BI 39

28
Crescer com o Futuro PRIMEIRO TRIMESTRE 2007 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 39 I&D A investigação e os avanços científicos na área da Saúde realizados no Laboratório de Óptica e Mecânica Experimental EM FOCO Projectos e actividades que integram as preocupações sociais da FEUP no conceito de Desenvolvimento Sustentável À CONVERSA COM… António Torres Marques, professor catedrático da FEUP, apresenta algumas medidas no que toca ao desenvolvimento de uma consciência colectiva na FEUP

description

A revista Engenharia é uma publicação semestral de divulgação externa das atividades da FEUP nas áreas de ensino, investigação e desenvolvimento, e de ligação ao meio socioeconómico envolvente.

Transcript of BI 39

Page 1: BI 39

Crescer com o Futuro

Primeiro trimestre 2007 Faculdade de engenharia da universidade do Porto Distribuição gratuita

39i&D

a investigação e os avanços científicos na área da Saúde realizados no Laboratório de Óptica e Mecânica Experimental

em FoCo

Projectos e actividades que integram as preocupações sociais da FEUP no conceito de Desenvolvimento Sustentável

À Conversa Com…

António Torres Marques, professor catedrático da FEUP, apresenta algumas medidasno que toca ao desenvolvimento de uma consciência colectiva na FEUP

Page 2: BI 39
Page 3: BI 39

eDitoriaL

aGenDaAbril a Junho

em FoCoConfrontada com os desafios de um meio em constante muta-ção, num âmbito de globalização, a FEUP está consciente da necessidade de integrar as preocupações sociais no conceito de Desenvolvimento Sustentável.

À Conversa Com… antónio torres marquesVenha descobrir as principais medidas defendidas pelo professor António Torres Marques no que toca ao desenvolvimento de uma consciência colectiva na FEUP centrada na responsabilidade social.

oPiniÃo“EcoFEUP – um sistema de gestão ambiental ambicioso”, por Paula Rego, dos Serviços Técnicos e de Manutenção da FEUP, responsavél pela Unidade de Segurança, Higiene, Saúde e Ambiente

investiGaÇÃo e DesenvoLvimentoO Laboratório de Óptica e Mecânica Experimental (LOME) tem alcançado importantes progressos no campo da saúde. O seu mais recente dispositivo médico pode aplicar-se em casos de doentes com pé diabético e representa uma grande inovação em termos de diagnóstico.

FeUP Por DentroO início de 2007 foi marcado na FEUP pela visita de algumas figuras ilustres. Aníbal Cavaco Silva conheceu de perto alguns projectos da instituição durante a segunda Jornada do Roteiro para a Ciência, e as delegações da Universidade de Macau e do Beijing Institute of Tecnhology visitaram-nos com o propósito declarado de lançar as bases para um futuro acordo de mobilidade de estudantes.Foi ainda tempo para mais uma vez a FEUP abrir as portas aos alunos do secundário com a iniciativa Semana Aberta e participar na 5ª edição da Mostra da U. Porto.

04

06

07

11

14

16

20

De mÃos DaDas Com o FUtUro

SUMÀRIO

16

20

23

11

3

Page 4: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

FiCha tÉCniCa

Propriedade Faculdade de Engenharia da universidade do Porto edição DCi Divisão de Comunicação e imagem

Corpo editorial Carlos oliveira, Cristina soares, Paulo Jesus, raquel Pires e Victor silva

textos Cristina soares e raquel Pires

Fotografia Cristina soares, Filipe Paiva e rui a. Cardoso

Design Gráfico e Produção Victor silva | DCi FEuP

sede FEuP, rua Dr. roberto Frias, 4200-465 - Porto tel: 225 081 895 | Fax: 225 081 503 | e-mail: [email protected]

impressão MARCA – Artes Gráficas

tiragem 4000 exemplares

Depósito legal225.531 / 05

Contacto para publicidade Faculdade de Engenharia da universidade do PortoDCi - Divisão de Comunicação e imagem

telef. 225 081 895 | e-mail: [email protected]

Prof. Maria da Conceição M. Alvim Ferraz*

Da Responsabilidade Social de pessoas colectivas, mormente empresas, se diz que é preocupação que irrompe tardia no século XIX, como consequência da sociedade decorrente da industrialização não estar, afinal, a desfrutar devidamente dos frutos dessa modernidade, supostamente capaz de facilitar o esforço físico dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, de criar um mundo mais agradável ou, no limite, “outro e novo”.Preocupação que, quanto às pessoas, nos apare-ceu primeiro com Aristóteles, que assumia ser o Homem “um animal gregário”, feito de e para interdependências, solidariedades, interacções e co-responsabilidades. Era este um pensamen-to nuclear de quem, para além da biologia, da zoologia e da física, igualmente cultivou a poesia, a lógica, a retórica, a metafísica, a psicologia, a ética (como base de conquista da felicidade pessoal) e a política (como preocupação com a felicidade colectiva).Avocando Jonh Donne, poeta inglês para quem “nenhum homem é uma ilha isolada” e que a Ernest Hemingway deu expressão para título de conhecido romance (“…e por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti…), tem que concluir-se que a Responsabilidade So-cial é imperativo que reclama de todos: pessoas, entidades, organizações, empresas e Univer-sidades. Como já dizia o poeta e dramaturgo romano Terêncio, “…nada do que é humano me é estranho…”, ou seja, tudo se relaciona, repercute e marca, ainda que breve e impressivo como as infantis passadas que Augusto Gil aqueceu com a ternura da “Balada da Neve”. Ao atirar-se uma pedra a um lago fica o olhar preso nas sucessivas ondas que inevitavelmente agitarão essas águas, e que são consequência imediata e directa quer da relação que estabele-cemos com esse espaço, quer da força que o mo-vimento da nossa mão transmitiu. Este entendi-mento tão fácil, também faz facilmente entender que a Responsabilidade Social não é obrigação principalmente “dos outros” ou do Estado, mas de todos e em tudo, por constituir afirmação de cidadania. Ao mesmo tempo, a Responsabilidade Social é o alicerce que deve suportar a adequada construção de uma sociedade que pretendemos conforme ideais, valores, princípios e objectivos,

essenciais à felicidade quer dos indivíduos quer das comunidades.Vai para doze anos, em relatório para a Unesco sobre a “Educação” enquanto “tesouro a desco-brir”, Jacques Delors escreveu que um dos prin-cípios éticos do Ensino Superior e da Responsa-bilidade Social é “proporcionar uma educação voltada para o desenvolvimento humano” – o que implica ruptura com o cientificismo puro, a bem de uma valorização humana enriquecida por compromissos éticos, consciência crítica, interacção entre universidade e sociedade e transformação social. A Universidade é espaço cultural, científico e profissional, onde se transmitem saberes e competências pela formação e investigação, sob lógicas que a colocam entre a tradição de si mes-ma e as exigências de um mercado que reclama respostas, soluções e produtos. Da Universidade é hoje natural que se reclame também a Res-ponsabilidade Social que a par do conhecimento e da especialização dá ao Homem capacidades, perspectivas e valores que o implicam como espécie destinada a viver em sociedade. Cabe por isso à Universidade ilustrar o Homem, para fazer convergir o Humanismo, a Democracia e a Paz na felicidade individual e colectiva. A Universidade do Porto entende-se como “instituição de educação, investigação e desen-volvimento nos domínios da cultura, da ciência, da comunicação e da tecnologia, comprometida com a formação integral das pessoas, o respeito

pelos seus direitos e a participação activa no progresso das suas comunidades”. A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto assumiu historicamente o lema “Virtus unita fortius agit”, ou seja, “ A virtude unida é mais forte”. É por isso patente a preocupação com a Responsabilidade Social na FEUP. Disto é testemunho vivo este Boletim Informativo, que atravessa algumas acções norteadas pela Responsabilidade Social, em facetas tão diversas que vão das preocupações ambientais à solidariedade social e à intervenção na melhoria da saúde pública. Mas muito mais acções estão em curso, nomeadamente as que através de um Comissariado Cultural pretendem abrir janelas aos alunos, que permitam temperar com arte as técnicas ensinadas nas aulas. Foi com base nestas actividades que já várias vezes se transformaram alunos, não-docentes e docentes da FEUP em artistas da mesma “companhia”, ex-periências que quem teve o privilégio de as viver jamais poderá esquecer. Mas faz também sentido dizer que numa escola grande como a FEUP, o perigo de alguns desvirtuarem o espírito colec-tivo é um fantasma que poderá ensombrar os trajectos de vida de quem cá estuda ou trabalha. A FEUP entende-se como escola de referência, exigindo que os “talentos” de todos sejam feitos render ao máximo. Mas não há dúvida que os indivíduos em comunidade rendem tanto mais quanto mais se sentirem auto-confiantes, estimu-lados, integrados e no fundo felizes por perten-cerem a essa comunidade. Por isso, no respeito aos princípios orientadores da Universidade do Porto, todos sem excepção deveremos estar com-prometidos com a formação integral das pessoas e com o respeito pelos seus direitos, tendo como objectivo a felicidade individual e colectiva.

*Professora Auxiliar do Departamento de Engenharia

Química da FEUP e investigadora do Laboratório de

Engenharia de Processos, Ambiente e Energia

Responsabilidade Social a obrigação de todos e em tudo

editorial

D.r

.

4

Page 5: BI 39
Page 6: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

agenda

FormaÇÃo ContÍnUa aBriL – JUnho

7 a 10 de maiotomar melhores decisões usando mé-todos quantitativos e folhas de cálculoFormadores: José Fernando oliveira, maria

antónia Carravilla

23 a 25 de maioagile Project managementFormador: ademar aguiar

14, 15, 21 e 22 de JunhoDesenvolvimento Ágil de softwareFormadores: ademar aguiar, nuno Flores

18 a 22 de Junhoadvanced summer Course in Cells-materials interactionsFormadores: rui Fernandes (iBmC),

iCBas, iPatimUP

25 a 28 de JunhoBuilding service oriented archi-tecture: concepts, patterns and tecnologiesFormadores: ademar aguiar, Uwe Zdun

a FeUP em festa no Dia da Graduação

Vai decorrer no dia 19 de Maio, no Auditório da FEUP, por volta das 10 horas, a 11ª edição do Dia da Graduação. Esta cerimónia de entrega de prémios é já uma referência para toda a comunidade da FEUP que este ano vai entregar cerca de 77 diplomas aos alunos que se licenciaram no ano passado. Serão ainda distinguidos 128 alunos de mestrado e 50 alunos que terminaram teses de doutoramento, no último ano.É uma iniciativa que reúne alunos recém-licenciados, graduados e respec-tivas famílias, bem como todo o corpo docente e não docente da FEUP. Pa-ralelamente à entrega dos diplomas, serão ainda entregues vários prémios patrocinados por empresas que se associaram às comemorações do Dia da Graduação e que pretendem distinguir os melhores alunos nas diferentes áreas de engenharia.

Comissariado Cultural promove “o jazz por dentro”

O auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) acolhe no dia 26 de Abril, às 18h00, o concerto comentado “O jazz por den-tro”. O espectáculo conta com a actuação ao vivo de cinco músicos, durante o qual o público será chamado a atentar em diversos aspectos que tornaram o jazz num dos géneros artísticos de maior dimensão do século XX. O even-to, organizado pelo Comissariado Cultural da FEUP, tem como principal finalidade demonstrar que esta não é uma música executada apenas para ouvidos conhecedores. Nesse sentido, através de uma linguagem acessível e de exemplos apresentados num ambiente descontraído e informal, o pú-blico será surpreendido pela simplicidade de uma música fascinante, fre-quentemente considerada complexa. A entrada é livre.

FeUP acolhe conferência internacional na área dos transportes

De 9 a 12 de Maio vai decorrer na FEUP a conferência do NECTAR, um grande evento internacional do grupo de investigação europeu de comu-nicação e transportes “Network and Transportation Activities Research”. Organizada pela primeira vez no ano de 1993 em Pádua (Itália), seguiram--se uma série de encontros realizados um pouco por todo o mundo: Espi-nho (Portugal), Mons (Bélgica), Shefayim (Israel), Delft (Holanda), Hel-sinki (Finlandia), Ümea (Suécia) e Las Palmas (Espanha). O programa das conferências centra-se em temas relacionados com o universo dos trans-portes, aproveitando-se também estas reuniões para avaliar publicações relevantes nesta área, bem como a actividade de investigação científica dos membros desta rede de conhecimento. Para mais informações: www.nectarporto.com

14th international Conference on Product Development management

Organizada pelo EIASM – European Institute for Advanced Studies in Management em colaboração com as Faculdades de Engenharia e de Economia da Universidade do Porto, vai decorrer de 10 a 12 de Junho a “14th International Conference on Product Development Management”. Trata-se de uma conferência não só para investigadores mas também para os profissionais da indústria, comércio e serviços, que têm aqui uma boa oportunidade para estabelecerem contactos e trocas de experiências com investigadores internacionais de renome, com diversos backgrounds, mas com interesses comuns na área da gestão do desenvolvimento de novos produtos e serviços. A adopção de estratégias de inovação é considerada, hoje em dia, um im-perativo para as empresas competirem com sucesso num mundo globali-zado e em constante mutação. Neste contexto, a gestão do desenvolvimento de novos produtos e serviços constitui um desafio importante, dada a sua complexidade, natureza multidisciplinar e incertezas que lhe estão associa-das. Este desafio é particularmente relevante para a maioria das empresas portuguesas, onde ainda não existe uma cultura de inovação enraizada. Foram recebidas 250 propostas de comunicação de autores de 36 países, esperando-se que venham a ser apresentadas 160 comunicações. Para mais informações: http://www.eiasm.org

D.r

.

6

Page 7: BI 39

Responsabilidade social mais que pura filantropia

A FEUP tem vindo a desenvolver uma cultura de solidariedade sustentada em fortes princípios e valores de cidadania, para a qual têm contribuí-do uma série de projectos de I&D que visam o desenvolvimento económico e social. Confrontada com os desafios de um meio em mutação, num âmbito de globalização, a Faculdade de Engenha-ria da Universidade do Porto está consciente da necessidade de integrar as suas preocupações sociais no conceito de Desenvolvimento Susten-tável, definindo uma estratégia e uma gestão que assentem nas vertentes: económica, social e am-biental; num contexto de continuidade e expansão das suas actividades no presente e no futuro.

A palavra de ordem actual em empresas e insti-tuições passou a ser Comunidade. A forma como nos relacionamos com a comunidade à nossa volta, não simplesmente respeitando-a, mas actuando de forma activa para ajudá-la. É uma nova consciência do contexto social e cultural nas instituições e a que chamamos Responsabilidade Social, ou seja, com-promisso social e não simplesmente filantropia.A identidade da FEUP assenta nessa responsabi-lidade, mantendo para isso, com os seus colabo-radores, parceiros, clientes, comunidade onde se integra e com o ambiente, um compromisso de desenvolvimento sustentável e de melhoria da qualidade de vida, impulsionando por isso, interna e externamente, um conjunto de acções que a responsabilizam socialmente. O acordo recentemente assinado com a IBM Corpo-ration que coloca a FEUP na vanguarda das institui-ções de ensino superior e investigação a associar-se à “World Community Grid”, uma comunidade que utiliza a tecnologia grid desenvolvida pela IBM para fins humanitários ligados a doenças e genética, ambiente, desastres naturais e sustentabilidade mundial; o envolvimento da Faculdade no pro-grama de cooperação do Governo Português com a Universidade Nacional de Timor-Leste; e o projecto na área de recolha de óleos usados que resulta na produção de biodiesel, são apenas alguns exemplos que provam que aqui, em casa de engenheiros, a responsabilidade social anda de mãos dadas com uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade.

De mãos dadascom o futuro

reportagem de Cristina soares

EM FOCO

7

Page 8: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

Mais que uma plataforma tecnológica criada em 2004, o “World Commu-nity Grid” consiste na possibilidade de qualquer pessoa doar a sua potência de computação em prol de doenças e genética, ambiente, desastres naturais e sustentabilidade mundial. A iniciativa prova como a aposta na inovação tecnológica pode fazer toda a diferença. Desde o seu nascimento foram já iniciados seis projectos e prevê--se o início de mais seis para 2007, esperando-se a colaboração de alunos, docentes e funcionários da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.Alimentado diariamente por milhares de utilizadores, o “World Community Grid” posiciona-se ainda entre os dez primeiros super computadores do mundo.

Projecto educativo social

A FEUP enquanto instituição com responsabilidade social na formação daqueles que serão os profissionais de engenharia de amanhã, desenvolve várias iniciativas com as quais demonstra o seu interesse e empenho rela-tivamente a determinadas causas de cariz social, para as quais contribui de forma sustentada, nomeadamente através de apoios pecuniários e outras formas de patrocínio, que não raras vezes transpõem a fronteira portu-guesa. Em 2000, em resposta ao pedido do Conselho de Reitores das Universi-dades Portuguesas (CRUP) e em articulação com o Governo Português e a Fundação das Universidades Portuguesas (FUP), a Faculdade de Engenha-ria da Universidade do Porto vê-se envolvida num programa de cooperação com a Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL), acrescentando uma faceta a uma longa tradição de acompanhamento das questões timorenses liderada pelo professor Barbedo Magalhães.Este projecto em Dili centrou-se no desenvolvimento de cinco cursos de três anos, nas áreas da Agronomia (cerca de 70 alunos por ano), da Economia e Gestão (50), da Engenharia Electrotécnica (25), da Engenharia Informática (25) e do Ensino do Português (70), a que viria mais tarde juntar-se um

curso de Direito (aproximadamente 40). Envolvendo a FEUP desde os seus primeiros passos, e mais concretamente o professor Gabriel David (docente do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores) como coordenador da área de Engenharia Informática, este projecto, em curso até 2011, visa formar profissionais timorenses, nas áreas consideradas priori-tárias, dotando a sociedade timorense de autonomia técnica e cultural e de capacidade para formar os seus próprios dirigentes.O pedido chegou a Portugal vindo das autoridades timorenses no sentido de colaboração na formação de nível superior de jovens timorenses, objecti-vando duas componentes: o envio de algumas centenas de jovens timoren-ses para estudar em Portugal e a leccionação de cursos reconhecidos pelo CRUP em Timor.

Preparado o plano de estudos, e depois de feito o reconhecimento do ter-reno em Julho de 2001, em Outubro desse ano arrancam as aulas. Gabriel David integrou o primeiro grupo de docentes universitário em Dili, no grupo de Engenharia Informática, uma experiência que o próprio define como enriquecedora e desafiante. “Do ponto de vista pessoal, pesou a vontade de ajudar a construir um país que conquistou a sua liberdade com tanto sacrifício e relativamente ao qual Portugal tem algumas responsa-bilidades”, e acrescenta, “é curioso notar que das pessoas mais activas no projecto, têm peso significativo dois grupos: o dos que têm um passado de militância religiosa e o dos que tiveram ligação às antigas colónias portu-guesas”. Mas, se por um lado o espírito de solidariedade pesou, por outro, também motivos de natureza profissional o levaram a aceitar o desafio, acreditando que a formação pessoal em Engenharia o «obriga» a deter-minado tipo de compromissos. “O espírito de ajuda foi determinante face às dificuldades inerentes à situação… Houve uma tentativa de combater o amadorismo, a incompetência e a improvisação que abundam tanto em Portugal como em Timor. Sem canonizações descabidas dos timorenses (nem diabolizações dos indonésios), respeitou-se o seu poder de decisão, de que aliás são muito ciosos como asiáticos que são, mas sem deixar de expressar opiniões e ideias e de exercer as competências próprias na concretização do projecto”, explicou ao BiFEUP o investigador.Finda a experiência “o balanço global foi o de um significativo enriqueci-mento pessoal, pelo contacto com um povo diferente mas com o qual existem numerosas afinidades, pela estadia de dois meses numa paisagem naturalmente bela e tão diversa da habitual, e a oportunidade de colaborar no arranque de um projecto tão promissor como exigente, situação na qual

responsabilidade além fronteiras

A responsabilidade social traduz-se na forma como uma instituição conduz as suas actividades para que se torne co-responsável pelo desenvolvimento da sociedade. Quando realmente aplicada, permeia a gestão responsável, a formação, a pesquisa científica, e também a extensão, sendo muito mais que pura filantropia.Um exemplo real e recentemente abraçado pela FEUP é, sem sombra de dúvida, o acordo assinado com a IBM Corporation. Todos os colaboradores da faculdade podem, e devem, a partir de agora “colaborar na resolução de problemas que afligem a humanidade”, de uma forma simples e segura “incentivando desta forma à melhoria de vida das nossas comunidades”, informou ao BiFEUP o director da faculdade, professor Carlos Costa.A FEUP é a primeira instituição de ensino superior e investigação a nível ibérico a estabelecer parceria com o “World Community Grid” - uma comu-nidade que utiliza tecnologia grid desenvolvida pela IBM e que permite congregar o poder computacional colectivo de milhões de utilizadores pessoais e institucionais em prol da resolução de problemas humanitários-, colaborando nesta medida numa rede humanitária mundial que envolve a multinacional IBM e um grupo de mais de 150 empresas e instituições espalhadas por todo o mundo.

EM FOCO

D.r

.

D.r

.D

.r.

Page 9: BI 39

sabia que…

- A FEUP está a desenvolver (em parceria com a Metro do Porto e a colaboração da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) dois projectos: o Infometro e o Navmetro que pretendem ajudar as pessoas cegas ou com graves problemas de visão a chegar às esta-ções de metro e a orientarem-se dentro delas através da tecnologia «bluetooth» dos telemóveis.Ambos os projectos são da responsabilidade do professor Diaman-tino Freitas, do Departamento de Electrotécnica e de Computado-res da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

- Mais de 300 quilos foi o número de pilhas e acumuladores usados recolhidos pela FEUP desde que assinou o protocolo, em 2004, com a Ecopilhas, Sociedade Gestora de Resíduos de Pilhas e Acu-muladores, Lda.A Faculdade de Engenharia mantém ainda um projecto de recicla-gem de consumíveis informáticos, como tinteiros e toners, telemó-veis avariados e em desuso, iniciado em 2005 com a Fundação AMI – Associação Médica Internacional.

- A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) apre-sentou recentemente, sob a forma de um CD multimédia interacti-vo, uma ferramenta inovadora para invisuais. O projecto consiste num tutorial concebido para o leitor de ecrã JAWS (Job Access With Speech – um software da Freedom Scienti-fic) com saídas através da linha Braille ou de voz sintetizada. O CALE, como se chama “Curso de Acesso ao Computador Pessoal Usando o leitor de Ecrã”, foi realizado no Departamento de Enge-nharia Electrotécnica e de Computadores da FEUP, sob a coor-denação do professor Diamantino Freitas, a partir de uma ideia proposta por quatro pessoas, todas elas cegas ou com baixa visão, tendo sido responsáveis pela elaboração dos conteúdos. O motor informático do tutorial foi desenvolvido na FEUP por dois engenhei-ros colaboradores do projecto. ( http://paginas.fe.up.pt/~cale )

- É prática comum o Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FEUP doar material informático a instituições educativas. A Universidade de Timor, o Visionarium, o Agrupamento Vertical Vallis Longus, a Escola Secundária do Castelo da Maia e a Escola EB2/3 da Maia constam da lista de beneficiários, num total de 43 computadores, 52 monitores, 44 teclados e 1 impressora.

- Os alunos com necessidades educativas especiais ou com carên-cias económicas graves dispõem de uma unidade interna de apoio social, que encaminha para instituições ou auxilia na candidatura a bolsas de estudos ou ajudas técnicas.A Unidade de Orientação e Integração exerce assim a sua acti-vidade no âmbito do apoio ao aluno e da promoção do sucesso académico.

- Frequentemente a AEFEUP promove campanhas solidárias que pretendem sensibilizar a comunidade da Faculdade para a impor-tância de ajudar os que mais precisam.A última campanha realizou-se recentemente, durante as férias da Páscoa, e incitou à recolha de roupa, material escolar e alimentos, com destino a três instituições de solidariedade social – os Bom-beiros Voluntários do Porto (que a posterior farão a distribuição da recolha pelos mais necessitados), a Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo e o Banco Alimentar.

- O acesso à informação científica e técnica é uma componente fulcral na sua actividade profissional e suas actividades de I&D de qualquer engenheiro, neste sentido, a Faculdade de Engenharia, através da Biblioteca e do E3P (Espaço Electrónico de Engenharia em Portugal) disponibiliza a engenheiros, profissionais da indústria ou serviços, investigadores, alunos, associações profissionais e industriais, e público em geral, o acesso a mais de 800 mil teses, 30 000 ebooks, 3 000 normas, 30 000 títulos de revistas científi-cas, legislação, informação estatística e ainda a mais de 30 bases de dados de documentação científica e técnica, com especial incidência em informação sobre patentes e outras modalidades de propriedade industrial.

se conhecem as pessoas e se forjam amizades”, garantiu. E os resultados são bastante animadores. Está agora a terminar a sua formação o terceiro grupo de informáticos e a sua presença na administração pública e nalgumas empresas é marcante. Isso resulta em grande medida do facto de o percurso até à obtenção do diploma ter rompido, como explica Gabriel David “com uma tradição de facilitismo e procurando encontrar padrões de exigência adequados à situação dos alunos e aos objectivos de qualidade pretendidos”. Para o docente da FEUP esta foi uma prova de confiança no futuro como explicou, “não sabemos se a opção pelo Português será uma aposta ganha mas uma coisa é certa, a presença portuguesa tem um significado afectivo e simbólico importante para algumas camadas da população. Ao nível dos di-rigentes ela corresponde a uma aposta inteligente num parceiro com pouca capacidade de domínio mas que funciona como alternativa para encontrar apoios de que necessitam e de que o projecto da FUP é um exemplo”.No ano passado, entre Janeiro e Março, regressou a Timor para mais um trimestre de leccionação e, actualmente, assume o cargo de coordenador do curso de Engenharia Informática, no qual já leccionaram mais seis engenheiros da FEUP.

Compromisso ambiental

A protecção do ambiente evidencia-se hoje como um dos direitos e princí-pios fundamentais da UE e é encarado como um factor crítico de desenvol-vimento e qualidade de vida, a par do reconhecimento da responsabilidade para com as gerações futuras, através do desenvolvimento sustentável.É preocupação da FEUP mobilizar recursos e desencadear acções para um desempenho ambiental sólido, através de um conjunto de acções e projectos que promovem a qualidade e protecção do meio ambiente. Concluído e já com resultados à vista é o projecto “Concepção de execução duma unidade de produção de biodiesel e sabão líquido a partir de óleos de fritura”, iniciado em Outubro de 2005 e concluído o ano passado, e que resulta desde Junho de 2006 na recolha de óleos usados, prática actual e frequente na FEUP.Com vista a contribuir para a resposta a uma das preocupações dominantes no planeta – a produção exagerada de gases com efeito de estufa – este pro-jecto procurou produzir energia (através de um combustível biológico a que chamamos “biodiesel”) partindo de óleos usados de fritura. Manuel Fonseca de Almeida, responsável na FEUP pelo projecto, explicou ao BiFEUP o porquê da aposta nesta área de investigação, revelando alguns resultados positivos conseguidos. “A produção de energia, no sentido lato, é um as-sunto urgente para todo o mundo e para o nosso País, o qual não é particu-larmente bafejado com condições naturais neste domínio. Isso corre lado a lado com outras preocupações de carácter ambiental. No caso específico desafiamo-nos a tratar dum certo tipo de resíduos e usá-los para transporte,

EM FOCO

Foto

grafi

a: F

ilipe

Pai

va

Page 10: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

FeUP social: pela integração de todos

No âmbito de uma política de cidadania, a FEUP está ainda envolvida no projecto “FEUP Social”, iniciativa do Grupo de Acção Social do Porto – G.A.S. Porto com o objectivo de responder às necessidades sociais dos estudantes da Faculdade, em regime de voluntariado e que envolve no seu planeamento e execução a direcção da faculdade, os professores, os alunos dos PALOP’s e alguns voluntários do GASPorto. Nascido de necessidades verificadas na franja estudantil, princi-palmente dos estudantes dos PALOP’s e de Timor que apresentam sérios problemas de integração; de deficientes que pelas suas limitações não conseguem acompanhar o ritmo escolar existente; de alunos cuja situação de carência familiar é de tal maneira grave que contam-se casos extremos de fome, para além de outras carências como as de acolhimento e suporte moral, o “FEUP So-cial” promove acima de tudo “o espírito de solidariedade no meio universitário e o desenvolvimento de uma maior sensibilidade para as questões sociais”, como explicou ao BiFEUP Sérgio Silva, presi-dente do GASPorto, também um dos 50 voluntários que compõem a estrutura. A forma de colaboração pode assumir várias formas (algumas horas de disponibilidade, alguns euros, etc), contudo, a causa é sempre a mesma “mais igualdade de oportunidades para todos”, como salienta Sérgio Silva.Pioneiro na Universidade do Porto este projecto integrado desde o ano passado na FEUP, em regime voluntário e que envolve, respon-sabilizando, toda a estrutura, pretende que toda a acção assente numa atitude essencialmente de sensibilidade e dádiva humana associada a um trabalho que não cause dependência e tenha em vista a continuidade e a sustentabilidade surtindo, apesar de difícil, o efeito pretendido “fazer deste projecto algo a que os estudantes possam recorrer sempre que precisarem, quer seja para ajudar, reencaminhar ou somente para falar, pois um dos aspectos mais importantes neste apoio é a verificação de uma ligação humana entre aqueles que se disponibilizam e aqueles que procuram aju-da”, explica o presidente da estrutura.Ciente das dificuldades da ambiciosa iniciativa que abraçaram, Sérgio Silva fala por si mas também por todos os que lado a lado com ele trabalham diariamente com empenho. “Sabemos que este projecto apresenta uma grande ambição. Mas sabemos também que essa é a cultura existente no G.A.S.Porto - ambição aliada a realismo. É esta combinação que tem trazido imensos sucessos”. Indo mais longe ambiciona “que o G.A.S.Porto cresça como institui-ção de utilidade pública, que seja divulgada e conhecida pelo seu trabalho, realizado em Portugal e além fronteiras, e possa ser uma referência quando o assunto é AJUDAR os que mais precisam”. Este projecto surge nessa linha, sendo um ponto de partida para que o G.A.S.Porto cresça e para que as necessidades dos que mais precisam diminuam, com vista a que num futuro não muito longín-quo possa haver mais igualdade de oportunidades para todos. Com esta ideia, que já existe na prática dentro do universo FEUP, pretende-se estender uma política social à Universidade do Porto e mais tarde a outras universidades. Sérgio Silva termina com uma palavra a toda a comunidade “Para que possamos levar os nossos objectivos avante contamos com a colaboração de todos - instituições, serviços, grupos, associações e faculdades -, de forma a divulgarem os nossos projectos e os possamos pôr em prática. É com vocês que nós, G.A.S.Porto, esperamos concretizar este projecto que mais não é que o ponto de partida para várias colaborações e parcerias a vários níveis”, salienta.

EM FOCO

em substituição de combustível petrolífero. Neste momento estamos aptos a produzir à volta de 300l de biodiesel por dia, se for necessário. E já que falamos em números, importa saber que em quatro meses recolhemos 550 litros de óleos usados só na FEUP. Imagine o que conseguiremos quando esta iniciativa for alargada a toda a Universidade do Porto?!”.O investigador sabe que o caminho que desbravou é ainda incipiente e, apesar dos animadores resultados, admite melhorias que como afirma estão na base da interdisciplinaridade. “Desbravamos os percursos iniciais, isto é, entendemos o suficiente dos processos para saber que admitem melhorias, e, portanto, mais I&D… Esta é uma área de investigação que tem lugar para o trabalho de muita outra gente a todos os níveis (graduação e pós--graduação), e de outras áreas de saber que vão para além da Engenharia (Agricultura, Biologia, etc.). Só assim podemos alargar as fontes e melhorar a execução do processo com vista a uma melhor tecnologia”, sublinha.Tendo em vista a colaboração dos Serviços de Acção Social da Universida-de do Porto (SASUP), que administram cinco cantinas e alguns bares nas diversas faculdades, mas também da população estudantil, dos docentes e dos funcionários, “a perspectiva desta iniciativa é múltipla. Pretende ser um embrião de boas práticas ambientais na U.Porto, pois visa alargar ulteriormente a recolha e utilização de óleos de fritura a toda a comunida-de universitária; põe em prática uma experiência permanente de carácter pedagógico no domínio da valorização de resíduos com interesse particular para os cursos de Ambiente; visa suscitar o interesse e a investigação numa área temática que tem potencial para avanços tecnológicos apreciáveis (ou-tras matérias-primas, outras condições de transesterificação, novas formas de separação de fases)”.Com muitas perspectivas de continuidade no futuro, contando já com o empenho de uma aluna de doutoramento que está a trabalhar no processo de fabrico de biodiesel intensivamente, “particularmente na implementação de diversos protocolos para controlo de qualidade e na melhoria da reacção de transesterificação, que é o ponto nuclear do processo”, Manuel Fonseca Almeida revela que muito em breve “ouvir-se-á falar de testes de biodiesel em carros com motores da FIAT”, um projecto que tem em mãos neste momento e que surge no âmbito dum projecto PESC (Projectar, Empre-ender e Saber Concretizar) e do DEMEGI (Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial), envolvendo alunos de Engenharia Mecânica e Engenharia do Ambiente.

D.r

.

10

Page 11: BI 39

À CONVERSA COM antónio torres marqUes

responsável do DemeGi defende a interacção com o universo empresarial

”É neceSSáRio abRiR oS hoRizonteS DoS alunoS paRa uma RealiDaDe que não contemple apenaS a componente acaDÉmica”Desenvolver competências ao nível da responsabilidade social é o desafio que se impõe à sociedade civil, para que o futuro das próximas gerações possa estar assegurado. Mais do que um compromisso ético, trata-se de uma preocupação que a todos diz respeito. Em entrevista ao BiFEUP, o professor António Torres Marques revelou que há ainda um longo caminho a percorrer neste sentido, mas que os primeiros passos estão a ser dados junto da comunidade académica. O importante é envolver professores e alunos num projecto de valorização não só da componente lectiva, mas também ao nível das relações humanas. E este pode ser o compromisso das nossas vidas.

entrevista de raqUeL PiresFotograFias de rUi a. CarDoso

o professor considera que a sociedade em geral está consciente do papel que a responsabilidade social ocupa nas nossas vidas?Penso que sim. Não à velocidade que gostaríamos que fosse, mas acho que gradualmente vai haven-do um conjunto de pessoas que vai aumentando e despertando para as questões relacionadas com a responsabilidade social.

e relativamente à comunidade académica, como se coloca perante o desafio da responsabilidade social?É uma comunidade que está mais atenta a esta questão e tem obrigação de estar, como é eviden-te. Nos últimos anos tem havido um progresso significativo. A responsabilidade social pode ser entendida em diversos aspectos, sob diversas formas de actuação. Na comunidade académica há uma responsabilidade social que pode estar ligada às questões do dia-a-dia, e que vai desde a preocupação com os alunos que precisam de ter as condições mínimas para ter sucesso nas suas carreiras, até à responsabilidade sobre o trabalho que se vai fazendo ao nível do ensino, no sentido da criação de valores. É necessário apostar no aperfeiçoamento das atitudes, das questões éticas e do comportamento que vão influenciar o futuro dos nossos alunos e fazer com que sejam bons profissionais. Há ainda que ter em linha de conta o trabalho de investigação que pode vir a ser feito e perceber em que medida esse trabalho e essa actividade podem ter reflexos positivos ao nível da sociedade como um todo. Nós [FEUP] podemos ter essa actuação em diversas áreas, nomeadamente a nível local, ligado à cidade e ao seu papel interventivo neste campo. A atitude que a FEUP e a U. Porto têm tido, em particular nos últimos anos, mostra que de facto tem havido um progresso significativo [ao nível da responsa-bilidade social].

À CON

VERSA CO

M an

tón

io to

rr

es mar

qU

es

11

Page 12: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

quer destacar alguns exemplos em que a FeUP se tenha manifestado a este nível de actuação?Tem que ver evidentemente com as preocupações ligadas aos alunos e às dificuldades que a muitos de nós não nos passam sequer pela cabeça. Vive-mos num mundo acelerado, evoluído e pensamos muitas vezes que estas coisas estão asseguradas à partida, e infelizmente não estão. Desse ponto de vista a FEUP, inicialmente através da Dra. Maria do Céu Gonçalves (que tem liderado esta acção ao nível institucional), em associação com um grupo de acção social onde estão fundamentalmente alunos, têm tentado levar por diante um conjunto de actividades que tem uma influência e impacto nas situações mais críticas que se vão encontran-do. O facto da Direcção da FEUP dar algum apoio dentro das suas possibilidades a estas actividades mostra que está atenta e que procura ajudar. É um tipo de acção com maior impacto ao nível interno, que não pretende ter grande visibilidade.Mas há outros níveis em que a FEUP se tem envolvido, projectos de investigação que vão de facto ajudar na qualidade de vida das pessoas. Na área de apoio à saúde, por exemplo, há uma série de projectos que tem esse objectivo, como o desenvolvimento de palmilhas ou sensores para o pé diabético, e de outros programas de diagnós-tico que estão também em curso. Para além de todos os projectos que estão ligados à cidade e que são muito úteis à vida do cidadão: hoje se eu quiser apanhar o autocarro na paragem, com um simples telefonema sei qual é o tempo que o autocarro vai demorar a chegar. É uma forma de pôr a aplicação da investigação numa utilização que melhora o conforto das pessoas. A área da reciclagem é outra componente que podemos associar à responsabilidade social e há colegas que na área ambiental têm feito um esforço signi-ficativo com projectos bastante interventivos no domínio da qualidade de vida dos cidadãos.

Durante as Jornadas de Reflexão do DEMEGI, em 2005, o professor defendeu uma maior participa-ção dos docentes no universo empresarial tendo em conta a transmissão de conhecimentos aos próprios alunos. quer concretizar?Há uma situação que nós temos que gradual-mente vir a ultrapassar, atendendo ao facto de estarmos a falar de uma escola com as caracterís-ticas da Faculdade de Engenharia. Tem de haver evolução em diversos sentidos. As críticas que fiz [nas Jornadas de Reflexão do DEMEGI] tinham

que ver com o facto de grande parte do corpo docente ter pouca experiência industrial. O que é um sinal positivo na medida em que demonstra que houve um grande incremento na investiga-ção, e daí uma especialização em muitos casos.No actual estádio de desenvolvimento, e no que à FEUP diz respeito, temos de caminhar no sentido da profissionalização do corpo docente, e de ter bastante presente a componente da realidade empresarial para que possa ser transmitido aos alunos. É evidente que se houver um progresso do ponto de vista do país ao nível da investigação e desenvolvimento com as empresas, haverá cada vez mais uma interacção com a investigação que se faz na FEUP e esse relacionamento com a indústria permitirá ganhar alguma experiên-cia que é útil na transmissão do conhecimento dessa realidade. O que eu defendi nas Jornadas de Reflexão do DEMEGI foi a possibilidade de alguns docentes passarem a ter períodos de estadia em empresas. Aliás, começa a apostar-se cada vez mais no desenvolvimento de trabalhos de investigação nas próprias empresas através das teses de doutoramento. No DEMEGI temos casos de sucesso que vão de encontro a esta nova tendência, tal como acontece em outros departa-mentos, em que o doutorando passa um período na empresa.

valorizar o contacto dos professores com o universo empresarial para que os alunos fiquem a par do que poderão vir a conhecer num futuro próximo. É isso?O que eu quero dizer é que se uma pessoa não tiver tido, nomeadamente na Faculdade de Enge-nharia, uma vivência industrial – e não têm todos que ter, como é evidente – ser-lhe-à mais difícil transmitir algumas formas de abordar determi-nado tipo de problemas aos alunos, que às vezes surgem numa empresa e que exigem uma tomada de decisão em tempo real. Muitas vezes, no exercício da profissão de engenharia, é necessário tomar decisões na hora o que implica assumir certos riscos. Este tipo de situação acontece com muita frequência.Depois há a vivência do dia-a-dia e que passa pelo relacionamento com as pessoas: é preciso ter em atenção que muitas vezes os alunos chegam às empresas e deparam-se com uma realidade totalmente desconhecida e com situações carica-tas como a “manha” de equipamentos que muitas vezes apenas são do conhecimento das pessoas que lá trabalham há anos. Faz parte também da responsabilidade social e na perspectiva do DE-MEGI há uns anos atrás (ainda no tempo em que o Director do Departamento era o Paulo Tavares de Castro) em que se organizou uma acção tendo

À CONVERSA COM antónio torres marqUes

a atitude que a FeUP e a U. Porto têm tido, em particular nos últimos anos, mostra que de facto tem havido um progresso significativo [ao nível da responsabilidade social].

[as empresas] consideraram que em termos de formação académica e científica as coisas estariam bem formatadas, o que estaria menos consolidado era a atitude comportamental: a capacidade dos alunos correrem alguns riscos, de arriscarem no momento de tomar decisões

12

Page 13: BI 39

À CONVERSA COM antónio torres marqUes

Licenciado em Engenharia Mecânica (Opção Construções Mecânicas) pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1972, manteve-se ligado à FEUP desde essa altura como assistente eventual. Em Setembro desse ano e até Outubro de 1976, trabalhou no gabinete de estudos da empresa PROMETALIZ ligada ao sector dos plásticos reforçados, desempenhando as funções de responsável de Projecto, Director de Manutenção e respon-sável pela Higiene e Segurança. Gradualmente foi solidificando o seu vínculo à FEUP, tendo alcançado a posição de professor catedrático de nomeação definitiva em 2002. Director do Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (DEMEGI), acumulou também o cargo de responsável pela Unidade de Matérias Compósitos – CEMACOM do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) de 1991 até Março de 1997, experiência que volta a repetir no ano lectivo de 2004/2005. Foi presidente da Direcção do INEGI de Abril de 1997 até Abril do ano de 2000, sendo ainda presidente do Conselho Fiscal do Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC) desde 2000. Ac-tualmente desempenha funções ao nível de coordenador científico da Unidade de Materiais Compósitos – CEMACOM – do INEGI, actividade que exerce desde Julho de 2002.Tem desenvolvido toda a sua actividade enquanto investigador nas áreas do comportamen-to mecânico e durabilidade de materiais compósitos; projecto, fabrico e ensaio de materiais compósitos; ensaios não-destrutivos e biomecânica.

(…) no que à FeUP diz respeito, temos de caminhar no sentido da profissionalização do corpo docente (…)

em vista o processo de Bolonha e que consistiu em tentar perceber que tipo de engenheiros é que as entidades empregadoras pretendiam e qual era a avaliação que faziam dos nossos alunos. Nesse sentido foram convidados vários representantes de grandes, médias e pequenas empresas (com estruturas diferentes e conse-quentemente necessidades diferentes) a fazer a sua avaliação. Resumidamente, consideraram que em termos de formação académica, científica as coisas estariam bem formatadas, o que estaria menos consolidado era a atitude comportamen-tal: a capacidade dos alunos correrem alguns riscos, de arriscarem um pouco no momento de tomar decisões. Outro ponto a melhorar tem a ver com a falta de liderança perante os colabora-dores, chegando mesmo a registar-se em alguns casos atitudes subservientes ao nível do superior hierárquico. E isso foi referido como um aspecto negativo.Do nosso lado, enquanto Faculdade de Engenha-ria, a responsabilidade social torna-se visível ao nível da formação que damos, das tecnologias que são tratadas, na forma como os temas são abordados com os alunos. Mesmo que as coisas não tenham uma aplicação imediata, a FEUP tem a responsabilidade de formar as pessoas com uma base sólida de conhecimento, de raciocínio que permita dar resposta aos inúmeros proble-mas que vão surgir, mais tarde, no exercício da profissão. A capacidade de inovar, de lançar e aceitar desafios, de empreender, de se adaptar, no fundo, de estar preparado para a mudança permanente é uma responsabilidade social enor-me. É necessário abrir os horizontes dos alunos para uma realidade que não contemple apenas a componente académica.

na sua opinião, estas parcerias entre univer-sidades e empresas devem ser estimuladas. Considera que a criação de spin-offs poderá desempenhar um papel importante no que toca aos desafios actuais? Mesmo ao nível da respon-sabilidade social?Poderão assumir um importante papel, sem dúvi-da. Os spin-offs fazem parte da responsabilidade social e é bom que se assumam como tal. Há um colega do Departamento de Engenharia Química, o José Carlos Lopes, que no âmbito de um pro-grama da Agência de Inovação enveredou pela criação de um spin-off. Durante uma apresen-tação pública no âmbito do programa dedicado às novas empresas de origem tecnológica, uma das razões que ele apontou como decisiva para a criação da Fluidinova, tem a ver com o facto da indústria em Portugal não conseguir absorver muitos doutorados. Há algumas situações em que acontece, mas é raro. E o José Carlos Lopes assumir claramente que esse foi um dos motivos que o levou a criar a empresa – empregar um conjunto de doutorados que estavam a acabar o curso é uma forma de responsabilidade social, na minha opinião. É uma maneira de uma pessoa se sentir pró-activa, sentir outra realidade do dia-a--dia de uma empresa.É uma responsabilidade social também porque se dá o salto, e muitas vezes isso é uma grande difi-culdade: conseguir ter boas ideias, bons projectos de investigação e de desenvolvimento muito mais próximos das indústrias e ter aproveitamento disso, isto é, conseguir obter o retorno económico que beneficie quem investiu, quem trabalhou nisto, e consequentemente o país. Este é um salto que precisamos de dar.

sei que o professor é um defensor da criação de equipas multidisciplinares nomeadamente para o caso de surgirem problemas relacionados com a protecção do meio ambiente. Gostaria que expli-casse em que consistem estas equipas e qual a sua área de actuação junto da sociedade.Vamos assistindo a um conjunto de situações que vão ocorrendo, de impacto maior ou menor (desastres com cheias, por exemplo), e a ideia seria tentar reunir equipas multidisciplinares que teriam como desafio coordenar um trabalho de grupo que tentasse dar resposta a esses desafios. Por exemplo, vamos imaginar que estaríamos a passar por um Inverno rigoroso, com muita chuva e que isso originaria cheias no rio Douro. A ideia é tentar desenvolver uma actividade que en-globe gente da Mecânica, de Civil, da parte de Ar-quitectura, da Segurança e da vertente Ambiental também, e seria uma forma das próprias pessoas se sensibilizarem mais para este tipo de acções. E também no sentido de minorar os efeitos dos de-sastres, e ao fazermos isto começamos também a estudar de que forma havemos de actuar ao nível de propostas das áreas energéticas, das áreas de tecnologia, das emissões de gases poluentes, para que se possam evitar este tipo de problemas.

13

Page 14: BI 39

oPiniÃo PaULa reGo

Faz agora 10 anos que as preocupações ambien-tais levaram duas docentes do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da FEUP a iniciar um projecto que culminou 2 anos depois com a criação do EcoFEUP. A quantidade de resíduos gerada nos seus laboratórios de ensino e de investigação, caracterizada por uma grande diversidade de pequenos volumes de produtos químicos, na sua maioria substâncias e prepa-rações perigosas, levou a Dra. Arminda Alves e a Dra. Lúcia Santos a desenvolverem um pro-jecto de investigação pioneiro que tinha como objectivo efectuar o correcto encaminhamento desses resíduos. De 1997 a 1999 foram recolhi-dos e tratados, recuperados ou encaminhados para empresas especializadas, os resíduos dos laboratórios de ensino do DEQ. Aproveitando a experiência adquirida, no final deste período foi apresentada à Direcção da faculdade uma proposta para implementação de um Sistema de Gestão Ambiental. A proposta é aceite e surge assim o EcoFEUP.O projecto era ambicioso – visava organizar e controlar os aspectos ambientais mais signifi-cativos da actividade da FEUP, nomeadamente a gestão dos resíduos, o controlo das descargas para sistemas colectores, o controlo das emis-sões gasosas, e a racionalização da utilização dos recursos naturais. Contudo devido à falta de re-cursos humanos e sobretudo de espaço físico, o EcoFEUP limita-se hoje praticamente a efectuar o correcto encaminhamento dos resíduos. Está prevista a construção de um edifício que, para além de uma área destinada à armazenagem de resíduos diversos, terá um laboratório para triagem, recuperação, valorização e tratamento de resíduos químicos, controlo de qualidade dos produtos recuperados e monitorização de efluentes líquidos e gasosos. Este edifício está projectado, mas ainda não foi construído. Trabalhando sempre com operadores de gestão de resíduos não urbanos autorizados pelo Ministério do Ambiente, nestes 10 anos foram correctamente encaminhadas 8,5 toneladas de resíduos químicos e 1,3 toneladas de óleos usados, e apesar de não terem sido criadas as condições necessárias, ainda assim foram recuperados, com o apoio do DEQ, cerca de 700 litros de solventes diversos para reutilização.A recolha selectiva das fracções recicláveis dos resíduos equiparados a urbanos, papel/cartão, vidro e plástico/metal, começou em 2001 logo após a construção do ecoponto, tendo sido distribuídos recipientes para recolha destes resí-duos dentro dos edifícios, o mais perto possível da sua produção. Tendo consciência, no entanto, que o actual procedimento de deposição e recolha de plástico/metal e vidro no interior dos edifícios não está a funcionar, e atendendo ao aumento destes resíduos resultante da dis-tribuição de alimentos e bebidas nas máquinas existentes no edifício B e nos departamentos, está em estudo a colocação de miniecopontos, semelhantes aos utilizados nas estações de me-tro e centros comerciais, em locais estratégicos.

ecoFeup – um sistema de gestão ambiental ambicioso

Está também prevista uma melhoria na recolha de papel na biblioteca através da colocação de novos contentores.Em Março de 2004, foi dado mais um passo importante com o início da recolha das lâmpa-das fluorescentes. Devido à grande quantidade de lâmpadas que começaram a ser substituídas diariamente na FEUP nesse ano, houve a preo-cupação de efectuar o seu correcto encaminha-mento, apesar de ainda não estarem criadas no país as condições para o fazer gratuitamente, o que aconteceu somente há cerca de 1 ano com o licenciamento das entidades gestoras dos Resí-duos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, a AMB3E e a ERP Portugal. Recolheu-se neste período aproximadamente 2600 lâmpadas fluorescentes.Pensado não só nos resíduos gerados nas insta-lações, mas também na promoção da recolha de alguns resíduos perigosos que os alunos e os co-laboradores da FEUP pudessem trazer de casa, foi assinado em Abril de 2004 um protocolo de colaboração com a Ecopilhas, que resultou até agora na recolha de 12 pilhões cheios – o equiva-

Engª Paula Rego*

a recolha selectiva das fracções recicláveis dos resíduos equiparados a urbanos, papel/cartão, vidro e plástico/metal, começou em 2001 logo após a construção do ecoponto

lente a 300 kg de pilhas, e efectuado um acordo com a AMI para a recolha de telemóveis usados. Neste pressuposto está também em estudo uma proposta de colocação de um contentor para recolha de roupa que se destina a ser distribuída por instituições de solidariedade social. Os tin-teiros/toners recolhidos – 1300 kg desde 2001 – e inicialmente entregues à empresa fornece-dora de reciclados ao economato, são também agora entregues à AMI.

segurança, higiene, saúde e ambiente também é responsabilizaçãoParalelamente à gestão ambiental, as preocupa-ções relativas às questões de Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho (SHST), que se materiali-zaram já com a actual direcção, levaram à adap-tação dos Serviços Técnicos e de Manutenção e à criação da Unidade de Segurança, Higiene, Saúde e Ambiente (USHA) no novo regulamento orgânico. No âmbito da SHST, importa aqui destacar a constituição da equipa de segurança da FEUP, um grupo de 29 funcionários que se ocupam habitualmente com outras tarefas, mas que se encontram devidamente preparados e organizados para actuar em situações de emer-gência, fazendo uso dos meios de 1ª intervenção e garantindo as intervenções de socorros até à chegada dos meios externos. Desta equipa faz parte um grupo de 9 socorristas responsável por prestar assistência de primeiros socorros quer a vítimas de acidentes de trabalho, quer de doença súbita. Está prevista para breve a divulgação destes contactos e dos procedimentos previstos no Plano de Emergência Interno, nomeadamen-te das instruções gerais de actuação face a situa-ções de emergência que devem ser do conheci-mento de todos, para que se possa realizar ainda este ano um exercício de segurança envolvendo a evacuação de um edifício.Ainda relativamente à área da SHST espera--se para breve a contratação de um serviço de Medicina do Trabalho, que para além das consultas e acompanhamento médico previstos na lei visa também a promoção da saúde através de campanhas de prevenção e informação dos funcionários.A realização de acções de formação, princi-palmente em SHST, tem sido outra função da USHA. Na área do ambiente, a colaboração dos alunos é fundamental, e neste sentido a USHA/EcoFEUP apoiou a criação do Núcleo Ambiental da FEUP (NaFEUP) formado por um grupo de alunos com preocupações ambientais, tem vindo a apoiar algumas das suas iniciativas, e espera continuar a poder contar com a sua colabora-ção na promoção de acções de sensibilização e divulgação junto de todos os alunos.

* Técnica Superior dos Serviços Técnicos

e de Manutenção – Unidade de Segurança, Higiene,

Saúde e Ambiente da FEUP

Foto

grafi

a: C

ristin

a So

ares

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

14

Page 15: BI 39
Page 16: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

a investigação na área da saúde realizada no lome

O Início da aventura na investigação médicaUma componente importante da missão da Uni-versidade do Porto consiste no desenvolvimento de novas tecnologias que possam contribuir para o progresso da sociedade portuguesa. A FEUP, sendo uma das suas principais escolas, tem já um longo historial de trabalhos de investigação com grande impacto social. Embora a investigação seja normalmente orientada para o progresso da sociedade é no desenvolvimento de tecnolo-gias de apoio à saúde que este objectivo é mais directamente compreendido. O Laboratório de Óptica e Mecânica Experimental (LOME) é uma unidade do DEMEGI/INEGI que integra a FEUP. Fundada pelo professor Joaquim Silva Gomes a partir do Laboratório de Análise Experimental de Tensões (LAET) do DEMEGI e pelo financiamen-to do programa CIÊNCIA (1991-1993) esta uni-dade assumiu como principal objectivo promover uma interface entre a Universidade do Porto e a indústria fornecendo apoio experimental a actividades de investigação na área do projecto, análise experimental de tensões e inspecção não destrutiva de estruturas e componentes mecâni-cos, Biomecânica, entre outras. Em associação com dois outros grupos (CEMACOM e CETRIB), o LOME integra a unidade de investigação da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) designada por EXPMAT - Unidade de Mecânica Experimental e Novos Materiais que foi classifi-cada como Excelente na última avaliação.

A investigação da Mecânica Experimental na área da saúde teve início na década de 80 do século passado, através da uma colaboração com o serviço de traumatologia e ortopedia do Hospital de S. João, projecto financiado pela Reitoria da U.Porto. O trabalho então realizado pelos profes-

sores J. Silva Gomes e A. Trigo Cabral consistiu na criação de um fixador externo para alonga-mento e imobilização de fracturas da tíbia e do fémur, que veio a ser designado por UNIPOR. Deste trabalho resultaram algumas dezenas de fixadores distribuídos pela empresa Artur Sal-gado - Material Médico-cirúrgico, LDA implanta-dos com sucesso em vários pacientes.O incremento da investigação em Mecânica Experimental e a sua divulgação através dos encontros Nacionais em Análise Experimental de Tensões - o 7º Encontro será realizado no início de 2008 na UTAD - , permitiram desencadear novos trabalhos com aplicações na área da saúde. De realçar os avanços conseguidos ao nível da investigação em próteses da anca e próteses dentárias removíveis. Os primeiros foram reali-zados durante os trabalhos de doutoramento do professor J. O. Simões e conduziram posterior-mente à criação do Laboratório de Biomecânica da Universidade de Aveiro. Os segundos resulta-ram dos trabalhos de doutoramento do Doutor J. C. Reis Campos, professor da Faculdade de Me-dicina Dentária da U.Porto e permitiram iniciar

uma frutuosa colaboração com esta Faculdade.Deve aqui destacar-se o papel da Associação Portuguesa de Análise Experimental de Tensões – APAET, na divulgação destes trabalhos pois, a partir do 4º Encontro realizado no Instituto Politécnico de Bragança em 2001, passou a incluir nos seus encontros um simpósio sobre Biomecânica. Porém, após Fevereiro de 2005 foi reabilitada a Sociedade Portuguesa de Biomecâ-nica e Bio materiais (SPBB) com a organização do seu 1º Encontro Nacional. Com o sucesso desta iniciativa foi a Sociedade rebaptizada por SPB, perdendo a designação de Bio materiais, passan-do o seu encontro a ser realizado de dois em dois anos - o terceiro será em 2009.Com o sucesso da SPB assistiu-se a uma prolife-ração de trabalhos de investigação envolvendo equipas multidisciplinares. Os investigadores do LOME tem participado em várias dessas equipas produzindo trabalhos de qualidade que têm sido alvo de publicações internacionais e originado alguns equipamentos, quer para diagnóstico, quer para aplicação clínica. Neste âmbito devem ser realçados os trabalhos realizados em técnicas de imagem para caracterização de formas ana-tómicas externas. Têm sido testadas diferentes abordagens, recorrendo a técnicas passivas e activas com criação do software e equipamen-tos necessários. Em breve ficará disponível um sistema de caracterização de forma por projecção de luz estruturada.

o caminho de sucesso do LomeAs técnicas para obtenção de formas anatómicas internas têm também sido objecto de inves-tigação por parte do LOME. No âmbito de trabalhos de pós-graduação têm sido desenvolvi-dos novos algoritmos para processamento da informação morfológica proveniente de exames por raios X ou TAC. Tratando-se de um tema de grande actividade que tem vindo a ser dinami-zado com a colaboração de elementos do LOME na organização de eventos e conferências, quer nacionais, quer internacionais: CompIMAGE - Computational Modelling of Objects Repre-sented in Images: Fundamentals, Methods and Applications, Coimbra 2006; Computational Methods in Image Analysis do The ninth U.S. National Congress on Computational Mechan-

INVESTIGAçãO & DESENVOLVIMENTO

O Laboratório de Óptica e Mecânica Experi-mental (LOME) tem alcançado importantes progressos no campo da saúde. O seu mais recente dispositivo médico pode aplicar-se em casos de doentes com pé diabético e representa uma grande inovação em termos de diagnóstico.

D.r

.

D.r

.

D.r

.

D.r

.

16

Page 17: BI 39

ics (USNCCM IX), San Francisco, USA, 2007; VIPimage - I ECCOMAS Thematic Conference on Computational Vision and Medical Image Processing, FEUP, 2007.Uma outra abordagem da Imageologia Médica utiliza materiais radioactivos e detectores de radiação para estudar o metabolismo interno e as suas alterações provocadas por patologias. Um consórcio nacional que integra o INEGI/LOME tem desenvolvido trabalhos de investigação

nesta área com vista ao desenvolvimento de um sistema para diagnóstico precoce do cancro da mama utilizando técnicas de PET (Positron Emission Tomography). Neste trabalho o INEGI assumiu a responsabilidade pela concepção de toda a Mecatrónica do primeiro protótipo que iniciará testes clínicos no Hospital Garcia da

Horta durante o corrente ano.Na área da concepção de novos equipamentos e dispositivos podem destacar-se alguns projectos realizados com sucesso. Num deles foi projectado e construído um dispositivo experimental para caracterizar o comportamento dinâmico de materiais. Este dispositivo foi posteriormente adaptado para obter as propriedades dinâmicas de osso cortical bovino, procurando estabelecer uma relação entre as suas propriedades mecâni-cas e a velocidade de solicitação. Actualmente, numa colaboração com a U. Aveiro e o Hospital Universitário de Coimbra, estão em curso ensaios para determinar as propriedades mecânicas estáticas do osso trabecular (esponjoso) humano.Outros sistemas com aplicações no diagnóstico médico têm sido desenvolvidos com sucesso estando dois deles em fase de registo de patente. Um deles foi desenvolvido em colaboração com elementos da Faculdade de Medicina dentária e consiste num dispositivo e método para a aquisição e análise do movimento mandibular tri-dimensional. O outro consiste no projecto e con-strução de um sensor para medir forças de corte geradas durante a locomoção na região plantar. Este último encontra múltiplas aplicações na investigação ligada ao desporto e à produção de calçado mas pode também constituir um meio de diagnóstico para os pacientes padecendo de neopatia diabética.No que respeita a análise do movimento por via de sistemas de imagem deve ainda destacar-se a participação de elementos do LOME no projecto ACTIDEF “Avaliação computacional e tec-nológica integrada de cidadãos com deficiência músculo esquelética”, que recentemente permitiu a criação de um laboratório de Análise do Movi-mento no Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG).

a cooperação estratégica entre instituiçõesFinalmente deve realçar-se que o LOME mantém actualmente várias colaborações com grupos de investigação desenvolvendo trabalhos na área da saúde. Da colaboração com a FMDUP resulta-ram trabalhos no estudo do comportamento de próteses fixas e implantes e a realização do 1º Curso de Biomecânica aplicada à Medicina Dentária, onde colaborou também o Laboratório de Biomecânica da Faculdade do Desporto. Da colaboração com o CRPJ e o SMIC têm resultado diversos trabalhos de pós-graduação em que são aprofundados alguns temas relacionados com o diagnóstico e tratamento de patologias bem como o aperfeiçoamento de técnicas de reabilitação.A integração da Imageologia médica com o desenho assistido por computador e as técnicas de prototipagem rápida, todas elas já devida-mente desenvolvidas em Engenharia, poderá permitir um elevado número de aplicações com interesse para a clínica médica. O LOME possui conhecimentos e experiência nestas áreas e mantém colaborações regulares neste domínio, com destaque para a colaboração recentemente iniciada com o serviço de cirurgia do Hospital Pediátrico de Coimbra. Neste caso procura-se desenvolver novos equipamentos e metodologias para a cirurgia de correcção de escolioses graves.

texto da responsabilidade de mário vazProfessor associado do DemeGi

D.r

.

D.r

.D

.r.

D.r

.

D.r

.

17

Page 18: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

FOTOREPORTAGEM

iniciativa da FeUP recebeu 3500 visitantes durante uma semana

mercado Ferreira borges acolhe exposição de materiais

De 1 a 7 de Abril decorreu no Mercado Ferreira Borges uma exposição de materiais organizada pela FEUP, com o intuito de sensibilizar a sociedade civil para um universo que está presente no dia-a-dia de todos os cidadãos.A FEUP convidou um conjunto de empresas para estarem pre-sentes e exporem os seus produtos. Pneus reciclados, mobiliário urbano, torneiras, ferramentas de corte industrial ou uma porta de um novo modelo automóvel constituiram apenas algumas das atracções da mostra, que teve ainda em exposição alguns materiais da antiguidade gentilmente cedidos pelo Museu do Carro Eléctrico, bem como azulejos, telhas e placas toponímicas cedidas pela Câmara Municipal do Porto (CMP).

Fotografias de Filipe Paiva

1�

Page 19: BI 39

1�

Page 20: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

roteiro da Ciência incluiu passagem pelo Porto

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, recebeu no passado dia 12 de Março, a visita do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no âmbito da segunda Jornada do Roteiro para a Ciência, dedicada às Tecnologias Limpas.Durante a sua visita Cavaco Silva incentivou à criação de mais empresas que se dediquem às energias renováveis e mostrou-se muito interes-sado pelos inúmeros projectos desenvolvidos pela FEUP neste domínio.

Na segunda jornada do Roteiro para a Ciência, Cavaco Silva visitou o Parque eólico de S. Paio, em Vila Nova de Cerveira, e parou no Porto para visitar a Faculdade de Engenharia da U. Porto, tendo oportunidade de tomar contacto com algu-mas das suas valências únicas na área energética. Neste contexto, o Presidente da República conheceu o projecto da Faculdade na criação de um conjunto de módulos de software que constituirão um sistema de previsão da produção eléctrica de base eólica, o seu envolvimento num consórcio que rentabilizará a energia das ondas e no combate à erosão da orla costeira, e mais um conjunto de projectos de investigação nacionais e internacionais nas áreas de ordenamento, estru-turas de defesa costeira, alimentação artificial de praias e monitorização de zonas de risco.Impressionado e satisfeito com a dinâmica de excelência da FEUP Cavaco Silva agradeceu a hospitalidade e salientou a importância das energias renováveis para o nosso país, “criam empresas, empregos e podem transformar-se num factor de desenvolvimento e de competi-tividade do país; trata-se de promover junto dos portugueses as energias renováveis, compatíveis com a sustentabilidade do ambiente”, disse.

Feup recebeu a visita do presidente da República

Cumprir as metas ambientaisDurante a sua visita à FEUP o PR defendeu que “Portugal deve avançar mais no domínio das energias limpas e também na produção de energia hídrica”, de forma a cumprir as metas estabelecidas por Bruxelas. Cavaco Silva recor-dou mais uma vez “a grande dependência externa em relação ao petróleo” e “os compromissos no domínio ambiental a respeitar”, salientando por isso a importância em “promover as energias ren-ováveis que sejam compatíveis com o ambiente e por outro lado que sejam uma fonte de riqueza”.O Chefe de Estado considera que este é um dos

O reconhecimento internacional do traba-lho de investigação realizado na FEUP tem sido um dos pilares essenciais na vida da instituição, que tem direccionado os seus projectos para áreas ligadas ao crescimento sustentável.São internacionalmente reconhecidas as competências nas áreas da energia e do ambiente, saúde e das ciências da vida, dos transportes e das comunicações. Aliás, a Fundação para a Ciência e Tecnologia avaliou com “excelente” ou “muito bom”, 15 dos centros de investigação que envolvem cerca de 160 investigadores da FEUP.

sectores que, por exigir grande capacidade de inovação, pode trazer a comunidade científica portuguesa para junto dos empresários, tornando o País mais competitivo, através de parcerias entre as universidades e seus centros de investi-gação e as empresas.Depois de cerca de hora e meia de visita às instalações da FEUP, almoçou na Cantina da Faculdade numa mesa reservada para a Comitiva que o fez acompanhar, mas sob os olhares atentos

e entusiastas dos estudantes.À mesa, o PR teve a companhia do Reitor da U. Porto, José Marques dos Santos, e do Director da FEUP, Carlos Costa, mas também do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, e do mi-nistro da Economia, Manuel Pinho, entre outros.A visita de Cavaco Silva continuou durante a tarde nas empresas Martifer e na Universidade de Aveiro. ( http://sicc.fe.up.pt/eventos/visitapresidencial )

FeuP Por dentro

Foto

grafi

a: R

ui A

. Car

doso

Foto

grafi

a: R

ui A

. Car

doso

Foto

grafi

a: R

ui A

. Car

doso

20

Page 21: BI 39

FeuP Por dentro

Incontinência urinária com fim à vista

investigador da Feup preocupado com Saúde públicaAtravés de um programa de computador, da geometria do corpo humano e respectivas pro-priedades mecânicas dos tecidos, e dum modelo matemático, o investigador e docente da FEUP Renato Natal Jorge, apoiado por uma equipa de médicos do Hospital de S. João e investigadores da Faculdade de Medicina da U. Porto, ambicionam ajudar a mulher na luta contra a incontinência urinária.

“Modelação do dano do pavimento pélvico e respectivas implicações clínicas” é o nome do projecto do investigador Renato Natal Jorge, do Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da FEUP, que vem revolucio-nar a Saúde Pública. Envolvendo a Faculdade de Engenharia desde 2003, esta investigação resulta da parceria imprescindível com o Hospital de S. João do Porto e o envolvimento de alguns inves-tigadores da Faculdade de Medicina da U. Porto. Dando provas do “quão fundamental é a parceria entre a engenharia e a medicina”, como explica o investigador, este pretende ser mais um factor de consideração na hora da mulher «dar à luz».Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, esta investigação criou um simulador que estuda o comportamento biomecânico dos órgãos relacionados com a cavidade pélvica da mulher pretendendo contribuir para um melhor entendimento da biomecânica dos tecidos moles e ajudar a vertente clínica a resolver ou atenuar patologias relacionadas com a gravidez (regra geral, a incontinência urinária e fecal, e o pro-lapso nomeadamente o genital).

Num programa de computador, Renato Natal Jorge e a respectiva equipa de investigação juntaram à geometria do corpo humano, um modelo matemático e as respectivas propriedades mecânicas dos tecidos, e aplicaram algumas me-todologias já utilizadas na engenharia aos tecidos vivos, e o resultado é animar um projecto que ajudará, por um lado as mulheres a prevenirem a incontinência urinária aconselhando-as melhor, e, por outro o médico na tomada de certas decisões, nomeadamente optar entre um parto vaginal ou uma cesariana.

incontinência urinária afecta muitas mulheres portuguesasO esforço do pavimento pélvico (uma zona musculada mas muito fina e que funciona como estrutura de suporte aos órgãos pélvicos) a que o nascimento do feto obriga, os maus posiciona-mentos durante o trabalho de parto, e outros factores associados às estruturas de suporte, jus-tificam a exploração desta área da biomecânica (a dos tecidos moles) e que constitui um desafio internacional. E os números são prova disso: 1/3 das senhoras com menos de 60 anos sofrem de incontinência urinária, e estima-se que cerca de 50 por cento acabem por experimentar durante a sua vida alguma forma de incontinência urinária.Sendo este um problema que afecta maioritaria-mente mulheres que já fizeram um parto vaginal, sendo o número de mulheres que nunca o fizeram muito reduzido, Renato Natal Jorge arrisca em afirmar tratar-se de um fenómeno de Saúde Pública que afecta psicossocialmente a mulher.

“Estatisticamente, em termos de investigação em medicina, regra geral uma senhora que tenha tido um parto vaginal tem com certeza algum tipo de incontinência pós-parto… os tecidos são fortemente forçados e relaxados, é certo que na maioria dos casos eles têm tendência a recupera-rem a sua forma original, contudo, nem em todos os casos. Em algumas senhoras ela verifica-se após meses e até anos. O que estamos a tentar determinar é qual o esforço a que o pavimento pélvico pode ser sujeito durante o parto vaginal”, explica.Este projecto vem ainda revolucionar a área da engenharia Biomecânica na FEUP, instituição com experiência sólida na Biomecânica óssea, contudo transpô-la para tecidos moles, uma área menos desenvolvida, foi um desafio abraçado e que dará ainda (caso se confirme financiamento) grandes alegrias.

alunos da FeUP recebem Prémio secil Universidades 2006

tradição e inovação abraçadas num projecto transparenteA FEUP foi mais uma vez distinguida na sessão de entrega dos Prémios Secil 2006. O projecto “Reconstrução da Ponte Pênsil entre as Ribeiras do Porto e Gaia”, desenvolvido por três alunos de Departamento de Engenharia Civil, arrecadou um dos prémios graças à junção da “tradição” com a inovação”.

Os alunos da FEUP António Pedro Simões da Silva Braga, Hugo Jorge Ribeiro Pinto e Joana Pascoal Teixeira venceram recentemente o “Prémio Secil Universidades 2006” na categoria Engenharia Civil, com o trabalho “Reconstrução da Ponte Pênsil entre as Ribeiras do Porto e Gaia”. Orientados pelo docente Álvaro Azevedo, do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, os três futuros engenheiros civis perspectivaram a concepção de uma ponte pedonal que liga as mar-gens do rio Douro, junto à ponte Luiz I, no local

da antiga Ponte Pênsil (originalmente denomi-nada Ponte D. Maria II) aproveitando os pilares já existentes. Não pondo de lado o enquadramento histórico, para este novo projecto foi escolhido um sistema estrutural do mesmo tipo da antiga ponte Pênsil - que era uma ponte suspensa -, inovando princi-palmente na introdução de um cabo inferior “de forma a melhorar o comportamento dinâmico da nova ponte”, garantem. Adoptando materiais nobres e de elevada re-sistência, tais como o vidro laminado e o carbono, o projecto foi desenvolvido com preocupações es-téticas e de enquadramento num local histórico, tendo sido apoiado numa forte base científica.A junção da “ tradição” da antiga ponte Pênsil à inovação dos sistemas estruturais actuais, de forma esbelta, sinuosa e «dinâmica», resultaram numa estrutura incapaz de passar indiferente a qualquer olhar. Primando, apesar de tudo,

pela «transparência», pretende “fazer parte do quotidiano dos utilizadores das ribeiras do Porto e Gaia” sendo “invisível para quem a observa de longe, mas marcante para quem a atravessa”, como revelam orgulhosamente os responsáveis pelo projecto. Os três alunos FEUP receberam o Prémio Secil Universidades 2006 dia 30 de Março, em Lisboa.

D.r

.D

.r.

21

Page 22: BI 39

semana aberta revela engenharia a estudantes do secundário

Foram quatro os percursos recheados de experiências que deram a conhecer o outro lado da engenharia e ajudaram os estudantes do secundário a decidir as futuras carreiras.Este ano com um novo formato a Semana Aberta da FEUP dedi-cou-se durante os três primeiros dias à visita das escolas secun-dárias, ficando os dois últimos reservados à rubrica “Engenheiro por um dia” – percursos personalizados para estudantes do se-cundário com média superior a 15 valores.Sob o tema “Áreas do Conhecimento”, esta edição contou com cerca de meia centena de actividades (estruturadas segundo áreas de conhecimento de engenharia) e mais de 1500 jovens que se surpreenderam e seduziram pela oferta de cursos de gradua-ção da Faculdade.

http://sicc.fe.up.pt/SemanaAberta/2007

rede eUres na FeUP ajuda a “recrutar” engenheiros para a noruega

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) acolheu no passado dia 21 de Março, uma sessão de informação para divulgação de oportunidades de emprego na Noruega dirigida a alunos graduados na área de Engenharia. Resultado da colaboração entre o IEFP - rede EURES (Serviços Europeus de Emprego) e a Divisão de Cooperação (área da Cooperação Empresarial) da FEUP, a iniciativa incluiu ainda uma sessão de apresentação da Rede de Serviços EURES, que contou com a participação de conselheiros nacionais e de uma outra sessão subordinada ao tema “Viver e trabalhar na Noruega”, da responsabilidade de conselheiros noruegueses. Recorda-se que a EURES é uma rede constituída pela Comissão Europeia e pelos Serviços Públicos de Emprego dos países pertencentes ao Espaço Económico Europeu, que fornece serviços de informação e aconselhamento a trabalhadores, candidatos a emprego e empregadores, sobre as oportuni-dades do mercado de trabalho europeu. Em Portugal, a Rede EURES está integrada no Instituto do Emprego e Formação Profissional e nos Serviços de Emprego das regiões autónomas dos Açores e Madeira.

Gas Porto e FeUP procuram integração de estudantes dos PaLoP

O Comissariado Cultural da FEUP colaborou, entre 19 e 23 de Março, com a Associação GASPorto na organização do projecto “Encontro #1”, que aconteceu no Auditório da Faculdade.Este projecto prova a preocupação do GAS e do Comissariado Cultural na integração dos estudantes em geral, e muito especialmente dos estudantes dos PALOP, contando por isso com o envolvimento de estudantes de Cabo Verde.No final da iniciativa as conclusões já se previam: “neste aspecto há ainda um longo caminho a percorrer”.

FeuP Por dentro

“Para lá dos Palcos”

A Tuna de Engenharia da Universidade do Porto lançou recentemente o seu mais recente trabalho discográfico intitulado “Para lá dos Palcos”.O lançamento do CD, que teve lugar no Auditório da FEUP incluiu um espectáculo aberto a toda a Comunidade FEUP que deu a conhecer alguns dos temas deste novo projecto.“Para lá dos Palcos” é fruto de alguns anos de trabalho e contém diversas músicas, algumas das quais acompanham a TEUP desde sempre.

Foto

grafi

a: F

ilipe

Pai

va

Foto

grafi

a: C

ristin

a So

ares

D.r

.

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

22

Page 23: BI 39

FeuP Por dentro

a nova cerveja é já um sucesso de vendas

Feup e uniceR lançam Superbock sem álcoolO projecto começou a ser desenvolvido em 2004 e vem mostrar, uma vez mais, que é possível encontrar plataformas de cooperação entre as unidades industriais e os laboratórios de investi-gação das universidades

Lançada no mercado em Fevereiro deste ano, a nova SuperBock sem álcool resulta de um processo inovador e único a nível mundial, de-senvolvido em parceria com o Departamento de Engenharia Química da FEUP e a UNICER. O resultado é uma cerveja que garante aos consumidores mais exigentes todo o sabor de SuperBock Autêntica, numa cerveja sem álcool, com uma gama ajustada aos mais diversos públicos. Em pouco mais de um mês foram vendidos um milhão de litros, o que traduz o reconhecimento de todos os esforços desenvolvi-dos para a criação da melhor cerveja sem álcool do mundo. Esta cerveja foi conseguida através de um processo totalmente inovador: a extracção de aromas da cerveja original que é realizada usan-do uma tecnologia de membranas relativamente recente – a pervaporação. Este sistema, da auto-ria do investigador Adélio Mendes, do DEQ, em

colaboração com o professor Luís Madeira e da aluna de doutoramento Margarida Catarino, consiste no escoamento da cerveja sobre uma membrana selectiva, ao mesmo tempo que se impõe vácuo do outro lado. Os aromas atraves-sam selectivamente a membrana, evaporando--se na câmara de permeado e sendo depois recolhidos num condensador, a temperaturas inferiores a -80°C. O extracto aromático que se obtém por este processo é extremamente concentrado e basta adicionar cerca de 0,2 por cento em volume para obter uma cerveja equi-librada em aromas. O processo de pervapora-ção permite ainda ajustar o aroma ao tipo de cerveja que se deseja produzir: mais jovem ou mais madura, mais frutada ou mais discreta. A investigação não vai parar e novos projectos de investigação estão já a ser discutidos entre a FEUP e a UNICER, mais concretamente com uma equipa do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente e Energia (LEPAE) do DEQ. Estes processos vão desde a valorização de produtos actualmente rejeitados, desenvol-vimento de embalagens e sua caracterização e aprofundamento da extracção de aromas.

D.r

.

Page 24: BI 39

FeUP em destaque na mostra da U. Porto

Diversas experiências laboratoriais interactivas e projectos de In-vestigação e Desenvolvimento foram algumas das actividades que a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto apresentou entre 15 e 18 de Março durante a 5ª Mostra da Universidade do Porto – Ciência, Ensino e Inovação. A FEUP e os seus institutos associados mobilizaram cerca de um terço das actividades presentes na exposição, que teve lugar no Pavilhão Rosa Mota, no Porto.Automobilismo de baixo custo, perfumes e a eficiência da energia eólica, submarinos de vigilância foram apenas alguns dos projec-tos representativos do dinamismo da maior faculdade da U. Porto, quer ao nível de I&D quer ao nível do envolvimento dos alunos em grande parte das actividades desenvolvidas na instituição.

aluno da FeUP vence Concurso mundial de Pesquisa em e-Books

O estudante do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Com-putação da FEUP, Rui Pedro Silva Soares Amor, foi o vencedor do “Con-curso Mundial de Pesquisa em E-Books”, lançado pelo editor Knovel e divulgado pela Biblioteca da faculdade. De entre 1700 estudantes de insti-tuições de ensino superior oriundas de 46 países de todo o mundo, a FEUP teve uma participação considerada “excelente” pela própria Knovel. Recorde-se que o “University Challenge”, terminado a 13 de Novembro de 2006, consistiu na resposta a um questionário de carácter técnico, para o qual foi necessário fazer pesquisa de informação científico-técnica na plataforma de livros electrónicos da Knovel. O prémio – um cheque no valor de 500 dólares - foi entregue ao vencedor no passado dia 8 de Fevereiro, em cerimónia pública que teve lugar na Faculdade de Engenharia, pelas mãos do presidente do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, professor José Silva Matos.

marque “encontro às 5” com a FeUP

A FEUP iniciou dia 15 de Março a primeira edição de uma série de encon-tros informais que se vão realizar mensalmente, entre Março e Julho, todas as Quintas-feiras, às 17 horas. A terem lugar na Sala I -105 do Departamento de Engenharia Electrotéc-nica e de Computadores estes encontros visam falar de assuntos que o preocupam, debater temas que receia, levá-lo a apresentar ideias que sur-preendam.Com a contribuição de um painel de convidados que se altera de mês para mês mas que promete dar que falar, sob a moderação do director da Facul-dade, Prof. Carlos Costa, os “Encontros às 5” procuram o envolvimento de toda a Comunidade FEUP.A iniciativa é da organização conjunta do Departamento de Recursos Hu-manos e do Serviço de Imagem, Comunicação e Cooperação da FEUP.( http://sicc.fe.up.pt/EncontrosAs5 )

FeuP Por dentro

Colaborador da FeUP/CiCa vence prémio “test-a-thon”

Filipe Silva, especialista de informática da FEUP/CICA, venceu o prémio “Test-A-Thon” durante a conferência OPP 2007 The Oracle PL/SQL Pro-gramming Conference, realizada em São Francisco/ Califórnia/EUA. O prémio foi atribuído ao colaborador da Faculdade de Engenharia devido à melhor performance na realização de testes com código PL/SQL (lin-guagem de programação nativa da DB Oracle). Filipe Silva utilizou uma ferramenta chamada “Quest Code Tester for Oracle” pela facilidade e sim-plicidade com que se adequava ao processo de testes.

Foto

grafi

a: F

ilipe

Pai

va

Foto

grafi

a: R

ui A

. Car

doso

D.r

.

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

24

Page 25: BI 39

FeuP Por dentro

iBm e FeUP assinam protocolo de colaboração

Feup é pioneira ibérica na investigação com fins humanitáriosA Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto assinou no final do mês de Março um proto-colo de cooperação com a IBM Corporation. Com a assinatura deste protocolo a FEUP associa-se ao “World Community Grid” sendo a primeira institui-ção a nível ibérico a contribuir para a realização de pesquisas com fins humanitários.

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) tornou-se recentemente parceira do “World Community Grid”, uma comunidade que utiliza tecnologia grid desenvolvida pela IBM e que permite congregar o poder computacional colectivo de milhões de utilizadores pessoais e institucionais, de forma a contribuir para a resolução de problemas humanitários ligados a doenças e genética, ambiente, desastres naturais e sustentabilidade mundial. A parceria foi for-malizada na FEUP, na sala B032, em cerimónia pública onde estiveram presentes representantes das duas entidades (conforme foto abaixo).A FEUP é, assim, a primeira instituição de ensino superior e investigação a nível ibérico a associar--se a esta comunidade, unindo-se à IBM e a um grupo de mais de 150 empresas e instituições espalhadas por todo o mundo. Fruto da parceria entre estas entidades, o “World Community Grid” surgiu em 2004, tendo a IBM doado o hardware,

o software, os serviços técnicos e o conhecimento para construir esta inovadora plataforma tecnoló-gica. Desde o seu nascimento, foram já iniciados seis projectos e prevê-se o início de mais de seis para 2007.Carlos Costa, director da FEUP, destaca a importancia do envolvimento da FEUP. “‘O World Community Grid’ proporciona aos nossos colaboradores uma forma eficiente e eficaz de colaborar na resolução de problemas que afligem a humanidade. Incentivamos a adesão ao “World Community Grid” para melhorar a vida das nos-sas comunidades”, salienta.Por sua vez, José Joaquim de Oliveira, presi-dente da IBM Portugal avança que “a aposta na inovação tecnológica pode fazer a diferença para todo o mundo” e levanta a questão: “Se apenas parte de toda a capacidade de processamento dos 650 milhões de computadores pessoais existentes em todo o mundo está a ser utilizada, porque não utilizar a restante em prol de causas humanitá-rias à escala planetária?”. O presidente da mul-tinacional revela ainda que o principal objectivo será “contribuir para a criação da maior rede informática pública e fornecer aos investigadores ferramentas eficazes para resolverem questões que assolam a humanidade, como é o caso da luta contra o cancro ou a contra a SIDA ou a gestão de

ameaças ambientais, cuja solução está apenas à distância de um clique, o do download do softwa-re World Community Grid”, garante.( http://www.worldcommunitygrid.org )

Utilização simples e segura

Para aderir, os parceiros devem visitar o site www.worldcommunitygrid.org, instalar o sof-tware e seleccionar as causas humanitárias para as quais pretende doar a sua potência de computação. Quando se encontram em modo idle (estado inactivo), e sem prejuízo para a sua performance, os computadores solicitam e recebem trabalho do servidor associado ao programa, executando, uma após outra, as tarefas relativas às categorias seleccionadas pelo utilizador.Em Fevereiro deste ano, aproximadamente 265 mil pessoas de 194 países tinham regis-tado cerca de 545 mil computadores, contri-buindo com 80.500 anos de tempo compu-tacional para esta rede mundial. Alimentado diariamente por milhares de utilizadores, o “World Community Grid” posiciona-se ainda entre os dez primeiros super computadores do mundo.

Foto

grafi

a: R

ui A

. Car

doso

Page 26: BI 39

FaCULDaD

e De en

Gen

har

ia univer

sidade d

o Po

rto

FeuP Por dentro

FeUP com um pé no oriente

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto recebeu, a exemplo de outras unidades orgânicas da U. Porto, a visita de duas universidades chine-sas, naquele que terá sido o primeiro passo para o estreitar de relações entre a Universidade do Porto e o mais populoso país do mundo. As delegações visitantes, oriundas da Universidade de Macau e do Beijing Institute of Tec-nhology, constituíram uma oportunidade estratégica da U. Porto para entrar na China, o maior e mais promissor mercado do mundo, com mais de 1,31 biliões de pessoas. A primeira delegação a visitar-nos foi a da Universidade de Macau. Recebida pelo director Carlos Costa, a comitiva de responsáveis académicos, científi-cos e administrativos conheceram o Departamento de Engenharia Química, o Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, o Depar-tamento de Mecânica e Gestão Industrial e o Departamento de Engenharia Civil.A FEUP foi a última paragem da “digressão” dos macaenses que, durante sete dias, conheceram mais profundamente as universidades portuguesas e o sistema de ensino superior português, com vista ao futuro desenvolvimento de protocolos de cooperação institucional. Dois dias mais tarde, a FEUP recebe uma delegação do BIT - Beijing Insti-tute of Tecnhology, escola da capital chinesa com mais de 37 mil estudantes, particularmente reconhecida pela sua capacidade de I&D na área das Enge-nharias. A delegação chinesa conheceu as instalações de várias instituições da U. Por-to e realizou uma série de reuniões bilaterais com os responsáveis dessas unidades. Esta visita teve o propósito declarado de lançar as bases para um futuro acordo de mobilidade de estudantes, docentes e investigadores da área das Engenharias entre o BIT e a U. Porto.

Projecto “she” em Portugal distinguido pela Comissão europeia

O Consórcio “SHE” (Sustainable Housing in Europe), de que é parceiro o ID-MEC sob a responsabilidade do Prof. Eduardo Maldonado, foi recentemente distinguido pela Comissão Europeia com o “Prémio da Energia Sustentável 2007”, na categoria de “Parcerias público--privadas”, por permitir a poupança de energia em habitações de custos con-trolados construídas de forma sustentável.Este projecto europeu inclui a construção de cerca de 100 novas habitações promovidas pela NORBICETA na Ponte da Pedra, Matosinhos. Trata-se do primeiro empreendimento cooperativo de construção sustentável em Portu-gal em que, dentro dos limites de custo da habitação social, foram obtidos desempenhos energéticos que superam os actuais requisitos regulamentares em pelo menos 20%. Este empreendimento representa a participação portuguesa num consórcio que envolve construção de várias centenas de fogos por cooperativas em mais 3 países (Itália, Dinamarca e França). Proporciona também a criação de espaços de lazer e convívio, estabelecendo um relacionamento saudável com o meio envolvente. Há que destacar a parceria com a Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE), o Instituto Nacional de Habitação (INH) e a Câmara Municipal de Matosinhos. O projecto SHE produziu um manual para a concepção de edifícios sustentáveis que foi adoptado pela FENACHE para as suas futuras iniciativas, havendo já outras cooperativas nacionais a adoptar estes princípios na promoção de novos empreendimentos.( http://www.she.coop )

FeUP acolheu simpósio sobre materiais do futuro

Investigadores de 35 países estiveram reunidos na FEUP para discutir a melhor forma de articular a investigação científica e a aplicação industrial dos materiais, no âmbito do 13º Encontro da Sociedade Portuguesa de Ma-teriais e da IV edição do Simpósio Internacional de Materiais. De 1 a 4 de Abril, especialistas de todo o mundo debruçaram-se sobre o comportamento e aplicação dos materiais em áreas como a produção, o armazenamento e o transporte de energia, metais e ligas, biomateriais, materiais inteligentes e electrónicos para aplicação em Engenharia Civil ou para aplicação em transportes e Engenharia Mecânica.Nesta nova era tecnológica o grande desafio para os académicos e para os in-dustriais passa por entender a forma como cada um deles pode interagir, de modo a maximizar os esforços comuns de desenvolvimento. A descoberta de novos materiais e a optimização dos já existentes, desde uma escala nano até uma macro-escala, são os grandes desafios colocados neste início de século.

sessão de informação sobre o Programa erasmus mundus

A Faculdade de Engenharia da U. Porto, recebeu no passado dia 16 de Março uma sessão de informação sobre o Programa Erasmus Mundus - um progra-ma da Comissão Europeia na área do Ensino Superior que visa fortalecer os laços de cooperação entre as Universidades europeias e as Universidades do resto do Mundo. O objectivo deste encontro, organizado pelo Serviço de Relações Internacio-nais da U. Porto, foi responder a questões ligadas à participação em novas colaborações internacionais enquadradas nos Programas Europeus de Edu-cação e Formação, contando para esse efeito com as presenças de José Guti-érrez Fernández, responsável pela selecção, financiamento e monitorização dos projectos “ERASMUS MUNDUS Master Courses”, na Erasmus Mundus Unit da EACEA - Education, Audiovisual & Culture Executive Agency, da Comissão Europeia, John Greenfield, da Faculdade de Letras da U. Porto, e José Alberto Machado da Silva, da Faculdade de Engenharia da U. Porto, peritos na avaliação de candidaturas ao “Programa Erasmus Mundus”, em Bruxelas. A docente Manuela Terrasêca, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U. Porto, colaborou também na sessão dando o testemunho da sua experiência na candidatura de um Mestrado Erasmus Mundus aprovado em 2006, na área da Educação. Durante a sessão foi ainda feita uma apresentação geral do “Programa ERAS-MUS MUNDUS”: Mestrados Erasmus Mundus; Bolsas; Redes/Consórcios; “External Cooperation Window”. Importa referir que este programa visa apoiar a criação cursos de mestrado internacionais e a concessão de bolsas de estudo para estudantes dos países terceiros.

Foto

grafi

a: R

ui A

. Car

doso

Foto

grafi

a: R

ui A

. Car

doso

D.r

.

26

Page 27: BI 39
Page 28: BI 39