Bem estar 13-05-2012

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Editorial

Não está legal? Mude! Na edição deste domingo, pelomenos duas reportagens estão fundamentadas em cimadesta recomendação. A primeira trata da importância deinvestirmos em uma atividade profissional que proporcionede fato bem-estar e felicidade. Não que seja fácil jogar tudopara o alto. Por isso, leia nossas dicas de como você podeir se preparando e o que deve se perguntar antes de partirpara a grande virada. Coragem e confiança em um futuromelhor também valem para o amor, quando ele acaba -tema de nossa outra reportagem. Muitos se prendem a umrelacionamento fracassado por estar condicionados a viverna companhia do outro, mas vínculo não é amor, vocêmerece mais do que isso. Use as lições da antiga relaçãocomo aprendizado, aceite o fim. E aceite o recomeço. 24

Em Roma, o bairro da moda é Monti,cenário do novo filme de Woody Allen,“Para Roma, com Amor”

16

Com “Tapas & Beijos”, FernandaTorres comemora o bom momento natevê após o sucesso de “Os Normais”

13

Espiritualista diz que só o amo pleno,ensinado por Jesus, irá nosfortalecer para vencer os conflitosexistenciais que vivenciamos

Poesia

DOAÇÃOQuero dar para você

Muito do que tenho em mim

Quero dar o meu carinho

Quero dar minha vivência

Quero aplainar seu caminho.

Quero dar os meus acertos

Tirando os meus desconcertos...

Fé na vida eu quero dar.

Olhos para conter

Tanta beleza de ver.

Quero dar e agradecer

Por tudo que já vivi

Por tudo que aprendi

Na soma destas andanças.

Quero ajudar a enxugar

Lágrimas, pranto, tristeza...

E transformar em doçura

Tanto momento assim.

Heloisa Sigaud Furquim, em “Av.3”

COMPORTAMENTOCom a popularização das redessociais e dos sites derelacionamento, a internet tem setornado campo fértil para o “affairvirtual” e a “traição on-line”Páginas 6 e 7

RELACIONAMENTOSaber seguir em frente quando arelação acaba depende deautoconhecimento. Considere quesua felicidade está no futuro e nãono passado se um amor acabaPáginas 8 e 9

CORPORATIVODestaque de fórum de análisetransacional em Rio Preto, RosaKrauz diz que o bom líder deve terrespeito pelo ser humano e forçapara enfrentar desafiosPáginas 10 e 11

FAMÍLIAA presença de um filho trazcrescimento e aprendizadosobre amor incondicional: “Osentimento de ser pai e mãe éintraduzível”, diz psicólogaPágina 12

Agência O Globo/Divulgação

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

Turismo

Rubens Cardia

Televisão

Fim e recomeço

Marcos LelisDIÁRIO DA REGIÃO

Editor-chefeFabrício [email protected]

Editora-executivaRita Magalhã[email protected]

CoordenaçãoLigia [email protected]

Editor de Bem-Estar e TVIgor [email protected]

Editora de TurismoCecília [email protected]

Editor de ArteCésar A. Belisá[email protected]

Diretora SuperintendenteRosana [email protected]

Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa

DiagramaçãoCristiane Magalhães

Foto capaGuilherme Baffi

Tratamento de ImagensArthur Miglionni, HumbertoPereira e Yan Desidério

Matérias:Agência EstadoAgência O GloboTV Press

2 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

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O espírito nos envia continuamente

ajuda para a purificação dos

sentidos materiais, da memória,

da imaginação e da vontade

AMAR O LABORIOSOEspiritualidade

José Trigueirinho Netto

Em nosso caminho ascen-

dente, é preciso aprender a

amar o laborioso, amar o que

exige adaptações e transforma-

ções. Não se trata apenas de

aceitar e admitir o que o desti-

no traz, mas de verdadeiramen-

te amar a prova. Quando se che-

ga a amar a dificuldade, recebe-

se um toque do espírito. E isso

é o que dá, para sempre, segu-

rança para viver a vida tal qual

é, sem jamais retroceder. O ele-

vado toque do espírito cancela

toda possibilidade de fuga e li-

berta a alma que decide não

abandonar o labor.

O gozo de coisas materiais

obscurece o entendimento

das coisas do espírito. Para

que a personalidade possa co-

laborar com a alma, deve assu-

mir um trabalho ativo de puri-

ficação dos sentidos mate-

riais, da memória, da imagina-

ção e da vontade.

O espírito nos envia conti-

nuamente ajuda para essa puri-

ficação. Leva a nossa personali-

dade à incerteza pelo resultado

dos trabalhos que realiza. Isso é

saudável, pois a torna humilde

e pronta a invocar a ajuda do

mundo interno.

Todo verdadeiro instrutor

espiritual indica a necessidade

de não abandonarmos as pro-

vas, de amá-las e de trabalhar-

mos com empenho para perma-

necer neutros diante delas. As-

sim, essas ajudas chegam e

transformam a nossa vida.

ServiçoExtraído da série “Sinais de Figueira”(Irdin Editora), de Trigueirinho(www.trigueirinho.org.br). Palestras doautor poderão ser ouvidas,gratuitamente, no site: www.irdin.org.br,ou no grupo de estudos, que se reúneàs quartas-feiras, às 20 horas, na ruaPorfírio Pimentel, 55, Bom Jesus, (2ªtravessa acima da Av. Alberto Andalócom a rua Marechal Deodoro). Maisinformações: [email protected]

José Trigueirinho Netto éfilósofo espiritualista, autor de77 livros, com cerca de 2,5milhões de exemplarespublicados até o momento, emais de 1,7 mil palestrasgravadas ao vivo

Para a purificação dos sentidos materiais

Não se inclinar ao mais fácil nem fugir do trabalhoso. Não buscar osaboroso, mas reconhecer no insípido um campo de treinamento daadaptabilidade

Não alimentar a inércia. Buscar o equilíbrio entre dar o necessáriorepouso aos corpos e não estar procurando descanso

Não almejar consolo nem compensações, pois ajudas vêm por si, nomomento certo, enviadas pelo espírito

Nada acumular em quantidade, mas observar em tudo a qualidade - enisso incluem-se as companhias

Essa purificação leva ao gosto pelo que é elevado e dá forças paracolaborar com a alma no cumprimento do Plano Evolutivo

Para a purificação da memória e da imaginação

Saber em que momentos é necessário cuidar das coisas da vidaexterna bem pontualmente e em que momentos se deve esquecer delas

Discernir que conhecimento deve ser absorvido pelo próprio ser,tendo em conta que assuntos alheios ocupam o lugar de coisas maisprofundas

Para a purificação da vontade

Perder o interesse por tudo o que leva à desunião

Dirigir a vontade para o mundo espiritual. Se for dirigidaerroneamente só para coisas externas, a pessoa pode tornar-sepresunçosa e soberba, vulnerável a elogios e adulações - o que é umdescaminho

Não se distrair com a mente nem permitir que criaturas a povoem,pois isso tira a atenção do essencial �

Quem é

Dicas

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 3

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Com planejamento

e perseverança, é

possível reconstruir

a vida e recomeçar

em uma atividade

profissional

pautada pela

felicidade e o

bem-estar

Gisele [email protected]

Em 1991, o engenheiro

agrônomo Luís Henrique Ri-

beiro, então com 28 anos, dei-

xou para trás uma promissora

carreira de gerente de uma usi-

na de açúcar e álcool na região

de Rio Preto e partiu em busca

de um sonho: ele comprou um

terreno entre um lixão e um ce-

mitério e construiu o que se

tornaria anos depois uma pou-

sada conhecida nacional e in-

ternacionalmente pelos cuida-

dos com a natureza, a Toca da

Coruja, na Praia de Pipa, no li-

toral do Rio Grande do Norte.

Após pedir demissão do empre-

go escondido da família e com

a mulher grávida, concordou

em ficar em Rio Preto até o nas-

cimento da crian-

ça. Enquanto isso,

para sobreviver, montou um

sacolão de verduras e legumes

em uma área nobre da cidade.

A filha nasceu e ele partiu em

busca do novo destino, segui-

do três meses depois pela mu-

lher. “O sacolão foi a primeira

prova de que, se a pousada não

desse certo, eu poderia sobrevi-

ver de outra forma”, explica.

Sem nada concreto, comprou o

terreno que o dinheiro permi-

tia e começou hospedando tu-

ristas estrangeiros que procura-

vam o cenário paradisíaco.

Após muito trabalho e investi-

mento, conseguiu remover o

lixão e inovou na prática hote-

leira, o que deu resultado.

Ribeiro, hoje com 48 anos,

faz parte do segundo grupo de

brasileiros que, cansados da ro-

tina estressante dos grandes

centros, jogaram tudo para o al-

to em busca do seu sonho e de

uma vida mais simples.

A primeira geração surgiu

nos anos 1960 e 1970, inspira-

da pela filosofia hippie, quan-

do o desapego era o caminho

para a felicidade. Essa nova tur-

ma, que surgiu nos anos 1980 e

1990, é diferente. Eles bus-

cam a tranquilidade do cam-

po ou da praia, mas não

abrem mão do conforto, e fa-

zem escolhas mais indivi-

duais do que coletivas.

Cada vez mais os profissio-

nais das metrópoles têm busca-

do o estilo “slow living” (vida

desacelerada, mais leve), que

prega uma vida mais tranquila

e longe do estresse, das cobran-

ças e da agitação das cidades

grandes. São pessoas que bus-

cam não apenas compensação

financeira e sucesso, mas quali-

dade de vida e equilíbrio entre

o pessoal e profissional.

“A infelicidade é um dos

principais motivos para que es-

ta mudança drástica de estilo

de vida aconteça, uma vez que

todos nós precisamos enxergar

sentido naquilo que fazemos, e

estar feliz é essencial neste pro-

cesso”, diz José Roberto Mar-

ques, presidente do Instituto

Brasileiro de Coaching (IBC).

Passar por essa mudança de

forma não traumática exige

que o profissional assuma cer-

tos riscos, que incluem ficar de-

Mudança

TRABALHE FELIZ

4 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

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sempregado, colocar em che-

que sua estabilidade financeira

e a de sua família e não alcan-

çar, de imediato, o sucesso que

deseja com a nova empreitada.

“Para que essa decisão seja to-

mada de forma consciente, o

processo de coaching auxilia o

profissional a identificar as me-

lhores maneiras de passar por

tão significativa mudança e os

melhores meios para alcançar o

objetivo planejado de forma as-

sertiva e feliz”, diz Marques.

“Para isso, precisamos de

planejamento financeiro, pois

pode ser que as coisas não acon-

teçam da forma que imagina-

mos e, com isso, precisamos de

uma reserva para sobreviver e

manter o mesmo padrão ante-

rior”, diz Ana Carolina Verdi

Braga, administradora e consul-

tora empresarial em treinamen-

to e educação corporativa do

Cegente, de Rio Preto. Conhe-

ça antes a cidade, veja se terá

uma boa adaptação, se as coisas

vão acontecer como o planeja-

do (e somente depois leve a fa-

mília) é a dica de Ana Carolina.

Assim, o risco de as coisas da-

rem errado é menor.

É importante, porém, iden-

tificar se o que o incomoda está

no que você faz ou na forma co-

mo está encarando a vida. “Te-

nha em mente que você pode

mudar e ser mais feliz, mas

se o problema estiver em vo-

cê e não no seu trabalho

atual, daqui a um tempo vo-

cê poderá verificar o mesmo

desgaste”, diz o coach e con-

sultor empresarial Paulo Cé-

sar Martins Guimarães, da

Humana Consultoria Empresa-

rial, de Belo Horizonte (MG).

O mais importante é a pessoa

se encontrar com o que acredita e

com o que considera ser bom pa-

ra ela. Quem tentou garante que

vale a pena. “Pelo menos você

tem de tentar descobrir do que vo-

cê gosta, porque aí não vai ser tra-

balho e sim prazer”, diz Luís

Henrique Ribeiro.

Questione:

Porque euquero mudarde vida?

O quanto euquero mudar de vida?

Serei feliz adotando outro estilode vida?

Tenho condiçõesdebancar meunovoestilo de vida?

Minha família, meusamigos,namorada(o) estão prontospara fazerestamudança comigo?

Qual oprazo para meestabelecernestenovo contexto?

Desejo realmente fazer estamudança?

Planeje:

É importante planejar comantecedência cada passo, definirosobjetivos

Faça umorçamentoemensure cadaresultadopara começar umavida novadeformamais centradae equilibrada, semosmesmosestressesdo estilo de vidaanterior emais feliz

Mudar deestilo de vida incluiassumir novas posturasem relaçãoàvida,alimentar novos comportamentos,comopensar menos emsi e dedicarmaisatenção aos familiareseamigos,cultivar hábitos como cordialidade,gentileza, paciência, perdão, rir de simesmo,permitir-seerrar, valorizar aspequenascoisasebuscar acumularmaisexperiências pessoaisdoquebensmateriais �

Fonte: José Roberto Marques, do InstitutoBrasileiro de Coaching

Perguntasque ajudamadescobrir seoque vocêestá fazendoatualmenteéamelhor escolha

Euestouganhando oquequeria?

Sobra tempoedinheiroparaatividades prazerosas comoviagensecursos?

Me sinto realizado fazendooqueestou fazendoagora?

Amissão daminha vidatema ver coma daempresa queeu trabalho?

O que realmente faz comqueeu gostedo meu atual

trabalho?

O ambientede trabalhoépositivopara que eupossame realizar?

O queeu poderia fazer quemedariamais prazer?

Eu ficaria feliz se mudassedeemprego?

Porque aindaestoutrabalhandoaqui?

Vou trabalhar animado evoltopara casa feliz?

Me vejo fazendoa mesmacoisanos próximosanos?

Me identifico com oscolegasecoma empresanaqual trabalho?

Gosto realmentedoque faço?

Eume sinto reconhecidopeloque faço?

Fonte: Reportagem

Antes de partirpara o plano B

Saiba mais

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 5

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Comredessociais específicaspara “amizades”extraconjugais,

internet vira um campo fértil para puladinhasde cerca

Gisele [email protected]

O relações públicas P.S.,

38 anos, conheceu Maria (no-

me fictício). “Ela me achou

interessante e eu a achei boni-

ta, por isso começamos a con-

versar”, disse. Foram três me-

ses de conversas, que foram

se tornando mais íntimas até

decidirem partir para as via

de fato e marcarem um encon-

tro num motel. Tanta discri-

ção tinha um motivo: ambos

são casados e usam a internet

da mesma forma que um nú-

mero crescente de brasileiros

que vai para a frente do com-

putador: para dar uma “esca-

padinha”.

A internet tem sido usada ca-

da dia mais como pano de fundo

para repaginar velhos comporta-

mentos, afinal, histórias de infide-

lidade sempre permearam os rela-

cionamentos amorosos. O desejo

de trair já existia. O que tem mu-

dado são as ferramentas para que

a traição ocorra. Muitas graças à

internet. E Maria não foi a única

mulher que P.S., casado há 16

anos, conheceu no mundo vir-

tual. Já houve outras casadas e sol-

teiras. “Para a traição, a internet é

uma ferramenta e tanta, porque é

mais fácil fugir e evitar encon-

tros”, explica.

P.S. diz já ter interrompido

relacionamentos porque a pes-

soa começou a “pegar no pé”,

contrariando a proposta do caso

rápido, e até mesmo por medo

de se envolver emocionalmente,

já que assim como grande parte

das pessoas que trilham o mes-

mo caminho na web ele não tem

o menor interesse em colocar

fim no casamento.

A relação amorosa, mes-

mo que seja recheada de su-

cesso no amor e na constru-

ção familiar, não extingue o

desejo sexual. Sexo e amor

são coisas separadas. É pos-

sível amar o parceiro e a fa-

mília e sentir desejo por ou-

tra pessoa.

E como hoje a internet faz par-

te da vida das pessoas, obviamen-

te trair por meio dessa ferramen-

ta traz a ideia errada de que, num

primeiro momento, consiga ga-

rantir uma certa separação entre

a relação amorosa real e o desejo

sexual. “As pessoas acham que

através da internet elas conse-

guem manter um pouco o contro-

le da situação”, diz Ana Canosa,

psicóloga clínica, terapeuta se-

xual e educadora sexual, que este-

ve à frente do reality show “SOS

Casamento”.

Mesmo nos casos em que essa

traição é motivada pelo desgaste

da relação e pela falta de novida-

de, escolher trair para alimentar

essa energia que falta é um passo

difícil, porque envolve o senti-

mento de outra pessoa, o contrato

de fidelidade com seu parceiro(a)

e o risco da descoberta. “As pes-

soas acham que se escolherem

um parceiro virtual alimentam es-

se lado e se protegem dos transtor-

nos que podem ocorrer em uma

relação ao vivo, mas não é na-

da disso, você acaba se

envolvendo do mesmo jeito, por-

que sempre termina num encon-

tro pessoal”, explica.

No Brasil, desde o ano passa-

do, existem redes sociais como a

norte-americana Ohhtel Brasil, a

canadense Ashely Madison e a

holandesa Second Love, destina-

das a pessoas que desejam procu-

rar “amizades” extraconjugais –

que na palavra mais popular é a fa-

mosa relação entre amantes.

Já são cerca de 740 mil ca-

dastrados nas três redes. As

mulheres podem se cadas-

trar de graça, enquanto os ho-

mens pagam uma taxa que va-

ria de R$ 29,90 a R$ 60.

Uma outra rede social que

tem servido de meio-de-campo

para quem quer conhecer novas

pessoas é conhecida como Badoo.

Em muitos casos, esse “barzinho

virtual” para adultos também é

visto como uma oportunidade pa-

ra quem busca sexo casual. O site

tem 10 milhões de usuários ati-

vos só no Brasil, onde tem sua

maior audiência. No mundo, são

35 milhões de usuários.

Uma pesquisa feita pela Glo-

bal Market Insite (GMI), que ana-

lisou o comportamento de 18 mil

homens e mulheres com idade en-

tre 18 e 64 anos e que se relacio-

nam virtualmente em 18 países

de todos os continentes, aponta o

Brasil como recordista no que diz

respeito ao número de pessoas

que buscam namoro ou sexo na

internet. Na lista dos países anali-

sados estão Canadá, China, Aus-

trália, Espanha, Estados Unidos,

França, Inglaterra e Japão.

Quando questionados se a

prática de manter relaciona-

mento virtual é considerada

traição, 56% dos brasileiros

disseram que sim. Pelo me-

nos 32% assumiram que já

traíram o parceiro desta for-

ma. Em segundo lugar, estão

os malaios (29%).

Se os celulares criaram um ca-

nal direto para que os amantes

possam marcar encontros extra-

conjugais sem precisar ligar para

a casa ou trabalho do(a) outro(a)

para marcar um encontro, a inter-

net avançou ainda mais. Os servi-

ços de troca de mensagens como

MSN, Gtalk ou Skype, por exem-

plo, ajudam o contato que as re-

des sociais como o Facebook per-

mitem garimpar. Tanto valem co-

nhecidos novos ou antigos.

Os sites servem como

ponto de encontro

para pes-

soas ocupadas acharem o que pre-

cisam de um jeito mais fácil. E as

redes sociais que oferecem possi-

bilidade de traição para casados

facilitou essa busca, uma vez que

todos os que estão lá procuram a

mesma coisa.

Para o psicólogo Carlos Boe-

chat, sexólogo e terapeuta de famí-

lia, o aumento no número de sites

de relacionamento que favore-

cem a infidelidade conjugal la-

mentavelmente atende a uma de-

manda existente, fruto da fragili-

dade emocional no mundo de ho-

je. “Na verdade, as pessoas estão

muito imaturas, achando que po-

dem trocar o outro com facilida-

de e que a pessoa nova e desconhe-

cida deverá trazer a felicidade per-

feita”, diz. Isso provém de um

conceito errado e de fantasias de

que não podemos ter frustrações

ou dor, que levam a uma grande

insatisfação, e a achar que, bus-

cando outro, será melhor, o que

não é verdade.

Esses sites de relacionamen-

to na verdade trazem mais ilu-

sões nas possibilidades das pes-

soas que, embora estejam neles

para a prática sexual, trazem em-

butido o desejo de encontrar al-

g u é m melhor e de ser feliz. O

resultado no desprepa-

ro de homens e mulhe-

res em lidar com situa-

ções novas como essas, na

opinião de Boechat, é o au-

mento da solidão, insatisfa-

ção e destruição das relações

amorosas e sociais.

Comportamento

TRAIÇÃO ON-LINE

6 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 7: Bem estar  13-05-2012

Se o parceiro passou a entrar em sites quenão visitava

Se o histórico de páginas visitasestá sempre vazio

Se os horários de uso do computadormudaram

Caso haja mudanças de

comportamento, como distanciamento ouirritabilidade, e também mudanças narotina diária, como sumiços repentinos

Affair virtualDesconfie

Em uma das primeiras pu-

blicações a abordar a traição

virtual, em 2001, “Infidelida-

de na Internet - Relaciona-

mentos virtuais, traição real”

(em tradução livre), as auto-

ras Marlene Matheu e Rona

Subotnik estimavam que

20% dos internautas usas-

sem o mundo virtual para

fim sexual. E a maioria de-

les era comprometida ou ca-

sada. Nesta época, ainda

não haviam sido criadas fer-

ramentas populares como o

Facebook, que surgiu em

2004, e também os grandes

sites de traição ainda não ti-

nham vindo para o Brasil.

“Todos nós estamos sujei-

tos à traição amorosa, uma

vez que a infidelidade sempre

acompanhou os relacionamen-

tos amorosos em qualquer

contexto e cultura”, diz o psi-

cólogo clínico Ailton Amélio

da Silva, professor do Institu-

to de Psicologia da Universi-

dade de São Paulo (USP),

autor do livro “Relaciona-

mento Amoroso” (ed. Publi-

folha). Nos dias atuais, são

vários os motivos que levam

a trair, já que, com a libera-

ção sexual, a traição perdeu

sua aura de proibida e o sta-

tus de ter apenas um parcei-

ro enfraqueceu muito. Uma

conversa pela internet pode

ser o primeiro passo.

No entanto, é importante

lembrar que a traição está lon-

ge de ser considerada algo ba-

nal e prejudica, sim, o relacio-

namento, porque quando um

parceiro se interessa fortemen-

te por um terceiro, perde o in-

teresse e a energia em relação

ao parceiro oficial.

A traição é a segunda

maior causa de separação no

mundo, segundo um estudo

realizado em 186 culturas pe-

la antropóloga Laura Betzig,

da Universidade de Michi-

gan, nos Estados Unidos. Só

perde para a esterilidade.

A proposta dos sites é ofe-

recer um vasto cardápio de op-

ções para a traição. Alguns

usuários limitam o contato a

bate-papos e sexo virtual. No

entanto, uma grande parte

quer mais do que um affair on-

line. Um estudo da Universi-

dade de Nebrasca, nos Esta-

dos Unidos, com mais de 5,8

mil usuários entrevistados,

mostra que 66% não se conten-

tam apenas com seus jogos pe-

la web.

E esse fast-food do sexo

também trouxe à tona diver-

sas ferramentas que podem

ser usadas para rastrear a vida

do parceiro, e também criou

uma legião de inseguros, que

passam o dia vasculhando as

páginas dos parceiros à procu-

ra de pistas da infidelidade.

Existem também detetives vir-

tuais que podem ser contrata-

dos pela própria internet.

Eles são especialistas em de-

tectar movimentações suspei-

tas na rede. � (GB)

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 7

Page 8: Bem estar  13-05-2012

Ninguém investe em um

relacionamento desejando

que ele dê errado ou termine,

mas é melhor por um fim do

que viver a experiência da

“solidão a dois”

Gisele [email protected]

O amor é assim: você conhece al-

guém e começam a conversar, a rir jun-

tos de qualquer coisa e, algum tempo de-

pois, descobre que está apaixonado(a).

Tudo passa a ser diferente, muda sua

perspectiva de vida e o mundo parece

até mais colorido. Mas um dia, por qual-

quer motivo, as coisas mudam: entra

uma terceira pessoa na história, ele(a)

descobre que não era exatamente isso

que esperava, as coisas esfriam, o encan-

tamento termina e o romance vai por

água abaixo, mesmo contra a sua vonta-

de ou que você tente lutar contra isso.

São poucas as pessoas que lidam

bem com a separação. A maioria sofre

muito, fica abalada, deprimida, tem difi-

culdades em recomeçar a vida nova-

mente. A separação desperta diferen-

tes emoções, e elas podem ser reduzi-

das a uma enorme e insuportável dor.

A sensação, nessa hora, é de que a dor

nunca mais vai passar. Mas é preciso

ter consciência de que o fim de um

amor não é o fim do mundo, e que ou-

tros amores virão, basta um pouqui-

nho de boa vontade da sua parte.

Ninguém investe em um relaciona-

mento desejando que ele dê errado ou

termine. Estamos sempre procurando

fazer as coisas darem certo, tanto na vi-

da profissional quanto social e afetiva.

“Todos nós temos ideais, e nas relações

amorosas isso também é assim”, diz o

psicólogo cognitivo comportamental

Alexandre Caprio. Procuramos um per-

fil que, no nosso entendimento, nos fa-

ça felizes. Quando conhecemos alguém,

desejamos que aquele seja o perfil ideal.

Se esse desejo transforma-se em ansieda-

de, existe risco de autossabotagem.

Com o propósito de reduzir a ansieda-

de, pegamos a imagem da pessoa que

acabamos de conhecer e a preenchemos

com todas as características que gosta-

ríamos que ela tivesse. Em suma, quere-

mos passar o carro adiante dos bois,

transformando essa pessoa em algo dife-

rente do que realmente é, antes mesmo

de se ter um reconhecimento de suas

qualidades ou defeitos. “As máscaras

que vestimos quando iniciamos uma re-

lação (temos o hábito de ocultar nossas

falhas e salientar nossas qualidades) re-

forçam essa rede de suposições que um

cria do outro. Mas o tempo descortina

as falhas e elas se chocam com a ima-

gem do príncipe encantado (ou da prin-

cesa encantada)”, ressalta.

O que acontece a partir daí? A admi-

ração e o desejo vão sendo substituídos

pela decepção. A insatisfação nos faz

pensar que escolhemos mal ou (isso é

clássico) que o outro mudou. Mas a ver-

dade é que ninguém mudou. Nós é que

nos permitimos iludir para sanar nossas

próprias expectativas. Com a sensação

de ter sido enganado e não de ter se en-

ganado, alguns acham justo desrespei-

tar e até trair o parceiro. A posição de ví-

tima é cômoda e não exige esforço nem

revisão de conceitos. Grande parte das

pessoas não reconhece esse mecanismo

de autossabotagem e sequer imagina

que é vítima dele.

Vínculo não é amor

Por mais que a relação tenha se des-

gastado e seja ruim, ela gera vínculo.

Mas é importante entender que vínculo

não é amor. Quando uma pessoa está

condicionada a viver na companhia do

outro, o afastamento gera uma espécie

de abstinência. Podemos sentir falta de

uma relação ruim se estivermos condi-

cionados a ela, da mesma forma que vi-

ciamos em hábitos nocivos ou até desa-

gradáveis por mera prática rotineira. Es-

sa abstinência é, muitas vezes, confundi-

da com amor. Devido a isso, muitos ca-

sais reatam depois de semanas ou meses

e podem passar a vida como cães e ga-

tos, pensando que a abstinência do vín-

culo é amor.

A depressão pode se instalar nesses

casos e o desinteresse em sair e conhe-

cer novas pessoas reforça a ideia que

o(a) ex era, de fato, a pessoa certa e que,

por isso, não haverá chance de ser feliz

com outra pessoa. “Esse pensamento é

potencialmente perigoso, porque gera

emoções e comportamentos que acen-

tuam o isolamento social e destroem

pouco a pouco a vida profissional”, diz

Alexandre Caprio.

Dificilmente uma pessoa percebe as

mazelas que sua própria mente cria. De-

pois de instalada, a depressão também

atrapalha o raciocínio lógico, o que pio-

ra as coisas. É importante que amigos e

parentes se mobilizem para encontrar

ajuda. “É necessária uma clareza de

ideias e estar bem consigo mesmo para

que se possa encontrar a pessoa certa.

Se estivermos constantemente ansio-

sos e apressados para resolver a vida

amorosa, escolheremos as pessoas por

necessidade e pressa”, diz Caprio. O en-

volvimento amoroso é um processo na-

tural e não há como “forçar” a naturali-

dade. Ela imediatamente se esvanece,

como quando tomamos consciência de

um “dèjá-vu”.

É importante que aprendamos a clas-

sificar nossas emoções para que possa-

mos lidar com elas no momento da per-

da. Saber seguir em frente quando uma

relação termina depende de autoconhe-

cimento. Quando compreendemos ver-

dadeiramente o fracasso de uma rela-

ção, temos um trunfo e não uma perda:

significa que nossa felicidade está no fu-

turo e não no passado. Cabe a nós nos

reerguemos, limpar a poeira das rou-

pas, olhar para frente e começar a an-

dar novamente em direção a ela.

“Quando a paixão não dá certo, não

há porque me culpar, eu não me per-

mito chorar, já não vai adiantar, e re-

começo do zero sem reclamar”, diz a

música “Coração Pirata”, interpreta-

da pelo grupo Roupa Nova.

Luto

O fim de um relacionamento amo-

roso representa um tipo de luto, um

momento para sepultar esperanças e

continuar a vida, apesar do fim. Quan-

do existe amor, a impossibilidade de le-

var adiante a relação dói muito”, diz

a psicóloga Mara Lúcia Madureira,

especialista em terapia cognitivo

comportamental. Mas a dor, nesse ca-

so, é essencial para forçar a mente ao

crescimento, à superação, já que cons-

titui o principal sintoma de demasia-

do apego ao outro.

“Relações que duram para sempre

não são sinônimos de sentimentos eter-

namente duráveis. Duas pessoas podem

coabitar um espaço físico ou cumprir

protocolos relacionais por longos perío-

dos depois da extinção do amor, porém,

quando isso ocorre, costuma ser pior do

que o fim. É a experiência da solidão a

dois. Existem sim relações boas para

sempre, mas não se iluda, são exce-

ções”, complementa Mara Madureira.

Relacionamento

Quando oamor acaba

8 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 9: Bem estar  13-05-2012

Aprenda com os erros“Quando falamos de amor, estamos nos refe-

rindo a uma capacidade e, como toda capacida-

de, também o amor depende do exercício de er-

ros e acertos para que possa se desenvolver”, diz

o professor e psicoterapeuta Renato Dias Marti-

no, autor do livro “Para Além da Clínica” (ed. In-

teligência 3). Como só se aprende acertar erran-

do, também só se aprende amar amando. A cada

amor perdido, por mais dolorida que possa ser a

experiência, é justamente aí que teremos a chan-

ce de amadurecer afetivamente e nos tornamos

mais capazes de amar. Além disso, é justamente

na perda que temos a chance de reconhecer nos-

sos próprios limites, o que será muito útil nas

próximas escolhas afetivas.

A condição para lidar melhor com a perda es-

tá justamente na qualidade do vínculo que se es-

tabeleceu com o amor que foi perdido. Quando o

modelo de ligação afetiva, ressalta Martino, este-

ve na ordem de certa dependência, ou seja, na si-

tuação do outro encontrar-se demasiadamente

apossado do amor do eu, quando ele se afasta, o

“eu” sente-se impossibilitado de gostar de si

mesmo. Passa então a se culpar pela solidão sem

aquele que tanto amava.

Para que a perda do outro não seja catastrófi-

ca, devemos impreterivelmente ser capazes de

amar a nós mesmos. Isso garantirá uma forma

menos drástica dessa experiência. “Não obstan-

te, quando não somos capazes de reconhecer a

nós mesmos e nos amar, ficamos a mercê do

amor do outro e, muitas vezes, seguimos nos

mantendo em relacionamentos falidos, por me-

do das consequências da solidão”, explica o psi-

coterapeuta. Impossibilitados de amar a nós mes-

mos, ficamos propensos a sofrer de forma arreba-

tadora na situação da perda do outro.

Aceite o fim

Aceitar o fim é reconhecer a possibilidade

de, em algum tempo, ficar bem sem aquela pes-

soa, encontrar outras gratificações, ter mais tem-

po para conhecer gente nova, resgatar a alegria,

alterar a rotina, os pensamentos e refazer a vida.

A aceitação, elaboração do luto, superação da

dor e restabelecimento afetivo evidenciam um

estado de normalidade da saúde mental. Quan-

do o sofrimento demora a passar e a pessoa não

consegue superar o fim, vêm os problemas. É di-

fícil saber se a pessoa se tornou infeliz por per-

manecer aprisionada ao passado ou se já havia se

tornado infeliz por outras razões e, por isso, não

consegue tocar a vida com dignidade após o tér-

mino de um relacionamento. O apego às lem-

branças anula qualquer pensamento de felicida-

de futura e as obsessões se apoderam dos pensa-

mentos alimentando ódio, rancor, ilusões e espe-

ranças vãs. (GB)

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 9

Page 10: Bem estar  13-05-2012

Palestrante de fórum em agosto,

em Rio Preto, socióloga Rosa

Krauz diz que o líder eficaz

influencia por meio da admiração e

do respeito que provoca por sua

coerência entre discurso e ação:

“Ao influenciar menos, acaba

influenciando mais”

Jéssica [email protected]

“Caminhos para o equilíbrio nas re-

lações humanas”. Este é o tema do 7º

Fórum Brasileiro de Análise Transacio-

nal, que acontece nos dias 3 e 4 de agos-

to, no Ipê Park Hotel, em Cedral. O

evento é realizado a cada dois anos, in-

tercalado com o Congresso Brasileiro

de Análise Transacional.

A psicóloga Kátia Ricardi de Abreu,

presidente da comissão organizadora

do Fórum, afirma que o evento é um en-

contro científico com o objetivo de esti-

mular a participação dos associados e in-

teressados em análise transacional. Se-

gundo a psicóloga, nos dias 1 e 2 de agos-

to acontece o pré-fórum, com palestras

e workshops para qualquer pessoa inte-

ressada no conhecimento e desenvolvi-

mento das relações sociais, interpes-

soais em suas várias áreas de atuação

profissional ou até mesmo para a vida

pessoal.

Para Kátia, a realização do fórum

pela primeira vez em uma cidade próxi-

ma a Rio Preto é uma conquista dos

profissionais que atuam nessa região.

“Esta é uma oportunidade para estu-

dantes e profissionais conhecerem essa

abordagem criada por Eric Berne e pra-

ticada pelos seus discípulos com resul-

tados positivos nas áreas clínica, educa-

cional, organizacional, jurídica, enfim,

em qualquer área de atuação profissio-

nal”, afirma.

Na programação, a organizadora des-

taca a presença da socióloga Rosa

Krauz, que participa do evento durante

os dois dias com atividades voltadas pa-

ra discussão de temas na área clínica e

organizacional, como “Relacionamento

de Casais”, “Contratos”, “Scripts nas

Organizações”, “Emoções e Estados de

Ego”, “Psicopatologia: Reflexões Con-

temporâneas”, entre outros temas.

Em entrevista a Bem-Estar, Rosa

Krauz falou sobre a importância da lide-

rança. Para a especialista, “liderança é a

capacidade de influenciar, direta ou in-

diretamente, a ação de outros”.

Revista Bem-Estar - Qual a im-portância da liderança nas organi-zações?

Rosa Krauz - A liderança tem sido

objeto de centenas de livros, artigos e

cursos. Trata-se de um fenômeno mun-

dial que corre o risco de banalizar uma

questão muito séria, que é a convivên-

cia humana produtiva e gratificante. Li-

derança é a capacidade de influenciar,

direta ou indiretamente, a ação de ou-

tros. Nas organizações e nos grupos, se

os que ocupam posições de liderança

não tiverem desenvolvido esta capacida-

de de influenciar as ações dos seus mem-

bros, inspirando-os e estimulando-os

para que estes se automotivem a agir de

modo a contribuir para o alcance dos ob-

jetivos estabelecidos, a alternativa será

adotar um estilo de comando/controle.

Embora este estilo de liderança fosse o

predominante no passado, hoje não é

mais compatível com os valores e as ex-

pectativas das novas gerações, nem com

a natureza do trabalho da era do conhe-

cimento, do mundo globalizado e da rea-

lidade virtual. A liderança é um dos fato-

res do sucesso ou do fracasso das organi-

zações e dos grupos de trabalho, qual-

quer que seja sua natureza.

Bem-Estar - O que falta para queas organizações tenham líderes efi-cazes?

Rosa - Perfil adequado, sensibilida-

de, autoconhecimento, humildade e

consciência da condição de interdepen-

dência que existe em qualquer grupo ou

organização produtora de bens e servi-

ços, onde todos são, simultaneamente,

clientes e fornecedores, consumidores e

produtores, cocriadores de um clima

que poderá estimular a cooperação ou a

competição, a harmonia ou o conflito

entre as pessoas. Líderes eficazes têm

plena consciência de que liderança não

é privilégio, nem abuso de poder.

Bem-Estar – O quanto pesa a auto-confiança para liderar um grupo?

Rosa - Posições de liderança exi-

gem, em primeiro lugar, equilíbrio in-

terno para poder lidar construtivamen-

te com a turbulência externa provocada

por mudanças constantes, pela imprevi-

sibilidade, pela profunda modificação

de padrões de comportamento e valores

provocados, entre outros fatores, pelo

avanço da tecnologia e dos meios de co-

municação de massa. Além disso, preci-

sa estar sensibilizado para conviver pro-

dutivamente com a diversidade de cul-

turas, perfis de personalidade, gerações,

profissões, expectativas e necessidades

de diferentes pessoas, grupos, níveis hie-

rárquicos. Esta versatilidade é construí-

da no decorrer da vida de uma pessoa

através de um processo de aprendiza-

gem contínua, de reflexão, de

autossuperação. No entanto, nem sem-

pre pessoas que ocupam posições de li-

derança possuem estas características.

Bem-Estar – Para tornar-se umbom líder, é necessário treinamento?

Rosa – Primeiramente, uma combi-

nação de autoconhecimento, humilda-

de, respeito pelo ser humano, tempera-

do com disposição para enfrentar desa-

fios, aprender com os próprios erros, sa-

ber ouvir, ser empático, autêntico e

estabelecer relacionamentos in-

terpessoais construtivos.

Não creio que treina-

mentos formem líde-

res. Mais do que

técnica, lide-

rança é

f r u -

to de experiências que se dão durante a

trajetória de vida e se tornam intrínse-

cas ao indivíduo através da aprendiza-

gem vivenciada e incorporada. Certos

treinamentos poderão aperfeiçoar o po-

tencial de liderança, mas dificilmente

transformar alguém num líder.

Bem-Estar - Ser líder é o mesmoque ser chefe?

Rosa - O termo líder tem sido utili-

zado com tal liberalidade que passa a

ser confundido com palavras como che-

fe, gerente, supervisor, etc. Gerente,

coordenador, supervisor denotam posi-

ções na estrutura hierárquica das organi-

zações. Líder não é cargo, nem função,

embora seja usado em muitas empresas

para designar posições de liderança.

Faz-se necessário esclarecer, entretan-

to, que muitos ocupantes de posições de

liderança pressionam em vez de influen-

ciar seus colaboradores, fazendo-o de

forma ineficaz através do velho contro-

le/comando. Líderes eficazes não preci-

sam necessariamente ocupar posições

de liderança para influenciar sem

pressão, através do diálogo, do

relacionamento interpes-

soal eficaz, da admira-

Análise Transacional

Liderançasustentável

10 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 11: Bem estar  13-05-2012

ção e do respeito que provocam por sua

coerência entre discurso e ação. O gran-

de paradoxo é que, ao influenciar me-

nos, acabam influenciando mais. Este é

o tema do meu livro “Compartilhando

o poder nas organizações”.

Bem-Estar - Uma liderança eficazpode trazer benefícios para os funcio-nários e a empresa?

Rosa - Em princípio sim, depen-

dendo do conteúdo desta influência.

Recentemente, tivemos um exem-

plo interessante. Movimentos

de protesto contra a corrupção

aconteceram simultaneamente

em várias capitais brasileiras

por iniciativa de uma ou mais

pessoas através da internet. Pre-

sumimos que se trata de um mo-

vimento preocupado com a ética

e a justiça social. Por outro la-

do, usando dos mesmos meios

de comunicação, tivemos movi-

mentos que arregimentaram

torcedores para confrontos en-

tre times de futebol que acaba-

ram causando mortes e agres-

sões.Lembro que liderança efi-

caz poderá ser utilizada a favor

ou contra pessoas, grupos ou or-

ganizações. Quando os princípios e

objetivos forem construtivos, etica-

mente aceitáveis, certamente trarão

benefícios para todos os envolvidos.

Bem-Estar - No meio empresarial,é comum funcionários queixarem-se da chefia e vice-versa. Issoacontece por falta de preparode ambos para lidar com este ti-

po de relacionamento?

Rosa – Infelizmente, estas

queixas, insatisfações de parte

à parte são comuns não ape-

nas por dificuldades de rela-

cionamento interpessoal,

mas também pelo impacto

de outros fatores, como

políticas de RH, legisla-

ção trabalhista obsole-

ta, despreparo dos ges-

tores, desinteresse dos

colaboradores... As

gerações mais jo-

vens nem sempre

estão familiariza-

das com a chama-

da etiqueta do

ambiente de tra-

balho, ou seja,

questões co-

mo pontuali-

dade, ade-

quação na

maneira de

se vestir, apresentar-se, falar com as pes-

soas, etc. Nestes casos, estamos diante

da síndrome do conflito de gerações, ou

seja, padrões de comportamento de che-

fes não coincidem com os dos seus

“subordinados”, causando tensões

no processo de ajustamento ao am-

biente de trabalho. Mais do que falta

de preparo, parece ser falta de conhe-

cimento, de experiência, de tolerân-

cia mútua, de respeito pela diversida-

de e de identificação com os resultados

do trabalho coletivo.

Bem-Estar - Como será sua partici-pação no Fórum Brasileiro de AnáliseTransacional?

Rosa - Fui convidada a fazer a pales-

tra inaugural, convite este que foi, a um

tempo, surpreendente e honroso. Terei

a oportunidade de participar das bancas

de certificação e estarei à disposição da

Coordenação do Fórum para quaisquer

outras solicitações que se façam necessá-

rias. Contribuir de alguma forma para a

realização de eventos desta natureza é

uma das maneiras de divulgar a Análise

Transacional em nosso país e permitir

que mais pessoas possam beneficiar-se

deste conhecimento. �

ServiçoPré-Fórum de Análise Transacional, dias 1 e 2 deagosto, e Fórum Brasileiro de Análise Transacional,dias 3 e 4 de agosto, no Ipê Park Hotel, em Cedral.Informações e inscrições pelo site www.unat.org.br

Rosa Krauz é socióloga, mestre em CiênciasSociais pela USP, doutora em Saúde Pública(USP), teaching and supervising transactionalanalyst association, membro didata organizacionale educacional da UNAT-Brasil, consultora emtreinamento e desenvolvimento de talentoshumanos, diretora da INTELECTUS (Programasde Treinamento e Criações Intelectuais) eespecialista em coaching de executivos. Étambém fundadora e presidente da AssociaçãoBrasileira de Coaching Executivo e Empresarial(Abracem) e autora de livros “CoachingExecutivo - A Conquista da Liderança” (Nobel);“Administre Bem O Seu Tempo” (Nobel);“Compartilhando O Poder Nas Organizações”(Nobel), e “Trabalhabilidade” (Nobel)

Raio X

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 11

Page 12: Bem estar  13-05-2012

Filhos ensinam

lições sobre vida,

amor, propósito,

significado e

prioridade

Gisele [email protected]

“Os filhos são mestres que a

Existência envia para que te-

nhamos novas oportunidades

de aprendizado e renovação”,

disse uma vez o psiquiatra escri-

tor e conferencista Roberto

Shinyashiki. Para ele, o verda-

deiro crescimento se dá quan-

do pais e filhos estão abertos pa-

ra o aprendizado, quando

quem ensina sabe que, em sua

tarefa, existe sempre a grande

oportunidade da descoberta.

Para o espiritismo, doutri-

na que acredita na pluralidade

dos mundos e na reencarnação,

a maternidade e a paternidade

são missões. A primeira ques-

tão dentro do ponto de vista es-

piritual é que os filhos são espí-

ritos eternos e propostos aos

pais por Deus para auxiliar na

evolução deles, sempre dentro

de importantes critérios. “Se in-

terpretado como oportunidade

de crescimento e aprendizado

tanto para pais e filhos, eles po-

dem ser considerado um presen-

te de Deus”, diz o promotor e diri-

gente espírita Marcos Antonio

Lelis Moreira. As grandes lições

sobre vida, amor, propósito, signi-

ficado e prioridade são para ser

aprendidas por meio dos filhos,

que exigem muita dedicação e in-

vestimento do casal na educação

moral e espiritual deles. “Cum-

prir bem essa missão e ver que o

filho está evoluindo é um motivo

de júbilo e felicidade para os pais,

porque ninguém quer voltar para

a espiritualidade e verificar que

seus filhos ficaram para trás por-

que você falhou”, explica.

Para os especialistas, os mo-

tivos que levam um casal a op-

tar por ter um filho são vários,

entre eles está o de realização

pessoal: sonhar que uma crian-

ça complementa o universo fa-

miliar. “O sentimento de ser

pai ou mãe é intraduzível, é um

amor que você não sentirá por

nada ou ninguém, é singular”,

explica a psicóloga Walnei

Arenque.

Paternidade e maternidade

trazem crescimento e aprendi-

zado de maneira intensa, prin-

cipalmente do que é amor in-

condicional, um amor que não

se sente por nada nem por nin-

guém, é uma extensão de sua

própria pessoa. “Quando se

tem filhos, espera-se que pelo

menos os pais aprendam a se

doar, a serem menos egocêntri-

cos, dividindo sempre. É um

aprender a se doar sem cobrar,

e um aprender a sentir sem fa-

lar, um aprender a escutar e ex-

plicar, aprender a tocar e se

emocionar”, afirma.

Para o psicobiólogo Ricar-

do Monezi, pesquisador do Ins-

tituto de Medicina Comporta-

mental da Universidade Fede-

ral de São Paulo (Unifesp), ser

pai e ser mãe não é apenas uma

mudança de status, mas o mo-

mento em que você extrapola a

natureza de um ser singular pa-

ra viver na pluralidade de um

ser que você gerou a partir do

seu amor. Do ponto de vista

comportamental, o ser humano

deve ser analisado dentro de

sua multidimensionalidade.

Ou seja, ele é um ser biológico,

psicológico, social e, segundo a

Organização Mundial de Saú-

de (OMS), precisamos levar em

conta até a espiritualidade na

construção integral do ser.

“Um filho vai trazer repercus-

sões em todas as dimensões do

ser humano”, explica. Ele traz

desde mudanças biológicas - e

as mais visíveis são no corpo da

mulher, até mesmo do homem.

A ocitocina, hormônio que

maneja as nossas relações de

vínculos afetivos, fica totalmen-

te diferenciada quando o ho-

mem se torna pai. “Do ponto

de vista psicológico, ainda é

muito complicado nos dias de

hoje explicar como podemos

amar alguém que nunca vimos

antes, mas explicamos porque

ali está o sangue do nosso san-

gue ou numa relação de adoção

está a vontade de ser pai”, com-

plementa. No filho não reside

apenas a figura de outro ser hu-

mano mas reside a figura dos

pais. A maior prova disso é o

que a neurociência nos explica

através dos neurônios espe-

lhos, que são grupamentos de

células nervosas extremamente

ativas nas crianças, que elas

usam para espelhar principal-

mente o comportamento dos

mais próximos, principalmen-

te dos pais. Existe uma imagem

especular miniaturizada daque-

les dois seres, a transmutação e

a materialização do amor.

“A sociedade passa a ver

não somente um casal que se

uniu, mas um pai e uma mãe,

um signo, um símbolo de

maior responsabilidade”, diz

Monezi.

Até a própria espiritualidade

das pessoas é alterada. Para a ciên-

cia, espiritualidade é o conjunto

de crenças, a fé que a pessoa tem

nela mesma, na vida ou em algo

que ela acredite ser superior a ela.

“Ter um filho também muda a es-

piritualidade da pessoa, que passa

a acreditar mais na vida. Ela tem

algo a mais para que se consiga li-

gar a algo maior do que ela. Ela

tem fé naquilo que ela produziu

e, para que tenha o substrato ne-

cessário para que essa criança

cresça, ela deve ter uma fé amplia-

da nas suas próprias forças. �

Família

Presentes de Deus

“Não devemos moldaros filhos de acordo com osnossos sentimentos;Devemos tê-los e amá-losdo modo como nos foramdados por Deus.” (JohannGoethe)

“Os filhos tornam-separa os pais, segundo aeducação que recebem,uma recompensa ou umcastigo.” (J. Petit Senn)

“Não deverão gerarfilhos quem não quer dar-seao trabalho de criá-los eeducá-los.” (Platão)

“Os filhos são para asmães as âncoras da suavida.” (Sófocles)

O que elespensamsobre filhos

www.sxc.hu/Divulgação

12 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 13: Bem estar  13-05-2012

O que nos fortalecerá para vencer os conflitos existenciais

que vivenciamos é amar as pessoas que compartilham de nossa

vida da mesma forma como Ele, Jesus, nos amou e nos ama

Marcos Antonio Lelis MoreiraEspiritualista

“O meu mandamento é es-

te; Que vos ameis uns aos ou-

tros, assim como eu vos amei.

Ninguém tem maior amor do

que este; de dar alguém a sua vi-

da pelos seus amigos. Vós se-

reis meus amigos, se fizerdes o

que eu vos mando...” (João,

cap. 15. V. 11a 14)

Nunca tivemos tanta neces-

sidade de refletir sobre a vida

de Jesus como agora. Apesar de

tantos avanços, do desenvolvi-

mento científico, tecnológico,

o homem, em todos os lugares

deste planeta, continua insatis-

feito, vivenciando conflitos

existenciais, chegando a verda-

deiros desequilíbrios. Percebe

um vazio interior, busca algum

complemento para a vida e sen-

te-se caminhando num verda-

deiro labirinto, incapaz de en-

contrar a felicidade. Procura a

religiosidade, mas as institui-

ções religiosas já não lhe ofere-

cem recursos espirituais ple-

nos, permitindo-lhe vencer

as próprias aflições. O resulta-

do deste quadro, infelizmen-

te, é o aumento da depressão,

da angústia, do desânimo,

conduzindo o ser a perder a

alegria de viver.

O remédio ideal, eficaz para

todos nós é, sem dúvida algu-

ma, nos voltarmos aos ensina-

mentos de Jesus, o Divino Mé-

dico, conhecedor profundo

da intimidade de nossas al-

mas. Jesus revolucionou con-

ceitos da época, sociais e reli-

giosos, porém não ditou dog-

mas, nem fundou institui-

ções religiosas, mas nos apre-

sentou princípios espiritua-

listas, universais, ensinando-

nos a identificar Deus como

nosso Pai, restabeleceu bases

para a verdadeira fé e indicou

o caminho para chegar até o

Criador Celestial, isto é, o co-

nhecimento da verdade. Sua

própria vida, Seu exemplo de

plenitude é a maior lição que

devemos aprender e colocar

em prática.

João, o discípulo amado,

anotou em seu Evangelho o úni-

co mandamento de Jesus que

ainda não adotamos como nor-

ma de vida: que nos amemos

uns aos outros como Ele nos

amou. Assim, percebemos o

que realmente irá nos comple-

tar, nos satisfazer e nos forta-

lecer para vencer todos os

conflitos existenciais que vi-

venciamos é o amor pleno,

amar as pessoas que comparti-

lham de nossa vida da mesma

forma como Ele, Jesus, nos

amou e nos ama.

Nas diferentes situações da

nossa vida, nas relações inter-

pessoais, nos diferentes luga-

res, devemos perguntar a nossa

consciência, como Jesus agiria

agora? E a resposta chegará co-

mo verdadeiro roteiro para nos-

sa existência, assim, lembrare-

mos de Jesus, nosso modelo e

guia, e recordaremos que Suas

ações e reações são ricas de com-

preensão, de tolerância, de afa-

bilidade, de perdão incondicio-

nal, de compaixão, e nos esfor-

çaremos para proceder da mes-

ma maneira.

Agindo dessa forma, inde-

pendentemente da religião que

nos vinculamos, seremos verda-

deiramente considerados “os

amigos de Jesus”, porque esta-

remos fazendo o que Ele nos

mandou, amar muito.

Como “amigos de Jesus”,

poderemos transformar as nos-

sas vidas e resgatar a alegria de

viver. Não teremos tempo para

as lamentações, nossas ideias se-

rão esclarecidas, nos voltare-

mos para o bem e para o belo.

Estaremos em paz com nossas

consciências e a nossa espiri-

tualidade estará radiante, em

sintonia com as forças da di-

vindade, do nosso Pai Celes-

tial, que nos cobrirá de recur-

sos espirituais, nos fortale-

cendo para vencer todos os de-

safios da existência física.

Lembre-se, caro leitor, que pa-

ra chegar a esta condição de “ami-

go de Jesus” não precisa de sacrifi-

car sua vida, não, absolutamente,

basta amar muito, como Ele nos

amou e nos ama. �

O DIVINO MÉDICORubens Cardia

www.sxc.hu/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 13

Page 14: Bem estar  13-05-2012

Rosanne Mulholland fala de suas inspirações para dar vida à Professora Helena no remake de “Carrossel”

TV Press

A delicadeza, os traços finos e a cara

de “boazinha” de Rosanne Mulholland

foram importantes na hora dela conse-

guir o papel de Helena, a meiga e com-

preensível professora de “Carrossel”.

“A disputa para a personagem estava

acirrada. Fiz o teste com a maior natura-

lidade possível e tomei um susto quan-

do soube que fui aprovada”, conta a

atriz, sobre a personagem principal da

próxima novela do SBT, com estreia

prevista para o próximo dia 21 de maio.

Versão brasileira da trama mexicana ho-

mônima, exibida com sucesso pela emis-

sora em 1991 – onde chegou a incomo-

dar a audiência do “Jornal Nacional” e

da novela “O Dono do Mundo”, da Glo-

bo –, a novela mostra as aventuras de

Helena e seus alunos em assuntos típi-

cos da época do ensino fundamental.

Aos 32 anos, Rosanne lembra com clare-

za da primeira vez que viu a trama. Por

isso, sente certa responsabilidade ao re-

viver uma personagem tão conhecida

de sua geração. “Eu adorava a história e

a sinopse atual respeita a original. En-

tão, a partir das minhas referências da-

quela época, foi fácil entrar no clima da

novela”, ressalta a atriz, que para a carac-

terização de Helena, teve de cortar a

franja e escurecer o tom das madeixas.

Além da parte visual e das lembran-

ças de infância, Rosanne baseou sua

construção nos anos em que dedicou-se

à Psicologia, onde chegou a trabalhar

com crianças. “O universo infantil não

é nenhuma novidade para mim”, assu-

me. Inclusive, o contato com as crian-

ças é o que mais chama a atenção da

atriz no novo trabalho. Gravando “Car-

rossel” desde outubro do ano passado,

ela contracena diariamente com cerca

de 20 atores-mirins, e entusiasma-se

com o ambiente “louco” e animado pro-

vocado pelos pequenos dentro do estú-

dio. “É uma experiência única. A crian-

ça tem uma naturalidade e espontanei-

dade que os atores mais experientes es-

quecem. Fora a bagunça que eles fa-

zem”, diverte-se.

Natural de Brasília, aos 12 anos de

idade, Rosanne já participava de peças

amadoras e comerciais de tevê, o que

evoluiu para uma aproximação com ci-

neastas do Distrito Federal, como José

Eduardo Belmonte – diretor de longas

como “Se Nada Mais Der Certo” e do re-

cém-lançado “Billi Pig” –, responsável

pela primeira experiência cinematográ-

fica da atriz: o curta “Dez Dias Feli-

zes”, de 2002. “O cinema me despertou

para a interpretação. Por muito tempo

estive focada em apenas em fazer fil-

mes”, admite. Por conta desta preferên-

cia, Rosanne não nega que teve dificul-

dades em adaptar sua atuação para o es-

quema televisivo. No entanto, ela garan-

te que gravar “Carrossel” de segunda a

sábado é um ótimo exercício. “Já grava-

mos até o capítulo 80. O ritmo é bem pu-

xado, mas estou gostando. Sem dúvida,

este é meu trabalho de maior visibilida-

de na tevê”, valoriza a atriz, que já prota-

gonizou a novela “Água na Boca”, exibi-

da em 2008 pela Band, e participou,

sem muito destaque, de produções glo-

bais como “JK”, de 2006, e “Sete Peca-

dos”, de 2007.

Atualmente, Rosanne garante que o

novo personagem a direcionou exclusi-

vamente para a tevê. Inclusive, para dar

conta dos 260 capítulos previstos para

“Carrossel”, ela já teve de recusar convi-

tes para filmes e peças. “É o tipo de

trabalho que fica difícil de conciliar

com outros projetos. Pelo número

de cenas que tenho de decorar e gra-

var e por viver entre a minha casa,

no Rio, e os estúdios do SBT, em

São Paulo”, explica a atriz, que para

não sentir saudades do Cinema, an-

tes de começar as gravações da nove-

la, garantiu sua participação em dois

longas, entre eles, “Menos Que Na-

da”, do diretor gaúcho Carlos Gerba-

se, com estreia prevista para o segun-

do semestre.

Dose de realidade

O prazer de Rosanne Mulholland pe-

la carreira de atriz é evidente. No en-

tanto, ela destaca que foi como repór-

ter do programa “A Liga”, da Band,

que viveu as experiências mais inusi-

tadas e viscerais de sua trajetória

profissional. “Estava em um momen-

to onde queria sair da minha zona de

conforto. Sabia que a emissora esta-

va procurando por novos repórteres

e me candidatei. Foi um aprendiza-

do”, garante Rosanne, que partici-

pou da produção durante a tempora-

da 2010/2011.

Ao lado dos outros integrantes de

“A Liga” na época: Thaíde, Rafinha

Bastos e Débora Vilalba, Rosanne

mostrou sua porção repórter na abor-

dagem investigativa de assuntos co-

mo saneamento básico, tráfico de

drogas, morte, entre outros. “Fiz coi-

sas que nunca imaginei fazer, como

assistir a uma necrópsia ou entrar

em um esgoto. Era um trabalho forte

demais e que durou o tempo necessá-

rio. Chegou uma hora que comecei a

sentir saudades de atuar”, analisa. �

“Carrossel” – SBT – Estreia prevista para odia 21 de maio, às 20h30

Perfil

DOCES LIÇÕESRosanne Mulholland ainda

cursava Psicologia quando conseguiusem primeiro papel em umlonga-metragem, a jovem guerrilheiraAlice de “Araguaya - Conspiração doSilêncio”, de 2004

No teste para “Carrossel”,Rosanne teve de fazer uma cenadramática ao lado do pequeno JeanPaulo Santos, intérprete do Cirilo.“Ele é muito lindo e me deu sorte!Olhei para ele e a emoção veio nahora, de forma natural”, lembra

Por conta do sobrenomecomplicado, a atriz já pensou emadotar como nome artístico RosanneHolland

Em seu próximo trabalho nocinema, o longa “Menos QueNada”, Rosanne interpreta apaleontóloga René

Instantâneas

Rosane baseou construção da personagem nas lembranças da infância e na psicologia

Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação

TV - 14 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 15: Bem estar  13-05-2012

Papo entre paisJoana Limaverde está em polvorosa. Em breve, o

programa “Show de Bebê”, do canal por assinatura

Bem Simples, ganhará uma nova temporada. “É

muito gostoso porque eu tenho uma filha pequena e

pude compartilhar a minha experiência de mãe e

aprender muita coisa”, comemora. O programa

“Show de Bebê” reune especialistas, como obste-

tras, pediatras e pedagogos, entre outros, para falar

sobre a infância para pais de primeira viagem. “Pa-

ra mim funcionou como uma faculdade de mãe”,

maximiza.

Partidas e chegadas“João ao Cubo”, título provisório da próxima no-

vela de Carlos Lombardi na faixa das sete, na Glo-

bo, ainda passará por modificações antes de ser pro-

duzida. O folhetim, que deve ir ao ar entre 2013 e

2014, narra, de maneira cômica, a temática de via-

gens no tempo. A direção será de Wolf Maya.

Turma da ‘pá-virada’Depois de interpretar Flora de “A Favorita”, Pa-

trícia Pillar viverá outra vilã na tevê. A atriz será

uma das principais antagonistas de “Lado a Lado”,

título provisório da próxima novela das seis da Glo-

bo. Além dela, Maria Clara Gueiros e Klebber Tole-

do integram o time de maus-caracteres do folhetim

de João Ximenes Braga e Claudia Lage. A trama es-

treia em setembro.

Agora vaiLuana Piovani assinou um contrato por obra pa-

ra fazer “Guerra dos Sexos”, próximo “remake” da

Globo. Distante dos estúdios desde o fim da série

“A Mulher Invisível”, Luana interpretará Vânia

Trabucco de Moraes. Antes do “sim” da atriz, a per-

sonagem foi oferecida para Claudia Raia, Alinne

Moraes e Grazi Massafera, que declinaram o convi-

te. As gravações começam em junho.

Mudançaestratégica

A Record mudou de ideia. O “Câmera em Ação”,

programa que estrearia na grade da emissora, agora

será um quadro do “Repórter Record”, comandado

por Marcelo Rezende. A produção segue os moldes

do “Polícia 24h”, da Band, e mostra os bastidores

da rotina policial. Por enquanto, a Record ainda

não decidiu quando o quadro estreia.

Sem pressaOs preparativos da minissérie “José – De Escra-

vo a Governador”, da Record, estão em andamento.

As pesquisas sobre figurino, caracterização e ceno-

grafia estão bem adiantadas. Por enquanto, locações

e elenco ainda não são prioridades da equipe. A his-

tória é escrita por Vivian de Oliveira e terá direção

de Alexandre Avancini.

DesdobramentosO quadro “Passaporte Hoje em Dia”, comanda-

do por Cássio Reis no “Hoje em Dia”, da Record, fi-

cará no ar até agosto. Depois disso, o apresentador

ficará exclusivo para o “reality show” “Ídolos Ki-

ds”, que deve estrear em setembro. As inscrições es-

tão abertas para crianças de 5 a 12 anos no portal

“www.r7.com/idoloskids”. Os talentos mirins serão

avaliados pelo trio de jurados: Afonso Nigro, Kelly

Key e João Gordo.

Fala, garotadaA Band estuda a possibilidade de estrear o “Con-

versa de Gente Grande” em junho. O programa, co-

mandado por Marcelo Tas, reúne crianças que deba-

tem com o apresentador temas da atualidade. A ex-

pectativa é que a produção vá ao ar aos domingos.

Na vilaniaVera Fischer será Irina em “Salve Jorge”, título

provisório da próxima novela das nove da Globo.

Na trama de Glória Perez, a atriz viverá uma estran-

geira que é traficante de mulheres. Ela formará du-

pla com Livia, vilã interpretada por Claudia Raia. A

produção estreia em outubro.

Jogo abertoNo próximo dia 25, às 21h, estreia o programa

“Confissões do Apocalipse”, no GNT. A produção é

comandada por Fernanda Young, que lembra o for-

mato do jogo da verdade. Temas como viagens, se-

xo, moda, comportamento e até culinária estarão

em pauta. Dani Calabresa será a convidada do pro-

grama de estreia. O público também poderá fazer

suas confissões no portal “www.gnt.globo.com/con-

fissoes-do-apocalipse”.

Hora da verdadeRafinha Bastos deve estrear na RedeTV!, no co-

mando da versão brasileira do “late show” “Satur-

day Night Live”, a partir do dia 20 de maio. Além

do humorista, participam do projeto os comedian-

tes Carol Zoccoli, Claudio Carneiro, Marcela Leal,

Marco Gonçalves, Rudy e Fernando Muylaert, en-

tre outros.

Casos de famíliaA Warner decidiu estrear em junho a nova ver-

são da série “Dallas”. Criada por David Jacobs, e

com roteiro de Cynthia Cidre, a produção dará con-

tinuidade à saga da família Ewings, tendo como tra-

ma de destaque o triângulo amoroso formado pelos

personagens John Ross, Christopher e Elena, inter-

pretados por Josh Henderson, Jesse Metcalfe e Jor-

dana Brewster, respectivamente.

PassaporteEm breve, Marcelo Adnet ganhará um novo pro-

grama na MTV. A produção mesclará humor e turis-

mo e foi uma das garantias para que o apresentador

renovasse o contrato com a emissora no fim de

2011. Adnet viajará para o Caribe e Londres, duran-

te as Olímpiadas, para gravar o seu novo programa.

Sétima arteMarcílio Moraes, autor de “Fora de Controle”, se-

riado policial da Record, convidou Simone Spolado-

re para um dos papéis de destaque do filme “O Cri-

me da Gávea”, baseado em seu romance homôni-

mo. Além da atriz, Ângelo Paes Leme e Aline Fan-

ju, entre outros, integram o elenco. A equipe come-

ça a rodar a partir de junho. “Esse ano é ‘Fora de

Controle’ e o filme. Novela espera. Vai ser bem

mais para frente. Estou dando um tempinho”, con-

ta, em tom de humor.

ZappingTV Press

Luiza Dantas/Divulgação

Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 15 - TV

Page 16: Bem estar  13-05-2012

Fernanda Torres enxerga na continuação de “Tapas & Beijos” a consolidação de sua relação com a tevê

TV Press

Fernanda Torres não estra-

nha mais ao ver a televisão to-

mando boa parte de seu cotidia-

no. Figura bissexta na tevê e

quase uma década depois do

fim de “Os Normais” – seu tra-

balho de maior destaque no veí-

culo –, ela mostra-se satisfeita

com a repercussão de “Tapas &

Beijos”. A série, na qual inter-

preta a insegura Fátima, reve-

lou-se um dos destaques da li-

nha de shows global do ano pas-

sado, com audiência média de

28 pontos no ibope. E acaba de

estrear sua segunda temporada,

com exibição prevista até o fi-

nal do ano. “Chego no estúdio

com minha marmita na bolsa,

passo o texto, me divirto com

os colegas de elenco. Acho que

assim como eu, minha relação

com a tevê chegou à maturida-

de”, analisa a atriz de 46 anos.

A carioca Fernanda teve

seu primeiro contato com a

atuação dentro de casa. Natural-

mente, sob a influência dos

pais, os atores Fernando Tor-

res e Fernanda Montenegro,

ela foi criando intimidade com

os palcos e a televisão. “Cresci

nos bastidores das peças e nove-

las deles. Ser atriz era algo mui-

to forte dentro de mim. Não ti-

ve como escapar”, conta, aos ri-

sos. Aos 15 anos, depois de algu-

mas experiências no teatro, Fer-

nanda estreou na tevê em “Bai-

la Comigo”, de 1981, e no mes-

mo ano esteve no elenco de

“Brilhante”. No entanto, mui-

to envolvida com o Cinema, ela

foi ficando cada vez mais dis-

tante dos folhetins. O último

que atuou foi o “remake” de

“Selva de Pedra”, exibido em

1986. “Eu só pensava em cine-

ma. E queria viver isso”, assu-

me Fernanda, que ganhou o

prêmio melhor atriz do Festi-

val de Cannes do mesmo ano,

por seu desempenho no longa

“Eu Sei Que Vou Te Amar”, de

Arnaldo Jabor.

Pergunta – Desde que “OsNormais” chegou ao fim, em2001, você ainda não tinhaengrenado outro programa delonga duração na tevê. O quea levou a participar da segun-da temporada de “Tapas &Beijos”?

Fernanda Torres – Eu te-

nho muito carinho pelo progra-

ma e pela equipe que está nos

bastidores. A segunda tempora-

da chegou de forma tão natural

que a gente nem conversou

muito sobre quem estaria no

elenco ou não. Todo mundo to-

pou sem pensar muito. Até por-

que esses novos episódios sur-

gem como a consolidação de

uma aposta da emissora, que in-

vestiu pesado no primeiro ano

da produção, fazendo cidade ce-

nográfica, cenários, figurinos,

texto elaborado. Então, juntou

a vontade da Globo de conti-

nuar com o programa e o pra-

zer do elenco em fazê-lo.

Pergunta – O foco da pro-dução mudou nesta nova tem-porada. Agora, “Tapas & Bei-jos” não é mais uma série cô-mica sobre duas “solteiro-nas”, mas aborda relaciona-mentos e suas crises. Comovocê se preparou para os no-vos episódios?

Fernanda – “Tapas & Bei-

jos” continua uma comédia de

adultos feita para adultos. As

modificações da Fátima surgi-

ram no texto. Amadureci junto

com a personagem. Na primei-

ra temporada, ela era a amante.

E, apesar de parecer não gostar,

ela era bem satisfeita sendo “a

outra”. Depois de casar com o

Armane, ela sente o peso da ro-

tina no relacionamento. Ela es-

tá em pânico porque tem de co-

Entrevista

VENTOS ESTÁVEIS

“A partir da Vani, vi que era possível ser feliz com um personagem por um longo período”, diz Fernanda

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

TV - 16 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 17: Bem estar  13-05-2012

zinhar, ser a amante perfeita. E

ainda tem um advogado pegan-

do a grana do marido dela, que

aliás tem cinco filhos. Do pon-

to de vista da atuação, essa alte-

ração no perfil tem de parecer

bem sutil. Dentro da loucura

da personagem, busco fazê-la o

mais natural possível. A graça

dos novos textos está na briga

da Fátima com a perda da indi-

vidualidade dela e as crises e

“briguinhas” tão comuns em

um casamento.

Pergunta – A rotina con-jugal era o tema principalde “Os Normais”. A Fátimaé uma versão atualizada daVani?

Fernanda – Se a série fosse

dos mesmos autores, acho que

esse risco estaria mais próxi-

mo. Mas a “pegada” da equipe

do Cláudio (Paiva) é totalmen-

te diferente. Por isso, como

atriz, sei que a Vani é mais

sem noção, enquanto a onda

da Fátima é mais a mulher in-

dependente, mas carente do

macho alfa. A atriz é a mesma,

o que muda é o conteúdo. E

me sinto segura ao analisar as

cenas e as diferenças.

Pergunta – “Os Normais”durou apenas três tempora-das. O suficiente para a Vanise tornar a personagem demaior repercussão de sua car-reira na tevê. O que ela repre-senta para a sua trajetória?

Fernanda – A Vani é meu

encontro com a televisão. Foi a

partir dela que vi que era possí-

vel ser feliz estando com um

personagem por um longo tem-

po no ar. Eu me divertia tanto

fazendo a série que fiquei bem

triste quando acabou. Porém,

quando a “Os Normais” che-

gou ao fim, vi que sair de cena

no auge foi o melhor a ser feito.

Por isso, quase dez anos depois

do último episódio, Rui e Vani

ainda estão recentes na mente

do público. Acho que houve

uma identificação muito gran-

de com eles.

Pergunta – Por quê?Fernanda – Eles eram um

casal classe média, que já passa-

ram pela crise dos 30 anos e

que ainda estavam noivos. Mui-

tos brasileiros estavam naquela

condição e que se viam retrata-

dos naquelas situações. Eu e o

Luiz Fernando (Guimarães) já

tínhamos uma carreira, mas o

trabalho em “Os Normais” le-

vou a gente a outro patamar de

popularidade. É por isso que

qualquer coisa que a gente faça

na tevê vai sofrer com uma ine-

vitável comparação.

Pergunta – Isso é uma coi-sa que a incomoda?

Fernanda – De forma algu-

ma. Eu seria muito ingrata se

me sentisse incomodada pelas

consequências de ter feito algu-

ma coisa que me deu prestígio

artístico e sucesso comercial,

ao mesmo tempo (risos).

Pergunta – Os novos episó-dios de “Tapas & Beijos” es-tão mantendo a boa audiên-cia do ano passado, acimados 25 pontos. Por conta des-se sucesso, você toparia darvida à Fátima por mais algu-mas temporadas?

Fernanda – Não sei. Eu nun-

ca fui de pensar muito no futu-

ro. Isso é novo na minha vida.

Surgiu a partir dos 40 anos (ri-

sos). Eu não sou de ficar acomo-

dada, se fosse para fazer a série

por mais alguns anos, o progra-

ma teria de me fazer sentir es-

tar evoluindo e não apenas an-

dando em círculos. Acho tão

chato aquelas séries america-

nas que ficam anos no ar e são

esquecidas por conta da repeti-

ção. A série acaba quando as

ideias se esvaziam.

Pergunta – Seu último fo-lhetim foi o “remake” de “Sel-va de Pedra, em 1986. Nãoquerer ficar acomodada é oque a distancia de uma possí-vel participação em novelas?

Fernanda – Não é mais isso

(risos). O que aconteceu na

época de “Selva de Pedra” é

que eu não estava preparada

para ficar presa dentro do estú-

dio. Aos 20 anos, eu queria me

jogar no mundo. Tinha acaba-

do de ganhar um prêmio im-

portante de melhor atriz no

Festival de Cannes e choviam

projetos maravilhosos de cine-

ma. Eu, totalmente empolgada

com isso, fui uma péssima fun-

cionária para a Globo. Passei o

resto da década de 80 e os anos

90, vivenciando de forma mui-

to intensa os filmes e meus pro-

jetos de caráter mais experi-

mentais e independentes.

Pergunta – Se arrependede não ter investido mais natevê?

Fernanda – Não chega a ser

um arrependimento. Mas vejo

alguns programas antigos e

penso que eu adoraria ter fei-

to, que tinham tudo a ver comi-

go. “TV Pirata” é um desses ca-

sos. Muitos amigos meus esta-

vam lá.

Pergunta – Sendo filha daFernanda Montenegro, focarno cinema foi uma tática paranão ser eternamente ligada àforte imagem da sua mãe noteatro e na tevê?

Fernanda – Não foi nada

proposital. Mas acabou aconte-

cendo e eu gostei disso. Sinto

um orgulho imenso das mi-

nhas origens, de ser filha de

quem sou. Ao mesmo tempo

em que é legal saber que se al-

guém me faz algum convite in-

teressante, não é porque eu sou

filha da Fernanda Montenegro

e do Fernando Torres, mas por-

que gosta do meu desempenho

como atriz.

Pergunta – Atualmente, ocinema aparece em segundoplano na sua carreira. Faltatempo ou bons projetos?

Fernanda – Realmente,

meu último filme foi “Os Nor-

mais 2”, de 2009. Acho que ci-

nema é coisa de jovem (risos).

Estou em uma idade onde não

dá para largar minha rotina,

meus filhos, meu marido e ir fil-

mar em uma locação distante e

sem nenhuma estrutura. Come-

cei a desenvolver uma relação

mais íntima com a escrita, com

a televisão e projetos para ca-

nais pagos. O seriado me toma

muito tempo, mas além de ser

algo que eu adoro fazer, me dá

a estabilidade que preciso para

desenvolver outras ideias.

Pergunta – Dentro dessanovela relação com a tevê,você se vê fazendo algumanovela?

Fernanda – Estou feliz fa-

zendo a série. Como nossa tem-

porada dura o ano todo, acabo

trabalhando quase como uma

atriz de novela. Mas em um for-

mato mais seguro. Sem ter a ne-

cessidade de uma “frente” de

muitos capítulos, normal nos

folhetins. A gente grava bastan-

te durante a semana, e tem os

sábados e domingos livres.

Sempre trabalhei meio “free-

lancer”. Então, acho estranho

ter um cotidiano profissional

tão regrado e bem montado. Es-

tou totalmente adaptada ao rit-

mo de “Tapas & Beijos”. Como

as novelas estão cada vez mais

curtas, acho que a experiência

poderia ser interessante. Estou

longe da realidade dos folhe-

tins, faz tanto tempo que não fa-

ço. Aliás, faz tempo que nin-

guém me convida (risos).

“Tapas & Beijos” - Terças,às 22h30, na Globo

Durante os anos 80 e 90, o

Cinema era prioridade para

Fernanda Torres. Porém, entre

um filme e outro, ela aparecia

de forma limitada, mas sempre

bem-humorada, na tevê. “Fiz

alguns episódios de ‘A Comé-

dia da Vida Privada’ e ‘Vida Ao

Vivo Show’. Era ótimo porque

estava sempre rodeada de ami-

gos”, relembra. Por conta des-

sas participações, o nome da

atriz ficou totalmente ligado à

comédia na memória do públi-

co de televisão. O que ficou

mais evidente nos três anos

que Fernanda interpretou a

tresloucada Vani, de “Os Nor-

mais”. “A ideia da série era ter

apenas seis episódios. Mas ren-

deu três temporadas, dois fil-

mes, vários dvds. É bom quan-

do o êxito chega de surpresa”,

acredita.

Sem receio de ficar conheci-

da apenas por sua intimidade

com a comédia, Fernanda acei-

tou participar de “Tapas & Bei-

jos” depois de saber que o foco

da série seria o humor por um

viés mais feminino. “Gostei da

proposta. Além de tudo, ainda

é ambientada em Copacabana.

Gosto da mistura de estilos e

personagens da série”, elogia.

Intimidade recente

Quem vê a cumplicidade de

Fátima e Sueli, personagens de

Fernanda Torres e Andréa

Beltrão em “Tapas & Beijos”,

imagina que as duas atrizes já

eram amigas de longa data. No

entanto, apesar de serem da

mesma geração de atores, elas

só atuaram juntas em apenas

um episódio de “Os Normais”.

“Eu sempre admirei a Andréa

como atriz. Ela tem escolhas co-

rajosas na carreira. Mas a gente

tinha intimidade zero no início

das gravações de ‘Tapas & Bei-

jos’”, admite. Para ganharem o

entrosamento para as cenas, as

duas começaram a ficar cada

vez mais próximas nos bastido-

res, algo que, naturalmente, foi

passando para a fora do ambien-

te de trabalho. “A gente acabou

descobrindo gostos em co-

mum. Não somos de ficar uma

na casa da outra, mas quando

não estamos gravando, a gente

está sempre ligada por telefo-

ne”, confidencia.

Trajetória televisiva

Com Luiz Fernando Guimarães em “Os Normais”: lembrado até hoje

Solta no riso

“Baila Comigo” (Globo,1981) – Fauna

“Brilhante” (Globo,1981) – Marília

“Eu Prometo” (Globo,1983) – Dayse

“Parabéns Pra Você”

(Globo, 1983) – Irene

“Selva de Pedra” (Globo,1986) – Simone / Rosana

“Os Normais” (Globo,2001 a 2003) – Vani

“Tapas & Beijos”(Globo, 2011) – Fátima �

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 17 - TV

Page 18: Bem estar  13-05-2012

Globo homenageia o centenário de Jorge Amado

com adaptação de “Gabriela” por Walcyr Carrasco

TV Press

O centenário de nascimento do escri-

tor Jorge Amado foi apenas um pretexto.

Seja como for, Walcyr Carrasco conse-

guiu fazer um “remake” de “Gabriela”.

“Eu sempre quis escrever esta produção.

Este é um projeto antigo meu. Vai ser

uma novela nova, apenas inspirada na

obra original”, assegura o autor, que está

adaptando o livro mais conhecido de Jor-

ge Amado e com o maior número de tra-

duções. Para recriar a história desta cabo-

cla ousada, rústica, brigona e para lá de

sensual - vivida por Sônia Braga na nove-

la homônima, exibida pela Globo em

1975, e no longa de Bruno Barreto, em

1983 -, o diretor de núcleo, Roberto Tal-

ma, fez questão que ela fosse interpretada

por Juliana Paes. Orgulhosa da escolha, a

atriz se atirou em pesquisas sobre o início

da década de 20 e a sociedade cacaueira de

Ilhéus. Além disso, se dedicou a exercí-

cios que garantissem maior preparo físico

para o início das gravações da história,

que tem estreia prevista para o final

de junho, na faixa das 23h. “Agora eu

entendo a Gabriela. Ela é uma sobrevi-

vente e, por isso, é feliz. A todo mo-

mento que estou gravando, tento esta-

belecer essa conexão dela com a natu-

reza, com o Sol, vento, terra. Estou

uma esponja”, vibra Juliana Paes.

O início das gravações foi o período de

maior entrega para os mais de 200 profis-

sionais envolvidos em viagens pelo Nor-

deste brasileiro. Em 16 dias de gravações

entre o Piauí e Bahia, quatro caminhões

carregavam os equipamentos e material

de cenografia, figurino e produção de ar-

te, liderados pelo cenógrafo Mário Mon-

teiro e pela figurinista Labibe Simão e Ju-

liana Mendonça, supervisora de caracteri-

zação. Foi a xará de Juliana Paes que dei-

xou a atriz com cor de canela, cabelos de

barro e cheiro de cravo para transmitir to-

da a rusticidade necessária à personagem

que aparece em cenários áridos e intrigan-

tes. A começar pela Serra das Confusões,

no Parque Nacional da Serra da Capivara,

no Piauí. “O ambiente rochoso, de hori-

zonte quase infinito, tem uma beleza des-

lumbrante. Não tive dúvidas de que as

gravações começariam ali”, lembra o dire-

tor da trama, Mauro Mendonça Filho.

Esses foram só os primeiros passos de

Gabriela, que caminha por dias fugindo

da seca que assola o sertão de Juazeiro em

meio ao chão de terra vermelha e árvores

retorcidas. Neste cenário, no Junco do Sa-

litre, em Juazeiro, foram gravadas as ce-

nas em que a personagem foge com o Tio

Silva, vivido por Everaldo Pontes. De lá,

toda a equipe se deslocou para o centro

histórico de Canavieiras, também na

Bahia, que ainda mantém a arquitetura tí-

pica do início do século 20. Nesta locação

foi gravado o primeiro encontro de Ga-

briela com Nacib, personagem de Hum-

berto Martins. Assim que o conhece, Ga-

briela logo dispara seu bordão: “moço bo-

nito”, o que faz com que o árabe, seduzido

pela selvagem morena suja de barro, acei-

te contratá-la como cozinheira. “Ela sur-

preende o patrão na cozinha e o Nacib vi-

ra um dos homens mais invejados de

Ilhéus”, ressalta Humberto.

Ainda no mesmo local, Mauro Men-

donça gravou a chegada pelo mar de Mun-

dinho Falcão, um exportador carioca vivi-

do por Mateus Solano. Ele quer trazer o

progresso para a cidade e chega ao porto

com a atirada Anabela, de Bruna Linz-

meyer, e com o Príncipe Sandra, vivido

por Emilio Orciollo Netto. Em Ilhéus,

uma dos personagens de maior destaque é

a poderosa Maria Machadão, a dona do

principal cabaré da região, interpretada

por Ivete Sangalo. “Estou ansiosa para me

ver como a dona do Bataclã. Sou super fã

de Jorge Amado”, derrete-se a cantora,

que na versão de 1975 da trama foi vivida

por Eloísa Mafalda. No entanto, a primei-

ra adaptação do romance de Jorge Ama-

do, publicado em 1958, foi de Zora Seljan

em 1960, na extinta TV Tupi. Desde essa

época, o universo de jagunços, coronéis e

prostitutas já seduziam os autores. “Ga-

briela mexe com os sentimentos mais ge-

nuínos e com questionamentos morais. É

um personagem irresistível”, destaca

Walcyr. �

Inside

ÍCONEBREJEIROD

ivul

gaçã

o

O diretor de núcleoRoberto Talma fez

questão que Gabrielafosse interpretada pela

atriz Juliana Paes

TV - 18 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 19: Bem estar  13-05-2012

Com trama enigmática, “Máscaras” confunde e não desperta a curiosidade

TV Press

“Máscaras”, da Record, tem

como tema principal o mistério

e o jogo de personalidades. E,

ao que parece, Lauro Cesár Mu-

niz, autor da trama, deseja mes-

mo levar o título da novela ao

pé da letra. Com personagens

que não mostram a que vie-

ram, a novela fica confusa e

sem direção. A sensação é de

que as histórias ainda não fo-

ram totalmente apresentadas

ou não ganharam força para

se desenvolver.

A trama, que é desencadea-

da pelo desaparecimento de

Maria - vivida por Miriam

Freeland - e seu bebê, mostra o

desespero de Otávio, de Fer-

nando Pavão, na busca por sua

família. Entretanto, o ator

transformou o papel de um jus-

ticeiro à procura da verdade

em um mero náufrago depressi-

vo e melancólico, caracterizado

por barba e cabelos compridos

e desleixados.

Há pouco mais de um mês

no ar, a novela ainda não corri-

giu problemas marcados desde

a estreia. Os diálogos conti-

nuam longos e monótonos,

com certo exagero de lingua-

gem e tom poético. Como quan-

do Elvira, personagem de Jussa-

ra Freire, se refere ao juiz

Eduardo Sotero, de Cécil Thi-

ré, como o “homem da lei” de

forma exaltada e revolucioná-

ria. Além disso, o roteiro é mar-

cado por uma fragilidade na es-

trutura, reduzindo o nível dos

diálogos. Em cena com Dado

Dolabella, que vive seu filho

Edu, Cécil foi rebaixado a uma

criança de cinco anos birrenta

e mimada, com falas como

“não ponha a mão em mim” e

“me deixa em paz”, ao choro.

Driblando o texto didático

e arrastado, Paloma Duarte,

que interpreta a enigmática Na-

meless, encontrou o tom certo

entre os mistérios e os conflitos

internos da personagem, que vi-

ve sobre a constante pressão de

seu chefe Big Blond, de Jonas

Bloch. Este último também

acerta a dosagem entre o irôni-

co líder da máfia apaixonado

por sua bela agente loira.

Com direção de Ignacio Co-

queiro, a novela teve grande

parte das sequências iniciais ro-

dadas em um cruzeiro. Por con-

ta dessa característica, a histó-

ria ganhou uma monotonia nas

cenas, que abordaram apenas

as tediosas instalações do navio

ou do apartamento em que Na-

meless está presa. Sem cidade

cenográfica, “Máscaras” é

claustrofóbica, sem muitas mo-

vimentações de câmera. Não

há “stock-shots” - corte com ce-

nas de paisagens - entre um am-

biente e outro, perdendo opor-

tunidades de mostrar imagens

do Rio de Janeiro ou até mes-

mo planos mais abertos do tran-

satlântico em alto-mar.

A novela, que possui pouco

mais de 50 atores, torna-se uma

trama de tramas paralelas em

excesso e sem sentido, que pare-

cem apenas preencher um bura-

co na história. Como o núcleo

de amigas festeiras formado pe-

las atrizes Bete Coelho, Luiza

Tomé, Luíza Curvo, Francisca

Queiroz, Franciely Freduzeski

e Marina Peixoto. Parece deslo-

cado em meio à trama de misté-

rio. E sua ausência não seria

sentida e nem afetaria o decor-

rer da trama. �

“Máscaras” - Segunda a sexta, às22h15, na Record

Crítica

NO MESMO LUGAR

Paloma Duarte e Jonas Bloch em cena do folhetim “Máscaras”, da Record: tramas paralelas em excesso e sem sentido marcam a trama

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 19 - TV

Page 20: Bem estar  13-05-2012

Mães “postiças” se destacam cada vez mais nos folhetins nacionais

TV Press

Mãe só tem uma, reza o ditado popular.

O que não quer dizer que, necessariamente,

deva ser a biológica. Na teledramaturgia,

nem sempre os laços de sangue reservam as

melhores histórias de amor maternal. Agora

mesmo, no ar, é possível enxergar relações

que são capazes de emocionar e cativar a

quem assiste. Como a sofrida Valda, de Dhu

Moraes, que ameniza a carência familiar da

pobre órfã Cida, de Isabelle Drummond, em

“Cheias de Charme”. Ou a “mãe” Lucinda,

papel de Vera Holtz em “Avenida Brasil”,

que cria crianças abandonadas em um lixão.

E, na mesma novela, a histriônica Monalisa,

de Heloísa Perissé, que adotou Iran, de Bru-

no Gissoni, depois de perder um bebê.

“Quemnãosouberahistóriainicialnemper-

cebe que o Iran não é filho da Monalisa. To-

das as cenas entre os dois mostram um amor

incrível. É uma mãe completamente apaixo-

nada pelo filho”, valoriza Heloísa.

Os motivos que justificam as mães

“postiças” são diversos. Mas a adoção

de órfãos ou de crianças abandonadas

ainda parece ser o mais recorrente. Em

“Aquele Beijo”, por exemplo, Marissol

e Sarita, de Mary Sheila e Sheron Mene-

zzes, foram deixadas ainda pequenas pe-

la mãe Diva, de Elisa Lucinda. Criadas

num orfanato, lá conheceram Ana Gira-

fa, transexual mais velha vivida pelo

ator Luis Salém que, ao deixar o lar, se

dividiu com Eveva, de Maria Gladys, na

educação das meninas. E desenvolveu

uma relação meio de irmã mais velha,

meio de mãe. “Fiquei feliz porque o pú-

blico aceitou bem a Ana Girafa. E esse

lado maternal deve ter ajudado tam-

bém. Mas o tempo todo eu me senti in-

terpretando uma mulher, não uma tran-

sexual. Isso também fez a diferença”,

avalia Luis Salém. Em “Máscaras”, da

Record, a irmã mais velha Tônia, de Da-

niela Galli, também se confunde um

pouco na função materna diante da ca-

çula Luma, de Karen Junqueira. De-

pois que os pais morreram, Tônia, que

já era crescida, precisou cuidar da irmã

menor. Mas não lida tão bem com a si-

tuação no campo psicológico. “Criou-se

não só uma responsabilidade ali, mas

também uma dependência. Existe uma

relação de controle muito forte entre as

duas que não é saudável. É algo inusitado,

sendo a

mais velha

uma psicanalis-

ta”, analisa Karen.

Em “Amor e Re-

volução”, novela exibida

ano passado pelo SBT e es-

crita por Tiago Santiago, Olí-

via, personagem de Patrícia De

Sabrit, também ficou responsável

por duas meninas. Mas que não foram

abandonadas pela mãe, e sim sequestra-

das pelo marido de Olívia, o vilão Filinto,

vivido por Nico Puig. Na trama, ele era

um dos militares que torturavam os presos

políticos. E, entre esses torturados, esta-

vam os pais das crianças. “O que foi baca-

na é que essa maternidade provisória de-

sencadeou nela a revolta contra os milita-

res de seu próprio lar, os que eram do mal.

Foi daí que apareceu o sentimento de luta

que movimentou a história da Olívia”,

lembra Patrícia.

Às vezes, essa relação maternal se de-

senvolve entre parentes. Como a avó vivi-

da por Iná, em “A Vida da Gente”, folhe-

tim de Lícia Manzo exibido pelo Globo

ano passado. Ela ocupou a lacuna deixada

pela mãe “madrasta” Eva, de Ana Beatriz

Nogueira, na vida da pacata Manu, de Mar-

jorie Estiano. “A Eva era uma mãe adoeci-

da, com um amor desmedido por uma fi-

lha e um desamor também desmedido pe-

la outra”, recorda Ana Beatriz. Depois,

com a tenista Ana, de Fernanda Vascon-

cellos, em coma por anos, foi a vez de Ma-

nu ocupar o espaço de mãe da pequena Jú-

lia, de Jesuela Moro. “Foi diferente e engra-

çado. A Manuela era filha da avó e mãe da

sobrinha. A novela trabalhou bem essas no-

vas relações familiares, que parecem confu-

sas em alguns momentos por diferentes

causas”, pontua Marjorie.

Quando a morte separa

Em muitos casos, é a morte da mãe

que faz outra mulher assumir a materni-

dade de uma criança. Foi assim, por

exemplo, que a empregada Valda, de

Dhu Moraes, se tornou a grande conse-

lheira e cuidadora da doce Cida, papel

de Isabelle Drummond, em “Cheias de

Charme”. E não foi nada difícil para

suas intérpretes encontrarem o tom cer-

to para demonstrar, no ar, a intensidade

da relação das duas personagens. “Te-

nho uma história bonita com a Dhu.

Esse é nosso terceiro trabalho juntas e

sinto ela como uma pessoa da minha fa-

mília mesmo”, afirma Isabelle, que di-

vidiu cenas com a colega também no

“Sítio do Picapau Amarelo”, quando

interpretava a boneca Emília e Dhu vi-

via a Tia Nastácia, e na novela “Caras

& Bocas”.

Especial

Sempre cabe mais um

InstantâneasEm“A Favorita”, Lara, vivida

porMarianaXimenes, era filha biológica deFlora, papel dePatrícia Pillar.Mas foiDonatela, deCláudia Raia, quem acriouemanteveuma relação maternal comagarota, já queFloraestavapresa pelamortedopai damenina

A heroína Júlia de “Dancin’Days”,vividapor SôniaBraga, passava11anosnaprisãodepois deumacidente e, comisso, sua filha dequatro anos era criadapela tiaYolanda, de Joana Fomm

Patrícia DeSabrit interpretoutambémumamãe postiçaem“PérolaNegra”, novela exibida peloSBTem1998

Em“Cheias de Charme”, as trêsprotagonistas empregadas domésticascresceram sem mães biológicas. Cida,de Isabelle Drummond, passou a viverna casa em que a mãe trabalhava.Rosário, de Leandra Leal, foi tirada deum orfanato pelo pai adotivo Sidney, deDaniel Dantas. E Penha, de Taís Araújo,por ser a filha mais velha, ainda naadolescência assumiu a criação dosdois irmãos caçulas quando a mãeabandonou a família �

TV - 20 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 21: Bem estar  13-05-2012

Maurício Sherman planeja “Zorra Total” de acordo com retorno do público

TV Press

Aos 81 anos, Maurício Sher-

man se orgulha por já ter visto

“de tudo” na tevê. Mas mesmo

depois de seis décadas, o dire-

tor do “Zorra Total” se orgulha

por, segundo ele, comandar o

que chama de “plataforma hu-

morística”. E talvez esse seja

seu maior estímulo para conti-

nuar em atividade. “Havia cer-

to preconceito (contra o hu-

mor), achavam melhor fazer

minisséries e novelas. Com a

pouca visibilidade, os redato-

res migraram para a dramatur-

gia e foram ganhar a vida”, lem-

bra Sherman, que é formado

em Direito, mas começou a car-

reira artística como ator de rá-

dio. Para a nova temporada do

humorístico da Globo, o dire-

tor optou por colocar todos os

quadros do programa no “Me-

trô Zorra Brasil”. E garante

que não se trata de uma opção

pessoal - mesmo que isso facili-

te a logística de gravações, já

que não exige trocas de cená-

rios. “Faço o que o telespecta-

dor quer”, diz.

Pergunta – Nesta novatemporada, o “Zorra Total”se passa todo dentro do me-trô. Por que você tomou essadecisão?

Maurício Sherman – Não

decido nada, essas escolhas são

do próprio público. As pessoas

assistiram, gostaram e a gente

decidiu seguir em frente nessa

ideia. No humor é assim, te-

mos parâmetros. Para ser bom,

antes de tudo, tem de ser engra-

çado, já dizia Chico Anysio e

Charles Chaplin. Nossa inten-

ção é só divertir, mais nada.

Não estamos aqui para dar li-

ção de moral em ninguém. E o

metrô é um meio de transporte

que é diferente do trem do su-

búrbio porque todo mundo an-

da. Até a classe A, já que o trân-

sito está caótico. Ali é possível

uma ambientação onde você

tem toda a gama da população

brasileira, de A até Z.

Pergunta – Normalmente,dois blocos do “Zorra Total”se passam no vagão femini-no, onde só entram os perso-nagens femininos. De ondeveio essa ideia?

Sherman – Isso já estava

previsto desde que a gente co-

meçou a qualificar a nova fase

do “Metrô Zorra Brasil”. Pensa-

mos em uma metáfora do Bra-

sil, com a nossa Dil Maquinis-

ta, personagem da Fabiana Kar-

la, no comando. Mas esse me-

trô tem diversos vagões que se re-

velarão na medida em que o pro-

grama avançar. Começamos com

um metrô misto, onde está todo

mundo. Já temos o vagão femini-

no, que é uma realidade, existe

mesmo no nosso cotidiano. E, fu-

turamente, poderemos ter o

dos políticos, por exemplo.

Pergimta – Na sua opinião,o que propiciou a renovaçãodo humor que tem ocorridonos últimos anos?

Sherman – Olha, vou ter de

puxar a sardinha para a minha

brasa. Antes do “Zorra” ir ao

ar, tínhamos poucos progra-

mas humorísticos. A própria

Globo tinha só o “Sai de Bai-

xo”, que acabou, o “Casseta &

Planeta Urgente!” e “A Grande

Família”, sendo que este últi-

mo nem era visto como progra-

ma de humor. A gente veio

com um formato variado, elen-

co grande e que sempre se reno-

va, fazendo com que a gente

lançasse novos comediantes na

tevê. Ao longo dos anos, nos

transformamos em uma plata-

forma humorística. Até então,

havia certo preconceito, acha-

vam melhor fazer minisséries e

novela. E o que sempre apavora

a gente é quem vai escrever o

texto. Com a pouca visibilida-

de que o humor tinha na tevê,

os redatores migraram para a

dramaturgia e foram ganhar a

vida. Tanto que quando come-

cei o “Zorra”, foi com os anti-

gos redatores de humor. Isso

chamou mais gente. O que o po-

vo está querendo? O povo está

gostando de banana? Então, va-

mos plantar banana! E o povo

está gostando dessa fase de hu-

mor. Então, começa a haver

uma programação mais fixa de

humor dentro da tevê.

Pergunta – Você enxergaalguma relação entre essa va-lorização do humor na tevê eo sucesso dos comediantesde “stand up” (em inglês, co-media em pé) nos palcos?

Sherman – Essa turma que

começou no “stand up” saiu do

“Zorra”. O Cláudio Torres Gon-

zaga foi quem insistiu em fazer

“stand up” aqui no Brasil e ele

era nosso redator final. Ele lan-

çou esse hábito. Sim, porque é

um hábito, não é inédito. “One

man show” é algo que o José

Vasconcellos já fazia em 1950.

E não só ele, tivemos também o

Chico Anysio, Jô Soares, Agil-

do Ribeiro, Ari Toledo... E o Ju-

ca Chaves? Ele, então, era o pro-

tótipo do “stand up”. Só que co-

mo nós gostamos de copiar os

americanos – isso, claro, en-

quanto a China não toma conta

de tudo – e faltava um nome, pe-

gamos esse “stand up” e traduzi-

mos ao pé da letra para comé-

dia em pé. Mas não tem o me-

nor sentido, tem muita gente

que faz sentado, né?

Pergunta – De que for-ma, na sua visão, os avan-ços tecnológicos ajudam atransformar o humor e a pró-pria tevê?

Sherman – Hoje, uma pes-

soa consegue certa visibilidade

se tiver talento e estiver conec-

tada na internet. Recebemos

muitas sugestões também, o pú-

blico se manifesta bastante atra-

vés dos computadores, o que é

muito bom. Mas é também um

pouco como o cinema. Antes ti-

nha tela pequena, aí a tela au-

mentou. Agora, a fase é do 3D.

Daqui a pouco, vamos ver na

propaganda “hoje você vai po-

der ver o cara na sua frente, no

cenário da ação”. E aí, vão in-

ventar o teatro! �

“Zorra Total” – Sábados,às 22h15, na Globo

Papo rápido

APELO POPULAR

“O que o povo estáquerendo? O povo estágostando de banana? Então,vamos plantar banana”,diz o veterano diretor

Luiza Dantas/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 21 - TV

Page 22: Bem estar  13-05-2012

MALHAÇÃO - 17H15

Segunda-feira - Rosário, Cida e Penhase produzem para gravar o clipe e So-corro tentaavisarLaércio.Sarmento in-sisteem conhecer Otto e pede ajuda aMáslova. Kleiton grava o clipe das do-mésticas. Máslova inventa para Sar-mento que Otto não poderá vir ao Rio.Chayene volta para casa e é recebidapor Rosário. Elano consola Cida. IvoneconvidaRuçoparaacompanhá-laàigre-ja. Socorro ronda o quarto de Kleitonenquantoeleeditaoclipedasdomésti-cas.Sarmentodiz aCidaque temumaproposta para lhe fazer. Rosário e Iná-ciose beijam.Terça-feira - Sarmento propõe pagarumcursoparaCidaeelapedeumtem-po para pensar. Rosário e Inácio rea-tam. Isadoraseanimacomaafinidadeentre seu pai e Conrado. Elanocomen-tacomKleitonquePenha,RosárioeCi-da podem ter problemas caso o clipecaia na internet e Socorro ouve. CidacontaparaConradoqueIsadoraarmoupara separá-los. Rosário vai atrás deInácionapensão.RodineiprocuraCidanacasadosSarmento.Quarta-feira - Rodinei descobre que Ci-

da foi ao encontro de um amigo e ficaenciumado. Rosário cogita desistir deseu sonho de cantar. Elano se aproxi-ma de Cida. Rodinei faz um grafite ro-mântico para Cida no muro da casa dafamília Sarmento. Sidney recebe altadohospital. Chayeneconcedeumaen-trevista para melhorar sua imagem etentausarRosárioparaapoiá-la,masadomésticapededemissão.Rosárioavi-saque vai depora favor dePenha. Sar-mentose depara comOtto.Quinta-feira - Otto percebe que Conra-do mentiu para Sarmento e o repreen-de. Kleiton mostra o clipe de Rosáriopara Sidney e ele se impressiona comodesempenhoda filha.Sarmentodes-mascara Conrado e resolve lhe fazerumaproposta.Humbertoapresenta fo-tosdePenhacomoagiotaeadomésti-ca fica boquiaberta. Ariela discute comIsadora e insinua que Conrado é ummentiroso. Lygia depõe. Sarmento elo-giaaatuaçãodeElano.Arieladescobreque Sarmento e Conrado estão uni-dos. Penhaganha acausa.Sexta-feira - Sarmento culpa Humber-to pela condenação de sua cliente.

Conrado e Cida se encontram no tribu-nal e Elano percebe um clima entre osdois. Sandro descobre que Penhaganhou a causa e cobiça a indeni-zação da esposa. Socorro desco-bre que Chayene está sem empre-gada e vai à casa da cantora secandidatar à vaga. Sandro tentaconseguir trabalho. Inácio planejainvestir no bufê e é apoiado por Ro-sário. Otto encontra Sarmento. Ela-no joga o CD com o clipe das em-pregadas no lixo e Socorro vê.Sábado -RodineidizaBrunessaqueCi-da é a mulher da sua vida. Sarmentotenta convencer Otto de que seu filhomereceumvotodeconfiançae inventaum jantar de noivado para Conrado eIsadora. Socorro pega o DVD de Rosá-rio e assiste aoclipe das empregadas.Socorromostrao clipedeRosárioparaTom, Chayene e Laércio. Conrado de-monstra irritação com seu falso noiva-do com Isadora. Laércio sugere queChayene use o clipe no processo con-tra Penha e envia o link por e-mail paraSarmento. O clipe é visto por diversaspessoaseseespalha pela internet.

AMOR ETERNO AMOR - 18H15

Segunda-feira - Melissa sugereque Fernando se aproxime de Re-gina. Rodrigo conversa com Ju-nior. Jáqui fica impressionadacom o filho de Verbena. Rodrigomarca um encontro com Miriam.Marlene, Teresa, Mauro e Gildadescobrem que Laís e Julinho es-tavam em um carro quando foramroubados. Rodrigo conta para Mi-riam o que aconteceu na casa deKléber e Clara o avisa de que Le-xor esteve perto dele. Fernandoprocura Regina.Terça-feira - Fernando manipulaRegina para conseguir informa-ções sobre a consulta médica de

Rodrigo. Marlene coloca Laís decastigo. Valdirene conversa comDivina sobre o que aconteceucom Junior. Pedro entrevista Tere-sa e Antônio. Rodrigo ouve Fer-nando falar de Regina com Melis-sa. Jacira confirma para Tobiasque vai ao Rio de Janeiro. Gil eLaura fazem as pazes.Quarta-feira - Beatriz tranquilizaRodrigo e inicia a gravação daconsulta. Miriam conta para Pris-cila sobre seu encontro com Fer-nando. Rodrigo fica animadocom a consulta com Beatriz. Pe-dro vai ao apartamento de Graci-nha e vê a pintura que ela fez. Ro-

drigo afirma a Dimas e Fernandoque mudará o departamento mé-dico da construtora. Melissa de-siste de expulsar Divina de suacasa depois de saber que ela e ofilho falarão com Rodrigo. Rodri-go beija Miriam.Quinta-feira - Teresa flagra o beijoentre Miriam e Rodrigo. Melissafala para Dimas que manterá aempregada com o filho em casa.Rodrigo e Miriam conversam comDivina sobre o dom de Junior. Fer-nando escreve sobre Miriam emseu diário. Junior toca piano nova-mente e todos ficam deslumbra-dos. Valéria é dispensada por Jo-

sué. Dimas reclama com Melissapor ter que sentar à mesa com Ju-nior. Fernando entrega as chavesda cobertura que ganhou de Ver-bena para Rodrigo.Sexta-feira - Rodrigo não aceitaas chaves da cobertura e discutecom Fernando por ofender Mi-riam. Rodrigo pensa na conversacom Beatriz e sente dores de ca-beça. Gracinha é humilhada poruma vendedora. Jacira decide ircom Valéria para o Rio de Janei-ro. Lexor aparece para Francis-co. Rodrigo leva Gracinha à lojaonde foi ofendida e tira satisfa-ções com a vendedora. Fernan-

do segue Miriam até a mansãode Rodrigo.Sábado - Melissa pede para Virgí-lio ligar apenas quando tiver notí-cias de Elisa. Fernando vê Rodri-go sair do carro de Miriam e ficafurioso. Juliana, Beto e Bruno fa-lam com Henrique. Miriam suge-re que Pedro acrescente em suareportagem uma foto de quandoRodrigo vivia em Minas Gerais.Melissa deixa Divina morar emseu apartamento no edifício SãoJorge. Pedro comemora a autori-zação de Rodrigo para usar a fotode quando morava em Minas Ge-rais em sua reportagem. Fernan-do beija Regina.

Segunda-feira - Alexia afirma aMoisés que não namora ninguém.Betão destrata Guido e Babi.Moisés e Cristal armam um planopara descobrir se Alexia e Gabrielestão namorando. Laura consolaJefferson. Gabriel estranha o entu-siasmo de Moisés ao falar dainauguração do Centro Esportivo.Cristal finge espanto quando Babipergunta por que ela está vendoum site de adoção.Terça-feira - Betão explica paraNelson que não aprova o namoro

dele com Natália. Dieguinho eAparecida se preocupam com osofrimento de Jefferson. Moisésconvida Cristal para a inaugura-ção do Centro Esportivo. Moisésbatiza o Centro Esportivo com onome do filho de Gabriel. Guido eBabi se beijam durante o pas-seio. Nelson fala para Helenaque Carmem precisa ir embora.Cristal finge combinar ao celulara adoção de seu filho e Natália fi-ca perplexa.Quarta-feira - Helena se recusa a

mandar Carmem embora de seuapartamento. Gabriel fala paraAlexia que teve uma ideia paraafastar Moisés e Cristal deles. Ga-briel se desespera com a possibili-dade de Cristal entregar seu filhopara adoção e Natália tenta tran-quilizá-lo. Jefferson e Débora nãoparam de pensar um no outro. Ale-xia tenta mostrar para Gabriel queCristal está usando a gravidez pa-ra controlá-lo. Gabriel pede queAlexia vá com ele à suposta agên-cia de adoção.

Quinta-feira - Beatriz pede paraGabriel e Alexia desistirem de ir àagência de adoção. Laura incenti-va Isabela a ter esperanças em re-lação ao namoro com Filipe. Be-tão e Filipe desconfiam de Viti-nho. Gabriel ameaça procurar ospais de Cristal. Timtim confessa aTamtam que não fica com Kikopor medo de ser traída. Moisés ga-rante a Cristal que Gabriel não seencontrará com os pais dela. Nel-son pede Natália em casamento.Moisés descobre que Gabriel vaia Petrópolis.

Sexta-feira - Cristal chega em ca-sa às pressas e Babi e Guido es-tranham. Gabriel explica a Alexiaseu plano para fazer com queMoisés não desconfie do namorodeles. Alexia conta para Babi queGabriel vai procurar a mãe de Cris-tal. Maria fala mal de Kiko para Ti-mtim. Filipe sugere a Betão queeles armem um golpe contra Viti-nho pela internet. Cristal ofendeNatália e Babi a defende. Uma mu-lher se apresenta para Gabriel co-mo mãe de Cristal.

Resumo das novelas

CHEIAS DE CHARME - 19H15

GLOBO

Taís Araújo é um dos destaques da novela “Cheias de Charme”

TV - 22 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 23: Bem estar  13-05-2012

Segunda-feira - Big Blond diz a Novaisque quer contratar funcionários maisbem preparados. Otávio ajuda Eliza atrocar a placa do carro. Tônia agrade-ce Luma por tê-la deixado com Edu.Luma acusa Tônia de ter sido fomi-nha.ElizaeOtáviopassamanoite jun-tos. Eliza venda Otávio para levá-lo aolocalda reunião.Otávio tentaarrancarde Eliza as instruções passadas aMartim.Otávio eEliza recebemum kitcontendo um capuz. Eliza e Otávio re-cebemmicrofonese fonesdeouvido.Terça-feira - Caio pergunta a Luciana

se ela contou para Eneida sobre Ma-nuela. Luciana garante a Caio que éum segredo. Fausto agride Otávio e oacusadeserumespião.Elizaentregao tablet para Novais. Zezé conversacom Calpúrnia sobre o livro que estátraduzindo. Big Blond manda matarFausto. Big Blond afirma que Otávioprecisa assinar as instruções. BigBlonddizaElizaqueestádesconfiadoda presença de um infiltrado na reu-nião. Otávio pressiona Big Blond parasaberseMariaeTavinhoestãovivos.Quarta-feira -Umabombadegás lacri-

mogêneo explode no salão. Eliza ga-ranteaOtávioquenuncahaviapartici-pado de um ritual semelhante. Elizaquestiona Otávio sobre as instruçõesa serem assinadas por ele. Otávio dizaElizaqueMariapodeestarviva.Elizae Otávio ouvem uma buzina e encon-tram Pulga ferido na direção do carro.Otávio decide socorrer Pulga, que afir-ma estar sendo procurado pela polí-cia.FláviaseconsolacomGeraldineeafirma não entender por que Rogérionão menciona suas traições. Eliza eOtávio levamPulgaparaoapartamen-todelano Rio.

Quinta-feira - Otávio faz um procedi-mento médico em Pulga. Eliza ficadesconfiadadahabilidadedeOtávioeafirma querer saber mais sobre ele.Big Blond diz a Eliza que os tiros nareunião foramdemilicianos cobrandodinheiro.Otávioescutaaconversaen-tre Big Blond e Eliza. Eliza garante aBigBlondqueOtávioérealmenteMar-tim. Eliza se esquiva das investidasdeBig Blond.Manuela pergunta a Dé-ciopornotíciasdeOtávio.Décioasse-guraManueladequeMartimnãoa in-comodarámais.

Sexta-feira - Eliza se recusa a dizer aBigBlondoendereçodoapartamentoonde estão Otávio e Pulga. Big Blondameaça matar Eliza se descobrir queelaestá envolvida comoutro. Eliza ce-de aos desejos de Big Blond e come-ça a se despir. Décio conta para Ma-nuela que matou Martim para salvarOtávio. Décio confessa a Manuela te-merqueOtávionãoo tenhaperdoadopor ter se envolvido com Maria. BigBlondpressionaOtávioparacolocar asenhado tablet.Otávioafirmanãosa-ber asenha.

Segunda-feira - Olavo falaa Hélio quetem pena de Aline. Olavo recebe tele-fonemadeVitor,queoinformaqueAli-ne pode ficar paraplégica. Aline diz aVitor que a situação dela não é boa,mas a de Amanda é muito pior. Alineafirma que Amanda vai sofrer comonunca sofreu antes. Heloísa desaba-

fa com Glauco ao dizer que está im-possível conviver com a decisão deAmanda, pois ela não quer fazer otratamento contra o câncer. Heloi-sa afirma que Eduardo deve estararrasado. Priscila ouve a conver-sa. Eduardo vai ao hospital visitarAline. Eduardo pergunta a Aline o

que ela fez com Amanda.Terça-feira - Aline diz a Eduardo queAmanda deve ter fugido com alguémmais rico que ele. Eduardo ameaçaAlineao dizer que vai descobrir seelatemalgoavercomosumiçodeAman-da.Eduardovaiaohospitalepedepa-ra o médico checar se os exames de

Amanda foramalterados.Eduardo re-cebeanotíciadequetentaramsubor-nar um médico no hospital. Ao ver osvídeosdascâmerasdesegurançadohospital,EduardovêAlinepeloscorre-dores. Ele desconfia de que Aline te-nhaalteradoosexamesdeAmanda.Quarta-feira -Atéo fechamentodesta

edição,aemissoranãodisponibilizouo resumo deste capítulo.Quinta-feira - Até o fechamentodestaedição,aemissoranãodisponibilizouo resumo dopenúltimocapítulo.Sexta-feira - Até o fechamento destaedição,aemissoranãodisponibilizouo resumo doúltimo capítulo.

Segunda-feira - Alice e Carla conver-sam sobre os seus sentimentos. Bea-triz e Raul são levados para a sala deJonas. Eles reencontram a família. Jo-nas briga com os dois adolescentes.Beatriz e Raul falam que querem estu-darnoEliteWay.Jonasnegaapossibili-dade. Bernardo e Vitória ficam em cli-ma de paquera. Jorge diz a Franco queele não deve ir na próxima audiência.Cris diz a Vicente que gostaria de mo-rar sozinhacom ele. Pilar passa mal.Terça-feira - Vicente é pego de surpre-

sa pela proposta de Cris. Franco e Jor-gecombinamosdetalhesdoplanopa-rapegaremoschantageadores.Osalu-nos do Elite Way sentem falta dos re-beldes. Pilar continua não se sentindobem. Cris e Becky destratam Vicente.Oprofessor ficapreocupadocomarea-ção da namorada. Os shows dos Re-beldes continuam sendo um sucesso.Franco diz a Eva que os Rebeldes de-vemvoltar àescoladepoisdosshows.Miguel e Lucy combinam de atacar obandodeBinho.VitóriavêPilarpassan-

domal e diz a todosquea filhado dire-tor está grávida.Quarta-feira - As meninas do Elite Wayconversam sobre Binho e Pilar. BeckyeEvaconversamsobreCarla.PilareBi-nhosedesentendem.Eleachaqueelapode estar grávida. Miguel e Pilar con-versam,eladizqueBinhonãoéoautordas cartas. Téo e João armam planopara descobrirem os segredos do jogodos Zimmers. Pilar compra teste degravidez mas não tem coragem parafazê-lo. Téo e João descobrem a pala-

vra chave do grupo dos vampiros. Mi-gueldizaLucyqueconseguirádesmas-carar Binho. Pilar diz a Leila que achaqueestá grávida de Binho.Quinta-feira - Pilar se desespera aopensar que pode estar grávida. Leilatentaacalmá-la. Beatriz fica feliz ao verque os pais deixaram de brigar. Rauldiz a Bia que ajudará Jorge a reverter oprocesso de Beth. Téo tenta conven-cer Márcia a espionar os irmãos Zim-mers.MarceloeBecky juntamCriseVi-cente em um jantar. Lucy diz a Miguelque não quer ficar em segundo plano.

Jonas ouve Pilar e Leila conversandosobreapossibilidadede gravidez.Sexta-feira - Jonas se irrita ao saberqueLeilaePilarestãodesegredo.Pilarficar preocupada. Ela teme que Jonasfaça alguma besteira. Artur pega os re-sultados e descobre que está comduas hérnias. Pilar diz a Jonas e Leilaqueo examedeunegativo. BinhovoltaaocolégioeencontraMiguel. Jonasseirritada com a situação e diz que vaicastigarosalunosemdobro.BeckydizparaCrisquequasebeijouMarcelo.Jo-naschamaBinho para conversar.

Segunda-feira - Nilo vai atrás deBetânia e Valdo. Nina discute com Lu-cinda. Tomás se recusa a prometerpara Cadinho que esconderá a verda-de sobre as suas duas famílias. Car-minha conta para Max que intimidouRita. Débora diz que ajudará Jorginhoa descobrir pistas sobre os seus paisverdadeiros. Leandro e Iran se desen-tendemduranteo treino. Jorginhocon-fidencia a Tufão a paixão por sua anti-ga namorada. Nilo descobre que Ritatrabalha para Carminha.Terça-feira - Tufão convida Jorginho eDébora para a festa de Ivana. Max falapara Carminha que Nilo a procurou. Si-

lasusa seuantigo carro de mensagenspara pedir Monalisa em casamento.Noêmia conta para Verônica queAlexia teve um relacionamentocom o seu marido. Nilo chega àfesta de Ivana e Nina se desespe-ra. Verônica segue Cadinho. Si-las anuncia que se casará comMonalisa e Tufão fica abalado.Verônica vê Alexia entrar no carrode Cadinho. Nina encontra Niloem seu quarto.Quarta-feira - Nina implora que Nilo nãoa entregue para Carminha. Noêmia aju-da Verônica a se vingar de Cadinho eAlexia. Lúcio rouba o relógio que Ivana

ganhou de Muricy. Nilo não conseguecontarparaCarminhaoquesabesobreRita. Nina implora que Nilo se encontrecomelaemsuacasaànoite.Carminhaprocura Nilo e marca um encontro comele no mesmo horário do convite feitopor Nina. Tufão flagra Carminha tirandodinheiro do cofre. Nina e Carminha es-peramporNilo.Quinta-feira - Carminha se enfurececom a demora de Nilo. Nina serve umbelo jantar a Nilo eaceita pagar por seusilêncio.CarminhafalaparaMaxquees-tácommedodoqueRitapossaestarar-mando contra ela. Verônica planeja pu-nirCadinho.Olenkadesistededesmas-

cararSilasparaMonalisa.Carminhape-deparaMax falar comNilo. Betâniaaju-da Nina a encaixotar suas coisas. Car-minhaperguntaparaJorginhoseRitafa-loualguma coisasobre ela.Sexta-feira - Carminha inventa uma his-tória para explicar a Jorginho como equando conheceu Rita. Nina afirma pa-ra Betânia que levará sua vingança atéo fim. Tessália recebe o telefonema deumhomem,assimqueLelecosaideca-sa.Muricye Ivanaveemumhomemen-trar na casa de Leleco e correm paraavisá-lo. Tufão e Nina conversam e Car-minha os surpreende. Tomás visita Dé-bora. Max confirma para Carminha queRita pagou para Nilo ficar contra eles.

Jorginho pergunta para Nina de ondeelaconhece Carminha.Sábado - Nina mente para Jorginho. Tu-fãoconversacomNinasobreumahortaque eles pretendem fazer na casa e oex-jogador fica encantado com as expli-cações. Tufão se irrita com o jeito comqueCarminhatrataÁgata.Ninamanipu-la Carminha para que ela encontreRita. Noêmia e Verônica combinamde sair para comemorar o planocontra Alexia. Jorginho exige que Lu-cinda conte qual é o segredo de Ni-na. A inauguração da loja de Alexiaé um fiasco e a culpada é Verônica.Picolé revela para Jorginho que Nilovai morar na casa de Nina.

Resumo das novelas

MÁSCARAS - 22H15

CORAÇÕES FERIDOS - 20H30

REBELDE - 19H30

AVENIDA BRASIL - 21H00

GLOBO

SBT

RECORD

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 23 - TV

Page 24: Bem estar  13-05-2012

Monti, o atual bairro da moda em Roma, está entre as locações

do novo filme de Woody Allen, que estreia em junho no Brasil

Agência O Globo

Diz o ditado que “Roma não foi feita em um

só dia”. Mas muitos turistas que visitam a cida-

de parecem não saber disso, e a impressão é que

querem visitar todos os monumentos em menos

de 24 horas.

Uma pena, porque boa parte das maiores delí-

cias da Cidade Eterna exigem tempo. É fazer um

passeio tranquilo pelas ladeiras animadas de Mon-

ti, bairro da moda, emergente entre os turistas que

preferem fugir dos programas óbvios e dos preços

inflacionados e que anda em alta entre os mais jo-

vens, que bebem cervejas artesanais e fazem com-

pras em lojas moderninhas.

Ou gastar mais de três horas jantando no Pipero

al Rex, um dos melhores restaurantes da Itália, de-

bruçado entre o receituário clássico e as técnicas

contemporâneas, com pitadas de estrangeirismos.

É se acomodar no balcão da Roscioli e explo-

rar calmamente o admirável repertório de co-

mes e bebes da casa.

Turismo

ROMAETERNA ECENOGRÁFICA

A maravilhosaFontana de Trevi éum dos símbolosde Roma e viveapinhada deturistas; corre alenda que, se vocêquiser voltar lá, ésó jogar umamoeda na água queo desejo se realiza

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 25: Bem estar  13-05-2012

A Via Di Santa Maria Maggioreconduz à igreja do mesmo

nome, um dos poucos pontosturísticos conhecidos dobairro da moda em Roma

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 25 - TURISMO

Page 26: Bem estar  13-05-2012

Bairro é ponto de chegada e partida de muitos turistas, já que o bairro é próximo à estação de

trem Termini - que leva e traz os visitantes de Fiumicino, onde chegam os voos do Brasil.

Agência O Globo

Deslocado do principal eixo

turístico de Roma, mas a poucos

passos de ícones como o Coliseu,

o bairro de Monti revela aspec-

tos diferentes da capital italiana,

mas tão belos, pitorescos e sabo-

rosos quanto os mais clássicos

elementos da Cidade Eterna.

Tanto assim que esta região

foi uma das locações escolhidas

por Woody Allen para gravar ce-

nas do seu novo filme, “Para Ro-

ma com amor”, que estreia no

Brasil em junho, juntando qua-

tro histórias passadas na cidade,

e seus personagens.

Ele filmou em cenários como

a pequena Via dei Neofiti, uma

pequena e charmosa rua na parte

baixa do bairro, e na Piazza della

Madonna dei Monti, recanto

aprazível e animado, que tem

uma das esquinas ocupada por

um simpático bar, La bottega

del Caffè, que serve ótimos es-

pressos, vinhos em taças e comi-

dinhas gostosas.

Além da boa oferta de endere-

ços assim, Monti vem sendo ca-

da vez mais procurado por turis-

tas devido à boa oferta de hospe-

dagem, entre hotéis mais econô-

micos, como a Casa Sant’Ana

(diárias a partir de 40 euros, por

pessoa, com café da manhã) e

apartamentos para alugar (há es-

túdios lindos, com varandinhas

e terraços, com preços a partir de

100 euros).

Na Roma de hoje, Monti é o

bairro da moda e da badalação,

reunindo moradores da capital

italiana, incluindo uma grande

comunidade de imigrantes, e tu-

ristas mais jovens - desses que

vão atrás de lojinhas de de-

sign, restaurantes de perfil

mais moderno e bares para se

beber cerveja e vinho em am-

bientes nada formais, com pre-

ços mais camaradas.

Monti é ponto de chegada e

partida de muitos turistas, já

que o bairro está ali nas cerca-

nias da estação de trem Termi-

ni - que leva e traz os visitan-

tes de Fiumicino, onde che-

gam os voos do Brasil.

Esse pode ser um ótimo pas-

seio vespertino antes de embar-

car de volta para o Brasil. Mas o

melhor mesmo é dedicar mais

tempo ao bairro, para degustá-lo

com a calma que merece.

Nesta área emergente entre

os chamados “descolados”, to-

dos os caminhos levam à ampla

Via Cavour, rua principal do

bairro, onde pode-se beber cerve-

jas artesanais, deliciosas como

grandes vinhos, e comprar pro-

dutos alimentícios asiáticos.

Que os italianos fazem vi-

nhos extraordinários todos sabe-

mos, mas que as cervejas produ-

zidas ali também podem ser espe-

taculares, poucos têm conheci-

mento. São pequenos produto-

res, cujas garrafas podem ser en-

contradas abundantemente no

número 88 da Via Cavour, onde

funciona a Malt & Hop Shop,

um espaço dedicado à birra arti-

gianale, com ênfase na Itália,

mas aberta a alguns (ótimos) ró-

tulos estrangeiros.

Nas prateleiras encontramos

nomes como Baladin, marca de

cervejas italianas que já virou

um mito internacional, com

uma incrível quantidade de rótu-

los diferentes, como Zucca, Eli-

xir e Xyauiù, deliciosos.

Roma

Para saborear ospontos altos de Monti

Tomoko Tudini: bar de vinhos, pizzaria e restaurante em ambiente agradável na parte alta do bairro

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 27: Bem estar  13-05-2012

A loja de“birraartigianale”vendemalteecevada

Ali na Via Cavour e adja-

cências encontramos lojinhas

cheias de charme, com deco-

ração e produtos modernos e

coloridos, em contraponto à

arquitetura antiga, com facha-

das ocres e desbotadas, que ca-

racteriza cidade. Sempre com

preços mais em conta. Sem-

pre mais frequentados por ita-

lianos do que estrangeiros.

Outra rua fundamental pa-

ra apreciar Monti é a Via Ur-

bana, um tanto linda e escon-

didinha, ladeada por prédios

típicos de Roma, com cinco

andares, paredes ocres e des-

botadas, vez ou outra enfeita-

das com heras vistosas.

Nesta artéria paralela à

Via Cavour, numa depressão

do terreno acidentado do bair-

ro, encontramos um dos se-

gredos mais bem guardados

daquelas redondezas, a Trico-

lore Monti, com panini glo-

riosos, além de outros sanduí-

ches fantásticos, de perfil cria-

tivo, como o pão com tinta de

lula recheado de linguiça de

atum e um toque de pimenta

(12 euros) e também o pão de

batata com flor de sal e azeite

servido com polvo mediterrâ-

neo (10 euros).

Tem até sanduíche de foie

gras com maçã! Além de uma

comida deliciosa, no lugar

acontecem aulas de cozinha.

Imperdível. Absolutamente.

Não muito longe dali, na

mesma bela Via Urbana, en-

contramos a Hosteria La Va-

ca m’ Briaca, que funciona

em um prédio de tijolinhos

aparentes.

Comida ótima, preços bai-

xos. Que tal flor de abobrinha

frita com aliche, por 3 euros;

mariscos salteados ao vinhos,

por 6 euros; nhoque aos qua-

tro queijos, por 6,50 euros; al-

môndegas ao molho de toma-

te com feijão branco, por 7 eu-

ros; saltimbocca alla romana,

por 8 euros; e bisteca com ba-

tatas, por 11 euros. Conside-

rando ainda que nem couvert

nem serviço são cobrados.

Para o público interessa-

do em um roteiro bastante

fashion e moderno, a Via dei

Boschetto é um eixo funda-

mental do passeio por Monti.

Há várias lojas de roupas, ob-

jetos de decoração e design.

Por ali também existem gale-

rias de arte e ateliês. Difícil

sair de lá sem algumas com-

prinhas.

Na parte mais alta de

Monti, já bem próximo da

Stazioni Termini, na Via

Principe Amedeo, encontra-

mos o agradabilíssimo misto

de restaurante e bar de vi-

nhos Tomoko Tudini, com

muitos quadros negros escri-

tos com giz colorido e letras

bonitas apresentando as comi-

das e as bebidas.

Destaque para a churras-

queira que grelha vistosas car-

nes (como o abbacchio, um

cordeiro jovem, típico de Ro-

ma). As pizzas, assadas no for-

no a legna também merecem

atenção.

Mas nesta vizinhança tam-

bém existem as trattorias e as

osterias, entre elas a Tratto-

ria Monti, instalada no núme-

ro 13 da pequenina Via San

Vito, bem próxima à igreja de

Santa Maria Maggiore, um

dos símbolos do bairro.

É um lugar onde se come

maravilhosamente bem gas-

tando pouco. Os irmãos Enri-

co e Daniele Camerucci cui-

dam do atendimento, enquan-

to a mãe, Franca, fica na cozi-

nha, preparando pratos típi-

cos da região de Marche.

As massas de Franca estão

entre especialidades da casa,

como um famoso ravióli com

gema de ovo mole, além de

carnes assadas lentamente e

receitas com coelho. (AG)

Cervejasespeciais

italianas são aespecialidade daMalt & Hop Shop,

na Via Cavour

Tricolore:sanduíchesformidáveis eaulas de cozinhana aprazível echarmosa ViaUrbana

Via Urbana:um dos

recantosmais

agradáveisdesse

pedaçoadorável de

Roma

Via Urbana, linda e escondida

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 27 - TURISMO

Page 28: Bem estar  13-05-2012

Um roteiro de delícias italianas, no qual não faltam o ótimo vinho e massas fantásticas

Agência O Globo

Programa essencial para

desvendar todos os sabores de

Roma é explorar as enotecas da

cidade, eterno epicentro de to-

da a produção italiana, reunin-

do o que há de melhor no país,

além de boas seleções de rótu-

los estrangeiros, algo não mui-

to comum por lá.

Neste roteiro pelas delícias

romanas jamais pode faltar

uma visita, ao menos, à Salume-

ria Roscioli, um misto de res-

taurante, delicatessen, enoteca

e padaria, onde você encontra

tudo que precisa para ser feliz

comendo e bebendo.

A carta de vinhos de lá é

excelente. Não apenas a italia-

na, mas a de vinhos de outros

países também é extraordiná-

ria. Fica-se impressionado

com as opções de champa-

nhe, divididas em não-safra-

dos, safrados, blanc de

blancs, rosés, além de uma

verdadeira coleção de Krug

de diversas safras.

Há ótimas opções de Baro-

lo, divididos por comunas (La

Morra, Serralunda, Barolo).

A comida é ótima. Massas

rigorosamente al dente e mo-

lhos clássicos executados como

manda a tradição. Carbonara e

Cacio e Pepe.

A seleção de vinhos é ex-

traordinária, e apresenta mui-

tas raridades, como o delicado

Massa Vecchio Rosato 2005, de

um produtor que faz apenas 3

mil garrafas por ano.

Cerca de 80% dos produtos

são italianos, mas els procuram

ter uma variedade de bons pro-

dutos estrangeiros. A delicates-

sen este ano completa dez anos,

e os proprietários ainda coman-

dam o l’Antico Forno Roscioli,

um dos locais mais tradicionais

da cidade para comer pizzas e

pães variados.

E a cozinha alcança altos ní-

veis, executando um bom reper-

tório de receitas baseadas na ex-

celência da matéria-prima, co-

mo um tartare de Fassona, car-

ne delicada do Piemonte, e no

espaguete à carbonara, esse clás-

sico romano, adorável combina-

ção de massa de qualidade co-

zidas no tempo certo com

guanciale (crocante, crocan-

te), uma espécie de bacon fei-

to com as bochechas do por-

co, queijo pecorino romano,

ovos e boa dose de pimenta-

do-reino, resultando num

prato cremosamente delicio-

so. O Roscioli vende até um

kit, com todos os ingredien-

tes, um suvenir-delícia.

Da mesma maneira que a lis-

ta de vinhos diz não à xenofo-

bia, o mesmo acontece com a se-

leção de comidas disponíveis.

Entre as grandes escolhas estão

os embutidos e presuntos de

marca espanhola Joselito, a

maior referência no assunto.

Ou uma burrata coroada com

caviar, combinação ítalo-russa

formidável.

Roma

ROSCIOLI, UM LUGARPARA SER FELIZ

Il Gocceto, nos arredores do Campo dei Fiori: uma ótima lista de vinhos e petiscos italianos, verdadeiro baú de gostosuras engarrafadas

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 29: Bem estar  13-05-2012

Armando al Pantheon: Salita dei Crescenzi 31. Tel. (39) 06-6880-3034.armandoalpantheon.it

Hosteria La Vaca m’ Briaca: Via Urbana 29. Tel. (39) 06-9970-9945.

La Pergola: Via Alberto Cadlolo 101 (Hotel Rome Cavalieri). Tel. (39)06-3509-2152 romecavalieri.com

Pipero al Rex: Via Torino 149 (Hotel Rex). Tel. (39) 06-4891-6798.alessandropipero.com

Salumeria Roscioli: Via dei Giubbonari 21. Tel. (39) 06 687-5287.salumeriaroscioli.com

Tomoko Tudini: Via Principe Amedeo 27. Tel. (39) 06-481-7586.tomokotudini.com

Trattoria Monti: Via di San Vito 13. Tel. (39) 06-446-6573.

Tricolore: Via Urbana 126. Tel. (39) 06-8897-6898. tricoloremonti.it

ENOTECAS

Enoteca Constantini: Piazza Cavour 16. Tel. (39) 06-320-3575. pierocostantini.it

Il Goccetto: Via Banchi Vecchi 14.Tel. (39) 06-686-4268.

Vineria Prati: Via Marianna Dionigi 44. Tel. (39) 06-323-4580. vineriaprati.it

Outro endereço fundamental nesta in-

tensa maratona de sabores é a enoteca Il

Goccetto, ali pelas bandas da graciosa

Campo dei Fiori.

O lugar, pequenino, é um verdadeiro

baú de gostosuras engarrafadas (ou não).

Para beber há muitos vinhos em taça, e ra-

ridades com uma garrafa magnum (de um

litro e meio) do Gravner Anfora Ribolla

Gialla da safra de 2001, um vinho do Friu-

li feito em ânforas de barro, como na Anti-

guidade, lindamente dourado com aro-

mas que misturam notas amendoadas

com mel e toques florais e algo cítrico, dei-

xando uma intensa mineralidade. Um vi-

nhaço.

Para acompanhar, tomatinhos-cereja

da Púglia, cogumelos em conserva e pra-

tos com queijos, embutidos e carnes cura-

das.

Espalhadas pela cidade existem mui-

tas ótimas lojas para abastecer a adega: a

Enoteca Costantini, na Piazza Cavour, e a

Vineria Prati, não muito longe dali, na

Via Marianna Dionigi. (AG)

Onde comer

Artistas de rua mostram seu talento na Via dei Fiori Imperiali, cheia de turistas

O Carbonara perfeito do Roscioli: leva guanciale, pecorino romano, ovos e pimenta moída na hora

Massa VecchiaRosato 2005:raridade depequenoprodutor que faz3 mil garrafasao ano

Maratona de sabores DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 29 - TURISMO

Page 30: Bem estar  13-05-2012

Em Roma, pode-se

comer bastante

bem gastando

muito pouco, ao

contrário de outras

capitais europeias

Agência O Globo

O jantar no restaurante Pi-

pero al Rex, no Hotel Rex, na

Via Torino, espécie de conti-

nuação de Monti, bem perto da

Stazione Termini, pode ser

uma experiência incrível.

A cozinha equilibra de ma-

neira muito bem dosada a tradi-

ção com a modernidade, com

um serviço cordial, capaz de

nos fazer esquecer de que esta-

mos em um “ristorante” em ho-

tel de luxo.

Um Lardo di Colonatta me-

morável abre os trabalhos, se-

guido de outros pequenos boca-

dos deliciosos. Depois são os

sanduichinhos, discos de torra-

da de ótimo pão, finos e delica-

dos, recheados com tartare de

ganso, cubinho de maçã verde

com um toquezinho de mostar-

da de Cremona.

O menu degustação da noi-

te mantém o alto nível, com

um inesquecível creme de bata-

tas no sifão com ovo e avelãs

tostados no fundo, dando

crocância e novos sabores à re-

ceita, um raviolini com creme

de espinafre muito rico e equili-

brado e um espaguete à carbo-

nara exuberante, amarelo devi-

do à dose extra de gema de ovo.

Mas o que marca a memória

é o tartare de ganso perfeito, e

além das boas harmonizações

do sommelier do restaurante,

uma das melhores novidades re-

centes da gastronomia de Ro-

ma, inaugurado em outubro - e

candidato à conquista de estre-la Michelin na próxima ediçãodo guia, com menu degustaçãode nove pratos a 90 euros. Valecada centavo.

Porque a verdade é que emRoma podemos comer bastantebem gastando muito pouco, aocontrário de outras capitais eu-ropeias.

Com 2 euros, come-se umrespeitável e delicios

Roma

ENTRE ESTRELASE TRADIÇÕES, ASDELÍCIAS ITALIANAS

Tartare de gadoFassone, típicodo Piemonte,na delicatessenRocioli

Inaugurada em 1961, a tradicionalíssima trattoria Armando Al Pantheon é um dos lugares mais indicadospara experimentar a pajata, uma iguaria para poucos, com ingredientes nada convencionais

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 31: Bem estar  13-05-2012

Mas para os que gostam de

escolher restaurantes cotados

com estrelas, vale saber que o

La Pergola, do chef Heinz Be-

ck, no Hotel Rome Cavalieri, é

o único a ostentar a classifica-

ção máxima de “trois étoiles”

(três estrelas).

A edição 2012 do Guide

Rouge lista, ainda, uma dupla

de restaurantes com duas estre-

las (Oliver Glowig e Il Pagliac-

cio), além de outros oito com

uma estrelinha.

Melhor mesmo é se dedi-

car a conhecer locais mais típi-

cos e baratos, como a trattoria

Armando Al Pantheon, tradi-

cionalíssima, inaugurada em

1961 pertinho do monumento

milenar.

Ali o chef Claudio Gargioli

prepara uma cozinha autêntica

e bastante característica de Ro-

ma, descomplicada e deliciosa,

com base em ingredientes de

qualidade (experimente a sala-

da de feijão branco temperada

com cebola, azeite e aceto

balsâmico).

No pequeno salão, com aten-

dimento cordial e familiar, não

pode faltar um carbonara per-

feito, além de ser um dos pou-

cos lugares que servem atual-

mente a pajata, um prato muito

tradicional da capital italiana:

trata-se de intestino de vitelo

jovem, alimentado apenas com

leite, uma delícia daqueles que

arrasam preconceitos à mesa.

Ir a Roma e não ver o Papa

não é grave. Mas não provar pa-

jata é um equívoco total). Não

tem perdão. � (AG)

De avião: A Alitalia tem voos diretos entre o Rio deJaneiro e Roma e São Paulo e Roma. A passagem do Riocusta a partir de R$ 1.850. Os preços, com taxas, forampesquisados para a segunda quinzena de maio.

ONDE FICAR

Casa Sant’Ana: Diárias a partir de 60 (casal). PiazzaMadonna dei Monti 3.Tel. (39) 06-485-778.casasantanna.it

Hotel Rex: Diárias para casal a partir de 242. ViaTorino 149. Tel. (39) 06-482-4828. hotelrex.net

Monti Guest House: Diárias a partir de 60 (casal). Via deiCiancaleoni 1. Tel. (39) 06-487-0089. montihouse.com �Woody Allen dirigiu seu mais recente filme em Monti, aproveitando os melhores

cenários; a estreia está prevista para junho no Brasil

Como chegar

Pajataéumprato saboroso, cujo ingredientebásico éo intestinodevitelo

Cozinha autêntica DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 / 31 - TURISMO

Page 32: Bem estar  13-05-2012

Paulo Coelho

UM TRADICIONALCONTO SUFIOs homens daquela aldeia entenderam que, além

das aparências, a vida tem outros significados

Há muitos anos, numa pobre al-

deia chinesa, vivia um lavrador com

seu filho. Seu único bem material,

além da terra e da pequena casa de pa-

lha, era um cavalo que havia sido her-

dado de seu pai.

Um belo dia, o cavalo fugiu, deixan-

do o homem sem o animal para lavrar

a terra. Seus vizinhos – que o respeita-

vam muito por sua honestidade e dili-

gência – vieram até sua casa para dizer

o quanto lamentavam o ocorrido. Ele

agradeceu a visita, mas perguntou:

- Como vocês podem saber que o

que ocorreu foi uma desgraça na mi-

nha vida?

Alguém comentou baixinho com

um amigo: “ele não quer aceitar a reali-

dade, deixemos que pense o que qui-

ser, desde que não se entristeça com o

ocorrido”.

E os vizinhos foram embora, fin-

gindo concordar com o que haviam es-

cutado.

Uma semana depois, o cavalo retor-

nou ao estábulo, mas não vinha sozi-

nho; trazia uma bela égua como com-

panhia. Ao saber disso, os habitantes

da aldeia – alvoroçados, porque só ago-

ra entendiam a resposta que o homem

lhes havia dado – retornaram à casa do

lavrador, para cumprimentá-lo pela

sua sorte.

- Você antes tinha apenas um cava-

lo, e agora possui dois. Parabéns! – dis-

seram.

- Muito obrigado pela visita e pela

solidariedade de vocês – respondeu o

lavrador. – Mas como vocês podem sa-

ber que o que ocorreu é uma bênção

na minha vida?

Desconcertados, e achando que o

homem estava ficando louco, os vizi-

nhos foram embora, comentando no

caminho “será que este homem não

entende que Deus lhe enviou um pre-

sente?“

Passado um mês, o filho do lavra-

dor resolveu domesticar a égua. Mas o

animal saltou de maneira inesperada,

e o rapaz caiu de mau jeito – quebran-

do uma perna.

Os vizinhos retornaram à casa do

lavrador – levando presentes para o

moço ferido. O prefeito da aldeia, sole-

nemente, apresentou as condolências

ao pai, dizendo que todos estavam mui-

to tristes com o que tinha acontecido.

O homem agradeceu a visita e o ca-

rinho de todos. Mas perguntou:

- Como vocês podem saber se o

que ocorreu foi uma desgraça na mi-

nha vida?

Esta frase deixou a todos estupefa-

tos, pois ninguém pode ter a menor dú-

vida que um acidente com um filho é

uma verdadeira tragédia. Ao saírem

da casa do lavrador, diziam uns aos ou-

tros: “O homem enlouqueceu mesmo;

seu único filho pode ficar coxo para

sempre, e ele ainda tem dúvidas se o

que ocorreu é uma desgraça”.

Alguns meses transcorreram, e o Ja-

pão declarou guerra contra a China.

Os emissários do imperador percorre-

ram todo o país em busca de jovens

saudáveis para serem enviados à fren-

te de batalha. Ao chegarem na aldeia,

recrutaram todos os rapazes, exceto o

filho do lavrador, que estava com uma

perna quebrada.

Nenhum dos rapazes retornou vi-

vo. O filho se recuperou, os dois ani-

mais deram crias que foram vendidas

e renderam um bom dinheiro. O lavra-

dor passou a visitar seus vizinhos para

consolá-los e ajudá-los – já que tinham

se mostrado solidários com ele em to-

dos os momentos.

Sempre que algum deles se queixa-

va, o lavrador dizia: “como sabe se is-

so é uma desgraça?” Se alguém se ale-

grava muito, ele perguntava: “Como

sabe se isso é uma benção?” E os ho-

mens daquela aldeia entenderam que,

além das aparências, a vida tem outros

significados. �

32 / São José do Rio Preto, 13 de maio de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO