BENEFÍCIOS RELACIONADOS A QUALIDADE DE VIDA … · ocorridos e de fatores de risco já comentados...
Transcript of BENEFÍCIOS RELACIONADOS A QUALIDADE DE VIDA … · ocorridos e de fatores de risco já comentados...
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE DESPORTOS
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – BACHARELADO
RACHEL MORAES CUREAU
BENEFÍCIOS RELACIONADOS A QUALIDADE DE VIDA PERCEBIDOS PELOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE
REABILITAÇÃO CARDÍACA
FLORIANÓPOLIS
2012
2
RACHEL MORAES CUREAU
BENEFÍCIOS RELACIONADOS A QUALIDADE DE VIDA PERCEBIDOS PELOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA.
Monografia apresentada ao curso de
Graduação em Educação Física –
Bacharelado da Universidade Federal de
Santa Catarina como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel.
Orientadora: Prof ª Dra Saray Giovana dos Santos
FLORIANÓPOLIS
2012
3
RACHEL MORAES CUREAU
BENEFÍCIOS RELACIONADOS A QUALIDADE DE VIDA PERCEBIDOS PELOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO
CARDÍACA.
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Banca examinadora
Orientador (a): Prof.ª Dra. Saray Giovana dos Santos Centro de Desportos, UFSC
Co-orientador: Rodrigo Gheller Centro de Deportos, UFSC
Ms. Tatiane Piucco Centro de Desportos, UFSC
Ms. Diogo Cunha dos Reis Centro de Desportos, UFSC
Florianópolis, 03 de Julho de 2012
4
AGRADECIMENTOS
Morei em São Paulo, Blumenau, e vim parar em Florianópolis, creio que
escolhi a melhor cidade para passar os melhores quatro anos da minha vida
até agora. Isso porque sempre tive pessoas ao meu lado que fizeram parte
desses momentos.
Primeiro quero agradecer a duas pessoas, que são essenciais na vida,
que me apoiaram em todas as decisões que tomei, desde a escolha do curso
na faculdade como morar sozinha e viajar sozinha. Ao meu pai e minha mãe,
obrigada pelo todo apoio e amor eterno que vocês me dão, apesar de hoje
morarmos longe, sei que posso contar eternamente com vocês. Aos meus dois
irmãos mais novos Pedro e João Vitor. Como diz Pedro Bial: seja legal com
seus irmãos, eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente
quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro. Eu amo muito vocês, obrigada
pelo companheirismo e amor!
Em segundo lugar gostaria de agradecer a mais que professora, Saray,
por ter me aceitado como sua orientanda e por ter me concedido um Co-
orientador, Rodrigo. Onde ele teve uma paciência enorme e me ajudou como
ninguém faria, sou eternamente grata a vocês! Agradecer também ao professor
Luciano por me repassar sua experiência com a maior boa vontade do mundo,
sempre me ajudando no que eu precisava.
Não vai existir tão cedo no Centro de Desportos da UFSC, uma turma
melhor que a 2008.2, tanto bacharel quanto licenciatura, vou carregar pra
sempre as memórias desses inesquecíveis quatro anos. Em especial a três
pessoas, da turma do Bacharel: Manu, Paty e Luiza. Passamos por tudo juntas,
desde passar noites estudando e ir à aula viradas, festas, happy hours,
treinamentos, campeonatos e até lesões. Amigas melhores que vocês jamais
existirão. Obrigada pelo apoio, carinho e companheirismo. Espero que essa
amizade continue para sempre, e se depender de mim vai continuar!
Agradecer também as meninas do “Hand e Fut”, pela enorme parceria e
torcida em todos os campeonatos de Unisinos, Jucs, momentos históricos
aconteceram nessas viagens!
5
Agora a caminhada é mais longa ainda, decisões mais difíceis terão que
ser tomadas, mas com certeza lembrarei e levarei todos comigo para o resto da
vida!
6
RESUMO
CUREAU, R.M. Benefícios relacionados a qualidade de vida percebidos pelos
participantes de um projeto de reabilitação cardíaca. 2012, Monografia,
Universidade Federal de Santa Catarina.
Orientadora: Prof.Dr. Saray Giovana dos Santos
As doenças cardiovasculares, segundo a Organização Mundial de Saúde,
matam 17 milhões de pessoas por ano, sendo responsáveis por 30% do total
de mortes no mundo. Os Programas de Reabilitação Cardíaca trazem os
pacientes de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática
do exercício físico. O objetivo desse estudo foi analisar os benefícios da
Reabilitação Cardíaca percebidos pelos participantes do Procor (Programa de
Prevenção e Reabilitação Cardíaca – UFSC). A pesquisa é caracterizada como
uma pesquisa descritiva do tipo estudo de caso. Participaram deste estudo 18
participantes do Programa de Prevenção e Reabilitação Cardíaca (ProCor) do
Centro de Desportos da UFSC. Com média de idade de 65,1 ± 8,1 anos, sendo
9 do sexo feminino e 9 do sexo masculino que responderam um questionário
construído e avaliado para este fim. Em relação aos aspectos sociais
analisados pode-se observar que houve aumento do número de amigos e de
confraternizações realizadas pelos mesmos, melhoras na relação com
familiares e na convivência com outras pessoas. Quanto aos aspectos físicos
perceberam-se melhoras nas quatro variáveis pesquisadas. A percepção de
melhoria dos aspectos sociais e físicos independe do sexo dos participantes,
no entanto, quanto maior o tempo de participação no projeto maior é a
percepção dos benefícios quanto aos aspectos sociais e físicos. Conclui-se que
a participação em projetos deste tipo proporciona significativa melhora nos
aspectos sociais e físicos percebidos pelos participantes na sua qualidade de
vida, portanto vale resaltar que esse tipo de programa seria mais efetivo, se
todos os participantes tivessem deus programas de atividades individualizadas
e com consciência de seus treinamentos.
Palavras-chaves: Reabilitação Cardíaca, Atividade Física, Qualidade de Vida.
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8
1.1 Contextualização inicial ............................................................................ 8
1.2 Objetivo geral ............................................................................................ 9
1.3 Objetivos específicos ................................................................................ 9
1.4 Justificativa ............................................................................................. 10
2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 11
2.1 Importância dos Programas de Reabilitação Cardíaca ........................... 11
2.2 Qualidade de vida em cardiopatas e fatores de risco ............................. 13
2.3 Exercício físico para pacientes com doenças cardiovasculares ............. 15
2.4 O ProCor ................................................................................................. 18
3. MÉTODO ...................................................................................................... 19
3.1 Caracterização da pesquisa ................................................................... 19
3.2 Sujeitos do estudo .................................................................................. 19
3.3 Instrumentos de medida ......................................................................... 19
3.4 Coleta de dados ...................................................................................... 20
3.5 Procedimentos ........................................................................................ 20
3.6 Tratamento dos dados ............................................................................ 20
4. RESULTADOS ............................................................................................. 21
5. DISCUSSÃO ................................................................................................ 26
6. CONCLUSÕES ............................................................................................ 32
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 33
8
1. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização inicial
As doenças cardiovasculares, segundo a Organização Mundial de
Saúde, matam 17 milhões de pessoas por ano, sendo responsáveis por 30%
do total de mortes no mundo. O sedentarismo e os maus hábitos alimentares
são fatores que contribuem para estas estatísticas, pois, há décadas estudos
tem demonstrado uma taxa reduzida de eventos coronarianos em pessoas
fisicamente ativas (DUARTE, 2009). Além disso, o sedentarismo e os maus
hábitos alimentares, geralmente vêm associados a outros fatores de risco para
o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como obesidade, diabetes,
hipertensão arterial, hipercolesterolemia, entre outros.
Segundo Nieman (1999), o colesterol alto, a hipertensão, o tabagismo,
entre outros fatores podem lesar as paredes das artérias e assim provocar o
início da aterosclerose. O processo aterosclerótico resulta em um estreitamento
progressivo da luz do vaso sanguíneo pela formação de placas de gordura na
parede da artéria. A aterosclerose nos seus estágios mais avançados pode
obstruir o fluxo sanguíneo para os tecidos e órgãos, prejudicando suas funções
ou levando o processo aos casos mais graves como ataque cardíaco e
acidente vascular encefálico. Nesses casos mais graves é comum as pessoas
serem submetidas a processos cirúrgicos, porém, após longo período de
recuperação no leito hospitalar essas pessoas apresentam vários problemas
físicos, como descondicionamento físico, atrofia e fraqueza muscular e menor
capacidade aeróbica máxima decorrente da inatividade física antes dos
ocorridos e de fatores de risco já comentados (GUIMARÃES et al., 2004).
Para recuperar os pacientes do descondicionamento físico, foram
desenvolvidos os programas de reabilitação cardíaca. E segundo a Diretriz de
Reabilitação Cardíaca (2005), o propósito desses programas é trazer esses
pacientes de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática
do exercício físico, acompanhada por ações educacionais voltadas para
mudanças no estilo de vida. Na reabilitação cardíaca há uma abordagem
multidisciplinar, envolvendo profissionais das mais diversas áreas da saúde,
como médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e na parte do exercício
9
físico os educadores físicos, visando modificar aspectos relacionados aos
fatores de risco para doenças cardiovasculares.
O programa de reabilitação cardíaca é dividido em quatro fases. A fase I
é direcionada a pacientes hospitalizados, são combinados exercício de baixa
intensidade, técnicas para o controle do estresse e programas de educação em
relação aos fatores de risco. A fase II é realizada após a alta hospitalar ou após
um acontecimento cardiovascular, podendo ser realizada no próprio ambiente
hospitalar. A fase III tem duração prevista de 6 a 24 meses com o principal
objetivo de melhorar a condição física e a promoção de um estilo de vida mais
saudável. Por último é a fase de manutenção (fase IV) sem data de término,
objetivando aumento da aptidão física (ARAKAKI; MAGALHAES, 1996;
CARVALHO, 2006).
Segundo a Diretriz da Reabilitação Cardíaca (2005), os pacientes que
aderem a programas de reabilitação cardíaca apresentam inúmeras mudanças
hemodinâmicas, metabólicas, miocárdicas, vasculares, alimentares e
psicológicas que estão associadas ao melhor controle dos fatores de risco e à
melhora da qualidade de vida. Apesar de estudos demonstrarem inúmeras
melhoras fisiológicas, é importante avaliar se os próprios pacientes percebem
os benefícios causados pelo programa de reabilitação cardíaca. Nesse sentido,
para o presente estudo foi estabelecido o seguinte problema de pesquisa:
quais os benefícios percebidos pelos participantes de um programa de
reabilitação cardiovascular na qualidade de vida?
1.2 Objetivo geral
Analisar os benefícios da Reabilitação Cardíaca percebidos pelos
participantes do ProCor (Programa de Prevenção e Reabilitação Cardíaca –
UFSC) relacionados a sua qualidade de vida.
1.3 Objetivos específicos
- Identificar os benefícios percebidos pelos participantes quanto aos aspectos
sociais (relacionamento com amigos, familiares, convivência com outras
pessoas).
10
- Identificar os benefícios percebidos pelos participantes quanto aos aspectos
físicos (aptidão física em geral, resistência física, condição física e nível de
força muscular).
- Verificar os tipos de exercícios físicos assim como o acompanhamento dos
mesmos percebidos pelos participantes do ProCor.
- Associar a percepção de melhoria entre as variáveis sociais e físicas com os
sexos.
- Associar a percepção de melhoria entre as variáveis sociais e físicas com o
tempo de participação no projeto.
1.4 Justificativa
Os programas de reabilitação cardíaca têm como elemento central a
prática de exercícios físicos, através da qual é possível restaurar as funções
físicas e psicossociais em indivíduos com doença coronariana. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (2006), a reabilitação cardíaca é o somatório
das atividades necessárias para garantir aos pacientes cardiopatas as
melhores condições físicas, mental e social, de forma que eles consigam
através do seu próprio esforço, reconquistar uma vida normal na sociedade.
Os benefícios da reabilitação cardíaca têm sido muito difundidos,
principalmente os efeitos que ocorrem a nível fisiológico, porém, muitas
investigações têm analisado os benefícios psicossociais, mensurados através
de questionários. No entanto, poucas pesquisas avaliam essas melhoras
percebidas pelos próprios pacientes dos programas de reabilitação cardíaca.
Além disso, justifica-se a elaboração deste estudo em função da
participação da autora em dois semestres no ProCor, bem como do interesse
pela área como futura profissional.
11
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância dos Programas de Reabilitação Cardíaca
Até o inicio do século passado os pacientes com doença cardiovascular
eram tratados em repouso (HEBERDEN apud THOMPSON, 1988) e segundo
Godoy (1997a) havia uma tendência dos médicos a desaconselhar os
exercícios físicos para cardiopatas, inclusive durante a fase aguda da doença
cardíaca. Esse repouso prolongado após o acometimento cardiovascular
acarretava em uma grande perda funcional, apresentando fisicamente mal
condicionados e não preparados para voltar as suas atividades de rotina
familiar, social e profissional. Assim, os programas de Reabilitação Cardíaca
foram desenvolvidos, segundo Diretrizes da Reabilitação Cardíaca, com o
propósito de trazer os pacientes de volta as atividades da vida diária, com
ênfase na prática do exercício físico e mudanças no estilo de vida prevenindo
e/ou tratando para que não haja complicações futuras.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, reabilitação cardíaca é o
somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores
de cardiopatia as melhores condições física, mental e social, de forma que eles
consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na
comunidade e levar uma vida ativa e produtiva (MORAES, 2005)
Para Costa et al. (1997) e Ramos e Silva (1998), os objetivos de um
programa de reabilitação cardíaca são: restabelecer as condições físicas,
psíquicas e sociais, oportunizando ao paciente a retomada de sua condição
clinica, fisiológica, psicológica, social e profissional em níveis normais (melhora
da qualidade de vida), reeducação visando melhores hábitos de vida, diminuir a
mortalidade e os fatores de risco.
Os pacientes após infarto agudo do miocárdio; revascularizados, que
realizaram angioplastia, com angina estável, com disfunção do ventrículo
esquerdo, insuficiência cardíaca, pós transplante cardíaco e portadores de
marca passo, são candidatos a participarem de programas de reabilitação
cardíaca (COSTA et al.,1997).
É importante num programa de reabilitação que se proporcione aos
pacientes, informações e conhecimentos, para que esses possam, então
12
assumir novos hábitos de vida, juntamente as atividades de condicionamento
físico, com a finalidade de otimizar os benefícios proporcionados pelo mesmo.
Medidas como controle de stress, abandono ao tabagismo, adoção de uma
dieta equilibrada, pobre em sal e segundo Gross(1988), pobre em gordura
saturada e colesterol, devem ser assumidas para não agravar a cardiopatia.
Assim sendo, os pacientes se tornarão mais auto-suficientes, desta forma
contribuirão para a melhoria da sua qualidade de vida.
Atualmente, é entendida como o processo de desenvolvimento e
manutenção de níveis desejáveis de atividade física, social e psicológica após
o inicio da doença cardíaca (SQUIRES et al., 1990). A inclusão de pacientes
em programas de reabilitação cardíaca após o evento coronariano parece
contribuir para a diminuição dos níveis de ansiedade e depressão, geralmente
causados pelo advento da doença. A reabilitação precoce após o infarto do
miocárdio contribui para isso (MULCAHY, 1991).
Wenger e Hellerstein (1992) relatam que, ao se preparar um programa
de reabilitação cardíaca, deve-se considerar os sintomas, a terapêutica
adotada, as medidas preventivas, as condições emocionais e sociais, além de
orientação educacional quanto á modificação de hábitos de vida, uma vez que
os objetivos são a melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida, as
mudanças nos hábitos de vida, as modificações nos fatores de risco e a
redução dos índices de mortalidade.
A prevenção secundária é parte essencial do programa de reabilitação,
incluindo correção de fatores de risco como hiperlipidemia, tabagismo,
hipertensão, obesidade e sedentarismo (MULCAHY, 1991). Melhorar a
qualidade de vida deve ser um dos principais objetivos da reabilitação cardíaca,
compreendendo a atividade sexual, o retorno ao trabalho, as atividades
recreativas, a ausência de dor e reduzindo também a dependência excessiva.
A reabilitação cardíaca deve incluir um serviço caracterizado por
programas de longa duração envolvendo avaliação médica, prescrição de
exercício, modificação dos fatores de risco cardiovascular, educação e
aconselhamento (ACMS, 1991 apud RAMOS, 2003), junto a uma equipe
multidisciplinar de médicos, educadores físicos, nutricionistas que orientam os
sujeitos na realização dos exercícios, na modificação dos fatores de risco e no
estilo de vida (I Consenso Nacional de Reabilitação Cardíaca).
13
2.2 Qualidade de vida em cardiopatas e fatores de risco
O conceito de qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e
tende mudar ao longo da vida de cada um (NAHAS, 2010). Em geral, associa-
se a expressões como estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho,
salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualidade.
Assim o autor acima considera qualidade de vida como sendo ä percepção de
bem-estar resultante de um conjunto de parâmetros individuais e
socioambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que
vive o ser humano. Gill e Feinstein (1994), definem qualidade de vida como
uma percepção individual relativa às condições de saúde e a outros aspectos
gerais da vida pessoal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, qualidade de vida
corresponde à "percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da
sua cultura e sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações".
A qualidade de vida se encaixa dentro de uma dimensão
pluridimensional, uma vez que englobam, da mesma forma, todos os aspectos
da vida pessoal e que foram atingidos pela doença e/ou seqüela, extrapolando,
desta forma, a simples limitação física (COSTA, 2000). Deixou de representar
apenas uma vida sem doenças físicas, mas, acima de tudo, a busca da
felicidade e a satisfação pessoal em todos os aspectos da vida, no âmbito
profissional, social, fisiológico, emocional e espiritual, em um conjunto de
equilíbrio harmonioso (COSTA, 2000). Guedes e Guedes (1993) afirmam que,
não basta não estar doente para ser saudável, é necessário mostrar também
evidências ou atitudes que afastem ao máximo os fatores de risco que podem
provocar doenças.
Em relação à qualidade de vida de pacientes coronarianos deve-se
considerar duas situações distintas: qualidade de vida do paciente portador de
doenças cardiovasculares onde não sofreu nenhum episodio como Infarto
agudo do miocárdio e a qualidade de vida pós-evento coronariano agudo, onde
o uso de medicamentos e os efeitos colaterais interferem nas atividades do dia
a dia (BENETTI et al., 2001).
14
De acordo com Raglin (1990), alguns estudos científicos apontam que
indivíduos com derrame ou outras doenças crônicas e que praticam
regularmente exercícios físicos adquirem melhor qualidade de vida, pois
dormem melhor, alimentam-se melhor, permanecendo mais tranqüilos e
apresentam uma sensível melhora na sua auto-estima
Atualmente, 80% dos casos de morte por doenças cardiovasculares são
associados a fatores de risco já conhecidos (MACKAY; MENSAH, 2004). Os
mais importantes fatores de risco são aqueles que apresentam maior
predomínio em muitas populações e podem ser modificáveis ou passíveis de
controle. Os fatores de risco mais importantes que podem ser modificáveis ou
passíveis de controle são: hipertensão arterial, uso do tabaco e álcool,
inatividade física, obesidade, hiperlipidemia e diabetes mellitus (NAHAS 2010).
Castanho et al. (2001) citam como fatores de risco para doença cardiovascular:
a prevalência de diabetes (4%), o excesso de peso e a obesidade (44%), a
inatividade física (49%) e o fumo (21%).
A hipertensão arterial no Brasil é uma doença prevalecente na idade
adulta e a primeira causa de aposentadoria por doenças, segundo Farinatti et
al. (2005). De acordo com Framingham apud Kannel (2000), indivíduos com
níveis de pressão arterial maiores que 139/89 mmHg tem maior risco de
desenvolver doença arterial coronariana, quando comparados com pessoas de
pressão arterial em níveis normais.
A obesidade é um grande fator de risco para doenças cardiovasculares
(SARNI et al., 2006). Em estudo de Faludi, Mastrocolla e Bertolami (1996)
indivíduos que praticam exercício físico como forma de prevenção primaria
reduziram em 30 a 55% o risco de um infarto agudo do miocárdio quando
comparados com indivíduos que permaneceram sedentários.
Em função dos valores mais elevados de colesterol na corrente
sanguínea o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares aumenta
progressivamente (DIRETRIZES, 2001). De acordo com a diretriz, diabéticos
tem risco duas a três vezes maior de apresentar doença arterial coronariana
quando comparados com a população em geral. O simples fato de ser
diabético eleva o riso potencial de um evento isquêmico para valores acima de
20% em 10 anos. Importante enfatizar ainda que a diabetes dobra o risco de
15
desenvolvimento das doenças cardiocirculatórias no homem e triplica nas
mulheres (MUIR et al., 1992).
2.3 Exercício físico para pacientes com doenças cardiovasculares
Aptidão física é um conjunto de características que as pessoas tem ou
desenvolvem, e que estão relacionadas com a capacidade de realizar
atividades físicas (CASPERSEN et al., 1985).
Segundo o autor acima, atividade física é definida como qualquer
movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em
gasto energético maior do que os níveis de repouso. Para Bouchard e
Shephard (1993) a atividade física é todo e qualquer movimento do corpo
produzido pelos respectivos grupamentos musculares e que demanda um
aumento do gasto energético de reserva.
A atividade física pode ser utilizada tanto na prevenção do aparecimento
das doenças cardiovasculares em indivíduos que têm um ou mais fatores de
risco – prevenção primária (antes do evento coronariano) – como também na
prevenção das manifestações clínicas dessas doenças em pacientes
cardiopatas– prevenção secundária (após o evento coronariano) - (BENETTI,
1997).
Matsudo et al. (2000) afirmam que os principais benefícios a saúde
advinda da prática de atividade física referem-se aos aspectos
antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos
metabólicos apontados pelos autores são o aumento do volume sistólico; o
aumento as potência aeróbia; o aumento da ventilação pulmonar; a melhora do
perfil lipídico, a diminuição da pressão arterial; a melhora da sensibilidade á
insulina e a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho
submáximo.
Os exercícios têm efeitos benéficos que resultam em interações
complexas de efeitos psicológicos e fisiológicos, diminuindo o estresse, a
melhora da função cardiorrespiratória, diminuição do tabagismo e reeducação
alimentar, e a introdução do indivíduo na vida social e no trabalho (BOSCO et
al., 2004)
16
Segundo Nahas (2010), exercício físico, é uma das formas de atividade
física, planejada e repetitiva, que tem por objetivo a manutenção,
desenvolvimento ou recuperação de um ou mais componentes da aptidão
física.
A atividade física regular é o principio básico de um programa de
reabilitação cardíaca, e que se o exercício físico for realizado com metodologia
segura, é capaz de produzir alterações significativas (RAMOS, 1997 apud
POZZAN et al.,1988).
O exercício físico tem seu papel claramente definido na prevenção
primária e secundária, não só das doenças cardiovasculares, como também de
todas as doenças, ou seja, é mais amplo, é a realização plena da “promoção
da saúde”, e hoje o exercício físico é abordado como “terapêutica
cardiovascular”, ou seja, a prescrição de exercícios físicos é uma terapêutica, o
médico que não prescreve atividade física está deixando o seu paciente sem
uma alternativa terapêutica muito importante (SOUZA et al., 2000).
A utilização dos exercícios dinâmicos (isotônicos) para pacientes pós-
infarto e para os submetidos à cirurgia de revascularização miocárdio, após a
alta hospitalar em nível ambulatorial ou comunitário, permite o aumento da
aptidão cardiovascular que é primordial para o perfeito desempenho de suas
atividades diárias (POZZAN et al.,1988). Diversas pesquisas têm sugerido que
o exercício resistido, quando prescrito e supervisionado de forma apropriada,
apresenta efeitos favoráveis em diferentes aspectos da saúde (força muscular,
capacidade funcional, bem-estar psicossocial, além de impacto positivo sobre
fatores de risco cardiovasculares) (UMPIERRE E STEIN, 2007).
Para Arakaki e Magalhães (1996) os exercícios devem ser isotônicos,
devendo-se evitar os isométricos. O regime de trabalho deve ser o aeróbico e a
intensidade em torno de 70 da capacidade aeróbica máxima. Quanto a duração
da sessão deve ter entre 30 a 60 minutos e compreender aquecimento,
estímulo e desaquecimento.
Segundo Hartley e Ribeiro (1982) o uso do treinamento físico no manejo
de caronariopatas deve ser encarado como uma modalidade terapêutica e,
como tal, deve ser prescrito individualmente, considerando aspectos clínicos,
patológicos e psicossociais do paciente. Segundo Leite (1984), programas de
exercícios aeróbicos associados a bons hábitos higiênico dietéticos, modificam
17
beneficamente a qualidade de vida e os fatores de risco coronarianos. Segundo
ele, em adultos “..os programas de condicionamento aeróbico oferecem
benefícios fisiológicos, sociais e psicológicos.”
Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre a
diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular,
da densidade óssea e da flexibilidade.
Sobre os ganhos psicológicos, há uma redução dos níveis de ansiedade
e depressão, de agressividade, com nítidos incrementos na vontade e alegria
de viver (ALFIERI, 1990) Além disso, Matsudo & Matsudo (2000) apud
Assunpção et al. (1998) afirmam que a atividade física atua na melhoria da
auto-estima, do auto conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de
socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do
consumo de medicamentos.
Guedes e Guedes apud Assunpção et. al. (1998), por sua vez afirmam
que a prática de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde,
influencia na reabilitação de determinadas patologias associadas ao aumento
dos índices de morbidade e mortalidade.
O treinamento físico tem como efeito fundamental a propriedade de
aumentar a absorção pulmonar de oxigênio, facilitando o seu aproveitamento
tecidual. O condicionamento físico possibilita, de maneira gradual, para cada
batimento do coração, no mesmo volume de sangue, a absorção de mais
oxigênio. Essa proporção maior de oxigênio no sangue permite ao coração
bater menos vezes por minuto, mantendo o mesmo nível de oxigenação
sanguínea sistêmica (GODOY, 1997).
Alguns benefícios já foram comprovados tais como os obtidos através de
condicionamento de pacientes sintomáticos portadores de cardiopatia
coronariana, de forma abrangente são: redução da freqüência e da gravidade
de reinfarto; benefícios psicológicos como autoconfiança e sensação de bem
estar; aumento da capacidade funcional do sistema cardiovascular; aumento da
tolerância de esforço; diminuição dos sintomas e da quantidade de
medicamentos; retorno dos pacientes a uma vida social próxima aos níveis
normais (LEITE, 1984).
Em relação à freqüência semanal das sessões, Meneghelo et al. (1993)
relatam que a maioria dos programas utiliza 3 vezes por semana, por outro
18
lado Arakaki e Magalhães (1996) citam entre 3 e 4 vezes por semana como
freqüência ideal. Ressalta-se a possibilidade desta freqüência ser de ate 5 ou
de apenas 2 vezes por semana, num programa deste tipo (RAMOS, 1996).
2.4 O ProCor
ProCor é o Programa de Prevenção e Reabilitação Cardíaca do Centro
de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina. Surgiu em setembro
de 1997 com o objetivo de oferecer a comunidade e aos acadêmicos da área
da Saúde (Educação Física e Medicina) a oportunidade de participação em um
programa de exercícios direcionado aos indivíduos portadores de doenças
cardiovasculares já manifestada e/ou com fatores de risco predisponentes. Há
também indivíduos com diabetes mellitus, sobrepeso ou obesidade,
sedentários, entre outros (SILVA, 2006)
As aulas do ProCor ocorrem segundas, quartas e sextas em dois
horários, ás 17 e ás 18 horas no Bloco 5 do Centro de Desportos. Cada turma
tem 15 vagas, e a admissão dos alunos é realizada mediante a disponibilidade
de vagas. Ao entrar no programa o aluno deve apresentar aos bolsistas
exames médicos que comprovem seu quadro clínico estável, após isso, é feito
um registro de dados de identificação, como doenças e remédios e outra
informações importantes para a equipe.
As aulas são divididas em: aquecimento, alongamento, parte principal e
volta à calma. O aquecimento é feito nos aparelhos, como esteira e bicicletas
ou com atividades recreativas diversas ministradas pelos bolsistas. A parte
principal da aula é subdivida em duas: exercícios aeróbios e exercícios de
resistência muscular localizada, onde também são os bolsistas que planejam e
repassam os exercícios aos alunos.
19
3. MÉTODO
3.1 Caracterização da pesquisa
Esta pesquisa é caracterizada como uma pesquisa descritiva do tipo
estudo de caso. Este tipo de estudo, segundo Silva et al. (2011) tem como
finalidade conhecer uma determinada situação de um grupo específico.
3.2 Sujeitos do estudo
O estudo foi composto por todos os participantes, ou seja, 18
participantes do Programa de Prevenção e Reabilitação Cardíaca (ProCor) do
Centro de Desportos da UFSC, com média de idade de 65,1 ± 8,1 anos, sendo
9 do sexo feminino e 9 do sexo masculino. Os participantes relataram ter
problemas cardíacos como insuficiência cardíaca, hipertensão, acidente
vascular cerebral e angioplastia.
Na tabela 1 são apresentados os valores descritivos (média e desvio
padrão) da idade, massa corporal, estatura e tempo de participação no projeto.
Tabela 1: Valores descritivos (média ± DP) da idade, massa corporal, estatura
e tempo de participação no projeto. Grupo Idade
(anos)
Massa corporal
(kg)
Estatura
(cm)
Tempo de projeto
(meses)
Feminino 63,6 ± 9,5 66,9 ± 11,4 159 ± 0,07 52,2 ± 54,8
Masculino 66,7 ± 10,3 75,9 ± 10,3 170 ± 0,07 75,0 ± 70,8
Fem/Masc 65,1 ± 8,1 71,4 ± 11,5 160 ± 0,08 63,6 ± 62,5
3.3 Instrumentos de medida
Foi construído um instrumento de medida do tipo questionário
(APÊNDICE 1), que contemplou os seguintes itens: os benefícios percebidos
quanto aos aspectos sociais, quanto aos aspectos físicos e quanto ao
conhecimento dos tipos de exercícios e avaliações que são realizadas para
acompanhar os efeitos do programa. Foi composto por questões fechadas e
20
abertas. O questionário passou pelo processo de validação de conteúdo, sendo
realizada por três professores com experiência no assunto, obtendo um índice
de 88%. Segundo Melo citado por Dal Pupo et al. (2011), para que o
instrumento seja considerado válido, os índices devem ser maior ou igual a
80%. Portanto, este questionário foi considerado válido para o estudo.
3.4 Coleta de dados
Os dados foram coletados no Laboratório de Ergometria localizado no
Centro de Desportos da UFSC, antes das atividades físicas dos sujeitos, de 2ª
a 6ª feiras.
3.5 Procedimentos
Após a explicação sobre os objetivos do estudo, os sujeitos assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido e responderam ao questionário
antes de iniciarem os exercícios, na presença do pesquisador responsável,
alguns precisaram de auxílio para responder as questões.
3.6 Tratamento dos dados
Foi realizado estatística descritiva (média, desvio padrão e frequência)
para apresentação dos resultados. Para verificar a associação entre os
benefícios sociais e físicos com o gênero dos participantes e com o tempo de
participação no projeto foi utilizado teste Qui-quadrado.
21
4. RESULTADOS
O primeiro objetivo foi verificar os benefícios percebidos pelos
participantes quanto aos aspectos sociais, cujos dados estão apresentados na
tabela 2.
Tabela 2: Benefícios percebidos pelos participantes do ProCor quanto aos
aspectos sociais.
Aumentou/melhorou
Não percebeu
mudanças
Percebeu que
piorou
Convivência com
amigos 16 2 --
Número de amigos 13 5 --
Participação em
confraternizações 12 5 1
Relacionamento
com familiares 13 5 --
Relacionamento
com outras
pessoas
8 10 --
De acordo com a tabela 2, verifica-se que 16/18 indivíduos responderam
que a convivência com amigos melhorou, além disso, 13/18 pessoas
perceberam que o número de amigos aumentou desde o dia que ingressou no
programa até hoje. Pois segundo eles a convivência do dia-dia faz com que
eles se aproximem, criando laços de amizades dentro do próprio grupo, onde
há descontração entre eles juntamente com os professores, fazendo-os se
sentirem bem.
Em relação à participação em confraternizações e reuniões de amigos,
12/18 dos indivíduos perceberam que aumentou o número de participações
nesse tipo de evento desde que ingressou no programa. Pois segundo eles tem
mais tempo livre e mais disposição para atividades desse tipo. Porém um único
indivíduo percebeu que piorou, devido ao fato de não combinar mais
confraternizações com seus amigos.
22
Quanto ao relacionamento com os familiares, de acordo com 13/18
indivíduos melhoraram, pois eles se sentem menos estressados, se sentem
melhor consigo mesmo, chegando em casa mais relaxados e com novidades
para contar, sendo que também a família se interessa pelos assuntos. No
entanto, o relacionamento com outras pessoas (gentileza com atendentes em
lojas, bancos e mercados), a maioria dos indivíduos (10/18) não perceberam
mudanças.
Na tabela 3 são apresentados os resultados em valores absolutos
referentes aos benefícios percebidos pelos participantes quanto aos aspectos
físicos.
Tabela 3: Benefícios físicos percebidos pelos participantes ProCor.
Melhorou Não percebeu mudanças
Percebeu que piorou
Aptidão física em geral 16 1 1
Atividades físicas específicas 14 4 --
Atividades domesticas/trabalho 12 6 --
Nível de força atividades do dia-dia 13 5 --
De acordo com as respostas obtidas nos questionários, 16/18 indivíduos
perceberam que sua aptidão física melhorou, pois estavam mais dispostos a
realizar as atividades físicas, e também perceberam melhoras na flexibilidade
de acordo com as respostas justificadas. O único indivíduo que percebeu que
piorou, relatou que foi porque estava com problemas pessoais que o impediram
de participar regularmente do programa. Um indivíduo percebeu também que
não houve mudanças, devido ao seu pouco tempo de projeto (2 semanas).
As atividades físicas específicas englobam atividades como, caminhar
alguns quarteirões e subir escadas, 14/18 indivíduos perceberam que melhorou
a resistência para realizar essas atividades, e apenas 4/18 pessoas não
perceberam nenhuma diferença nesses aspectos desde que ingressou no
programa. Além disso, 12/18 indivíduos perceberam que a aptidão física para
realizar atividades domésticas ou no trabalho melhorou, e 6/18 indivíduos não
23
perceberam mudanças. No entanto, isso pode estar vinculado ao tempo de
participação e a regularidade no projeto de acordo com as respostas
justificadas.
Em relação ao nível de força nas atividades do dia-dia, 13/18 indivíduos
perceberam que houve melhora, pois segundo os relatos estão com os
músculos mais firmes, com mais facilidade de pegar e levantar objetos. Apenas
5/18 sujeitos não perceberam melhorias no seu nível de força, por conta de
outros problemas de saúde ou por terem pouco tempo de participação no
projeto.
Na tabela 4 são apresentados os dados sobre o conhecimento dos tipos
de exercícios físicos, assim como o acompanhamento dos mesmos percebidos
pelos participantes do ProCor.
Tabela 4: conhecimento dos tipos de exercícios físicos e acompanhamento
percebidos pelos participantes.
Sim Não
Sabe identificar os exercícios 9 9
É realizada avaliação física 16 2
São realizadas mudanças nos exercícios
6 14
Pode-se observar que metade dos indivíduos sabe identificar os tipos de
exercícios que estão realizando, bem como o objetivo do mesmo, no entanto
metade do grupo não sabe identificar os exercícios bem como sua função.
Quanto a realização de avaliações, a maioria (16) indivíduos respondeu
que são realizadas avaliações, no entanto, geralmente são realizadas no
momento em que ingressam no programa, e posteriormente não são realizadas
periodicamente, pois dependem de quem é o monitor no semestre. Porém um
fato interessante é que a maioria dos indivíduos (14) respondeu que não são
realizadas mudanças nos exercícios após avaliações.
O terceiro objetivo específico do estudo foi verificar se existe associação
entre o sexo e a percepção dos benefícios sociais e físicos pelos participantes
do ProCor.
24
Para tal agrupou-se os cinco aspectos investigados da variável social e
os quatro das físicas em uma tabela 2x2, sendo as respostas categorizadas em
percebeu melhorias e não percebeu melhorias.
Tabela 5 – Associação da percepção de melhorias nas variáveis sociais e
físicas com os sexos.
Variáveis X2c p
Sexo (masc e fem)x sociais 0,09 0,95
Sexo (masc e fem)x físicas 1,09 0,50
X2t (0,05;1) = 3,84
De acordo com a tabela 5, verifica-se que não houve associação
significativa (p<0.05) tanto nas variáveis sociais quanto nas físicas. Tal
resultado demonstra que a percepção de melhoria independe do sexo dos
participantes do ProCor.
Nas tabelas 6 e 7 são apresentados os resultados da associação entre o
tempo de participação no projeto e a percepção de melhorias nos aspectos
sociais e físicos.
Tabela 6 – Associação de tempo de prática com percepção de melhorias
sociais.
Variáveis X2c p
1 – 3 anos x sociais 9,24
0,001
+ de 3 anos x sociais X2
t (0,05;1) = 3,84
Tabela 7 - Associação de tempo de prática com percepção de melhorias físicas. Variáveis X2
c p
1 – 3 anos x física 18,33
0,001
+ de 3 anos x física X2
t (0,05;1) = 3,84
25
Os resultados das tabelas 6 e 7 demonstram que existe associação
significativa (p<0,05) do tempo de prática e os benefícios percebidos quanto
aos aspectos sociais e físicos. Ou seja quanto maior o tempo de prática, maior
a percepção de melhorias.
26
5. DISCUSSÃO O presente estudo teve por objetivo identificar os benefícios percebidos
pelos participantes de um programa de reabilitação cardíaca quanto aos
aspectos sociais e físicos.
Em relação aos aspectos sociais a maioria dos indivíduos relatou que a
convivência com os amigos e familiares melhorou, além disso, o número de
amizades e confraternização com amigos aumentou. Apenas o relacionamento
com outras pessoas (atendentes em lojas, bancos, mercados) os participantes
relataram não terem percebido mudanças.
Em relação aos aspectos físicos a maioria dos indivíduos percebeu que
melhorou a aptidão física de forma geral e específica, além de perceberem
aumento da força muscular desde que ingressaram no programa.
Os resultados encontrados no presente estudo quanto aos benefícios
relacionados aos aspectos sociais que são proporcionados por programas de
reabilitação cardíaca aos pacientes também são confirmados pelos estudos de
Alegrette e Bassan (2004) e Santos et al. (2011). No estudo de Alegrette e
Bassan (2004), os autores compararam a qualidade de vida de oito indivíduos
submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, quatro do sexo
feminino e quatro do sexo masculino, divididos em dois grupos. O primeiro foi
composto por pacientes que frequentaram um Programa de Reabilitação
Cardiovascular e o segundo grupo não fez parte do programa. Os indivíduos
foram avaliados através de um questionário quanto à qualidade de vida,
capacidade emocional, aspectos da dor, aspectos sociais e emocionais.
Segundo os autores, o grupo que frequentou o programa de reabilitação
percebeu melhora quanto aos aspectos físicos, além disso, os mesmos
perceberam que a prática da atividade física orientada promoveu benefícios
também em relação ao aspecto emocionais e sociais. No estudo de Santos et
al. (2011) foi verificado a qualidade de vida de pacientes submetidos a um
programa de reabilitação cardíaca fase IV através de questionário. Houve
melhora na percepção da qualidade de vida, mas principalmente nos domínios
emocional e social.
27
Quanto aos aspectos sociais, no presente estudo observou-se que os
participantes após ingressarem no programa perceberam que o número de
amizades aumentou. Segundo os próprios participantes isso ocorre devido à
convivência diária que fez com que se aproximassem, criando vínculos de
amizade. Os resultados do presente estudo corroboram com estudos prévios
(SILVA et al., 2010; SURDI et al., 2011) que demonstraram que os
participantes de programas de atividade física orientada percebem que o
círculo de amizades aumenta após ingressarem nesse tipo de atividade. De
acordo com Bös et al. (1992), a atividade física e/ou esportiva regular é mais do
que simplesmente um meio para se movimentar, mas ela representa, também,
a oportunidade de fazer e sedimentar relações de amizade.
De acordo com Santos e Salles (2009) pode ser observado claramente
que nos programas de atividade física orientada, seja em academias ou num
programa de reabilitação cardíaca, que esses são locais nos quais as pessoas
se encontram, conversam e estabelecem vínculos de amizades. Desta forma,
surgem novas amizades, que muitas vezes são ampliados para outros espaços
e momentos, como é o caso quando ocorrem confraternizações entre as
pessoas que convivem nesses espaços. No presente estudo isso pode ser
observado, visto que, a maioria das pessoas percebeu que houve um aumento
da participação em confraternizações e reuniões com amigos após
ingressarem no programa. O aumento do número de confraternizações
possivelmente esteja associado ao aumento de novas amizades conquistadas
no decorrer do programa. Esses são momentos importantes para a
solidificação das relações de confiança e ainda pode colaborar para que o
indivíduo sinta-se motivado a continuar participando das atividades.
Outro estudo que comprova os benefícios percebidos pela prática
de atividade física foi investigado por Prado et al. (2004), em 30 mulheres
mastectomizadas (cirurgia de retirada total ou parcial da mama), submetidas a
um programa de exercícios físicos orientados, analisou os benefícios
relacionados quanto aos aspectos físicos e emocional. Para os benefícios
percebidos quanto aos aspectos emocionais as mulheres relataram “melhora
na disposição, ânimo, energia e bem-estar”, além disso, responderam que os
exercícios “evitam estresse, ajuda na saúde mental” e faz com que elas
28
“durmam melhor”. São “bons para as articulações”, “melhoram os movimentos
dos braços e ombros” e fortalecem os músculos.
Em diversos estudos têm sido observado que programas de exercício
físico orientado proporcionam melhoras em alguns aspectos da qualidade de
vida, como nas questões de convívio social e relacionamento com amigos,
desta forma, aumentando a auto-estima, favorecendo o melhor bem-estar
psicológico (PELUSO; ANDRADE, 2005; WANG et al., 2010, WERNECK;
NAVARRO, 2011). Brito (1994), afirma que a atividade física sistemática exerce
uma ação positiva nos aspectos psicológicos dos indivíduos, proporcionando-
lhes uma nova postura com relação à sua auto-imagem, auto-percepção e
auto-estima, ou seja, uma mudança no seu estado de espírito e uma forma
mais segura para lidar com as atividades do seu dia-dia. Apesar de no presente
estudo não ter sido analisado benefícios proporcionados pelo programa quanto
aos aspectos psicológicos, à melhora dos aspectos relacionados à parte social
como na convivência com familiares e amigos, além de um maior número de
amizades e confraternizações com os mesmos pode ser considerado um pré-
requisito para a melhora dos aspectos psicológicos da pessoa.
Quanto aos aspectos físicos neste estudo os resultados demonstram
que os participantes do projeto de reabilitação cardíaca perceberam melhora
na aptidão física geral, na resistência física ao realizar atividades como
caminhar alguns quarteirões ou subir escadas e nas condições físicas para
realizar tarefas domésticas e/ou no trabalho. De acordo com alguns autores
(BOUCHARD; SHEPHARD, 1993; NAHAS, 2001), a melhora da aptidão física
relacionada à saúde congrega algumas características que, em níveis
adequados, possibilitam mais energia para o lazer e trabalho, proporcionando
um menor risco de desenvolvimento de condições ou doenças crônico-
degenerativas associadas a pequenos níveis de atividade física habitual.
Na literatura, vários estudos confirmam os benefícios gerados por um
programa de reabilitação cardíaca sobre a aptidão física dos participantes
(MILANI et al.,2007; MUELA; BASSAN; SERRA, 2011; RAMOS, 2003) . No
estudo de Milani et al. (2007) objetivaram avaliar o efeito do treinamento de um
programa de reabilitação cardíaca, na potência aeróbia (VO2max) em pacientes
cardiopatas. Essa variável foi analisada em testes ergométricos, realizados
após um período mínimo de 12 semanas de treinamento físico. Encontrou-se
29
um incremento significativo do VO2max após o programa de reabilitação
cardíaca, melhorando assim a capacidade física dos pacientes. Muela, Bassan
e Serra (2011), encontraram uma melhora no consumo de oxigênio, no
equivalente metabólico (MET) e no duplo produto em 88 pacientes de um
programa de reabilitação cardíaca, na comparação pré e pós-ingresso no
programa. Mesmo que no presente estudo não se tenha avaliado essas
variáveis, a melhora da aptidão física geral e nas condições para a realização
de determinado nível de esforço físico possuem uma relação direta com a
melhora da potencia e capacidade aeróbia.
Alguns estudos verificaram através de questionários os benefícios
percebidos pelos participantes de programas de atividade física orientada. Em
um estudo de abordagem qualitativa, Bezerra (2011) analisou os benefícios
percebidos por um programa de atividade física em 15 indivíduos hipertensos.
O autor observou que os participantes do programa percebem uma melhora na
saúde, especialmente no controle da pressão arterial e na aptidão física em
geral.
Ades apud Farinatti (2008) avaliaram o efeito de um programa atividade
física sobre algumas tarefas domésticas, com exigências de força e velocidade.
O programa teve duração de seis meses, e após este período observou-se
uma melhora no desempenho na maior parte das tarefas. Os resultados
obtidos nos dois estudos apresentam semelhanças aos resultados obtidos no
presente estudo, ou seja, os indivíduos quando submetidos a prática de
exercícios físicos regulares são capazes de apresentar melhor capacidade para
executar tarefas e atividades do dia-a-dia.
O estudo de Bocalini, Santos e Serra (2008), confirmam os resultados
encontrados no presente estudo em relação aos benefícios dos exercícios
físicos na capacidade funcional e na qualidade de vida em indivíduos
cardiopatas. Os autores investigaram os efeitos do exercício físico na
capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes com insuficiência
cardíaca. A amostra foi composta por 42 pacientes de ambos os sexos, os
quais participaram de um programa de exercício físico durante seis meses. De
acordo com os resultados houve melhoria em todos os componentes da
capacidade funcional, na qualidade de vida nos aspectos psicológicos, físicos,
domínios sociais.
30
Ramos (2003) investigou possíveis efeitos de um programa de
reabilitação cardíaca sobre os componentes da aptidão física relacionada à
saúde. Amostra foi composta por 28 sujeitos pacientes do ProCor da UFSC,
sendo os mesmos avaliados no momento de ingresso no projeto e após 30
meses. Quanto aos componentes morfológicos, os resultados indicaram
redução da massa corporal e decréscimo do IMC ao final dos 30 meses. Foi
observado redução do percentual de gordura somente nos primeiros 6 meses.
Quanto ao componente cardiorrespiratório, os resultados apontaram ao final
dos 30 meses redução média da pressão arterial sistólica de repouso, redução
da pressão arterial diastólica de repouso, incremento do consumo máximo de
oxigênio e, por fim, elevação média da capacidade funcional. O autor concluiu
que o Programa de Prevenção e Reabilitação possibilitou ganhos significativos
em todos os fatores investigados.
Quanto ao conhecimento dos tipos de exercícios físicos, assim como o
acompanhamento dos mesmos percebidos pelos participantes do projeto,
apenas metade dos sujeitos sabe identificar os exercícios e o seu objetivo, a
maioria responderam que são realizadas avaliações, no entanto, não são
realizadas alterações no programa de treinamento após as avaliações.
As aulas são ministrados por bolsistas do curso de Educação Física da
UFSC, matriculados na disciplina de Estágio obrigatório em Atividade Física e
Saúde. O baixo conhecimento dos indivíduos sobre os exercícios e seus
objetivos vem das informações passadas pelos bolsistas. Esses que deveriam
se deter mais a estudar e repassar aos alunos essas informações, por que de
acordo com as respostas obtidas nos questionários, eles desejam saber mais
sobre o que é ensinado seja associado ao seu objetivo. Metade dos alunos,
como já citado anteriormente identificaram esteiras e bicicletas como exercícios
aeróbios e de acordo com eles bons para sua resistência, souberam identificar
exercícios abdominais e exercícios de membros inferiores com caneleiras.
Não houve associação significativa tanto nas variáveis sociais quanto
nas físicas. Tal resultado demonstra que a percepção de melhoria independe
do sexo dos participantes. Este achado pode ser justificado pelo fato de que o
benefício advindo do programa é compartilhado entre os participantes do
programa, sendo que um motiva o outro, independente de tempo de
participação no programa, idade e tipo de doença acometida.
31
Houve associação significativa entre o tempo de pratica do projeto e os
benefícios sociais e físicos percebidos pelos participantes. Santos e Knijnik
(2006), afirmam que é de grande importância para a manutenção e promoção
da saúde que a prática de atividade física ocorresse de forma continuada, sem
este movimento de desistência semanas após o início de um programa de
exercícios. Os mesmos autores ainda destacam que esta continuidade é de
fundamental importância, sobretudo na vida adulta intermediária, por volta dos
40-60 anos, fase em que se iniciam muitos dos declínios fisiológicos, e na vida
adulta tardia, após os 60 anos de idade, fase em que os declínios estão bem
acentuados. Segundo Kremer (2008) nos programas de reabilitação cardíaca a
baixa assiduidade é umas das maiores dificuldades para obtenção de bons
resultados nesse tipo de programa.
32
6. CONCLUSÕES Após análise dos resultados pode-se concluir que:
- a participação em programas deste tipo proporcionam significativas melhoras
nos aspectos físicos e sociais percebidos pelos participantes na sua qualidade
de vida;
- em relação aos aspectos sociais, houve melhoras na convivência com
amigos, aumento do número deles, aumento de participação em
confraternizações e melhoras em relacionamento com familiares e outras
pessoas;
- quanto aos aspectos físicos observados houve melhoras na aptidão física em
geral e para atividades físicas específicas, atividades domésticas e no trabalho
e aumento no nível de força em atividades do dia-dia;
- quanto ao conhecimento sobre os tipos de exercícios e seus objetivos,
metade dos indivíduos soube identifica-los e percebeu-se que não há alteração
no programa de exercícios após as avaliações físicas.
- parece que a percepção de melhoria dos aspectos sociais e físicos,
independe do sexo dos participantes.
- quanto maior o tempo de prática, maior a percepção dos benefícios sociais e
físicos.
Por fim, vale ressaltar a importância deste tipo de programa e que este
seria ainda mais efetivo, se todos os participantes tivessem seus programas de
atividades individualizadas e com consciência dos objetivos de seus
treinamentos.
33
7. REFERÊNCIAS
ACSM. (2000). Manual do ACSM para teste de esforço e prescrição de
exercício. (P. C. P.Estima, trad.). Rio de Janeiro: Revinter (trabalho original
publicado em 2000).
ALEGRETTE N.D., BASSAN A. Avaliação comparativa da qualidade de vida de
pacientes submetidos a revascularização do miocárdio [Trabalho de Conclusão
de Curso]. Adamantina: Faculdades Adamantinenses Integradas; 2004.
ARAKAKI, H. e MAHALHAES, H. M. Programas supervisionados em
reabilitação cardiovascular – abordagem de prescrição de exercício. São Paulo:
Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo; vol.6, n.1,
p.23-30. 1996.
BENETTI, M. Condicionamento físico aplicado a doenças cardiovasculares.
Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 1997, vol.3, n.1, pp. 22-26. ISSN
1517-8692.
BENETTI, M.; NAHAS, M. V.; REBELO, F. P. V.; LEMOS, L S., CARVALHO, T.
Alterações na qualidade de vida em coronariopatas acometidos de infarto
agudo do miocárdio, submetidos a diferentes tipos de tratamento. Revista de Atividade Física e Saúde, Florianópolis, v.6 n.3, p.27-33, 2001.
BEZERRA, It. M. P.; SILVA, J. C.; GOMES, S. C.. Mudanças nos aspectos
sociais de hipertensos por meio da atividade física: desvelando a importância
do profissional de educação física. Saude e Transformação Social, Issn 2178-7085, Florianópolis, v. 2, n. 1, p.56-64, 2011.
.
BOCALINI D.S; DOS SANTOS L; SERRA A. J. Physical exercise improves the
functional capacity and quality of life in patients with heart failure. Clinics.,n. 63,
p.437-42, 2008
34
BOSCO, R.; DEMARCHI, A.; REBELO, F.P.V.; CARVALHO, T.. O efeito de um
programa de exercício físico aeróbio combinado com exercícios de resistência
muscular localizada na melhorada circulação sistêmica e local: um estudo de
caso. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Florianópolis, v.10, n.1,
p.56-62, 2004.
BÖS, K., et al. Promoting health through movement, games and sports: objectives and methods of the health clinic in the sport. Erlangen: Perimed-
Fachbuch, 1992.
BOUCHARD, C. SHEPHARD, R. J. Assessment of physical activity, fitness,
and health. In.: Physical activity, fitness, and health: consensus
statement. Human Kinetics Publishers, Champaign, 1993.
BRITO, A. P. Psicologia do idoso e exercício. In: MARQUES, A. et. all.
Physical activity and healt in the elderly.Proceedings of the 1st Conference of
EGREPA (Europeangroup for research into elderly and physical activity),
Oeiras, 26-30 october 1993, Faculty of Sports Sciences and Physicl Education.
Porto. 1994.
CAMPOS, F. V. S.; PORTO, L. G. Qualidade de vida e nível de atividade física
de pacientes em fase ambulatorial da reabilitação cardíaca. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Brasília, v. 14, n. 2, p.86-95, 16 jul. 2009.
CARVALHO, T. Diretriz de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica:
Aspectos Práticos e Responsabilidades. Arquivos Brasileiros de Cardiologia,
Sociedade Brasileira de Cardiologia. V.96 n.1, p.1-22. 2006.
CASPERSEN,C.J.; POWELL,J.E.; CHRISTENSON,G.M. Physical activity,
exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related
research. Public Health Reports. V.100, n.2, p.126-131,1985.
35
CASTANHO, V.S.; OLIVEIRA, L.S.; PINHEIRO, H.P.; et al. Sex differences in
risk factors for coronary heart disease. A study in a Brazilian population. BMC
Public Health , v.1, n.3, 2001.
COSTA, A. M. Atividade Física e a relação com a qualidade de vida, ansiedade
e depressão em pessoas com seqüelas de acidente vascular cerebral
isquêmico. Campinas, 2000. Tese (Doutorado em Educação Física)
Universidade Estadual de Campinas.
COSTA, C.A.C.; JUNIOR, P.Y.; SABBAG, L.M.S.; DOURADOS, M.P; et al.
Alterações eletrocardiográficas e cardiovasculares em pacientes com infarto
agudo do miocárdio pregresso submetidos a programa de reabilitação cardíaca
supervisionada. Acta Fisiátrica, vol.4 n.2, p.82-89, 1997.
DAL PUPO, J.; SCHUTZ, G. R.; SANTOS, S. G. Instrumentos de medida. In:
SANTOS, S. G. Métodos e técnicas de pesquisa quantitativa aplicada à
Educação Física. Florianópolis, Tribo da Ilha, 2011.
DUARTE, C. Reabilitação Cardiovascular. Mestrado Integrado em Medicina,
2009.
FALUDI, A.A.; MASTROCOLLA, M.; BERTOLAMI, C. Atuação do exercício
físico sob os fatores de risco d=para doenças cardiovasculares. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, São Paulo, v.6, n.1, p.1-
5. Jan./fev. 1996.
FARINATTI, P. T. V. Envelhecimento: promoção da saúde e exercício. São
Paulo: Manole, 2008.
FARINATTI, P. T. V.; OLIVEIRA, R. B.; PINTO, V L M; MONTEIRO, W. D. et al.
Programa domiciliar de exercícios: efeitos de curto prazo sobre a aptidão física
e pressão arterial de indivíduos hipertensos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 84, n. 6, p. 473-479, jun. 2005.
36
GARDENGHI, G.; DIAS, F. D.. Reabilitação cardiovascular em pacientes
cardiopatas. Integração, São Paulo, p.387-392, 2004.
GUEDES, D .P.; GUEDES, J. E. R. P. Crescimento e desempenho motor em
escolares do município de Londrina, Paraná, Brasil. Cadernos de Saúde Publica. Rio de Janeiro, v.9, supl. 1, set.1993.
GILL, T.M.; FEISNTEN, A.R. (1994). A critical appraisal of the quality of quality-
oflife measurements. JAMA, 272: p.619-626.
GODOY, M. et al. I Concenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular (Fase
Crônica). Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 69, n. 4, p.267-
291, 1997.
GROSS, J. L.. Hipercolesterolemia e aterosclerose: é possível prevenir a
fatalidade. Revista HCPA, v.8, n.1, p. 5-8, 1988.
GUIMARÃES, G. V. et al. Reabilitação física no transplante de coração.Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, p.408-411, 04 jul. 2004.
HARTLEY, L. H. ; RIBEIRO, J. P. Adaptações cardiovasculares e metabólicas
ao treinamento físico de coronariopatas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.3, n. 2, p.41-49, 1982.
HEBERDEN W - Commentaries on the history and cure of diseases. London,
1802. Apud: THOMPSON PD - The benefits and risks of exercise training in
patients with chronic coronary artery disease. JAMA 1988; 259: 1537-40.
III DIRETRIZES BRASILEIRAS sobre dislipidemias e diretriz de prevenção
aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de
Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.77, sup.3,
p.1s-48s, Nov. 2001.
37
KANNEL, W.B. The Framingham Syudy: its 50 years legacy and future promise.
Journal of Atherosclerosis and Thrombosis, Boston, v.6, n.2, p.60-66,
out.2000.
KREMER, A. efeitos da assiduidade em um programa de prevenção reabilitação cardiorrespiratória. Monografia. Universidade Federal de Santa
Catarina. 2008.
LEITE, P. F. Sistema cardiovascular, treinamento físico e reabilitação cardíaca.
Jornal Brasileiro de Medicina, v.46 n.5, p.98-117, 1984.
MACKAY J, MENSAH GA. The atlas of heart disease and stroke. Geneva:
World Health Organization; 2004
MENEGHELO, R. S., FERRAZ, A. S. & GHORAYEB, N. Reabilitação e
atividade esportiva após infarto do miocárdio. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, vol.3 n.2, p.86-91, 1993.
MILANI, M.; KUZUKI T, R.; CRESCENCIO C, J.; et al. Efeito do treinamento
físico aeróbico em coronariopatas submetidos a um programa de reabilitação
cardiovascular. Medicina, Ribeirão Preto, p.403-411, 02 jul. 2007.
MORAES, R. S.; NÓBREGA, A. C. L. Diretriz de reabilitação
cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 84, n. 5, p.431-440, maio
2005.
MORROW JR., J. R., JACKSON, A. W., DISCH, J. G.; MOOD, D. P.
Measurement and evaluation in human performance. Champaign: Human
Kinetics. 1995.
MUELA, H. C.; BASSAN, R.; SERRA, S. M. Avaliação dos Benefícios
Funcionais de um Programa de Reabilitação. Revista Brasileira de Cardiologia. V.24, n.24, p.241-250. Rio de Janeiro. julho/agosto 2011.
38
MULCAHY, R. Twenty year of cardiac rehabilitation in Europe a reappraisal.
European Heart Journal, n.12, p.92-93, 1991.
MUIR, A.; SCHATZ, D.A.; MACLAREN, N.K. The Pathogenesis, prediction, and
prevention of insulin-dependent diabetes mellitus. Endocrinology Metabolism Clinic North American, v.21, n.2, p.199-219,1992.
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e
sugestões para um estilo de vida ativo. 5. ed. Londrina: Midiograf, 2010.
NIEMAN, D. C. N. Como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole; 1999.
PELUSO, M. A. M.; ANDRADE, L. H. S. G. Physical activity and mental health:
the association between exercise and mood. Clinics, São Paulo, v.60, n.1, fev.
2005.
POZZAN, R., CRUZ, P. D. M., CASTIER, M. B., BARBOSA, E. C., BARBOSA,
J. S. O., ROCHA, P. J., ALBANESI FILHO, F. M., GINEFRA, P. & GOMES
FILHO, J. B. M. (1988). Reabilitação cardíaca em coronariopatas. Avaliação
após 3 e 6 meses de treinamento aeróbico em nível comunitário. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, vol.50 n.5, p.305-310.
PRADO, M. A. S.; MAMEDE, M. V.; ALMEIDA, A. M.; CLAPIS, M. J. A prática
da atividade física em mulheres submetidas à cirurgia por câncer de mama:
percepção de barreiras e benefícios. Revista Latino-americana de Enfermagem, v.12, n.3, p.494 - 502, 2004.
RAGLIN, J. S. Exercise and mental health: beneficiai and detrimental effects.
Sport and Medicine, v. 9, n.6, 1990.
RAMOS, V. M. Motivação para atividade física em programas de reabilitação cardíaca. Monografia não publicada. Universidade Federal de
Santa Catarina. 1996.
39
RAMOS, J. H. Análise comparativa entre dois programas de prevenção e reabilitação cardiovascular. 1997. 65 f. Monografia (Licenciado) - Ufsc,
Florianópolis, 1997.
RAMOS, J.H. e SILVA, O.J. Analise comparativa entre dois programas de
prevenção e reabilitação cardiovascular. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, vol.4, n.2, p.65-68. 1998.
RAMOS, J. H. Determinantes de adesão, manutenção e desistência de um programa de prevenção e reabilitação cardíaca. 2000. 75 f. Monografia
(Especialista) - Ufsc, Florianópolis, 2000.
RAMOS, J. H. Estudo retrospectivo dos efeitos de um programa de reabilitação cardiovascular sobre componentes da aptidão física relacionada à saúde. 2003. 112 f. Dissertação (Mestrado) - Ufsc,
Florianópolis, 2003.
SANTOS, L. A.; RANGEL, A. C. X.; COUTO, D. C.; et al. Qualidade de vida
relacionada á saúde em paciente com infarto agudo do miocárdio submetido a
programa de reabilitação cardíaca. Fase IV: Relato de caso. Xix Congresso Brasileiro de Fisioterapia, Florianópolis, p.1-7, 2011.
SANTOS, S.C.; KNIJNIK, J.D.; Motivos de adesão a pratica de atividade física
na vida adulta intermediária; Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – v.5 n.1, p.23-34, 2006.
SANTOS, S. F.; SALLES, A. D. Antropologia de uma academia de musculação:
um olhar sobre o corpo e um espaço de representação social. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 23, n. 2, p. 87 - 102, 2009.
SARNI, R.S; SOUZA, F.I.S.; SCHOEPS, D.O., et al. Relação da cintura
abdominal com a condição nutricional, perfil lipídico e pressão arterial em pré-
40
escolares de baixo estrato socioeconômico. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.87, n.2, p.153-8, ago. 2006.
SILVA, O. J. A contribuição da reabilitação cardiovascular na evolução clínica, terapêutica e estilo de vida de portadores de doença arterial. 2006.
153 f. Tese (Doutorado) - Ufsc, Florianópolis, 2006.
SILVA, Paulo Sérgio Barros da; FERREIRA, Carlos Ernesto Santos. Exercício
físico e humor: uma revisão acerca do tema. Educação Física em Revista Issn: 1983-6643, Brasília, v. 5, n. 3, p.1-8, out. 2011.
SILVA, W. F.; ALMEIDA, A. R.; SANTOS, D. T.; SILVEIRA, M. B. Os benefícios
da atividade física para a qualidade de vida dos idosos em um clube de terceira
idade na cidade de Porteirinha, MG. Revista Digital, Buenos Aires, Ano 15, n.
149, Outubro, 2010.
SOUZA, E. C. M. S. de et al. Reabilitação cardiovascular – custo-
benefício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Curitiba, v.6, n.4,
p.145-154, jul. 2000.
SQUIRES, R.W.; GAU,G.T.; MILLER, T.D.; et al. Cardiovascular rehabilitation: status, 1990. Mayo Clinic Proceedings., v.65, p.731-55, 1990.
SURDI, A. C.; PADILHA, E.; ZAGO, E.; LOUZADA, L. G. A prática de
atividades físicas em academia ao ar livre: a percepção dos seus praticantes.
Revista Digital, Buenos Aires, Ano 16, n. 162, Novembro, 2011.
UMPIERRE, D.; STEIN, R. Efeitos hemodinâmicos e vasculares do treinamento
resistido: implicações na doença cardiovascular. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. [online]. 2007, vol.89, n.4, pp. 256-262.
WANG, C. et al. Tai Chi on psychological qell-being: systematic review and
meta-analysis. BMC Complementary & Alternative Medicine, v 10, may. 2010.
41
WENGER, N.; HELLERSTEIN, H. Rehabilitation of the coronary pacient. New
York Churchill- Livingstone, 90: 100/303-411/474-9, 1992.
WERNECK, F. Z.; NAVARRO, C. A. Nível de atividade física e estado de
humor em adolescentes. Psicologia: teoria e pesquisa, v.27, n.2, p.189 – 193,
abr/jun. 2011.
World Health Organization. Global atlas on cardiovascular disease prevention
and control. Disponível em: http://www.who.int/cardiovascular_diseases/en/.
Acessado em: 08 de Nov. 2011.
42
APÊNDICE 1
Dados de identificação Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
Data de nascimento:_____/_____/________
Massa corporal:______kg Estatura:______cm
Há quanto tempo participa do projeto?_________________
Qual o motivo que levou você a participar do projeto? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Assinale apenas uma resposta para questões de múltipla escolha e justifique. 1 – Desde que o Sr. (a) ingressou no programa até hoje, percebeu que a convivência com os amigos: ( ) Melhorou muito ( ) Melhorou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que piorou Justifique sua resposta:_________________________________________________________ 2 - Desde que o Sr. (a) ingressou no programa até hoje, percebeu que o seu número de amigos: ( ) Aumentou muito ( ) Aumentou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que diminuiu Justifique sua resposta:________________________________________________________ 3 – Desde que o Sr.(a) ingressou no programa a sua participação em confraternizações ou reuniões com amigos: ( ) Aumentou muito ( ) Aumentou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que diminuiu Justifique sua resposta:_________________________________________________________ 4 - O Sr. (a) percebe que o seu relacionamento com seus familiares após ingressar no programa: ( ) Melhorou muito ( ) Melhorou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que piorou Justifique sua resposta:________________________________________________________ 5 - Desde que o (a) Sr. (a) ingressou no programa, percebeu que o seu relacionamento com as outras pessoas, a exemplo tolerância e gentileza com os atendentes em lojas, bancos, mercados: ( ) Melhorou muito ( ) Melhorou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que piorou
43
Justifique sua resposta:_________________________________________________________ 6 - Comparando a sua aptidão física em geral, desde o dia em ingressou no programa até hoje, percebeu que: ( ) Melhorou muito ( ) Melhorou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que piorou Justifique sua resposta:_________________________________________________________ 7 – Após ingressar no programa o Sr. (a) percebeu que a sua resistência física ao realizar atividades como caminhar alguns quarteirões ou subir escadas: ( ) Melhorou muito ( ) Melhorou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que piorou Justifique sua resposta:________________________________________________________ 8 – A sua condição física para realizar tarefas domésticas e/ou no trabalho, desde o dia em que ingressou no programa até hoje: ( ) Melhorou muito ( ) Melhorou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que piorou Justifique sua resposta:______________________________________________________ 9 - O seu nível de força para levantar um objeto pesado ou carregar compras do supermercado: ( ) Melhorou muito ( ) Melhorou pouco ( ) Não percebeu mudanças ( ) Percebeu que piorou Justifique sua resposta:_________________________________________________________ 10- Você sabe identificar os exercícios que realiza no Procor e o objetivo de cada um deles? Em caso positivo cite o exercício e aponte o objetivo do mesmo.
11- É realizada uma avaliação física para verificar as mudanças advindas dos exercícios? ( ) Sim ( ) Não Em caso positivo, as avaliações são realizadas de quanto em quanto tempo?
12 – São realizadas mudanças no programa de exercícios após as avaliações? ( ) Sim ( ) Não Explique:_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________________