se!uestrar a cadelinha. - !ue a pol9cia vai pensarGEmily fe$ uma careta. ,or mais de um motivo. ,rimeiro0 ele tinha ra$ão !uanto O pol9cia.

Segundo0 detestava ser lembrada de !ue David estava proibido de chegar perto dela. (om certe$aDavid seria preso se procurassem a pol9cia a essa altura dos acontecimentos. Mesmo assim viu'secompelida a argumentar.

 F Mas a diferença agora0 David0 7 !ue a pol9cia terá de ouvir a nossa hist%ria. 3emos aevid;ncia de !ue o se!uestrador não 7 voc;.

 F (omo Levid;nciaL voc; se refere ao pedaço de calça com !ue o sr. 4ames ond Smith'1ill está acenando para o povo agoraG

Esta caracteri$ação de seu vi$inho0 o homen$inho era docemente maluco0 mas poderia parecer mais do !ue eHc;ntrico para a pol9cia0 fe$ Emily ficar menos firme. 6o entanto0 persistiu:

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 F <sso mesmo. 1á tamb7m a sra. 1opemore0 ela pode testemunhar...

David interrompeu0 apontando para sua secretária.

 F -lhe a minha testemunha0 Emily. -lhe'a com atenção.

Desta ve$ Emily perdeu a esperança. Es!uecera'se !ue a secretária estava usando um casacode tecido leopardo sobre um esvoaçante cafetã p#rpura.

 F K0 tem ra$ão F concordou. F Eu es!ueci. F De s#bito iluminou'se. F E euG Eu sei o!ue vi e foi na minha casa0 ontem0 !ue o bandido...

 F... esteve. (omigo lá. E sabemos !ue estou proibido de me aproHimar de voc;. 6oentanto0 aproHimei'me e voc; não chamou a pol9cia. K capa$ de se ouvir contando esta hist%ria0EmyG "inda mais com 2av9nia e 1ubert a seu ladoG Encare isto: os policiais nos trancafiariam emalgum lugar. 6um asilo de loucos0 talve$0 e com camisas de força.

David tinha ra$ão. Emily riu.

 F 3alve$ eles façam isso David. 3alve$ n%s se&amos mesmo meio malucos. (oisas assim

não acontecem com gente normal. (omo a vida pode ser tão loucaG F (omoG F Ele sacudiu os ombros. F 6ão sei como... Mas sei !uando.

>m sorriso iluminou o rosto dele !ue fitava amorosamente os olhos de Emily. Ela fe$ umgesto displicente.

 F 8á em frente. Diga'me !uando. (omo se eu não soubesse

- sorriso !ue erguia o canto dos lábios dele aumentou.

 F 6o momento em !ue a conheci.

em0 ali estava. Emily abriu os braços dramaticamente.

 F Eu mereço isto. K verdade. 3odas as coisas bi$arras da sua vida começaram depois !ueme encontrou. ,obre$inho

(om eHpressão insinuante nos olhos cin$entos0 David sacudiu a cabeça.

 F 6em tão pobre$inho !uanto voc; pensa. 6em tudo foi ruim ostei de bei&á'la. De abraçá'la.

"panhada de surpresa Emily mal conseguia respirar. ,or isso não se admirou !uando suavo$ soou fina e fraca

 F ostouG

Ele fe$ !ue sim.

 F ostei demais at7. E gostaria de fa$;'lo de novo. Muito

 F ostariaG F suspirou Emily.

Emocionado0 David afastou alguns fios de cabelo !ue ca9am sobre a testa de Emily.

 F Sim ostaria. 8oc; nãoG

Ela sorriu0 delicadamente.

 F -h0 sim. ostaria muito.

- sorriso ampliou'se um pouco mais.

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 F om.

David retirou a mão e ela !uase caiu0 tão confiante estava no seu to!ue. Sem graça0esperando !ue ele não tivesse notado endireitou'se.

 F 8amos pegar a!ueles dois0 os cães e ir embora da!ui F disse David. F 8oc;0 eu não sei.Mas para mim esta situação com od$illa prova o velho ditado de !ue a vida real Os ve$es 7 tão

estranha !uanto a ficção.

" noite ca9ra... pesada. " boa not9cia era !ue não havia mortes a lamentar. " má era !uetamb7m não havia solução. Mas isso não !ueria di$er !ue não havia tensão entre as paredes doapartamento da sra. 1opemore. -s !uatro seres humanos0 com os dois cães e o papagaio comoassistentes0 achavam'se ao redor da mesa da sala de &antar discutindo !ual deveria ser a pr%Himaação.

" cabeça de David girava. 6ão saberia di$er se era pelo calor do apartamento0 pela comida

chinesa ou pelo esforço de pensar. "ssim mesmo0 tentava in&etar algum senso0 se bem !ue nãodecoro0 na situação.

 F 6ão0 sra. 1opemore0 não estou sendo um desmancha'pra$eres e não me importa se isso aentristece. Sinto0 mas estou disposto a tomar a lei em minhas mãos at7 um certo ponto. E pensoestar falando por Emily0 tamb7m.

(om essas palavras0 ele olhou para Emily e ela concordou. <mediatamente o coração deleficou em pa$. Seria capa$ de ficar olhando para ela a noite inteira. -s cabelos negros e a!uelesolhos a$ul'escuros refletiam a lu$ do lustre de cristal !ue pendia acima da mesa.

 F David tem ra$ão F assentiu Emily. F ,recisamos fa$er algo de concreto. Encontrar 

alguma coisa0 ou algu7m0 em algum lugar0 !ue possa nos di$er por !ue tudo isto está acontecendo.- sr. Smith'1ill fe$ um gesto de descaso.

 F "trevo'me a di$er !ue sabemos o por!u; disso tudo0 dra. Wright. K por causa dessadetestável cachorrinha !ue está apaiHonada pelo meu Raf/a. "liás0 para meu horror.

 F E o meu F garantiu David imediatamente na defensiva. ,assara por situaçIes dif9ceisdemais nos #ltimos dois dias por causa do bem'estar de od$illa para aguentar desaforos da!ueleemproado. F "cha !ue eu !uero esse afetado0 esse esfregão de chão !ue voc; chama de cachorro0dando em cima da minha od$illaG

(adeiras foram violentamente empurradas para trás e os dois homens se puseram em p7 emfrente um do outro0 o desafio evidente em suas posturas.

 F (urrupaco'paco ,rocure abrigo0 procure abrigo

-s cães obedeceram ao alarme0 sa9ram correndo e latindo pela sala en!uanto =odneyesvoaçava sobre o aparador cheio de badula!ues0 derrubando alguns. 3odas as cabeças voltaram'se

 para ele ao som de porcelana !uebrada. - maldito papagaio olhou'os de lado0 depois fe$ outro vooe foi parar sobre uma mesinha com peças frágeis. "briu as asas0 piscou e proclamou:

 F (urrupaco'paco Eu avisei

 F 8oc;0 sua futura ceia do Dia das raças F Era a sra. 1opemore0 !ue se voltou para

Emily. F uer fa$er o obs7!uio de obrigar seu maldito papagaio a fechar as asas e o bicoG <ssoantes !ue eu faça um assado com ele

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Emily levantou'se0 as mãos cerradas0 eHpressão ofendida.

 F -lhe a!ui0 este papagaio 7 o meu avP.

 6o confuso sil;ncio !ue se seguiu David apenas conseguiu ficar olhando para Emily !uecorrigiu:

 F Eu !uis di$er !ue ele era do meu avP e ningu7m vai assá'lo. 6ão en!uanto eu for viva para impedir.

David olhou para o sr. Smith'1ill cu&o bigode estava tremendo.

 F "ssar um papagaioG 8oc;s americanos são es!uisitos

3odos se voltaram para =odney !ue estava com as penas arrepiadas0 seguramente indignadocom a ameaça de virar assado. 5echou as asas e escondeu a cabeça sob uma delas para mostrar !uetamb7m estava magoado. David0 Emily e o sr. Smith'1ill deiHaram'se cair pesadamente em suascadeiras depois se entreolharam.

 F 3r7guaG F perguntou a sra. 1opemore. F 6ão mais insultos sobre os animais de

estimação de ningu7mGDavid sacudiu os ombros e olhou os demais. ,areceu'lhe !ue todos esperavam !ue algu7m

fi$esse o primeiro movimento. Então0 estendeu a mão para o sr. Smith'1ill !ue a apertou e sacudiucom entusiasmo0 di$endo !ue supunha !ue nenhum dano maior havia sido provocado. Em seguidaEmily inclinou'se sobre a mesa e apertou a mão da sra. 1opemore. Então0 tudo calmo0 Davidmanifestou'se.

 F "cho !ue Emily tem ra$ão no !ue disse sobre procurarmos algumas respostas concretas.

Emily a&eitou'se em sua cadeira e cru$ou as pernas.

 F 3enho ra$ãoG

(om um sorriso David fe$ !ue sim com a cabeça0 depois voltou'se para sua secretária.

 F - !ue !uero da senhora 7 !ue vá ao escrit%rio...

 F Esta noiteG 6um domingoG F reagiu ela.

em0 ele não tinha pensado na!uela noite0 mas &á !ue ela o mencionara0 e !uerendo ficar algum tempo so$inho com Emily0 David olhou o rel%gio. Sete horas. 6ão era assim tão tarde.(ontinuou:

 F (laro0 por !ue nãoG 3alve$ o sr. Smith'1ill possa acompanhá'la. F - homen$inhoanimou'se todo0 assim como a sra. 1opemore. F Ele poderá a&udá'la a eHaminar as fichas para

descobrir se fi$ algum serviço para "m7lia Stanfield.- sil;ncio inicial da sra. 1opemore acompanhado por um sorrisinho tipo Mona 2isa0 fe$

campainhas de alarme soarem na cabeça de David. "!uilo não indicava nada de bom. ,or fim elasorriu.

 F ,osso fa$er isso0 mas sei !ue não encontrarei nada.

Santo Deus0 como essa mulher 7 irritante

 F (omo pode di$er isso sem verificarG F perguntou David.

" sra. 1opemore a&ustou sobre o nari$ seu grande %culos de tartaruga.

 F ,or!ue0 sr. Esperto0 estou sabendo !ue ela...

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 F 2av9nia

"s campainhas de alarme se tornaram sirenes. - !ue estava acontecendo aliG David desviouos olhos da secretária0 !ue estava com ar culpado0 para fiHá'los no sr. Smith'1ill0 !ue ainterrompera. "ntes !ue pudesse di$er alguma coisa ela começou a falar.

 F Eu !uis di$er !ue tenho certe$a de não encontrar nada lá por!ue conheço todo o ar!uivo.

K s%. F" secretária resolveu mudar de tática. F E0 de !ual!uer modo0 eu sempre disse !ue essasenhora !ue deiHou a cachorrinha od$illa para voc; não podia ser muito esperta se tinha umanimal de estimação como este.

David inclinou'se sobre a mesa.

 F " senhora Lsempre disse issoLG ,ara !uem sempre disse isso0 sra. 1opemoreG

"ntes de responder0 a velha senhora apertou os lábios beligerantemente e cru$ou os braços.

 F -ra "o... ao sr. Smith'1ill0 claro.

 F (laro. "o sr. Smith'1ill !ue conheceu ontem.

 6o sil;ncio acusat%rio !ue se seguiu a sra. 1opemore falou.

 F E daiG 8ai fa$er alguma coisa ou nãoG

 F Sim0 vou0 por!ue não posso acreditar !ue ela tenha retirado meu nome de um chap7u ouda lista telefPnica. " senhora podeG Ela devia me conhecer0 não achaG

 F 3alve$. -u talve$ ela conhecesse algu7m !ue o conhecia F respondeu a sra. 1opemorefa$endo o sr. Smith'1ill !uase engasgar'se.

(om a certe$a de estar no encalço de algo muito importante0 David estava decidido a ir fundo na!uele assunto !uando Emily recapturou sua atenção.

 F -u talve$ ela o conhecesse pela sua reputação0 David.Ele voltou'se para a encantadora veterinária e sacudiu a cabeça.

 F 6ão creio !ue ela tenha ouvido falar de mim. uero di$er0 sou um bom contador e fi$uma carreira de sucesso. Mas nesta cidade0 a menos !ue voc; se&a pol9tico0 7 um desconhecido.

(om um suspiro0 Emily concordou.

 F 3em ra$ão. E este 7 o ponto: pode ser !ual!uer coisa.

 F Esse sempre foi meu ponto de vista F interferiu a sra. 1opemore. F Estamos chovendono molhado. - senhor herdou a cachorrinha. - senhor herdou o dinheiro. Então0 pegue...

" esperta secretária calou'se e0 como se houvesse lhe ocorrido outro pensamento0 inclinou'se sobre a mesa e apontou para David com o dedo de unha pintada.

 F 6em pense em parar de trabalhar0 por!ue preciso do meu emprego. Sou uma cidadã idosae tenho meus direitos. F 8oltou'se para o sr. Smith'1ill. F 6ão 7 verdade0 1ubertG

 F K absolutamente verdade0 2av9nia.

-uvindo Emily rir a seu lado0 David sorriu e sacudiu a cabeça0 divertidamente derrotado.

 6a!uele momento0 o sr. Smith'1ill demonstrou intenção de acrescentar algo.

 F (omo caus9dico !ue sou0 sr. Sullivan0 longe de mim a id7ia de sugerir !ue burle a lei.Mas0 como &á disse0 acredito !ue as respostas !ue procura se encontram no ar!uivo do escrit%rio dosr. 3renton e não no seu.

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Ele acenava0 chamando. Ele era o grande hall acarpetado e na penumbra !ue pareciaesconder uma porção de ameaças e !ue os incentivava a atos criminosos por!ue lhes faltara fibra

 para manter o LnãoL dito O secretária.

Sem tirar os olhos do escuro como se fosse um animal !ue ia mord;'la0 Emily perguntou:

 F E agora0 o !ue vamos fa$erG

 F8ou mostrar'lhe F respondeu ele0 valente.

Deu dois passos para aproHimar'se do painel de botIes0 apertou o 30 t7rreo0 e voltou para perto dela. Surpreendeu'a pegando'lhe a mão e segurando'a naturalmente0 como se houvessemandado de mãos dadas a vida inteira.

- coração dela vibrou de alegria e Emily ficou olhando para frente0 O espera !ue as portas sefechassem sobre as vidas criminosas deles. "final0 elas se fecharam. Sem !ual!uer incidentehorroroso. S% então Emily soltou o ar !ue prendera e recomeçou a respirar normalmente.

Durante a descida Emily não disse uma palavra. 6em David. Ela se contentou em ficar ali0segurando a mão de David0 sentindo'se segura en!uanto o elevador descia0 mergulhando na

escuridão e de volta a uma vida em !ue o sol brilhava. ,or fim o elevador parou suavemente0 o sinosoou0 o enorme 3 vermelho apareceu no painel e as portas se abriram. 3inham conseguido escapar.em0 não havia sol algum para receb;'los !uando sa9ram do elevador0 apenas a iluminação difusano enorme saguão de mármore falso.

Sem falar com as faHineiras0 eles sa9ram do pr7dio para a noite fria !ue significavaliberdade. "trás0 a porta de vidro0 da!uelas !ue deiHa voc; sair sem problemas0 mas !ue s% o deiHaentrar com o uso de um cartão magn7tico0 fechou'se com um estalido.

 F 8enha0 vamos embora da!ui F disse David.

E correram0 fa$endo tudo para parecer !ue não corriam. S% !uando estavam o bastante longe

de 3ysons (orner0 Emily voltou'se para David. F EHpli!ue'me eHatamente como tudo isto aconteceu. uero di$er0 como nos deiHamos

convencer a fa$er uma coisa tão idiotaG

David olhou'a rapidamente e sorriu.

 F Duas palavras: hormPnio masculino.

"&eitando o cinto de segurança0 ela inclinou'se para ele.

 F - !u;G 1ormPnio masculinoG ,ensei !ue as duas palavras seriam sra. 1opemore.

 F 6ão. De fato0 a sra. 1opemore sugeriu !ue fi$7ssemos isto0 mas a verdade 7 !ue eu!ueria ficar so$inho com voc; e este era um meio de consegui'lo.

 F 3udo isso por!ue voc; !ueria ficar a s%s comigoG

 F Sim. E ainda !uero. ,or isso tentei fa$er os dois irem ao meu escrit%rio. uer conhecer aminha casaG

>m amplo0 desarmante sorriso iluminou o rosto de David e Emily parou de respirar.

5oi a ve$ de Emily dar um sorriso e assentir.

 F Sim.

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 F ue bele$a de vista0 David

Emily observava a noite em Washington0 a capital do pa9s0 atrav7s da parede de vidro da salade estar do apartamento de David. 3entava desesperadamente encontrar algo mais para di$er. Elehavia acabado de telefonar para a sra. 1opemore a fim de saber se tudo estava certo por lá. "gora0Emily o observava preparando drin!ues. Ele estava muito calado0 então ela tentou de novo.

 F 8oc; deve adorar este apartamento0 7 fabuloso.David sacudiu os ombros pegando uma garrafa de rum.

 F K meu lar.

 F 2arG F Ela sentia'se esmagada pela ri!ue$a do ambiente0 o carpete gelo0 sofá e poltronasricamente estofados. F 6ão. " minha casa 7 o !ue comumente se chama de lar. M%veis velhos0

 precisando de reparos0 animais por todo canto0 !uintal enorme. 4á este apartamento 7... não sei. >mapartamento de revista de decoração.

David0 !ue punha gelo nos copos0 olhou sua sala como se a visse pela primeira ve$ e nãogostou dela. 6otando a eHpressão dele0 Emily tentou consertar.

 F Sua casa 7 linda0 gosto dela. ostaria de ter uma casa assim.

3erminando as bebidas com um pouco de soda em cada um dos copos0 ele contrapPs:

 F 6ão0 voc; não gosta. 8oc; a detesta. 6ão tem nenhum lugar privativo onde á gente possase esconder0 não 7 permitido fa$er barulho0 nem ter animais.

 F K0 parece ruim. F Então0 ela lembrou'se: F E agora0 o !ue vai fa$er com od$illaG

Ele saiu do bar e foi entregar um copo a ela.

 F >ma das minhas escolhas 7 comprar o pr7dio0 a herança me permite isso0 e mudar as

normas do condom9nio. -u0 a solução mais fácil0 posso vender este apartamento e mudar. F 8oc; faria issoG F emocionou'se Emily. F DeiHaria sua casa por uma cadelinhaG

David tomou um gole da bebida e olhou'a por cima da borda do copo.

 F Sim. Está surpresaG

 F Menos do !ue voc; está0 aposto F Ela tomou um pouco da bebida.

Ele ergueu seu copo num brinde.

 F 3em ra$ão. F ateu o copo no dela. F "t7 seHta'feira passada eu não diria isto0 nemmesmo pensaria.

 F Mas agora... F insistiu ela0 tomando mais um gole.

 F "gora tenho responsabilidade legal por um ser$inho de carne e osso.

Emily abaiHou o copo sentindo'se a!uecida mais por a!uelas palavras do !ue pela bebida.

 F S% por isso0 DavidG

Ele riu.

 F Está bem0 na verdade estou gostando da!uela cachorrinha danada e0 al7m disso ela vai ter filhotes. - !ue devia fa$er0 &ogá'la na ruaG - fato 7 !ue ela 7 minha0 para melhor e para pior.(ontenteG

" vontade dela era bei&á'lo.

6!

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 F Sim Sabia !ue voc; 7 um homem maravilhosoG

- &eito de homem mau !ue ele adotou não a enganou por um instante se!uer.

 F Escute0 não sa9a por a9 di$endo isso !ue vai destruir minha reputação.

 F E não !ueremos !ue isso aconteça0 !ueremosG

 F 6ão. Eu teria de di$er !ue 7 mentira.David ria0 mas um brilho diferente surgira em seus olhos e esse brilho a perturbou.

"proHimou'se e0 com gesto lento0 tirou o copo da mão dela0 colocando sobre uma mesinha0 com oseu. Depois voltou'se0 s7rio.

 F Eu !uero voc;0 Emily. "cho !ue a !uis desde o primeiro instante em !ue a vi.

>m arrepio de dese&o percorreu o corpo de Emily0 enfra!uecendo'lhe os &oelhos. Mas tentou brincar.

 F Mesmo tendo perdido o avião e !uase sido preso por minha causaG

Ele assentiu. F Mesmo assim. Mas especialmente agora. Emily0 tudo em voc; me enlou!uece. - &eito de

andar. Seu perfume. - som da sua vo$. Seu riso... 8oc; 7 pura mágica para os meus sentidos.

(om os pensamentos suspensos0 as emoçIes pendendo de cada palavra dele Emily s% pPdeficar parada0 esperando.

Então0 ele respirou fundo e abraçou'a enfiando os dedos nos cabelos dela.

 F uero fa$er amor com voc;.

"li estava. " respiração de Emily tornou'se entrecortada e ela passou a l9ngua pelos lábios

subitamente secos. F Eu tamb7m !uero0 David. Eu sinto... bem0 uma porção de coisas0 mas principalmente

sinto'me como se o conhecesse toda vida. E... eu sei !ue parece loucura... acredito !ue nossa primeira ve$ não vai parecer a primeira0 sinto'me como se &á nos conhec;ssemos intimamente. 6ão7 loucuraG

Ele aproHimou'se mais e acariciou'lhe o rosto.

 F 6ão0 não 7. 6a verdade soa como se voc; houvesse pensado muito nisso.

Sem &eito0 ela corou e seus olhos brilharam ainda mais.

 F Eu... om0 eu...

 F ,siuuu... 3udo bem. Eu me sinto do mesmo &eito. E pensei muito nisso0 tamb7m. 8enhaa!ui0 deiHe'me mostrar'lhe.

Emily deiHou'se levar mais para &unto dele e no instante seguinte os lábios de Davidestavam a mil9metros dos dela.

 F Eu acho !ue posso amar voc;0 Emily Wright F murmurou antes de bei&á'la.

David carregou'a para o !uarto e em poucos momentos estavam sem roupas. Depois dedeitá'la sobre a cama0 ele ergueu'se e ficou admirando'a. >m foco de lu$ num canto do !uartoderramava uma luminosidade suave sobre a cena !uando Emily fe$ lugar para David deitar'se a seu

lado. "briu os braços para ele !ue a abraçou e rolou at7 ficar por cima0 fitando'a0 seu corpo tocandocada cent9metro ardente do corpo dela.

7"

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 F Emily0 o !ue eu disse 7 verdade F a vo$ dele soava profunda0 rouca. ei&ou'lhe a testa0 at;mpora. F 8oc; 7 uma mulher com !uem 7 muito fácil a gente ficar.

(onfusa0 ela mordeu o lábio inferior.

 F 8oc; me acha fácilG

David recuou0 fitando'lhe os olhos.

 F - !u;G F Ele compreendeu. F 6ão0 Emy. 6ão 7 isso. K fácil0 7 gostoso e confortávelestar com voc;. EntendeG ,ara mim 7 muito fácil conversar com voc;. 6%s combinamos. Eu não!uis di$er !ue voc; 7 fácil da!uele modo. De &eito nenhum. Desculpe'me...

=eassegurada0 Emily procurou desanuviar o clima.

 F Então0 !uer di$er !ue amanhã cedo ainda irá me respeitarG

 F =espeitar voc;G Diabo0 com certe$a vou venerar voc; amanhã de manhã. uero di$er0 sevoc; fa$ amor com a mesma paiHão e dedicação !ue dedica a tudo !ue se propIe... sou um homemde sorte. E irei mais do !ue respeitá'la. Minha !uerida0 eu vou erigir uma estátua em sua honra.

Emily riu ao ouvir a!uilo e achegou'se mais a ele.

 F ,or falar em coisas eretas0 David...

Momentos depois de tocarem um ao outro0 de se bei&arem0 de se eHplorarem0 com uma pausa para David pegar um preventivo na mesinha'de'cabeceira0 uniram seus corpos num adorávele completo enlace. E foi como eles haviam dito e esperado. (ombinavam muito bem. (onfortável efacilmente. (omo dois antigos parceiros de dança0 mas com um fogo arrasador !ue0 no final0 deiHoua ambos arfantes.

Depois !ue fi$eram amor apaiHonadamente0 David deitou'se de costas0 aconchegando'a nos braços. 5eli$ como &amais havia sido0 com a cabeça no peito dele0 os macios pelos crespos fa$endo

c%cegas em seu nari$ e ouvindo as batidas fortes do seu coração0 Emily conheceu o contentamentototal. E imaginou !ue David tamb7m0 pois ele suspirou fundo.

Ela fitou'o com um sorriso.

 F Eu disse !ue ia dar certo0 !ue &á nos conhec9amos.

" risada de David ecoou no peito musculoso. Emily pPs a mão sobre a pele firme para sentir as vibraçIes.

 F E ai de voc; se não tivesse ra$ão0 Emy. 8amos começar tudo outra ve$G

" segunda'feira amanheceu ensolarada. E como em todas as segundas'feiras de manhã otráfego era um pesadelo. 6ingu7m !ueria estar nele0 muito menos Emily e David. Mas lá estavam.E parecia horr9vel para todos0 menos para eles !ue esperavam feli$es0 de mãos dadas e apaiHonados.

3inham ficado a noite toda na casa de David0 provavelmente com a b;nção da sra.1opemore e do sr. Smith'1ill. 6ão !ueriam pensar em voltar para lá0 mas precisavam. Depois detomar caf7 com torradas0 !ue David fi$era0 lá estavam a caminho de eorgetoJn0 da casa da sra.1opemore.

uebrando o confortável sil;ncio0 Emily comentou:

 F Espero encontrarmos a!ueles dois acordados e vestidos.

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Mais sossegada0 respondeu:

 F 3em. 3em toda ra$ão. F rincando com os dedos0 acrescentou: F K s% !ue... em0como voc; disse0 nunca se sabe. E 7 tão est#pido - seHo complica tudo0 nãoG

 F Sim0 mas tamb7m deiHa as mulheres mais bonitas.

 F David F Surpreendida pelo comentário dele0 Emily deu'lhe um bei&o no braço. F 8oc;di$ cada coisa

 F E voc; me ama por isso0 não 7G F Sem dar a ela chance de responder0 ele continuou: F Está bem0 voltemos Os coisas !ue a preocupam. (onte para mim.

 F Está bem. Minha cl9nica0 por eHemplo. - seu escrit%rio está fechado0 todo mundo sabe0at7 voc; voltar. Minha cl9nica não. 3enho a sorte !ue Raren trabalha nas segundas'feiras e podecuidar dos animais hospedados e da minha agenda. Mas amanhã 7 outra hist%ria. uem fica nacl9nica Os terças'feiras sou eu e0 para complicar0 7 1alloJeen.

David pPs o carro em movimento !uando sua fila andou.

 F uanto O cl9nica0 eu entendo. Mas 1alloJeenG F 8;'se !ue voc; nunca esteve nas proHimidades da minha cl9nica num dia Q* de outubro.

1á centenas de crianças e não comprei nada para dar a elas.

 F -ra0 d;'lhes biscoito para cães. "posto !ue tem montes deles na cl9nica. -u d;'lhes umcachorrinho. -u uma ave ,or !ue não lhes dá um papagaio chamado =odneyG

 F Eu &amais seria tão cruel.

 F 3em ra$ão. E se eu a a&udarG

 F "&udar'me0 comoG

 F ,osso a&udá'la a comprar todas as balas e doces !ue precisa. E posso ir para a sua cl9nica0dar'lhe uma mão. 8oc; pode me ensinar. 5ico lá amanhã e a a&udo tamb7m com as Ldoçuras outravessurasL. em0 se voc; me !uiser.

 F uero sim. 8oc; fa$ isso0 mesmoG

Ele fran$iu a testa como se estivesse considerando uma !uestão seri9ssima. "final0 riu comgosto.

 F em0 estou perdido Devo estar mesmo apaiHonado. Mas0 isto 7 uma promessa0 se nãoconseguirmos desvendar esse mist7rio de se!uestrador iremos O pol9cia para !ue eles resolvam ocaso. (ombinadoG

 F (ombinado F concordou Emily.

Emily admirou o perfil de David. -s cabelos negros cortados curtos. - !ueiHo forte0 o nari$reto0 a testa alta. E suspirou. Era verdade. Ele era bonito e maravilhoso. E ela podia apostar !uetamb7m estava apaiHonada.

uardando essa descoberta consigo mesma0 calou'se e deliciou'se com a alegria de estar com David. Depois passou a pensar no caso de od$illa e ele deveria estar pensando a mesma coisa

 por!ue disse:

 F Diga'me0 sou s% eu0 Emily0 ou voc; tamb7m acha !ue a sra. 1opemore sabe mais do !uedi$ sobre a minha herançaG

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CAPÍTULO I

Emily riu0 en!uanto a&ustava seu cinto de segurança por!ue tinham entrado em uma pistalivre e desenvolviam considerável velocidade.

 F "cho !ue sua secretária sabe mais do !ue demonstra sobre todas as coisas. !ue serefere eHatamenteG

 F 6otou !ue od$illa parece conhec;'laG 3oda ve$ !ue a sra. 1opemore a chama de

(ondessa ela atende. F Sabe !ue pensei a mesma coisaG Mas achei !ue era mais pelo tom de vo$. E 7 uma

vergonha voc; ter dado o nome de od$illa a uma cadelinha tão meiga.

 F MeigaG F David olhou pelo retrovisor antes de mudar de faiHa. F Ela fe$ com o sr.3renton o !ue od$illa fe$ com 3%!uio.

 F -ra0 a pobre$inha estava assustada.

 F Sei "ssustado estava o sr. 3renton. F David deu'lhe um olhar rápido. F - homem teve!ue ir para uma casa de repouso depois de duas semanas na doce companhia dela.

 F "cho !ue ele não foi esperto.David deu um sorriso irPnico.

 F 5oi esperto o bastante para me tapear.

 F 3apear voc;G (omo assimG

 F em0 ele me chamou lá e parecia saber tudo a meu respeito.

Emily prendeu os cabelos atrás das orelhas.

 F E voc; achou isso es!uisitoG 6ão lhe perguntou como ele sabia onde encontrá'loG

 F 6ão. Deveria ter perguntado0 mas !uando ele me telefonou fi!uei surpreso demais para pensar. 6ão 7 todo dia !ue algu7m deiHa milhIes de d%lares para voc;... e um cão$inho.

 F K verdade. Mas !uando pPde pensar0 o !ue achouG

 F 6ada de concreto. "penas achei !ue como advogado era fácil para o sr. 3renton obter informaçIes.

 F E agora0 o !ue pensa !ue está acontecendoG

Divertido0 David relanceou os olhos por ela.

 F 8oc; &á pensou em ser investigadora policialG K %tima num interrogat%rio.

(aindo em si0 ela ficou sem &eito.

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 F Desculpe'me. K uma habilidade !ue desenvolvi como veterinária. Meus pacientes nãofalam0 então tenho !ue arrancar tudo de seus donos. Estou enlou!uecendo voc;G

 F Está... por7m no bom sentido0 doutora.

Subitamente t9mida ela olhou para o colo0 onde a mão dele cobria a sua0 e fingiu não perceber !ue corava.

 F 6ão se envergonhe. Suas perguntas me fi$eram perceber !ue eu não tenho a menor id7iado !ue está me acontecendo. uero di$er0 menos sobre o !ue sinto por voc;. <sso eu entendo.

Emily riu e cobriu a mão dele com a outra.

 F -brigada... Detestaria !ue um dos meus piores hábitos o afastasse de mim antes de eu poder mostrar como sou0 realmente.

David balançou a cabeça.

 F Sabe !ue 7 tão divertida !uanto bonitaG F Soltou'lhe a mão e desli$ou os dedos pela facemacia. F 8; por !ue gosto de voc;G F S7rio0 segurou o volante com ambas as mãos. F 8á em

frente com as perguntas0 doutora. Estou pronto para responder. F 8oltemos O hip%tese de !ue a sra. 1opemore &á conhecia od$illa.

 F 6este caso0 ela deveria conhecer a sra. Stanfield e provavelmente o sr. 3renton.

 F <sso mesmo F -s olhos a$uis estavam muito abertos. F <sso eHplica... -h0 meu Deus-ntem O noite a sra. 1opemore não falou de modo !ue parecia !uerer !ue voc; percebesse !ue elaconhecia a sra. StanfieldG

 F 3amb7m tive essa impressão. "!uilo de !ue a sra. Stanfield talve$ conhecesse algu7m!ue me conhecia... 8elhinha danada0 nãoG

 F E como F "s sobrancelhas de Emily ergueram'se. F Mas espere a90 nem tudo fa$sentido.

 F Se&a mais espec9fica0 Emy.

 F Mesmo assumindo !ue a sra. 1opemore a conhecia0 por !ue a sra. Stanfield deiHaria avoc;0 a !uem não conhecia0 seu cão$inho e sua fortunaG ,or !ue não deiHar a uma amiga0 O sra.1opemore0 por eHemploG

 F oa pergunta F assentiu David. F 6ão sei. Mas !uem sabe0 com a sra. 1opemoreenvolvida... Ela consegue convencer !ual!uer mortal a fa$er as maiores loucuras.

 F K verdade.

 F Ela nos indu$iu a invadir o escrit%rio do sr. 3renton. K mais um ind9cio de !ue conhece oadvogado0 pois deve saber !ue ele não nos processaria.

 F ue loucura Então0 se a sra. Stanfield... Espere. Ela era uma senhora0 David. Significa!ue era vi#va e !ue não tinha filhos nem parentes a !uem deiHar...

 F -u tinha0 mas eles não eram de confiança para cuidar de sua cadelinha.

 F "9 a amiga dela0 a sra. 1opemore...

 F... convenceu'a a deiHar tudo para mim.

 F -h0 meu Deus0 David K isso.

Ele estava tão espantado !uanto ela.

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 F 8oc; acha0 mesmoG

 F "cho. 6ão disse !ue a sra. 1opemore está secretamente apaiHonada por voc;G

 F K brincadeira0 Emy.

 F 6ão 7. Ela o ama0 do mesmo modo !ue uma mãe amaria.

 F Era tudo !ue eu precisava F arrepiou'se David. F Mais uma mãe. F K isso0 eHatamente0 !ue a sra. 1opemore 7 para voc;. aranto0 David0 !ue sua secretária

7 a chave do mist7rio. Ela 7 amiga da fam9lia0 não.

 F K0 estudou com a minha av%. Mas o !ue isso...

 F Ela tem filhosG

David sacudiu a cabeça.

 F 6ão.

 F 6o sábado voc; disse !ue este 7 o primeiro emprego da sra. 1opemore. -ntem observou!ue ela foi trabalhar com voc; por!ue sua av% lhe pediu.

 F 6ão foi bem isso. Eu disse !ue minha av% a mandara cuidar de mim Eu não via a sra.1opemore há anos0 apesar de vov% ter me dado o n#mero do telefone dela e pedido !ue eu ligasse.

 6o dia em !ue saiu meu an#ncio em busca de uma secretária0 a sra. 1opemore dispensou todas ascandidatas por!ue ela ficara com o emprego.

 F "h 8oc; a aceitou assim !ue apareceuG

 F 6unca Ela di$ !ue aceitei.

 F E depoisG

 F Depois0 ela ficou.

Emily olhou o carro em frente ao deles0 !ue tamb7m pegou a sa9da para eorgetoJn.

 F Mas o !ue ela disseG uero di$er0 voc; lhe perguntou por !ue !ueria trabalhar O!uelaaltura da vidaG ,recisava de dinheiroG

 F uem sabeG Ela 7 muito discreta em alguns pontos. ,or eHemplo0 trabalha comigo há seteanos e eu nunca havia estado em seu apartamento e não tinha id7ia de como vivia.

 F 8oc; !uer di$er a!ueles m%veis e os rapa$esG

 F <sso mesmo F concordou David. F " sra. 1opemore manteve seus segredos esses anos

todos0 se bem !ue minha vida fosse um livro aberto para ela. F 8oc; lhe contava coisas pessoaisG

David parou o carro num sinal vermelho.

 F 6ão. 6ão foi preciso0 minha av% Sullivan o fe$ e ainda fa$0 tenho certe$a. ,ara o !uemais minha av% iria !uerer !ue ela fosse minha secretária0 senão para dirigir a minha vida ou parame di$er como dirigi'laG

Emily abandou a cabeça0 compreensiva.

 F "s mulheres vivem atormentando voc;0 nãoG Ele riu.

 F K a minha sina

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 F 6ão se preocupe... seremos boa$inhas. F De s#bito uma id7ia lhe ocorreu. F SantoDeus David0 voc; não está pensando !ue a sra. 1opemore 7 a misteriosa sra. Stanfield0 estáG

Ele fitou'a0 gelado. "trás deles começaram a bu$inar e s% então viram !ue o sinal estavaverde.

 F Eu a mataria se fosse. Mas duvido. uero di$er0 há um testamento. E o sr. 3renton0 amigo

dela ou não0 dificilmente aceitaria uma farsa.Emily teve !ue concordar.

 F 3em ra$ão. ,ensando bem... será !ue ela encenou isso do se!uestroG

David verificou a velocidade0 depois sacudiu a cabeça.

 F 6ão acredito !ue ela fosse tão longe. E0 por outro lado0 por !ue faria issoG

 F 6ão sei. 3alve$ ache !ue voc; precisa de algo mais do !ue trabalho na sua vida.

 F K o !ue me di$ o tempo todo. ue preciso sair mais...

 F em0 7 o !ue voc; tem feito nos dois #ltimos dias0 nãoG F Emily apertou o braço deDavid. F Estamos errados. K isso.

 F <sso0 o !u;G F indagou ele olhando'a rapidamente por causa do tráfego.

 F " sra. 1opemore0 ela fe$ tudo isso. Encenou tudo. "t7 as cenas dos se!uestradores.

 F 8oc; está brincando F duvidou David.

 F 6ão estou. Eles estavam especificamente interessados em od$illa0 apesar de haver cãesde luHo com donos muito mais ricos e mais fáceis de apanhar. (omo Raf/a.

 F om0 admito !ue sim. Mas ainda assim Emily0 o perigo...

 F ue perigo0 DavidG ,ense um pouco. "!ueles homens do carro branco não machucaramningu7m. 6em mesmo o !ue me empurrou0 na minha casa. E ele podia ter me machucado. -ntem0na eHposição0 nada aconteceu.

 F E Raf/a !ue mordeu o homemG

 F 1um... F Emily pensou por alguns segundos. F 6ão vimos Raf/a morder ningu7m.3udo !ue vimos foi o homem fugindo com a perna da calça rasgada e o sr. Smith'1ill tirando o

 pedaço de pano da boca do cachorro. E Raf/a estava sentado0 como sempre esteve0 &unto de 1uberte de 2av9nia.

 F Espere um pouco0 Emy E o sr. Smith'1illG " sra. 1opemore não o conhecia antes de

sábado. F K verdade. Mas isso não os impediu de beberem &untos e de ela conseguir a a&uda dele. "

sra. 1opemore cuidou dos primeiros acontecimentos0 contratou os dois homens e depois os fatos davida seguiram seu curso. Está certoG

 F om0 7 perfeitamente l%gico...

 F "cho !ue a sra. 1opemore convenceu a sra. Stanfield a lhe deiHar sua fortuna F  prosseguiu Emily F e a cachorrinha dela. Então0 !uando chegou a hora0 deiHou od$illa sob oscuidados do sr. 3renton0 en!uanto contratava a!ueles dois homens para assustar voc; e fa$;'loapegar'se O cachorrinha. Ela lhe deu um instante de vida viva

 F 6ão. De &eito nenhum F discordou David. F 6ão posso acreditar nisso. Eu bati na!uelehomem na sua casa e teria batido mais se ele não fugisse. 1á muitos fatores desconhecidos0 muitos

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 F 3alve$ ela tenha es!uecido de fechar.

 F 3alve$...

 F Ela pode ter sa9do por um momento F sugeriu Emily0 F para pegar a correspond;nciaou pPr o liHo lá fora.

 F Então0 a ter9amos visto.

 F K verdade. em0 !uem sabe ela saiu para levar os cães para passear. "90 não a ter9amosvisto.

 F Sim... E =odneyG

Emily eHpirou com força. Ele não ia deiHar'lhe nenhuma esperançaG

 F 6a gaiola deleG

 F Sem estar fa$endo um barulho dos diabosG

Ela desistiu.

 F 6ão. 8oc; tem ra$ão. Ele estaria gritando.

 F EHatamente. "ssumindo !ue eles estão lá dentro0 com a porta aberta0 por !ue oscachorros e o papagaio não estão correndo pelas escadasG E por !ue não se escuta nadaG

 F K... =odney adora eHplorar0 principalmente !uando não deve fa$;'lo.

 F <sso !uer di$er... nada ou tudo F concluiu David. F >ma boa encrenca0 certoG

Emily detestou sua est#pida teoria sobre os acontecimentos do fim da semana.

 F Sim. E o !ue vamos fa$erG

 F Sabemos !ue a sra. 1opemore e o sr. Smith'1ill estão a90 por!ue vimos os carros deles noestacionamento.

 F <sso. 8amos chamar a pol9ciaG

 F Eles podem não chegar a tempo.

 F 6esse caso0 n%s vamos entrar.

David deu'lhe um olhar rápido.

 F 6%sG F Ele a puHou para trás. F Eu vou entrar. 8oc; fica a!ui.

8oltou as costas para ela0 mas Emily0 teimosa0 agarrou'lhe a manga da camisa.

 F 6ão vou ficar a!ui.

 F 8ai0 sim F David segurou'a pelo braço. Emily soltou'se.

 F 6ão0 não vou.

David segurou'a de novo e a fe$ ficar de frente para ele.

 F Emily0 pare com isso.

 F 8oc; 7 !ue tem de parar. Eu vou entrar tamb7m. Meu papagaio0 meu vi$inho e o cachorrodele estão a9 dentro

 F E a amiga da minha av%0 minha secretária e minha cachorrinha0 tamb7m.

7!

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Mas Emily estava determinada.

 F (erto. Entramos &untos.

 F Eu não conhecia esse seu lado teimoso.

- lábio inferior dela pro&etou'se um pouco.

 F Sim. E da9G F Da9... F David sacudiu a cabeça. F ,elo menos0 deiHe'me entrar primeiroG

Depois de analisar a situação0 Emily concordou.

 F Está bem. <sso não tem problema.

 F -brigado... F David começou a atravessar o hall. F 5i!ue atrás de mim.

4unto dos calcanhares dele0 sem ver nada atrás dos ombros largos0 Emily percebeu o !uantoele era alto. (hegaram O porta aberta e mais do !ue nunca ela dese&ou manter'se atrás de David.,rendeu a respiração en!uanto ele se inclinava para espiar dentro do apartamento.

E David ficou ali parado0 sem !ual!uer reação0 por logos momentos. "final0 disse:

 F Eu não acredito

CAPÍTULO II

 F 4á era tempo de voc;s dois chegarem.

Sra. 1opemore Emily s% pPde dar graças pela eHc;ntrica senhora estar em casa. E se elaestava0 os outros tamb7m deviam estar.

 F Entre F convidou a secretária de David. F (omo v;em0 voc;s perderam a festa. Masnão 7 tão ruim !uanto parece. "ntes !ue a!ueles dois chegassem a!ui chamamos a pol9cia.

"!ueles doisG ,ol9ciaG Será !ue algo tinha acontecidoG (uriosa0 Emily entrou logo emseguida de David e deparou com a sra. 1opemore e o sr. Smith'1ill. E eles não estavam so$inhos.

Emily teve certe$a !ue tinha dedu$ido toda a trama0 pois a cena diante de seus olhos eraevidentemente arran&ada. " sra. 1opemore e o sr. Smith'1ill estavam de mãos para o alto0 sob amira dos dois velhos rev%lveres dela0 empunhados pelos bandidos. ,arecia uma cena de filme decaub%i dos anos trinta. Ela reconheceu o magro barbudo. 6unca tinha visto o outro. Sem d#vida eledevia ser o motorista do carro branco esporte. -s tr;s animais estavam em volta dos bandidos0 com

 pelos e penas eriçados0 para dar maior veracidade O cena.

- !ue estava acontecendo ali. - Lgran finaleLG

Dif9cil di$er !uem representa melhor0 o velho casal ou os se!uestradores0 pensou Emily.

"

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Vtimo0 vou fa$er o meu papel0 de hero9na assustada0 at7 !ue eles contem a verdade.

 F -h0 David0 olhe F gemeu. F -s se!uestradores F "pontou para o barbudo. F 5oiesse !ue entrou na minha casa e !uase me derrubou

 F Eu o reconheço F assegurou David0 olhando para as armas.

Divertida0 Emily continuou:

 F E o outro0 aposto !ue 7 o motorista do carro branco.

David pPs a mão sobre a dela0 !ue estava em seu braço.

 F 8amos falar nisso mais tarde0 EmyG "gora0 acalme'se. " pol9cia logo vai chegar e prender esses dois.

- barbudo gritou:

 F Essa conversa de pol9cia não pega. -s homens &á estariam a!ui se os velhos tivessemmesmo chamado. 6ão somos se!uestradores de cães. 6ed e eu estamos tentando eHplicar a essesdois !ue não !ueremos a (ondessa0 apenas a coleira dela.

4á chegava. Emily fe$ um gesto amplo.

 F "t7 !uando vai durar esta farsaG David &á gosta da cachorrinha e vai ficar com ela. Evoc;0 andido 6#mero >m0 deu um fora ao chamar od$illa de (ondessa.

- andido 6umero >m0 como todos os demais0 olhou para Emily.

 F Moça0 está vendo estes rev%lveresG

,elo &eito a brincadeira ainda não acabara.

 F Muito bem0 o !ue devemos fa$er agoraG <r ver a coleiraG

Ela ia para &unto de od$illa0 mas David impediu'a.

 F - !ue está fa$endoG

 F - mesmo !ue eles F segredou ela. E0 em vo$ alta: F 8amos dar uma espiada na coleiracom pedras preciosas falsas.

"ntes !ue David pudesse di$er alguma coisa0 o andido 6#mero Dois0 6ed0 o gorducho0cortou o caminho deles.

 F Estas pedras na coleira não são falsas. São verdadeiras e valem uma pe!uena fortuna0 !uenos pertence. illy e eu s% !ueremos o !ue 7 nosso.

 F - !ue 7 de voc;sG E !uem0 diabo0 são voc;sGoa0 David ,onha os dois no lugar deles0 torceu Emily silenciosamente.

illy0 o barbudo0 respondeu.

 F " sra. Stanfield nos devia dinheiro. 6ed e eu trabalhamos para ela e não nos deiHou umcentavo !uando morreu. Depois de tantos anos "!uela velha era a mais pão'dura...

 F Devagar0 mocinho F interferiu a sra. 1opemore. F Se minha amiga não lhes deiHounada 7 por!ue voc;s a devem ter roubado durante esses anos. E La!uela velhaL era minha melhor amiga.

-h Eu estava certa0 Emily cutucou as costelas de David0 !ue nem se!uer piscou.

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 F 4amais roubamos nada F garantiu 6ed. F Durante anos fi$ os reparos na velha casasempre !ue ela nos chamava. E meu companheiro cuidava do &ardim. Ela não mostrou o menor reconhecimento por isso.

 F 8oc;s foram pagos0 nãoG F indagou David e todos olharam para ele. F Ela pagou otrabalho de voc;s0 o bastante para !ue pudessem comprar um carro esporte.

illy encarou David. F 8oc; 7 o cara para !uem ela deiHou tudo0 nãoG

 F Sou. E se voc;s t;m alguma !ueiHa do tratamento recebido da falecida ou leg9timo direitoO herança dela0 podem demonstrá'lo e eHigi'lo legalmente.

>m profundo sil;ncio seguiu'se a essas palavras. Então0 6ed falou:

 F S% !ueremos a coleira0 para vender e obter o dinheiro !ue ela nos devia. 6ão !ueremosfa$er mal a ningu7m.

 F "h F eHclamou Emily &á com todas as respostas !ue precisava e cansada da p7ssima

farsa.David suspirou. "parentemente ele tamb7m estava cansado da brincadeira.

 F ,or !ue não falaram comigoG F perguntou aos dois bandidos.

Emily não entendeu a!uilo0 afinal os dois eram atores contratados pela sra. 1opemore0 nãoG

 F 6ão teria sido mais fácilG F continuou David. F Evitariam toda esta confusão e eu provavelmente lhes daria a coleira

 F DariaG

illy parecia incr7dulo e surpreendeu Emily com sua habilidade de ator.

Mas 6ed ergueu a mão gordinha e bateu na cabeça do companheiro0 !ue soltou um gemido.

 F Eu disse0 seu boboca Eu disse !ue era s% falarmos0 !ue este pessoal era decente.

 F >ma ova !ue voc; disse 8oc; chamou essa senhora a9 de...

"ntes !ue ele terminasse Emily se aproHimou e tirou as armas descarregadas das mãosdeles0 di$endo:

 F 5im da brincadeira. (hega. ravo 8oc;s todos atuaram muito bem. Está divertido0 maseu tenho !ue ir trabalhar. E voc;s F sacudindo o rev%lver da mão direita na direção da sra.1opemore e do sr. Smith'1ill0 !ue deram um passo para trás F t;m muito !ue eHplicar.

 6esse 9nterim0 David entrou no seu campo de visão indo ficar perto do casal de idosos.

 F Emily0 o !ue está fa$endo0 meu bemG

5eli$ por!ue ele a chamara de Lmeu bemL ela sorriu.

 F 39nhamos ra$ão. 5oi a sra. 1opemore. Ela conhecia a sra. Stanfield. F Emily fitou asecretária !ue estava de olhos arregalados. F (ertoG

 F ,ode apostar0 menina F respondeu a secretária sem deiHar de olhar para as armas. F Elaera minha amiga0 tinha todo a!uele dinheiro e ningu7m no mundo para deiHá'lo0 &unto com a(ondessa. Então0 falei'lhe de David e o seguimos uma ou duas ve$es0 antes !ue ela ficasse muito

mal0 para !ue o conhecesse. F 8oc;s me seguiramG F surpreendeu'se David.

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 F <sso mesmo0 David. F " sra. 1opemore não perdia Emily de vista. F Seguimos. Eu s%estava !uerendo ser uma boa amiga. "l7m disso0 voc; precisava de algo al7m do trabalho paraamar. E eu não gostava de todas a!uelas mulheres com !uem sa9a...

 F 3odas a!uelas mulheresG F Emily fitou David.

(omo a sra. 1opemore0 ele não tirava os olhos dos rev%lveres.

 F 6ão sei do !ue ela está falando. 6ão houve todas a!uelas mulheres na minha vida. Eu &uro. "penas uma recentemente. ,hilippa... K um nome horroroso. E isso foi meses atrás. Eu não meimportava mesmo com ela e desde !ue conheci voc;...

 F Ei0 podemos ir emboraG

Emily tinha es!uecido completamente de 6ed e illy. Eles mantinham'se im%veis0 olhandofiHamente para os rev%lveres.

 F - !ue há de erradoG 8oc;s trabalharam bem.

Eles se entreolharam.

 F 1um... obrigado0 moça F disse 6ed.

 F 3enho certe$a !ue a sra. 1opemore os pagou bem.

Mais uma ve$ os bandidos trocaram olhares.

 F 1um... sim0 moça F assentiu illy. F 8emos !ue voc;s t;m muito a conversar. ,ortanto0se não se importa0 podemos irG

8oltando'se para a sra. 1opemore0 Emily indagou:

 F 4á se entendeu com elesG

" sra. 1opemore0 parecendo totalmente perdida0 fe$ um gesto de desalento. F Sim0 menina0 tudo !ue voc; disser. 8oc; está com as armas.

 F - !u;G "s armasG F Emily olhou para as mãos. F (omo sou desastrada Es!ueci !ueestava com elas. "ssustei algu7mG F 3odos anu9ram0 silenciosos. F Desculpem... -s rev%lveresnão estão carregados0 lembram'seG

3odos a fitaram0 inclusive os animais. Mas foi David !uem falou.

 F Emily0 meu bem0 não deiHe esses dois irem embora0 simG

 F ,or !ue está falando comigo desse &eito0 DavidG (omo se eu fosse uma d7bil mental

-s olhos de David se abriram muito. F Eu não... F (lareou a garganta. F Eu não !uis dar essa impressão0 meu bem. ,or !ue

não me dá os rev%lveres e eu cuido destes dois F apontou os bandidos F at7 !ue a pol9cia chegueG

Emily fran$iu a testa.

 F ,or !ue a pol9cia iria chegarG 3odos estão representando0 lembra'seG 6ão falamos nissovindo para cáG 8oc; sabe0 a sra. 1opemore contratou estes dois...

 F - !u;G F interferiu a secretária. F 6unca vi estes homens na minha vida.

"lgo na vo$ dela indicou !ue não estava brincando e Emily começou a sentir'se mal.

 F 6ão viuG F " sra. 1opemore sacudiu a cabeça e Emily voltou'se para os bandidos. F 

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uem são voc;sG

- olhar de illy tornou'se vago.

 F Somos o !ue dissemos0 moça. EH'empregados da sra. Stanfield.

"s armas desca9ram dos lados do corpo de Emily0 !ue voltou'se para David.

 F 6ão estou me sentindo bem...David aproHimou'se dela sem tirar os olhos dos dois homens.

 F 8oc;s a90 não se movam. 6ão d;em um passo. F Dirigiu'se a ela de novo. F 6ão solteos rev%lveres0 Emy. Eles estão carregados0 !uerida.

Ela sentiu'se en&oada. 6ada da!uilo estava acontecendo.

 F Eles... eles não são os rev%lveres descarregados da sra. 1opemoreG

,egando rapidamente as armas das mãos dela0 David apontou'as para 6ed e illy.

 F 6ão0 amor0 não são F assegurou a sra. 1opemore. F -s meus estão bem guardados nagaveta. 6ão sei o !ue voc; está pensando0 mas estas armas são deles e ningu7m a!ui estárepresentando0 a não ser voc;.

 6a!uele momento bateram O porta e algu7m gritou:

 F ,ol9cia 8amos entrar.

E Emily desmaiou.

uando voltou a si estava deitada no sofá da sra. 1opemore0 com a cabeça no colo deDavid. Do outro lado da sala os verdadeiros bandidos tinham as mãos presas por verdadeirasalgemas. 1avia tr;s verdadeiros policiais !ue sa9ram com os presos não antes da sra. 1opemoreconvidá'los para a reunião da semana seguinte de sua Sociedade 2iterária de Sábado O 3arde.

5inalmente s%s com seus amigos0 mais =odney0 od$illa e Raf/a0 todos se reuniram aoredor do sofá0 fitando'a com simpatia. Emily tentou sentar'se e David a&udou'a0 acariciando'lheternamente os cabelos. Sentindo'se estranha0 Emily indagou:

 F - !ue aconteceuG

 F Meu bem F a vo$ de David soou terna e ele pegou'lhe as mãos F0 o !ue voc; estava pensandoG

"mando a sensação das mãos fortes segurando as suas0 Emily fitou'o0 alheia. Demorou um pouco a falar.

 F 6ão sei. S% sei !ue estava cansada da brincadeira e !ueria acabar com ela.

 F E acabou0 !uerida F comentou o sr. Smith'1ill. F 5oi muito eficiente.

Emily deu'lhe um frágil sorriso.

 F -brigada0 sr. Smith'1ill. onito me di$er isso.

 F onito foi o !ue voc; fe$0 menina. Salvou as nossas vidas. 6ossos vi$inhos t;m a

felicidade de viver perto de uma moça forte e cora&osa. "!ueles bandidos estavam dispostos a atirar  para conseguir a coleira da cachorrinha.

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 F Estavam... F -s olhos a$uis arregalaram'se.

 F ,ode apostar F respondeu a sra. 1opemore. F En!uanto illy nos apontava o rev%lver0 6ed0 o gorducho0 tentou agarrá'la0 mas com =odney e Raf/a ao lado dela0 não teve chance. Elestinham decidido atirar neles !uando voc;s chegaram.

Emily estremeceu0 !ue coisa horr9vel

 F (omo eles entraram a!uiG

" sra. 1opemore sacudiu os ombros.

 F "panharam'nos de surpresa !uando voltávamos do passeio com os cães0 ho&e de manhã.- resto voc;s sabem.

David afastou os cabelos do rosto de Emily0 amorosamente.

 F uerida0 voc; 7 a pessoa mais valente !ue conheço e não ve&o a hora de apresentá'la Ominha fam9lia0 por!ue voc; 7 para mim.

5itando os olhos cin$entos dele0 o coração saltando de alegria0 ela perguntou:

 F SouG

 F Eu sabia !ue ia dar certo F rego$i&ou'se a sra. 1opemore. F Eu disse a eorge... ao sr.3renton0 um antigo admirador meu0 !ue ia dar.

David e Emily a olharam en!uanto ela passava um braço pelos ombros do sr. Smith'1ill 7acrescentava:

 F Eu at7 disse para Mellie... sra. Stanfield para voc;s... !ue (ondessa... o verdadeiro nomede od$illa... era tudo !ue voc; precisava0 David. Eu sabia !ue esta cachorrinha danadacon!uistaria o seu amor.

David riu e inclinou'se para afagar od$illa'(ondessa !ue pela primeira ve$ o permitiu e at7lambeu'lhe a mão.

Era tão comovente0 todos suspiraram. Menos =odney.

 F (urrupaco'paco "mor <sso me deiHa en&oado

EPÍLO"O

(urrupaco'paco =epulsivo Mate'me0 agora.

Emily olhou por cima do ombro. =odney agitou'se no seu poleiro0 com a miniatura de umagravata de smo/ing ao redor do pescoço.

 F 6ão 7 má id7ia0 =odney

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Ela ainda não podia acreditar no !ue acontecia. em0 talve$ pudesse. "final0 a!uelemaravilhoso dia maluco não era diferente dos demais !ue vinha vivendo desde !ue conheceraDavid0 há pouco menos de dois meses.

<sso por!ue era o dia de seu casamento e ali estava ela com seu lindo vestido de renda branca de corpinho todo bordado com p7rolas coberto pelo avental verde de cirurgia0 en!uanto umanevasca ca9a lá fora. 4á deveria estar na igre&a onde se achavam reunidos amigos0 conhecidos e asfam9lias0 inclusive "licia0 irmã de David0 com o recente marido.

David0 em seu elegante smo/ing0 encontrava'se ao lado dela0 a&udando'a0 assim comoRaren0 &á toda vestida de dama de honra0 tamb7m com um avental verdes e luvas de borracha.

 6a sala de espera da cl9nica estavam o pai dela e o de David0 se bem !ue não devessem estar  &untos0 por causa de seus desacordos pol9ticos0 e as mães deles !ue tagarelavam0 animadas0 tendodescoberto !ue ambas tinham estado em Woodstoc/.

E para aumentar a confusão na sala de espera a velha guarda tamb7m estava lá0 os av%s deDavid0 a pe!uenina e mimosa av% de Emily0 o sr. Smith'1ill e a efervescente sra. 1opemore.

3amb7m0 por !ue od$illa resolvera ter seus filhotes &usto na!uele momentoG uem iriaimaginar !ue aconteceria bem na!uele diaG E !uem ia adivinhar !ue0 al7m a inclinação de od$illa por cães de grande porte0 os filhotes dela seriam todos de pais diferentesG

3erminado o parto0 Emily retirou as luvas cir#rgicas e o avental0 admirando a mãe$inhanovata !ue lambia afetuosamente os cãe$inhos rec7m'nascidos0 com Raf/a orgulhosamente ao seulado0 como se tivesse tudo a ver com o nascimento.

 F - !ue acha0 dra. WrightG F perguntou Raren tamb7m tirando avental e luvas0 depoisalisando seu vestido longo.

 F São todos fortes e lindos.

 F De !ue raças são os papais dos !uatro cachorrinhosG F !uis saber David. F ,siuu ,or !ue temos !ue falar nisso na frente de Raf/aG 3enho certe$a !ue ele se &ulga o

 pai de todos.

Emily riu.

 F David0 ele não tem a menor id7ia... F Então calou'se0 pensativa0 depois inclinou'se sobreo cesto onde estavam mãe e filhotes e observou as crias. F em0 creio !ue ainda 7 cedo para di$er alguma coisa0 mas acho !ue a!uela ali vai ser igual$inha O mãe.

 F E na minha opinião F acrescentou David0 rindo F acho !ue dever9amos pPr od$illanum convento.

Raren &untou'se a eles0 rindo tamb7m0 depois disse !ue ia O sala de espera anunciar !ue amãe0 os dois filhos e as duas filhas estavam muito bem.

So$inha com o noivo0 isso sem contar Raf/a0 od$illa0 seus filhotes e =odney0 e amandoDavid de todo coração Emily abraçou'o.

 F Então0 vamos ficar com todos elesG F perguntou0 brincando.

 F K claro !ue sim. Estes cachorrinhos são meus filhos tamb7m... F David fran$iu assobrancelhas0 como se s% então reparasse no !ue havia dito. F em0 não meus filhos eHatamente0mas... 8oc; sabe o !ue eu !uis di$er. " sra. Stanfield saberia. od$illa 7 minha cachorrinha0 então...

(om os braços ainda passados no pescoço dele0 Emily assegurou:

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 F Sei o !ue !uis di$er0 sim. E voc;0 sabe o !uanto eu o amoG

Ele riu.

 F "cho !ue sei. Eu a amo tamb7m... bastante para vender meu apartamento e vir morar a!ui0 na icholUndia.

 F -utra coisa. 8oc; se tornou um papai maravilhoso.

Ele sacudiu os ombros.

 F ue sa9da eu tenhoG "!ui estou por causa das boas intençIes da sra. 1opemore. - !uemais posso fa$erG

 F (urrupaco'paco 8ista a calça.

-s dois &á iam saindo da sala0 rumo O igre&a e uma vida feli$ &untos0 mas pararam0 viraram'se e gritaram ao mesmo tempo:

 F =odney

- papagaio abriu as asas. F (urrupaco'paco Me ame0 este 7 o seu =odney

5im

(1E=Y2 "66E ,-=3E= adora romances. Em tudo ela v; romances. Mas ela acha !ue umromance não deve conter triste$as0 dramas e dificuldades. Em um romance deve ter riso0 alegria0

 paiHão0 amor e feli$es para sempre.