Bem-vindos ao novo site da ADEVA Lúcia Nascimento Cícero diz que teve uma infância...

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Nº 58 - jan./fev./mar. de 2012 - ANO XIII Associação de Deficientes Visuais e Amigos Cícero Rodrigues, um homem de negócios Profissão: p. 3 Momentos inesquecíveis do rádio Mais! Para ouvir p. 11 Bem-vindos ao novo site da ADEVA Em foco p. 6

Transcript of Bem-vindos ao novo site da ADEVA Lúcia Nascimento Cícero diz que teve uma infância...

Nº 58 - jan./fev./mar. de 2012 - ANO XIII Associação de Deficientes Visuais e Amigos

Cícero Rodrigues, um homem de negócios

Profissão: p. 3

Momentos inesquecíveis do rádio

Mais! Para ouvir p. 11

Bem-vindos ao novo site da ADEVA

Em foco p. 6

Atualmente, a inclusão digital tem um papel fundamental no processo de inclusão social dos indivíduos. No caso da pessoa com deficiência visual, porém, essa importância é muito maior. Com a inclusão digital, o deficiente visual pode ler um jornal diário pelo site, pesquisar sobre

diversos assuntos, acessar sua conta bancária, trocar mensagens com pessoas que não conhecem o braile, escanear e ouvir textos que só estão disponíveis de forma impressa.

No entanto, nem todos podem ter um computador pessoal em casa. Da constatação desse fato

e de que o acesso aos modernos meios de comunicação, em especial a internet, passou a ser um diferencial no aprendizado e na capacidade de ascensão social, ampliaram-se as iniciativas governamentais e sociais que buscam soluções para garantir tal acesso.

O programa de inclusão digital Acessa São Paulo, instituído pelo governo do Estado no ano 2000, implanta e mantém espaços públicos orientados à democratização da informática, com equipamentos para acesso gratuito e livre à internet. Nesses locais, o usuário pode navegar livremente pela rede, pesquisar, ler notícias, participar de redes sociais, redigir documentos e currículos, enviar e receber e-mails.

Os Postos Públicos de Acesso à Internet (POPAIs) são implantados em parceria com secretarias e órgãos do governo do Estado, como os postos do Poupatempo, terminais de ônibus, estações de trens e do Metrô e ONGs.

Em 2002, o Programa Acessa São Paulo firmou parceria com a ADEVA, e dessa união nasceu um POPAI que funciona dentro da entidade, totalmente adaptado às necessidades das pessoas com deficiência visual, e pronto para atender até mesmo aqueles que não possuem nenhum conhecimento de informática.

O deficiente visual possui uma dificuldade maior em ser autodidata no aprendizado da informática. O desconhecimento do teclado, das funções dos softwares leitores de tela que garantem a acessibilidade, e a falta de conhecimento dos próprios softwares utilizados para a navegação na rede são obstáculos, mas podem ser superados.

No posto ADEVA, os usuários têm à disposição diversos cursos, que começam pela digitação, passam pelo Windows, Word e chegam à internet. É possível cursar Excel e até mesmo aprender linguagens de criação de páginas na internet, como HTML, entre outras.

Em 2012, essa parceria com o Estado completa dez anos, com projetos de expansão visando a melhoria do programa, porque, para a ADEVA, não só a pessoa com deficiência tem direito ao que a sociedade produz, mas também a sociedade não pode ser privada daquilo que a pessoa com deficiência pode produzir.

“Até os 30 anos, tentei viver como uma pessoa ‘normal’, porque eu não tinha noção da gravidade da minha doença: retinose pigmentar (desgaste progressivo na retina). Por ser uma doença gradual e que não modifica o visual, as pessoas brigavam comigo, por exemplo, quando eu esbarrava nelas, ou achavam que eu fazia desfeita por não olhar para elas na empresa.

Em 2000, fui buscar o curso de braile da ADEVA, onde fui informada que era necessário também fazer o curso de mobilidade. Eu nasci de novo! Na ADEVA, conheci pessoas esclarecidas em relação à perda da visão e me considero uma pessoa muito afortunada por isso.

Em 2007, consegui trabalho por meio da ADEVA e dentro da Lei de Cotas no RH de uma empresa de call center. Posteriormente, fiz um curso de capacitação em recursos humanos e por meio do Serasa fui para a PwC, onde trabalho desde 2009.

Quanto à Lei de Cotas, acho uma ótima iniciativa, porque sem ela não teríamos oportunidade de trabalhar numa multinacional, por exemplo. Foram poucos os que conseguiram um lugar no mercado antes da lei. É um ponto de partida. O que a gente vai fazer com isso, só depende de nós.”

Kátia Miyoko Chimabokoro, 40, é auxiliar administrativa na PwC Brasil

Lei de Cotas: bem ou mal?

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Dez anos de uma parceria frutífera

Marcelo Antunes Maciel de Sousa, diretor sociocultural da ADEVA

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Por Lúcia Nascimento [email protected]

“Eu acordo de bom humor, porque sei que vou trabalhar.” Tanta paixão pelo trabalho é o que explica as conquistas do engenheiro Cícero Rodrigues da Silva Filho. Nascido em Goiânia há 68 anos, Cícero perdeu a visão aos 16 por causa de um deslocamento da retina, o que não o impediu de atingir o tão sonhado sucesso profissional.

Aluno aplicado, os gráficos não eram problema para ele. “Sempre tive muita facilidade com geometria. Eu também não decorava nada, e sim procurava entender e fazer muitas perguntas, principalmente sobre matemática, química e física”, lembra.

Ousado, ele conta que procurava sempre o nível de ensino mais elevado. “Para prestar o vestibular, fui fazer cursinho para Medicina, que tinha mais conteúdo.” Cícero foi o 16º colocado no vestibular da PUC-SP, onde cursou Física.

Ótimo aluno na faculdade, Cícero chegou a dar aulas de Física no Colégio Ateneu Brasil, em São Paulo. “Mas Física não era a minha praia”, confessa, “e mudei para Engenharia.”

Ao mesmo tempo em que cursava Engenharia no Mackenzie, Cícero iniciou um curso de programação em Cobol na IBM, o que fez com que ingressasse, como estagiário, nas empresas do Grupo Silvio Santos. “Lá eu comecei como estagiário de programação, passei por todos os níveis de programador, por todos os níveis de análise, fui promovido a gerente de desenvolvimento e, depois, a gerente comercial”, recorda.

Durante 20 anos, ele conviveu e trabalhou com o famoso empresário e apresentador. Por conhecer a folha de pagamento e o sistema de contabi-lidade das 32 empresas do grupo, Cícero vendeu os seus serviços para todas elas, como SBT, Tele Sena e Banco PanAmericano.

Em 1993, Cícero deixou o Grupo Silvio Santos. “Eu não via mais perspectivas de crescimento,

porque, para passar a diretor, eu tinha de tirar um grande amigo. Então, preferi sair e abrir a minha própria empresa”, explica.

Foi assim que Cícero fundou a Líder Trade, uma revenda de softwares, hardwares, entre outras soluções de informática. Trabalhou sem “patrão”, literalmente, por cerca de dez anos, mas, por discordar de alguns procedimentos do mercado, decidiu fechar a empresa em 2000.

Encerrados os trabalhos na Líder, Cícero foi trabalhar na multinacional TWW Wireless, onde atuou na área comercial. Em 2008, ele prestou concurso e ingressou na Prodam, onde ocupa o cargo de analista de negócios.

Na sua área, Cícero atende ao Instituto de Previdência do Município (Iprem), que tem pessoas responsáveis pela informática, mas cujo desenvol-vimento é feito por ele, por meio da Prodam, e da também analista Maria Cristina Lombardo.

FamíliaCícero é filho de Cícero Rodrigues da

Silva e de Darci Silva, já falecidos, e irmão da Marizette. Quando era professor de física, conheceu sua futura esposa, a pedagoga Cláudia, que o auxiliava na correção das provas. Casados há 38 anos, ele e Cláudia têm três filhos: Mariana, Eduardo e Fábio; e dois netos: Oto e Rafaela.

Cícero diz que teve uma infância normal, apesar do seu alto grau de miopia. Por causa da deficiência, conta que foi proibido de estudar pelos médicos. Felizmente, ele desobedeceu a regra.

Na Fundação para o Livro do Cego no Brasil (hoje Fundação Dorina Nowill) aprendeu o braile. Embora não tivesse o mesmo ritmo das outras crianças, conseguiu concluir o ginásio no Colégio Estadual Duque de Caxias e, três anos depois, o colegial científico no Instituto de Educação Brasílio Machado.

Lei de CotasRealizado pessoal e profissio-

nalmente, Cícero diz que é a favor da Lei de Cotas, desde que os deficientes estejam habilitados a preencher as vagas que lhes são proporcionadas. “Nenhuma empresa investe em ninguém”, alerta. “Para realizar os seus objetivos profis-sionais, os deficientes têm que acreditar neles e estudar muito! A cultura é fundamental”, completa o homem de negócios.

Cícero Rodrigues, um homem de negóciosPor causa da deficiência, foi proibido de estudar. Felizmente, ele desobedeceu a regra

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a mais nova parceira da

ADEVAGerar cursos de qualificação

para deficientes é o objetivo em comum

Por Lúcia Nascimento [email protected]

“Considero a ADEVA minha irmã mais velha.” Uma frase tão especial como essa não poderia ter vindo senão de uma legítima cria da ADEVA. Filho de Eraldo Galvão Sousa e da vice-presidente e uma das fundadoras da ADEVA, Sandra Maciel, o bancário e universitário Marcelo Antunes Maciel de Sousa, 28, nasceu em São Paulo e cresceu e se desenvolveu profissionalmente na entidade.

Muito comunicativo e sociável, Marcelo já demonstrava, desde criança, que poderia render bons frutos para a ADEVA. Com 16 anos, fez um curso para formação de instrutores de informática para deficientes visuais pela entidade em parceria com a Fundação Bradesco. “A ADEVA passava por sua maior transformação, a inauguração do primeiro centro de treinamento na Praça da Bandeira (centro de São Paulo)”, recorda.

Suas principais atribuições eram dar aulas de informática, ajudar na área administrativa e captar recursos, mas ele

conta que fazia um pouco de tudo. “Elaborava projetos, fazia trabalhos de office-boy, colava taco no chão, ia às reuniões com o governador... Enfim, o que precisasse.”

Marcelo ficou na ADEVA por quase oito anos. Posteriormente, foi trabalhar no Bradesco, onde atualmente é supervisor da Central de Atendimento às Agências. Antes, porém, ele deixaria sua marca na história da instituição ao formar, em 2002, ao lado da colega Kamila, a primeira dupla de monitores do posto ADEVA do Acessa São Paulo, programa de inclusão digital do governo do Estado. Na ADEVA, foi montado um infocentro equipado com dez computadores totalmente adaptados para pessoas com deficiência visual que, neste ano, completa dez anos (Editorial à pág. 2).

“Fui monitor do Acessa durante aproximadamente três anos. O infocentro ADEVA, assim como todos os outros, veio fortalecer a inclusão digital, que é o objetivo do programa”, diz Marcelo. “Com a inclusão digital, as pessoas com deficiência visual podem ler um jornal pelo site, estudar qualquer assunto. Parece uma coisa simples, mas pode mudar muito a vida delas.”

Marcelo Antunes: um talento que

nasceu na ADEVA“Prata da casa”, ele já demonstrava desde criança que poderia render bons frutos

No seu intuito de inserir os deficientes visuais no mercado de trabalho, a ADEVA assinou no final de 2011 uma parceria com a IBM Brasil para desenvolver treinamento na área de programação em Cobol.

Presente em mais de 170 países e com uma equipe com cerca de 400 mil colaboradores em todo o mundo, a IBM é líder mundial em soluções completas de tecnologia da informação (TI) que envolvem serviços, consultoria, hardware, software e financiamento.

“Uma área muito significativa da IBM hoje é a prestação de serviços para a solução de problemas dos clientes. A empresa tem soluções para desde um caixa de um supermercado a uma administração de uma grande organização, como um grande banco

e uma grande indústria”, explica o executivo de parcerias educacionais, Edson Luiz Pereira.

Desde 2008, a IBM dividiu sua atuação em dois blocos: mercados maduros e em crescimento. “O Brasil, que é a primeira filial da companhia fora dos EUA, é parte deste segundo bloco, junto com mais de 140 países, e um dos principais alvos da empresa para investimentos em função do seu histórico de crescimento equilibrado e potenciais oportunidades”, afirma o executivo. Fundada há 100 anos e há 95 no País, a IBM Brasil faz parte de um modelo integrado de prestação de serviços que garante custos competitivos, excelência e padronização de processos.

A valorização da diversidade é

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Jogo rápido com Marcelo Antunes

um exemplo de programa global que envolve tanto o público interno quanto o externo. Há iniciativas voltadas para funcionários, cadeia de suprimentos e grupos de minoria. Para refletir a heterogeneidade do mercado em que atua e garantir igualdade de raça, gênero, portador de deficiência e opção sexual internamente, foram criados quatro comitês de diversidade (mulheres, afrodescendentes, GLBT e PWD). Eles desenvolvem iniciativas para criar oportu-nidades para todos e trabalham para acabar com qualquer tipo de diferença ou preconceito dentro da empresa. Os grupos partem do conceito de que a IBM é uma empresa de inovação e não se pode inovar sem uma força de trabalho diversificada.

A falta de profissionais especia-

lizados é um dos empecilhos enfrentados pela maior parte das empresas de TI. Atualmente, o número de profissionais formados em cursos de tecnologia é muito menor que a demanda do mercado.

Por isso a IBM tem um setor especia-lizado em firmar parcerias com foco em desenvolvimento de mão de obra para suprir suas necessidades internas, bem como do mercado em geral.

Há 35 anos na empresa, Pereira afirma que a IBM tem iniciativas anuais com o objetivo de gerar cursos de qualificação para deficientes. Foi dentro desse processo que nasceu a parceria da empresa com a ADEVA, por meio de contatos com o presidente da entidade, Markiano Sharan Filho, e a vice-presidente, Sandra Maciel.

“Entendemos que a ADEVA já vem se dedicando a ensinar conceitos de TI aos seus alunos. Dessa conversa surgiu a ideia de fazermos algo juntos, em que a IBM pode proporcionar acesso a um computador de grande porte, o mesmo usado por grandes bancos e empresas, e o conteúdo de cursos de programação Cobol, que é a linguagem de programação mais usada na utilização dessas máquinas.”

De acordo com Pereira, cerca de 70% das oportunidades de emprego em TI nos países estão na área de programação, principalmente em computadores de grande porte. “Por meio dessa parceria, poderemos formar mais programadores e ajudar a gerar empregos de melhor qualidade para os alunos da ADEVA”, finaliza. (Lúcia Nascimento)

Signo: “Sagicórnio” (nasci no primeiro dia de Capricórnio, à 0h35min, mas sou Sagitário, segundo um mapa astral que fiz uma vez).

Cor: Alvinegro.Hobby: Filmes.

Um filme: Zeitgeist, o Filme (disponível no YouTube com legendas em português).

Um livro: Autobiografia Gandhi: Minha Vida e Minhas Experiências com a Verdade.

Palas Athena, 1999. 436 págs.Um estilo de música: MPB.

Uma música: Para Viver Um Grande Amor (Vinicius de Moraes).

Cantora preferida: Elis Regina.Cantor: Chico Buarque.

Sobre a deficiência: O que chamam de deficiência, para mim, é só uma particularidade, entre tantas

outras que nos fazem diferentes. Para mim, deficiência é se achar melhor que os outros.

Religião: “Na verdade há tantas religiões como indivíduos.” (Mahatma Gandhi).

Deus: Verdade.Amigos: “Todo meu patrimônio são meus amigos.” (Emily Dickinson)

Amor: Mariana.Esporte preferido: Levantamento de garfo.

Time do coração: Corinthians.Família: Alicerce.

Um sonho: Igualdade social.O que fazer para viver melhor? Fazer

os outros viverem melhor.Uma frase: “Existem dois dias no ano

em que não podemos fazer nada: ontem e amanhã.” (Mahatma Gandhi)

Marcelo conta que sua infância foi ótima e, no que se refere aos estudos, estava sempre entre os melhores da turma. Na pré-escola estudou na Escola Dinâmica; fez o primário no Colégio Claretiano e, depois, foi para o Colégio Rio Branco. Terminou o ginásio no Instituto Educacional São Gonçalo. No ensino médio, estudou na Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, onde também fez o curso técnico em edificações.

Cursando o segundo semestre de Gestão Financeira na Uninove, Marcelo revela que já tem seis anos de estudos acadêmicos. Fez dois anos e meio de Psicologia no Mackenzie, dois anos de Ciências Sociais na USP, e mais um ano na Unicsul, cursos que, por diversos motivos, teve de interromper. “Os cursos, no entanto, me favorecem praticamente em qualquer área em que eu lide com pessoas, e meu curso atual me ajuda no trabalho de bancário e na gestão dentro do terceiro setor, que sempre foi meu objetivo”, explica.

Direitos humanosDevido ao trabalho e aos estudos, as suas atividades

na ADEVA se reduziram a pequenas ajudas, até que ele foi convidado, em 2011, a participar da chapa para a diretoria da entidade. Marcelo explica que, no cargo de diretor sociocultural da ADEVA, utiliza suas experiências por meio dos conheci-mentos que vem adquirindo sobre gestão.

Para ele, o trabalho da instituição é importantíssimo, pois o seu grande diferencial é o compromisso com a qualidade. “A inserção no mercado de trabalho é o foco principal, mas é só uma ferramenta. O objetivo fundamental é fazer com que uma parcela significativa da sociedade tenha acesso a direitos estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para mim, isso significa muito”, conclui.

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Um novo ano, uma nova homeA ADEVA começa 2012 de “casa”

nova. Seu site na internet foi totalmente reformulado para oferecer uma melhor navegação e mais fácil compreensão do conteúdo para quem usa o teclado, o mouse ou um software leitor de tela.

Entre as novidades destacam-se a versão para leitura on-line e para download de todos os jornais da ADEVA; notícias e destaques com tecnologia automatizada para agilizar a transmissão de informações no site, que agora conta também com um sistema de busca; e um novo sistema de doações on-line totalmente seguro.

O primeiro passo para a reformulação do novo site foi reescrever todas as informações do site antigo para deixá-las mais claras e objetivas, trabalho realizado pela jornalista e ex-editora do CONVIVA Liane Constantino.

Em seguida, a web designer Cláudia Nascimento, da e-hipermidia, diagramou o conteúdo num novo desenho de layout que atende as recomendações do World Wide Web Consortium (W3C), comunidade internacional que desenvolve os padrões da web.

Para facilitar a navegação pelo teclado, os títulos e resumos das páginas foram

criados com cabeçalhos, o que permite às pessoas com deficiência visual, por meio dos leitores de tela, utilizar atalhos para pular entre os tópicos, localizando a informação procurada mais fácil e rapidamente.

É possível também navegar entre todos os links de cada página usando a tecla tab. O resultado é uma total acessibilidade e navegabilidade aos seus visitantes, já comprovadas por pessoas com deficiência visual em testes utilizando os principais navegadores.

Confira as novidades! Venha nos visitar no novo www.adeva.org.br.

Censo de pessoas com deficiência vai começar em março

Entre os dias 1° de março e 30 de abril, a Prefeitura de São Paulo fará um censo para apurar informações e cadastrar a população de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida moradora da capital paulista.

De acordo com a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, essa será a primeira vez que um levantamento amplo será realizado. “O objetivo é levantar o número de pessoas com deficiência

e mobilidade reduzida. Saber onde estão, como vivem e como elas estão. Queremos identificar qual o perfil”, explica Daniela Tolzer Delgado, membro do grupo de trabalho coordenado pela pasta. Segundo ela, o material coletado servirá de parâmetro para que sejam propostas novas políticas públicas.

A partir do dia 1° de março, o formulário do Censo-Inclusão 2012 será enviado às residências da capital. O questionário também estará

disponibilizado na internet por meio do site www.censoinclusao.sp.gov.br, onde poderá ser preenchido e entregue até o dia 30 de abril.

“Temos algumas frentes de trabalho. Vamos enviar, por meio do IPTU, carta explicativa anexa com o formulário a ser preenchido e devolvido à Prefeitura. É simples. A pessoa preenche e manda de volta, sem qualquer custo”, diz Daniela.

O questionário contará com questões sobre qual o tipo de deficiência, se é congênita ou adquirida, os lugares frequentados, os recursos de acessibilidade que mais costuma usar, etc. E questões relacionadas também à vida escolar e profissional.

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ADEVA nas redes sociais:twitter.com/adeva1978facebook.com/adeva

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4 de janeiro, Dia Mundial do Braille

Os pontos em relevo, atualmente tão comuns em embalagens de medicamentos, cosméticos e alimentos, em cartões de visita e em cardápios, representam uma das maravi-lhosas e insuperáveis invenções humanas – o sistema braile.

O sistema braile foi criado em 1825 pelo jovem francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro (Dia Mundial do Braille) de 1809. É um código universal que permite às pessoas cegas beneficiar-se da escrita e da leitura, dando-lhes acesso ao conhecimento, favorecendo sua inclusão na sociedade e o pleno exercício da cidadania.

Baseado na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas e três linhas, o sistema braile compõe 63 caracteres diferentes, que representam as letras do alfabeto, os números, sinais de pontuação e acentuação, a simbologia científica, musicográfica, fonética e informática.

O sistema braile adapta-se perfeitamente à leitura tátil, pois os seis pontos em relevo podem ser percebidos pela parte mais sensível do dedo com apenas um toque.

O jovem cego José Álvares de Azevedo, nascido em 8 de abril (Dia Nacional do Braille) de 1834, trouxe o sistema para o Brasil, primeiro país da América Latina a adotá-lo, em 1850.

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Por Sidney Tobias de Souza [email protected]

É verão, estação de sol forte, calor e temporais. Nessa época do ano, tornaram-se comum na cidade de São Paulo, além dos alagamentos, as notícias de queda de árvores, bloqueando o trânsito, interrompendo o fornecimento de energia, destruindo telhados, amassando carros e, às vezes, deixando até vítimas fatais.

Neste início de ano, em um único dia na cidade de São Paulo, os bombeiros atenderam a 53 ocorrências envolvendo árvores que caíram. O recorde do verão passado foi de 145 árvores em um dia. Mas por que as árvores caem?

Assim como nós, as árvores envelhecem e morrem. Os cupins e a poluição também provocam a morte prematura das árvores. E árvore morta, um dia tomba. Mas o homem tem também sua parcela de culpa.

Para liberar a fachada de seus comércios, muitos proprie-tários fazem podas inadequadas que desequilibram as árvores. Alguns cortam as raízes que estavam quebrando

Por que as árvores caem?Assim como nós, as árvores envelhecem e morrem, mas

o homem tem também a sua parcela de culpa

a calçada, tirando sua sustentação, ou sufocam a árvore cimentando em volta do tronco sem deixar nada do solo exposto. A impermeabilização impede a aeração do solo e, consequentemente, das raízes, enfraquecendo a planta.

Já outros escolhem equivocadamente espécies nativas ou exóticas inapropriadas para áreas pequenas como quintais e calçadas. Conclusão: essas árvores não suportam as rajadas de vento e caem pesadamente sobre o que estiver embaixo, na maioria das vezes, carros estacionados.

Se você deseja ter e manter uma árvore embelezando e refrescando o seu ambiente, saiba que pode contar com ajuda habilitada. Por exemplo, o corte e a poda de árvores na cidade de São Paulo podem ser solicitados à Prefeitura pelo telefone 156 ou pelo site prefeitura.sp.gov.br.

Os viveiros Manequinho Lopes (no Parque do Ibirapuera), Arthur Etzel (Parque do Carmo) e Harry Blossfeld (Parque Cemucam, em Cotia), produzem mudas de várias espécies nativas de árvores, palmeiras, arbustos e herbáceas que, além de suprir as necessidades dos parques e áreas verdes municipais, são também fornecidas para munícipes pelo programa de arborização e ajardinamento. Há cerca de 200 espécies de árvores nativas das matas paulistanas nesses

viveiros, onde é possível obter mudas e orientação de como e onde plantá-las, afinal, existe a árvore certa

para o local adequado. O flamboyant, por exemplo, é recomendado

apenas para áreas grandes, pois chega a até dez metros de altura e tem raízes superficiais, então uma boa opção para quem gosta da espécie é plantar o também ornamental flamboyanzinho, que é menor

e com raízes que não dão problemas. E se desejar aprofundar-se no assunto, você

pode fazer um curso de jardinagem ou de recursos paisagísticos na Escola Municipal de Jardinagem no Parque

do Ibirapuera. Se cuidarmos bem das nossas árvores, elas suportarão melhor as intempéries do clima paulistano.

SERVIÇO:

Parque do IbirapueraAv. Pedro Álvares Cabral, s/n - IbirapueraSão Paulo - SPtel.: 11 5574-5177

Parque do CarmoAv. Afonso de Sampaio e Souza, 951 - ItaqueraSão Paulo - SPtel.: 11 2748-0010

Parque CemucamR. Mesopotâmia, s/n (Rod. Raposo Tavares, km 25) Granja Viana Cotia - SPtel.: 11 4702-2126

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Paralimpíadas de Londres esquentam calendário de 2012

Meta é que País atinja o sétimo lugar no quadro de medalhas, superando Pequim

Por Ivan de Oliveira Freitas [email protected]

À medida que as Olimpíadas de Londres se aproximam, a 30ª da Era Moderna, também esquentam as expectativas em torno do maior evento paralímpico do planeta, as Paralimpíadas. Neste ano, as Paralimpíadas chegam à sua 14ª edição e acontecem em Londres entre os dias 29 de agosto e 9 de setembro. Com a presença de 21 modalidades, já estão sendo consideradas o maior evento do segmento a ser realizado no mundo.

A fim de tornar universal o termo paralimpíada, o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) mudou sua nomenclatura recentemente para Comitê Paralímpico Brasileiro. Trata-se do órgão responsável pela estruturação e organização da delegação brasileira que nos representará no final de agosto nos Jogos de Londres. Segundo seu presidente, Andrew Parsons, a meta do comitê é que o Brasil atinja o sétimo lugar no quadro de medalhas, superando a marca de Pequim, em 2008, quando conquistamos a nona colocação geral. Essa ascendência deve continuar ampliando, pois o marco para as Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, é colocar o Brasil entre as cinco principais potências paralímpicas do mundo.

Neste ano de Jogos Paralímpicos, o CPB inicia os trabalhos preparativos para a competição convocando equipes permanentes de treinamento em todas as modalidades que levará aos Jogos. As equipes, por sinal, já estão iniciando as fases de treinamento, visando a excelência na performance dos atletas para quando as competições tiverem início.

De olho no peixe e também no gato, o CPB promove um diferencial que está na decisão de convocar para treinar também as equipes de jovens paratletas, aproveitando o momento de euforia paralímpica para preparar essa juventude para os Jogos de 2016, que serão realizados aqui no Brasil.

Para aqueles que ainda sonham fazer parte da equipe que representará o Brasil em Londres e não fazem parte das equipes permanentes, uma dica. Treinem arduamente para as competições regionais, que ocorrerão no início deste semestre, pois ainda há tempo para que novos talentos possam integrar as equipes permanentes das modalidades e nos proporcionar grandes alegrias em Londres.

Fazer parte de uma equipe paralímpica permanente, no entanto, não é tarefa fácil. Os atletas das modalidades coletivas precisam mostrar grande desempenho e os das modalidades individuais têm índices elevadíssimos a superar (cerca de 80% do recorde da prova que almejam). Boa sorte!

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Por Laercio Sant’Anna [email protected]

Ainda me lembro do dia em que o Markiano me pediu para instalar o Talks em um celular novo que ele havia comprado. Confesso que ao pegar aquele aparelho cheio de botões, fiquei preocupado. Até então, eu ainda não havia manipulado de maneira mais séria um aparelho com teclado Qwerty. Só para esclarecer, Qwerty é o nome dado ao teclado que possui todas as letras e números. É um teclado semelhante ao de um computador. Como até então o mais comum eram os celulares com teclado numérico, tive a sensação de que não me acostumaria com tantos botõezinhos juntos. Mas, depois de uns 20 minutos, já estava me virando relativamente bem, e, depois de uma hora, já tinha certeza de que não queria mais o velho teclado numérico.

O leitor mais conservador deve estar se perguntando: Por que eu tenho que mudar para um celular com teclado Qwerty se estou tão acostumado com o numérico?

Simplesmente porque os modelos com o velho padrão de teclado estão sumindo do mercado. Com a chegada dos smartphones, o teclado numérico deixou de ser prático. Como já expliquei neste espaço (Convivaware 56), cada vez mais os smartphones estão se transformando em computadores de bolso.

Como nós, cegos, dependemos de aparelhos um pouco mais sofisticados por causa da necessidade de um leitor de tela, já não está sendo possível encontrar modelos apenas com teclado numérico. Daí a importância de estarmos abertos ao novo. O problema é que, se os mais desavisados pensam que o novo é simplesmente o teclado Qwerty, estão muito enganados. A tela tátil, ou seja, que ao ser tocada faz as vezes de um teclado, já é uma realidade.

Com elas é possível experimentar novas maneiras de interação, como arrastar o dedo, fazer movimentos circulares, entre outros, para realizar operações que antes exigiam a digitação de várias teclas. Mesmo nos modelos mais simples, os fabricantes de celulares estão dando preferência para telas táteis.

Sem pânicoQuando iniciei na área da

informática, em 1988, usávamos um terminal com uma síntese horrível. Contudo, quando nos disseram que passaríamos a usar microcomputadores, e que nele viria um tal de Windows, foi uma preocupação geral. Como é que apagaríamos algo simplesmente arrastando-o para uma tal de lixeira? Como perceberíamos onde estávamos se a tela não teria mais 25 linhas e 80 colunas?

Hoje damos risada do nosso desespero de então. Com as novas interfaces não será diferente. Passaremos por um período de espera, seguido por um processo de adaptação. Esse é o maior problema. Temos tendência a querer interagir com as novas interfaces usando os mesmos velhos conceitos. Obviamente, precisamos de tecnologias assistivas que nos deem suporte, mas não é só isso, precisamos também jogar fora velhas fórmulas, e criar novas maneiras de contornar limitações que não podemos ignorar que existem. Hoje, uma pessoa cega não arrasta nada para a lixeira, mas usa a tecla del. O problema é que, quando o Windows surgiu, ninguém nos avisou que havia essa possibilidade.

Por fim, dada a facilidade de nos comunicarmos graças às novas tecnologias, já não esperamos tanto quanto esperávamos há 15 anos. Uma prova disso é o exemplo de respeito às pessoas com deficiência dado pela Apple ao incluir recursos de acessi-bilidade em todos os seus produtos. Hoje, uma pessoa com deficiência consegue interagir com os aparelhos da Apple que não têm nenhum botão com total independência e segurança. Falaremos mais sobre isso no próximo Convivaware.

Dos teclados numéricos para as telas táteisCom elas é possível experimentar novas maneiras de interação com os smartphones

Depois de 24 anos de informática, aprendi algumas lições:

3. Quando conseguirmos, já estaremos de olho em

algo que queremos e ainda não é possível

2. Depois que conseguirmos, será

melhor do que era antes

1. Vai demorar um pouco mais,

mas iremos conseguir

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http://www.free-ocr.com

O Free OCR é uma ferramenta online de reconhecimento ótico

de caracteres (OCR na sigla em inglês), ou seja, faz ocr nas

imagens. O usuário envia um arquivo com imagem, e o site o

devolve num formato de texto (.doc, por exemplo). Muito útil

para pessoas com deficiência visual.

http://topsy.com

O Topsy é uma ferramenta de buscas por notícias nas

redes socias. Com layout similar ao do Google, promete

pesquisas em tempo real ranqueadas por relevância ou data.

Interessante para acompanhar as reações das pessoas a

determinados fatos na web.

http://www.priberam.pt/dlpo

O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa é um dicionário

de português online que contém cerca de 105 mil entradas

lexicais. Permite a consulta de definições, com sinônimos e

antônimos por acepção. É também possível consultar infor-

mação sobre a origem de algumas palavras e a sua pronúncia.

Radioteatro e radionovela

O período das novelas e das dramatizações em radioteatro, nos anos 60, marcou, sem dúvida, uma fase áurea da história do rádio de São Paulo.

Havia em São Paulo uma emissora especializada em teatros e novelas radiofonizadas, com um inesquecível elenco de radioatores, a saudosa PRA-5, ou Rádio São Paulo.

Hoje, ao recordar essa era gloriosa do rádio, da qual participei como ouvinte, lembro-me de espetaculares produções em dramas, teatros e romances extraídos de clássicos da literatura brasileira, como “O Guarani”, bem como de grandes novelas escritas por consagrados autores nacionais.

Além da Rádio São Paulo, também a Rádio Piratininga (PRB-6), já extinta há muitos anos, levava ao ar diariamente um drama sertanejo, cujo protagonista era uma espécie de herói do sertão. Juvêncio, o personagem principal, era vivido pelo saudoso Vicente Lia, que, pela impostação vocal, parecia ser um homem de traços firmes e robustez física imponente. Tempos depois vim a saber que ele era um homem de baixa estatura e fisicamente franzino, ao contrário do que imaginava.

Outras importantes emissoras de rádio de São Paulo valiam-se das radiofonizações teatrais e dramáticas. A antiga Rádio Nacional de São Paulo, atual Globo, levava ao ar todas as tardes, no “Programa Silvio Santos”, histórias fantasiosas e fantasmagóricas narradas pelos ouvintes por meio de cartas.

Já a Rádio Bandeirantes, com uma programação predominan-temente musical, mantinha no ar todas as manhãs um programa informativo policial, “Patrulha Bandeirantes”, que, com a produção de Tauma de Oliveira, reproduzia, por meio de um ótimo elenco dramas policiais vividos de fato por moradores da cidade.

Mas a fase das radionovelas foi gradativamente cedendo espaço a um período de transição do rádio. A Rádio São Paulo desapareceu e os caminhos percorridos pela grade de programação do rádio de São Paulo, bem como de todo o Brasil, ingressou em uma etapa de mudanças crescentes, sem, contudo, deixar de fazer parte da vida do brasileiro em geral e do deficiente visual em especial.

Hoje, apenas iniciativas singelas e esporádicas ainda utilizam este expediente em pequenas emissoras, em geral de caráter mais dogmático religioso, como por exemplo a rádio da LBV e a Rádio Boa Nova de Guarulhos, que aborda a dogmática kardecista, ambas em AM.

Por Geraldo Pinheiro

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EXPEDIENTE: Jornalista responsável: Rafael Brandimarti (MTb 62.567). Colaboradores: Geraldo Pinheiro da Fonseca Filho, Ivan de Oliveira Freitas, Laercio Sant’Anna, Lothar Antenor Bazanella, Lúcia Nascimento (MTb 29.273), Márcio Spoladore, Markiano Charan Filho, Sandra Maciel, Sidney Tobias de Souza. Correspondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP) - telefones: 11 5084-6693 / 5084-6695 - fax: 11 5084-6298 - e-mail: [email protected] - site: www.adeva.org.br. Editoração: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e impressão: cortesia Garilli Artes Gráficas Ltda. - tel.: 11 2696-3288 - e-mail: [email protected] Tiragem: 1.000 exemplares. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

Viagem pela ciênciaNo Espaço Catavento é possível não só ouvir as estrelas, como tocar um meteori-to de verdade, encontrar Gandhi em uma escalada, conhecer o corpo humano por dentro, entender como funciona um gera-dor de energia e muito mais. Possibilidade de agendamento de grupos de até 40 pessoas para uma visita sensorial. Palácio das Indústrias - Parque Dom Pedro II - Centro - São Paulo. De terça a domingo, das 9h às 17h (bi-lheteria fecha às 16h) . R$ 6,00.

Um dedo de trova

Floresta amiga, perdoao fogo, a serra, a agressão...A Humanidade ainda é boa...- Certos homens é que não!

João Freire Filho

Na distância, ao teu aceno,quanta tristeza me invade...O trem ficando pequenoe, em mim, crescendo a saudade!...

Hermoclydes Siqueira Campos

- Coragem!... Sua mulhertem poucos dias... lamento...- Doutor, se o destino quer,mais uns dias... eu aguento!

Vasques Filho

Menininho DoenteNa minha rua há um menino doente.Enquanto os outros partem para a escola,junto à janela, sonhadoramente,ele ouve o sapateiro bater sola.

Ouve, também, o carpinteiro em frente,que uma canção napolitana engrola.e pouco a pouco, gradativamente,o sofrimento que ele tem se evola...

Mas nesta rua há um operário triste:Não canta nada na manhã sonorae o menino nem sonha que ele existe.

Ele trabalha silenciosamente...E está compondo este soneto agora,pra alminha boa do menino doente...

Mário Quintana

Por Lothar Antenor Bazanella

CinemaSessão com audiodescrição do filme “Uma Lição de Amor” (2001), com Sean Penn e Michelle Pfeiffer. O longa conta a história de Sam Dawson (Penn), um homem com deficiência mental que cria sua filha, Lucy, com a ajuda de amigos. Assim que completa sete anos de idade, Lucy começa a ultrapassar intelectualmente seu pai. Auditório da Biblioteca Monteiro Lobato. Rua João Gonçalves, 439 - Centro - Guarulhos. Dia 25 de fevereiro, às 15h. Grátis. Informações: (11) 2087-6900

ExposiçãoO Centro Cultural Banco do Brasil recebe, entre os dias 13 de fevereiro e 29 de abril, a exposição ÍNDIA! A mostra traça um panorama da cultura indiana, do milenar ao contem-porâneo, por meio de mais de 350 peças datadas de 200 a.C. a 2011. A visita começa com um filme de sete minutos que prepara o visitante para embarcar na “viagem” pelo país.Rua Álvares Penteado, 112 (próximo às estações Sé e São Bento do Metrô) - Centro - São Paulo. Aberto de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada franca. Informações: (11) 3113-3651 / 3113-3652 – bb.com.br/cultura

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