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Edição Nº 406 – Boletim Semanal da Embrapa Cerrados – 24 de abril de 2013 Cerrados eletrônico D uas sessões solenes marcaram o início da semana em que se comemoram os 40 anos da Embrapa. Na segunda-feira (22), o evento foi realizado no Sena- do Federal e, na terça, na Câmara dos Deputados (23). Empregados da Embrapa Cerrados marcaram presença nas duas sessões. Estavam presentes na cerimônia o presiden- te Maurício Lopes, os diretores-executivos e diversos chefes de unidades centrais e descentralizadas, entre eles, o chefe- -geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres. Na terça-feira, após a sessão solene na Câmara, foi aberta oficialmente a exposição “Ciência que transforma a Vida”. Nas imagens da mostra, que ficará montada até esta sexta-feira (26), estão representados os cinco conceitos do Selo Comemo- rativo dos 40 anos da Embrapa, que simboliza a trajetória da pesquisa agropecuária: inovação, parceria, modernidade, sus- tentabilidade e capacidade de antecipação. Programação – nesta quarta-feira (24), será realizada na Embrapa Sede, às 18h, a cerimônia oficial em comemoração ao aniversário da Empresa. O evento contará com assinaturas de convênio e contratos de cooperação, apresentação de ativi- dades, homenagens, além da exposição de produtos e tecno- logias. Na ocasião, também será lançado o Prêmio Frederico Veiga. As comemorações prosseguem até o sábado (27) quan- do será realizado o baile de aniversário da Embrapa. Os inte- ressados em adquirir ingressos podem entrar em contato com a AEE/DF pelo telefone 3448 4250. Sessões solenes marcam início das comemorações 40 anos da Embrapa

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Edição Nº 406 – Boletim Semanal da Embrapa Cerrados – 24 de abril de 2013

Cerradoseletrônico

Duas sessões solenes marcaram o início da semana em que se comemoram os 40 anos da Embrapa. Na segunda-feira (22), o evento foi realizado no Sena-do Federal e, na terça, na Câmara dos Deputados

(23). Empregados da Embrapa Cerrados marcaram presença nas duas sessões. Estavam presentes na cerimônia o presiden-te Maurício Lopes, os diretores-executivos e diversos chefes de unidades centrais e descentralizadas, entre eles, o chefe--geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres.

Na terça-feira, após a sessão solene na Câmara, foi aberta oficialmente a exposição “Ciência que transforma a Vida”. Nas imagens da mostra, que ficará montada até esta sexta-feira (26), estão representados os cinco conceitos do Selo Comemo-rativo dos 40 anos da Embrapa, que simboliza a trajetória da pesquisa agropecuária: inovação, parceria, modernidade, sus-tentabilidade e capacidade de antecipação.

Programação – nesta quarta-feira (24), será realizada na Embrapa Sede, às 18h, a cerimônia oficial em comemoração ao aniversário da Empresa. O evento contará com assinaturas de convênio e contratos de cooperação, apresentação de ativi-dades, homenagens, além da exposição de produtos e tecno-logias. Na ocasião, também será lançado o Prêmio Frederico

Veiga. As comemorações prosseguem até o sábado (27) quan-do será realizado o baile de aniversário da Embrapa. Os inte-ressados em adquirir ingressos podem entrar em contato com a AEE/DF pelo telefone 3448 4250.

Sessões solenes marcam início das comemorações

40 anos da Embrapa

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Democratizar a genética Nelore BRGN da Embrapa aos pecuaristas brasileiros. Esse foi o principal objetivo do 3º Leilão de Tou-ros e Matrizes da raça Nelore marca BRGN, realizado pela Embrapa Cerrados e pela empresa Mult Leilões no último sábado (20), nos campos experimentais do centro de pesquisa, em Planaltina (DF). O even-to atraiu mais de 300 pessoas e realizou a venda de 151 animais P.O. e comerciais.

Na abertura, o chefe-geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres, destacou que o evento representa muito mais que um simples leilão. “Este é um grande even-to de transferência de tecnologia, em que o sistema de produção a pasto é o grande fator diferencial para o Nelore BRGN, um produto da Embrapa com os nossos parcei-ros. Nossos tourinhos hoje leiloados nada mais são que a inteligência da Empresa co-locada à disposição do produtor. É todo um esforço multidisciplinar em um animal res-ponsivo, com eficiência e a qualidade que a sociedade exige”, disse.

Coordenador dos trabalhos de pesquisa com o Nelore BRGN, o pesquisador Cláu-dio Magnabosco, da Embrapa Cerrados, acrescentou que o leilão “é uma grande oportunidade de democratizar a genéti-ca de qualidade, oferecendo animais com características que permitem suportar as dificuldades de produção no Cerrado”. Ele também salientou a participação dos parceiros cotistas em genética do Nelore BRGN na Embrapa – Carlos Viacava (Nelo-re CV); César Brugnera, Marco Pedroza e o cantor Leonardo (Nelore CBMW) e Robert Berger (Nelore ECOZ). “Eles trouxeram o que tinham de melhor no plantel, pois são nossos parceiros em genética de qualida-de”, afirmou.

O leiloeiro Fernando Costa conduziu o leilão, enquanto Magnabosco apresentava e comentava as principais características zootécnicas dos lotes oferecidos. Os produ-tores que prestigiaram o leilão aprovaram a qualidade dos animais ofertados. Sele-cionador de gado há mais de 30 anos, José Maria dos Anjos, da Fazenda Amaral (Mon-te Alegre, GO), declarou que a evolução ge-nética do BRGN “salta aos olhos”. “A gente percebe o avanço da genética e a incorpo-ração das características desejáveis desde que se passou a adotar critérios de seleção, utilizando animais provados”, observou.

Outro produtor que se surpreendeu com o avanço genético do Nelore BRGN foi Fer-nando Guimarães, da Fazenda Camapuã (Paranaiguara, GO). Ele arrematou um lote de quatro fêmeas PO paridas e deu lances em alguns lotes de touros. “Fiquei surpre-so com a pressão de seleção tanto na parte racial como na parte de carcaça e na produ-ção”, disse.

Titular do Nelore CV, Ricardo Viaca-va considerou o leilão da Unidade o me-lhor evento de produção em 2013 até o momento. “Os bons preços alcançados, a grande disputa pelos lotes e a total liquidez são indicativos do excelente trabalho da Embrapa Cerrados com o Nelore BRGN”.

Já o gerente de Corte Zebu da CRV La-goa, Ricardo Abreu, observou que a seleção Nelore BRGN vem identificando e selecio-nando os animais melhoradores por meio das tradicionais provas de ganho de peso e comprovando a cada ano o progresso ge-nético através dos animais mais jovens de cada safra. “Animais das safras 2009, 2010 e 2011 foram bem valorizados e disputa-dos no leilão em que os criadores reconhe-ceram o trabalho realizado”, destacou.

3º Leilão Nelore BRGN comercializa 151 animais

Dia de Campo na TVGado Nelore com a marca

Embrapa - este é o tema da próxima edição do Dia de Campo na TV, que vai ao ar nesta sexta-feira (26), a partir das 9h, no Canal Rural (Net/Sky/Parabólica).

Produzido pela Embrapa Cerrados e pela Embrapa Informação Tecnológica, o programa vai falar sobre a qualidade e a evolução da genética dos bovinos Nelore BRGN, as vantagens da incorporação aos sistemas de produção dos pecuaristas e as novas possibilidades em pesquisa. Os convidados da entrevista em estúdio são o pesquisador Cláudio Magnabosco e o produtor Robert Berger, da Fazenda Ecoz, em Terezópolis de Goiás (GO).

O programa será reprisado na NBR (TV do Governo Federal, captada por cabo ou por parabólica) no domingo (28) às 7h e às 17h; na terça-feira, às 11h30; na quinta-feira, às 15h; e no sábado (4), às 7h.

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Pesquisadores da Embrapa, associados e técnicos da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Uni-pasto) estiveram reunidos, de 16 a 18 de abril, no 10º Workshop Embrapa-Unipasto. Eles discutiram o desenvolvimento de novas cultivares de forrageiras e a multiplicação de sementes, além da elaboração do Plano Anual de Trabalho (PAT) 2013/2014.

A Unipasto é uma associação composta por empresas produ-toras de sementes de forrageiras, distribuídas pelos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. No convênio com a Embrapa, a Unipasto oferece supor-te financeiro e logístico ao programa de melhoramento de forra-geiras desenvolvido pelas unidades Acre, Cerrados, Gado de Corte, Gado de Leite e Pecuária Sudeste. A Embrapa Produtos e Mercado também participa da parceria.

O chefe-geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres, ressaltou, na aber-tura do evento, a importância da intera-ção entre a pesquisa com forrageiras e o setor sementeiro para o avanço da agri-cultura brasileira. Ele afirmou que o de-safio é o desenvolvimento de cultivares que atendam à demanda cada vez maior por sistemas de produção integrados e sustentáveis.

“O processo de melhoramento gené-tico em forrageiras está tendo um gran-de avanço, principalmente com a biolo-gia molecular. No entanto, o sistema de produção é tão importante quanto o me-lhoramento genético. Não podemos ne-gligenciar o manejo e a produção de se-mentes. Semente tem que ser o grande produto do nosso trabalho”, destacou Peres.

Embora as cultivares recomenda-das pela Embrapa sejam responsá-veis por mais de 80% do negócio de sementes forrageiras no Brasil, exis-te a preocupação com a perda de par-ticipação no mercado, como já acon-teceu em relação às cultivares de soja, algodão e milho. Segundo Ronaldo Andrade, gerente da Embrapa Produ-

tos e Mercado, o programa de forrageiras é um dos pro-gramas especiais da Embrapa, tendo como meta manter o posicionamento da empresa no mercado de cultivares.

Para o presidente da Unipasto, Luís Fernando Calábria, é com a capacidade de pesquisa da Embrapa que o setor pri-vado pode enfrentar a competição do mercado. “Este con-vênio tem se solidificado ao longo dos anos e temos pers-pectivas de bons lançamentos. O preço de sementes é o que define o mercado. E quanto mais informações e tecnologias tivermos, maior segurança teremos ao lançarmos as culti-vares”, afirmou.

Cultivares – Os dois primeiros dias do Workshop foram dedicados às apresentações sobre os avanços na pesquisa com os gêneros Panicum, Pennisetum, Arachis, Cajanus, Pas-palum, Andropogon, Brachiara e Stylosanthes.

Duas novas cultivares do gênero Panicum maximum es-tão em avaliação. A expectativa é de que uma das cultivares seja lançada ainda este ano. No primeiro momento, a culti-

var terá indicação de uso para o bioma Amazônia e, posteriormen-te, será estendida para o Centro-Oeste. Os ensaios de pastejo e de corte dessas cultivares estão sendo feitos pelas unidades Acre, Cerrados e Gado de Corte.

Estudos para determinar o valor de cultivo e uso de duas culti-vares de capim-elefante para os biomas Mata Atlântica e Amazô-nico estão em desenvolvimento. O lançamento das cultivares está previsto para 2016. Em fase já mais adiantada, de multiplicação de sementes pela Unipasto, está outra cultivar do gênero Penni-setum, cujo lançamento poderá ocorrer ainda este ano. Também

existem perspectivas de lançamentos de cultivares dos gêneros Arachis, Ca-janus e Paspalum. Algumas dessas cul-tivares estão em processo de regis-tro e proteção junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to (Mapa).

Com relação ao gênero Andropogon, foi defendido que os trabalhos ainda precisam ganhar robustez. A intenção é aumentar a pressão de seleção e, as-sim, verificar se com essa estratégia é possível elevar também a participação dos indivíduos superiores na popula-ção dos descendentes. Isso, segundo os especialistas, poderia trazer certa dose de uniformidade ao material. Já com relação às pesquisas relacionadas ao gênero Stylosanthes, nos materiais promissores, uma das principais pos-sibilidades de uso que está sendo vis-lumbrada é aquela em sistemas agrí-colas, como plantas condicionadoras de solo, por exemplo.

Na Embrapa Cerrados, os partici-pantes do Workshop visitaram os ex-perimentos de Stylosanthes guianenses consorciado com Brachiaria brizantha, de avaliação de híbridos de Brachiara decumbens, de seleção e recombina-ção de plantas de Andropogon gayanus, além de ensaios de corte e pastejo de Panicum maximum.

Embrapa e Unipasto discutem pesquisa com forrageiras

Pesquisas – Trabalhos de outros grupos de pesquisa que têm alguma relação com os pro-gramas de melhoramento de forrageiras tam-bém foram apresentados no Workshop. Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está sendo desenvolvida pesquisa de análise de DNA aplicada ao melhoramento genético de Brachiara ruziziensis. Com o uso de ferra-mentas de biologia molecular, espera-se ob-ter uma planta uniforme, com maturação ade-quada, qualidade fitossanitária e que permita a mecanização eficiente e a diminuição do cus-to de produção de sementes.

Outro assunto tratado no Workshop foi o manejo de nematoides do gênero Pratylen-chus. A pesquisa busca identificar espécies vegetais que acabam favorecendo as popula-ções desse nematoide e quais culturas agem na diminuição dessas populações. “O manejo é de extrema importância para reduzir as po-pulações do nematoide. No entanto, não vai adiantar utilizar boas práticas se forem usa-das plantas hospedeiras”, explicou o pesquisa-dor Alexandre Goulart, da Embrapa Cerrados.

O 10º Workshop Embrapa-Unipasto foi or-ganizado pela Embrapa Cerrados, sob a coor-denação do pesquisador Allan Kardec Ramos. Os pesquisadores da Unidade que participa-ram do evento foram Marcelo Ayres, Alexan-dre Goulart, Francisco Duarte, Gustavo Braga, Giovana Maciel e Roberto Guimarães Júnior.

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Empregados participam de Dia de Campo internoEmpregados participam de Dia de Campo interno

Foi realizado na última sexta-fei-ra (19) mais um Dia de Campo interno na Unidade. Cerca de 40 pessoas participaram do encon-

tro. “Estes momentos são importantes, não só para repassar informações sobre as pesquisas, mas especialmente para fortalecer as equipes multidisciplina-res”, destacou o chefe-geral, José Rober-to Peres. O próximo Dia de Campo inter-no está previsto para o dia 17 de maio e vai tratar do tema melhoramento de mandioca.

A primeira apresentação ficou a cargo do pesquisador Djalma Martinhão, que tratou do uso do gesso em culturas anu-ais e cana-de-açúcar. Segundo ele, o fato de a segunda safra, ou safrinha, na re-gião do Cerrado ser tão bem sucedida, a ponto de já estar respondendo, nos dias de hoje, por 60% do total de grãos pro-duzidos no país, tem muito a ver com a questão do uso do gesso agrícola - tecno-logia utilizada para corrigir a acidez do solo abaixo dos 20 cm de profundidade.

“Para obter sucesso nessa possibilida-de de fazer safrinha, é importante corri-

gir o perfil do solo. E o uso de gesso as-sume papel preponderante nessa ideia”, afirmou. Djalma destacou que o milho segunda safra no Cerrado criou a opor-tunidade de produzir soja precoce. “Nes-te ano agrícola, o Brasil vai produzir mais grãos na safrinha do que na safra. E o destaque é o Cerrado, especialmente os Estados do Mato Grosso, Mato Gros-so do Sul e Goiás”.

O pesquisador apresentou informa-ções sobre a tecnologia e fez um históri-co sobre o processo de desenvolvimento. “Estudos relacionados ao uso do gesso agrícola foram um dos primeiros a se-rem montados na Embrapa Cerrados, em 1974. A tecnologia foi lançada, por sua vez, em 1995”. Ele também apre-sentou informações sobre o consumo do gesso no Brasil. “Em 1980, 12 mil tone-ladas de gesso eram comercializadas por ano. Atualmente, esse número chega a quatro milhões de toneladas por ano. Essa tecnologia realmente explodiu e, no meu ponto de vista, ela é responsável pela estabilidade de produção que temos na região dos Cerrados”, enfatizou.

Djalma também apresentou informa-ções referentes às técnicas utilizadas para gerar os dados que subsidiaram as recomendações referentes ao uso do ges-so, como a interpretação da análise de solo. “Analisando o solo dessas camadas, se a saturação de alumínio é maior do que 20 ou o teor de cálcio é menor do que 0,5, vale a pena usar gesso. A chance de ga-nhar dinheiro é muito grande”, afirmou.

Ele apresentou dados de experimen-tos sob sequeiro e com irrigação. Ele ex-plicou que, mesmo na condição de irriga-ção, o produtor precisa usar o gesso para utilizar melhor os nutrientes que pos-suem mobilidade no solo. “Nessa área do experimento, o gesso foi aplicado há oito anos e continua dando respostas com efeitos residuais. O motivo dessas res-postas é a migração de cálcio e magné-sio para a sub-superfície”, pontuou. Se-gundo o pesquisador, o gesso aumenta a eficiência dos fertilizantes que o pro-dutor aplica na cultura. “Com as mes-mas doses, ele consegue absorver mui-to mais nutrientes. E esses nutrientes viram grãos, que é o mais importante”.

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Em seguida, o pesquisador João de Deus dos Santos apresentou os métodos que a equipe utiliza na avaliação do siste-ma radicular das plantas e os resultados obtidos. Um desses métodos são as trin-cheiras, ou seja, a retirada de um bloco de solo, geralmente nas bordaduras dos experimentos, para que as raízes possam ser avaliadas. “Trata-se de uma amostra de ótima qualidade, já que o perfil do solo fica exposto, mas que é usada com cautela, pois causa um distúrbio grande no solo”, afirmou.

O outro método é do mini-rizotron, que utiliza um tubo transparente inseri-do no solo, normalmente num ângulo de 45 graus. A principal vantagem é permi-tir avaliações das raízes ao longo do ciclo de crescimento da cultura. Segundo João de Deus, trata-se de uma tecnologia an-tiga. Ao longo dos anos, no entanto, mu-dou apenas a forma de obtenção das imagens. “Hoje, utilizamos um escâner de alta resolução para captar essas ima-gens que estão no solo. O equipamento entra no tubo e vai escaneando em vol-ta das raízes. Ele tem capacidade para identificar pedaços de solo de até um mi-crômetro de tamanho. Ou seja, numa resolução máxima, conseguimos identi-ficar até fungos micorrízicos”, afirmou.

Na Embrapa Cerrados, existem atual-mente 60 tubos como esse instalados em experimentos diversos. Segundo o pes-quisador, a tomada de imagens é muito rápida. “Os gargalos estão na instalação do tubo de acesso e na posterior análi-se das imagens. Para se ter uma ideia, a

planilha que traz os dados dos 250 dias de uma avaliação que fizemos em um dos experimentos da cana-de-açúcar tem 34 mil linhas para serem analisadas. É um trabalho manual e que demanda tempo”, contou.

Para resolver a questão da instalação do tubo de acesso, o pesquisador contou que foi fundamental a ajuda do assisten-te Manoel Morais, que criou um gabarito que permite que os tubos sejam instala-dos sempre num mesmo ângulo. “Quan-do a gente não consegue comprar de-terminado equipamento, ou precisa de algum que não existe, o Manoel inventa e coloca pra funcionar. É nosso professor Pardal aqui”, disse. João de Deus expli-cou que a instalação do tubo é trabalho-sa, mas fica em boas condições. “O tubo não pode ficar nem muito apertado, se-não modifica a densidade do solo em vol-ta da parede, nem muito frouxo. É uma questão de acerto”.

Ele apresentou dados obtidos por meio das avaliações. “Cada raiz é nosso sistema experimental e a gente faz a cur-va de análise de sobrevivência”. Segundo ele, esse tipo de análise mostra que 80% das raízes vivem 50 dias e 20% estão pre-sentes durante todo o período de avalia-ção. A média de dias que vive uma raiz é de 160 a 170 dias. No entanto, quando é aplicado gesso agrícola, a ciclagem de raiz aumenta, ou seja, o gesso diminui o tempo de vida das raízes e na medida em que se aumenta a dose, aumenta-se também a distribuição das raízes no per-fil do solo.

Sistema radicular

AdubaçãoOs participantes do

Dia de Campo também

acompanharam a apresentação

do pesquisador Claudio

Sanzonowicz sobre a adubação

do dendezeiro. Após repassar

informações gerais sobre a

origem da cultura, produção e

demanda mundial do óleo de

dendê, histórico e vantagens

na produção de óleo, além

das conclusões a partir do

projeto de pesquisa em

andamento na Unidade, ele

apresentou dados referentes

às adubações de correção e de

manutenção realizadas na área

do experimento, além de uma

tabela que informa os teores de

nutrientes na folha em quatro

variedades de dendezeiro.

Os dados preliminares

obtidos, segundo o

pesquisador, foram levantados

utilizando critérios adotados

na Amazônia, já que ainda não

se tem uma recomendação de

adubação do dendezeiro para o

Cerrado. Eles demostraram, no

entanto, que alguns nutrientes

estão em deficiência e que

há a necessidade de ajustes,

mesmo com a produtividade

estando acima da média.

“Temos que colocar o que a

planta está precisando, não

podemos limitá-la por conta

de adubação”, enfatizou

José Roberto Peres.

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Pesquisador grava vídeo do Programa Pasto VerdePesquisador grava vídeo do Programa Pasto Verde

A Embrapa Cerrados e a organização não governamental Sociedade Ecoló-gica de Jataí (SEJA) firmaram, no dia 9 de abril, uma parceria técnica. As equi-pes das duas instituições realizaram de reunião com participação do chefe-geral José Roberto Peres e do presidente da SEJA, Binônimo Lima.

A SEJA participa desde 2010 das pes-quisas de rochagem lideradas pelo pes-quisador Éder Martins. As atividades são a coordenação de experimentos agronômicos no Sudoeste Goiano, a re-alização de estudos e a transferência da tecnologia de rochagem para os agricul-tores da região. A proposta é ampliar a

parceria para desenvolver o tema em ou-tras regiões do Cerrado.

“Esta parceria complementa a missão da Embrapa de desenvolver tecnologias sustentáveis para o agronegócio brasilei-ro, especialmente no processo de trans-ferência e adoção destas tecnologias. A rochagem é uma nova forma de manejo da fertilidade do solo com a utilização de rochas comuns, abundantes nas regiões agrícolas do Cerrado”, afirma Martins.

Congresso – O pesquisador Éder Mar-tins integra o comitê gestor e coordena o comitê técnico-científico do II Congres-so Brasileiro de Rochagem, que será re-alizado de 12 a 17 de maio em Poços de

Caldas (MG) e terá como tema a “Nor-matização do uso de pós de rocha na agricultura”. Voltado a pesquisadores, universitários, especialistas, produto-res e formuladores de políticas públicas, o congresso pretende situar o estado da arte da pesquisa técnico-científica e da aplicabilidade da técnica da rochagem, além de tratar da normatização do regis-tro e comercialização dos produtos, que são o tema central dos debates. As dis-cussões também vão servir como subsí-dio para a formulação de políticas públi-cas. Mais informações em:

www.congressorochagem.com.br.

Unidade firma parceria com ONG de Jataí

O pesquisador Lourival Vilela participou na terça (16) e quarta-feira (17), em Ipameri (GO) da gravação do vídeo docu-mentário de divulgação do Programa Pasto Verde de Recupera-ção de Pastagens Degradadas e Manutenção da Produtividade do Centro-Oeste, promovido pela Superintendência de Desen-volvimento do Centro-Oeste (Sudeco) em parceria com a Em-brapa e os governos estaduais da região.

O Pasto Verde integra as estratégias do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono do Ministério da Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento e tem como objetivo a recuperação, em 10 anos, de pelo menos 8,7 milhões de hectares de pastagens de-gradadas na região Centro-Oeste por meio de ações de trans-ferência de tecnologia, promoção de acesso a fontes de finan-ciamentos e da utilização do método de calagem, entre outros.

As gravações foram realizadas nas fazendas Santo Antô-nio das Cobras, de Renato Carneiro, marcada pelos pastos de-

gradados e erosão, e Santa Brígida, de Marize Costa, adotan-te de sistemas de integração desde 2006. Com depoimentos dos produtores e conversas com o pesquisador, o vídeo pre-tende mostrar alternativas para a recuperação de pastagens degradadas, como adubação superficial e calagem, integração Lavoura-Pecuária e sistemas agrossilvipastoris, apresentadas por Lourival Vilela.

Além do pesquisador, também gravará depoimento o chefe--geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres. Ele vai abor-dar a realidade enfrentada pelo pecuarista do Brasil Central e a importância da criação do Programa Pasto Verde. Participam ainda o superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado, que vai falar sobre os objetivos do programa, e Tereza Cristina, secre-tária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo do Mato Grosso do Sul, que deve tratar da participação dos Estados no Pasto Verde.

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Aniversariantes

Chefia-Geral: José Roberto Peres; Ch. P&D: Claudio Takao Karia; Ch. de TT: Luiz Carlos Balbino; Ch. Adm.: Dercino Fernandes; Supervisão do NCO: Cristiane Cruz; Redação: Breno Lobato, Juliana Caldas e Liliane Castelões; Fotos: Allan Kardec Ramos, Breno Lobato, Juliana Caldas, Liliane Castelões e Luís Macedo/Câmara dos Deputados; Diagramação: Fabiano BastosO Cerrados Eletrônico é uma publicação do Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO).

(61) 3388-9945www.cpac.embrapa.br

expediente contato

Parabéns aos nossos colegas!

Na última quinta-feira (18), o presidente, o vice-presidente e diretores do Instituto Na-cional de Tecnologia Agropecuária (INTA), da Argentina, acompanhados pelo diretor--executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldir Stumpf, visitaram a Em-brapa Cerrados. O objetivo da visita foi co-nhecer um pouco das pesquisas em anda-mento na Unidade.

O grupo foi recebido pelo chefe-geral, José Roberto Peres, pelo chefe-adjunto de Trans-ferência de Tecnologia, Luiz Carlos Balbino, e pelo supervisor da Área de Articulação Inter-nacional, Lineu Rodrigues. Na apresentação institucional, Peres destacou, entre outros, os trabalhos atuais em sistemas de produção integrados e sustentáveis, como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), as pesqui-sas participativas em agricultura familiar e as relacionadas à agroenergia.

O presidente do INTA, Carlos Casamique-la, demonstrou interesse no processo brasi-leiro de transferência de tecnologias. O di-retor-executivo da Embrapa explicou que o país tem se esforçado em recuperar o vá-

cuo existente após a extinção, na década de 1980, da Empresa Brasileira de Extensão Rural (Embrater). Stumpf informou sobre a criação, em breve, da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ana-ter), que irá regular e coordenar as empresas estaduais.

O diretor- executivo também explicou que o papel da Embrapa no processo é o de ca-pacitar profissionais das empresas de assis-tência técnica, tanto das empresas públicas quanto privadas, que serão os multiplica-dores junto aos produtores. Ele citou como exemplo a participação da Embrapa em pro-gramas de governo, como o Plano ABC - Agri-cultura de Baixa Emissão de Carbono, em que são ministrados cursos e instaladas Uni-dades de Referência Tecnológicas (URT’s).

À tarde, os visitantes verificaram, nos cam-pos experimentais da Unidade, os trabalhos desenvolvidos com dendê irrigado, tolerância à seca em trigo, soja e cana-de-açúcar, e iLPF. Os experimentos foram apresentados, res-pectivamente, pelos pesquisadores Jorge An-tonini, Walter Quadros e Robélio Marchão.

Visitas InternacionaisMissão franco-brasileira

Na última segunda-feira (22), uma missão franco-brasileira, co-ordenada pela pesquisadora Mar-gareth Simões, da Embrapa Solos, esteve na Unidade. Margareth atuou, entre outubro de 2010 e outubro de 2012, enquanto este-ve no LabEx Europa, no Centro de Sensoriamento Remoto (Mai-son de la Télédétction, em Mon-tpellier, na França).

A visita do grupo à Embrapa Cerrados integra uma programa-ção maior e que passará por ou-tras unidades da Embrapa até próximo o dia 29. Entre os obje-tivos do encontro, realizado no auditório Wenceslau Goedert, estavam a apresentação da nova versão do Sistema Sarrah – Sys-tème d’analyse Régionale des Risques Agroclimatique, desen-volvido pelo CIRAD, exemplo de parceria com o Brasil no subsí-dio à política agrícola através do zoneamento de risco climático e, também, a discussão da conti-nuidade das ações de pesquisa em Sensoriamento Remoto que vêm sendo desenvolvidas junto à Mai-son de la Télédétection e o Pro-grama LabEx através do Projeto “Qualification des Produits Phé-nologiques MODIS par Modéli-sation Agroclimatique et données de Terrain”, visando a integração de dados de satélite aos modelos de crescimento de planta.

Alexsandra Duarte de Oliveira 22 MCRNMarisa Prado Gomes 25 MCRNJuarez Lopes da Silva 25 SGLVicente Camargos Moreira 25 SCVClaudio Takao Karia 25 CGE

José Marcos da Silva 25 SIPTGelson Aurélio Minella 28 SIPTEvie dos Santos de Sousa 28 SPATJosé Cardoso da Silva 29 SCE