Beigrupo (Beifiur,Beilaoro, Beimondo,Beifort, Beitop e ... · No decorrer da obra os assuntos como...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULFACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 - ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Rafael Friedrich de Lima147404
Beigrupo(Beifiur,Beilaoro, Beimondo,Beifort, Beitop e Beivin)
- Garibaldi RS -
PORTO ALEGRE, Maio de 2011
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Rafael Friedrich de Lima
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Orientador do Estágio: Bianca Luzardo Porto, Engenheira Agrônoma Tutor do Estágio: Gilmar Schafer, Pós Doutorado em Fitotecnia COMISSÃO DE ESTÁGIOS: Prof. Elemar Antonino Cassol - Depto. de Solos - Coordenador
Prof. Fábio de Lima Beck – Núcleo de Apoio Pedagógico
Prof. José Fernandes Barbosa Neto – Depto. Plantas de Lavoura
Prof. Josué Sant’Ana – Depto. de Fitossanidade
Prof. Lair Angelo Baum Ferreira – Depto. de Horticultura e Silvicultura
Prof. Mari Lourdes Bernardi - Depto. de Zootecnia
Prof. Renato Borges de Medeiros – Depto. de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia
PORTO ALEGRE, Maio de 2011
iii
DEDICATÓRIA
A minha mãe, Ilga Marlene Friedrich de Lima que sempre me perguntou
se eu precisava de um dinheirinho, se eu tinha passagem e se eu estava indo
bem na faculdade. Ao meu pai, Reni Maurann de Lima, que tem o maior
orgulho dos filhos, que enche a boca para dizer que seu filho está se formando
Engenheiro e que o outro é Doutor (advogado). É pra ti pai esse trabalho que
por muitos motivos na sua época o senhor não pode estudar muito, mas ainda
assim soube ser exemplo de homem com caráter, honra e honestidade.
À minha namorada, Clarisse, que tem feito parte da minha vida há bons
cinco anos e que com muita paciência tem me ensinado muito.
À minha dinda, Evanir Santos e ao meu tio Américo Santos, pelas boas
rodadas de canastras nos finais de semana acompanhadas sempre com uma
cervejinha gelada, foi fundamental para desestressar das provas e trabalhos da
faculdade.
Ao meu professor, amigo, e orientador de I.C.Enilson Saccol de Sá, que
me acolheu em seu laboratório de microbiologia do solo e que nos últimos
cinco anos tem me ensinado muito mais do que Rizóbios, tem me preparado
para o mundo profissional.
Aos colegas do laboratório de microbiologia do solo pelas ajudas nos
trabalhos científicos, pelas horas descontraídas no horário de almoço.
Aos amigos Benjamin Dias Osório e Marcos Stroschein por ter me
ensinado muito durante seu mestrado e posterior doutorado.
Aos meus colegas de curso, que se tornaram muito mais do que
colegas, se tornaram amigos verdadeiros, irmãos do peito, Rafael Barone Dutra
e Marcos Vinicius Pavão.
Com imensa gratidão, amor e carinho, dedico este trabalho.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a empresa BEIGRUPO pela excelente receptividade e,
principalmente, pela dedicação e atenção nos conhecimentos passados
durante o estágio. Em especial, ao senhor Valdecir Ferrari que me recebeu de
braços abertos em sua empresa e pela disposição em me atender, com
paciência e carinho.
Ao meu tutor, professor Gilmar Schäfer, que sempre esteve de portas
abertas para tirar minhas dúvidas e me ajudar no relatório de estágio.
Ao professor Sérgio Schwarz, que durante meus seis anos de curso, foi
chefe da CONGRAD e que sempre me ajudou com relação as matrículas.
Ao meu amigo Fábio Fanfa, que por intermédio dele conheci a empresa.
E a toda comissão de estágio.
v
APRESENTAÇÃO
Caro leitor (a), as páginas a seguir são uma forma de apresentar a você
as atividades do meu estágio curricular obrigatório.
No decorrer da obra os assuntos como importância da floricultura no Rio
Grande do Sul, produção de mudas de flores, espécies comercializadas pela
empresa Beifiur e produtores integrados pela empresa serão abordados.
O assunto tratamento de resíduos da indústria vinífera também será
abordado, uma vez que a empresa com a marca Beifort Compostos Orgânicos
é pioneira na área de atuação.
Dessa forma espero que seja de grande valia os dados, as informações
trazidas nesse livro para complementar o seu conhecimento.
Boa Leitura. Rafael Friedrich de Lima
vi
SUMÁRIO
Item Título do Item Página
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 1
2. DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO
DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO.................................................................
2
2.1 CLIMA.................................................................................................... 2
2.2 SOLO..................................................................................................... 2
2.3 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS..................................................... 2
3. DESCRIÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO...... 3
4. ESTADO DA ARTE.................................................................................. 4
4.1 SUBPRODUTOS DA INDÚSTRIA VINÍFERA....................................... 4
4.2 PRODUÇÃO DE VINHO E DERIVADOS NO PAÍS............................... 4
4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS SUBPRODUTOS DA VINIFICAÇÃO.......... 5
4.3.1 BAGAÇOS.......................................................................................... 5
4.3.2 ENGAÇOS......................................................................................... 5
4.3.3 BORRAS............................................................................................. 6
4.3.4 SARRO............................................................................................... 7
4.4 SUBSTÂNCIAS HÚMICAS (ÁCIDOS HÚMICOS E FÚLVICOS).......... 8
5. ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO............................................. 9
5.1 BEIFORT COMPOSTOS ORGÂNICOS................................................ 9
5.2 BEIFIUR – PRODUÇÃO DE MUDAS.................................................... 13
5.2.1 PRODUTORES INTEGRADOS.......................................................... 19
5.3 BEITOP.................................................................................................. 20
6. CONCLUSÕES........................................................................................ 21
vii
7. ANÁLISE CRÍTICA DO ESTÁGIO........................................................... 22
8. CONCLUSÕES GERAIS......................................................................... 23
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 24
viii
LISTA DAS TABELAS
Nº Título da Tabela Página
1. COMPOSIÇÃO DOS SUBPRODUTOS (KG HL-1), RESULTANTES DA VINIFICAÇÃO DA UVA, EM VINHO BRANCO E TINTO....................
4
2. COMPOSIÇÃO MINERAL (G/KG) DO ENGAÇO DA UVA.................. 6
ix
LISTA DE FIGURAS
Nº Título da Figura Pg. Figura 1. a) Bagaço de Moscato; b) Bagaço de Isabel. Fonte: Melo, 2010. 5 Figura 2. Engaço da Uva............................................................................. 6 Figura 3. Borra do vinho..............................................................................
7
Figura 4. Sarro formado na parede da pipa de vinho.................................. 8
Figura 5. a) Resíduo na vinícola; b) Detalhe do resíduo (bagaço, engaço e uvas verdes não prensadas......................................................................
10
Figura 6. a) (Formação das leiras com uso de retroescavadeira; b) Vista lateral da leira já formada; c) Leiras já coberta com plástico.....................
10
Figura 7. a) Canos de PVC usados para drenar o líquido; b) lagoa de tratamento com cobertura; c) detalhe dos registros das mangueiras que umedecem cada leira...................................................................................
11
Figura 8. Adubo líquido e adubo sólido desenvolvido pela empresa.......... 13
Figura 9. a) Vista geral da máquina de semear; b) Detalhe dos bicos que fazem a semeadura.....................................................................................
13
Figura 10. Flor e Sementes de Tegetes (Tagetes pátula)........................... 14
Figura 11. Vista geral da estufa. Ao fundo observa-se a presença de duas camadas de tela reflexiva...................................................................
15
Figura 12. Parte aérea e sistema radicular bem desenvolvidos de: a) Lobélia (Lobelia erinus); b) Cravina (Dianthus chinensis)......................
16
Figura 13. a) Abélia grandiflora; b) Podocarpus macrophyllus; c) Buxo; d) Pittosporum tobira....................................................................................
17
Figura 14. a) Estacas de Buxo em substrato de casca de arroz carbonizada; b) Vista frontal da estufa onde são manejadas as estacas....
18
Figura 15. Transporte de mudas para os produtores integrados................ 18
Figura 16. Área de produção de Buxos (Buxus sempervirens)................... 20
Figura 17. a) Estação Total; b) Aparelho GNSS modelo Leica ViVa........... 21
1
1 – INTRODUÇÃO
A principal motivação para a realização desse estágio foi o
interesse de conhecer o trabalho que a empresa BEIGRUPO marca
Beifort Compostos Orgânicos realiza.
Cada vez mais na área agronômica se pensa em produzir com
sustentabilidade. Na região, a produção de uva é uma das principais
culturas. O processamento da matéria prima pelas vinícolas leva a uma
grande produção de resíduos, seja o bagaço, as sementes, o engaço, a
borra, enfim são vários os resíduos gerados pelo processamento de
vinho e espumantes. Na maioria dos casos a destinação é incorreta
desses resíduos, sejam eles depositados em terrenos desocupados, em
beira de estrada ou na própria área de produção. Esse material quando
não tratado corretamente acaba por contaminar o meio ambiente,
principalmente o chorume gerado por esses resíduos é a principal forma
de contaminação, pois apresenta pH baixo, percola no solo
contaminando o lençol freático e além disso, pode servir de fonte de
propagação de fungos, bactérias e outros patógenos.
Outro fato relevante diz respeito a fiscalização, a FEPAM não
permite o depósito desses materiais direto no meio ambiente e
acompanha de perto o destino desses subprodutos.
A empresa BEIGRUPO com sua marca Beifort Compostos
Orgânicos atua de forma pioneira no tratamento desses resíduos na
região da Serra, recebendo material da vinícola Chandon.
Além da atuação na área de tratamento de resíduos da indústria
vinífera outro fato que contribuiu para a escolha do campo de estágio foi
a existência de acomodações e refeitório, viabilizando a permanência do
estagiário no local.
O estágio foi realizado no município de Garibaldi, Rio Grande do
Sul, no período de 10 de janeiro de 2011 a 05 de março de 2011,
totalizando 300 horas.
Os objetivos que me levaram a realizar o estágio na empresa
BEIGRUPO foram:
2
I) Conhecer as técnicas que eles utilizam no tratamento de resíduos de
uva e a produção de fertilizante organomineral. II) Conhecer mais sobre
espécies de flores, de arbustos e de plantas de forração junto a marca
Beifiur. III) Poder participar no manejo de produção de mudas jovens
(PLUGS). IV) Possibilidade de aprender mais sobre topografia atuando
junto à marca Beitop.
2 – DESCRIÇÕES DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
2.1 Clima
O clima da região, de acordo com a classificação de Köpen, é de tipo
Cfb que corresponde a um clima temperado quente (C), com ausência de
estação seca (f) e temperatura média do mês mais quente inferior a 22ºC(b).
2.2 Solo
Conforme Streck et al (2008), os solos encontrados na região são
classificados como neossolo regolítico eutrófico, cambissolo húmico alumínico,
argissolo bruno acizentado alítico.
2.3 Aspectos Sócio-Econômicos
A cidade de Garibaldi é conhecida como capital nacional do espumante,
pois lá estão sediadas várias empresas especialistas na produção desses
vinhos, que têm se tornado grande expressão dos melhores vinhos do Brasil.
Além da produção de vinhos e espumantes a região conta ainda com o
Enoturismo.
O município de Garibaldi tem uma área total de 169,24 Km², com 30.692
habitantes, destes 3.054 são população rural, totalizando 2.504 propriedades
(IBGE 2010), 341 empresas ligadas a indústria, 820 ligadas ao comércio
(Prefeitura de Garibaldi 2009) e sua base econômica é a Indústria. Está
localizado a uma latitude 29º15'22" sul e a uma longitude 51º32'01" oeste,
3
estando a uma altitude de 617 metros, distante da capital Porto Alegre cerca de
109 Km.
3 - DESCRIÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
O BEIGRUPO teve início em 1993, com atuação na prestação de
serviços de topografia e jardinagem. Em 1994 o grupo iniciou suas atividades
na floricultura com a marca BEIMONDO, em 1996 o grupo começou seus
testes na produção de plantas ornamentais e substratos, no ano seguinte teve
início a produção comercial atendendo a floricultura do grupo e em 1998 os
negócios expandiram e passou a atender as floriculturas da região.
Em 2001 surgiu a marca Beifiur, que atua no setor de produção de
mudas e comercialização. Atualmente a Beifiur produz mais de quatro milhões
de mudas por ano de plantas ornamentais (forração, arbustos, e caixaria),
eucalipto e videira. As principais mudas comercializadas na primavera/verão
são: beijinho (Impatiens balsamina), begônia (Begônia elatior), onze-horas
(Portulaca grandiflora), tagetes (Tagetes erecta), e torenia (Torenia fournieri).
No outono/inverno são: amor perfeito (Viola sp), bélis (Bellis perennis) e
prímula (Primula obconica). Tem ainda as que são comercializadas o ano todo:
cravina (Dianthus chinensis), flor de mel (Alyssum maritimum), gazânia
(Gazania rigens), gerânio (Pelargonium hortorum), petúnia-perene (Petunia
integriflolia).
Nesse mesmo ano a empresa viu a necessidade de ampliar suas
atividades na produção de compostos orgânicos e como conseqüência surgiu a
marca BEIFORT compostos orgânicos.
Com a produção de substratos, condicionadores de solo e fertilizantes
tendo como matéria prima o bagaço, engaço e semente da uva pode-se dizer
que a empresa cumpre um papel fundamental no que diz respeito a menor
utilização ou substituição de insumos importados, redução do uso de solo no
paisagismo, diminuição da contaminação do ambiente.
4
4 – ESTADO DA ARTE
4.1 Subprodutos da Indústria Vinífera:
Os subprodutos da indústria vinífera caracterizam-se como sendo: o
bagaço (casca e sementes), o engaço, as borras e o sarro.
O tratamento de subprodutos agrícolas está a merecer cada vez maior
atenção, tendo em vista o seu aproveitamento, a despoluição do ambiente e,
em numerosos casos, e sempre que possível, com ambas as finalidades
(Santos e Campos, 1986).
É importante saber quanto de subproduto a indústria gera no
processamento de vinhos. Costa e Belchior (1972) relatam que para produzir
100 litros de vinho branco obtêm-se 31,17 Kg de subprodutos, e 25 Kg para o
mesmo volume de vinho tinto.
Tabela1. Composição dos subprodutos (kg hL-1), resultantes da vinificação da
uva, em vinho branco e tinto.
Vinificação Índice médio Em branco Em tinto
Engaço 4 3 3,5
Bagaço 17 13,5 14,5
Grainha 4 4 4
Borra 6 4,4 4,6
Sarro 0,17 0,10 0,12
Total 31,17 25 26,72 Costa e Belchior (1972).
4.2 Produção de vinho e Derivados no País.
Segundo a União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA) e a Secretária de
Agricultura do RS o total de uvas produzido no ano de 2010 foi de 526,8 mil
toneladas e o total de vinhos e derivados processado foi maior que 321 milhões
de litros (apêndice 1). Portanto, as informações da Tabela 1, permitem concluir
que foi gerado aproximadamente 205 mil toneladas de resíduos.
5
A safra de 2011 promete bater recordes, visto que o fenômeno La Ninha,
aqui no sul contribui para a produção. O grupo de coordenação de estatística
Agropecuária –GCEA/IBGE- fez um levantamento sistemático da produção
agrícola de uva e diz que a safra de 2011 irá ultrapassar as 761 mil toneladas
aqui no Rio grande do Sul. (IBGE/CEPAGRO).
4.3 Caracterização dos Subprodutos da Vinificação
4.3.1 Bagaços
O bagaço é o subproduto resultante da prensagem de uvas frescas, ele
é constituído por folhelhos (casca da uva, onde se encontram os pigmentos, os
aromas e os taninos) e sementes (figura 1).
O resíduo da prensagem (bagaço) representa 12 a 15% em peso da
matéria-prima inicial e contém restos de açúcar, outros glucídios, proteínas e,
um teor elevado de lípidos, que enriquecem altamente a qualidade do bagaço.
Empresas que produzem espumantes de melhor qualidade, como a
Chandon, geram cerca de 21% de bagaço em peso de matéria-prima.
O bagaço é constituído principalmente por água, cerca de 60-70% (Rice,
1976; Famuyiwa e Ough, 1982; Sastre et al., 1994), vinho e borras, sendo
estes dependentes da prensagem; álcoois, principalmente o etanol, e também
o metanol, glicerol e alcoóis superiores; aldeídos, ésteres, ácidos voláteis,
polifenóis e taninos, proteínas, celulose, pectinas, sais minerais e resíduos de
açúcar (Orriols, 1994).
Foto 1. a) Bagaço de Moscato; b) Bagaço de Isabel. Fonte: Melo, 2010
6
4.3.2 Engaços
Os engaços constituem a parte lenhosa do cacho de uva caracterizado
por um pedúnculo e conjunto de ramificações secundárias (Figura 2). Os
engaços quando separados por máquinas apropriadas correspondem por 4,5
% da massa da vindima.
Os engaços apresentam alto teor de celulose e hemicelulose, são fontes
de ácidos orgânicos e taninos condensados. Além de ser rico em potássio e
cálcio (tabela 2).
Tabela 2. Composição Mineral (g/kg) do Engaço da Uva
Mineral Engaço (g/Kg)
Potássio (K) 32,4
Sódio (Na) 0,56
Cálcio (Ca) 9,31
Magnésio (Mg) 1,70 Fonte: Ferreira (2010)
Figura 2. Engaço da Uva. Fonte: Melo 2010
4.3.3 Borras
As borras são uma massa heterogênea originados da deposição nos
recipientes que contém vinho fermentado (figura 3) e também é formada a
borra pelo processo de filtragem e centrifugação do vinho. Muitos fatores
podem interferir na quantidade de borra produzida, desde a qualidade e
7
sanidade das uvas até mesmo o equipamento utilizado no processo. Mas
estima-se que 5% do volume total de vinho acabam por formar borra (SILVA,
2003). As leveduras representam aproximadamente 60 a 70% do conteúdo das
borras (Léauté, 1990).
Figura 3. Borra do vinho. Fonte: Melo, 2010
4.3.4 Sarro
O sarro é o resíduo do vinho que se forma na parede dos recipientes
que o contém (figura 4). É um material de coloração escuro bem rígido,
formado por bitartarato de potássio (70%), tartarato de cálcio (10%),
substâncias diversas (20%), (Miguel e Caldeira, 1962).
Esse subproduto tem um valor comercial bastante significativo, sendo
fornecido principalmente para indústrias de xaropes, de fermentos e
cosméticos.
Os sarros removem-se por dissolução em água quente e/ou por vapor
durante a lavagem dos barris/pipas, depois de secos são de fácil conservação
(Pato,1988, Rochard, 1993).
8
Figura 4. Sarro formado na parede da pipa de vinho.
4.4 Substâncias Húmicas (Ácidos húmicos e Fúlvicos)
As substâncias húmicas (SH), compostas de ácidos húmicos, ácidos
fúlvicos e humina, são os principais componentes da matéria orgânica do solo
(85 a 90 %) e originam-se a partir de transformações bioquímicas de
compostos como lignina, celulose, hemicelulose, açúcares, aminoácidos, etc.
(Silva & Mendonça, 2007). As SH podem interferir na absorção de alguns
nutrientes nas plantas, devido à influência na permeabilidade da membrana
celular e ao poder quelante, bem como à fotossíntese, à formação de ATP,
aminoácidos e proteínas (Vaughan et al., 1985).
O (s) efeito(s) das substâncias húmicas não são fáceis de explicar
devido à natureza complexa dessas substâncias pouco conhecidas. Os efeitos
causados pelos ácidos húmicos e fúlvicos podem ser bem diferente entre
espécies vegetais variando ainda conforme o estádio fisiológico da planta
(Santos & Camargo, 1999).
A ação direta das substâncias húmicas sobre o metabolismo e o
crescimento das plantas tem sido atribuída principalmente à ação das
substâncias húmicas de menor peso molecular, principalmente os ácidos
fúlvicos (Vaughan et al., 1985; Nardi et al.,2002).
9
Alguns autores obtiveram resultados positivos no crescimento de plantas
(parte aérea e raízes) de aveia, azevém-anual e alface, utilizando doses entre
10 e 25 mg L-1 de C nas substâncias húmicas extraídas de solo, carvão e
vermicomposto, respectivamente (Pinton et al., 1992; Silva et al., 2000; Rodda
et al., 2006a).
Costa (2001), avaliando o efeito das substâncias húmicas extraídas de
vermicomposto comercial no crescimento de cebola, observou aumento de 41
% no comprimento e 22 % na área radicular.
Silva et al. (1999) observaram maior crescimento do sistema radicular de
plantas de milho na presença de substâncias húmicas de carvão com
aumentos de até 246,94% o comprimento da raiz, em até 162,86% o peso
seco das raízes, em até 196,34% a superfície ocupada pelo sistema radicular;
em até 14,62% o raio médio das raízes, em até 96,73% a produção de matéria
seca das folhas e em até 161,55% a produção de matéria seca dos colmos.
5 – ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO
5.1 BEIFORT COMPOSTOS ORGÂNICOS
Nesse setor o estagiário acompanhou o processo de transformação dos
resíduos da uva em substratos, fertilizantes e condicionadores de solo.
O resíduo é todo oriundo da empresa Chandon (figura 5a), que paga
para a empresa Beifort ir buscar e processar através da compostagem. O
material é composto por bagaço, engaço, sementes de uva e uvas verdes não
prensadas (figura 5b) e apresenta em torno de 55% de umidade.
10
Figura 5. a) Resíduo na vinícola; b) Detalhe do resíduo (bagaço, engaço e uvas verdes não
prensadas).
Nessa safra a empresa Chandon entregou 595,41 toneladas de resíduos. Esse
material é levado para o pátio de compostagem, onde o solo é bem
compactado, o que evita a percolação do extrato líquido. As leiras são
formadas com uso de retro escavadeira chegando a uma altura de mais de
cinco metros, conforme figura 6, e posterior são cobertas com plástico que
suporta temperatura superior a 70ºC.
Figura 6. a) Formação das leiras com uso de retroescavadeira; b) Vista lateral da leira
já formada; c) Leiras já coberta com plástico.
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Além do solo bem compactado, as leiras possuem drenos (figura 7a) que
levam o extrato líquido para uma lagoa de tratamento com cobertura com
capacidade de 200 mil litros (figura 7b). Esse mesmo líquido é bombeado para
dentro das leiras com a finalidade de umedecer e manter um ambiente
adequado para ação dos microrganismos. Na parte superior da leira, estão
dispostas três mangueiras, uma em cada lateral e a outra no meio, que
umedecem de forma homogênea a mesma. Ela é umedecida de forma
independente, pois há três registros (figura 7c) para cada uma e isso permite
controlar melhor o fluxo do chorume.
Figura 7. a) Canos de PVC usados para drenar o líquido; b) lagoa de tratamento com
cobertura; c) detalhe dos registros das mangueiras que umedecem cada leira.
Este processo leva dois anos para estabilizar e obter valores
satisfatórios de ácidos húmicos e fúlvicos do chorume. Segundo observações
do dono da empresa, no primeiro ano se extrai principalmente os ácidos
húmicos e no segundo os ácidos fúlvicos .
12
Ao completar dois anos de tratamento o chorume que estava na lagoa
de tratamento é então bombeado para grandes reservatórios. Nesses
reservatórios eles ficam por mais um determinado tempo.
Depois esse líquido é bombeado dos reservatórios para um misturador
onde é feito o adubo líquido Beifort 322 e o Beifort 867 (figura 8), nesse
misturador são adicionados uréia, ácido fosfórico e hidróxido de potássio,
respectivamente nessa ordem e no final ácido cítrico para ajustar o pH que fica
entre 5,0 (+ ou – 0,5) maiores detalhes da composição no apêndice 2 e 3.
Durante o processo de fabricação do fertilizante são coletadas amostras para
posterior análise em laboratório credenciado pelo ministério da agricultura.
Somente após atingidos os valores mínimos de registro é que o lote do adubo
é comercializado.
Figura 8. Adubo líquido e adubo sólido desenvolvido pela empresa.
O fertilizante organomineral 867 é indicado para o enraizamento de
estacas, para uso em gramados e hortaliças. Já o Beifort 322 além de ser
vendido como adubo é utilizado no pré-plantio com o objetivo de estimular o
sistema radicular das plantas ativando os microorganismos benéfico presentes
no solo. Além desses usos, a empresa está fazendo testes em arroz com
aplicação do Beifort 322 na época de floração com intuito de fixar mais florada
e assim aumentar a produtividade. Testes com soja também estão sendo
realizado afim de melhor a eficiência entre rizóbio e planta.
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O produto sólido resultante do processo de compostagem também é
comercializado pela empresa. Através de misturas com outros materiais há a
produção de adubo e substrato. O produto denominado A100, é comercializado
como adubo orgânico sólido que além de conter ácidos húmicos e fúlvicos
apresenta alta CTC; 3,9% de fósforo total e outras características (apêndice 4).
O substrato Beifort S10 tem uma densidade de 370 Kg m-3, Capacidade de
Retenção de Água de 182%m/m, uma condutividade elétrica de 0,84 unidade
(mS cm)(apêndice 5), conferindo a esse produto uma ótima opção para uso em
floreiras, transplante de mudas e semeadura.
5.2 BEIFIUR – PRODUÇÃO DE MUDAS
Junto ao setor de produção de mudas o estagiário pode desenvolver
todas as atividades de manejo, desde a semeadura até o transporte das mudas
para os produtores integrados.
O sistema de semeadura das bandejas é mecanizado, conforme se pode
observar na figura 9.
Figura 9 a) Vista geral da máquina de semear; b) Detalhe dos bicos que fazem a semeadura.
A utilização de semeadora permite maior eficiência no processo, pois o
operador só tem que colocar as sementes no compartimento da máquina,
alinhar as bandejas com os bicos, de forma que cada bico fique alinhado com
cada célula e acionar um botão para dar início à semeadura. Dentro de alguns
segundos todas as células da bandeja são semeadas.
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Nem todas as espécies de flores podem ser semeadas dessa maneira.
As sementes da espécie Tagetes pátula (tagetes), por exemplo, pelo fato de
ser comprida e fina (figura 10), não podem ser semeadas com esse
equipamento. Sendo assim, a semeadura é feita manualmente, célula por
célula de cada bandeja. Esse fato é importante na hora de programar a
semeadura, pois demanda mais tempo e mão de obra. Durante o estágio a
prefeitura de Bento Gonçalves fez um pedido com um número bastante
expressivo de mudas de Tagetes pátula (tagete, cravo de defunto) exigindo
bastante dedicação de todos na semeadura e posterior transplante das mudas.
Figura 10. Flor e Sementes de Tegetes (Tagetes pátula).
Fonte: http://trumbuctu.blogspot.com/2007/09/recolha-de-sementes-ctavo-da-ndia.html
As bandejas após serem semeadas pela máquina recebem uma fina
camada de vermiculita para cobrir as sementes.
Após a semeadura as bandejas são levadas para a câmara úmida, onde
a temperatura é de 22 ºC e umidade entorno de 95%, nesse local as bandejas
ficam entre 12 horas até 60 horas, dependendo de cada espécie. Depois de
decorrido o tempo de câmara úmida as bandejas são levadas para a estufa
(figura 11). Importante mencionar que as sementes não chegam a emergir
dentro da câmara úmida, caso contrário o choque térmico, após levadas para
dentro da estufa, iria prejudicar o desenvolvimento.
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Inicialmente as bandejas são colocadas num dos lados da estufa onde
há duas telas reflexivas, uma fixa e outra móvel, dessa forma consegue-se ter
um conforto térmico melhor. O pé direito da estufa também é bem alto, com
aproximadamente 5,0 metros, sendo importante na circulação de ar.
Figura 11. Vista geral da estufa. Ao fundo observa-se a presença de duas camadas de
tela reflexiva.
A produção de flores é toda escalonada, principalmente no que diz
respeito a flores da estação. Na empresa a produção é toda divida em
semanas, ou seja, a primeira semana do ano é a semana um, a segunda é a
dois e assim sucessivamente até a última semana do ano. Com histórico de
pedidos dos outros anos mais uma projeção de aumento ou redução para o
ano, se faz um cronograma no início de cada ano para a semeadura de cada
espécie.
Na produção das mudas a Beifiur está usando um substrato próprio.
Quando a Beifiur começou suas atividades o substrato usado era da marca
Carolina, mas com o passar dos anos a demanda por substrato aumentou e a
empresa fornecedora do substrato Carolina não conseguiu manter a mesma
qualidade do produto.
Dessa forma houve a necessidade de procurar outras fontes e surgiu a
idéia de produzir seu próprio substrato. Atualmente o substrato usado na
produção de mudas é composto por turfa, cinza de arroz, composto
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denominado A 100 produzido a partir do bagaço engaço e semente da uva,
casca de arroz carbonizada e uma pequena parte de vermiculita. As mudas
têm apresentado ótimo sistema radicular e ótimo desenvolvimento foliar,
conforme pode ser observado na figura 12.
Figura 12. Parte aérea e sistema radicular bem desenvolvidos de: a) Lobélia (Lobelia erinus);
b) Cravina (Dianthus chinensis)
Outro fator que contribui para a qualidade das mudas são os tipos de
bandejas utilizadas, todas elas apresentam ranhuras nas paredes das células.
Isso permite que a raiz se desenvolva sem se enrolar uma nas outras evitando
o chamado enovelamento “enforcamento” de raízes.
Além da semeadura outra forma de propagação que o setor de mudas
utilizada é a propagação assexuada através de estacas. As principais espécies
cultivadas por estaquia são: Abélia (Abélia grandiflora), Podocarpo
(Podocarpus macrophyllus), Buxinho (Buxus sempervirens) e Pitospóro
Japones ( Pittosporum tobira) (figura 13).
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Figura 13 a) Abélia grandiflora; b) Podocarpus macrophyllus; c) Buxo; d) Pittosporum
tobira.
Após as estacas serem preparadas elas são mergulhadas em uma
solução contendo o adubo Beifort 322. As estacas são então enterradas em
substrato de casca de arroz carbonizado para enraizamento, conforme figura
14 a.
A estufa onde são manejadas as estacas (figura 14b) não tem um
sistema de irrigação por aspersão (nebulização). A irrigação é feita várias
vezes ao dia com auxilio de mangueira.
O sistema de irrigação para produção de mudas por estaquia é
fundamental, ele deve formar uma névoa de tal forma a evitar a perda de água
por evaporação das estacas, o ambiente deve ter uma alta umidade no ar.
Na empresa muitas estacas morriam por desidratação, elas secavam,
pois as condições dentro da estufa não são adequadas para o desenvolvimento
delas.
Uma alternativa para diminuir essas perdas é o uso de estufins, que
consiste em manter uma cobertura plástica próxima as estacas, cerca de 20
cm, de tal modo que a água da evapotranspiração se concentre na superfície
do plástico e condense retornando ao substrato em forma de gotículas. Esse
sistema faz com que a umidade relativa do ar fique elevada, e isso diminui as
mortes de estacas por desidratação.
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Figura14. a) Estacas de Buxo em substrato de casca de arroz carbonizada; b) Vista frontal da
estufa onde são manejadas as estacas.
Após as mudas atingirem tamanho ideal, essas são transportadas para
os produtores integrados. As mudas são colocadas em carrinhos conforme
figura 15 e são levadas até os produtores integrados num caminhão do tipo
baú, esse caminhão não é aclimatizado, mas por se tratar de uma distância
pequena, cerca de 30 Km as mudas não são prejudicadas.
Figura15. Transporte de mudas para os produtores integrados
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5.2.1 PRODUTORES INTEGRADOS
São cinco famílias que são integrados da empresa, cada estabelecimento rural
trabalha com espécies diferentes. Os produtores estão localizados no interior
de Garibaldi, distrito da 5º da Boa vista.
A empresa fornece aos integrados todos os materiais para a produção,
desde substrato, vasos, sacos, mangueira, bicos de irrigação e as mudas.
Cada produtor recebe um lote de mudas por semana, essas mudas são
contadas no local de emissão (viveiro) e posteriormente conferidas na
propriedade do produtor. Isso serve para se ter controle de perdas no
transporte e também pelo manejo do produtor. Nenhuma muda é descontada
diretamente do produtor, ele apenas deixa de comercializar com a empresa.
Como todo o material é fornecido pela empresa, quem deixa de ganhar nesse
caso é a empresa.
O produtor recebe como pagamento a mão de obra empregada no
processo, esse valor é um percentual do preço final de venda das mudas.
O estagiário pode acompanhar visita técnica aos produtores e conhecer
mais sobre a realidade dos produtores e dificuldades. Uma vez por semana o
funcionário que também é estudante do curso de agronomia - UCS faz uma
visita aos produtores com intuito de orientá-los no manejo das mudas.
Numa dessas visitas foi constatado a presença de ácaro nas folhas da
espécie amor perfeito (Viola sp) podendo assim orientar o produtor a utilizar um
acaricida. Em outros constatou-se falta de água nas plantas, orientou-se que a
rega no período da manhã fosse maior para que as plantas não secassem
demais no início da tarde.
Além das cinco famílias que são integrados da empresa, há uma área de
produção de buxos (Buxus sempervirens),(figura 16) que é própria da empresa
e que tem funcionário contratado para manejo da área.
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Figura16. Área de produção de Buxos (Buxus sempervirens)
Os buxos são cultivados a céu aberto, conforme a demanda de mercado
eles são arrancados com torrão e transplantado para vasos. Esse tipo de
arbusto é classificado de acordo com a circunferência que atinge, sendo eles
numerados, ou seja, buxo 4 tem 40 cm de circunferência, buxo 5 cinqüenta
centímetros e assim sucessivamente.Quanto maior o número maior é o preço
de venda.
5.3 BEITOP
Junto a marca Beitop, o estagiário desenvolveu atividades ligada a área
topográfica.
Foi em três locais diferentes fazer levantamento da área com uso do
aparelho Estação Total (figura 17a). O primeiro local foi na cidade de São
Sebastião do Cai, a área medida foi de aproximadamente 12 hectares, naquele
primeiro momento foi coletado os pontos e traçado a poligonal fechada, em
outro momento retornou-se e com aparelho GNSS (figura17b) para
georreferenciar os pontos de partida da poligonal fechada. As outras áreas
medidas foram em Garibaldi e Carlos Barbosa com 10 hectares e 24 hectares
respectivamente. Nessas duas áreas só se utilizou o aparelho estação total, já
que não havia necessidade de georreferenciar a área no sistema SIRGAS.
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Figura 17.a) Estação Total; b) Aparelho GNSS modelo Leica ViVa.
Além das atividades a campo o estagiário desenvolveu atividades no
escritório. Interpretando dados de dois levantamentos topográficos distintos e
comparando aparelhos e métodos quanto à eficiência dos mesmos.
6 - CONCLUSÕES
A técnica empregada na transformação dos resíduos da uva em
compostos (líquidos e sólidos) foi muito enriquecedora do ponto de vista
prático. A construção de leiras para a compostagem, de tamanho muito
superior ao indicado na literatura serviram para comparar os ensinamentos
teóricos adquiridos na faculdade.
A utilização do que é indicado cientificamente e o que é mais econômico
muitas vezes é conflituoso.
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O contato com a produção de mudas de flores, de arbustos e forração
serviu para aumentar os conhecimentos do estagiário em relação ao manejo de
produção.
O estagiário pode observar como o ramo da floricultura emprega gente,
e que as condições de vida deles são dignas. Os produtores integrados todos
tinham carro, casa bem estruturada, alguns com filhos na faculdade, enfim
levam uma vida digna.
Trabalhar junto a marca BEITOP fez o estagiário mudar sua opinião em
relação a topografia. A forma como lhe foi ensinado na faculdade o fazia
pensar que nunca iria trabalhar com topografia, pois tinha verdadeira aversão.
Entretanto, atuando com profissionais com bastante prática e aparelhos
modernos fez o estagiário mudar de opinião, passando a considerar como uma
área de possível atuação no futuro.
7 - ANÁLISE CRÍTICA DO ESTÁGIO
A empresa está bem estruturada do ponto de vista de instalações,
equipamentos e profissionais. Seus funcionários na maioria têm curso técnico
ou estão fazendo. Conta com dois engenheiros agrônomos, um que assina
pelos substratos e atua na área burocrática junto ao MAPA e outro que atua na
produção de compostos líquidos.
A empresa preza a opinião de todos e seus sócios estão sempre
procurando saber o que cada um pensa e quais as sugestões deles para
melhorar a empresa.
A empresa está apostando em um produto que tem alto valor agregado
para eles, que são os Adubos Beifort 322 e 867. No entanto a parte comercial
ainda está engatinhando, faltam representantes comerciais, parcerias com
distribuidores, etc.
A produção de estacas precisa ser melhorada, as instalações como
estufa sem sistema de irrigação por nebulização, pé direito baixo e a pouca
sanidade no manejo das estacas devem ser melhoradas para que se tenham
poucas perdas no processo de estaquia.
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O ponto negativo desse estágio foi o pouco tempo que passei em alguns
setores da empresa, como o BEIGRUPO atua em várias áreas não foi possível
ficar muito tempo em algumas, como por exemplo, no setor de paisagismo.
Mas dentro do setor BEIFORT e BEIFIUR foi possível acompanhar todos os
processos de produção.
8 - CONCLUSÕES GERAIS
O estágio foi extremamente válido principalmente pelo conhecimento
adquiro, pelos amigos lá formados e pela confiança que o senhor Ferrari teve
no estagiário.
A orientação recebida durante o estágio foi recompensadora. Desde os
funcionários com menos escolaridade até os de nível superior foram
importantes para o estagiário.
O senhor Ferrari, sócio da empresa, mostrou-se sempre disponível e
fazia questão de explicar cada processo de produção. Isso foi muito importante
para relacionar o conhecimento adquirido na faculdade com a experiência do
Sr. Ferrari e as atividades práticas.
9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home. Acesso em 28 de março de 2011.
Informações Botânicas, Jardinagem e Paisagismo – Disponível em http://www.jardineiro.net. Acesso em 28 de março de 2011.
Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/default.shtm Acesso em 08 de Abril de 2011.
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UVIBRA – União Brasileira de Vitivinicultura. Disponível em: http://www.uvibra.com.br/. Acesso em 28 de março de 2011.
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