Beirinha ed 121

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ISSN 1982-5994 ISSN 1982-5994 ENCARTE ESPECIAL UFPa • aNo XXiX • N. 121 • oUTUBro e NoVeMBro, 2014 Beira do Rio Cursos gratuitos de Teatro e Música para a garotada Página 2 Você quer ser escritor profissional? Então, corra na página 3. Bullying: saiba quando a brincadeira passa do limite. Página 4

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Encarte Especial do Beira do Rio edição 121

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ISSN

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2-59

94IS

SN 1

982-

5994

ENCARTE ESPECIALUFPa • aNo XXiX • N. 121 • oUTUBro e NoVeMBro, 2014

Beira do Rio

Cursos gratuitos de Teatro e Música para a garotadaPágina 2

Você quer ser escritor profi ssional? Então, corra na página 3.

Bullying: saiba quando a brincadeira passa do limite. Página 4

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2 - Beira do rio - OutubrO e NOvembrO, 2014

Aprendizado e diversão Artes

O teatro estimula a obser-vação, as expressões corporais, plásticas e sonoras, a improvi-sação, entre outras habilidades. Mas, o mais legal é a possibilidade de se sentir livre, como diz a aluna Letícia Araújo. “No teatro, eu posso me libertar, posso falar alto...é maravilhoso”.

“Na Escola de Teatro e Dança, as crianças têm a demo-cracia da palavra e do movimento do corpo, e isso faz com que se encantem. A palavra não é muito compartilhada com as crianças, que falam muito, mas os adultos permitem muito pouco. Aqui, elas têm essa permissão”, explica a professora Inês Ribeiro.

Se o seu interesse é pela música, a Escola de Música da UFPA oferece Iniciação à Educação Musical, para crianças de 6 a 12 anos. No Projeto “As perspecti-va de desenvolvimento musical através da prática instrumental”, os alunos têm a oportunidade de aprender técnicas de violino, além de habilidade de ritmos, de solfe-

jo e de desenvolvimento musical do corpo. Silvia Matos, professora e coordenadora do projeto, expli-ca que o objetivo é proporcionar o aprendizado da música sem ficar preso às obrigações de uma aula regular, como avaliações por meio de provas e exames. “A criança vai desenvolver, aprender e socializar. Vai levar a música para se diver-tir”, explica.

Ao contemplar o aprendiza-do coletivo da música, o projeto também ajuda no desenvolvimen-to social. “As crianças ficam mais disciplinadas. É comprovado que o aluno que estuda Música tem fa-cilidade no aprendizado em geral, seja Matemática, seja Física, seja História, seja Geografia. O aluno desenvolve a percepção musical e isso atinge outras áreas”, explica.

Já escolheu o que você prefere? Teatro ou música? Ou quem sabe os dois? As aulas, tanto na Escola de Música quanto na Escola de Teatro e Dança da UFPA, começam sempre no início do ano. Fique atento!

Já imaginou subir ao palco e encenar uma peça de teatro como um artista de

verdade? É isso que os alunos do Projeto de Curso Básico de Teatro Infantil da Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDU-FPA) fazem todo final do ano. O curso é aberto a todas as crianças de 7 a 12 anos.

Idealizado pela profes-sora Olinda Charone, em 1994, o projeto, antes, funciona-va como Oficinas de Teatro. No decorrer dos anos, várias mudanças aconteceram até chegar à proposta do Curso Básico, duração de um ano, aula duas vezes na semana e turmas infantil e juvenil. A criança experimenta todo o processo de iniciação artística e tem como resultado final um

espetáculo. E o melhor: o curso é gratuito.

Letícia Araújo, 10 anos, conta que sempre tinha pro-blemas por falar baixo durante a apresentação dos trabalhos escolares, mas as aulas de Teatro ajudaram. “Agora, eu consigo falar mais alto durante as apresentações e não ouço mais reclamações, coisa que acontecia muito, antes”.

A professora Patrícia Pi-nheiro confirma esse avanço no desenvolvimento das crianças que participam do projeto. “Os pais trazem esses relatos. Nós já tivemos alunos que apresentavam dificuldades em participar de brincadeiras em sala de aula, de relacionamen-to, e apresentam melhora. Em casa, a relação com os irmãos

fica mais fácil e eles criam autonomia para tomar decisões junto com os pais.”

“O trabalho teatral é um exercício da interpretação, da imaginação e da criatividade. Essas habilidades se expandem para outras áreas do conheci-mento, por exemplo, a ques-tão da língua portuguesa, da interpretação na leitura, as crianças começam a dialogar mais com o que elas leem. O exercício de ler um papel, ler uma fala de um personagem e as possibilidades que essa fala pode trazer acabam desper-tando o exercício para leituras diferenciadas, interpretações diferenciadas”, completa a professora Adriana Cruz, que também atua no curso de Tea-tro Infantil da ETDUFPA.

Avaliação sem prova ou exame

O Curso Básico de Teatro tem duração de um ano, com aula

duas vezes por semana e atende

crianças de 7 a 12 anos.

ALExANDRE MORAES

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OutubrO e NOvembrO, 2014 - Beira do rio - 3

Aventuras, heróis e piratasNo mundo das letras

Boas histórias para lerA Droga da Obediência, Pedro Bandeira

Você é o herdeiro de uma família tradicional, muito rica e seus pais não veem

a hora de você estar pronto para assumir os negócios da família, o que não o interessa nem um pouco. O que fazer numa situ-ação dessas? Fugir de toda essa pressão e encarar muitas aven-turas em uma vida totalmente nova! Foi exatamente isso que o publicitário Bruno Melo fez. Bom, não exatamente Bruno, mas Ryan Day, personagem do livro Barbolandia – A Fuga do Herdeiro, escrito pelo publici-tário.

Bruno Melo é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Pará e criador da Barbolandia, uma ilha que fi ca no Oceano Atlântico, próximo às Bahamas. Também chamada de País dos Sonhos, a Ilha de Barbolandia possui três

cidades: Capital, Savana e Salpi-cos, onde até neva. O livro foi publicado em 2011, pela Editora Barbohouse, fundada por Bru-no, logo depois que concluiu a graduação.

“Barbolandia surgiu quan-do eu era criança. Eu sempre fui muito reservado, gostava de brincar sozinho, criar histórias com os brinquedos e defi nir um perfi l de personagem para cada um deles. Quando fi quei mais velho e aprendi a rascunhar qua-drinhos, decidi, então, criar uma HQ só dos meus personagens. Juntei todos em um mundo só, que era a Ilha de Barbolandia. A ilha era minha própria casa. A inspiração de ser uma ilha veio do nada, não sei exatamente dizer o porquê. Provavelmente, foi por eu ter criado personagens piratas que encalhavam em uma ilha”, conta Bruno.

A leitura é capaz de nos levar para lugares surpreen-dentes. Ler desde a infância estimula a imaginação, a cria-tividade e ainda melhora a nos-sa escrita. Quem sabe esse não pode ser o primeiro passo para se tornar um(a) escritor(a)?

O Bruno diz que, quando era criança, eram seus pais que liam para ele. Depois, co-meçou a ler sozinho os clás-sicos da literatura infantil. “Eu também gostava muito de histórias em quadrinhos. Meu pai comprava um exemplar por semana. Elas eram baratas e divertidas. Eu lia Turma da Mônica, Texas, Pato Donald, Pica-Pau e Pernalonga... era massa!”, comenta.

Gostou da ideia de es-crever suas próprias aventu-ras? Abaixo, há dicas que o Bru-no deu para você se inspirar.

A cada 50 anos, uma Olívia é escolhida para continuar a missão que Olívia Yale começou no século XVI, lutar pelos sonhos dos outros. Mas a Olívia do século XXI não sabe como lidar com tanta responsabilidade. Sem contar que ela acabou de entrar para a faculdade, vai começar a trabalhar e ainda tem Viktor. A jornada está apenas começando e, no meio disso tudo, Olívia vai precisar ter coragem, amadurecer e aprender que nem sempre é bom confi ar nos outros http://www.airmandadedasolivias.com/

Em 1866, quando navios de diversas par tes do mundo começaram a naufragar, governantes e homens de ciência mobilizaram-se para localizar e deter o misterioso monstro marinho responsável por tais ataques. Mas a missão não correu conforme os planos, e a besta desconhecida destroçou a fragata que fora em sua captura. Lançados ao mar, o professor Aronnax, o fi el Conselho e o exímio arpoador Ned Land foram resgatados e feitos prisioneiros pelo enigmático capitão Nemo, dono do submarino Náutilus.

Em um clima de muito mistério e suspense, cinco estudantes, os Karas, enfrentam uma macabra trama internacional: o sinistro Doutor Q.I. pretende subjugar a humanidade aos seus desígnios, aplicando na juventude uma perigosa droga! E essa droga já está sendo experimentada em alunos

dos melhores colégios de São Paulo. Esse é um trabalho para os

Karas: o avesso dos coroas, o contrár io dos

caretas!

A Irmandade das Olívias, Ana Carolina Almeida de Souza.

Vinte Mil Léguas Submarinas, Júlio Verne

amadurecer e aprender que nem sempre é bom confi ar nos outros http://www.airmandadedasolivias.com/

pai comprava um exemplar por semana. Elas eram baratas e divertidas. Eu lia Turma da Mônica, Texas, Pato Donald, Pica-Pau e Pernalonga... era massa!”, comenta.

Gostou da ideia de es-crever suas próprias aventu-ras? Abaixo, há dicas que o Bru-no deu para você se inspirar.

A cada 50 anos, uma Olívia é escolhida para continuar a missão que Olívia Yale começou no século XVI, lutar pelos sonhos dos outros. Mas a Olívia do século XXI não sabe como lidar com tanta responsabilidade. Sem contar que ela acabou de entrar para a faculdade, vai começar a trabalhar e ainda tem Viktor. A jornada está apenas começando e, no meio disso tudo, Olívia vai precisar ter coragem, amadurecer e aprender que nem sempre é bom confi ar nos outros http://www.airmandadedasolivias.com/

A Irmandade das Olívias, Ana Carolina Almeida de Souza.

é bom confi ar nos outros http://www.airmandadedasolivias.com/

A leitura é capaz de nos levar para lugares surpreen-dentes. Ler desde a infância estimula a imaginação, a cria-tividade e ainda melhora a nos-sa escrita. Quem sabe esse não pode ser o primeiro passo para

O Bruno diz que, quando era criança, eram seus pais que liam para ele. Depois, co-

“Eu também gostava muito de histórias em quadrinhos. Meu

a fragata que fora em sua captura. Lançados ao mar, o professor Aronnax, o fi el Conselho e o exímio arpoador Ned Land foram resgatados e feitos prisioneiros pelo enigmático capitão Nemo, dono do submarino Náutilus.

dos melhores colégios de São Paulo. Esse é um trabalho para os

Karas: o avesso dos coroas, o contrár io dos

caretas!

ILUSTRAÇÕES NEWTON CORREA

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4 - Beira do rio - OutubrO e NOvembrO, 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁAssessoria de Comunicação Institucional - ASCOM/UFPA

JORNAL BEIRA DO RIO - cientifi [email protected] Universitária Prof. José da Silveira Netto

Rua Augusto Corrêa n.1 - Prédio da Reitoria - TérreoCEP: 66075-110 - Guamá - Belém - Pará

Tel. (91) 3201-8036www.ufpa.br

Reitor: Carlos Edilson Maneschy; Vice-Reitor: Horácio Schneider; Pró-Reitor de Administração: Edson Ortiz de Matos; Pró-Reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal: Edilziete Eduardo Pinheiro de Aragão; Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Maria Lúcia Harada; Pró-Reitor de Extensão: Fernando Arthur de Freitas Neves; Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Emmanuel Zagury Tourinho; Pró-Reitora de Planejamento: Raquel Trindade Borges; Pró-Reitor de Relações Internacionais: Flávio Augusto Sidrim Nassar; Prefeito: Ale-mar Dias Rodrigues Junior. Assessoria de Comunicação Institucional. Direção: Luiz Cezar S. dos Santos; BEIRA DO RIO. Edição: Rosyane Rodrigues (2.386-DRT/PE); Reportagem: Juliana Theodoro; Fotografi a: Alexandre Moraes; Fotografi a da capa: Aníbal Pacha; Ilustrações: Newton Correa/CMP/Ascom; Projeto Beira On-Line: Danilo Santos; Atualização Beira On-Line: Rafaela André; Revisão: Júlia Lopes e Cintia Magalhães; Projeto gráfi co e diagramação: Rafaela André; Marca gráfi ca: Coordenadoria de Marketing e Propaganda CMP/Ascom; Secretaria: Silvana Vilhena; Impressão: Gráfi ca UFPA; Tiragem: Mil exemplares.

Até onde vai a brincadeira? Falando sério

Apelidar, provocar e zoar um amigo da escola pode não ser tão divertido quanto a gente pen-sa. Você já ouviu falar do bullying, não é? O bullying é qualquer for-ma de atitude agressiva, sem motivo, de uma ou mais pessoas contra outra, que está em desvantagem na situação.

A professora da Facul-dade de Psicologia da Uni-versidade Federal do Pará, Adelma Pimentel, explica que é fácil perceber a diferença entre uma brincadeira e o bullying. “A diferença entre brincadeira e a violência é o limite que é dado pela satisfação de só uma das pessoas, em que uma ri, zom-ba e a outra sofre os impactos psicológicos da desqualifi ca-ção pessoal, social, física etc. Assim, a satisfação dos dois lados é resultado da brinca-deira, enquanto as diferenças de gênero, estatura, idade e poder entre quem pratica e quem sofre a violência inte-gram o bullying”.

Apelidar, provocar e zoar um amigo da escola pode não ser tão divertido quanto a gente pen-sa. Você já ouviu falar

bullying, não é? O bullying é qualquer for-bullying é qualquer for-bullyingma de atitude agressiva, sem motivo, de uma ou mais pessoas contra outra, que está em desvantagem na situação.

A professora da Facul-xingamentos, mensa-

gens mentirosas e fofocas pela internet ou celular também são bullying. Os especialistas defi nem como cyberbullying ou mobile-bullying e é tão perigoso quanto a agressão que acon-tece frente a frente. “O bullying produz marcas, vi-síveis e invisíveis, em quem sofre a violência. Envolve a difi culdade em denunciar, conversando com amigos, familiares e professores, pois provoca vergonha e sen-timento de culpa”, explica a professora.

Isolamento, perda de confiança, irritabilidade,

tristeza, baixo rendimento na escola, até depressão e suicídio são consequências do bullying. João Loureiro, estudante de Publicidade e Propaganda da UFPA, con-ta que sofreu bullying na época de escola, porque era baixinho. “Eu era muito introvertido e também bem baixo. Então, era excluído das atividades, principal-mente, das de Educação Física. Apelidavam-me de nerd e CDF. Eu era sempre deixado de lado”, lembra João. O estudante conta que, para superar a violên-cia, o segredo foi seguir em frente, sem desistir nem se

deixar atingir pelas ofensas.A g o r a q u e v o c ê

já sabe quantos males o bullying pode causar, não vale mais zombar daquele coleguinha ou fazer parte de turmas que agem assim, não é? Caso você perceba que alguém está ofendendo ou machucando um colega, comunique a direção da es-cola. E a vítima de bullying é você, não tenha medo: conte aos seus pais, à di-reção ou àquele professor de quem você mais gosta. O importante é falar sobre esse problema, para que ele acabe e você possa voltar a se divertir na escola.

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