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FEUP Escola Internacional 42 I&D Inovador e visionário, o “De- sign Studio” da FEUP é uma das mais recentes apostas em I&D. O resultado é uma nova filosofia de aprendizagem e o despertar do interesse das empresas para estas soluções inovadoras. EM FOCO Desde que assinou os acordos internacionais com o MIT, a CMU e a UTA, a FEUP tem vin- do a reforçar a sua presença no mundo. Saiba de que forma a faculdade está a adequar a sua oferta pedagógica rumo à internacionalização. À CONVERSA COM… Em entrevista ao BiFEUP, o Se- cretário de Estado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, não tem dúvidas: “Os consórcios nacionais têm promovido a internacionalização do ensino superior português”. PRIMEIRO QUADRIMESTRE 2008 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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A revista Engenharia é uma publicação semestral de divulgação externa das atividades da FEUP nas áreas de ensino, investigação e desenvolvimento, e de ligação ao meio socioeconómico envolvente.

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FEUP Escola Internacional 42

I&DInovador e visionário, o “De-sign Studio” da FEUP é uma das mais recentes apostas em I&D. O resultado é uma nova filosofia de aprendizagem e o despertar do interesse das empresas para estas soluções inovadoras.

EM FOCODesde que assinou os acordos internacionais com o MIT, a CMU e a UTA, a FEUP tem vin-do a reforçar a sua presença no mundo. Saiba de que forma a faculdade está a adequar a sua oferta pedagógica rumo à internacionalização.

À CONVERSA COM…Em entrevista ao BiFEUP, o Se-cretário de Estado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, não tem dúvidas: “Os consórcios nacionais têm promovido a internacionalização do ensino superior português”.

PRIMEIRO QUADRIMESTRE 2008 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

SUMÁRIO

EDITORIAL

AGENDAMarço a Julho

EM FOCODesde que adequou os seus cursos a Bolonha e assinou os acordos internacionais com o Massachusetts Institute of Tech-nology, a Universidade de Carnegie-Mellon e a Universidade do Texas em Austin, a FEUP tem vindo a reforçar a sua presença no mundo. Saiba de que forma a faculdade está a adequar a sua oferta pedagógica rumo à internacionalização.

À CONVERSA COM… MANUEL HEITOREm entrevista ao BiFEUP, o Secretário de Estado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior faz um balanço positi-vo sobre a iniciativa “Compromisso com a Ciência para o futuro de Portugal”, lançada pelo Governo há dois anos. Para Manuel Heitor, não há dúvidas: “Os consórcios nacionais têm promovi-do a internacionalização do ensino superior português”.

INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTOInovador e visionário, o “Design Studio” da FEUP é uma das mais recentes apostas da faculdade em I&D, no âmbito do MIT-Portugal. O resultado é uma nova filosofia de aprendi-zagem e o despertar do interesse das empresas para estas soluções inovadoras.

OPINIÃOResponsável na FEUP pelo acordo com a UTA na área dos Digi-tal Media, Artur Pimenta Alves traça o ponto da situação desta parceria estratégica e aponta linhas de acção para o futuro.

FEUP POR DENTRODe Outubro a Fevereiro, muitas foram as iniciativas realizadas na FEUP. Conheça alguns dos muitos eventos, prémios e projectos que mereceram maior destaque. 07

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Carlos A. V. Costa*

A FEUP É A FACULDADE DA UNIVERSIDADE do Porto que se dedica à área de engenharia. Tal como é habitual nestas unidades do sistema de ensino superior, a FEUP opera na área dos serviços, essencialmente em três segmentos: edu-cação, investigação/desenvolvimento/inovação e prestação de serviços/consultoria.Em qualquer um destes segmentos a FEUP tem objectivos de internacionalização, embora com in-tensidades e tempos necessáriamente diferentes.O segmento mais internacionalizado é, sem dúvida, o da investigação/desenvolvimento/ino-vação, pois os nossos docentes e investigadores há muito publicam em revistas internacionais e apresentam e publicam os seus trabalhos em conferências internacionais e respectivas actas. Por outro lado, participam em projectos interna-cionais predominantemente na União Europeia, mas também sob encomenda de empresas sedeadas em várias partes do mundo incluindo os EUA. Naturalmente que a internacionalização deste segmento ainda tem uma larga margem de pro-gressão, particularmente na capacidade de atrair estudantes de doutoramento e de pós-doutora-mento, para o que sem dúvida contribuirão as recentes parcerias no âmbito dos programas MIT-Portugal, CMU-Portugal e UTA - Portugal, bem como o esforço de melhorar a visibilidade dos nossos grupos de investigação publicando mais e melhor e de aumentar o número e o valor dos projectos internacionais em que nos envolvemos. Também, a partir do corrente ano, o programa de intercâmbio que mantemos com o Brasil (Mobile) vai ser deslocado para as pós-graduações, incluindo 3º ciclo.O segmento da educação formal de Mestrado Inte-grado e 2º ciclo tem vindo a observar um aumento do número de estudantes estrangeiros, particular-mente os oriundos de África e da América do Sul. No campo da mobilidade existe um crescimento moderado ao nível dos intercambios europeus e um forte crescimento nos intercambios com o Brasil através do referido programa Mobile. A FEUP tem como objectivo continuar a aumen-tar o número de estudantes estrangeiros particu-larmente nos 2º ciclos e a diminuir a assimetria

que ainda se verifica nos saldos in/out na mobili-dade europeia. Trata-se também de proporcionar aos nossos alunos uma vivência em ambientes multiculturais (para além de multidisciplinares), de grande valor para o seu futuro desempenho no mercado do emprego.Bastante menos internacionalizados estão os programas de educação contínua e o segmento da prestação de serviços/consultoria. Aqui os nossos objectivos estratégicos são de consoli-dação nacional antes de iniciar um caminho de internacionalização.

* Director da FEUP

FEUP: segmentos e estratégias de internacionalização

EDITORIAL

O segmento mais inter-nacionalizado [da FEUP]é, sem dúvida, o da investi-gação/desenvolvimento/inovação, pois os nossos docentes e investigadores há muito publicam em revistas internacionais e apresentam e publicam os seus trabalhos em conferências internacionais e respectivas actas.

Edição Divisão de Comunicação e Imagem da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto [email protected]

Conselho editorial Ana Martins, Carlos Oliveira, Cristina Soares, Paulo Jesus e Raquel Pires

Redacção Ana Martins, Cristina Soares, Raquel [email protected]

Design e Produção César [email protected]

Fotografia Rui A. Cardoso

Colaboram nesta Edição:Edgar Alves, Isabel Marques, Raquel Ferreira e Susana Neiva

PublicidadeDomingos [email protected]

PropriedadeFaculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Sede FEUP, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 - Porto Tel: 225 081 400Fax: 225 081 503e-mail: [email protected]: www.fe.up.pt

Impressão www.marca-ag.com Porto 03 - 2008

PeriocidadeQuadrimestral

Tiragem 4000 exemplares

Depósito legal225 531 / 05

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AGENDA

FORMAÇÃO CONTÍNUA MARÇO A JULHO 2008

Formação para Projectistas - Aplicação do RCCTE 2ª acção - 26 e 27 de Maio

Formação para Peritos Qualificados no âmbito do SCE - Novo RCCTE 2ª acção - 26, 27 e 28 Maio | 16 de Junho (discussão exercício) | 20 de Junho (exame)

Formação para Peritos Qualificados no âmbito do SCE - RSECE (Energia e QAI) 2ª acção - 5 a 8 de Maio | 2 de Junho (discussão exercício) | 6 de Junho (exame)

Segurança Rodoviária em Ambiente Urbano e Peri-Urbano 1, 7, 8, 14, 15, 28 e 29 de Março | 4, 5 e 18 de Abril

Ciclo de Formação em Engenharia Acústica

1 - Unidade de Formação de Uniformização de Conhecimentos 7, 8, 14, 15, 28 e 29 Março | 4 e 5 de Abril

2 - Unidade de Formação em Projecto de Acústica de Edifícios 11, 12, 18 e 19 de Abril | 2, 3, 9 e 10 de Maio

3 - Unidade de Formação em Projecto de Sonorização e Electroacústica 16, 17, 23, 24 e 30 de Maio

4 - Unidade de Formação em em Projecto de Controlo de Vibrações em Sistemas Mecânicos 6, 7, 13, 14 e 20 de Junho

5 - Unidade de Formação de Processos de Acústica Ambiental 27 e 28 de Junho | 4, 5 e 11 de Julho

Gestão de Operações em Transporte Público Rodoviário de Passageiros 10 a 14 de Março

Beneficiação e Reabilitação de Estradas 4, 5, 11, 12, 18 e 19 de Abril | 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23 e 24 de Maio

Gestão de Operações em Transporte Aéreo 5 a 9 de Maio

Visual Basic para Excel para Engenheiros 26 a 30 de Maio

Juntas Adesivas Estruturais 2 a 6 de Junho

Gang-Of-Four Design Patterns 23, 25, 26 e 27 de Junho

Para informações e inscrições: Tel: 22 508 1412/ 1533/ 1414 E-mail: [email protected] URL: www.fe.up.pt/formacao

A-todo-o-vapor Até ao dia 28 de Março de 2008 estará patente na Biblioteca da FEUP a exposição “A todo o vapor”. Trata-se do resultado final de um estudo sobre a Colecção J. Schröder de Modelos Didácticos de Distribuidores de Vapor da FEUP (peças adquiridas a partir do século XIX pela Academia Politécnica do Porto, precursora do ensino da engenharia na cidade) criado no âmbito de um trabalho de estágio de museologia, realizado no Museu da FEUP.

A arquitectura vista pelos engenheirosArquitectos e engenheiros estão juntos numa exposição patente nos espaços comuns da secção de Construções Civis, no Departamento de Engenharia Civil da FEUP até ao final deste ano lectivo. Incluídos na vertente teórico-prática da disciplina de Arquitectura, do Mestrado Integrado em Engenharia Civil da FEUP, este conjunto de trabalhos procura interpretar as diversas problemáticas do projecto de arquitectura de um edifício. Em paralelo, de-corre a exposição dos trabalhos elaborados no âmbito da segunda edição do Mestrado de Reabilitação do Património Edificado 2005/2007.

Desafio Único volta à estradaArranca a 16 de Março a primeira prova da edição de 2008 do Challenge De-safio Único, no Circuito do Estoril. A iniciativa surge com algumas alterações relativamente à edição anterior: o número de corridas passa de cinco de cir-cuito para quatro de circuito e duas de montanha e, em vez de corridas de 50 minutos com troca de pilotos nas boxes, neste edição haverá provas de duas mangas de 25 minutos seguidas, com paragem em pista. Outras mudanças em relação à edição de 2007 são a obrigatoriedade de haver dois pilotos por equipa (era facultativo), a prova estar aberta a 50 carros (eram 40) e a curio-sidade de a grelha ser invertida até ao vigésimo lugar da primeira para a segunda manga. Depois do Estoril este Challenge passa depois por Murça, Vila Real, Braga, Guimarães (Penha) e Portimão. www.fe.up.pt/desafio

Inscreva-se já

Vocacionada para académicos e industriais, com temas ligados às aplicações industriais, novos materiais, projecto e concepção e caracterização mecânica, entre outros, arranca a 6 de Maio a VIII Conferência Internacional de Es-truturas Sandwich (ICSS8), na FEUP. Tratam-se de estruturas de materiais avançados que se aplicam em inúmeras indústrias, em particular a indústria aeronáutica e marítima e que mais recentemente sofreram um desenvolvi-mento acentuado na indústria de estruturas de energia eólica, pela sua in-trodução nas pás eólicas.www.fe.up.pt/~icss8

A Delegação do Porto da Sociedade Portuguesa de Química, em colaboração com o DEQ/FEUP vai realizar o XXI Encontro Nacional da Sociedade Portu-guesa de Química, que terá lugar na FEUP de 11 a 13 de Junho de 2008.Será debaixo do tema “Química & Inovação” que serão discutidos os novos desafios colocados pelo avanço do conhecimento científico em todas as suas intersecções com a Química - inovação na indústria química e no desenvol-vimento de novos produtos, novas tecnologias e novos processos; inovação no ensino da química e da engenharia química; inovação nas interfaces da química com as restantes ciências. www.fe.up.pt/xxien

A não perder

XXI Encontro Nacional SPQQuímica e InovaçãoPorto, 11 a 13 de Junho de 2008

Promovido pela FEUP, em associação com a OTUA (Office Technique pour l’Utilization de l’Acier) e com o apoio da Associação Internacional de En-genheiros de Pontes e Estruturas (IABSE), terá lugar no Porto, entre 2 e 4 de Julho de 2008 a terceira edição da Conferência Internacional footbridge 2008, dedicada ao tema “As pontes pedonais na renovação urbana”. Particularmente interessante para Engenheiros Civis, Arquitectos, Inves-tigadores, Técnicos de Planeamento, Consultores e Promotores de Obras, Construtores e Fabricantes.www.footbridge2008.com

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EM FOCO

FEUPescolainternacional

A adequação ao Processo de Bolonha no ano lectivo de 2005/06 colocou a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) na linha da frente da internacionalização do ensino, em Portugal. Um ano mais tarde, a FEUP viu o seu know-how científico e pedagógico reconhecido, ao assinar acordos internacionais com algumas das mais importantes instituições norte-americanas de ensino superior. Desde então, aquilo que era apenas uma relação pontual motivada pelo ingresso de ex-alunos FEUP no Massachusetts Institute of Tech-nology (MIT), na Universidade de Carnegie-Mellon (CMU) ou na Universidade do Texas em Austin (UTA) passou a ser uma sólida parceria. E um trampolim rumo à internacionalização da FEUP.

Reportagem de Raquel Pires

Acordos com universidades americanas reforçam presença da Faculdade de Engenharia no mundo

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HÁ QUATRO ANOS, MUITO ANTES DE A FEUP INTEGRAR O ACORDO MIT-Portugal, Pedro Pinto, ex-aluno desta faculdade, decidiu candidatar-se a uma bolsa de doutoramento no estrangeiro: o sonho passava por ingres-sar no Massachusetts Institute of Technology (MIT) ou a Universidade de Standford, ambas norte-americanas e reconhecidas internacionalmente. Quis o destino que acabasse por ingressar no programa de doutoramento em Electrical Engineering and Computer Science do MIT, financiado em parte por uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Ainda hoje Pedro Pinto se lembra bem da primeira impressão que lhe ficou desta experiência: “O MIT é um lugar surpreendente - não pelas suas instalações ou localização geográfica - mas pelas pessoas. Na primeira semana apercebi-me de que os meus colegas de turma tinham sido os melhores alunos nas suas respectivas universidades e a sensação de que ‘tínhamos entrado no MIT por engano’ era muito comum entre os alunos do 1º ano. Com o decorrer das aulas, pude verificar que os alunos portugueses no MIT estavam bastante bem preparados relativamente à média”, confidencia Pedro Pinto.Actualmente a desenvolver modelos matemáticos para analisar o desem-penho de sistemas de comunicação móvel na presença de interferência, no âmbito do doutoramento, Pedro Pinto não se arrepende de ter saído de Portugal: “Olhando para trás, chego à conclusão de que a minha vinda para o MIT me fez evoluir a todos os níveis, apesar dos sacrifícios que esta decisão implicou quer ao nível pessoal, quer familiar”. Mas depois há episódios que marcam a diferença e acabam por compensar, de certa forma, todos os constrangimentos inerentes a uma estadia prolongada no estrangeiro em busca de mais conhecimentos, como explica este ex-aluno da FEUP: “No fim do primeiro semestre já tinha falado com um laureado Nobel e um MacArthurfellow [conhecidos por “genius grants” que são atribuídos todos os anos a 20-40 residentes dos EUA que demonstrem mérito excepcional e potencial para trabalho criativo]. Os professores do MIT, para minha surpresa, revelaram-se pessoas extremamente modes-tas, flexíveis e apaixonadas pela interacção com os alunos”. Feliz por ter decidido arriscar e enveredar por um doutoramento lá fora Pedro Pinto não tem dúvidas sobre a sua decisão: “Para haver crescimento tem de haver mudança”, justifica.Foi este sentimento de mudança que impulsionou a FEUP a acompanhar de muito perto as negociações entre o governo e o MIT: o grande objectivo passou por integrar o grupo de universidades portuguesas envolvidas na parceria internacional e viria a ser concretizado em Novembro de 2006, com a assinatura do Acordo MIT-Portugal. Hoje a FEUP oferece dois pro-gramas doutorais e dois Diplomas de Estudos Avançados, todos eles em colaboração com outras instituições de ensino portuguesas.

Parcerias estratégias, ensino de excelênciaUm dos cursos criados no âmbito desta parceria estratégica - o Programa Doutoral em Sistemas Sustentáveis de Energia (PDSSE) da FEUP - arran-cou em Setembro de 2007,beneficiando de uma interacção forte com a escola americana quer ao nível da componente lectiva quer na compo-nente de Investigação e Desenvolvimento (I&D). Segundo o director deste curso, João Peças Lopes, “no primeiro ano de funcionamento o interesse pelo curso foi significativo, tendo-se registado 22 candidaturas [com a particularidade de três delas serem provenientes de alunos estrangeiros]. Destes, 12 foram seleccionados para o PDSSE e cinco para o programa de Estudos Avançados”. No entanto, acrescenta, “espera-se que na próxima edição o volume de candidaturas seja superior, atendendo ao interesse que o curso tem vindo a suscitar”.

Numa economia global cada vez mais preocupada com as questões energéticas e ambientais, assume particular importância a formação de futuros líderes no domínio das políticas e tecnologias nestas áreas, domínios onde “a FEUP desenvolveu nos últimos anos competências va-liosas e reconhecidas, o que conduziu à sua participação neste acordo”, afirma este docente. Empenhado desde o primeiro momento na criação deste programa doutoral integrado na filosofia de Bolonha, o responsável pelo PDSSE da FEUP acredita que todos estes esforços no âmbito da parceria com o MIT vão ajudar à criação de uma plataforma de interacção científica e tecnológica que permite promover diálogos intensos sobre a temática do ambiente e energia, envolvendo a indústria. “E que, espera-mos - nos permitirá promover intensamente transferência de tecnologia e a promoção de novas empresas de base tecnológica, áreas onde o MIT tem experiência reconhecida”, acrescenta. Para além destes dividendos, João Peças Lopes não tem dúvidas quanto ao papel que este acordo com a instituição americana pode significar no que toca à reputação da própria Faculdade de Engenharia: “Esta parceria internacional permitirá desenvolver e consolidar a internacionalização do ensino e investigação da FEUP para além do domínio europeu, conduzin-do ao reconhecimento da excelência instituição”.Também criado no âmbito da parceria MIT-Portugal, o Programa de Douto-ramento em Líderes para Indústrias Tecnológicas (LTI) insere-se numa das quatro áreas temáticas deste acordo,designada por “Engenharia de Con-cepção e Sistemas Avançados de Produção (EDAM), e tem como missão desenvolver um novo paradigma europeu de formação em engenharia de concepção e manufactura de produtos. De acordo o director deste curso, António Torres Marques,“este projecto associará uma qualidade elevada de investigação a programas curriculares inovadores, de modo a apoiar, em termos de recursos humanos, um novo modelo de competitividade empresarial, assente no conhecimento e no desenvolvimento de produtos e processos competitivos”. Considerado como inovador no espaço formativo europeu, o programa LTI vem preencher uma lacuna recorrentemente identificada nos programas pós-graduados no espaço comunitário ao nível da contextualização dos conhecimentos em tecnologias avançadas, com práticas sustentadas de gestão de processos complexos. “Neste domínio, alguns cursos de universidades norte-americanas têm sido bem sucedidos, como são os casos dos programas Leaders for Manufacturing e Systems Design and Manufacturing, ambos do MIT e nos quais se inspirou a proposta do programa LTI”, acrescenta Torres Marques. Esta linha estratégica que serve de base a todo o programa doutoral pretende, essencialmente, criar “um novo perfil de recursos humanos do qual se espera a capacidade de viabilizar a concepção e a industrialização de produtos de elevado valor acrescentado, e de promover o tecido tecnológico industrial português, posicionando-o mais acima nas cadeias de valor internacionais”. A agenda EDAM está focada em três sectores principais: o ramo auto-móvel, a aeronáutica e o dispositivo médico, sendo de salientar toda a estrutura curricular apresentada: flexível e multidisciplinar,“só é possível graças a uma interacção forte entre as instituições universitárias envolvi-das no MIT”, garante Torres Marques. “A construção do ciclo de estudos do programa LTI teve como orientação prioritária a procura de sinergias entre as várias instituições académicas, visando tirar partido do ponte for-te de cada uma delas, no que diz respeito as diferentes áreas científicas do curso”, ressalva este docente.

Sabia que…

Portugal forma 3,5 novos doutores em ciência e tecnologia por cada 10000 ha-bitantes entre os 25 e 34 anos, enquanto esse valor para a média da Europa dos 15 é de 5,5 novos doutores? O objectivo até 2010 é bastante ambicioso: formar 440 doutorados por ano, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia do Ensino Superior.

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Fachada principal do Massachusetts Institute of Technology (MIT)

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EM FOCO

Para lá da investigação no MIT

João Castro é outro exemplo de sucesso pré-acordo MIT-Portugal: ex-aluno da FEUP, não teve dúvidas quando chegou o momento decisivo de optar pela candidatura a um programa de doutoramento no estrangeiro - o próprio MIT encarregar-se-ia de lhe oferecer uma bolsa como investi-gador. Actualmente a desenvolver trabalho numa disciplina considerada emergente na área de engenharia - Engineering Systems - dedica-se ao estudo de sistemas não só do ponto de vista da tecnologia, mas simul-taneamente nas suas componentes sociais e de gestão (http://esd.mit.edu). Tecendo rasgados elogios às condições de trabalho no MIT - “No MIT está aquela que é considerada a melhor escola de engenharia do mundo e ainda escolas de topo nas áreas da ciência e economia, tudo num mesmo espaço físico” - João Castro esclarece que, para além do “excelente” capital humano existente, no MIT o mais notável é o ritmo, a qualidade e a exigência do trabalho desenvolvido. “Por um lado todos os alunos são muito bons e trabalham arduamente; por outro, há profes-sores extraordinários havendo aulas em que merecem ser aplaudidos pela forma brilhante como nos alargam os horizontes”, acrescenta este ex-aluno da FEUP.Para além da tese de doutoramento, João Castro assume também um papel de particular importância no MIT: é presidente da Portuguese American Post-Graduate Society (PAPS), uma associação de âmbito internacional, independente e sem fins lucrativos, que representa e defende os interesses dos investigadores e alunos de pós-graduação portugueses ou luso descendentes a estudar na América do Norte. Fun-dada em 1998, conta actualmente com cerca de 400 membros activos e 300 alumni. Os seus membros estão espalhados um pouco por todos os Estados Unidos da América, e o objectivo principal da associação é “fortalecer a influência dos seus membros na sociedade americana e, ao mesmo tempo, promover a cultura portuguesa”. O trabalho na PAPS é totalmente voluntário, mas nem isso os impede de terem sido convidados para almoçar com Cavaco Silva nos EUA, organizar seminários e encontros com cientistas, como aconteceu com António Damásio, ou conferências internacionais onde é frequen-te serem convidados CEO de empresas portuguesas ou até mesmo individualidades que se destacam pelo seu trabalho em prol da cultura científica no nosso país. Distribuídos por sete núcleos regionais, a funcionar em Boston, Providence, New York, Pittsburgh, Chicago, Bay Area e LosAngeles, a PAPS realiza anualmente um fórum anual em que todos os membros da associação se reúnem, dado que a dispersão geográfica nem sempre permite que o façam mais vezes. Para além destas iniciativas, a associação publica também uma newsletter online - www.papsonline.org -, na qual entrevistam um membro para dar a conhecer aos restantes associados mais detalhes acerca do trabalho que é desenvolvido dentro da comunidade.

Aposta nos Média Digitais Foi o último acordo internacional a ser selado entre o governo português e uma instituição de ensino norte-americana: a Universidade do Texas, em Austin (UTA). Desenvolvida em quatro áreas fundamentais - empreendedo-rismo e valorização de tecnologia, média digitais, computação avançada e matemática - a parceria UTA-Portugal conta com o envolvimento da U. Porto (através das faculdades de Engenharia, Ciências, Belas-Artes, Letras e Economia) e do INESC-Porto essencialmente nas duas primeiras áreas, “embora exista a possibilidade de participação no programa de computação avançada”, admite o director do INESCPorto e responsável na FEUP por este programa de colaboração, Artur Pimenta Alves. Os média digitais são a área nuclear de todo o programa, correspon-dendo a um domínio importante de especialização da UTA. Pretende-se, sobretudo, que esta área possa vir a constituir o foco principal das acções de empreendedorismo a desenvolver no âmbito do programa: “Temos tido no mestrado Multimédia uma organização multidisciplinar que estimula a aprendizagem entre alunos de diferentes áreas de competência em que já estamos também a incluir formação em áreas de economia, criando assim condições para que os nossos alunos possam vir a participar no desenvolvimento de novos modelos de negócio e na criação de empre-sas. É esta visão que queremos estimular oferecendo condições para a formação de técnicos empreendedores com experiência internacional”, esclarece o director do INESC-Porto. Na área dos média digitais o momento é de preparação de actividades conjuntas ao nível de mestrado e doutoramento: o principal objectivo passa pela criação e alargamento de disciplinas opcionais que actual-mente existem por forma a cobrir algumas lacunas existentes ao nível da produção e análise de conteúdos de vídeo e a produção de música interactiva, e por outro lado, criar uma saída alternativa que constitua um Mestrado Profissional conjunto entre a U.Porto/Universidade Nova de Lisboa direccionado para as necessidades das empresas nesta área. Segundo Pimenta Alves “esta vertente profissional incluirá a possibilidade de os alunos realizarem estágios em empresas localizadas em Austin onde existe uma comunidade empresarial dinâmica nas áreas do cinema, vídeo, jogos e Web 2.0”. O mesmo cenário está a ser equacionado ao nível do Programa Doutoral conjunto entre as mesmas instituições, “em tudo semelhante ao nosso mestrado multimédia, com o qual está previsto ter disciplinas em comum”, adianta.

Carnegie-Mellon reforça programas doutorais existentesNo caso da Universidade de Carnegie-Mellon (CMU), o acordo abrange as áreas da electrotecnia e da informática, e incide essencialmente sobre programas de doutoramento e de mestrado e, marginalmente, sobre projectos de investigação. À semelhança do que aconteceu no protocolo com a UTA-Portugal, o suporte institucional da execução deste acordo envolve inúmeras empresas e laboratórios: neste caso, todo o processo é assegurado pelo Information and Communication Technologies Institute (ICTI), um instituto conjunto que conta com parceiros de renome como são os exemplos da Portugal Telecom, Siemens, Novabase, OUTSystems, INESC ID, INESC Porto, ISR, e Instituto das Telecomunicações. Gabriel David, responsável pelo Programa Doutoral em Engenharia Infor-mática na FEUP, esclarece que “talvez devido à entrada tardia da U.Porto no protocolo, nenhum dos mestrados suportados pelo programa decorre na FEUP. A colaboração centra-se, portanto, ao nível do doutoramento: o modelo posto em prática é o de reforçar os Programas Doutorais existen-tes em Informática e em Electrotecnia com a possibilidade de concessão

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Núcleo de Providence e Bonton da PAPS reunidos num convívio informal

Frank Erwin Center - University of Texas at Austin (UTA)

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The CMU-Portugal Program is governed by an international virtual institution, the Information and Communication Technologies Institute (ICTI).Create in Portugal first rate, internationally recognized, education and research programs in areas of great interest to the Portuguese society, including information technology, critical infrastructures, risk assessment, technology, innovation, and policy, as well as se-lected basic sciences, in particular, applied mathematics; promote in Portugal a new generation of technology-based companies, in-volving telecom operators, software companies and related institu-tions able to foster new economic activities at an international scale;http://www.cmuportugal.org

“International Collaboratory for Emerging Technologies”, or Co-Lab Interdisciplinary research and advanced education activities in areas encompassing digital media, advanced computing and math-ematics; On-job training for entrepreneurs and technology transfer officers and related technology commercialization activities, including internships and an exchange program for entrepreneurs and technology transfer officers, in a way to form a “University Technology Enterprise Network”, UTEN; Continuous identification and promotion of cooperation in emerging technologies between UTAustin and Portuguese institutions.http://www.utaustinportugal.org

Investment in science, technology and higher education can have a positive, lasting impact on the economy by addressing key societal issues through quality education and research in the emerging field of engineering systems. The program has targeted bio-engineering systems , engineering design and advanced manufacturing , sus-tainable energy systems , and transportation systems and as key areas for economic development and societal impact.http://www.mitportugal.org

UTA volta a apoiar projecto Mapa

Face aos bons resultados registados na 1ª edição do Prémio Mapa, já está prevista uma 2ª edição, desta vez não só com o apoio mas tam-bém com a chancela oficial da Universidade do Texas, em Austin (UTA). A ideia surgiu em Novembro de 2006, tentando agregar todas as entida-des relacionadas com a arte e tecnologia e contando, desde o primeiro momento, com o apoio da UTA. A iniciativa, encabeçada pela Faculdades de Engenharia e de Belas-Artes da U.Porto e com a Escola das Artes da Universidade Católica e a Universidade de Aveiro numa segunda fase do processo, tinha como principal objectivo “a organização de um festival com a atribuição de um prémio ao melhor trabalho de índole académico, dando assim visibi-lidade a tudo o que se está a desenvolver na área multimédia no nosso país”, segundo Carlos Oliveira, docente do Mestrado em Multimédia e um dos principais impulsionadores do projecto.E os números traduzem de forma clara o sucesso desta iniciativa: 37 candidaturas, provenientes de nove instituições superiores nacio-nais, tendo sido seleccionados 14 projectos. Ao nível dos workshops, registaram-se cerca de 157 candidatos, vindos de todo o país e também do estrangeiro, tendo sido admitidos cerca de 100 participantes. No total, participaram cerca de 181 alunos (maioritariamente do 2º ciclo), provenientes de nove universidades e cinco institutos politécnicos do país. O número de visitantes fixou-se nos 500, “algo bastante significati-vo”, refere Carlos Oliveira. Para este responsável, “o objectivo principal, que consistia em dar a conhecer ao público e agentes culturais que existe uma rede de pessoas interessadas por esta área, e ao mesmo tempo, mostrar o trabalho que se vai fazendo por cá, foi largamente ultrapassado,”. A concretização deste projecto só foi possível graças à adesão imediata da UTA, que desde o primeiro momento manifestou interesse em colaborar na reali-zação do evento, tendo sido considerado o momento ideal para avançar com um projecto desta natureza. Tratou-se de “um evento único em Por-

tugal, porque se criou um prémio numa área em que nunca ninguém tinha feito nada. Significa que algo se move em Portugal”, garante.A segunda edição deste galardão irá ter um formato diferente: “Quere-mos envolver empresas, pelo que haverá prémios sectoriais - e não só de índole académica - com fortes possibilidades de existir um prémio residência. Trata-se de premiar um projecto que exista só no papel, e que ainda não tenha sido transformado em obra até à data”, explica Carlos Oliveira. Prevista para o último trimestre de 2008, a 2ª edição do Prémio Mapa será organizada em estreita colaboração com a UTA-Portugal. “O objectivo é dar visibilidade à Academia Portuguesa, à par-ceria e às empresas associadas ao UTA-Portugal, promover a inovação criativa, debates e workshops, paralelamente à organização do festival Mapa”, adianta o responsável.

de graus conjuntos CMU/Universidades portuguesas, aos estudantes que sejam aceites simultaneamente pelas duas instituições”. Neste momento, os programas em que a U.Porto participa ao abrigo do acordo com a CMU são o Programa Doutoral em Informática - MAP-i- (con-junto com a U. Minho, U. Aveiro e U.Porto), o Programa Doutoral em Enge-nharia Informática - PRODEI- (envolvendo apenas a FEUP), e o Programa Doutoral em Engenharia Electrotécnica e Computadores - PDEEC - (que decorre nos mesmos moldes, isto é, somente tendo a FEUP como par-ceira, deste lado do oceano). “O acordo, ao nível de doutoramento, está ainda no início, mas já se contabilizam três estudantes simultaneamente inscritos no MAP-i e em programas CMU, e há oito unidades curricula-res desse programa já com acreditação pela CMU. No entanto, há mais unidades curriculares dos vários programas ainda em análise e pensa-se que, no próximo ano, será possível inscrever mais estudantes no acordo”, adianta Gabriel David. As expectativas são elevadas, assim como a consciência de que os programas portugueses existem para lá do acordo com a CMU, mas o ob-jectivo destas parcerias internacionais continua a ser o mesmo: “Aumen-tar não só a visibilidade dos programas e consequentemente os níveis de qualidade decorrente das acções financiadas - o que deverá contribuir para uma elevação geral da respectiva atracção de bons alunos a nível internacional - e promover a investigação nos centros de I&D associados aos programas”, resume o professor.

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Vista aérea de um dos edifícios da Universidade de Carnegie-Mellon (CMU)

“Nós aqui em baixo” - projecto distinguido com uma Menção Honrosa no Prémio Mapa

BRIEFINGO Programa MIT Portugal é uma colaboração Internacional de larga escala envolvendo o MIT e o Governo, a Universidade e a Indústria em Portugal, assentando no desenvolvimento de programas avan-çados de ensino e investigação relacionados com os Sistemas de Engenharia.

Para cumprir a sua missão, o MIT Portugal e a FEUP apostam num compromisso mútuo entre a Indústria e a Universidade: contando já com um número significativo de empresas líderes nos seus secto-res de actividade em Portugal. Este envolvimento consubstancia-se sobretudo na participação nos programas de investigação, os quais estão intimamente ligados aos programas de ensino.

BENEFITSTo remain competitive globally, companies need to be innovative. Becoming a MIT Portugal Industrial Affiliate gives companies the opportunity to access internationally-recognized experts, innovative technology, unique research opportunities. Specific benefits of affiliating with the program include:

1. Opportunity to develop joint research projects with MIT Portu-gal Program partner universities and research labs;

2. Membership in the MIT Industrial Liaison Program (ILP), pro-viding access to the associated benefits and to MIT expertise (http://ilp-www.mit.edu);

3. Access to the vision of the highly skilled experts, innovative technology and unique research opportunities;

4. Attract outstanding professionals that can enrich corporate human resources;

5. Access to professional development programs that will enhance the knowledge and skills of a corporate staff;

6. Opportunity to participate in the advisory group to the MIT Portugal Program’s leadership.

FEUP e MIT Portugal, conhecimento de vanguarda para empresas de topo.

Mais informações em:www.mitportugal.org

Contactos:Gabinete de Coordenação em PortugalPrograma MIT-PortugalAv. António José de Almeida, 121000-043 Lisboa, PortugalTel: 21 099 79 50

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Incrementar a “marca” FEUPParalelamente a todos estes acordos recentes estabelecidos com uni-versidades norte-americanas, a FEUP quer apostar estrategicamente em mais iniciativas deste género. João Falcão e Cunha, director do Mestrado em Engenharia de Serviços e Gestão (MESG) da FEUP - um mestrado pioneiro a nível internacional - tem desenvolvido esforços no sentido de iniciar uma colaboração com a Universidade de Masarick, Brno (República Checa). O desafio é elaborar uma proposta de mestrado conjunto numa área emergente de investigação e ensino, designada por Services Scien-ce, Management and Engineering - SSME. “O convite feito à FEUP resultou da experiência existente com o MESG, o primeiro programa de mestrado a obter o reconhecimento governamental na Europa, recolhendo um vasto apoio de instituições de renome nacional e internacional, como a IBM, a PT, Banco BPI, Enabler-Wipro, SONAE Distribuição, Critical Software, McKinsey, Accenture, Delloitte, Sage e Novabase”, admite João Falcão e Cunha.As negociações com a Universidade de Masarick iniciaram-se em No-vembro de 2007, altura em que uma comitiva liderada por este docente se deslocou até à República Checa para participar num seminário sobre programas de investigação e pós-graduação em SSME. O processo decorreu a bom ritmo, a pretende-se que esta fase inicial se traduza na “co-orientação de alunos de doutoramento, que irão já a partir do próximo ano lectivo realizar a sua investigação na FEUP”. Está igualmente em fase de preparação a possibilidade de os alunos de mestrado virem a realizar programas de intercâmbio, ao abrigo dos acor-dos de mobilidade previstos no programa ERASMUS, bem como a criação de graus conjuntos ao nível do mestrado e doutoramento, numa rede onde estão envolvidas algumas instituições europeias parceiras da FEUP no CESAER - Conference of European Schools for Advanced Engineering Education and Research. Na opinião de Falcão e Cunha, é “relevante, para o maior reconhecimento internacional da FEUP, o aprofundamento desta cooperação e o estabelecimento de sinergias com outros progra-mas de cooperação internacional existentes, nomeadamente com o MIT, CMU e UTA”.

Nem só de parcerias transnacionais se faz a presença da FEUP no mundo. Conseguir estabelecer uma boa rede de contactos com escolas de renome europeu, é outro grande objectivo da FEUP rumo à interna-cionalização do ensino na área da engenharia e foi neste contexto de projecção da “marca” FEUP que uma comitiva da Divisão de Coopera-ção da faculdade se deslocou até França, para participar na “ParisTech Internacional”. Trata-se de uma feira que funciona como plataforma de

contacto entre instituições de ensino superior de todo o mundo: a ideia é debater os problemas relacionados com o intercâmbio estudantil, quer ao nível do programa ERASMUS, quer no caso de programas conjuntos com universidades estrangeiras que possibilitam a adminis-tração de graus conjuntos. Carla Rocha, responsável pelos programas de mobilidade da FEUP, esteve em Paris, no passado dia 14 de Janeiro e teve a oportunidade de ouvir testemunhos de alunos que, neste momento, prosseguem o seu programa de estudos ao abrigo dos programas de mobilidade existentes. Isto porque a “ParisTech constitui uma parceria de diversas escolas de engenharia francesas de referência, sediadas em Paris, entre as quais se destacam as que actualmente mantêm programas de cooperação com a FEUP, como é o caso da École Nationale des Ponts et Chaussés (ENPC), e a École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers (ENSAM), esclarece Carla Rocha. André Rainho, aluno do Mestrado Integrado em Engenharia Civil da FEUP, foi um dos seleccionados para realizar um período de estudos na ENPC, o que lhe irá permitir obter no final, o grau/diploma das duas ins-tituições de ensino superior. “Como aluno da ENPC frequento o curso de Génie Civil et Construction. Sigo o mesmo programa de um aluno fran-cês do 2º ano que frequente a escola e, apesar do problema linguístico, o meu percurso académico tem sido bastante proveitoso”, conta. Em termos comparativos, André Rainho considera que, “ao nível do grau de dificuldade, na ENPC é menor em relação à FEUP. Em compensação, a carga horária e o número de projectos e trabalhos a realizar é bastante superior”. Depois de um período de adaptação relativamente complica-do devido à dimensão da própria cidade, e das barreiras linguísticas que desde logo se tornaram evidentes, André Rainho não tem dúvidas em afirmar que esta oportunidade se revelará “de extrema importância” num futuro próximo.

FEUP marca presença no “ParisTech Internacional Day”

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Reunião de trabalho na Universidade de Masarick, Brno (República Checa)

Fachada principal da École Nationale des Ponts et Chaussés (França)

Quase dois anos depois de ter sido lançada a iniciativa “Compromisso com a Ci-ência para o Futuro de Portugal”, o Secretário de Estado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior faz um balanço positivo das acções desenvolvidas até hoje. Lembrando que, pela primeira vez na história portuguesa, o Orçamento de Ciência e Tecnologia ultrapassa em 2008 o valor de 1% do PIB, Manuel Heitor constata que as parcerias com instituições de grande reputação internacional estão a servir, efectivamente, como elemento catalisador de parcerias a nível na-cional, contribuindo para a internacionalização efectiva das instituições de ensino superior portuguesas.

ENTREVISTA DE ANA MARTINSFOTOGRAFIAS: ISABEL MARQUES E MCTES

A iniciativa “Compromisso com a Ciência para o Futuro de Portugal” - lançada em Março de 2006 - tem como mote “vencer o atraso científico tecnológico” do nosso país. Quase dois anos depois, como avalia os progressos que têm vindo a ser feitos nesta área pelas instituições de ensino superior? A prioridade dada ao rápido desenvolvimento científico e tecnológico do País tem sido acompa-nhada por uma forte mobilização da comunidade científica, com resultados visíveis a nível interna-cional. A produção científica nacional aumentou 18% nos dois últimos anos, medida em termos do número de publicações científicas referenciadas internacionalmente: entre os 5 artigos científicos mais citados na UE, dois tinham a colaboração de autores portugueses.

Quais são os principais indicadores da dinâmica actual do sistema científico? Há actualmente cerca de 10 000 investigado-res doutorados a trabalhar em centros de I&D (medidos em termos de “equivalente a tempo integral”), representando um aumento de 20% nos últimos dois anos. Neste período houve ainda um aumento de 18% de doutoramentos realizados e reconhecidos por Universidades portuguesas e, só nestes dois anos, concluíram-se cerca de 20% de todos os doutoramentos realizados desde 1990, devendo Portugal atingir em 2009 a meta de 1500 novos doutoramentos por ano.Deve ainda ser notado que os novos doutoramen-tos nas áreas de ciência e tecnologia representam actualmente cerca de metade (47,3%) do total,

À CONVERSA COM MANUEL HEITOR

“OS CONSÓRCIOS NACIONAIS TÊM PROMOVIDO A INTER-NACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS”

Manuel Heitor, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

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À CONVERSA COM MANUEL HEITOR

quando no início dos anos 90 representava menos de um terço (31,3% em 1991 e 32,5% em 1992).Por outro lado, os valores mensais da balança tecnológica registam desde Janeiro de 2007, e de forma sistemática, saldos positivos, mostrando o reforço da capacidade tecnológica das empresas portuguesas no mercado internacional. Para não falar do número de patentes portu-guesas registadas na Europa e nos EUA que aumentou, respectivamente, 68% e 50% entre 2005 e 2006.Já em 2007, a Biblioteca do Conhecimento Online (B-on) foi alargada a todas as instituições científicas e do ensino superior público assegu-rando a universalidade de acesso e disponibili-zando o acesso ilimitado e permanente a mais de 16.750 publicações científicas internacionais. Estima-se que em 2007 se tenha ultrapassado quatro milhões artigos descarregados (3,4 em 2005 e 3,7 em 2006).Foram ainda aprovados no último ano e estão em execução mais cerca de 1.100 novos projectos para o reforço do ensino experimental das ciên-cias em escolas de ensino básico e secundário. Finalmente, desde o final de 2005 foi alargada para 16 Centros a Rede Ciência Viva, havendo hoje mais seis novos Centros. Serão acrescenta-dos mais cinco novos até ao final de 2008.

Apesar de o prazo para cumprir o objectivo de “vencer o atraso científico tecnológico” ser só em 2009 acha possível atingir esta meta mais cedo?As principais metas do Compromisso com a Ciên-cia estão a ser atingidas. Noto que pela primeira vez na história portuguesa, o Orçamento de Ciência e Tecnologia ultrapassa em 2008 o valor de 1% do PIB, reafirmando o compromisso do Governo na prioridade dada ao desenvolvimento científico e tecnológico nacional (era 0.83% em 2005). Ao mesmo tempo a fracção do Orçamento de Estado em Ciência e Tecnologia atinge o valor inédito de 3,6% (era 2,6% em 2005).Mas temos de ser realistas sobre o atraso científi-co de Portugal face às sociedades mais desen-volvidas e compreender que temos de construir a nossa modernidade com esforço e ambição. O desenvolvimento científico só se atinge com a continuidade desse esforço.Como exemplo deste esforço continuado que terá de continuar a ser promovido, vejamos as bolsas de investigação atribuídas anualmente, que tiveram um acréscimo de cerca de 50% entre doutoramento e pós-doutoramento, sendo que em 2007 a FCT atribui um total de 5820. No âmbito da promoção do emprego científico, foram já celebrados contratos-programa com di-versas instituições para a inserção de 630 novos

doutorados no sistema científico e tecnológico, tendo em vista a contratação de 1.000 novos investigadores doutorados. Por outro lado, a FCT está actualmente a financiar 4.940 projectos de I&D em todos os domínios científicos, repre-sentando um aumento de mais de 800 novos projectos face a 2005.

A criação de uma Rede de parcerias internacio-nais de C&T de grande dimensão, compreenden-do instituições de Ensino Superior e de investi-gação, assim como empresas, em associação com Organizações Científicas internacionais, Universidades estrangeiras e outras entidades científicas e tecnológicas de topo é uma das me-dida que está a ser posta em prática pela inicia-tiva “Compromisso com a Ciência para o Futuro de Portugal”. Quais são as maiores vantagens a retirar destas parcerias?Foram assinados no inicio de 2006, e numa pri-meira fase, três protocolos de colaboração entre o Governo Português e o Massachusetts Institute of Technology, MIT, a Universidade de Carnegie Mellon, CMU, e a Universidade do Texas em Austin, UTA, os quais visaram inicialmente iden-tificar o potencial para a cooperação cientifica e tecnológica entre Portugal e essas instituições. Nos relatórios entretanto apresentados por essas instituições e divulgados publicamente ainda em 2006 foram claramente identificadas oportuni-dades importantes e inéditas para a cooperação científica e tecnológica com Portugal, assim como para o reforço da capacidade de I&D e de ensino pós-graduado de instituições nacionais num con-texto internacional. Esses relatórios constituem, de facto, documentos importantes para promover o posicionamento internacional de Portugal e, em particular, o relatório do MIT refere, entre outros aspectos, que: «… O compromisso do Governo Português em reforçar a Ciência e a Tecnologia e em promover a cooperação internacional no Ensino Superior, fazem de Portugal um país muito interessante para realizar investigação e um parceiro relevante para futuras parcerias na economia do conhecimento que emerge». Foi neste contexto que se vieram a concretizar os 3 acordos entretanto estabelecidos.Cerca de um ano após o lançamento destas parcerias, os relatórios de avaliação entretanto divulgados reconhecem um êxito considerável

“As parcerias com insti-tuições de grande reputa-ção internacional servem como elemento catalisa-dor de parcerias a nível nacional”

“A sustentabilidade do relacionamento entre as instituições portuguesas e norte americanas depende do reconhecimento mútuo do valor acrescentado”.

Manuel Heitor, ladeado por Paulo Ferrão (Director do MIT-Portugal)

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no seu lançamento e na formação de consórcios nacionais que têm promovido a internacionali-zação efectiva das instituições de ensino superior portuguesas, facilitando parcerias que têm poten-ciado a oferta de programas a nível internacional, assim como o recrutamento de alunos, docentes e investigadores. Esses relatórios identificam, ainda, o potencial destas parcerias para estimular o crescimento económico através da inovação de base científica, atraindo novos talentos e actividades de maior valor acrescentado, assim como o acesso a novos mercados por empresas portuguesas de base tecnológica.

Pode apontar alguns exemplos concretos dos êxitos destas parcerias? No âmbito do Programa MIT-Portugal, no do-mínio dos “Sistemas de Engenharia”, o trabalho realizado durante o 1º ano envolveu cerca de 60 Professores do MIT, incluindo 1 Prémio-Nobel e 180 Professores e investigadores das 7 Universi-dades Nacionais e 11 instituições de investigação envolvidas no programa. Foi concretizado, e de forma inédita em Portugal, o lançamento dos seguintes graus conjuntos em colaboração com o MIT nos programas doutorais e de formação avançada em: “Sustainable Energy Systems”; “Leaders for Technical Industries”; “Technolo-gy Management Enterprise”; “Bioengineering Systems”; “Transportation Systems”; e “Leaders in Transportation”. Merece especial destaque o investimento recentemente concretizado pela AGNI [multinacional estrangeira na área da energia] em Portugal, planeado em estreita co-laboração com o Programa MIT-Portugal, e que envolve a criação de um Centro de Investigação e o desenvolvimento de produtos de alta-tecnologia como a concepção e o desenvolvimento de pilhas de combustível.O Programa CMU-Portugal, na área das tecno-logias de informação e comunicação, iniciou já os programas de pós-graduação conducentes à atribuição de grau conjunto, entre instituições portuguesas e a Carnegie Mellon University: mes-trados profissionais em Software Engineering, Information Networking, Information Security,

Human Computer Interaction, assim como programas doutorais em áreas afins. Foram ainda estabelecidas Parcerias Industriais do Programa CMU-Portugal, com especial destaque para a par-ticipação da Portugal Telecom, Nokia-Siemens e Novabase.O Programa UT Austin - Portugal contempla as áreas dos: i) conteúdos digitais e produção e dis-tribuição multimédia; ii) computação avançada; iii) matemática e iv) comercialização de ciência e tecnologia, incluindo a concepção e concretização de novos projectos empresariais. Inclui ainda o apoio à incubação e crescimento de empresas portuguesas de base tecnológica em mercados emergentes, em estreita colaboração com a “Austin Technology Incubator, ATI”. Merece especial destaque o esforço de internacionali-zação recentemente concretizado pela empresa portuguesa Y-DREAMS, que já foi planeado em estreita colaboração com o Programa UT Austin - Portugal.

E para além dos acordos com instituições norte-americanas? Para além dos acordos com instituições norte ame-ricanas, deve também ser notado que foi já contra-tado o estabelecimento em Portugal do primeiro Instituto Fraunhofer na Europa fora da Alemanha, na área das “tecnologias de informação e comuni-cação. Ficará instalado no Porto, junto à Faculdade de Engenharia. Estão previstos consórcios de I&D e projectos de cooperação de instituições portu-guesas e institutos Fraunhofer na Alemanha nas áreas da: i) logística; ii) biotecnologia; iii) sistemas de produção avançada com aplicação na indústria automóvel; e iv) nanotecnologias.Por outro lado, está em Instalação o Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia (INL), a construir em Braga em 2008 e que deverá afirmar-se como instituição internacional de ex-celência. É a primeira Organização Internacional de Investigação da Península Ibérica, que contará com cerca de 200 investigadores de Espanha, Portugal e outros países, um orçamento anual de 30 Meuros e um investimento adicional de igual valor, assegurado pelos dois países.

Para além do ministérioSecretário de Estado da Ciência, Tecnologia, e Ensino Superior porquê?Porque acredito no conhecimento como “bem público”, que tem de ser valorizado e promovi-do, o que representa um desafio crescente para o papel do Estado nas sociedades modernas.

Se não fosse Secretário de Estado, o que seria?Sou investigador e docente universitário

O seu livro de eleição:Sem serem necessariamente livros de “eleição”, mas sobretudo pelo seu significado e actuali-dade contínua, gostaria de referir dois livros, escritos com cerca de 200 anos de intervalo:1. “Noticias Literárias de Portugal - 1780”, de José Anastácio da Cunha, como editado pelo Prof Joel Serrão em 1971 pela Seara Nova.2. “A Mathematician’s Apology”, por G. H. Hardy, Cambridge University Press, 1967.

O melhor filme que já viu:È sempre difícil, senão impossível, identificar o melhor, mas talvez refira “Uma Mente Brilhan-te”, lançado em 2001 pela direcção de Ron Howard, baseado na vida de John Nash.

Um projecto pessoal de que se orgulha:Ter conseguido facilitar a implementação em Portugal de redes temáticas de C&T e verdadei-ros consórcios de I&D e ensino superior pós-graduado em parceria com instituições líderes a nível mundial, através do programa de parcerias internacionais em curso.

Em Março de 2005, no âmbito do debate sobre o programa do Governo a Assembleia da República, o Ministro Mariano Gago apontava o Plano Tec-nológico como um plano que “não se baseia em facilidades mas em rigor, não promete resultados imediatos e sem esforço, não tolera a mediocrida-de ou a complacência, e adopta para Portugal a exigência de um rumo: estudar mais, saber mais, saber fazer melhor”. Considera que esta rede de excelência científica e tecnológica tem de facto criado uma cultura de exigência ainda maior nas universidades portuguesas? Os resultados descritos anteriormente são natu-ralmente encorajadores do esforço nacional no investimento em pessoas, conhecimento e ideias e, em particular, do compromisso assumido pelo Governo quanto à necessidade de promover a capacidade científica, tecnológica e artística nacional, a par do reforço e da autonomia das instituições de investigação. De facto, no actual quadro internacional é imperativo que todo o nosso sistema de ciência e tecnologia se afirme e consolide à luz dos mais exigentes padrões internacionais, de modo a ser possível aprender-mos a construir e promover um Portugal sempre mais moderno, capaz de enfrentar com sucesso os desafios do futuro. Penso que a concretização e aceleração do Com-promisso com a Ciência do Governo passa por três principais objectivos: reforçar as instituições científicas, continuando a promover o emprego científico e a formação avançada de recursos humanos, assim como promovendo o papel das instituições científicas no quadro de reforma do sistema de ensino superior e de modernização progressiva da sociedade portuguesa; fomen-tar a especialização da actividade de I&D e das instituições nacionais, reafirmando a necessidade de continuar a promover a base de conhecimento científico, tecnológico e artístico em todas as áreas do conhecimento; Estimular a formação de redes de conhecimento que facilitem massas criticas com coerência científica e relevância internacional, nomeadamente através de cola-borações efectivas que se consagrem no reforço das actividades de I&D existentes e na criação conjunta e continuada de novas actividades ao melhor nível internacional.

“Os consórcios nacionais têm promovido a interna-cionalização das institui-ções de ensino superior portuguesas, facilitando parcerias que têm poten-ciado a oferta de progra-mas a nível internacional, assim como o recrutamen-to de alunos, docentes e investigadores”.

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À CONVERSA COM MANUEL HEITOR

Do IST para o ministérioSecretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior desde 2005, Manuel Heitor formou-se em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico (IST) em 1981, tendo obtido o Doutora-mento no “Imperial College of Science, Technology and Medicine” da Universidade de Londres, na área de Mecânica dos Fluidos e Combustão, em Novembro de 1985, o ano que em ingressou no IST como docente. Professor Catedrático nessa escola deste 1995, Ma-nuel Heitor conta ainda com um pós-doutoramento na Universidade da Califórnia em San Diego, concluído em 1986.Desenvolvendo inicialmente a sua actividade de investigação na área de Mecânica de Fluidos e Combustão Experimental, Manuel Heitor é autor de diversos artigos científicos, tendo promovido o ensi-no e a investigação no IST em “Métodos Experimentais em Energia e Ambiente” e sido o presidente da Direcção da Secção Portuguesa do Instituto de Combustão durante o período 1995-2002.No início dos anos 90 começou a trabalhar em aspectos de gestão da mudança tecnológica e no desenvolvimento de políticas de ciência, tecnologia e ensino superior, tendo sido Presidente Adjunto do Instituto Superior Técnico entre 1993 e 1998. É desde 1995 “Re-search Fellow” da Universidade do Texas em Austin, no IC2 Institute, “Innovation, Creativity and Capital” e membro do Advisory Board das revistas “Tecnological Forecasting and Social Change” e do “Interna-tional Journal of Technology, Policy and Management”. É examinador externo do Programa de “Technology Policy” da Universidade de Cambridge desde 2002.Tendo coordenado a Comissão Organizadora da série de Conferên-cias internacionais sobre “Technology Policy and Innovation” entre 1997 e 2005, Manuel Heitor é ainda co-editor da série de livros sobre “Science and Technology Policy”, lançada pela Greenwood Publishers e editada desde 2004 pela Purdue University Press. O

último livro de que é co-autor intitula-se “Innovation for All? Learning from the Portuguese path to technical change and the dynamics of innovation” (Janeiro 2005).Em 1999/2000 coordenou o exercício nacional da Avaliação das Unidades de Investigação conduzido pelo Ministério da Ciência e Tecno-logia, tendo dirigido em 1996 o painel de Engenharia Mecânica.No IST lançou um conjunto de novas temáticas para o ensino pós-gra-duado, e coordenou até 2005 os programas de mestrado do Instituto em “Engenharia e Gestão de Tecnologia”, que implementou em 1998, e em “Engenharia de Concepção” (“Engineering Design”), que promo-veu em 2002. Por outro lado, Manuel Heitor dinamizou actividades de valorização económica de ciência e tecnologia, tendo coordenado o Programa IMPACT em 1997-2000 e o Programa VECTORe em 2002-2005.Co-fundador, em 1998, do “Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento, IN+”, do IST - que coordenou até 2005 - Manuel Heitor foi ainda co-fundador, em 2002, da rede internacional “Globelics - the global network for the economics of learning, innova-tion, and competence building systems”, sendo membro do “Scientific Board”. No mesmo ano lançou o programa/concurso “Pensar e Fazer - engenharia para os mais novos”, que coordenou até 2005.Em 2003 foi responsável e coordenou o comissariado da exposição “Engenho e Obra - engenharia em Portugal no século XX”, tendo coordenado em 2004 a edição da obra “Momentos de Inovação e enge-nharia em Portugal no século XX”. Tendo recebido em 2004 o “Excellence in Research Award on Techno-logy Innovation Management” pela International Association for the Management of Technology, IAMOT, Manuel Heitor é hoje membro do Conselho Cientifico do “International Risk Governance Council”, IRGC.

Fonte: MCTES

Na sua opinião, serão apenas as instituições portuguesas a ganhar? Que tipo de know-how pode uma universidade como Harvard ou MIT vir buscar às escolas e empresas portuguesas?Naturalmente que qualquer parceria só é bem sucedida se envolver ganhos para todas as partes. É neste contexto que a sustentabilidade do relacio-namento entre as instituições portuguesas e norte americanas depende do reconhecimento mútuo do valor acrescentado que as parcerias em curso trazem para todos os parceiros. A questão crítica deriva de que num contex-to internacional de crescente competição por acesso a talento, as parcerias que desenvolvemos são projectos importante de acesso a esses talentos, quer pela instituições portuguesas, quer pelas instituições americanas, que naturalmente também se projectam com estes projectos.

Servirá esta rede também para aproximar mais as próprias escolas portu-guesas, que muitas vezes competem por alunos, investimento empresarial e financiamento?Este é um dos aspectos mais importante ao nível de politicas públicas que esteve na base da concepção das parcerias em cursos e que hoje, após um ano depois do seu lançamento, vemos como um facto de grande sucesso. As parcerias com instituições de grande reputação internacional servem, efec-tivamente, como elemento catalisador de parcerias a nível nacional, de uma forma que têm possibilitado criar escala e tornar as instituições portuguesas competitivas a nível internacional através da oferta de programas conjuntos.

Recentemente foi anunciada a entrada de Harvard nesta rede. Em que consiste esta parceria? Estamos neste momento a concluir as negociações para implementar um grande projecto com a Universidade de Harvard na área da biomedicina, o qual incluirá o desenvolvimento de uma nova plataforma colaborativa de conteúdos médicos para a população em geram, mas também para estudan-tes e médicos em particular.

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INVESTIGAÇÃO & DESENVOLVIMENTO

Design Studio é a mais recente aposta da FEUP

A metodologia não é novidade em universidades de renome interna-cional, mas em Portugal poucas são as instituições que arriscam in-vestir neste tipo de projectos. Impulsionada pelo MIT-Portugal, a FEUP resolveu apostar na criação de um Design Studio: uma infra-estrutura totalmente direccionada para os alunos, permitindo-lhes o desenvol-vimento de protótipos com o objectivo de estimular o interesse do tecido empresarial para este tipo de soluções inovadoras. O resultado é uma nova filosofia de ensino, que pretende sobretudo motivar os alunos para lá da sala de aula.

Novo conceito permite que os alunos desenvolvam “protótipos” numa atmosfera de laboratório-empresa

FOTOGRAFIAS: RUI A. CARDOSO

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A CRIAÇÃO DO DESIGN STUDIO DA FACULDADEde Engenharia da U.Porto (FEUP) teve a sua origem na constatação de uma realidade impor-tante: fundamentalmente, a Faculdade de Enge-nharia necessitava de uma estrutura onde fosse possível desenvolver e fomentar o modo de projectar (processos ou produtos) em ambiente integrado, tendo em conta as vertentes design, engineering e management e, como resultado disso, onde pudessem ser criadas condições para a aprendizagem activa do tipo PBL (Project Based Learning).

Na realidade, são conhecidas as potencialida-des desta metodologia, tendo em conta as exi-gências cada vez mais acentuadas de engenhei-ros que, embora eventualmente especialistas em áreas específicas, tenham uma preparação que lhes permita actuar com eficiência em tudo o que diz respeito a trabalho em grupo, relações humanas, comunicação, etc. O trabalho em equipa e a multidisciplinaridade, nos quais assenta o Project Based Learning, visando o estudo de problemas do mundo real e prevendo a discussão e partilha dos conhecimentos adquiridos, tem grandes vantagens para os estudantes, em particular no que diz respeito a um mais profundo conhecimento dos assuntos, uma maior motivação e uma maior capacidade de investigação. Por outro lado, para além das aplicações, há que colocar a I&D ao serviço do desenvolvimento de conceitos e ferramentas tendo em vista a melhoria do desempenho do próprio Design Studio.

A participação da FEUP nos programas que resultaram, em particular, do acordo com o MIT, tornou urgente o estabelecimento definitivo das características da estrutura a criar, a qual, basicamente pensada nos termos descritos, deveria simultaneamente comportar também, pelo menos a curto prazo, o desenvolvimento de projectos resultantes do protocolo referido - os projectos de investigação desenvolvidos no âmbito do protocolo MIT-Portugal estão directamente relacionados com os Sistemas de Engenharia e procuram estender o seu alcance para além da comunidade académica através do envolvimento da indústria, contando com a participação de um número significativo de empresas líderes nos respectivos sectores de actividade em Portugal.

Dimensões e potencialidades Nesse sentido, foi decidido aproveitar o espaço disponível no piso existente sobre as instalações das oficinas do Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (DEMEGI), com uma área útil de cerca de 260 m2 e considerou-se a sua divisão de modo a comportar 18 postos de trabalho dotados de equipamento informáti-co, em open space (área de 140 m2), três salas de reunião (área total de 60 m2, dispondo de equipamento de projecção e vídeo-conferência), uma sala técnica que se pretende vir a apetre-char com equipamento adequado à construção e montagem de protótipos (área de 40 m2), um gabinete de coordenação e uma sala de apoio. A localização referida terá ainda a vantagem de permitir um acesso rápido e fácil às oficinas do Demegi, o que trará concerteza aos utilizadores do Design Studio a possibilidade de concretiza-ção de projectos e ideias.

Tendo aceite o desafio de elaborar o projecto de arquitectura deste espaço, o Prof. Brandão Alves apresentou uma solução moderna e funcional, a qual começou a ser implementada em Junho de 2007, sob a coordenação dos Serviços Técnicos da FEUP.

O Design Studio ficou disponível durante o mês de Janeiro de 2008, estando já neste momento a ser parcialmente utilizado, de acordo com o previsto, no âmbito dos projectos de investiga-ção integrados na área focal EDAM (Engineering Design & Advanced Manufacturing) do Programa MIT-Portugal. Os projectos de investigação desta área abordam predominantemente dois temas: o desenvolvimento de paradigmas e metodo-logias inovadoras na concepção e desenvolvi-mento do produto, em estreita colaboração com parceiros industriais, e o desenvolvimento de processos tecnológicos e sistemas de manu-factura, que englobam o estudo de novas tec-nologias e a avaliação económica e ambiental de novos processos, bem como a definição de estratégias optimizadas para os sistemas de produção. Estes tipos de projectos, que inevita-velmente envolvem equipas multidisciplinares, estão intimamente relacionados com a filosofia do Project Based Learning.

O equipamento informático foi parcialmente instalado nos postos de trabalho, estando já também funcional e disponível a utilização interna da rede wireless da FEUP. É evidente a necessidade de, a curto prazo, serem rentabili-zados o espaço e as condições agora disponibi-lizados:

- Para o efeito, está em curso a elaboração do respectivo regulamento, após o qual serão indi-gitados representantes dos departamentos da FEUP, tendo em vista a indicação pelos mesmos de eventuais utilizadores desta nova estrutura;

- Para além da utilização já referida, está pre-visto dar prioridade, de um modo geral, aos pro-jectos que envolvam uma vertente importante na área de desenvolvimento de produto, como acontece, por exemplo, no Mestrado Integrado em Design Industrial;

- Será avaliada a possibilidade de, em casos específicos em que tal se justifique, a estrutura criada possa ser utilizada também por alunos ligados a projectos PESC/LIDERA;

- No entanto, o Design Studio deverá ter também um papel importante no incremento do envolvimento da FEUP em investigação e desenvolvimento integrados em projectos para a indústria, promovendo iniciativas, através de protocolos a criar com empresas ou entidades já envolvidas, que potenciem o aparecimento de ideias inovadoras, permitam incrementar a con-fiança na capacidade de docentes e discentes e sejam importantes do ponto de vista de capta-ção de mais-valias. Essa actividade, que não é novidade na nossa Faculdade, como se constata através de alguns exemplos bem conhecidos, não deverá colidir com as já desenvolvidas por institutos ligados à FEUP, como o INEGI ou o INESC, ou grupos de trabalho já constituídos, mas pelo contrário, contar com as mesmas e tirar partido de eventuais participações em projectos conjuntos.

Texto da responsabilidade de Xavier de Carvalho e Fran-cisco Pires, responsáveis pelo Design Studio da FEUP.

Com 260 m2, o Design Studio oferece 18 postos de trabalho em open space

Vista de uma das três salas de reunião existentes neste espaço

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OPINIÃO

O programa de colaboração entre a Universidade do Texas em Austin e Portugal (Programa UTA - Portu-gal) desenvolve-se em quatro áreas

fundamentais: (1) empreendedorismo e valo-rização de tecnologia (no programa designada por UTEN - university technology entreprise network), (2) media digitais, (3) computação avançada e (4) matemática. A Universidade do Porto (através das Faculdades de Engenharia, Ciências, Belas Artes e Economia) e o INESC Porto estão essencialmente envolvidos nas duas primeiras áreas embora exista a possibilidade de participação no programa de computação avançada. Falarei rapidamente sobre as duas primeira e com mais detalhe sobre a área dos media digitais por ser aquela a cuja direcção estou associado. Para informações comple-mentares poderão consultar o site oficial do programa, ainda em desenvolvimento, em http://www.utaustinportugal.org/.

Os objectivos propostos para cada uma destas duas áreas são muito distintos: na primeira pre-tende-se essencialmente, através de acções de intercâmbio, acções de formação e estágios, pro-mover a dinâmica das actividades de valorização de tecnologias nas universidades e institutos portugueses e apoiar a sua internacionalização, através do contacto com as actividades congé-neres desenvolvidas em Austin, nomeadamente no instituto IC2, na ATI (incubadora da UTA com grande prestígio) e em empresas. O director nacional desta área é o Prof. José Manuel Mendonça (FEUP/INESC Porto) e o da UTA o Prof. David Gibson.

Na segunda área, média digitais, a atenção é concentrada num conjunto de actividades de formação pós-graduada e em actividades de in-vestigação e formação avançada em temas afins. A sua direcção nacional é composta por um di-rector Prof. António Câmara (UNL/YDREAMS) e dois co-directores que são o Prof. Nuno Cor-reia (UNL) e eu próprio acompanhados do lado americano por um director Prof. Sharon Strover e Dra. Ana Boa-Ventura (ambos da UTA).Os média digitais são a área nuclear de todo o programa, correspondendo a um domí-nio importante de especialização da UTA. Pretende-se por isso também que esta área possa vir a constituir o foco principal das acções de empreendedorismo a desenvolver no âmbito do programa.

Importa salientar que o empreendedorismo na área dos média digitais tem sido, do lado da U.Porto, FEUP e INESC Porto, um objectivo es-tratégico desde o início. Fala-se muito na socie-dade do conhecimento, nos novos negócios na Web, da Web2.0, na importância dos conteúdos e das tecnologias inovadoras, mas a abordagem, até agora, tem sido muito baseada na oferta tec-nológica (technology push), e não resultou em actividade sustentável. Encontrar os mercados, e os novos modelos de negócio requeridos, é um

Programa UTA - Portugal: uma colaboração estratégica para a FEUPArtur Pimenta Alves*

problema complexo e multidisciplinar e se que-remos ter impacto efectivo no mundo económico temos que acompanhar a componente tecnoló-gica de outras componentes essenciais - design, comunicação, estudos de usabilidade - mas também envolver as áreas de economia, de gestão e empreendedorismo. Temos tido no Mestrado Multimédia uma organização multidisciplinar que estimula a aprendizagem entre alunos de diferentes áreas de competência em que já estamos também a incluir formação em áreas de economia criando assim condições para que os nossos alunos possam vir a participar no desen-volvimento de novos modelos de negócio e na criação de empresas. É esta visão que queremos estimular oferecendo condições para a formação de técnicos empreendedores com experiência internacional.

Na área dos média digitais estamos a trabalhar neste momento na preparação de actividades conjuntas ao nível de mestrado e doutoramento.

No que refere ao mestrado, por um lado, preten-de-se alargar a oferta de disciplinas opcionais que actualmente existem por forma a cobrir melhor algumas áreas tais como a produção e análise de conteúdos de vídeo e a produção de música interactiva e, por outro lado, criar uma saída alternativa que constitua um Mestrado Profissional conjunto UP/UNL, vocacionado para as necessidades das empresas nesta área. Esta vertente profissional incluirá a possibilida-

de dos alunos realizarem estágios em empresas localizadas em Austin onde existe uma comuni-dade empresarial dinâmica nas áreas do cinema, vídeo, jogos e web 2.0.

No que refere ao doutoramento, está em prepa-ração um plano doutoral conjunto UP/UNL na área dos média digitais, programa esse que será realizado numa lógica em tudo semelhante ao nosso mestrado em multimédia, com o qual está previsto ter disciplinas em comum. Os alunos deste programa poderão candidatar-se ao douto-ramento em Austin, ficando assim habilitados ao Dual Degree (grau também conferido pela UTA). Os alunos nessas condições deverão frequentar a parte escolar de um ano em Portugal, continuar a sua parte escolar por mais um ano em Austin iniciando ainda a preparação da dissertação no terceiro ano, ainda em Austin, sob orientação conjunta de professores da UTA e de uma das universidades portuguesas, vindo a terminar a dissertação no quarto ano, em Portugal.

O funcionamento adequado de programas académicos com estas características passa pelo desenvolvimento de um conjunto de acções paralelas das quais destaco:

- criação de um conjunto de projectos de investigação que envolvam as instituições na-cionais participantes no programa, empresas e outras entidades nacionais e investigadores de Austin. Estes projectos constituirão uma base importante para enquadrar as disserta-ções e estágios dos alunos envolvidos;

- desenvolvimento de acções que permitam: (a) divulgar o trabalho desenvolvido junto da comunidade empresarial e do público em geral, (b) demonstrar as capacidades dos alunos e os resultados dos projectos, área em que caberá a realização de workshops, seminários, mostras e festivais (o que poderá potenciar o trabalho até agora desenvolvido pela FEUP no âmbito do MAPA), e dando assim a conhecer a toda a sociedade os bene-fícios que pode extrair dos media digitais nas mais diversas áreas de aplicação;

- desenvolvimento de programas competitivos que promovam a criatividade nacional, a incubação de novas empresas na área dos media digitais e favoreçam a nossa visibilida-de internacional;

- em complemento, organizar acções de formação de curta duração, para satisfazer necessidades pontuais das empresas.

Com vista a discutir o desenvolvimento de par-cerias da U.Porto com empresas e outras insti-tuições na área dos média digitais, no âmbito da Conferência Porto Cidade Regia, realizou-se - a 28 e 29 de Janeiro de 2008 - uma sessão dedica-da as conteúdos, em que se debateu a estratégia para o reforço das parcerias da universidade com as empresas do sector com um conjunto restrito de convidados.

* Professor Catedrático da FEUP, Director do INESC Porto.

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O empreendedorismo na área dos média digitais tem sido, do lado da U. Porto, FEUP e INESC Porto, um objectivo estratégico desde o início.

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Evento contou com a presença de Valentim Loureiro e Oliveira Marques, entre outros. A principal novidade do estudo da FEUP foi a proposta inovadora de construção de uma linha circular de 9 quilómetros subterrâneos, que ligaria as cinco linhas actuais do metro, o que poderá vir a traduzir-se numa duplicação da procura, “entre os 40 e os 50 por cento”, defendem os especialistas.

O Auditório da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) acolheu, no passado dia 12 de Dezembro, a apresentação pública do Programa Estratégico de Desenvolvimento da segunda fase do Projecto do Metro do Porto, da responsabili-dade do Laboratório de Planeamento da facul-dade. Para além da preocupação com o reforço da coesão territorial da Área Metropolitana do Porto, e do aumento dos seus níveis de eficiência energética e ambiental, esta sessão ficou ainda marcada pela proposta da FEUP relativamente às novas linhas que devem ser construídas nesta segunda fase de expansão do metro: a criação de uma linha circular com 9 quilómetros de exten-são, com ligação às cinco linhas actualmente em funcionamento. Na opinião do Professor Paulo Pinho, docente da FEUP e coordenador geral do estudo elaborado pelo Laboratório de Planeamento, esta proposta resultaria numa articulação para a construção de uma verdadeira rede estruturante de mobilidade na Área Metropolitana do Porto, e consequente-mente ao incremento do grau de cobertura em termos de população residente e da criação de postos de trabalho. A apresentação do estudo contou com as interven-ções de Valentim Loureiro, presidente da “Metro

Laboratório de Planeamento da FEUP foi a entidade responsável pelo projecto

Estudo da expansão do Metro do Porto apresentado publicamente

do Porto”, Oliveira Marques, presidente executivo da mesma empresa, e ainda Carlos Lage, presiden-te da Comissão de Coordenação e Desenvolvimen-to da Região Norte (CCDR-N), entre outros. Em representação da Universidade do Porto estiveram

presentes o director da FEUP, Carlos Costa, e o vice-reitor da U.Porto, António Cardoso, para além do professor Paulo Pinho, já referenciado como coordenador geral deste estudo.www.fe.up.pt/dec

Alta velocidade em workshopIniciativa juntou especialistas nacionais e inter-nacionais, num evento organizado em conjunto com a Escuela Técnica Superior de Madrid.

As exigências de segurança das vias de alta velo-cidade, bem como os novos tipos de equipamento e respectivas soluções construtivas foram apenas alguns dos temas debatidos na FEUP no âmbito do “Track-Bridge Interaction on High-Speed Rai-lways” (Interacção Via-Ponte em Linhas-Férreas de Alta Velocidade).Em redor destes assuntos estiveram alguns dos melhores especialistas nacionais e internacio-nais da matéria, num workshop organizado em conjunto com a Escuela Tecnica Superior de Ingenieros de Caminos Canales y Puertos de Ma-drid (Espanha) que girou em torno das exigências que este tipo de vias impõe, lançando novos desafios à engenharia e que é necessário planear.

Neste caso, são as contingências inerentes a uma estrutura sujeita a grandes esforços e enormes exigências de funcionamento, pelo que as ques-tões ligadas à segurança são fundamentais.

RAVE coopera com a FEUPA FEUP estabeleceu já um protocolo com a RAVE - Rede de Alta Velocidade, no sentido de uma cooperação científica em estruturas como pontes (vibrações e efeitos dinâmicos do tráfego, monitorização e identificação estrutural), túneis, análise de riscos e outras situações associadas à construção da rede de alta velocidade. Envol-vidos estão diversos departamentos da FEUP, que assim têm vindo a dar o seu contributo para uma maior segurança nesta obra marcante. Actualmente, a FEUP tem diversos projectos de investigação em curso na área das vias-férreas de alta velocidade: o comportamento das pontes

associadas ao tráfego deste tipo de linhas, o ruído e as vibrações nas imediações das linhas, a uti-lização de material pré-fabricado na construção de pontes e a criação de um sistema de global de monitorização de infra-estruturas.www.fe.up.pt/HSRBridgesTBI

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FEUP POR DENTROConheça alguns dos muitos eventos, prémios e projectos que mereceram maior destaque, de Outubro de 2007 a Fevereiro de 2008, na FEUP

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Destinado a alunos finalistas e graduados em diversas áreas de Engenharia e Ciências

FEUP e Qimonda lançam curso inovador

Curso Livre de “Desenvolvimento e Produção de Memórias SDRAM” alia a componente aca-démica e a prática industrial ao longo de cinco meses. Os destinatários são alunos finalistas e recém-graduados nas diversas áreas de Engenharia e Ciências.

Arrancou há pouco mais de um mês um curso inovador a nível nacional, que resulta de uma cooperação entre a Qimonda Portugal e a Facul-dade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Baptizado como “Desenvolvimento e Produção de Memórias SDRAM”, o curso é livre e decorre ao longo de cinco meses e tem como destinatários alunos finalistas e recém-graduados nas diversas áreas de Engenharia e Ciências, que assim têm oportunidade de conviver de perto com o ambiente industrial de uma empresa que emprega tecnologia de ponta na produção de semicondutores.O principal objectivo deste curso (pioneiro em

Portugal) é o de conferir um conhecimento trans-versal das principais áreas temáticas associadas ao desenvolvimento e produção de memórias dinâmicas, aliando as vertentes académica e empresarial. A elaboração do curso e a definição dos respectivos conteúdos implicou a cooperação entre especialistas da Qimonda Portugal e profes-sores da FEUP.Do lado da FEUP, leccionam o curso 10 professo-res ligados às mais diversas áreas da Engenharia e Ciências. Da parte da Qimonda Portugal, estão envolvidos nove formadores, tendo sido dada a possibilidade aos colaboradores e estagiários da multinacional alemã de assistir aos módu-los considerados mais interessantes para o seu desempenho profissional.

Acesso remoto a equipamento de pontaO curso livre lançado agora no âmbito da parceria FEUP/Qimonda é apenas uma das inúmeras ini-ciativas que estas duas entidades irão promover no âmbito do protocolo que a multinacional assi-nou em Dezembro com a FEUP e outras escolas nacionais. Para trás ficam outras iniciativas igual-mente inovadoras, como o acesso remoto, a partir da FEUP, a equipamento da Qimonda. Criada já há alguns anos, a partir de 2007 a disciplina “Teste de Sistemas Electrónicos” passou a ter a particularidade de permitir aos estudantes do 5º ano da opção de Telecomunicações, do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores uma ligação directa ao mundo real no domínio da investigação e desenvolvimento, já que as aulas têm uma forte componente prática

na área de teste da Qimonda.Na base deste acordo está a necessidade sentida pela Qimonda Portugal e pela FEUP de unir esforços no sentido de aproveitar a excelência de cada uma das organizações na respectiva área de actuação. Isto é, sendo a Qimonda Portugal uma unidade avançada de produção de memórias DRAM e de capital intensivo, investe de forma considerável na investigação. Com esta colabora-ção, a Qimonda poderá retirar benefícios a prazo, já que acaba por ficar mais próxima do universo académico, não apenas através dos estudantes, como também dos docentes e dos investigadores da FEUP, a braços com situações semelhantes às da multinacional. A plataforma que permite o acesso a equipamento remoto da Qimonda foi criada no âmbito do Pro-jecto de I&D Labs-on-the-web, que tem por objec-tivo principal melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos do ensino superior que frequentam cursos de engenharia, nomeadamente em áreas que se relacionam com a electrónica, a mecânica e a física. Dado que o acesso aos recursos laboratoriais desempenha nestas áreas uma importância fundamental, para consolidar os conhecimentos teóricos e para desenvolver com-petências práticas indispensáveis nas respectivas áreas de intervenção, o projecto Labs-on-the-web, ao permitir o acesso às bancadas de laboratório via web pode contrariar o insucesso escolar neste domínio específico, por possibilitar aos alunos a continuação do trabalho de laboratório a partir de casa ou de outro qualquer local.ptse.fe.up.pt/moodle

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DECO debate Ambiente na FEUPIniciativa contou com o apoio da Represen-tação da Comissão Europeia em Portugal, da FEUP e da Agência de Energia do Porto. As questões ambientais, bem como a análise das políticas europeias em vigor neste campo, estiveram em cima da mesa.

Integrado num Ciclo de Seminários dedicado ao “Consumo, Energia e Ambiente - Agir por um fu-turo melhor” promovido pela DECO, decorreu no passado dia 10 de Dezembro 2007, no auditório da FEUP, uma sessão totalmente dedicada ao de-bate das questões ambientais que desde há muito têm marcado a agenda política dos governantes um pouco por todo o mundo. Foram abordadas matérias essenciais no que respeita à energia e ao ambiente, através da intervenção de Carla Verdasca, em representação da Quercus, que se debruçou sobre as alterações climáticas e a sua relação com o ambiente; en-quanto Eduardo de Oliveira Fernandes, docente da FEUP e presidente da Agência de Energia do Porto, centrou o seu discurso no Novo Paradigma Energético. Isabel Oliveira, da DECO, fez uma

comunicação subordinada ao tema da “Energia e os Gestos do Quotidiano”, numa tentativa de sensibilizar as camadas jovens para o consumo eficiente de energia, insistindo nos pequenos gestos do dia-a-dia que podem contribuir para um menor desperdício e fazer toda a diferença, a curto-médio prazo. Para além das intervenções de vários docentes da FEUP, o seminário contou ainda com as partici-

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pações de Fernando Leite (Lipor) e de Jorge Ro-cha e Teixeira, da Sociedade de Transportes Co-lectivos do Porto (STCP), entidades que quiseram manifestar o seu apoio a este tipo de iniciativas, que pretendem sobretudo alertar consciências e fazer apelos no sentido de cuidarmos do meio ambiente e utilizarmos os recursos energéticos que estão ao nosso alcance com moderação.

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Pela primeira vez na sua história, este prémio de Inovação em Engenharia Sísmica é atribuído fora dos EUA

Ex-aluno da FEUP vence prémio internacional Rui Pinho, licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) acaba de vencer a edição 2007 do prémio internacional para Inovação em Engenha-ria Sísmica. Trata-se de um palmarés atribuído pelo Instituto Internacional de Investigação em Engenharia Sísmica (EERI, www.eeri.org), sedeado na Califórnia (USA), que reconheceu a este ex-aluno da FEUP “excepcional capacidade de desenvolvimento e liderança de iniciativas destinadas à redução do risco sísmico mundial”. Com Doutoramento em Engenharia Sísmica obtido no Imperial College de Londres, Rui Pinho (na foto) foi premiado pelo seu papel no desenvolvimento da ROSE School (www.roseschool.it), uma escola dedicada exclusiva-

O auditório da FEUP acolheu, no dia 27 de Fevereiro, o colóquio “Ralis em Português”. Depois do sucesso das iniciativas “Ser Piloto em Português” e “Fórmula 1 em Português”, a Faculdade - através do Departamento de En-genharia Mecânica e Gestão Industrial (DEMEGI) - reuniu, em colaboração com o Jornal Motor, notáveis do automobilismo português, como BrunoMagalhães, Rui Madeira, Armindo Araújo, Fernando Peres ou Bernardo Sousa, para uma discussão que visou, sobretudo, a troca de experiências vividas no mundo dos ralis. Paralelamente ao colóquio, decorreram várias actividades, como uma exposição de carros da Gamobar, grupo de refe-rência do sector automóvel, e uma mostra de alguns veículos de competi-ção, entre os quais o Peugeot 207 S2000 de Bruno Magalhães, campeão nacional absoluto de ralis em 2007. A iniciativa incluiu também a entrega de prémios aos pilotos vencedores do “Desafio Único 2007”, bem como um sorteio de “co-drivers” no carro daquele piloto.

Carlos Barros celebrou 30 anos de carreiraO actual director desportivo da Peugeot Sport Portugal, ex-campeão do mundo de ralis (como responsável técnico) e ex-campeão de Le Mans (como técnico), Carlos Barros (na foto, à direita, com Bruno Magalhães)foi o convidado de honra da iniciativa, tendo sido alvo de uma homenagem para assinalar os 30 anos de carreira. Depois de uma passagem pelo mundo da alta competição dos protótipos e da Fórmula 1, Carlos Barros está agora envolvido, nos desafios dos ralis, através da Peugeot Portugal.

Registando um crescimento constante, em 2007 a FEUP terminou o ano com um total de 2277 notícias. Relativamente ao 2.º semestre do ano, a maior notoriedade foi alcançada pelos especialistas da FEUP, cujas opiniões estiveram presentes em 93 notícias. Seguiu-se a apresentação pública, do estudo da 2ª fase das linhas do Metro do Porto (com 89 notícias) e o Chal-lenge Desafio Único 2007 (com 69 notícias). Já o evento “Sísmica 2007” atingiu as 27 notícias, distribuídas por um total de 21 meios diferentes.

mente à formação de mestres e doutorados em engenharia sísmica, hoje amplamente reconhe-cida como líder internacional no sector. O cargo de director operativo do maior projecto Europeu em Engenharia Sísmica (LESSLOSS, uma rede de investigação de 50 instituições Europeias) assim como a criação e direcção técnica da SeismoSoft (empresa dedicada à distribuição gratuita de avançados aplicativos software, www.seismosoft.com) contribuíram também de forma decisiva para a atribuição deste prémio. Actualmente docente na Universidade de Pavia (Itália), Rui Pinho é coordenador do sector de Risco Sísmico do Centro Europeu para Inves-tigação e Formação em Engenharia Sísmica (EUCENTRE, www.eucentre.it).

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Ralis em Português

FEUP na Imprensa

Realizada a 12 de Dezembro, na FEUP, a conferência “O desafio da expansão do Metro do Porto” deu a conhecer - um ano depois de a Metro do Porto ter adjudicado ao Laboratório de Planeamento da FEUP o estudo da 2ª fase das linhas do metro - os principais desafios da expansão do Metro do Porto. Coordenado por Paulo Pinho - professor catedrático do departa-mento de Engenharia Civil da FEUP e responsável pelo Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente - este estudo teve um grande impacto na imprensa, alcançando um total de 89 notícias, como esta publicada no jornal Público.

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Iniciativa reforça relação entre o Mestrado Integrado em Metalurgia e Materiais da FEUP e o tecido empresarial

Prémio Indústria distingue alunos

É um dos momentos mais aguardado pelos alu-nos do Mestrado Integrado em Engenharia Me-talúrgica e de Materiais (MIEMM), e conta já com várias edições: reunindo várias empresas de referência no sector, todos os anos o “Pré-mio Indústria” reconhece o valor dos melhores desempenhos no curso, atribuindo mil euros aos alunos com as médias mais elevadas.

À semelhança do que tem acontecido nos anos anteriores, a FEUP voltou a acolher em 2007 mais uma cerimónia da entrega do “Prémio In-

A Gare do Porto Marítimo de Lisboa foi palco de uma verdadeira maratona informática: de 13 a 15 de Novembro mais de 400 participan-tes aceitaram o desafio de criar e desenvolver projectos inovadores, avaliados não só em termos de criatividade mas sobretudo de competência e performance “em tempo real”. A FEUP não quis deixar de estar presente a arrecadou as categorias “Internet” e Remix” com dois projectos inovadores.

“Surpreendam-nos!” - esta foi a palavra de ordem do evento “Sapo Codebits” destinado a progra-madores, entusiastas da Internet, webdesigners e estudantes. José Miguel Santos e Luís Carneiro, alunos do 3º ano do MIEIC da FEUP, em conjunto com dois estudantes de design de Coimbra, responderam ao desafio e surpreenderam o júri com o site “Era uma vez… uma história contada por todos”, con-quistando assim o prémio “Internet” da edição 2007. A ideia do projecto (http://eraumavez.pt.vu) era simples, mas diferente. Consistiu em promo-ver a criação de pequenas histórias em comuni-dade, sendo possível aos utilizadores acrescenta-rem um ponto num conto ou iniciarem um novo.

dústria”. Trata-se de uma iniciativa com tradição na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), e que resulta da relação de cooperação entre o Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (DEMM), e o sector da indústria ligado a este ramo. Com o objectivo de promover o curso e incremen-tar a motivação dos alunos, o “Prémio Indústria”, no valor individual de mil euros, distingue os melhores alunos, desde o primeiro até ao quinto ano. Além disso, este prémio é atribuído aos alunos colocados no curso com a melhor média do Secundário. Contando com a participação e apoio de empresas relevantes do sector, o “Prémio Indústria” é um bom exemplo da forma como a FEUP incentiva a proximidade com as empresas.Uma proximidade também patente na emprega-bilidade: recorde-se que os alunos finalistas de 2005/2006 tiveram uma taxa de empregabilidade de 100 por cento, ou seja, conseguiram emprego nos seis primeiros meses após terminarem o cur-so. Mais surpreendente ainda é o facto de 21 por cento estarem empregados mesmo antes de termi-narem o curso. Ao analisarmos os dados referentes a 2005/2006, percebemos também que 79 por cento ficaram empregados nos primeiros quatro meses depois de terminarem o curso na FEUP. www.fe.up.pt/demetwww

Premiados distinguiram-se nas categorias “Internet” e “Remix”

Estudantes da FEUP brilham no 2007

Sociedade Portuguesa de Materiais premeia jovens finalistas do MIEMM

Integrado nas comemorações do Dia Mun-dial dos Materiais, que este ano decorreram no dia 7 de Novembro no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, a Sociedade Portugue-sa de Materiais distinguiu com o Prémio “Ordem dos Engenheiros” o aluno Manuel Fernando Ventura de Sá Ferreira, finalista do Mestrado Integrado em Engenharia Meta-lúrgica e Materiais (MIEMM), pelo trabalho “Tratamentos de superfície de segmentos para camião”, desenvolvido na empresa MAHLE, no âmbito da disciplina de Estágio. Sérgio Manuel Teles Pinto, também aluno finalista do MIEMM, foi distinguido com a 1ª Menção Honrosa do Prémio Sociedade Por-tuguesa de Materiais pelo trabalho desen-volvido no Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB), no âmbito da disciplina de Projecto, intitulado “Síntese e caracteri-zação de bio-compósitos condutores a partir de nanopartículas de PPy e PCL”.

FEUP lidera equipas nacionais no SWERCConsiderado o mais importante concurso de programação de nível universitário do sudoeste europeu, o SWERC - South Western European Regional Contest -, realizou-se em Lisboa, de 16 a 18 de Novembro. Das 10 equipas nacionais a concurso, três eram constituídas por alunos da FEUP: uma delas, Os Divide_N_Conquer, alcançaram a melhor classificação nacional de sempre ao conquistar o 11º lugar da geral. João Azevedo, Miguel Oliveira e Pedro Pacheco, alunos do 3º ano do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação (MIEIC), foram os autores da proeza, numa edição onde participaram 64 equipas oriundas de sete países diferentes. Este concurso regional dá depois acesso a um evento a nível mundial, conhecido como International Collegiate Programming Con-test (ICPC), ao qual apenas podem aceder as duas primeiras classificadas. Atingir o ICPC nos próximos dois ou três anos é o grande objectivo das equipas da FEUP, trei-nadas pelo professor André Restivo.

Cada participação num determinado conto tinha um limite de palavras, com o objectivo de formar uma história em cadeia e permitir a participação de vários intervenientes.O projecto Sapo Boa Vida (http://codebits.urban.homelinux.org), vencedor do prémio “Re-mix”, foi igualmente pensado e concluído durante o concurso. Criado por Luís Rei, também aluno do 3º ano do MIEIC da FEUP, Samuel Martins (aluno do IST), Celso Pinto (7syntax) e Armando Alves (DraftFCB), esta aplicação resultou na criação de um site que localizava o utilizador e lhe apresentava uma série de programas de acti-vidades alternativas (sugestões de restaurantes, espectáculos ao vivo, locais de diversão nocturna próximos, etc.).A edição 2007 do “Sapo Codebits” foi a primeira iniciativa do género em Portugal e resultou na apresentação de 50 projectos diferentes, o que traduz bem a magnitude que os projectos rela-cionados com a área da informática têm vindo a conquistar no nosso país.codebits.sapo.pt

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Denominado MARES, o veículo destina-se ao transporte de sensores para a monitorização do meio aquático e o tecido empresarial

Submarino inovador projectado pela FEUP

O Grupo de Sistemas Oceanográficos (OceanSys) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) desenvolveu um inovador veículo submarino autónomo destinado ao transpor-te de sensores para a monitorização do meio aquático. O veículo, designado MARES (Modular Autonomous Robot for Environment Sampling), tem 30 kg e um comprimento de 1.5 metros e pode ser programado para realizar operações em rios, albufeiras e no oceano costeiro. Durante a operação, o computador de bordo comanda o movimento do veículo de uma forma autónoma, sem qualquer intervenção humana. Das suas características inovadoras, destacam-se a possibi-lidade de movimentação na vertical e a diversida-de de sensores que pode transportar graças à sua elevada modularidade.Integralmente projectado e construído pelos investigadores do OceanSys, este veículo resultou

de uma parceria estabelecida com a empresa Águas do Oeste e também com o grupo Águas de Portugal, no âmbito do projecto de investigação em consórcio SIMPES, financiado pela Agência de Inovação. Pretende-se com este projecto desen-volver um sistema automático de monitorização de emissários submarinos que permita avaliar o impacto ambiental de uma forma eficiente.Após um período de testes exaustivos, o MARES foi já experimentado numa primeira campanha de monitorização do emissário submarino da Foz do Arelho, situado a 2 km da costa e operado pela Águas do Oeste. Durante esta missão, realizada no final de 2007, o MARES cobriu uma área de 20000 m2 durante cerca de 1 hora, registando um elevado volume de dados sobre as propriedades da água na vizinhança do emissário. O sucesso desta operação confirmou a grande utilidade desta tecnologia na monitorização ambiental, área que assume uma importância cada vez maior na gestão dos recursos costeiros.Estão já confirmadas para um futuro próximo novas campanhas de monitorização a realizar com o MARES, sendo de prever que este sistema possa vir a constituir uma ferramenta fundamental na monitorização do meio aquático. Mais informa-ções sobre este veículo podem ser obtidas em oceansys.fe.up.pt

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“Taça Desafio Único” marca presença em BragaApós o sucesso do “Challenge Desafio Único”, o Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da FEUP criou um novo formato, que consiste numa prova de resistência com a duração de três horas, com equipas formadas por três a cinco elementos. A competição decorreu a 18 de Novembro no Circuito Vasco Sameiro, em Braga. À semelhança do “Challenge Desafio Único”, os carros que correram nesta Taça eram também veículos da marca Fiat Uno, modelo 45 S, tendo estado presentes cerca 120 pilotos, distribuídos por 35 viaturas. Organizada em colaboração com a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), a “Taça Desafio Único” esteve integrada no Circuito de Outono do Clube Automóvel do Minho e contou com a presença de vários pilotos profissio-nais, como Paulo Marques, Diva Ferreira, António Barros, Vítor Lopes, Paulo Ramalho e Vítor Pascoal. A Faculdade de Engenharia correu com duas equipas, constituídas por Lígia Albuquerque, Paulo Marques José Miguel Peres, da Peres Competições, entre outros. A assistência técnica dos carros da FEUP foi asse-gurada por seis alunos do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica que integram os projectos PESC - Projectar, Empreender, Saber Concretizar (projectos de investigação de pré-graduação da FEUP, no quais se inclui o “Desafio Único”). Também a Associação Abraço se associou a este evento, com a realização de uma campanha de sen-sibilização para a prevenção do VIH/Sida no local. www.fe.up.pt/desafio

Álvaro Cunha, director do Laboratório de Vibrações e Monitorização (ViBest) foi premiado com o prémio D.J. DeMichele 2008, atribuído

pela Sociedade Americana de Mecânica Experimental. Trata-se da primeira vez que esta a distinção foi atribuída a um português, desde que foi criada em 1990. O prémio visa distinguir investigadores que têm demonstrado um serviço exemplar e apoio à promoção de aspectos científicos e educacionais da Tecno-logia da Análise Modal. Para além de dirigir o ViBest, Álvaro Cunha é Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, tendo, desde 1990 publicado cerca de 200 artigos, a grande maioria relacionados com a aplicação de ferramentas experimentais de Análise Modal ao estudo do comportamento de pontes de grande vão e estruturas especiais de Engenharia Civil.

Francisco Taveira Pinto, professor e responsável da Secção de Hidráulica, Recur-sos Hídricos e Ambiente do Departamento de Engenharia

Civil da FEUP, foi nomeado Secretário da Secção de Hidráulica Marítima da prestigiada associação IAHR (International Association of Hydraulics Research and Engineering). Dou-torado pela FEUP em “Experimental Study of Submerged Breakwaters”, em 2002, Franscisco Taveira Pinto pertence a vários grupos de traba-lho e entidades internacionais na área de Enge-nharia Hidráulica e Recursos Hídricos. A IAHR é uma associação não-governamental, fundada em 1935, que reúne engenheiros e investiga-dores de todo o mundo das áreas de hidráulica e recursos hídricos, e cujos objectivos passam por estimular e promover a investigação e a aplicação do desenvolvimento sustentável e a optimização dos recursos da água.

Sebastião Feyo de Azevedo, professor catedrático da FEUP e vice-presidente da Ordem dos Engenheiros, é o delegado nacional do BFUG (Bologna

Follow-Up Group), o organismo que desde a reunião interministerial de Berlim (2003) tem a incumbência da supervisão geral da implemen-tação dos Acordos alcançados no âmbito do Processo de Bolonha. O docente da FEUP presi-diu as reuniões de trabalhos do passado mês de Outubro, realizadas em Lisboa, no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia. Esta foi a primeira reunião que se realizou após a conferência interministerial que teve lugar em Londres, a 20 de Maio de 2007. Por essa razão a sua Ordem de Trabalhos foi dominada pelo importante ponto de aprovação do pro-grama de trabalho do BFUG para 2007-2009, programa que naturalmente teve como referên-cia as directrizes constantes do Comunicado de Londres aprovado pelos Ministros.

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Imposição, aos veículos privados, de uma taxa de ocupação das ruas dos grandes centros é uma das ideias do investigador norte-america-no Richard Larson, docente do MIT.

Porto, Lisboa, Coimbra, Braga… O centro das grandes e médias cidades em Portugal não está,

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Richard Larson, especialista do MIT, avança com sugestões, na FEUP

Como diminuir o trânsito?

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) está a projectar um Cubesat, um pequeno satélite que pode ser lançado pela Agên-cia Espacial Europeia (ESA) caso seja selecciona-do. O convite surgiu da própria ESA, no âmbito do projecto Vega e a propósito do “Vega Maiden Flight CubeSat Workshop”.A equipa da FEUP - constituída para já por 18 alunos dos cursos de Engenharia Electrotécnica e Computadores, Mecânica, Informática, Civil eGestão Industrial com a supervisão de dois docentes - já está a trabalhar no VORSAT, nome com o qual baptizou o seu cubesat. Trata-se de um pequeno satélite com medidas padronizadas de 10x10x10 centímetros, com o peso máximode 1 quilograma, que é colocado em órbita através de um foguetão.Uma vez que ao nível dos Cubesats, Portugal é dos poucos países membros da ESA que ainda não tem um destes satélites construídos, esta

em regra, preparado para grandes fluxos de trân-sito. As chamadas “horas de ponta” são sempre sinónimo de dores de cabeça para os automobilis-tas dos veículos privados, mas também para quem utiliza transportes públicos. Para colocar em cima da mesa algumas propostas para suavizar este problema, a FEUP recebeu no dia 18 de Janeiro o professor norte-americano, Richard Larson, especialista do Massachusetts Institute of Techno-logy (MIT).Esta palestra, denominada “Taxa de congestão de veículos urbanos - uma análise e um novo modelo de estacionamento”, aconteceu no âmbito do acordo MIT-Portugal, no qual a FEUP está envolvida. Richard Larson apontou como exemplo a imposição de uma taxa de utilização dos centros urbanos nas horas de maior congestionamento para os veículos privados, em detrimento dos transportes públicos. Esta medida obriga os con-dutores a reorganizar as suas incursões às cidades para as horas de menor tráfego.As propostas deste especialista têm em linha de conta o facto de haver um maior número de condutores que procuram os lugares gratuitos,

Depois do SSETI, alunos voltam ao espaço com o VORSAT

FEUP cria satélite para a ESA

Richard Larson é actualmente professor no Massachussets Institute of Technology, no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental e na Divisão de Sistemas de Engenharia. Foi director fundador do Center for Engeneering System Fundamentals. A investigação à qual se tem dedicado é apli-cada nas indústrias de serviços: prevenção e resposta a catástrofes, justiça criminal, tecnologias da educação, sistemas de serviços urbanos, planeamento de logística e mão-de-obra.

participação da FEUP é, além de inovadora, po-tenciadora do know-how científico e técnico dafaculdade. Depois do lançamento do satélite SSETI e Straplex esta será uma nova oportunida-de oportunidade que os alunos da FEUP agarram para adquirirem novas capacidades e entrarem no mercado do espaço.Com propósitos educativos, este convite da ESA vem reconhecer as mais-valias da FEUP, no do-mínio aeroespacial e das rádio-comunicações.Com a primeira proposta do satélite em fase de conslusão, após a revisão crítica dos especialistas da ESA, a equipa do VORSAT dedicará os próxi-mos dois anos a desenvolver o seu projecto.De notar que a equipa do VORSAT quer propor não só o aparelho e a sua proposta de teste, como associar a este cubesat a alguns payloads, isto é, mais-valias científicas. Para tal está a angariar pro-postas de projectos de I&D que queiram aproveitar o cubesat para efectuar testes científicos no espaço.

em vez dos parques de estacionamento pagos, produzindo assim mais trânsito e menos fluidez. Nos vários estudos que tem elaborado em redor desta matéria, Richard Larson tem sugerido que acções como esta ajudarão a limitar a quantidade de automóveis nas cidades, sendo a sua eficácia idêntica aos dos esquemas tecnológicos de taxação, limitadores do parqueamento no centro das cidades.www.mit.org

Outra vertente deste trabalho com a ESA consiste na construção de uma Groundstation, uma esta-ção de terra que irá ser montada na FEUP e queservirá para acompanhar os satélites a partir da TERRA. A equipa que está à frente do VORSAT já está inclusive inscrita na GENSO - projectoda ESA que faz a junção e a comunicação entre groudstations.www.esa.int

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No âmbito das 7as Jornadas do DEQ

Avanços na engenharia química em debateEspecialistas de renome discutiram as mais recentes descobertas nas áreas da biotecnolo-gia, da nanotecnologia e da nanobiotecnologia - os principais desafios que o sector da indús-tria química enfrenta na sociedade actual.

Agentes biológicos que podem ser utilizados para fins industriais, construção de estruturas à escala molecular ou a criação de dispositivos microscó-picos para manipular, examinar ou imitar siste-

mas biológicos, foram alguns dos temas aborda-dos nas 7as Jornadas do DEQ, que decorreram no dia 6 de Novembro, no Auditório da Faculdade de Engenharia da U. Porto (FEUP). Uma vez mais organizado pelos alunos do Mestrado Integrado em Engenharia Química (MIEQ), o evento teve como principal objectivo promover o debate sobre o contributo da engenharia química na evolução da humanidade: qual o papel das novas tecnologias, com destaque para a biotecnologia e

a nanotecnologia, e de que forma as parcerias com a indústria podem ajudar a descobrir novas plata-formas de trabalho e linhas de investigação, foram temas amplamente debatidos nestas jornadas. Xavier Malcata (Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica), João Serrenho (presi-dente da CIN) e Paulo Gomes (Fluidinova) foram algumas personalidades que marcaram presença nesta iniciativa.paginas.fe.up.pt/jornadasdeq

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Encontro visou discutir métodos experimentais de monitorização dinâmica, tendo reunido alguns dos melhores especialistas mundiais na área.

A FEUP organizou, entre os dias 24 e 26 de Outubro, a segunda edição da Conferência de Análise Experimental de Vibrações em Estruturas de Engenharia Civil (EVACES). Com o objectivo de debater as mais recentes inovações no que diz respeito à identificação, monitorização e controlo de vibrações em estruturas de engenharia civil, como metodologias a integrar nos planos de avaliação da segurança e durabilidade das cons-truções, este evento reuniu alguns dos melhores especialistas mundiais na matéria.As vibrações nas estruturas de construção civil,

Director do ViBEST recebe prémio internacional

A Sociedade Americana de Mecânica Expe-rimental atribuiu o prémio D.J. DeMichele 2008 a Álvaro Cunha, director do ViBest. Trata-se da primeira vez que a distinção D.J. DeMichele foi atribuída a um português, desde que foi criada em 1990. O prémio visa distinguir investigadores que têm demonstrado um serviço exemplar e apoio à promoção de aspectos científicos e educa-cionais da Tecnologia da Análise Modal.Para além deste prémio, o viBEST continua a merecer a atenção de outras associações internacionais. A International Associa-tion for Bridge and Structural Engineering (IABSE) acaba de publicar o livro intitulado “Cable Vibrations in Cable-Stayed Bridges”, da autoria de Elsa de Sá Caetano, Professo-ra Associada do Departamento de Engenha-ria Civil da FEUP e investigadora do ViBest. O livro, publicado em língua inglesa, inclui “case studies” resultantes do contributo de conceituados projectistas e consultores internacionais.

www. fe.up.pt/vibest

EVACES reúne especialistas mundiais na FEUP

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Exponor: Feira Internacional de Construção e Obras Públicas

FEUP edições estreia-se na “Concreta 2007”...Primeira participação da FEUP Edições no certame superou as expectativas, e deu a conhecer a milhares de pessoas que visitaram a feira o que de melhor se tem publicado no sector da construção e obras públicas. Tratou-se de uma experiência positiva uma vez que permitiu a divulgação de livros no ramo da en-genharia civil, da autoria de alguns docentes e investigadores da Faculdade de Engenharia.

A Concreta - Feira Internacional de Materiais de Construção e Obras Públicas, cuja 3ª edição decorreu de 23 a 27 de Outubro, na EXPONOR, em Leça da Palmeira - contou, pela primeira vez, com a presença da FEUP Edições. Num ano em que o certame se apresentou renovado (passou a ter uma periodicidade bienal), a FEUP Edições teve assim a oportunidade de dar a conhecer as suas obras junto de uma alargada comunidade de profissionais relacionados com as mais diversas áreas da Construção Civil. Durante os cinco dias da Concreta 2007 - que registou cerca de cinco centenas de expositores internacionais do sector e várias dezenas de milhar de visitantes - a FEUP Edições aproveitou também a sua presença na feira para divulgar e representar a Faculdade, nomeadamente o Departamento de Engenharia Civil e a oferta de Formação da FEUP nesta área.

… e lança duas obras da colecção “Documentos Técnicos”A FEUP edições acaba de lançar o livro “Tabelas de Termodinâmica”. A publicação, da autoria de Paulo M. Coelho, docente do Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da FEUP, apresenta uma nova ferramenta de apoio à resolução de problemas de termodinâmica. Propondo-se a facilitar a vida dos alunos na resolução de problemas no campo da termodinâ-mica, este livro é também o primeiro da colecção “Documentos Técnicos” que substitui a colecção “Ensaios”. Também integrada na colecção “Docu-

mentos Técnicos”, a obra “JAVA para Telemóveis MDIP 2.0”, da autoria de Jorge Cardoso, licen-ciado na FEUP, encerrou o ciclo de novidades de 2007 da FEUP edições. Trata-se de um livro que procura explicar os conceitos associados a esta plataforma, uma vez que a programação em Java para estes dispositivos, nomeadamente telemóveis, é muito diferente da programação para computadores de secretária. Estas e muitas outras obras da chancela Feup edições podem ser adquiridas através do site da FEUP Edições, em http://feupedicoes.fe.up.pt, ou encomendadas em qualquer livraria do território nacional.

bem como a sua monitorização e controlo, constituem um dos campos de investigação que mais importância e interesse têm despertado nos investigadores, projectistas e construtores de pontes e estruturas especiais. Em cima da mesa estiveram os mais recentes avanços no que diz respeito a estudos e a casos práticos de monitorização de obras de engenharia civil, cuja observação constitui uma medida fun-damental para assegurar a respectiva segurança e durabilidade. Neste contexto, destaque-se o orga-nizador do evento, o Laboratório de Monitoriza-ção de Estruturas e Vibrações da FEUP (ViBest), que consiste no grupo de investigação do De-partamento de Engenharia Civil que tem estado envolvido na realização de ensaios dinâmicos de grandes estruturas, nomeadamente da Ponte Vasco da Gama (Lisboa), do Viaduto de Millau, em França, (ponte de múltiplos vãos atirantados mais alta do mundo) ou da cobertura suspensa do Estádio Municipal de Braga (na foto). Trata-se de uma unidade de investigação e consultadoria, dando igualmente apoio ao ensino, no domínio da Dinâmica de Estruturas - vocacionada em particular para a caracterização experimental de fenómenos vibratórios - e análise, identificação, monitorização e controlo do comportamento de estruturas submetidas a diversas acções dinâmicas.

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Comissariado Cultural, Grupo de Teatro Engenharte e AEFEUP uniram esforços e organizaram diversas iniciativas culturais para toda a comunidade

Eventos culturais de 2007 em retrospectiva FOTOGRAFIAS: SUSANA NEIVA E RAQUEL FERREIRA

Recital de piano preconizado por Paulo Oliveira

Incursão pela música jazz com a actuação do grupo “SM&L Jazz Trio” “Bloco de Memórias - Memórias de Cortar à Faca” (Engenharte)

Exposição dedicada a “Cabo Verde” (Biblioteca da FEUP)

“O Arranca Corações”, adaptação da obra de Boris Vian (Engenharte)

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Foram vários os momentos que ficaram na memória ao longo do ano de 2007: a pro-gramação cultural pautou pela diversidade, inovação e pela aposta em projectos arrojados de elevada qualidade. Desde workshops, ence-nação de peças de teatro e performances cria-tivas, passando pela oferta musical promovida por mais uma edição do “Ciclo de Música” - as actividades culturais promovidas pelo Comis-sariado Cultural (algumas delas em parceria com outros grupos da FEUP) foram ganhando um público fiel e cada vez mais interessado em participar neste tipo de manifestações. A avaliar pelos resultados, 2008 arrisca-se a conquistar ainda mais adeptos!

Grupo de Dança CaboVerdiana “Old Jerusalém”: uma proposta de música pop alternativa

“O Jazz por Dentro”, comentado por Paulo Gomes

“Cibitche”: espectáculo musical com repertório tradicional CaboVerdiano

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Departamento de Química recebe 100 mil euros para investigação

CIN apoia mini-fábrica da FEUP

A CIN doou 100 mil euros para a conclusão de uma mini-fábrica de éter dimetílico, destinada ao ensino avançado dos alunos do Depar-tamento de Engenharia Química (DEQ) da FEUP. Trata-se do mais recente investimento resultante da parceria CIN/FEUP, uma relação iniciada em 1999 e que abrange áreas de projectos de investigação e desenvolvimento, recrutamento, patrocínio de eventos e registo de patentes e publicação de artigos científicos.

Cinco anos depois de ter doado 100 mil euros ao Departamento de Engenharia Química da FEUP (DEQ/FEUP) para a primeira fase da construção de uma mini-fábrica de éter dimetílico destina-da ao ensino avançado dos alunos do DEQ e à implementação de um reactor de polimerização, a CIN volta agora a reforçar o seu investimento no know-how da FEUP tendo voltado a doar a mesma quantia, desta vez para a conclusão

desta mini-fábrica. A trabalhar em conjunto desde 1999, este é o mais recente investimento resultante da parceria CIN/FEUP que abrange, entre outras, as áreas de projectos de Investi-gação e Desenvolvimento (I&D), recrutamento, patrocínio de eventos e o registo de patentes e publicação de artigos científicos.Para além do investimento, a empresa ibérica líder do mercado das tintas e vernizes assumiu claramente que esta doação surge no âmbito da parceria estratégica universidade/empresa, polí-tica que tem vindo a ser defendida pela CIN e que assume que só juntando o “know-how” empresa-rial ao conhecimento científico se podem alcançar resultados positivos no sector da indústria. Iniciada há quase uma década, no âmbito da co-orientação de dois alunos de licenciatura da disciplina de Projecto de Investigação, a parceria entre a CIN e o DEQ/FEUP abrange actualmente áreas tão diversas como a caracterização das tintas, a nanotecnologia com o desenvolvimento de nanocompósitos poliméricos, o abatimento de NOx através da fotocatálise e o estudo de tintas com capacidade de controlo de radiação, com vista ao conforto térmico.

O presente, o passado e o futuro Actualmente, a CIN é ainda co-responsável por 10 alunos do Projecto de Investigação e três dou-toramentos. Publicou, com o DEQ/FEUP, quatro artigos em revistas internacionais, tendo também duas patentes nacionais registadas, outras duas em processo de submissão, em Portugal, e uma terceira em Espanha.

Com esta colaboração empresa/universidade os benefícios são mútuos: a CIN tem a possibilidade de desenvolver projectos de I&D num leque alar-gado de áreas de especialidade, tirando partido das várias valências dos docentes do DEQ/FEUP enquanto, por outro lado, os alunos beneficiam de um contacto com o mundo empresarial, que os faz crescer como pessoas e profissionais de engenharia química, mantendo uma grande interacção com a sua escola. A CIN atribui também - anualmente - o prémio Eng. António Serrenho, no valor de 2000 euros, ao melhor trabalho de Projecto de Desenvolvi-mento em Ambiente Empresarial, desenvolvido em colaboração com a empresa. Paralelamen-te, a empresa tem patrocinado e participado em inúmeros eventos organizados pela FEUP, designadamente as Jornadas do DEQ, feiras e workshops. www.fe.up.pt/deqwww.cin.pt

Tintas combatem o ozono

Graças ao trabalho conjunto entre o seu Departamento de I&D da CIN e o DEQ/FEUP, a CIN está em vias de lançar para o mer-cado tintas com actividade bactericida e tintas capazes de eliminar maus cheiros por oxidação das substâncias que os originam. Estas últimas têm ainda a capacidade de oxidarem os NOx presentes no ar, contribuin-do para a diminuição das quantidades de ozono que se formam na baixa atmosfera.

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João Serrenho, Presidente da CIN

Empresas na Semifinal ’08 A FEUP recebeu, entre 19 e 23 de Fevereiro, uma semifinal do torneio TIMES’08 da ESTIEM (European Students of Industrial Engineering and Managment). Trata-se de um concurso único de âmbito europeu, que reúne estudantes de Engenharia de vários estabelecimentos de ensino superior, no qual são analisados casos de estudo ligados à área de Engenharia Industrial e Gestão e cujo objectivo é o de dinamizar os estudantes e proporcionar-lhes oportunidades para a aqui-

sição de experiência e contactos, no sentido de conferir consciência europeia e melhor formação. Organizada pela Associação dos Alunos de Gestão e Engenharia Industrial da FEUP (AGE-i-FEUP), esta semifinal é um dos mais conceituados even-tos de Engenharia Industrial e Gestão realizados na Europa, há mais de 10 anos. No total, foram mais de 50 estudantes oriundos de diversos pa-íses que, ao longo de uma semana, trabalharam debruçados sobre dois casos de estudo distintos e

participaram num workshop orientado por repre-sentantes da consultora McKinsey & Company.Contando com o apoio de entidades como a AE-FEUP, o departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial e o departamento de Engenha-ria Industrial e Gestão da FEUP, este evento en-volveu ainda o apoio e a colaboração de empresas como a McKinsey & Company, a CaetanoBus, a Fuchs, a Sonae Indústria, a APGEI e a Fase.www.times.estiem.org

Biblioteca da FEUP renova empréstimos de documentos por SMS A partir de agora já pode renovar o seu pedido de empréstimo de documentos da Biblioteca através do envio de uma SMS: trata-se de uma funciona-lidade que permite o prolongamento do prazo de requisição dos documentos via telemóvel, sendo uma boa alternativa à renovação online.Todos os pedidos de empréstimo podem ser renovados por igual período de tempo, devendo ser efectuados pelo próprio utilizador caso este-jam reunidas algumas condições: que a data de devolução dos livros requisitados não tenha sido

ultrapassada, que não existam pedidos de reserva da parte de outros utilizadores, e ainda que não tenha sido atingido o limite máximo de três re-novações sucessivas. Cumpridos estes requisitos, e caso esteja interessado em enviar um SMS, só tem de aceder ao seu editor de mensagens do te-lemóvel e digitar os seguintes elementos no corpo da mensagem: BB_IDleitor_CBexemplar e enviar para o número 913451204. O que significam estes códigos? BB - serve para indicar ao sistema que a SMS recebida se destina a sistemas de Bibliote-

ca, ID - identifica o ID do leitor que está a fazer a operação de renovação, e que pode ser obtido através do cartão da UP ou na ficha pessoal do SIFEUP, CBExemplar - identifica o código de barras do exemplar da obra que pretende renovar. Após o envio de um SMS receberá uma mensagem de resposta, indicando o sucesso ou insucesso da operação efectuada. O custo actual da mensa-gem é de 0,07 euros, que será debitado da quota de serviços.biblioteca.fe.up.pt

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