Beleza Americana - As paixoes humanas

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Cinema e Filosoa: Os lmes vistos com outros olhos Beleza Americana e as Paixões Humanas Profa. Dra. Luciana Zaterka Diretora da Escola Carlitos Professora de Filosoa da Universidade São Judas Tadeu

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Cinema e Filoso!a: Os !lmes vistos com outros olhos

Beleza Americanae as Paixões Humanas

Profa. Dra. Luciana ZaterkaDiretora da Escola Carlitos

Professora de Filoso!a da Universidade São Judas Tadeu

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www.lucianazaterka.com.br/apresentacoesSlides das apresentações disponíveis em:

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Cine Carlitos

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Linguagem de Formação

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Kevin Spacey Annette Bening Sam Mendes

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Simulacro

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Vermelho Intenso sem Aroma e Sem espinhos

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Primeira chave de interpretação: A questão do Simulacro

O que é simulacro?Platão e a Alegoria da Caverna

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Alegoria da Caverna de PlatãoLivro VII da República

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É esta a nítida distinção do plano meta-físico e do plano físico, feita de modo mais claro, pela primeira vez na história do pensamento ocidental. A distinção dos dois planos (ou das duas

‘regiões’ ou esferas) da realidade, o plano do inteligível e o plano do sensível, constitui verdadeiramente o caminho principal de todo o pensamento platônico.

suprasensível

sensível

BEM

bem

BELO

belo

VERDADE

verdade

ALMA

corpo

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A alma humana possui, para Platão, uma origem supraterrestre e sua vocação ou destinação é o conhecimento da verdade ou do Bem, estando orientada para o divino, como seu fim (télos) ou finalidade. A alma deseja o divino e tende para ele; é nossa melhor parte e o corpo é para ela prisão, túmulo, risco de perdição nas coisas corporais que a afastam das coisas espirituais. Lemos no Górgias:

Enquanto temos um corpo, estamos mortos porque somos, fundamentalmente, a nossa alma, e a alma, enquanto está no corpo, está como num túmulo, como morta; nosso morrer (com o corpo) é viver porque, com a morte do corpo, a alma liberta-se do cárcere. O corpo é raiz de todo mal, fonte de amores insanos, de paixões, inimizades, discórdia, ignorância e loucura: e é tudo isto que traz a alma como morta.

“Eu não ficaria admirado se Eurípedes afirmasse a verdade quando disse: Quem pode saber se viver não é morrer e morrer não é viver? E que nós, na realidade, talvez estejamos mortos. De fato, já ouvi também homens sábios dizerem que nós, agora, estamos mortos e que o corpo é um túmulo para nós (...)”.

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American Beauty Imagem, Simulacro, Fetichismo

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Sociedade Moderna CapitalistaTudo é Mercado de Troca

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Relações Sociais Fetichizadas

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Corporações capitalistas constituídas por práticas impessoais

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A vida de Lester como “Stupid Little Life”

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A Mercadoria como Imagem

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A aparência torna-se a forma de ser das relações sociais

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A direita radical ilustrada no filme por Frank Fiks

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Segunda chave de interpretação:

Teoria das paixões em SpinozaLivro III da Ética

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X

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Busca de identidade por meio de objeto do desejoA imagem fantasiada de Angela Reis

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Lester, causa adequada?

Lester em Beleza americana oferece a vantagem de nos mostrar que uma evolução é possível, uma vez que o personagem passa, no tempo de um filme, de um estado de passividade total à atividade mais plena e alegre. Sua passividade no início, a de um pai de família apagado pela rotina, sofre um primeiro abalo quando percebe a bela cheerleader que o transtorna até a paixão fulminante. Na paixão fulminante, como o nome indica, mostramo-nos essencialmente passivos, uma vez que sofremos alguma coisa do exterior que nos golpeia. Mas como a paixão fulminante proporciona alegria, a potênciade agir do nosso corpo, paradoxalmente, vê-se aumentada, ajudada. Lester vai subitamente ter um objetivo na vida, um objetivo cuja causa adequada não é ele, já que esse objetivo lhe é exterior e não depende apenas dele: se ele quiser seduzir aquela garota, terá que mudar, mas nada garante que ela se interessará por ele. Ele está correndo o risco de soçobrar numa dependência e numa passividade bem piores que sua letargia de origem, pois a esta se acrescentará o patético de sua situação de pai de família apaixonado por uma Lolita. Mas é o contrário que se produzirá. Após ter retomado as rédeas de sua vida e parado de sofrer vexações de sua mulher dominadora e castradora, ou as humilhações surdas da vida no escritório, ele redescobre, pela prática esportiva, a música e o uso recreativo de uma maconha de qualidade, uma tal alegria de viver que, quando a guria se oferece a ele, ele não a quer mais. Repele-a não com medo das consequências, mas num gesto protetor, preocupado com o desabrochar da outra. Ele se tornou ativo, é finalmente a causa adequada do que lhe acontece. Em vez de sofrer uma paixão, afirma uma ação. Spinoza assim resume e generaliza a coisa:

III. Por sentimentos, entendo as afecções do corpo pelas quais a potência de agir desse corpo é aumentada ou diminuída, ajudada ou contida, e ao mesmo tempo as ideias dessas afecções (Ética, III, Definições)“

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Causa inadequadaSomos causa parcial do que acontece em nós

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Causa AdequadaSomos causa total do que se passa em nós

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Causa inadequadaSomos causa parcial do que acontece em nós

Causa AdequadaSomos causa total do que se passa em nós

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Desfetichização de si e retomada de valores antigos

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Por quê Ricky dentro desse contexto do American Beautyse encanta pelas coisas inanimadas?

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Profa. Dra. Luciana ZaterkaDiretora da Escola Carlitos

Professora de Filoso!a da Universidade São Judas Tadeu