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EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE GENES ENVOLVIDOS NA RESPOSTA AO ESTRESSE SALINO EM CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum sp.) E ARROZ (Oryza sativa) BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO – UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ JANEIRO – 2008

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EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE GENES ENVOLVIDOS NA

RESPOSTA AO ESTRESSE SALINO EM CANA-DE-AÇÚCAR

(Saccharum sp.) E ARROZ ( Oryza sativa)

BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE

DARCY RIBEIRO – UENF

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

JANEIRO – 2008

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EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE GENES ENVOLVIDOS NA

RESPOSTA AO ESTRESSE SALINO EM CANA-DE-AÇÚCAR

(Saccharum sp.) E ARROZ ( Oryza sativa)

BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA

“Tese apresentada ao Centro de

Biociências e Biotecnologia, da

Universidade Estadual do Norte

Fluminense Darcy Ribeiro como parte

das exigências para obtenção do título

de doutor em Biociências e

Biotecnologia”

Orientador: Prof. Dr. Gonçalo Apolinário de Souza Filho

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

JANEIRO – 2008

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IV

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Gonçalo Apolinário de Souza Filho, pela orientação durante a

realização deste trabalho e pelo apoio e amizade demonstrados durante todos esses

anos de agradável convivência.

Aos professores Vanildo Silveira, Marcio Alves Ferreira e Valdirene M.

Gomes, por aceitarem compor minha banca de defesa de tese de outorado.

Aos professores e funcionários do Laboratório de Biotecnologia pelos

ensinamentos e agradável convívio dentro e fora do laboratório.

A todos os membros da equipe de pesquisa da qual fiz parte durante todos

esses anos, todos ótimos companheiros de bancada, e alguns verdadeiros amigos,

muito obrigado por toda a ajuda, por todo o carinho e pela amizade.

Á minha mãe Télia, ao meu pai Isaías (in memorian), meus irmãos Marcelo,

Giseli, Cristina e Ítalo. Por serem minha viga de sustentação, por serem minha fonte

de energia, minha reserva de carinho, minha razão para prosseguir. Obrigado por

estarem aqui comigo, por me terem feito vencer.

À minha “dindinha”, Terezinha de Figueiredo, por ter acreditado em meu

potencial, por ter investido em meus estudos, visando como único lucro a minha

vitória. Obrigado por sua presença em minha vida.

Agradeço o apoio financeiro das entidades de fomento CAPES, CNPQ e

FAPERJ para a realização deste trabalho.

À todos aqueles que de alguma forma, me apoiaram e incentivaram para

a realização deste trabalho.

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V

SUMÁRIO

Capa.................................................................................................. I

Página de Rosto................................................................................ II

Página de Aprovação........................................................................ III

Agradecimentos................................................................................ IV

Sumário............................................................................................. V

Lista de Figuras................................................................................ IX

Lista de Esquemas............................................................................ XI

Lista de Tabelas................................................................................ XII

Abreviaturas...................................................................................... XIII

Resumo............................................................................................. XIV

Abstract............................................................................................. XVI

1. INTRODUÇÃO GERAL .................................................................... 1

1.1. Aspectos gerais................................................................................. 1

1.2. O Estresse Salino............................................................................. 2

1.3. Tolerância vegetal ao estresse salino............................................... 4

1.4. Mecanismos de resposta vegetal ao estresse salino........................ 6

1.4.1. Mecanismos de resposta ao efeito osmótico.................................... 7

1.4.2. Mecanismos de resposta ao efeito iônico......................................... 9

1.4.2.1. Mecanismos de aquisição de sódio.................................................. 11

1.4.2.2. Mecanismos de exclusão de sódio................................................... 13

1.4.2.3. Mecanismos de compartimentalização de sódio e cloro................... 16

1.5. Plantas de arroz e cana-de-açúcar como modelos de estudo…….. 17

1.5.1. A cana-de-açúcar (Saccharum sp.)................................................... 17

1.5.2. O arroz (Oryza sativa L.).................................................................... 20

2. BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 22

CAPÍTULO 1 ESTUDO DA REGULAÇÃO DE GENES EM RESPOSTA AO ESTRESSE SALINO EM CANA-DE-AÇÚCAR E ARROZ ATRAVÉS DE ENSAIOS DE HIBRIDAÇÃO HERERÓLOGA .. 35

1. INTRODUÇÃO.................................................................................. 36

2. OBJETIVOS ...................................................................................... 38

2.1. Objetivos Específicos........................................................................ 38

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................ 39

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VI

3.1. Material Biológico.............................................................................. 39

3.1.1. Material Vegetal e Condições de cultivo........................................... 39

3.1.2. Condições de tratamentos das plantas de arroz e cana-de-açúcar

para ensaios de RT-PCR e fisiologia.................................................... 39

3.1.2.1. Tratamentos para os ensaios de RT-PCR............................................ 39

3.1.2.2. Tratamentos para os ensaios de fisiologia........................................... 40

3.2. Análise fisiológica e bioquímica das plantas tratadas com estresse

salino................................................................................................. 40

3.2.1. Medidas de Eficiência Fotoquímica do Fotossistema II.................... 40

3.2.2.. Determinação da Peroxidação de Lipídeos...................................... 41

3.3. Análises do padrão de expressão gênicas das plantas submetidas

ao estresse salino............................................................................. 42

3.3.1. Hibridação das membranas de cDNA............................................... 42

3.3.2. Extração de RNA total e Síntese de cDNA....................................... 42

3.3.3. Análise de dados das membranas de Macroarranjo......................... 42

3.3.4. TR e PCR semiquantitativo................................................................ 43

4. RESULTADOS ................................................................................. 45

4.1. Efeito do estresse salino sobre eficiência fotoquímica e a

peroxidação de lipídios em arroz e cana-de-açúcar......................... 45

4.2. Identificação de genes de arroz e cana-de-açúcar induzidos por

estresse salino através de hibridação heteróloga............................. 45

4.3. Expressão dos genes SsEno1, SsNAC23 e SsADH1 de cana-de-

açúcar em resposta a diferentes tempos de exposição a NaCl........ 50

4.4. Efeito de diferentes estresses abióticos sobre o padrão de

expressão dos genes que codificam SsENO1, SsNAC23 e

SsADH1 de cana-de-açúcar............................................................. 53

5. DISCUSSÃO..................................................................................... 55

6. CONCLUSÕES................................................................................. 59

7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 60

CAPÍTULO 2 IMPLEMENTAÇÃO DA TÉCNICA DE MACROARRANJO

PARA O ESTUDO DA REGULAÇÃO DEGENES DE CANA-

DE-AÇÚCAR EM RESPOSTA AO ESTRESSE SALINO........ 67

1. INTRODUÇÃO.................................................................................. 68

2. OBJETIVOS ...................................................................................... 71

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VII

2.1. Objetivos Específicos........................................................................ 71

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................ 72

3.1. Identificação de ESTs de cana-de-açúcar dentro do banco de

dados do SUCEST............................................................................ 72

3.2. Material biológico.............................................................................. 74

3.2.1. Material vegetal e condições de cultivo............................................ 74

3.2.2. Ensaios de estresse.......................................................................... 74

3.2.3. Bactérias contendo os clones do SUCEST....................................... 74

3.3. Ensaio de macroarranjo........................................................................ 75

3.3.1. Extração de RNA total de folha e raiz de plantas de cana-de-

açúcar............................................................................................... 75

3.3.2. Síntese da sonda de cDNA de folhas e raízes de cana-de-açúcar.. 75

3.3.3. Crescimento de bactérias para extração de DNA plamidial.............. 76

3.3.4. Extração de DNA Plasmidial contendo os 370 clones de cDNA do

SUCEST............................................................................................ 77

3.3.5. Preparo das membranas de macroarranjo....................................... 77

3.3.6. Hibridação das membranas de macroarranjo................................... 78

3.3.6.1. Pré-Hibridação.................................................................................. 78

3.3.6.2. Hibridação das membranas com sonda radioativa........................... 78

3.3.6.3. Lavagens e exposição das membranas............................................ 78

3.3.6.4. Análise das imagens geradas a partir dos ensaios de

macroarranjo..................................................................................... 759

4. RESULTADOS ................................................................................. 80

4.1. Identificação de ESTs de cana-de-açúcar relacionados ao

transporte de íons, osmoproteção, estresse oxidativo e transporte

de água............................................................................................. 80

4.2. Implementação da metodologia de Arranjos de DNA em

Membrana......................................................................................... 89

4.2.1. Obtenção de DNA plasmidial contendo os 370 clones de cDNA de

cana-de-açúcar................................................................................. 89

4.2.2. Organização dos clones do SUCEST nas membranas de

macroarranjo..................................................................................... 94

4.2.3. Obtenção de RNA total de tecido foliar e radicular de cana-de-

açúcar (cv CB47-89)......................................................................... 97

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VIII

4.3. Ensaios de Macroarranjo.................................................................. 102

4.3.1. Monitoramento da qualidade das membranas por hibridação com

plasmídio [32P]pSPORT1.................................................................. 102

4.3.2. Monitoramento da qualidade de hibridação por sonda [32P]cDNA 104

4.3.3. Identificação de genes de cana-de-açúcar expressos em resposta

ao estresse salino através de macroarranjo..................................... 107

4.3.3.1. Identificação de genes de cana-de-açúcar expressos em tecido

radicular............................................................................................. 107

4.3.3.2. Identificação de genes de cana-de-açúcar expressos em tecido

foliar.................................................................................................. 109

5. DISCUSSÃO..................................................................................... 117

5.1. Identificação de ESTs de cana-de-açúcar relacionados a

processos de resposta ao estresse salino........................................ 117

5.2. Implementação da metodologia de Arranjos de DNA em

Membrana......................................................................................... 118

5.3. Investigação do padrão de expressão de 370 clones do SUCEST

em resposta a estresse salino em cana-de-açúcar.......................... 122

6. CONCLUSÕES................................................................................ 126

7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 127

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IX

LISTA DE FIGURAS

INTRODUÇÃO GERAL

Figura 1. Thellungiella halophila é um modelo de plantas ideal para

estudos de tolerância a salinidade................................................. 6

CAPÍTULO 1

Figura 1. Efeito do estresse salino sobre funções fisiológicas em arroz e

cana-de-açúcar.............................................................................. 46

Figura 2. Representação da membranas utilizadas para os ensaios de

Macroarranjos................................................................................. 48

Figura 3. Validação dos dados de Macroarranjo através de ensaios de RT-

PCR semiquantitativo..................................................................... 51

Figura 4. Análise do padrão de expressão temporal dos genes SsENO1,

SsNAC23 e SsADH1 em resposta ao estresse salino em folhas

de cana-de-açúcar (CB4789). ....................................................... 52

Figura 5. Perfil de expressão dos genes SsENO1, SsNAC23 e SsADH1

em resposta diferentes estresses abióticos em folhas de cana-

de-açúcar (CB4789)....................................................................... 54

CAPÍTULO 2 Figura 1. Seleção inicial do “Clusters” de cana-de-açúcar relacionados à

resposta ao estresse salino............................................................ 73

Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial

contendo os clones de cDNA do SUCEST..................................... 90

Figura 3. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial

contendo os clones de cDNA do SUCEST..................................... 91

Figura 4. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial

contendo os clones de cDNA do SUCEST..................................... 92

Figura 5. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial

contendo os clones de cDNA do SUCEST..................................... 93

Figura 6. Análise da integridade de amostras de RNA total de folhas de

cana-de-açúcar (cv. CB47-89)....................................................... 96

Figura 7. Análise da integridade e concentração de amostras de RNA total

de raiz de cana-de-açúcar extraídas por TRIZOL.......................... 99

Figura 8. Análise da integridade e concentração de amostras de RNA total

de raiz de cana-de-açúcar extraídas por LiCl-Fenol...................... 101

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X

Figura 9. Análise da qualidade das membranas de macroarranjo através

de hibridação com plasmídio pSPORT1 marcado com 32P............ 103

Figura 10. Destaque dos controles internos fixados nas membranas de

Macroarranjo.................................................................................. 105

Figura 11. Análise da expressão dos genes para os controles internos......... 106

Figura 12. Análise do perfil de expressão de genes de resposta à salinidade

em raízes de cana-de-açúcar......................................................... 108

Figura 13. Identificação de genes expressos em resposta ao estresse

salino em tecido radicular de plantas de cana-de-açúcar.............. 110

Figura 14. Análise do perfil de expressão de genes de resposta à salinidade

em folhas de cana-de-açúcar......................................................... 112

Figura 15. Identificação de genes expressos em resposta ao estresse

salino em tecido foliar de plantas de cana-de-açúcar.................... 116

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XI

LISTA DE ESQUEMAS

INTRODUÇÃO GERAL

Esquema 1. Modelo descrevendo as funções possíveis de OsHKT1, OsHKT2

e OsVHA na homeostáse da regulação citosólica de

Na+/K+............................................................................................. 12

Esquema 2. Mecanismo de funcionamento da via SOS na resposta ao

estresse salino................................................................................ 15

Esquema 3. Transportadores de íons localizados na membrana plasmática e

na membrana de vacúolo em células vegetais.............................. 18

CAPÍTULO 2

Esquema 1. Representação do esquema de disposição dos clones de cDNA

do SUCEST em membrana de macroarranjo................................. 95

Esquema 2. Disposição dos clones nas membranas de macroarranjo.............. 96

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XII

LISTA DE TABELAS

INTRODUÇÃO GERAL

Tabela 1. Vários sinais de estresses abióticos e bióticos para plantas.......... 2

Tabela 2. Definição de solos salinos e sódicos, classificação segundo o

Laboratório de Salinidade da USDA............................................... 3

Tabela 3. Várias plantas cultivadas são susceptíveis à salinidade do solo... 4

Tabela 4. Desenvolvimento fisiológico relevante em condições de estiagem........ 8

CAPÍTULO 1 Tabela 1 Lista dos iniciadores usados durante os ensaios de RT-PCR

semiquantitativo............................................................................. 44

Tabela 2. Estresse salino induzido por genes em arroz e cana-de-açúcar

por macroarranjo............................................................................ 49

CAPÍTULO 2

Tabela 1. ESTs de cana-de-açúcar associados à resposta ao estresse

salino identificados após mineração de dados no banco de

seqüências do SUCEST. Os ESTs estão dispostos na tabela em

grupo por assunto. Na primeira coluna estão relacionadas as

proteínas utilizadas para as buscas. Na segunda coluna estão os

ESTs encontrados para cada proteína. Na coluna 3 está

representado um código numérico associado a cada seqüência

para facilitar a identificação das mesmas durante os ensaios

posteriores...................................................................................... 81

Tabela 2. Genes diferencialmente expressos em raízes de cana-de-

açúcar............................................................................................. 111

Tabela 3. Genes diferencialmente expressos em folhas de cana-de-

açúcar............................................................................................. 114

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XIII

ABREVIATURAS

ATPase Adeosina trifosfatase BCCC Centro brasileiro de coleção de clones CDNA Ácido desoxirribonucléico complementar CLC Transportador de cloro DATP Dideoxi adenosina trifosfato DEPC Dietilpirocarbonato DGTP Deoxi guanosina trifostato DNA Ácido desoxirribonucléico DTTP Deoxi timidina trifosfato EDTA Ácido acético etileno tetra diamino EST Etiquetas de sequências espressas FAO Organização das Nações Unidas para a Agricultura e

Alimentação Fv/Fm Rendimento quântico do PSII HAK Transportador de íon potássio de alta afinidade H+-ATPase Bomba prótons dependente de Adenosisa trifosfatase Hz Hertz HKT1 Transportador de alta afinidade a potássio H+-Ppases Pirofosfatase-H+ de vacúolo KAT1 K+ Arabidopsis thaliana channel 1 MDA Malondialdeído MIP “Major intrinsic protein super-family” MS Meio Murashige Skoog PCR Reação da polimerase em cadeia PEG Polietilenoglicol PSII Fotossistema II PVPP Polivinil poli pirrolidona RNA Ácido ribonucléico RNAse Enzima ácido ribonuclease ROS Espécies reativas de oxigênio TBA Äcido tiobarbitúrico TCA Ácido tricloroacético TENS Solução de Tris, EDTA, NaOH e SDS TE RNAse Solução de Tris EDTA e RNAse UV Ultra violeta V-ATPase Adenosina trifosfatase de vacúolo V-H+-ATPases Adenosina trifosfatase - H+ de vacúolo V-Ppase Pirofosfatases de vacúolo

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XIV

RESUMO

A salinidade dos solos é um dos estresses ambientais mais importantes para

a agricultura, reduzindo a produtividade de inúmeras espécies vegetais. Portanto,

uma regulação precisa da resposta ao estresse salino representa um passo chave

para a adaptação e sobrevivência vegetal. O presente trabalho teve como objetivo

geral a identificação de genes envolvidos na resposta ao estresse salino, através de

macroarranjo, em plantas de arroz e cana-de-açúcar. A primeira parte deste trabalho

teve como objetivo a identificação de genes de arroz e cana-de-açúcar, envolvidos

na resposta a salinidade através de hibridação heteróloga e validação da expressão

dos genes identificados através de RT-PCR semiquantitativo. Para tanto, foi

analisada a expressão de 2.304 clones de cDNA de cana-de-açúcar através de

hibridação heteróloga contra a33P-cDNA de folhas de arroz expostas a 150mM de

NaCl por 24h e controle (sem NaCl). Foram identificados 14 genes induzidos por

estresse salino. Tais genes, estão envolvidos no desenvolvimento vegetal,

bioenergética, metabolismo de ácidos nucléicos, metabolismo de proteínas,

dinâmica celular e resposta a estresses. Seis desses genes apresentaram função

desconhecida. Os resultados de indução dos macrorranjos foram confirmados, para

os genes Enolase (SsENO1), SsNAC23 e Álcool Desidrogenase (SsADH1), através

de RT-PCR semiquantitativo em arroz e cana-de-açúcar. Adicionalmente, ensaios de

RT-PCR demonstraram que os genes SsENO1 e SsNAC23 são induzidos por

estresse osmótico, ferimento e KCl, em folhas de cana-de-açúcar. O gene SsADH1

foi induzido por ferimento e reprimido pelos estresses osmótico e iônio. Esses

resultados permitiram identificar genes responsivos a salinidade em arroz e cana-de-

açúcar. Além da caracterização da resposta, de três destes genes, a outros

estresses ambientais em cana-de-açúcar. Durante a segunda parte do presente

trabalho objetivo principal foi a implementação da técnica de macroarranjo, para a

análise de genes de cana-de-açúcar (cv. CB47-89), diferencialmente expressos

durante a exposição à NaCl. Para esse fim, através de trabalhos de bioinformática

dentro do banco de dados do SUCEST, foram identificados 370 ESTs de cana-de-

açúcar, ortólogos a genes de outras espécies vegetais, previamente descrito como

responsivos ao estresse salino. Os clones de cDNA correspondentes aos 370 ESTs

de cana-de-açúcar foram adquiridos do BCC Center, e utilizados para construção de

membranas de macroarranjo. As membranas foram, então, hibridadas contra

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XV

sondas de α32P-cDNA provenientes de folhas e raízes de plantas de cana-de-açúcar

(cv. CB4789) controle (sem NaCl) e tratadas (175mM de NaCl por 48h). As etapas

inerentes à padronização mostraram que a metodologia é de difícil implementação,

onde variações no sistema de confecção e hibridação das membranas dificultam a

reprodutibilidade dos ensaios e a análise dos dados. Apesar, dos problemas

inerentes à implementação da técnica, foi possível a identificação de 19 genes em

folhas e 12 genes em raiz que tiveram seu perfil de expressão alterado em resposta

ao estresse salino. Dentre os genes analisados em folha, apenas o gene para

Catalase foi induzido, os outros 18 genes foram reprimidos por estresse salino. Em

raiz cinco genes envolvidos com transporte de íons e estresse oxidativo foram

reprimidos, enquanto que 2 genes para AcPMP3 foram induzidos. Análises que

permitam o aumento da sensibilidade da técnica de macroarranjo, viabilizarão a

detecção de um maior número de genes expressos em resposta ao estresse salino,

em estudos futuros. Em conclusão, todos os resultados obtidos durante a realização

deste projeto permitiram a identificação, através da implementação da técnica de

macroarranjo, de novos genes de resposta ao estresse salino em cana-de-açúcar e

arroz, sendo 31 genes identificados em cana-de-açúcar e mais 14 genes

identificados em arroz/cana-de-açúcar. Adicionalmente, foi possível analisar, por RT-

PCR semiquantitativo em plantas de cana-de-açúcar, o padrão de expressão de

genes de resposta a estresse salino, quando submetidos a diferentes estresses

abióticos. Esse conjunto de dados permitirá uma maior compreensão dos

mecanismos de resposta ao estresse salino em cana-de-açúcar e arroz,

possibilitando a obtenção de maiores elucidações acerca dos processos de

resistência e adaptação dessas espécies vegetais ao estresse salino.

Palavras-chave do assunto: Cana-de-açúcar; Arroz; RT-PCR semiquantitativo;

Estresse Salino; Macroarranjo

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XVI

ABSTRACT

Soil salinity is one of the most important environmental stresses for agriculture,

reducing the productivity of several species. Therefore, the efficient response to the

stressful condition represents a critical step for plant adaptation. This work ware

major aim to identification of genes involved in salt stressed response in sugarcane

and rice plants by macroarray. In the first step for this study, salt-responsive genes

were identified in sugarcane and rice plants, by using a heterologous hybridization

approach. Then macroarray assays were performed by using transcripts, obtained

from leaves of salt-stressed (150 mM/ 24h) and control rice plants, hybridized onto

nylon filters containing 2.304 sugarcane expressed sequence tags (ESTs). Fourteen

up regulated ESTs were identified in salt-stressed condition, including clones

corresponding to genes related to nucleic acid metabolism, bioenergetics and abiotic

stress. Four genes of unknown function were also identified. The macroarray data of

3 selected salt-responsive ESTs (Enolase (SsENO1), SsNAC23 and Alcohol

dehydrogenase (SsADH1)) were confirmed by semiquantitative RT-PCR. In addition,

such ESTs had their expression characterized, in sugarcane leaves, during the

temporal response to NaCl, and after exposure to drought, wounding and 150 mM

KCl. The results revealed that SsENO1 and SsNAC23 ware induced by osmotic

stress, wound and KCl. SsADH1 gene was induced by wound, but repressed by

osmotic and ionic stress. The similarity of the response to salinity in sugarcane and

rice, and the applicability of heterologous hybridization systems for gene expression

analyses in these species ware demonstrated. A second moment of this work ware

aimed the implementation of macroarray technology for analysis of genes

differentially expressed in sugarcane plants (cv. CB47-89) exposed to NaCl. For this

end, bioinformatics analyses of the Sugarcane Est Project (SUCEST) data bank

allowed to identify 370 sugarcane ESTs, ortologues to salt stress responsive genes

of several plant species. These 370 cDNA clones were acquired from BCC Center

and used for macroarray membrane confection. Membranes were hybridized with

the �32P-cDNA probes from control and treated (NaCl 1%/ 48h) leaves and root of

sugarcane plants. The steps for macroarray implementation were difficulty, where,

membrane confection and hybridization variations influence in assay reproducibility

and date analysis. Nevertheless, the methodology permits the identification of 19 salt

regulated genes in leaves and 12 genes in roots. In leaves catalase gene was

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XVII

induced and the others 18 genes were repressed. In roots five genes involved in ion

transport and oxidative stress were repressed, in other rand two AcPMP3 genes

were induced by salt stress. Analysis that increases the sensibility of macroarray

assay will leave to detection more salt regulated genes in the future work. In

conclusion, all results make possible the identification of new salt stress regulated

genes in sugarcane and rice, where 31 genes ware identified in sugarcane and 14

genes in rice/sugarcane. Additionally, the expression patterns of some these genes

ware analyzed by semiquantitative RT-PCR in sugarcane plants expose to others

abiotic stresses. This group of dates conduces to better understanding about

response mechanisms to salt stress in sugarcane and rice. Thus more elucidation

about the resistance and adaptation process in these plant species would be

obtained.

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Introdução_________________________________________________________________1

Ferreira, B.S.

1- INTRODUÇÃO GERAL

1.1- Aspectos gerais

Com o surgimento e desenvolvimento dos seres humanos na Terra, as

modificações ambientais foram gradativamente acentuadas. Como conseqüências

da atividade antropogênica, surgiram artefatos, fábricas e indústrias que contribuem

para a poluição gradual do ar, água e terra (Tamaoki et al., 2004).

A intensa industrialização e o uso indevido dos recursos naturais provocam

fenômenos como o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio.

Alterações ambientais como aumento da radiação ultravioleta (UV) na superfície da

Terra, alta intensidade luminosa e temperaturas extremas afetam o metabolismo e

desenvolvimento dos organismos vivos (Mahajam e Tuteja 2005; Sreenivasulu et al.,

2007). Dentre esses organismos, as plantas, são diretamente prejudicadas, uma vez

que elas estão diretamente expostas a todo tipo de alterações ambientais (Ashraf,

2004).

Quando uma condição desfavorável se prolonga ou se intensifica pode causar

grandes danos à vegetação nativa e às culturas agrícolas (Tamaoki et al., 2004). A

ação dos fatores ambientais desfavoráveis sobre as plantas provoca modificações

em sua fisiologia e vias bioquímicas, acarreta toxicidade metabólica, indução de

espécies reativas de oxigênio (ROS), desequilíbrio iônico e osmótico, e alteração da

expressão gênica a níveis transcricional e pos-transcricional (Valliyodan e Nguyen,

2006; Sreenivasulu et al., 2007).

É considerado um estresse ou distúrbio ambiental qualquer fator no ambiente

que limite a produção de biomassa e reduza o rendimento de uma espécie vegetal

(Ashraf e Harris, 2004). Na tabela 1 estão listados alguns dos estresses ambientais

mais estudados (Mahajan e Tuteja, 2005). Dentre os diferentes estresses ambientais

a desidratação, temperatura extrema e a salinidade destacam-se como os mais

severos, pois seus efeitos adversos são responsáveis por grandes perdas da

produtividade agrícola (Andjelkovic e Thompson, 2006; Yamaguch-Shinozaki e

Shinozaki, 2006; Lal et al., 2007).

O estresse salino, sozinho, é um dos mais importantes estresses abióticos.

Esse estresse reduz a produtividade de uma grande quantidade de espécies

cultiváveis em todo o mundo (Mansour et al., 2003, Lutts et al., 2004).

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Introdução_________________________________________________________________2

Ferreira, B.S.

1.2- O Estresse Salino

As inúmeras regiões áridas e semi-áridas existentes no planeta não

constituem áreas próprias ao desenvolvimento de lavouras de interesse econômico,

a produtividade agrícola nestas áreas é muito baixa (de Souza-Filho, 2003; Ashaf,

2004). Além desse fato, um problema de grande interesse agrícola, é a progressiva

salinização de solos agriculturáveis. O processo de salinização dessas terras limita a

distribuição de plantas por diversas áreas naturais e diminui as opções de espaços

cultivaveis (Demiral e Türkan, 2004).

Estudos realizados pela FAO (Organização das Nações Unidas para a

Agricultura e Alimentação) em 2005, demonstram que de toda a crosta terrestre um

percentual de 6% (800 milhões de hectares) é afetado pela salinidade ou pela

ocorrência de sodicidade. Grande parte dos eventos de salinização e sodificação

dos solos ocorrem naturalmente, em um processo conhecido como salinização

primária (Munns, 2005). A salinização primária ocorre em decorrência de eventos

como a utilização de águas salinas para irrigação, erosão de rochas nativas, altos

níveis de evaporação e/ou baixos índices de precipitação. Esses eventos contribuem

isoladamente ou em conjunto para aumentar a salinidade de uma região (Ashaf e

Foolad, 2007). A definição de salinidade e sodicidade, bem como a descrição de

seus efeitos sobre os tecidos vegetais estão descritos na Tabela 2 (Munns, 2005).

Visando a expansão da área plantada, sistemas de irrigação são utilizados no

intuito de tornar solos áridos viáveis ao plantio. No entanto, o uso inadequado das

técnicas de irrigação, freqüentemente, culmina na elevação dos teores de sais na

superfície do solo, acentuando o problema da indisponibilidade de áreas viáveis para

Tabela 1: Vários sinais de estresses abióticos e bióticos para plantas

Estresses abióticos 1. Frio (temperatura baixa e geada) 2. Calor (alta temperatura) 3. Salinidade (sal) 4. Seca (déficit da condição de água) 5. Excesso de água (inundação) 6. Radiação (alta intensidade de luz ultravioleta e visível) 7. Químicos e poluentes (metais pesados, pesticidas e aerossóis) 8. Estresse oxidativo (espécies reativas de oxigênio, ozônio) 9. Vento (partículas de areia e poeira no vento) 10. Privação de nutrientes no solo Estresses bióticos 1. Patógenos (vírus, bactérias e fungos) 2. Insetos 3. Herbívoros

Adaptada de Mahajan e Tuteja , 2005.

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Introdução_________________________________________________________________3

Ferreira, B.S.

cultivo (Sahi et al., 2003; Ashraf e Foolad, 2007). O acumulo de sal proveniente da

utilização incorreta de técnicas de irrigação e drenagem caracteriza o processo de

salinização secundária (Munns, 2005; Chinnusamy et al., 2005).

É estimado que ocorra a salinização de, aproximadamente, 25% das terras

agriculturáveis do planeta dentro dos próximos 25 anos, chegando a 50% até

meados do século XXI (Wang et al., 2003; Mahajam e Tuteja, 2005).

A salinidade do solo pode ser medida pela chamada condutividade elétrica do

extrato de saturação (ECe), que se refere a quantidade total de sais dissolvidos no

solo. Um solo para ser considerado salino deve ter uma ECe de 4 dS m-1, que

corresponde a cerca de 40mM de NaCl (Maas, 1990; Chinnusamy et al., 2005).

Muitas espécies vegetais se mostram sensíveis a valores de condutividade

elétrica de 3 dS m-1, sendo, essa quantidade de sal no ambiente, suficiente para

promover queda de sua produtividade agrícola. Espécies como sorgo, milho e trigo

Tabela 2. Definição de solos salinos e sódicos, cla ssificação segundo o Laboratório de Salinidade da USDA (2005).

Termo Definição Descrição Efeitos no

crescimento da planta

Comentários

Salinidade Solos salinos têm uma alta concentração de sais solúveis. Eles são classificados como salinos quando o ECe é ≥ 4 dS.m-1

Esta definição de salinidade deriva do ECe que fornecerá a redução da maioria da colheita. Entretanto, muitas colheitas são afetadas por um ECe < 4 dS.m-1

Componentes osmóticos e salinos específicos inibem o crescimento de raiz e broto.

ECe é a condutividade elétrica de estratos, e reflete a concentração de sal em solos saturados. A condutividade de 4 dS.m-1 é equivalente a 40 mM de NaCl.

Sodicidade Solos sódicos têm uma baixa concentração de sais solúveis, mas uma alta porcentagem de Na+ permutável (ESP). Eles são classificados como sódicos quando o ESP é ≥ 15.

Esta definição de sodicidade deriva do ESP que causa degradação da estrutura de solos argilosos, causados pelo deslocamento de Na+ e cátions divalentes ligados por cargas negativas em partículas de argila.

A estrutura de solos pobres inibe o crescimento de raízes.

Altos ESP, separam partículas de argila. O solo pobremente drenado , quando molhado, torna-se alagado. Este também se torna muito endurecido quando seco.

Alcalinicidade Solos alcalinos são um tipo de solo sódico com um alto pH. Eles são definidos como tendo um ESP ≥ 15 com um pH de 8,5-10.

O alto pH é causado pelo sal de carbonato em material de origem.

Alto pH afeta a reabsorção de nutrientes

Adaptado de Munns, 2005.

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Introdução_________________________________________________________________4

Ferreira, B.S.

são consideradas moderadamente tolerantes ao estresse salino, pois sobrevivem e

são produtivas em solos com ECe de 10 dS m-1 (100mM NaCl), enquanto que

cevada é produtiva em concentrações de sal 2,5 vezes maiores, sendo classificada

como uma espécie tolerante (Maas e Hoffman, 1977; Munns et al., 2006). Na Tabela

3 estão representadas espécies economicamente importantes e um limite de

salinidade até o qual essas plantas são produtivas. Acima de tais valores de ECe a

produtividade dessas lavouras decai até a morte (Mass, 1990).

1.3- Tolerância vegetal ao estresse salino

A tolerância ao estresse salino pode ser definida como a capacidade de uma

espécie vegetal de crescer, se desenvolver e completar seu ciclo de vida em um

substrato contendo altas concentrações de sal (Parida e Das, 2005).

As espécies vegetais são classificadas quanto à tolerância ao estresse salino

como: 1) sensíveis, 2) moderadamente tolerantes ou 3) tolerantes ao sal. A

classificação leva em consideração parâmetros como desenvolvimento, tempo de

sobrevivência, índices de produtividade em ambiente salino, e, adicionalmente,

concentrações de sais suportadas pela espécie vegetal em questão (Parida e Das,

Tabela 3: Várias plantas cultivadas são susceptíveis à salinidade do solo

Espécie Salinidade (dS m-1) Perda (% por dS m-1)

feijão (Phaseouls vulgaris L.) 1.0 19.0

cebola (Allium cepa L.) 1.2 16.0

pimenta (Capsicum annuum L.) 1.5 14.0

milho (Zea mays L.) 1.7 12.0

cana-de açúcar (Saccharum oficinarum L.) 1.7 5.9

batata (Solanum tuberosum L.) 1.7 12.0

alface (Brassica oleracia var. capitata L.) 1.8 9.7

Tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) 2.5 9.9

arroz (Oryza sativa L.) 3.0 12.0

amendoim (Arachis hypogea L.) 3.2 29.0

soja (Glycine max (L.) Merr.) 5.0 20.0

trigo (Triticum aestivum L.) 6.0 7.1

beterraba (Beta vulgaris L.) 7.0 5.9

algodão (Gossypium hirsutum L.) 7.7 5.2

Cevada (Hordeum vulgare L.) 8.0 5.0

Falta de uma correlação direta entre o limite de salinidade e a diminuição da produtividade por

unidade aumentada na salinidade pode ser atribuída a diferenças na exclusão, entrada,

compartimentalizção e outros mecanismos de tolerância de sal entre as diferentes espécies.

Adaptada de Mass, 1990.

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Introdução_________________________________________________________________5

Ferreira, B.S.

2005; Munns et al., 2006; Cuartero et al., 2006). Geralmente, para quantificar a

resistência vegetal à salinidade são realizadas medidas tais como: a) parâmetros

tipicamente agronômicos: razão de sobrevivência, habilidade de crescimento, peso,

área foliar, taxas de redução de crescimento, necrose foliar; e b) parâmetros

celulares e fisiológicos: supressão da atividade meristemática, perda de tugor,

relação de acúmulo/perda de água, taxas de atividade fotossintética, acúmulo de

íons orgânicos, acúmulo de metabólitos (Ashraf e Harris, 2004; Lutts et al., 2004).

Os primeiros estudos para compreender a natureza da tolerância de espécies

vegetais ao estresse salino datam de duas décadas, quando Flowers e

colaboradores, em 1977, realizaram pesquisas sobre os mecanismos de tolerância

ao sal em halofitas. Essas plantas são capazes de sobreviver e se desenvolver com

altas concentrações de sais em sua rizosfera. Pesquisas indicam que a tolerância

das halófitas ao sal está associada a dois mecanismos: 1) controle da concentração

intracelular de íons, uma vez que essa espécie possui transportadores de K+/Na+

altamente específicos; 2) controle da omesostase osmótica, pelo acúmulo de altos

níveis de açúcares e aminoácidos no citoplasma celular durante a exposição ao sal

(Volkov et al., 2003; Inan et al., 2004; Taji et al., 2004; Vinocur e Altman, 2005). A

Figura 1 mostra a resistência da espécie halófita Thellungiella halophila a altas

concentrações de sais em comparação com a Arabdopisis thaliana (Vinocur e

Altman, 2005). As plantas foram submetidas a concentrações de 0, 200 e 600mM de

NaCl durante 7 dias. Nota-se que a T. halophila foi a espécie que apresentou melhor

performance quando submetida ao estresse.

Durante pesquisas realizadas por Wang e colaboradores em 2004, eles

identificaram 163 genes induzidos por estresse salino em T. halophila. Essa halófita

é evolutivamente muito próxima da Arabdopsis thaliana, que é utilizada como

modelo experimental para o estudo vegetal. Os pesquisadores sugerem a utilização

de T. halophila como um sistema modelo para o estudo de genética molecular em

resposta ao estresse salino em plantas. No entanto, as halofitas Thinopyrum

ponticum e Hordeum marinum, evolutivamente próximas do trigo e cevada, apesar

de seu potencial como modelos de estudo de tolerância a salinidade, não puderam

ser utilizadas para melhorar a tolerância em espécies relacionadas. A

impossibilidade está no fato de a natureza dos mecanismos de tolerância dessas

halófitas não serem completamente conhecidos (Garthwaite et al,. 2005; Colmer et

al., 2005; Colmer et al., 2006).

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Introdução_________________________________________________________________6

Ferreira, B.S.

Figura 1. Thellungiella halophila é um modelo de plantas ideal para estudos de tolerância a salinidade. A figura mostra o perfil de resposta de plantas T. halophila e A. thaliana crescidas por sete dias em potes com meio saturado com 0, 200 e 600mM de NaCl (Fotografia original de A. Altman)

Adaptado de Vinocur e Altman, 2005.

Para tentar compreender o processo de tolerância, devem ser levadas em

consideração as variações ficológicas, bioquímicas e genéticas para as cultivares

dentro de uma mesma espécie, e entre diferentes espécies (Zhu 2002; Royo e Abió,

2003; Steppuhn et al., 2005). Associados aos processos metabólicos inerentes a

cada espécie estão as constantes modificações do meio, propriedades físicas e

químicas de solo, manutenção da irrigação e forma de tratamento da cultura

(Rengasamy, 2002; Munns et al., 2006). A relação entre esses parâmetros torna

complexa a tarefa de desvendar os mecanismos de tolerância vegetal à salinidade

(Ashaf e Foolad, 2007). Portanto, o primeiro passo para a obtenção de espécies

tolerantes é o entendimento dos efeitos causados pelo estresse salino aos tecidos

vegetais e como as plantas respondem a esse estímulo ambiental.

1.4- Mecanismos de resposta vegetal ao estresse sal ino

A salinidade exerce basicamente dois efeitos tóxicos sobre os tecidos

vegetais: 1) o estresse osmótico, que é resultado das altas concentrações de soluto

no solo e do baixo potencial hídrico no meio radicular; e 2) o estresse íon-específico,

que resulta da alteração da razão K+/Na+ e do aumento das concentrações dos íons

Na+ e Cl- nas células devido a aquisição excessiva desses íons (Blumwald, 2000;

Zhu, 2002; Arndt et al., 2004).

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Introdução_________________________________________________________________7

Ferreira, B.S.

Como conseqüências da exposição de plantas ao estresse salino, ocorrem

alterações celulares como, mudanças no potencial osmótico, formação de ROS,

inibição da fotossíntese, modificações na permeabilidade e composição de lipídios

da membrana plasmática e deficiência nutricional (Hasegawa et al., 2000; Mansour

et al., 2003; Sahi et al., 2006; Kim et al., 2007).

1.4.1- Mecanismos de resposta ao efeito osmótico

Quando plantas são expostas a um ambiente salino, a membrana plasmática

das células do sistema radicular entra em contato imediato com os íons livres no

ambiente (Mansour et al., 2003). Como conseqüência deste contato, as células

radiculares perdem água para o meio, uma vez que no solo há uma alta

concentração de solutos (Serrano, 1996; Arndt et al., 2004). Além disso, o sistema

de absorção de água pela planta fica debilitado, causando deficiência hídrica que

culmina em desidratação (Munns et al., 2006).

Uma vez estabelecido o efeito osmótico como conseqüência do estresse

salino, a planta aciona os mesmos mecanismos e vias de resposta de quando é

exposta ao estresse hídrico. Considerando que, o mecanismo chave para a

manutenção da absorção hídrica e do turgor celular é o ajuste osmótico (Moinuddin

et al., 2005; Turner et al., 2007). Nesse contexto, pode-se considerar que os

mecanismos de resposta para estresse hídrico são também aplicados para a

resposta ao efeito osmótico. Uma vez que o balanço hídrico foi alterado, uma série

de modificações metabólicas é iniciada (Lawlor e Cornic 2002; Reddy et al., 2004;

Walter e Shurr, 2005; Richards, 2006). Algumas dessas modificações são

conseqüência direta do potencial osmótico, e outras são resultado da ativação de

cascatas de sinalização e desbalanço hormonal disparados pelo efeito osmótico

(Chaves et al., 2003; Cattivelili et al., 2008). A Tabela 4 mostra uma coletânea de

dados sobre alterações fisiológicas e padrões de resposta de diferentes espécies

vegetais ao estresse hídrico (Cattivelili et al., 2008).

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Introdução_________________________________________________________________8

Ferreira, B.S.

Tabela 4. Desenvolvimento fisiológico relevante em condições de seca. Características Vegetais Efeitos relevantes para

produção Modulação sob estresse Referências

Condutância estomática/temperatura foliar

Consumo de água mais ou menos rápido.

Temperatura foliar reflete a evaporação é função da

condutância estomatal

Aumento da resistência estomatal sob estresse

Jones (1999), Lowlor e Cornic

(2002)

Capacidade fotossintética A modulação da concentração de enzimas

do ciclo de Calvin e elementos de reações de

fase clara

Redução sob estresse Lowlor and Comic (2002)

Tempo de fases fenológicas Tempo de floração. Duração de crescimento e maturidade. Redução no

número de grãos

Avanço da floração de trigo e cevada, atraso em arroz e

assincronia em milho

Slafer et al., (2005), Richards

(2006)

Disponibilidade de amido durante o desenvolvimento

do ovário/embrião

A redução da disponibilidade de amido

leva a redução no número de grãos

Inibição da atividade fotossintética reduz a

disponibilidade de amido

Boyer e Westgate (2004)

Divisão e utilização da reserva no caule

Baixa/alta remobilização de reservas do caule para

o suplemento de sementes, afetando o

peso do grão

Compensação da redução da fotossíntese da folha pelo aumento da remobilização

Blum (1988), Slafer et al.,

(2005)

Aparência verde Atraso de senescência Rajcan e Tollenaar (1999)

Área foliar Tamanho da planta e produtividade relativa

Redução sob estresse (murcha, senescência,

abcissão)

Walter e Shurr (2005)

Profundidade de enraizamento

Alto/baixo extração de água do solo

Redução da massa total, mas aumento da razão raiz/broto,

crescimento no interior do solo úmido, renascimento em

ausência de estresse

Hoad et al., (2001), Sharp et

al., (2004)

Resistência cuticular e gramatura de superfície

Alta ou baixa perda de água

Kerstiens (1996)

Vias fotossintéticas C3/C4/CAM, altamente WUE e com grande

tolerância ao calor de C4 e CAM

Cushman (2001)

Ajuste osmótico Acumulação de solutos: íons, açucares, poli-

açucares, aminoácidos, glicina-betaía

Lenta resposta ao potencial hídrico

Serraj e Sinclair (2002)

Composição de membrana Aumento da estabilidade da membrana e

modificações nas função de aquoporinas

Regulação em resposta a variações do potencial hídrico

Tyerman et al., (2002)

Defesa antioxidante Proteção contra espécies ativas de oxigênio

Aclimatação de sistemas de defesa

Reddy et al., (2004)

Acúmulo de proteínas relacionadas ao estresse

Envolvimento na proteção da estrutura celular e atividade de proteínas

Acúmulo sob estresse Ramanjulu e Bartels (2002), Caltivelli et al.,

(2002)

Adaptado de Cattivelili e colaboradores, 2008.

Como um dos mecanismos de resposta às mudanças no potencial osmótico

do meio, as plantas sintetizam e acumulam metabólitos de baixo peso molecular,

definidos como osmólitos, osmoprotetores ou solutos compatíveis (Hasegawa et al.,

2000; Serraj e Sinclair, 2002; Munns, 2005). Esses compostos quando em altas

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Introdução_________________________________________________________________9

Ferreira, B.S.

concentrações na célula, atuam auxiliando no ajuste osmótico, e em baixas

concentrações atuam na proteção celular (Rhodes et al., 2002; Ashaf e Foolad,

2007).

O termo “soluto compatível” faz referência a solutos que não são tóxicos para

a célula vegetal e que, mesmo em altas concentrações no citosol, são compatíveis

com a atividade metabólica (Wyn Jones et al., 1977). Esses solutos aumentam o

volume do citosol mantendo o turgor e promovendo o balanço osmótico (Munns,

2005). O movimento da água ocorre do compartimento com maior potencial hídrico

para o compartimento de menor potencial hídrico. Os osmoprotetores aumentam a

concentração intracelular inibindo a perda de água pela célula e propiciando sua

aquisição (Mahajan e Tuteja, 2005). Os osmoprotetores mais comumente

observados em plantas são: sacarose, prolina, glicina-betaína, manitol, poliois e

sorbitol (Serrano, 1996; Taji et al., 2002; Bartels e Sunkar, 2005).

Um outro mecanismo de ajuste osmótico consiste no aumento do processo de

síntese de proteínas de membrana envolvidas no movimento da água entre os meios

intracelular e extracelular (Hasegawa et al., 2000; Smart et al., 2001). Tais proteínas

são denominadas aquaporinas e fazem parte de uma superfamília de proteínas

altamente conservadas no reino vegetal, conhecidas como MIP (“major intrinsic

protein super-family”), tais proteínas se apresentam sob múltiplas isoformas (Luu e

Maurel, 2005; Zhang et al., 2007). As aquaporinas aumentam a permeabilidade das

membranas, e atuam mediando o transporte de moléculas de água a favor do

gradiente hídrico. Essas proteínas podem transportar também pequenas moléculas

como glicerol, solutos e íons (Quigley et al., 2002; Tyerman et al., 2002; Zhang et al.,

2007). Os estresses provocados por seca e salinidade afetam a regulação da

quantidade das aquaporinas, bem como de sua distribuição no tonoplasto, em

vesículas internas e na membrana plasmática de células vegetais. A ativação e

regulação das aquaporinas constituem mecanismos de controle do fluxo de água e

consequentemente do potencial osmótico nas células vegetais (Hasegawa et al.,

2000; Smart et al., 2001).

1.4.2- Mecanismos de resposta ao efeito iônico

Além das alterações no potencial osmótico, as células vegetais ainda têm seu

estado iônico modificado como resultado da exposição ao estresse salino. O efeito

iônico ocorre como conseqüência da elevada quantidade de íons dispersos no solo.

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Introdução_________________________________________________________________10

Ferreira, B.S.

A planta internaliza tais íons o que resulta na alteração da razão Na+/K+, que, por

sua vez, aumenta a concentração dos íons Na+ e Cl- no citoplasma. Esse

desbalanço iônico afeta a atividade enzimática, a regulação gênica e inúmeros

outros processos celulares (Flowers 2004; Munns 2005; Vinocur e Altman 2005; Sahi

et al., 2006).

Para diminuir os níveis citosólicos de Na+, as células vegetais restringem a

aquisição de Na+, acionam mecanismos de compartimentalização de Na+ no vacúolo

e, ainda, ativam proteínas responsáveis por excluir o íon do citoplasma (Hasegawa

et al., 2000; Tester e Davenport, 2003; Davenport et al., 2005; Gepstein et al., 2006).

Desta forma, uma regulação precisa do sistema de transporte de íons, através da

membrana citoplasmática e da membrana do vacúolo, é crítico para a tolerância ao

estresse salino (Chinnusamy et al., 2005).

Para eliminar as altas concentrações intracelulares de íons é realizada a

regulação de proteínas transportadoras de íons que integram a membrana

plasmática e a membrana do vacúolo (Mansour et al., 2003; Ashaf e Harris, 2004).

Tais proteínas têm sido denominadas transportadores de membrana ou proteínas

transportadoras de íons e estão envolvidas com o controle do potencial de

membrana e com a transdução de sinais em plantas (Zimmermann et al., 1999;

Zimmermann e Sentenac, 1999).

Em ambientes hipersalinos as concentrações extracelulares de Na+ são

elevadas, isso favorece a formação de um gradiente eletroquímico, o que possibilita

o transporte passivo de do íon para o interior celular (Blumwald, 2000). A entrada de

Na+ na célula dissipa o potencial da membrana plasmática, o que facilita a entrada

de Cl- contra o gradiente eletroquímico. Esse fenômeno não ocorreria em condições

normais, onde o gradiente eletroquímico na região interna da membrana plasmática

é negativo (-100 a -120mV). Nessas condições, a entrada de Cl- seria mediada por

um transportador ativo. Os mecanismos de entrada de Na+ na célula não são

totalmente esclarecidos, porém, dados fisiológicos indicam que o Na+ compete com

o K+ pelos sítios de ligação localizados nas proteínas transportadoras (Hasegawa et

al., 2000; Munns, 2005).

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Introdução_________________________________________________________________11

Ferreira, B.S.

1.4.2.1- Mecanismos de aquisição de Sódio

Em condições fisiológicas as células vegetais tendem a manter uma alta

razão entre os íons K+ /Na+ no citosol, onde os níveis de K+ são relativamente altos e

os níveis de Na+ são baixos (Tester e Davenport, 2003; Munns et al., 2006).

Em seu estado normal as células vegetais possuem uma concentração de K+

de 100-200mM, enquanto que as concentrações de Na+ são cerca de 20 vezes

menores, variando de 1-10mM (Taiz e Zeiger, 2002). O K+ é um dos íons mais

abundantes no meio intracelular, e é um nutriente essencial para as plantas,

enquanto que o íon Na+, se passar da concentração basal, torna-se tóxico para o

sistema vegetal (Takahashi et al., 2007). É de grande importância se elucidar os

mecanismos de seletividade de transporte entre os íons Na+ e K+, uma vez que uma

das rotas para a entrada de Na+ na célula é através de transportadores de K+ (Maser

et al., 2002).

Dentre as primeiras proteínas transportadoras de íons identificadas em

plantas estão duas proteínas para transporte de K+. Tais proteínas foram

identificadas em plantas de Arabidopsis e denominadas: AKT1 (Arabidopsis K+

transporter 1) e KAT1 (K+ Arabidopsis thaliana channel 1). Os genes para essas

proteínas foram clonados e utilizados para ensaios de complementação funcional em

cepas de leveduras mutantes defectivas para transporte de K+ (Sentenac et al.,

1992; Basset et al., 1995; Spalding et al., 1999). Para concentrações fisiológicas

normais dos íons Na+ e K+ no meio extracelular, tais proteínas são seletivas para K+.

Porém quando ocorre um aumento nos níveis de Na+ no meio externo, tais

carreadores passam a transportar Na+ em vez de potássio, para dentro das células

(Blumwald et al., 2000; Munns, 2005).

Outra proteína transportadora para a aquisição de K+, HKT1, foi inicialmente

caracterizada como um transportador de alta afinidade a K+ (Schachtman e

Schroeder, 1994). Posteriormente, essa proteína foi definida como um simporter

para Na+/K+ em uma variedade de espécies vegetais (Uozumi et al., 2000; Rus et al.,

2001; Golldack et al., 2002). Ensaios demonstraram que baixas concentrações de

Na+ no meio externo estimulam o transporte de K+ pela proteína transportadora e, ao

contrário, o aumento dos níveis de Na+ no meio extracelular, inibe o transporte de K+

pela proteína HKT1, induzindo a aquisição de Na+ para o meio intracelular (Rubio et

al., 1995; Horie et al., 2001; Golldack et al., 2002).

Page 28: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Introdução_________________________________________________________________12

Ferreira, B.S.

Durante estudos realizados por Kader e colaboradores (2006) eles mostraram

que os genes OsHKT1, OsHKT2 e OsVHA (um transportador de H) são regulados

diferencialmente sob variados tempos de exposição a NaCl e têm padrões de

expressão distintos para duas cultivares de arroz, uma sensível e outra tolerante.

Associando seus dados com resultados obtidos por outros pesquisadores para os

mesmos genes, Kader e seus colaboradores (2006), propõem um modelo (Esquema

1) que descreve as possíveis funções para os genes OsHKT1, OsHKT2 OsHKT8 e

OsVHA na manutenção dos níveis intracelulares de Na+ e K+, demonstrando o

importante papel desses transportadores na detoxificação celular e manutenção da

razão Na/K sob estresse salino.

Uma outra família de transportadores com alta afinidade ao íon K+, é a família

de proteínas Kup/Hak, essas proteínas já foram isoladas e caracterizadas em

bactérias, fungos e vegetais superiores (Blumwald, 2000).

Esquema 1. Modelo descrevendo as funções possíveis de OsHKT1, OsHKT2 e OsVHA na homeostáse da regulação citosólica de Na+/K+. OsHKT1 (círculos vermelhos) funciona como um sistema de importação de Na+ (Garciadeblás et al., 2003), OsHKT2 (círculos azuis) funciona como um simporter do par K+-Na+ (Horie et al., 2001), OSHKT8 (círculos verdes) funciona como um transportador de Na+ (mas desempenham um importante papel na manutenção da homeostase de K+ na folha; Rus et al., 2005) e OsVHA (circulos amarelos) energiza o antiporter tonoplastídico de Na+/H+ para compartimentalizar Na+ citosólico dentro dod vacúolos (Golldack e Dietz, 2001). Abreviações: EC- célula epidermal; CC- célula cortical; EnC- célula endodermal; VAC - célula associada aos vasos; BSC - célula do feixe da bainha; MC - célula do mesófilo; CoC - célula companheira.

Adaptado de Kader e colaboradores, 2006.

Xilema Floema

Folha

Faixa de Casparina

Raiz

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Introdução_________________________________________________________________13

Ferreira, B.S.

Em plantas, as proteínas HAK (“High Affinity K+ Transporter”) e KUP (K+

Uptake) foram os primeiros transportadores de K+ a serem caracterizados, eles

foram isolados de cevada (Santa-Maria et al., 1997) e Arabdopisis (Quintero e Blatt,

1997), respectivamente, e mostraram similaridade com transportadores de K+ de E.

coli e levedura. Posteriormente, seqüências para HAK e para KUP foram isoladas e

caracterizadas e várias outras espécies vegetais (Rubio et al., 2000; Banuelos et al..

2002; Su et al., 2002; Martinez-Cordero et al., 2004). Apesar de apresentarem uma

afinidade maior ao K+, esses transportadores são permeáveis a íons Na+ quando em

ambientes salinos (Takahashi et al., 2007).

1.4.2.2- Mecanismos de exclusão de sódio

Um dos mecanismos de tolerância à salinidade, desenvolvido pelas plantas é

a exclusão de Na+ do citoplasma de suas células (Zhu, 2002; Mahajam e Tuteja

2005; Sahi et al., 2006). Os altos níveis de Na+ no citosol, adquiridos em função da

alta concentração de cátions do ambiente salinizado, são eliminados por meio de

proteínas transportadoras de íons localizadas na membrana plasmática (Blumwald et

al., 2000; Parida e Das, 2005).

Um dos principais componentes envolvidos na tolerância ao estresse salino é

a via de sinalização SOS (“Salt Overly Sensitive”). Essa via é composta por três

proteínas, SOS1, SOS2 e SOS3, que ao interagirem culminam na exclusão de Na+

do citoplasma e, ainda, influenciam na ativação de outras proteínas transportadoras

atuando para o restabelecimento da omeostase iônica (Mahajan e Tuteja, 2005;

Munns, 2005). Essas proteínas foram identificadas por Liu e Zhu em 1998, durante

ensaios de caracterização de mutantes de Arabdopisis.

A descoberta da via SOS foi muito importante para a compreensão dos

mecanismos de resposta ao estresse salino, uma vez que possibilitou a associação

das vias de transporte iônico com a sinalização induzida por Ca2+ (Zhu, 2002).

Vários trabalhos apontam para um aumento da concentração de Ca2+ no meio

intracelular como resposta à salinidade. As moléculas de Ca2+ são carreadas para o

interior celular vindas do apoplasto, o aumento transiente da concentração do íon

dispara uma cascata de sinalização que inicia o processo de adaptação celular ao

estresse (Cramer et al., 1987; Lauchli e Schubert, 1989; Knight et al., 1997; Liu e

Zhu, 1998).

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Introdução_________________________________________________________________14

Ferreira, B.S.

O gene SOS3 codifica uma proteína que possui um domínio de ligação ao

Ca2+. Quando os níveis intracelulares de Ca2+ estão altos, esses íons se ligam à

SOS3 e a proteína altera sua conformação. Essa mudança conformacional habilita

SOS3 a interagir com a próxima proteína da via, a SOS2 (Ishitani et al., 2000).

O gene SOS2 codifica uma proteína do tipo serina/treonina quinase que

possui um domínio catalítico amino-terminal e um domínio regulatório carboxi-

terminal. Em uma situação normal a proteína SOS2 permanece em estado inativo,

em um sistema de auto-inibição (Albrecht et al., 2001). A proteína SOS3 interage

com a SOS2 retirando-a de seu estado de auto-inibição e tornando-a uma proteína

quinase ativa, em um sistema dependente de Ca2+ (Halfter et al., 2000).

No próximo passo da via a proteína SOS2 fosforila a proteína SOS1 ativando-

a. SOS1 e uma proteína que possui domínios transmembrana e tem atividade

antiporter de Na+/H+, uma vez ativada essa proteína inicia um mecanismo de

exclusão de Na+ do citoplasma (Shi et al., 2000).

Além da ativação de SOS1, é proposto que o complexo SOS2-SOS3

influenciem na atividade de outros transportadores de íons. Zhu (2002) sugeriu que

o complexo SOS2-SOS3 atue inibindo a expressão do gene HKT1 ou inativando a

proteína. HKT1 media o transporte de Na+ para o citoplasma durante o estresse

salino, uma vez que o sistema SOS2-SOS3 inative esse transportador contribui para

o restabelecimento da omeostase iônica. Trabalhos realizados por Quintero e

colaboradores (2002) demonstraram que SOS2-SOS3 interagem com proteínas

antiporter de Na+/H+ localizados no vacúolo e contribuem para o processo de

compartimentalização do Na+. O esquema 2 resume o mecanismo de funcionamento

da via SOS e sua atuação na resposta ao estresse salino (Mahajan e Tuteja, 2005).

O mecanismo de exclusão de Na+ depende de um gradiente eletroquímico

gerado por proteínas de membrana plasmática conhecidas como H+-ATPase. Tais

proteínas são codificadas por uma família multigênica (Hasegawa, 2000). Em

Arabdopisis thaliana foram identificados 10 genes que codificam diferentes

subunidades de H+-ATPases. Genes para essas ATPases têm sido clonados de

diferentes espécies vegetais (Morsomme e Boutry, 2000).

Page 31: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Introdução_________________________________________________________________15

Ferreira, B.S.

Esquema 2. Regulação da omeostase iônica por SOS e vias relacionadas à adaptação ao estresse salino. O estresse salino é percebido por receptores desconhecidos (?) presentes na membrana plasmática (PM) da célula. Isto inclui uma perturbação citosólica de cálcio, a qual é sentida por SOS3, que modifica sua conformação de uma maneira dependente de Ca2+ e interage com SOS2. Essa interação libera SOS2 de sua auto-inibição resultando em sua ativação. SOS2 ativada e em complexo com SOS3, fosforila SOS1, um antiporter Na+/H+, resultando em efluxo do excesso de Na+. O complexo SOS3-SOS2 interage e influencia outras vias de resposta a sal, resultando em omeostase iônica. Este complexo inibe a atividade de HKT1 (transportador de Na+ de baixa afinidade) restringindo a entrada de Na+ para o citosol. SOS2 interage com NHX (antiporter Na+/H+ de vacúolo), ativando-o, o que resulta no seqüestro do excesso de íons Na+, contribuindo, mais uma vez, para a omeostase iônica. CAX1 (antiporter H+/Ca2+) foi identificado como um alvo adicional para SOS2, sua atividade contribui para a restauração da omeostase de Ca2+.

Adaptado de Mahajan e Tuteja, 2005.

Estresse salino (excesso de Na +)

Sensor de sal?

Aumento de Ca +2

Proteínas motoras?

?

SOS3 (CBL) (Sensor de Ca +2)

SOS2 (CIPK)

SOS3 + SOS2 CAX1

Homeostase de Ca+2

(Antiporter de V-Ca+/H+)

?

HKT (Transportador de Na +

de baixa afinidade) NHX

(Antiporter de V-Na +/H+) SOS1

(Antiporter de PM-Na +/H+)

Efluxo de PM-Na + Bloqueio da entrada de Na + Na+ no vacuolo

Na+ CITOPLASMÁTICO BAIXO

TOLERÂNCIA Á SALINIDADE

TRANSPORTADORES

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Introdução_________________________________________________________________16

Ferreira, B.S.

1.4.2.3- Mecanismos de compartimentalização de sódi o e cloro

As plantas são capazes de compartimentalizar o Na+ dentro do vacúolo, e

esse pode constituir um mecanismo de tolerância à salinidade (Blumwald et al.,

2000). O processo de compartimentalização de Na+ no vacúolo requer transporte

dependente de energia. Observa-se que um dos efeitos imediatos do tratamento

com NaCl é a alcalinização do vacúolo. Proteínas antiporter de Na+/H+ associadas a

vesículas tonoplastídicas foram indicadas como parcialmente responsáveis por essa

alcalinização (Hasegawa et al., 2000).

As proteínas antiporter de Na+/H+ promovem o transporte de Na+ para o

interior do vacúolo utilizando a energia do gradiente eletroquímico gerado por

proteínas de membrana de vacúolo que translocam prótons H+ (Blumwald, 1987;

Hasegawa et al., 2000). Transportadores do tipo antiporter de Na+/H+ têm sido

caracterizados em levedura. Foi demonstrado que um transportador denominado

NHX1, tem participação no seqüestro intracelular de Na+, nesses organismos (Nass

et al., 1997).

A primeira proteína antiporter de Na+/H+ identificada em plantas foi

encontrada em Arabdopisis thaliana e denominada AtNHX1 (Apse et al., 1999;

Gaxiola et al., 1999). O gene AtNHX1 codifica uma proteína de tonoplasto que atua

compartimentalizando íons Na+ dentro do vacúolo (Gaxiola et al., 1999). A expressão

de AtNHX1 sofre aumentos consideráveis sob estresse mediado por NaCl e KCl,

sugerindo uma rota na resposta à estresse osmótico e iônico (Schachtman e Liu,

1999). A atividade desses antiporteres tem sido relacionada a várias espécies

vegetais como: arroz (Fukuda et al., 1999), algodão (Wu et a.,l 2004), trigo (Brini et

al., 2005), Atriplex gmelini (Hamada et al., 2001) e Brassica napus (Wang et al.,

2003).

As proteínas transportadoras responsáveis por gerar o gradiente de prótons

no vacúolo são as H+-ATPases (V-ATPase) e as H+-PPases (VPPase) (Blumwald,

1987). As V-ATPases constituem um complexo multienzimatico composto por 10

subunidades. Essa holoenzima é caracterizada em plantas e as subunidades que a

compõe são: A, B, C, D, E, F, G, H, subunidade Proteolipídica e subunidade c

(Ratajczak, 2000). As V-PPase são bombas de H+ encontradas em membranas de

vacúolo de plantas. Dois clones de cDNA codificando V-PPases de arroz (OVP1 e

OVP2) foram isolados e seqüenciados. As V-PPases têm sido encontradas

unicamente em plantas vasculares e algas (Sakakibara et al., 1996). Foram

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Introdução_________________________________________________________________17

Ferreira, B.S.

encontradas algumas diferenças quanto a sensibilidade entre as V-PPases e as

demais bombas de prótons H+. As V-ATPases são seletivamente inibidas por azida,

vanadato e bafilomicina. É sabido que nenhum desses compostos inibe as V-

PPases, sendo estas inibidas especificamente por aminometilendifosfanato e

3,3’,4’,5-tetrachorosalicilamida (Sakakibara et al., 1996).

Além da compartimentalização do Na+, a planta envia os íons Cl- excedentes

no citoplasma para o interior do vacúolo. Este transporte é mediado por proteínas

transportadoras ou carreadores de membrana que se acoplam ao Cl- e movimentam

este íon através do vacúolo a favor do gradiente de prótons. É sugerido que

transportadores antiporter de Cl-/H+ também estejam envolvidos nos processos de

compartimentalização deste ânion no vacúolo (Hasegawa et al., 2000).

Transportadores de cloro têm sido isolados em algumas espécies e uma família

conhecida como CLC tem sido mais estudada (Barbier-Brygoo et al., 2000).

Com base nos trabalhos de identificação e caracterização dos diferentes

canais, bombas e transportadores de íons envolvidos nos mecanismos de resposta

vegetal ao estresse salino, nós apresentamos um modelo (Esquema 3) que

representa a distribuição e localização, na célula vegetal, dos principais

transportadores envolvidos com os mecanismos de aquisição, efluxo e

compartimentalização de íons durante o estresse salino.

1.5 – Plantas de arroz e cana-de-açúcar como modelo s de estudo

1.5.1- A cana-de-açúcar ( Saccharum sp.)

Estudos indicam que a cana-de-açúcar é originária da Nova Guiné, no início

do século XX existiam 167 variedades nativas dessa espécie na região (Lima 1984;

Cesnik e Miocque, 2004; Barbosa, 2007). No Brasil a cana-de-açúcar foi introduzida

dois anos após o descobrimento do país, Martin Afonso de Souza iniciou a cultura

em 1502 na Capitania de São Vicente (Barbosa, 2007).

A cana-de-açúcar pertence à família Poaceae, uma família economicamente

importante da qual também fazem parte os cereais: milho, trigo, arroz, sorgo, entre

outros. As cultivares modernas de cana-de-açúcar são híbridos derivados do

cruzamento de Saccharum officinarum e Saccharum spontaneum.

Essa espécie se desenvolve em forma de touceiras, possui uma parte

subterrânea representada por raízes e rizomas e uma parte aérea, composta por

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Introdução_________________________________________________________________18

Ferreira, B.S.

Altas concentrações de NaCl

Citosol

Vacúolo

Esquema 3- Transportadores de íons localizados na membrana plasmática e na membrana de vacúolo em células vegetais. Proteínas transportadoras de sódio, cloro e hidrogênio envolvidas nos mecanismos de aquisição, efluxo e compartimentalização de íons.

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Introdução_________________________________________________________________19

Ferreira, B.S.

colmos, onde se alternam folhas formando uma bainha. Ainda compõe a parte aérea

uma inflorescência do tipo panícula, onde se encontram as flores, que são

hermafroditas (Lima, 1984; Cesnik e Miocque, 2004).

A cultura canavieira está distribuída em cerca de 20 milhões de hectares em

mais de 90 países, a maioria destes localizados no terceiro mundo. Essa

monocotiledônea vem sendo amplamente cultivada e utilizada na economia

agroindustrial, o seu principal produto é a sacarose que é acumulada no colmo da

planta (Vettore et al., 2003).

No Brasil, essa cultura ocupa um papel de destaque desde o período colonial,

quando produtos extraídos, como o açúcar, o álcool, a aguardente, e os resíduos

industriais, já apresentavam valor comercial (Figueiredo, 2000; Meirelles, 2006).

O maior responsável pelo substancial aumento da cultura açucareira no Brasil

foi um programa nacional criado há 26 anos, chamado PROÁLCOOL (Programa

Nacional do Álcool) (Bocado, 1998). O PROÁLCOOL foi um importante programa de

incentivo ao uso de um combustível alternativo ao petróleo, o álcool.

Conseqüentemente, este programa incentivou a cultura canavieira, já que dessa

cultura é possível obter-se bilhões de litros de álcool, um combustível de baixa

emissão de carbono (Masuda, 2001). Segundo dados do IBGE, o Brasil, que é o

maior produtor mundial de cana-de-açúcar, possuindo uma área plantada de 7,04

milhões de hectares e produção de cerca de 442 milhões de toneladas da planta. De

acordo com as estimativas de mercado a exportação de açúcar e álcool foi

responsável por, aproximadamente, 53% do valor total de agroprodutos exportados

pelo país (Brasil, 2006a; Brasil, 2007).

Em 1999, elevado volume de recursos foi investido em pesquisas para o

conhecimento do genoma da cana-de-açúcar. Foi criado o projeto SUCEST

(“Sugarcane EST Genome Project”) financiado pela FAPESP e FAPEPE. Esse

projeto visou seqüênciar genes transcritos em diferentes tecidos de cana-de-açúcar

sob variadas condições fisiológicas (Vettore et al., 2001). O resultado deste projeto

foi a obtenção de 291,689 ESTs (“Expressed Sequence Tags”), que foram

agrupados em 43,141 “Clusters” (Vettore et al., 2003).

Os dados de seqüências gerados pelo projeto SUCEST, somados a utilização

de ferramentas como bioinformática, macro e microarranjos, têm sido de primordial

importância para a identificação de novos genes de cana-de-açúcar, bem como para

estudos de genômica funcional, transcriptoma e expressão gênica (Vettore et al.,

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Introdução_________________________________________________________________20

Ferreira, B.S.

2001; Drummond et al., 2001; Ferreira, 2002; Nogueira et al., 2003; Vettore et al.,

2003; Araújo et al., 2005; De Rosa Jr et al., 2005; Nogueira et al., 2005; Camargo et

al., 2007; Rocha et al., 2007).

1.5.2- O arroz ( Oryza sativa L.)

O arroz é o principal componente da dieta de mais da metade da população

mundial, e é amplamente cultivado tanto em regiões tropicais quanto naquelas de

clima temperado. O arroz, juntamente com o trigo, cevada e milho, pertence à

família Poaceae, uma família de monocotiledôneas em Angiospermae. Tal família,

subdivide-se em três subfamílias: Bambuscoideae (ex. arroz e bambu),

Festucoideae (ex. trigo e cevada) e Pinacoideae (ex. Milho e Sorgo). Na subfamília

Bambuscoideae, todos os membros são primariamente adaptados às áreas

chuvosas ou regiões pantanosas tropicais. O gênero Oryza compreende cerca de 20

espécies, dentre as quais apenas 2 são cultivadas, Oryza sativa L. e Oryza

glaberrima Steud. A primeira delas é amplamente cultivada, em regiões tropicais e

temperadas, enquanto a segunda é endêmica do leste da África.

Cultivares de arroz, Oryza sativa foram classificados inicialmente em 2

principais tipos, designados Indica e Japônica. A diferenciação envolveu caracteres

morfológicos e sorológicos (Kato et al., 1928). Um terceiro tipo foi identificado por

Matsuo (1952), designado como tipo C e, posteriormente denominado Javânica

(Morinaga, 1954).

O ciclo de vida do arroz varia entre 100 e 210 dias. Em climas temperados, a

duração média entre o plantio e a colheita é de aproximadamente 140 dias. A

temperatura e o comprimento do dia são os fatores ambientais que exercem mais

influencia sobre o desenvolvimento de plantas de arroz. Segundo Vergara (1970), o

desenvolvimento de plantas de arroz pode ser dividido em 3 fases: A fase vegetativa

(compreendida entre a germinação da semente e o inicio da formação da panícula);

a fase reprodutiva (entre a formação da panícula e a antese) e a fase de

amadurecimento (entre a antese e a completa maturação). A diferença na duração

total do desenvolvimento deve-se principalmente a fase vegetativa, cuja duração

depende da sensibilidade do cultivar ao comprimento de dia e à temperatura

(Vergara, 1970; Vergara e Chang, 1976).

Cerca de 73% da produção mundial de arroz é obtida por meio de cultivo com

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Introdução_________________________________________________________________21

Ferreira, B.S.

irrigação. Em contrapartida, sabe-se que o mau uso das técnicas de irrigação aumenta

a salinidade dos solos a níveis prejudiciais às plantas. Assim, faz-se necessário o

desenvolvimento de cultivares de arroz que apresentem tolerância ao estresse salino,

para compensar o aumento da salinidade nesses solos.

A progressiva salinização de solos agriculturáveis limita a distribuição de

plantas por diversas áreas naturais e diminui as opções de espaços cultiváveis.

Adicionalmente, o estresse salino é responsável por grandes quedas da

produtividade agrícola de espécies vegetais economicamente importantes. Tal

estresse, promove modificações na fisiologia vegetal, alteração de vias

bioquímicas, acarreta toxicidade metabólica, indução de espécies reativas de

oxigênio (ROS), desequilíbrio iônico e osmótico, e alteração da expressão

gênica a níveis transcricional e pos-transcricional. Diante aos danos causados

pela salinidade aos tecidos vegetais, uma regulação precisa da resposta ao

estresse salino representa um passo chave para a adaptação e sobrevivência

vegetal. Assim, a compreenção dos mecanimos de regulação gênica em

resposta ao estresse salino torna-se uma linha de investigação de grande

relevância para desvendar as rotas de resposta de espécies vegetais ao

estresse salino. Dentro deste contexto, o presente trabalho teve como objetivo

geral a identificação de genes envolvidos na resposta ao estresse salino,

através de macroarranjo, em plantas de arroz e cana-de-açúcar. Para tanto

este estudo foi dividido em duas partes. A primeira parte foi dedicada à

identificação de genes de arroz e cana-de-açúcar, envolvidos na resposta a

salinidade através de hibridação heteróloga e validação da expressão dos

genes identificados pela utilização da técnica de RT-PCR semiquantitativo,

neste manuscrito a primeira parte foi referida como Capítulo 1 e intitulada

“Estudo da regulação de genes em resposta ao estresse salino em cana-de-

açúcar e arroz através de ensaios de hibridação hereróloga.” Durante a

segunda parte do presente trabalho o objetivo principal foi à implementação da

técnica de macroarranjo, para a análise de genes de cana-de-açúcar (cv.

CB47-89), diferencialmente expressos durante a exposição à NaCl, essa parte

foi referida como Capítulo 2 e recebeu o título “Implementação da técnica de

macroarranjo para o estudo da regulação degenes de cana-de-açúcar em

resposta ao estresse salino”.

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Ferreira, B.S.

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Capítulo 1

ESTUDO DA REGULAÇÃO DE GENES EM RESPOSTA AO ESTRESSE SALINO EM CANA-DE-AÇÚCAR E ARROZ ATRAVÉS D E

ENSAIOS DE HIBRIDAÇÃO HERERÓLOGA

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Introdução _____________________________________________________________ Capítulo 1_ 36

1- INTRODUÇÃO

A identificação e caracterização de genes de resposta e/ou resistência ao

estresse salino em plantas tem sido alvo de diversas pesquisas em todo o mundo.

Nos últimos anos, têm se destacado as análises comparativas de genomas

(Nogueira et al., 2003; Guillaumie et al., 2007); o uso de bibliotecas de subtração

(Sahi et al., 2003; Shiozaki et al., 2005); e a análise da expressão de conjuntos

gênicos, em larga escala, através de macroarranjos e microarranjos de DNA (Rocha,

2007; Guillaumie et al., 2007). Investigações utilizando macroarranjos permitiram

caracterizar genes de reposta em Zea mays, Arabidopsis thaliana, Oryza sativa,

Medicago truncatula, entre outras espécies (Boursiac et al., 2005, Sahi et al., 2006,

Jia et al., 2006, Merchan et al., 2007).

Dentre as espécies vegetais de interesse econômico, o arroz tem sido

bastante caracterizado quanto a sua reposta a salinidade (Kim et al., 2007; Chitteti e

Peng, 2007). Diversos trabalhos têm permitido a identificação de genes e vias

ativados durante a resposta ao estresse salino, em variedades de arroz sensíveis e

tolerantes (De Souza-Filho et al., 2003; Kader et al., 2006). A cana-de-açúcar, por

sua vez, é uma monocotiledônea que tem despertado crescente interesse em todo o

mundo, como uma importante matéria-prima para a produção de biocombustíveis

(Schubert, 2006; Somerville, 2007). Entretanto, os conhecimentos acerca dos

mecanismos de resposta a estresses ambientais, incluído a salinidade, são

escassos nesta espécie (Joshi e Naik, 1980; Plaut et al., 2000).

Os trabalhos de seqüênciamento e análise do transcriptoma da cana-de-

açúcar têm fornecido novas ferramentas para a identificação de genes de interesse

(Vettore et al., 2003; Vincentz et al., 2004; Rocha et al., 2007). A comparação entre

o transcriptoma de cana-de-açúcar e as seqüências do genoma de arroz revelou que

81,6% dos genes apresentam similaridade (Vincentz et al., 2004). A similaridade de

seqüências entre os genes das duas espécies torna viável o estudo comparativo da

expressão gênica pela aplicação da técnica de hibridação heteróloga. Essa

abordagem tem sido amplamente utilizada para estudos comparativos da expressão

gênica entre diferentes espécies de mamíferos (Hitell e Storey, 2001), peixes (Renn

et al., 2004), insetos (Meiklejohn et al., 2003) e plantas (Tasseva et al., 2004). Esses

trabalhos têm permitido a identificação de vários genes de plantas, regulados em

resposta a diferentes condições ambientais e envolvidos em variadas vias

Page 53: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Introdução _____________________________________________________________ Capítulo 1_ 37

metabólicas (Girke et al., 2000; Amagai et al., 2003; Tasseva et al., 2004). Uma vez

detectados, os genes expressos diferencialmente são, então, validados em seus

sistemas homólogos (Amagai et al., 2003).

O presente trabalho teve como objetivo a identificação de genes de resposta

à salinidade através da utilização de um sistema de hibridação heteróloga.

Inicialmente, realizou-se uma caracterização de atividade fotossintéticas através da

medida de Fv/Fm e uma caracterização dos danos provocados pelo estresse salino

em ambas as espécies através de ensaios para mensurar a peroxidação de lipídios.

Em seguida, transcritos obtidos de folhas de plantas de arroz, em condição controle

ou tratada com 150 mM de NaCl, foram utilizados como sonda em um ensaio de

hibridação contra membranas de macroarranjo contendo 2.304 clones de cDNA de

cana-de-açúcar. Dentre os clones induzidos, três foram selecionados para validação

via RT-PCR semiquantitativo, com iniciadores homólogos, tanto em amostras de

arroz quanto de cana-de-açúcar. Adicionalmente, tais genes tiveram sua expressão

avaliada, em cana-de-açúcar, quanto à resposta temporal ao estresse salino, bem

como aos estresses promovidos por estresse osmótico PEG (polietilenoglicol),

ferimento e KCl.

Page 54: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Objetivos_______________________________________________________________Capítulo 1_ 38

2- OBJETIVOS

O ojetivo da primeira parte do presente trabalho (Capítulo 1) foi a

identificação de genes de resposta à salinidade através da utilização de um

sistema de hibridação heteróloga.

2.1- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1- Caracterizar a Fv/Fm e a peroxidação de lipídios de tecido foliar de plantas

de cana-de-açúcar e arroz, para avaliação dos danos provocados pelo

estresse salino em ambas as espécies;

2- Hibridar membranas de macroarranjo contendo 2.304 clones de cDNA de

cana-de-açúcar transcritos contra sonda de cDNA obtido de folhas de plantas

de arroz, em condição controle ou tratada com 150 mM de NaCl;

3- Validar os dados obtidos por macroarranjo, via RT-PCR semiquantitativo,

com iniciadores homólogos, tanto em amostras de arroz quanto de cana-de-

açúcar;

4- Avaliar a expressão, em cana-de-açúcar, dos genes SsENO1, SsNAC23 e

SsADH1 quanto à resposta temporal ao estresse salino, bem como aos

estresses promovidos por PEG, ferimento e KCl.

Page 55: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Materiais e Métodos ________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

39

3- MATERIAL E MÉTODOS

3.1- Material Biológico

3.1.1. Material vegetal e condições de cultivo

Sementes de arroz (Oryza sativa L., cv Taichung Native 1) foram obtidas do

International Rice Institute, Los Baños, Filipinas. As sementes foram germinadas em

substrato (Plantmax) e mantidas em casa de vegetação, com fotoperíodo de 12h, até

a idade de 14 dias.

Plântulas de cana-de-açúcar, cv CB47-89, cultivadas in vitro foram cedidas pelo

pesquisador Josil Carneiro- Biofábrica- UFRRJ- Campos Leonael Miranda. As

plântulas de cana-de-açúcar, com 15 dias, foram mantidas in vitro em meio MS

(Murashige e Skoog, 1962) e repassadas para frascos estéreis contendo MS a cada

15 dias. As plântulas foram utilizadas com 60 dias de idade.

Plantas de cana-de-açúcar, cv CB47-89, cultivadas em solo por 120 dias, foram

cedidas pelo pesquisador Josil Carneiro- Biofábrica- UFRRJ- Campos Leonael

Miranda. As plantas foram mantidas em casa de vegetação por 48h e, então utilizadas

para ensaios de fisiologia.

3.1.2- Condições de tratamento das plantas de arroz e cana-de-açúcar para ensaios de

RT-PCR e fisiologia

3.1.2.1- Tratamentos para os ensaios de RT-PCR

Plantas de arroz com 14 dias, foram transferidas do substrato (Plantmax), para

vermiculita e embebidas em solução nutritiva (Yoshida, 1976). A um grupo de plantas

foi adicionado 150 mM de NaCl (tratado) e outro grupo não recebeu o agente

estressante (controle), após 24h as plantas foram coletadas, divididas em folhas,

bainhas e raízes e, então, armazenadas a -20oC. As plântulas de cana-de-açúcar, com

60 dias, foram transferidas para meio MS acrescido (tratadas) ou não (controles) de

150 mM de NaCl. As plantas foram coletadas após 0, 3, 24 e 48 h de exposição a

NaCl, separadas em folhas, bainhas, e raízes, e armazenadas a -20oC. Um outro grupo

de plântulas foi submetido aos seguintes estresses: 150 mM de NaCl, 150 mM de KCl,

PEG 15% e ferimento durante 24 h. Após esse período, as plântulas foram separadas

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Materiais e Métodos ________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

40

em folhas, bainhas, e raízes, e armazenadas a -20oC. Todos os ensaios de estresse

foram realizados em duplicata.

3.1.2.2- Tratamentos para os ensaios de fisiologia

Plantas de arroz com 14 dias, foram transferidas do substrato (Plantmax), para

vermiculita e embebidas em solução nutritiva (Yoshida, 1976). A um grupo de plantas

foi adicionado 150 mM de NaCl (tratado) e outro grupo não recebeu o agente

estressante (controle). As plantas foram mantidas em NaCl durante 24 horas, e, tanto

as tratadas como a controle, foram utilizadas para leituras de FV/Fm nos intervalos de

0, 2, 4, 6, 8, 12, 18 e 24 h. As plantas controle e tratadas tiveram suas folhas

coletadas no tempo 24h para a realização dos ensaios de peroxidação.

Plantas de cana-de-açúcar, com 120 dias, mantidas em solo, foram embebidas

em solução nutritiva (Yoshida, 1976) contendo 150mM de NaCl (tradada) ou sem NaCl

(controle). As plantas foram mantidas em NaCl durante 24 horas, e, tanto as tratadas

como a controle, foram utilizadas para leituras de FV/Fm nos intervalos de 0, 2, 4, 6, 8,

12, 18 e 24 h. As plantas controle e tratadas tiveram suas folhas coletadas no tempo

24h para a realização dos ensaios de peroxidação. Todos os ensaios foram realizados

em seis réplicas. Apenas três das réplicas foram utilizadas para os ensaios de

peroxidação de lipídios.

3.2- Análise fisiológica e bioquímica das plantas t ratadas com estresse salino

3.2.1- Medidas de eficiência fotoquímica do fotossistema II

A análise da eficiência fotoquímica foi feita por meio de um fluorímetro portátil

de luz modulada (MINI-PAM, Walz, Alemanha). A eficiência fotoquímica do

fotossistema II (Fv/Fm) foi estimada pela razão variável (Fv=Fm-Fo) para o campo

de fluorescência máxima. As amostras foram adaptadas ao escuro por 20 min e a

fluorescência mínima (F0) foi obtida com medições dentro da freqüência de 600 Hz,

onde o campo de máxima fluorescência (Fm) foi determinado após exposição a um

pulso de luz saturante de 0,8 s. Todas as leituras foram feitas na região mediana da

primeira folha intacta completamente expandida, abaixo do cartucho foliar, foram

realizadas seis repetições. As medidas de Fv/Fm foram realizadas a partir do início

do estresse (tempo 0) e após 2, 4, 6, 8, 12, 18 e 24 h de exposição a 150 mM de

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Materiais e Métodos ________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

41

NaCl para arroz e cana-de-açúcar.

3.2.2- Determinação da peroxidação de lipídeos

A peroxidação lipídica foi determinada pelo conteúdo de MDA

(malondialdeido), baseado na metodologia proposta por Dhindsa e Matowe (1981).

Foram utilizados para os ensaios 500 mg de tecido foliar de cana-de-açúcar e 73 mg

de tecido foliar arroz de amostras tratadas (150 mM de NaCl por 24 h) e controles

(sem NaCl). As amostras foram homogeneizadas em 5 mL de uma solução contendo

TCA (ácido tricloroacético) 0,175mM e PVPP (polivinil poli pirrolidona) 0,0175mM. O

homogenato foi centrifugado a 10000Xg por 5 min e o sobrenadante usado para o

experimento. Para cada alíquota de 1 mL do sobrenadante foram adicionados 4 mL

da solução de TCA 20% contendo TBA (ácido tiobarbitúrico) 0,5%. A mistura foi

aquecida a 95 °C por 30 min e então resfriada rapid amente em gelo. Após

centrifugação de 10000 x g por 10 min, a absorvância do sobrenadante foi lida a 535

nm e corrigida pela subtração da absorbância não-específica a 600 nm. Devido a

limitada especificidade do método, a concentração de espécies reativas de TBA foi

calculada usando o coeficiente de extinção de 155 mM-1 cm-1, e os resultados foram

expressos como nmol TBARs por grama de tecido fresco.

3.3- Análises do padrão de expressão gênica das pla ntas submetidas ao

estresse salino

3.3.1- Hibridação das membranas de cDNA

As membranas de nylon Hybond-N (Amersham Biosciences, Piscataway, NJ)

contendo os 2.304 clones de cDNA de cana-de-açúcar foram confeccionadas de

acordo com metodologia descrita por Nogueira et al., (2003) a partir de diferentes

bibliotecas de cDNA: calos tratados e não tratados por frio (CL6), cartucho foliar

(LR1/LR2), meristema apical (AM1/AM2), plântulas infectadas com H.

rubrisubalbicans (HR1) ou A. diazotroficans (AD1) e inter-nó (ST1/ST2) de cana-de-

açúcar. Os clones foram adquiridos do Centro de Brasileiro de Coleção de Clones

(BCCCenter, UNESP, Jaboticabal, Brasil). Cada EST foi fixado duas vezes em cada

membrana.

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Materiais e Métodos ________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

42

Para estimar variações na quantidade de DNA nos pontos de hibridação da

membrana foi marcada uma sonda de oligonucleotídeos que reconheciam a

seqüência do gene Ampr contida no vetor pSPORT (Invitrogen) usado nas

bibliotecas de cDNA (Vettore et al., 2001). Esta sonda foi sintetizada por PCR com

os iniciadores ‘5-GTGGTCCTGCAACTTTATCCGC-3’ e ‘5-

TAGACTGGATGGAGGCGGATAA-3’ na presença de [33P]CTP. Após hibridação e

lavagens as membranas foram expostas por 96 h em “imaging plates” e então foram

escaneadas em phosphorimager FLA3000-G (Fujifilm,Japão).

Após registro da imagem, a sonda foi removida das membranas através de

fervura em solução contendo 0,175mM de SDS. Em um segundo momento, as

membranas foram hibridadas com a sonda de cDNA de arroz tratado e controle. A

hibridação ocorreu durante 18 h a 42 oC seguindo as especificações descritas pelo

protocolo de Schummer et al., (1997), salvo pequenas alterações. Após a hibridação

foram efetuadas duas lavagens com 2x SSC (60mM de citrato de sódio e 600mM de

NaCl), 0,175mM SDS, uma com 1x SSC, 0,175mM SDS e duas lavagens com 0,1x

SSC, 0,175mM SDS, todas a 65 oC por 15 min (Desprez et al., 1998). Após as

lavagens as membranas foram expostas por 96 h em “imaging plates” e então

escaneadas em “PhosphorImager” FLA3000-G (Fujifilm, Japão).

3.3.2- Extração de RNA total e síntese de cDNA

RNA total foi extraído de tecido foliar de plantas de arroz controle e tratado com

150 mM de NaCl por 24 h pelo método de extração baseado em LiCl-Fenol (Prescott

e Martin, 1987). As reações de transcrição reversa foram realizadas usando 30 µg

de RNA total, 156 pmoL de Oligo (dT18v), 0,5 x Tampão de Primeira Fita (Gibco-

BRL); 5 mM DTT; 20 U RNAguard; 0,5 mM ATG; 50 µCi α33P-dCTP; 250 U

SuperScript II (Gibco - BRL). Foi realizada uma incubação a 42 ºC por 20 min, em

seguida foi feito um acréscimo de 0,25 mM dCTP e incubação por mais 1 h. A sonda

foi purificada em coluna G-50 (AP-Biotech, U.S.A.) de acordo com recomendações

do fabricante. A incorporação de α33P-dCTP na sonda marcada foi medida em um

contador de cintilação líquida (1217 Rack Beta).

3.3.3- Análise de dados das membranas de Macroarranjo

O programa ArrayVision (Imaging research, Canadá) foi usado para

quantificação dos sinais nos pontos de hibridação das membranas. As áreas para

Page 59: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Materiais e Métodos ________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

43

analise foram delimitadas manualmente ao redor de cada ponto de hibridação e o

“background” local foi subtraído automaticamente. Para a normalização da

inetensdade de sinal entre as membranas replica, foi criado um fator de correção

correspondente à média dos valores de intensidade de sinal de todos os pontos de

hibridação de cada membrana. Os fatores foram aplicados aos valores de

intensidade de cada ponto de hibridação, resultando em uma razão correspondente

ao valor do sinal corrigido (Schummer et al., 1999). Em cada filtro, a variação de

sinal entre os pontos replica foi medido como a razão entre sua intensidade de sinal.

Para calcular a hibridação não-específica nos filtros, 12 pontos representando o

plasmidio vazio foi usado, em cada membrana, como um controle negativo para a

hibridação. Os ESTs de cana-de-açúcar com valores de intensidade maiores do que

a média de intensidade do controle negativo, mais 2 vezes o desvio padrão foram

considerados para análise. O desvio padrão e a média da razão de expressão (log2

transformado) para membranas tratadas por NaCl formam estimados, para

estabelecer a base na qual, um dado ponto de hibridação representaria uma

alteração na expressão gênica. ESTs mostrando um padrão de expressão com

valores de pelo menos 1,5 SD acima da média da razão de expressão do tratamento

em comparação ao controle foram usados (p>0,05) (Nogueira et al., 2003; De Rosa

Jr et al., 2005).

3.3.4- RT e PCR semiquantitativo

RNA total de folhas de plântulas de cana-de-açúcar e plantas de arroz foi

extraído com Trizol (Invitrogen), seguindo as recomendações do fabricante.

Aproximadamente 30 µg de RNA total foi utilizado para purificação de mRNA usando

o kit PolyAT tract mRNA Isolation System IV (Promega).

Para a reação de transcrição reversa 0,5 µg de mRNA foram adicionados de

70 pmoL de Oligo (dT18v), 1x Tampão de Primeira Fita (Invitrogen), 10 mM de DTT,

20 U de RNAse Out (Invitrogen), 1,0 mM de dNTPs e 100 U da enzima Superscript II

(Invitrogen). A reação foi incubada a 42 ºC por 90 min.

Para a PCR foram utilizados 0,5 µl de cDNA, 0,2 mM dNTPs, 1,5 mM MgCl2,

1X Taq buffer (MBI Fermentas, Lituânia), 10 pmol de iniciadores (Tabela 1), 2 U de

Taq DNA polimerase I (MBI Fermentas, Lithuania) em um programa (94 oC por 45 s,

Tm oC [Tabela 1] por 45 s, 75 oC por 1 min e 30 s). As condições de PCR para cada

gene foram estão listadas na Tabela 1.

Page 60: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Materiais e Métodos ________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

44

As amostras da PCR foram separadas em gel de agarose 1,2% e coradas em

SYBR Gold Nucleic Acid Stain (Invitrogen), segundo recomendações do fabricante.

A intensidade das bandas foi determinado através do software TotalLab-TL100

(Nonlinear Dynamics). A intensidade relativa de cada banda foi normalizada pelos

valores de intensidade de banda da actina (controle interno), gerando-se, assim uma

razão numérica corrigida.

Tabela 1: Lista dos iniciadores usados durante os ensaios de RT-PCR semiquantitativo

Espécie vegetal Gene Iniciadores (forward-F e reverse-R) Tm (ºC) ciclos

cana-de-açúcar SsENO1 F 5’-TGGAAAGGGTTGTCATTGGA-3’

R 5’-GTAGACAGCAGCAGCACCAA-3’ 55 28

cana-de-açúcar SsADH1 F 5’-AGCTAGGAAGTTTGGTTGTA-3’

R 5’-CAGCATTGACTCTTTTATTA-3’ 57 33

cana-de-açúcar Actina F 5’-TGGTGCAGAGAGGTTCAGGT-3’

R 5’-TCACAAACAGGTCACGAAGC-3’ 55 28

cana-de-açúcar/

arroz SsNAC23

F 5’-CAGAGCCAGCCCAAGAT-3’

R 5’-GCACTACCTACCCCCATT-3’ 55 27

arroz SsENO1 F 5’-CTTCTTAGGATTGAGGAGG-3’

R 5’-GCCATAATAACAAAAGCCAT-3’ 55 23

arroz SsADH1 F 5’-TTGGAGAGGGTGTGACTGAT3’

R 5’-CATACCGTACTATTACTGATTGA-3’ 60 35

arroz Actina F 5’-TCCATCTTGGCATCTCTCAG-3’

R 5’-GTACCCGCATCAGGCATCTG-3’ 55 25

Page 61: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

45

4- RESULTADOS

4.1- Efeito do estresse salino sobre eficiência fot oquímica e a peroxidação de

lipídios em arroz e cana-de-açúcar

O efeito fisiológico do tratamento com 150 mM de NaCl em plantas de arroz e

cana-de-açúcar foi avaliado pela estimativa do dano causado no rendimento

quântico do fotossistema II (PSII) (Fv/Fm). Conforme apresentado na Figura 1A, o

estresse ocasionado pelo NaCl durante as primeiras 18 h de exposição afeta

severamente o rendimento quântico do PSII em plantas de arroz. Após as primeiras

18 h os níveis de rendimento quântico do PSII começam a subir, revelando uma

tendência ao restabelecimento dos valores iniciais de Fv/Fm, chegando a uma

recuperação quase total às 24 h de exposição ao NaCl. Em contrapartida, para

cana-de-açúcar, o tratamento com 150 mM de NaCl, durante 24 h, não promoveu

danos detectáveis ao rendimento quântico do fotossistema II (Figura 1A).

Amostras das mesmas plantas foram utilizadas para avaliação dos níveis de

peroxidação de lipídeos, representados pela concentração TBARS. Como pode ser

observado na Figura 1B, o nível de peroxidação é aproximadamente 63% maior em

plantas de arroz sob estresse salino, e aproximadamende 67% maior em plantas de

cana-de-açúcar tradadas com NaCl.

Juntos, os resultados fornecidos pelas análises de Fv/Fm e peroxidação de

lipídios revelam que, em cana-de-açúcar, embora o estresse não seja suficiente para

promover perdas de rendimento quântico da fotossíntese, danos ao sistema de

membranas podem ser observados.

4.2- Identificação de genes de arroz e cana-de-açúc ar induzidos por estresse

salino através de hibridação heteróloga

A identificação de genes induzidos em resposta ao estresse salino foi

realizada através de um ensaio de macroarranjos, via hibridação heteróloga.

Membranas contendo clones de cDNA de cana-de-açúcar, provenientes de

bibliotecas de cDNA de calos tratados por frio e calor (CL6), plantas de cana-de-

açúcar infectadas por H. rubrisubalbicans (HR1) ou A. diazotroficans (AD1), cartucho

foliar (LR1/LR2), inter-nó (ST1/ST2) e meristema apical (AM1/AM2), foram

hibridadas contra sonda de cDNA obtidas a partir de tecido foliar de plantas de arroz

Page 62: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

46

Figura 1- Efeito do estresse salino sobre funções f isiológicas em arroz e cana-de-açúcar . (A) Variação de Fv/Fm em plantas de arroz (TN-1) e cana-de-açúcar (CB47-89) medida em diferentes tempos de exposição a estresse mediado por 150mM de NaCl. Cada ponto corresponde ao valor médio de 6 experimentos independentes para cada tratamento. As medições foram efetuadas por um fluorímetro de luz modulada. As barras verticais representam o desvio padrão entre as 6 repetições independentes (B) A peroxidação de lipídeos foi determinada, indiretamente, pelo conteúdo de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em nmol/g de tecido vegetal. Resultados de peroxidação para plantas de arroz (TN-1) e cana-de-açúcar (CB47-89) controle (barras pretas) e tratada com 150mM de NaCl por 24h (barras cinzas). As barras verticais representam o desvio padrão entre as médias de 3 repetições independentes.

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

9 0

1 0 0

1 1 0

TB

AR

S (

nmo

l g-1 F

W)

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

9 0

1 0 0

1 1 0

TB

AR

S (

nmo

l g-1 F

W)

0 4 8 1 2 1 6 2 0 2 4 2 80 ,0

0 ,1

0 ,2

0 ,3

0 ,4

0 ,5

0 ,6

0 ,7

0 ,8

Fv/

Fm

T im e (H o u r s )

C o n tro l N a C l 1 5 0 m M

A Arroz Cana-de-açúcar

B

Controle NaCl 150 mM Controle NaCl 150 mM

0 2 4 6 8 1 2 1 8 2 40 , 0

0 , 1

0 , 2

0 , 3

0 , 4

0 , 5

0 , 6

0 , 7

0 , 8

Fv/

Fm

T im e ( H o u r s )

C o n t r o l N a C l 1 5 0 m M

Arroz Cana-de-açúcar

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

9 0

1 0 0

1 1 0

TB

AR

S (

nmo

l g-1 F

W)

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

9 0

1 0 0

1 1 0

TB

AR

S (

nmo

l g-1 F

W)

0 4 8 1 2 1 6 2 0 2 4 2 80 ,0

0 ,1

0 ,2

0 ,3

0 ,4

0 ,5

0 ,6

0 ,7

0 ,8

Fv/

Fm

T im e (H o u r s )

C o n tro l N a C l 1 5 0 m M

A Arroz Cana-de-açúcar

B

Controle NaCl 150 mM Controle NaCl 150 mM

0 2 4 6 8 1 2 1 8 2 40 , 0

0 , 1

0 , 2

0 , 3

0 , 4

0 , 5

0 , 6

0 , 7

0 , 8

Fv/

Fm

T im e ( H o u r s )

C o n t r o l N a C l 1 5 0 m M

Arroz Cana-de-açúcar

Tempo (horas) Tempo (horas)

Controle Controle

Page 63: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

47

expostas a NaCl (24 h) ou não (controle). Foram analisados 2.304 clones de cDNA

de cana-de-açúcar distribuídos em três membranas distintas, o ensaio foi realizado

em duplicata (Figura 2).

A análise das membranas permitiu identificar 14 genes induzidos por estresse

salino. A Tabela 2 apresenta os clones identificados, os níveis de significância, os

valores de indução e o grau de similaridade das seqüências com genes já

caracterizados em diferentes espécies. Os genes induzidos foram agrupados

segundo o sistema de categorização descrito por Vettore e colaboradores (2003),

como se segue: três genes envolvidos no metabolismo de RNA e transcrição

(endoribonuclease E, helicase, “RING Zinc Finger Protein”), três envolvidos com

bioenergética (S-adenosilmetionina decarboxilase, álcool desidrogenase, enolase).

Quatro seqüências não apresentaram função conhecida quando comparadas em

bancos de dados internacionais de seqüências e apresentaram similaridade com

seqüências de O. sativa. Foi identificada, ainda, uma seqüência similar ao gene

SsNAC23, previamente identificado em cana-de-açúcar como responsivo a

estresses ambientais. Os demais genes encontrados estão envolvidos com o

crescimento e desenvolvimento vegetal, dinâmica celular e metabolismo de

proteínas.

Três genes foram escolhidos para validar os dados de macroarranjo, através

de RT-PCR semiquantitativo, em arroz e cana-de-açúcar. Os genes que codificam

uma enolase (denominado SsENO1), SsNAC23 e álcool desidrogenase

(denominado SsADH1) tiveram seu padrão de expressão avaliado em folhas

controle e tratadas (24 h de exposição a 150 mM de NaCl). Na Figura 3, estão

representados os gráficos de expressão para os três genes, em ambas as espécies.

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Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

48

Figura 2- Representação da membranas utilizadas para os ensai os de Macroarranjos. Membranas réplicas (contendo os mesmos ESTs nas mesmas posições) foram hibridadas com cDNA de tecido foliar de plantas de arroz não estressadas por NaCl controle e submetidas a 24h de estresse com 150mM NaCl. Três membranas contendo 768 clones de cDNA cada foram hibridadas, totalizando 2.304 clones investigados. O ensaio foi realizado em triplicata.

Controle NaCl 150mM

(Replica 1)

(Replica 2)

(Replica 3)

Controle NaCl 150mM

(Replica 1)

(Replica 2)

(Replica 3)

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Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

49

Tabela 2- Genes induzidos por estresse salino em cana-de-açúcar e arroz identificados por macroarranjo

a Número de acesso no GenBank b Função esperada segundo resultados de similaridade de seqüência no GenBank (BLASX) c Indução estimada de níveis estatisticamente significantes d Taxas de expressão entre a intensidade normalizada relativa a tratamento (NaCl) e o controle

Acesso a Provável Função b E-Value Similaridade Indução exp. 1 c

Inducão exp. 2 c Pd

Bioenergética

CA096227 S-Adenosilmetionina

Decarboxilase 1E-09

Narcissus pseudonarcissus 3,1 2,1 <0,04

CA180022 Álcool Desidrogenase 1E-77 Zea mays 3,4 2,0 <0,04

CA097056 Enolase 2 1E-95 Zea mays 2,1 12,7 <0,04

Metabolismo de ácidos nucléicos

CA120545 Helicase 4E-51 Arabidopsis thaliana 2,8 3,0 <0,01

CA097046 Endoribonuclease E 5E-72 Oryza sativa 3,5 1,9 <0,04

CA097080 Provável “RING Zinc Finger “ 3E-37 Arabidopsis thaliana 1,8 3,0 <0,04

Metabolismo de proteínas

CA120056 Proteína Ribosomal L9 60S 3E-78 Oryza sativa 3,9 3,9 <0,01

Dinâmica celular

CA119600 Proteína ligada a Calmodulina

Kinesina-like 2E-43 Zea mays 4,2 2,7 <0,01

Resposta ao estresse

CA097882 NAC23 3E-117 Saccharum sp 2,1 3,4 <0,04

Desenvolvimento da planta

CA096206 Fator de resposta a Auxina

(ARF1) 2E-38

Phyllostachys praecox 2,3 2,7 <0,01

Função desconhecida

CA096459 Proteína hipotética 3E-32 Oryza sativa 1,8 2,6 <0,04

CA096434 Proteína hipotética 2E-31 Oryza sativa 1,8 2,0 <0,04

CA096435 Proteína hipotética 1E-48 Oryza sativa 1,8 5,6 <0,04

CA096025 Proteína hipotética 2E-04 Oryza sativa 2,1 1,8 <0,04

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Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

50

Na Figura 3A estão representados os resultados de indução para o gene

SsENO1. Os valores de indução encontrados por RT-PCR confirmam os resultados

encontrados nos ensaios de macroarranjo. A exposição ao estresse provocou uma

indução do gene em 3,5 vezes para cana-de-açúcar e em 2,8 vezes para arroz, com

relação às plantas controle. Similarmente, o gene SsNAC23 é induzido por NaCl em

arroz e cana-de-açúcar, mostrando uma resposta mais acentuada em cana-de-

açúcar (Figura 3B). Os resultados para os genes SsENO1 e SsNAC23 mostraram

que esses genes são induzidos em cana-de-açúcar e arroz confirmando os dados de

macroarranjos (Figura 3A e 3B). No entanto, o gene para SsADH1 apresentou

resultados diferentes para cana-de-açúcar e arroz (Figura 3C). Em arroz o gene

demonstrou uma indução de 5,3 vezes sob estresse salino, esse dado está de

acordo com os resultados de macroarranjo, onde houve uma indução de 2,7 vezes.

Em contraste, para cana-de-açúcar, o gene foi reprimido em resposta ao estresse

salino.

4.3- Expressão dos genes SsEno1, SsNAC23 e SsADH1 de cana-de-açúcar em

resposta a diferentes tempos de exposição à NaCl

Foi realizado um ensaio de RT-PCR semiquantitativo para investigar a

expressão dos genes SsENO1, SsNAC23 e SsADH1 em folhas de cana-de-açúcar,

após exposição a 150 mM de NaCl durante 0, 3, 24 e 48 h (Figura 4). O gene

SsENO1 apresenta uma indução de 1,4 vezes nas primeiras 3 h de exposição da

planta ao estresse salino, chegando a 2,2 vezes dentro de 24 h (Figura 4A). Após 24

h, a expressão do gene entra em declínio.

O gene SsNAC23 é fortemente induzido por estresse salino em folhas de

cana-de-açúcar, com o maior nível de indução dentro das primeiras 3 h de

exposição. Mesmo após 48 h, o gene apresenta níveis de indução 1,3 vezes

maiores que o controle (Figura 4B).

O gene SsADH1 apresenta uma discreta indução nas primeiras 3 h de

estresse (Figura 4C). Após esse período os níveis de expressão tendem a se reduzir

chegando, após 48 h, a valores inferiores aos observados na condição controle.

Novamente, os dados confirmam que, em cana-de-açúcar, o gene SsADH1 é

reprimido após 24 h de estresse salino.

Page 67: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

51

Figura 3- Validação dos dados de Macroarranjo atrav és de ensaios de RT-PCR semiquantitativo . Produtos de RT-PCR para os genes SsENO1 (A), SsNAC23 (B) SsADH1 (C), de tecido foliar plantas de cana-de-açúcar e arroz controle e tratadas (NaCl 150mM/24h) foram separados em gel de agarose 1,2%. Os gráficos comparam a indução dos genes em ensaios de RT-PCR de arroz, RT-PCR de cana-de-açúcar e Macroarranjo. Os valores representam a média de indução em 2 ensaios independentes.

Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h Controle NaCl 24hACTIN

SsENO1

SsENO1RT-PCR Cana RT-PCR Arroz

AArray

SsNAC23

ACTIN

SsNAC23

Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h

BRT-PCR Cana RT-PCR Arroz Array

SsADH1RT-PCR Cana RT-PCR Arroz

ACTIN

SsADH1

C

Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h

Array

1,0

3,52,8

1,0

7,0

1,0

1,0

7,7

1,0

4,2

1,02,8

1,0 0,7 1,0

5,3

1,02,7

Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h Controle NaCl 24hACTIN

SsENO1

SsENO1RT-PCR Cana RT-PCR Arroz

AArray

SsNAC23

ACTIN

SsNAC23

Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h

BRT-PCR Cana RT-PCR Arroz Array

SsADH1RT-PCR Cana RT-PCR Arroz

ACTIN

SsADH1

C

Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h Controle NaCl 24h

Array

1,0

3,52,8

1,0

7,0

1,0

1,0

7,7

1,0

4,2

1,02,8

1,0 0,7 1,0

5,3

1,02,7

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Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

52

Figura 4- Análise do padrão de expressão temporal d os genes SsENO1, SsNAC23 e SsADH1 em resposta ao estresse salino em folhas de cana-de-açúcar (CB4789). Produtos de RT-PCR semiquantitativo para os genes SsENO1 (A), SsNAC23 (B) e SsADH1 (C) foram separados em gel de agarose 1,2%. A RT-PCR foi realizada a partir de de tecido foliar de plantas de cana-de-açúcar (CB4789) submetidas a NaCl 150mM em diferentes tempos de exposição. Valores de densitometria das bandas foram utilizados para gerar os gráficos de expressão dos genes estudados. Os valores representam a média de indução em 2 ensaios independentes.

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

SsADH1

(C)

ACTINA

SsADH1

0

8 0

1 6 0

2 4 0

3 2 0

4 0 0

SsNAC23(B)

ACTINA

SsNAC23

SsENO1

(A) SsENO1

ACTINA

0

2 5

5 0

7 5

1 0 0

1 2 5

1 5 0

0h 3h 24h 48h

1.0 1.42.2

0.5

0h 3h 24h 48 h

1.0

3.1 2.81.3

0h 3h 24h 4 8h

1.0 1.30.7 0.4

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Nív

el d

e E

xpre

ssão

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

SsADH1

(C)

ACTINA

SsADH1

0

8 0

1 6 0

2 4 0

3 2 0

4 0 0

SsNAC23(B)

ACTINA

SsNAC23

SsENO1

(A) SsENO1

ACTINA

0

2 5

5 0

7 5

1 0 0

1 2 5

1 5 0

0h 3h 24h 48h

1.0 1.42.2

0.5

0h 3h 24h 48 h

1.0

3.1 2.81.3

0h 3h 24h 4 8h

1.0 1.30.7 0.4

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Page 69: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

53

4.4- Efeito de diferentes estresses abióticos sobre o padrão de expressão dos

genes que codificam SsENO1, SsNAC23 e SsADH1 de cana-de-açúcar

Ensaios de RT-PCR foram realizados com o intuito de avaliar a expressão dos

genes SsENO1, SsNAC23 e SsADH1, em folhas de plântulas de cana-de-açúcar

expostas a ferimento, estresse osmótico (PEG 15%), estresse salino mediado por

150 mM de NaCl e estresse salino mediado por 150 mM de KCl durante 24 horas

(Figura 5).

O gene SsENO1 mostrou indução para todos os estresses testados (Figura

5A). Ocorreu uma indução de aproximadamente 1,9 vezes para ferimento, 2,1 vezes

para estresse osmótico (PEG 15%), 1,6 vezes para NaCl e 1,1 vezes para KCl.

O gene SsNAC23 também apresentou indução em resposta a todos os

tratamentos (Figura 5B), apresentando uma indução de 1,8 vezes em resposta a

ferimento, indução de 2,4 vezes para estresse osmótico (PEG 15%) e uma indução

de 2,2 vezes para os dois sais testados, NaCl e KCl.

O gene SsADH1 foi induzido 1,2 vezes em resposta a ferimento. Entretanto,

este gene é reprimido em plântulas de cana-de-açúcar expostas, durante 24 h, a

PEG 15%, 150 mM de NaCl e 150 mM de KCl (Figura 5C).

Page 70: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Resultados _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

54

Figura 5- Perfil de expressão dos genes SsENO1, SsNAC23 e SsADH1 em resposta diferentes estresses abióticos em folhas d e cana-de-açúcar (CB47-89). Produtos de RT-PCR semiquantitativo para os genes SsENO1 (A), SsNAC23 (B) e SsADH1 (C) foram separados em gel de agarose 1,2%. A RT-PCR foi realizada a partir de tecido foliar de plantas de cana-de-açúcar (CB47-89) submetidas diferentes agentes estressantes. Valores de densitometria foram utilizados para gerar os gráficos de expressão dos genes estudados. Os valores representam a média de indução em 2 ensaios independentes.

Nív

el d

e E

xpre

ssão

0

4 0

8 0

1 2 0

1 6 0

SsADH1

(C)

ACTINA

SsADH1

0

7 0

1 4 0

2 1 0

2 8 0

(B)

ACTINA

SsNAC23

SsNAC23

0

1 0 0

2 0 0

3 0 0

(A)

ACTINA

SsENO1

SsENO1

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.01.9 2.1 1.6 1.1

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.01.8

2.4 2.2 2.2

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.0 1.2

0.4 0.50.9

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Nív

el d

e E

xpre

ssão

0

4 0

8 0

1 2 0

1 6 0

SsADH1

(C)

ACTINA

SsADH1

0

7 0

1 4 0

2 1 0

2 8 0

(B)

ACTINA

SsNAC23

SsNAC23

0

1 0 0

2 0 0

3 0 0

(A)

ACTINA

SsENO1

SsENO1

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.01.9 2.1 1.6 1.1

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.01.8

2.4 2.2 2.2

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.0 1.2

0.4 0.50.9

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Nív

el d

e E

xpre

ssão

0

4 0

8 0

1 2 0

1 6 0

SsADH1

(C)

ACTINA

SsADH1

0

7 0

1 4 0

2 1 0

2 8 0

(B)

ACTINA

SsNAC23

SsNAC23

0

1 0 0

2 0 0

3 0 0

(A)

ACTINA

SsENO1

SsENO1

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.01.9 2.1 1.6 1.1

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.01.8

2.4 2.2 2.2

Controle Ferida PEG NaCl KCl

1.0 1.2

0.4 0.50.9

Nív

el d

e E

xpre

ssão

Nív

el d

e E

xpre

ssão

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Discussão _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

55

5- DISCUSSÃO

O dano ocasionado pela salinidade sobre a eficiência fotoquímica em

diferentes espécies vegetais tem sido demonstrado por muitos trabalhos (Jiang et

al., 2006, Broetto et al., 2007). Neste contexto, a fluorescência da clorofila a é um

parâmetro fisiológico amplamente utilizado para se avaliar o efeito de estresses

ambientais sobre as plantas (Lu et al., 2003, Poulson et al., 2006). No intuito de

avaliar o efeito do estresse salino sobre a eficiência fotoquímica, plantas de cana-de-

açúcar e arroz foram tratadas com 150 mM de NaCl durante um período de 24 h.

Para a razão Fv/Fm, os resultados revelaram que, em arroz, o estresse provocou

forte redução no rendimento quântico da fotossíntese (Figura 1A). Esses dados

estão de acordo com De Souza-Filho e colaboradores (2003) que avaliaram a

eficiência fotossintética de quatro cultivares de arroz e demonstraram que o estresse

salino promove queda na razão Fv/Fm em um período de 24 h. Em cana-de-açúcar,

entretanto, tal condição não foi suficiente para promover inibição, sugerindo maior

tolerância desta espécie, no aspecto avaliado.

Diversos trabalhos têm demonstrado a produção de espécies reativas de

oxigênio (ROS) como resposta ao estresse salino em plantas (Ashaf e Harris, 2004).

O acúmulo de ROS nos tecidos vegetais promove diversos danos ao metabolismo

celular, afetando a estrutura e atividade de enzimas, promovendo quebras em

ácidos nucléicos e gerando a peroxidação de lipídios de membrana (Parida e Das

2005). Nossos trabalhos permitiram verificar que cana-de-açúcar e arroz apresentam

aumento nos níveis de peroxidação lipídica quando expostas ao estresse salino

(Figura 1B), sugerindo a ocorrência de danos oxidativos em ambas as espécies. A

peroxidação de lipídios induzida por estresse em cana-de-açúcar já foi demonstrada

por Molinari e colaboradores (2007), quando expuseram plantas á seca. Portanto,

embora as análises do rendimento quântico da fotossíntese tenham apresentado

dados distintos para arroz e cana-de-açúcar, os dados de peroxidação de lipídios

revelam que a exposição a 150 mM de NaCl promove estresse em ambas espécies.

Muitos estudos têm utilizado arranjos de cDNA para avaliar modificações na

expressão gênica em resposta a estresses, em plantas (Seki et al., 2002, Zheng et

al., 2004, Wang et al., 2004, Sreenivasulu et al., 2006). Similarmente, vários estudos

têm utilizado abordagens de hibridação heteróloga, em arranjos de DNA e cDNA,

Page 72: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Discussão _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

56

entre espécies geneticamente próximas (Renn et al., 2004; Hittel e Storey, 2001;

Rise et al., 2004; Tasseva et al., 2004; Amagai et al., 2003). Em nossos trabalhos de

macroarranjos, membranas contendo 2.304 ESTs de cana-de-açúcar foram

hibridadas contra sondas de cDNA obtidas de plantas de arroz, expostas ao estresse

salino (Figura 2). Nossos dados revelaram a aplicabilidade de trabalhos de

hibridação heteróloga para a detecção de genes induzidos por estresses entre estas

espécies. Um total de 14 genes mostrou-se induzido em resposta ao estresse

(Tabela 2). A pequena porcentagem de genes identificados pode ser explicada pela

escolha aleatória dos ESTs usados para confecção das membranas. Resultados

semelhantes foram obtidos durante os ensaios realizados por Nogueira e

colaboradores (2003) e De Rosa Jr e colaboradores (2005) que, ao analisarem o

mesmo conjunto de clones de cDNA, encontraram 59 genes induzidos por frio e 26

genes induzidos por metil-jasmonato, respectivamente. Além disso, tais bibliotecas

de cDNA foram construídas a partir de plantas cultivadas em condições normais, ou

seja, não estressadas.

Os ESTs SsENO1, SsNAC23 e SsADH1 foram selecionados para validação

dos macroarranjos via ensaios de RT-PCR semiquantitativo, utilizando

oligonucleotíedeos específicos para cada uma das duas espécies. Os resultados

foram consistentes com os dados obtidos para macroarranjo para os genes SsENO1

e SsNAC23 (Figura 3A e 3B). Para o gene SsADH1 foram encontrados resultados

contrastantes entre macroarranjo e RT-PCR. Tais resultados podem ser explicados

porquê, nos testes de macroarranjo foram utilizadas sondas provenientes de plantas

de arroz, onde a expressão do gene SsADH1 é induzida pelo estresse (Figura 3C).

Enquanto, para os testes de RT-PCR foram utilizados transcritos de cana-de-açúcar,

onde a expressão desse gene é reprimida pelo estresse, conforme demonstrado nas

Figuras 3C, 4C e 5C.

Vários trabalhos demonstram a indução dos genesSsENO1, SsNAC23 e

SsADH1 em resposta a diferentes estresses ambientais em plantas (Minhas e

Grover 1999, He et al., 2005). A enolase (2-phospho-d-glycerate hydratase; 4.2.1.11)

é uma enzima chave na via glicolítica, extensivamente estudada e caracterizada em

várias espécies de fungos, plantas e animais (Giallongo et al., 1986, Lebioda et al.,

1989, Lal et al., 1998). Adicionalmente, esta enzima têm sido associada à resposta

vegetal a estresses ambientais como salinidade, frio, estresse hídrico e hipoxia

(Minhas e Grover 1999, Lal et al., 1998, Lee et al., 2002). Em nossos trabalhos, o

Page 73: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Discussão _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

57

gene SsENO1 foi induzido em folhas de cana-de-açúcar, em resposta ao estresse

provocado por 150 mM de NaCl, ferimento, PEG 15% e 150 mM de KCl (Figura 5A).

Vários trabalhos têm demonstrado a ativação deste gene em resposta a diferentes

estresses ambientais em Arabidopsis (Lee et al., 2002), milho (Riccardi et al., 1998)

e arroz (Minhas e Grover, 1999), corroborando nossos resultados obtidos em cana-

de-açúcar.

O gene SsNAC23 pertence à família NAC (Nogueira et al., 2005), uma classe

de reguladores transcricionais amplamente caracterizada no reino vegetal (Tran et

al., 2004; Meng et al., 2006). Os membros da família NAC têm sido associados a

mecanismos de desenvolvimento vegetal (Olsen et al., 2005), sinalização hormonal

(Greve et al., 2003), resposta à infecção por patógenos (Selth et al., 2005) e reposta

a diversos estresses ambientais (Tran et al., 2004; Nogueira et al., 2005).

Adicionalmente, genes da família NAC de outras espécies vegetais, como AtNAC em

Arabidopsis e OsNAC em arroz, têm sido descritos como induzidos por estresses

salino (He et al., 2005; Kim et al., 2007). Nossas análises demonstraram que o gene

SsNAC23, em cana-de-açúcar, apresenta forte indução em resposta à ferimento,

PEG 15%, 150 mM de NaCl e 150 mM de KCl (Figura 5B), reforçando as indicações

de que os membros da família NAC estão envolvidos com a resposta a uma série de

estresses ambientais. Nogueira e colaboradores (2005) demonstraram que o gene

SsNAC23 é induzido em cana-de-açúcar em resposta a estresses ambientais como

frio, estresse hídrico e herbivoria.

O gene SsADH1 é induzido em resposta estresses ambientais como frio,

hipoxia, anoxia e estresse osmótico, em diferentes espécies vegetais (Conley et al.,

1999; Tesniere et al., 2006). Nossos resultados permitiram verificar que o gene

SsADH1 foi induzido em arroz em resposta a estresse salino (Figura 3C). Porém, em

cana-de-açúcar o mesmo gene sofre repressão em resposta à salinidade (Figura 3C

e 4C). A indução deste gene por estresse salino foi demonstrada em plantas de

arroz por Minhas e Grover (1999). No entanto, Zhao e colaboradores (2004),

demonstraram que o mesmo gene foi reprimido em resposta a estresse salino em

Brassica campestris. Os dados contrastantes destes dois trabalhos ajudam a

compreender os resultados observados durante nosso trabalho, onde arroz e cana-

de-açúcar apresentaram um padrão diferenciado de expressão do gene SsADH1 em

resposta ao estresse salino.

Page 74: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Discussão _______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

58

Os resultados obtidos no presente trabalho permitiram identificar genes

associados à resposta à salinidade em cana-de-açúcar e arroz, e a caracterização

da expressão de três deles em resposta a outros estresses ambientais. A detecção

de cDNAs de cana-de-açúcar para os quais não existem seqüências similares nos

bancos de dados, abre a perspectiva para a descoberta de novas proteínas de

resposta à salinidade. Adicionalmente, o presente trabalho demonstra a

funcionalidade do uso de sistemas de hibridação heteróloga, em ensaios de

macroarranjos, para estudos de expressão gênica entre arroz e cana-de-açúcar.

Page 75: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Conclusões_______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

59

6- CONCLUSÕES

1- Os ensaios de eficiência quântica do PSII não permitiram avaliar os danos

causados pelo estresse salino ao sistema fotossintético de cana-de-açúcar.

Os dados sugerem uma maior tolerância dessa espécie aos danos causados

ao PS II durante as primeira 24 h de exposição ao estresse salino;

2- Foi possível verificar que cana-de-açúcar e arroz apresentam aumento nos

níveis de peroxidação lipídica quando expostas ao estresse salino. Tais dados

sugerem a ocorrência de danos oxidativos em ambas as espécies;

3- Os ensaios de macroarranjo permitiram identificar 14 genes induzidos por

estresse salino em cana-de-açúcar e arroz;

4- Os dados de indução encontrados durante os ensaios de macroarranjo foram

validados por RT-PCR semiquantitativo nos sistemas homólogos;

5- Os genes SsENO1 e SsNAC23 são induzidos por NaCl, PEG, ferimento e KCl

em cana-de-açúcar. Entretanto, o gene SsADH1 foi reprimido e resposta aos

mesmos estresses.

Page 76: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Bibliografia_______________________________________________________Capítulo 1_

Ferreira, B.S.

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Capítulo 2

IMPLEMENTAÇÃO DA TÉCNICA DE MACROARRANJO PARA O ESTUDO DA REGULAÇÃO DE GENES DE CANA-DE AÇÚCAR EM

RESPOSTA AO ESTRESSE SALINO

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Introdução________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

68

1- INTRODUÇÃO

O estresse salino é considerado um dos estresses ambientais mais deletérios

para as plantas, pois seus efeitos afetam quase todas as funções vegetais (Bohnert

e Jensen, 1996). A salinidade impõe grandes danos às lavouras ocasionando perdas

significativas na produtividade agrícola (Mansour et al., 2003; Munns, 2005; Sahi et

al., 2006).

Por sua severidade, os efeitos do estresse salino sobre os tecidos vegetais,

têm sido alvo de estudos e pesquisas desde a década de 70 (Flowers et al., 1977).

Durante os últimos 30 anos muito foi elucidado sobre os complexos mecanismos de

tolerância e suscetibilidade das plantas ao estresse salino. Porém, ainda não se

compreende com exatidão os eventos fisiológicos, morfológicos, bioquímicos e

genéticos que fazem parte dos processos de resistência e adaptação ao estresse.

A resistência e adaptação vegetal ao estresse salino é conseqüência da

alteração de diversas características, geneticamente complexas e multigênicas

(Wang et al., 2003; Denby e Gehring, 2005; Vinocur e Altman, 2005; Valliyodan e

Nguyen, 2006). Pesquisas em transcriptomica e genômica têm contribuído

significativamente para a identificação e avaliação de tais características genéticas,

revelando uma grande quantidade de genes regulados por estresse salino.

A compreensão do funcionamento desses genes, bem como a análise de seu

perfil de expressão pode ajudar a elucidar os mecanismos de tolerância ao estresse

salino. Neste sentido, ferramentas de biologia molecular e engenharia genética, tais

como bioinformática, macroarranjos, microarranjos, RT-PCR semiquantitativo e Real

Time PCR, têm sido amplamente utilizadas.

A bioinformática possibilita análises comparativas de genomas através de

manipulação de bancos de dados de seqüências (Vettore et al.,, 2003; Guillaumie et

al. 2007), além da análise da ocorrência de genes de interesse em diferentes

bibliotecas de cDNA tecido-específicas, em uma abordagem conhecida como

“análise de expressão in silico” ou “Northern eletrônico” (Nogueira et al., 2003;

Araújo et al., 2005; Cavalcante et al., 2007). A utilização da bioinformática permite,

ainda, a identificação de novos genes dentro de bancos de dados de diferentes

espécies, abordagem conhecida como mineração de dados (Drummond et al., 2001;

Ferreira, 2002; Araújo et al., 2005; Nogueira et al., 2005).

Para analise de expressão gênica em larga escala e investigação de

Page 85: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Introdução________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

69

bibliotecas de subtração a abordagem mais utilizada é aquela baseada em arranjos

de DNA em membrana (macroarranjo) (Zheng et al., 2004; Sahi et al., 2006; Walia et

al., 2006;). Essa metodologia tem sido utilizada para estudos de expressão gênica

em muitas áreas de pesquisa variando da biotecnologia a biomedicina (Hittel e

Storey, 2001; Lombardi et al., 2006; Rocha et al., 2007).

A técnica de macroarranjo consiste, basicamente, na imobilização de

seqüências de DNA gene-específicas (os clones de uma biblioteca de cDNA, por

exemplo) em uma matriz sólida (membrana de nylon) para a hibridação com

moléculas de DNA marcadas, as sondas (Freeman et al., 2000; Tamaoki et al., 2004,

Dawes e Glassey, 2007). A análise dos “pontos de hibridação” possibilita inferências

acerca de quais genes estão sendo regulados nas condições de realização do

ensaio (De Rosa Jr et al., 2005; Zheng et al., 2006). Investigações utilizando

macroarranjos têm permitido identificar muitos genes que são induzidos em resposta

a estresses abióticos e bióticos em diferentes espécies vegetais (Seki et al., 2002;

Frank et al., 2005; Jia et al., 2006; Camargo et al., 2007).

No Brasil, dentre as diversas espécies vegetais economicamente importantes,

tem sido dado grande destaque às pesquisas com cana-de-açúcar, onde os

trabalhos visam à elucidação dos mecanismos de resposta, dessa monocotiledônea,

a estresses bióticos e abióticos, através da aplicação de tecnologias bioquímicas e

de biologia molecular.

A cana-de-açúcar é uma espécie vegetal de grande importância econômica

para o Brasil. Dentro do estado do Rio de Janeiro, a cultura canavieira tem sua maior

produção no município de Campos dos Goytacazes. O município é o segundo maior

produtor nacional de cana-de-açúcar, tendo alcançado cerca de 95 mil ha de área

colhida e 89 milhões de reais de faturamento em 2005 (Brasil, 2006). Mesmo com

números tão promissores, um grave problema vem prejudicando a produtividade da

cultura canavieira na região, o estresse salino. Apesar, de uma considerável

quantidade de dados científicos que vem sendo gerada, pouco ainda é entendido

sobre os processos de tolerância e adaptação da cana-de-açúcar ao estresse salino.

Assim, faz-se necessário um maior esforço na tentativa compreender e elucidar os

mecanismos de resposta da planta a este estresse.

Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo a identificação de

genes de resposta ao estresse salino em cana-de-açúcar (cv CB47-89). Utilizando

ferramentas de bioinformática foram identificados 370 ESTs de cana-de-açúcar

Page 86: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Introdução________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

70

envolvidos com os processos de resposta à salinidade. Foram realizados ensaios de

macroarranjo para investigar o perfil de expressão gênica dos 370 genes em tecido

radicular e tecido foliar de plantas de cana-de-açúcar submetidas a 175mM de NaCl

durante 48h.

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Objetivos_________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

71

2- OBJETIVO

A segunda parte deste trabalho (Capítulo 2) teve como objetivo a identificação

de genes de cana-de-açúcar (cv CB47-89) regulados em resposta ao estresse salino

através de ensaios de macroarranjo.

2.1- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1- Identificar ESTs de cana-de-açúcar ortólogos a genes associados aos

mecanismos de resposta ao estresse salino em plantas;

2- Implementar a metodologia de arranjos de DNA em membrana para análise

da expressão de genes de cana-de-açúcar em resposta ao estresse salino;

3- Identificar de regulados em resposta a exposição a 175mM de NaCl em tecido

radicular e foliar de plantas de cana-de-açúcar cultivar CB47-89.

Page 88: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Materiais e Métodos_________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

72

3- METODOLOGIA

3.1- Identificação de ESTs de cana-de-açúcar dentro do banco de dados do

SUCEST

Foram selecionadas em diferentes espécies vegetais diversas proteínas, cuja

resposta estava relacionada ao estresse salino. Essas proteínas foram utilizadas

para a identificação de seqüências ortologas de cana-de-açúcar, dentro do banco de

dados do SUCEST (http://sucest.lad.dcc.unicamp.br/en/).

Uma vez escolhidas as diferentes proteínas alvo, seu nome ou sigla foi

utilizado como chave para as buscas dentro do SUCEST, através da utilização da

ferramenta busca por palavra chave (cluster by Keyword)

(http://sucest.lad.dcc.unicamp.br/cgi-bin/prod/blastkwsearch/blastkwsearch.pl) Figura

1A e B). Essa ferramenta realiza a seleção de todas as seqüências contidas no

banco de dados do genoma da cana-de-açúcar que tenham relação com o nome,

sigla ou código de acesso da proteína alvo. Como resultado, o programa gerou uma

lista com todos os “Clusters” (arquivo contendo seqüências similares para um

mesmo gene) relacionados a cada proteína alvo, seqüências essas com diferentes

níveis de similaridade entre as diferentes espécies (Figura 1C). Foi necessário

assim, um refinamento para seleção dos “Clusters” que seriam analisados.

Com esse fim, uma segunda abordagem foi utilizada. Foram obtidas

seqüências de aminoácidos das proteínas selecionadas de espécies evolutivamente

próximas à cana-de-açúcar. Com essas seqüências foi utilizada a ferramenta

“tblastn” do SUCEST. Tal ferramenta analisa e traduz uma seqüência de

aminoácidos, fornecida como dado de entrada, na seqüência de nucleotídeos, a ela

correspondente. Por fim, a ferramenta “tblastn” utiliza a seqüência deduzida de

nucleotídeos para busca comparativa com seqüências nucleotídicas armazenadas

no banco de dados. Deste modo, o tblastn/SUCEST fornece como saída, o

alinhamento de todos os “Clusters” de cana-de-açúcar similares a seqüência da

proteína alvo.

Após comparação dos resultados obtidos do uso das ferramentas “busca por

palavra chave” e “tblastn” a seleção final ESTs foi baseada em dois critérios: 1)

“Clusters” que ocorreram durante a utilização de ambas as ferramentas ao mesmo

tempo e 2) “Clusters” com valores de e-value (similaridade) até 1e-10.

Page 89: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Materiais e Métodos_________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

73

Figura 1- Seleção inicial do “Clusters” de cana-de- açúcar relacionados à resposta ao estresse salino. Para identificação dos ESTs de cana-de-açúcar foi realizada mineração no banco de dados do SUCEST. Com esse fim o banco de dados do projeto SUCEST foi acessado, na opção serviços (seta preta) (A)e a ferramenta de busca por palavra-chave (keyword) foi utilizada para identificação de “Clusters” relacionados às proteínas alvo (seta vermelha) (B), como resultado foi gerada uma lista de todos os “Clusters” de cana-de-açúcar associados à palavra chave utilizada (C).

(A) (B)

(C)

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Materiais e Métodos_________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

74

Os experimentos realizados nesta estapa foram baseados na metodoogia

descrita por Ferreira, 2002.

3.2- Material biológico

3.2.1- Material vegetal e condições de cultivo

Plantas de cana-de-açúcar (Saccharum sp.), cultivar CB47-89, foram obtidas

da UFRRJ-Campus Leonel Miranda-Campos dos Goytacazes. As plantas de cana-

de-açúcar foram fornecidas com 120 dias de idade e foram imediatamente usadas

para o experimento.

3.2.2- Ensaios de estresse

Para submeter as plantas ao estresse salino, estas foram cuidadosamente

retiradas da substrato de suporte (mistura de solo e adubo) e tiveram suas raízes

lavadas em água destilada. Em seguida foram transferidas para solução nutritiva

(Yoshida, 1976). Um grupo de plantas teve o agente estressante (NaCl 175mM)

acrescido ao meio e outro grupo, considerado como controle, não recebeu o agente

estressante. As raízes das plantas foram mantidas sob aeração constante. Os ensaios

foram realizados em duplicata. As plantas foram mantidas no ambiente estressante e

não estressante (sem NaCl) durante 48 h. Decorrido esse período as plantas tiveram

suas folhas, caules e raízes separadamente coletadas e imediatamente armazenadas

a -20oC.

3.2.3- Bactérias contendo os clones do SUCEST

Bactérias Echirichia coli contendo os clones de cDNA do SUCEST foram

adquiridas do BCC Center- Jaboticabal. As bactérias foram inoculadas em meio

CircleGrown (Q-Biogene) líquido contendo 60 µg/ml de amplicilina. O inóculo foi

incubado a 37oC sob agitação durante 16h. Todos os clones foram armazenados em

culturas permanentes. Para tanto, 700 µl de cultura foram acrescidos de 300 µl de

glicerol 50%, as amostras foram homogeneizadas e armazenados a -70oC.

Page 91: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Materiais e Métodos_________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

75

3.3- Ensaio de macroarranjo

3.3.1- Extração de RNA total de folha e raiz de plantas de cana-de-açúcar

Toda a vidraria utilizada para extração de RNA foi levada a estufa a 180 ºC

por 12 h e as soluções utilizadas foram tratadas com dietilpirocarbonato (DEPC) e

autoclavadas, tais procedimentos visam garantir a eliminação da atividade de

RNAses.

Para extração de RNA de folhas foram macerados 0,5 gramas do tecido em

almofariz, na presença de nitrogênio líquido. Todo o produto macerado foi

transferido para tubo de microcentrífuga de 1,5 mL. Em seguida foi adicionado 1 mL

de Trizol (GibcoBRL) e a amostra foi agitada vigorosamente, e, em seguida,

centrifugada a 12000 Xg durante 10 min a 8 ºC. O sobrenadante foi coletado e

incubado a 30 ºC por 5 min e em seguida acrescido de 200 µL de clorofórmio. A

amostra foi vigorosamente agitada e incubada à 30 ºC por mais 3 min, e centrifugada a

12000 Xg durante 15 min a 8 ºC. A fase superior foi transferida para outro tubo de

1,5 mL e a ela foram adicionados 500 µL de isopropanol. Após misturar por inversão,

a amostra foi incubada por 10 min a 30 ºC e centrifugada durante 10 min a 12000 Xg

a 8 ºC. O precipitado, resultante, foi lavado em etanol 75% e centrifugado a 7500 Xg

por 5 min a 8 ºC. Após centrifugação o precipitado foi seco e ressuspenso em 50 µL

de água DEPC.

Para extração de RNA de raízes foi utilizado o método de extração por LiCl-

Fenol (Prescott e Martin, 1987).

Após extração do RNA total dos dois tecidos, as amostras ressuspensas

foram, então, submetidas à eletroforese em gel de agarose 0,8% para quantificação

e registro. A cada amostra de RNA (1 µL) foram adicionados 14 µL de tampão de

amostra (glicerol 10%, tris-HCl 50 mM pH 7.0, azul de bromofenol 0,02% e água

DEPC) e a amostra foi aplicada em gel de agarose. Após a eletroforese, o gel foi

visualizado sob luz UV e registrado com o auxílio de um fotodocumentador (VDS-

Eagle Eye II).

Aproximadamente 30 µg de RNA total, de folhas e raízes de cana-de-açúcar,

foram utilizados para purificação de RNA mensageiro usando o kit “PolyAT tract

mRNA Isolation System IV” (Promega), seguindo as recomendações do fabricante.

3.3.2- Síntese da sonda de cDNA de folhas e raízes de cana-de-açúcar

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Materiais e Métodos_________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

76

Foram utilizados 5 µg de RNA mensageiro (volume de 6 µL), purificado a

partir de RNA total de folhas ou raízes de plantas de cana-de-açúcar (cultivar CB47-

89) estressadas (NaCl 175mM) e controle (sem agente estressante), ambas em

duplicata (Ensaio 1 e Ensaio 2), para síntese de cDNA. Aos 30 µg de RNA foram

acrescentados 300 pmoL de Oligo (dT18v) e água DEPC q.s.p. 30 µL. Essas

reações foram aquecidas a 75 ºC por 10 min e em seguida incubadas em gelo por 5

min. As reações iniciais foram adicionadas de: 1x First Strand Buffer (Gibco - BRL); 5

mM de DTT; 100U de RNAguard; 1 mM de uma mistura dos nucleotídeos dATP,

dTTP e dGTP; 30 µCi α-nucleotideos dCTP32; 250 U SuperScript II (Gibco - BRL) e

água DEPC q.s.p. 50 µL. As reações foram incubadas a 42 ºC por 20 min, em

seguida foram adicionados 0,25 mM dCTP. As reações de marcação da sonda foram

incubadas a 42oC durante 1 h. A amostra foi desnaturada a 94oC por 5 min. Após

desnaturação foram adicionados às soluções de marcação 0,14 M de NaOH, sendo

essas incubadas por 37oC por 15 min. Em seguida foram acrescentados 0,14 M de

HCl e 0,14M de Tris-HCl pH7,5.

O volume das reações foi ajustado para 100 µL com H2O ultra-pura, para

purificação da sonda em coluna Sephadex G-100 (Amersham Biosciences). O

monitoramento da eficiência de marcação sonda foi realizado por exposição de gel

contendo uma alíquota das amostras à filme de auto-radiografia. Para tanto, uma

parte de cada uma das sondas foi incubada em tampão de amostra desnaturante

(30 mM de NaOH, 1 mM de EDTA, 10% de ficol e 0,0175mM de azul de bromofenol)

e separada em gel de agarose alcalino (1,2% de agarose, 30 mM de NaOH e 1 mM

de EDTA) em tampão de corrida alcalino (30 mM de NaOH e 1 mM de EDTA) a 1

V/cm de gel. Após separação o gel foi seco sobre membrana de nylon e levado a

exposição.

3.3.3- Crescimento de bactérias para extração de DNA plamidial.

As bactérias contendo os 370 clones de cDNA do SUCEST, previamente

adquiridas, foram crescidos em tubos de 50 mL contendo 5 mL do meio de cultura

CircleGrown (Q-Biogene) suplementado com 60 µg/mL de ampicilina. As bactérias

foram incubadas a 37 °C sob agitação constante dura nte 16 h. Em seguida as

células centrifugadas a 2500 Xg, durante 20 min a 8oC . O sedimento foi, então,

utilizado para extração de DNA plasmidial.

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Materiais e Métodos_________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

77

3.3.4- Extração de DNA Plasmidial contendo os 370 clones de cDNA do SUCEST.

O sedimento resultante da cultura de bactéria foi ressuspesso em 50 µL do

próprio meio de cultura. Foram acrescentados 300 µL de TENS (0,5% de SDS, 100

mM de NaOH, 10 mM de Tris-HCl pH 8,0 e 1 mM de EDTA) ao tubo e a amostra

agitada intensamente durante 3 min. Imediatamente após foram acrescentados 150

µL de acetato de sódio 3 M, pH 5,2, e a amostra foi novamente agitada durante 30 s

e centrifugada à 13.000 Xg por 3 min. A fase superior foi transferida sem a espuma

para um tubo de 1,5 mL e o DNA precipitado com 1 mL de etanol absoluto gelado. A

amostra foi misturada por inversão e centrifugada a 13.000 Xg durante 2 min. O

sobrenadante foi descartado e o precipitado foi lavado com 1 mL de etanol 70%

gelado. O tubo foi agitado lentamente por inversão e em seguida, centrifugado à

13.000 Xg por 2 min. O sobrenadante foi eliminado e o precipitado foi colocado para

secar à 37oC. Após secagem, o precipitado foi ressuspeso em 40 µL de TE RNAse

(10 mM de Tris-HCl pH 8,0, 1 mM de EDTA pH 8,0 e 20 µg/mL de RNAse) e

incubado em banho-maria à 37 ºC por 1 h. Em seguida, para eliminar proteínas, a

amostra foi purificada com igual volume de fenol:clorofórmio:alcool isoamílico

(25:24:1). Para separar as fases, o tubo foi centrifugado a 12.000 Xg durante 5 min.

Em seguida, a fase aquosa foi recuperada, o excesso de fenol eliminado e a

amostra foi tratada com igual volume de clorofórmio. Para separar as fases, o tubo

foi centrifugado, nas mesmas condições, e o sobrenadante coletado. Posteriormente

a amostra foi armazenada a -20 ºC.

3.3.5- Preparo das membranas de macroarranjo

O DNA plasmidial para os 370 clones de cDNA foram quantificados e

normalizados para 100 ng/µL. As amostras foram distribuídas em placas e 96 poços

e desnaturadas com NaOH para concentração final de 0,2 M. A proporção utilizada

foi de 30 µL de DNA (100 ng/µL) mais 1 volume de NaOH 0,4 M, assim a

concentração das amostras de DNA foi modificada para 50 ng/µL. As amostras

foram incubadas por 15 min a 37 °C. Após incubação, o DNA desnaturado foi

transferido para membrana de nylon Hybond-N (Amersham Biosciences,

Piscataway, NJ) com o transferidor manual (V&P Scientific) de 96 pinos. Cada

amostra foi adicionada à membrana duas vezes de modo a ter-se 100 ng de cada

Page 94: BEATRIZ DOS SANTOS FERREIRA - uenf.br · Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST..... 90 Figura 3. Visualização

Materiais e Métodos_________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

78

amostra na membrana. Foram colocados os 370 clones, identificados previamente,

em duplicata. O DNA foi fixado nas membranas por aquecimento a 80 ºC por 2 h. As

membranas de macroarranjo foram confeccionadas de acordo com metodologia

descrita por Nogueira e colaboradores (2003).

3.3.6- Hibridação das membranas de macroarranjo

3.3.6.1- Pré-Hibridação

As membranas foram pré-hibridadas a 42oC durante 4 h. Foram utilizados

cilindros de hibridação, calculando um volume de solução de pré-hibridização de 10

mL por membrana. A solução de pré-hibridação utilizada foi a mesma utilizada para

Southerns e continha (5x SSC, 10x Denhardt’s, 20 mM Tris-HCl pH 7,5, 175mM

SDS, 50% formamida e 100 µg/mL DNA de esperma de salmão denaturado), de

acordo com Sambrook e colaboradores (1989).

3.3.6.2- Hibridação das membranas com sonda radioativa

Foram utilizados cilindros de hibridação, calculando um volume de 5 mL de

solução de hibridação por membrana. A solução de hibridação utilizada foi a mesma

para Southerns contendo (5x SSC, 2x Denhardt’s, 20 mM Tris-HCl pH 7,5, 175mM

SDS, 50% formamida, 5% Dextran e 100 µg/mL DNA de esperma de salmão

denaturado), de acordo com Sambrook e colaboradores (1989). Após a purificação e

denaturação (94oC por 3 min, pulso de centrifugação, gelo), a sonda foi adicionada a

um tubo de 15 mL contendo solução de hibridação pré-aquecida a 42oC. As

membranas em solução de pré-hibridação, tiveram essa solução descartada, e então

foram embebidas em solução de hibridização pré-aquecida, também, a 42 ºC

contendo a sonda marcada. O processo de hibridação ocorreu a 42 ºC durante 18 h.

3.3.6.3- Lavagens e exposição das membranas

Após hibridação, as sondas foram descartadas e as membranas lavadas em

condições de alta estringência, de acordo com protocolo de Desprez e colboradores

(1998). Foram realizadas duas lavagens com aproximadamente 200 mL de 2x SSC,

0,175mM SDS, uma lavagem com 1x SSC, 0,175mM SDS e duas lavagens com

0,1x SSC, 0,175mM SDS. Todas as lavagens foram feitas a 65oC por 15 min.

Após as lavagens, as membranas foram envolvidas em plástico de PVC,

seladas e expostas durante 72 h em cassetes apropriados do PhosphorImager.

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Materiais e Métodos_________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

79

Posteriormente as imagens foram registradas utilizando “scanner” a laser Storm

(Amersham Biosciences).

3.3.6.4- Análise das imagens geradas a partir dos ensaios de macroarranjo

As imagens digitalizadas foram analisadas através do software ArrayVision.

As membranas foram normalizadas em função da média dos valores sARVOL dos

controles internos e, após normalização, clones que apresentaram diferenças entre

as replicas maiores ou iguais a 2 foram descartados. Os demais clones foram

avaliados pelo algoritmo ISER (Drummond et al., 2005). Adicionalmente, o logaritmo

dos valores sARVOL foram aplicados ao teste t de student de forma bi-caudal e

impareada. Clones com p < 0,05 foram considerados válidos. Clones selecionados

pelo ISER e/ou teste t foram avaliados e somente os clones que apresentaram uma

razão sinal/ruído maior ou igual a 2 foram aceitos.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

80

4- RESULTADOS

4.1- Identificação de ESTs de cana-de-açúcar relaci onados à fotossíntese,

transporte de íons, metabolismo de osmoprotetores, estresse oxidativo e

transporte de água

Para este trabalho foram identificados ESTs associados a cinco processos

relacionados a resposta ao estresse salino: 1) transporte de íons; 2) osmoproteção;

3) fotossíntese 4) transporte de água; 5) estresse oxidativo.

Foram identificados “Clusters” de cana-de-açúcar, dentro do banco de dados

do SUCEST, (Materiais e Métodos) para as proteínas envolvidas em cada um dos

processos. Cada “Cluster” é um arquivo de dados onde ESTs (seqüências em pares

de bases, proveniente do seqüênciamento dos diferentes clones de cDNA) de

seqüências similares são aqrupados e armazenados. Teoricamente, os ESTs

contidos dentro de um mesmo “Cluster” correspondem aos transcritos para um

mesmo gene.

Durante nossos trabalhos os 370 “Clusters” resultantes das buscas no

SUCEST (descritas em Mat. e Met) foram acessados, e cada ESTs que o constituía

foi analizado. O EST que apresentou maior seqüência, em pares de base, e que

apresentou a melhor qualidade de bases seqüenciadas foi selecionado. Neste

contexto, 370 ESTs de cana-de-açúcar correspondentes a diferentes proteínas

relacionadas aos estresses abióticos foram selecionados. A Tabela 1 reúne todos os

ESTs selecionados com os respectivos IDs no SUCEST. Os ESTs estão agrupados

na Tabela 1 de acordo com o processo de resposta a salinidade no qual se

enquadram. Para facilitar a posterior manipulação dos clones de cDNA

correspondente a cada EST, foram lhes atribuídos números de 1 a 370, como

representado na terceira coluna da Tabela 1. Observando-se a Tabela 1 é possível

verificar a ocorrência de vários ESTs para uma mesma proteína.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

81

Tabela 1 - ESTs de cana -de-açúcar associados à resposta ao estresse salino ide ntificados após mineração de

dados no banco de seqüências do SUCEST. Os ESTs estão di spostos na tabela em grupo por assunto. Na primeira

coluna estão relacionadas as proteínas utilizadas p ara as buscas. Na segunda coluna estão os ESTs encont rados

para cada proteína. Na coluna 3 está representado u m código numérico associado a cada seqüência para f acilitar a

identificação das mesmas durante os ensaios posteri ores.

TRANSPORTE DE ÍONS

Proteína Alvo Identificação do EST no SUCEST Número do clone

HAK/KUP

SCAGCL6014H02.g 31

SCEPSB1134B09.g 32

SCEQLB2018H04.g 33

SCRUAD1060F12.b 34

SCCCAM1001B09.g 35

SCJFRT1012G08.g 36

SCSFLR2024B07.g 37

SCCCLB2002G07.g 38

SCJLAM2095C08.g 39

SCRLFL4104E03.g 40

SCQSST3116H07.g 41

SCRLSB1044D12.g 42

SCRFFL4008H11.g 43

SCJLRT1023E09.g 44

AKT1

SCCCRT2C03F06.g 45

SCEPRZ3087G03.g 46

SCSGAD1142D01.b 47

LCT1 SCAGCL6013E07.g 48

SCAGCL6016C02.g 49

PMA1

SCBFSD1036C08.b 50

SCACAD1035F06.b 51

SCUTAM2010B10.g 52

SCEZFL4039F06.g 53

SCMCFL8029D07.g 54

SCRUAD1132E10.b 55

SCJFRZ3C03H01.g 56

SCSGCL6072D03.g 57

SCJFRZ3C03H01.b 58

SOS1

SCCCCL3003G02.b 59

SCEQFL5050C02.g 60

SCEQRZ3092F10.g 61

VHATPase A

SCSGHR1067G03.g 62

SCEQSB1016B01.g 63

SCJFLR1074G03.g 64

SCJFRZ3C08G05.b 65

VHATPase B SCSBHR1051F02.g 66

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

82

SCQSAD1056E10.b 67

SCMCRT2086F06.g 68

VHATPase C SCQSAM1031A03.b 69

SCQGAD1065E01.g 70

VHATPase D

SCUTFL1055G11.g 71

SCAGFL8009G05.g 72

VHATPase E SCAGFL8006C12.g 73

SCCCFL8001F09.g 74

VHATPase F

SCEZAM1083F12.g 75

SCSFSD1066C05.g 76

SCSBAD1053H05.g 77

VHATPase G

SCBFSD2034B11.g 78

SCBGLR1114E02.g 79

SCEPSB1135E11.g 80

VHATPase H SCQGAM1046A07.g 81

SCAGLB2049E07.g 82

VHATPase PROTEOLIPID

SCRULB2064A05.g 83

SCQGSD1046C06.g 84

SCSGHR1066F08.g 85

SCCCST3C03H07.g 86

SCQSFL3039A06.b 87

SCJFLR1074C03.g 88

SCQGHR1011F01.g 89

SCEPSB1128E07.g 90

SCSFFL4084G08.b 91

AVP1

SCACSB1120H07.g 92

SCSGRT2061E10.b 93

SCCCRT2C07F03.g 94

SCVPFL3049D09.g 95

SCSFSD1065B09.g 96

SCRLFL4029C12.g 97

SCSFAD1124C03.g 98

SCSGFL1078H09.b 99

NHX1

SCRLAD1100F12.g 100

SCEQRT3C04C02.g 101

SCRFSB1022H11.g 102

SCJFLR2036G10.g 103

SCCCRZ3C09D02.g 104

SCUTAM2086G02.g 105

CLC1

SCVPCL6039D09.g 106

SCQSRT2033A12.g 107

SCRURZ3082A02.b 108

SCQGLB2044A10.g 109

SCCCST3005C10.g 110

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

83

SCJLFL1048A02.g 111

SCEQLB2018B05.g 112

SCRUFL1117H01.g 113

SCEZHR1048H09.g 114

OSMOPROTEÇÃO

DELTA 1-PIRROLINE-5-

CARBOXILATO SINTETASE

(P5CS)

SCCCLR2001F05.g 117

SCJFLR1073H12.g 116

SCQSRT1034H05.g 115

PIRROLINE-5-CARBOXLATO

REDUTASE (P5CR) SCEPRZ1011H03.g 118

PROLINA OXIDASE SCSBSD2058F06.g 119

TREALOSE-6-FOSFATO SINTASE

SCCCAM2001C04.g 120

SCCCCL3002E04.b 121

SCBGLR1115H11.g 123

SCEZHR1083A02.g 126

SCCCLR1070E10.g 122

SCCCCL4003E08.g 130

SCCCCL2001H04.b 124

SCJFST1048E05.g 127

SCRFAM2128E12.g 125

SCEZRZ1015H08.g 128

SCEPCL6021E07.g 133

SCJLRZ1018C05.g 131

SCCCLB2003E11.g 129

SCAGCL6016B11.g 134

TREALOSE-6-FOSFATO FOSFATASE

SCEZHR1055G12.g 136

SCEZRZ3019C12.g 135

SCEPLR1051A07.g 137

SCVPCL6064B03.g 142

SCEZRT2015D05.g 140

SCSGFL5C04C01.g 144

SCVPRZ2039F06.g 141

SCEQRT1025B07.g 139

SCQGAM1049F10.g 138

SCCCLR2003H06.g 143

TREALASE SCEZRZ1017E02.g 146

SCMCRT2104F04.g 145

BETAINA-ALDEIDO DESIDROGENASE

(BADH)

SCCCCL3002F02.b 149

SCJFRZ1007A10.g 150

SCQGHR1013A09.g 151

SCAGFL3025H03.g 152

SCAGRT2039C01.g 153

SCEPRZ1010D06.g 154

SCBGAD1027G02.g 155

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

84

COLINA MONOOXIGENASE SCJFHR1030B02.g 147

SCCCRT1C04E12.g 148

SORBITOL DESIDROGENASE (S6PDH)

SCEQLR1091F06.g 156

SCAGLR1021G01.g 157

XILOSE ISOMERASE

SCCCCL3140B03.g 159

SCSBAD1085A06.g 160

SCQSLB1049B07.g 161

SCJLFL1053B01.g 162

ALDOSE REDUTASE (AR) SCEPSD2070C10.g 158

FOTOSSÍNTESE

psaD SCEQSD1074G01.g 1

psaE SCRFSB1021D02.g 2

psaF SCCCLR1001F08.g 3

psaK SCRFSD1020G02.g 4

psaL SCCCSD2089E12.g 5

psaG SCRFSD1023A11.g 6

psaH SCEQSB1C10H08.g 7

ihca1 SCCCNR1004C03.g 8

ihca2 SCAGLV1042D08.g 9

ihca3 SCQGST3124E01.g 10

ihca4 SCCCST2002A11.g 11

psbO SCSBAD1084F09.g 12

psbX SCRLSD1011D03.b 13

psbP SCEPLR1051B02.g 14

psbQ SCCCSD1095H02.g 15

psbR SCBGSD2051H03.g 16

psbW SCBFSD1034C05.g 17

ihcb1 SCACSB1035C12.g 18

ihcb2 SCBFSD1036F03.g 19

ihcb3 SCSBST3096E08.g 20

ihcb4 SCBGSD2052H09.g 21

ihcb5 SCMCSD1059B11.g 22

ihcb6 SCACLR2007B05.g 23

psbS SCAGSD1041C03.g 24

petC SCJLRT1021H09.g 25

petM SCMCSD1059A05.g 26

atpC SCJFRT1010C10.g 27

atpD SCUTSD1086A10.g 28

atpG SCACSD2014C10.g 29

AQUAPORINAS

MIP (Major Intrinsic Protein)

SCEZAD1081G11.g 239

SCVPRT2080H01.g 282

SCJFST1014F03.b 358

SCQSHR1022D04.g 174

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

85

SCMCFL8029B05.g 173

TIP (Tonoplast Intrinsic Protein)

SCBGRT1052E01.g 342

SCJFRT1010H07.g 328

SCSFSB1106E08.g 369

SCJFRT1010C08.g 294

SCSGAM2105B05.b 212

SCEQRT3017C07.g 313

SCMCST1050F05.g 288

SCCCCL7C01B07.g 356

SCSFSD1066H08.g 296

SCRFFL1025H07.g 203

SCBFSD2037H07.g 344

SCQGAM2107E10.g 233

PIP (Plasma Membrane Intrinsic

Protein)

SCJFRT1059C11.g 289

SCJFLR1035D09.g 236

SCSGFL1077C11.g 234

SCRUFL1019B02.g 247

SCCCLR1C01A12.g 280

SCRLLV1025G05.b 338

SCCCSD2C06H07.g 319

SCJLRT1018G06.b 315

SCCCRT2003E09.g 318

SCBGRT3073C08.g 295

SCVPST1061H08.g 357

SCJLFL3014B02.g 235

SCSBRT3036G12. 335

SCSFFL4081B01.g 214

SCSBSD1056C01.g 278

SCRUFL1116B09.g 248

SCRLAD1101D10.g 175

NODULIN

SCJFST1015B09.g 209

SCVPHR1091D10.g 260

SCAGFL3020G01.g 191

SCCCCL1002C09.b 195

SCAGAD1075C03.g 172

SCSGRZ3060B12.g 336

SCSGHR1070C02.b 210

SCEZST3147C05.g 266

SCMCAM2081H09.b 184

SCBGHR1060B11.g 215

SCUTFL3073H07.b 249

SCQSHR1020D07.g 189

SCMCRZ3066B06.g 307

SCACHR1038D02.g 252

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

86

SCVPFL3042E06.g 269

SCUTSD1087C03.g 223

SCBFST3132H06.g 279

SCCCFL4090F04.g 218

SCJLRT1013C12.g 368

SCCCRT1C06G12.g 186

ESTRESSE OXIDATIVO

GPX (Glutathione Peroxidase)

SCSGLV1011C12.b 309

SCSBAD1050E11.b 244

SCVPRT2081E08.g 337

SCCCAD1004H02.g 263

SCSGAD1005A06.b 264

SCUTFL1062D04.b 176

SCCCLR2001F02.g 284

SCSFAD1113G04.g 182

SCEZFL5087G10.g 256

SCJLLR1054G10.g 259

SCQSFL1126D02.g 170

SOD (Superoxide Dismutase)

SCEPRT2043A11.g 310

SCJLRT3078G02.g 275

SCJFFL3C04E06.g 200

SCRFAM1029A02.g 257

SCEPSD2072G01.g 361

SCCCCL3120C04.g 188

SCEZAM1081C12.g 219

SCJLFL3012G11.g 221

SCCCSD2089D09.g 299

SCJLRT1019C03.g 360

SCRURT2013F04.g 300

APX (Ascorbate Peroxidase)

SCJFST1018A10.g 230

SCUTSD2087E06.g 351

SCQSRT2035H09.b 287

SCSBLB1033F06.g 304

SCJFFL3C06F05.g 349

SCRLFL4026H03.g 220

SCSBRZ3119B12.g 333

SCCCRT2C04G04.g 347

SCVPFL3047H12.g 251

SCRULB2063E06.b 229

SCSGSB1008B01.g 367

SCEQRT2093F11.g 364

SCAGFL3025E09.g 205

GR (Glutathione Reductase) SCVPRT2084G04.g 354

SCSFFL4018A12.g 181

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

87

SCJFRT1062B07.g 226

SCMCRT2103H04.g 331

SCJFAD1C10G11.g 359

GST (Glutathione Transferase)

SCSGST1071E06.g 292

SCMCAM1101H04.b 217

SCAGFL3024F08.g 245

SCJLRT1018E06.g 306

SCEZRZ3098D12.g 363

SCJLRT1013F06.b 365

SCJLRT1022G10.b 325

SCCCCL5004F05.g 196

SCAGHR1019E10.g 250

SCSGAD1005H04.g 262

SCCCRT2C08G10.g 301

SCEZAD1C08G12.g 343

SCCCST3C13C04.g 286

SCEPFL3081D07.g 224

SCJFRT2059B02.b 346

SCJFLR1073H08.g 281

SCJLFL4097A07.g 238

SCJFRT1008A09.b 241

SCCCCL7C02B05.g 285

SCJLRT1022F09.g 332

SCCCAM1003E11.g 261

SCRUHR1077B04.g 190

SCJFRT1012A11.g 303

SCEZRZ3049E06.g 312

SCCCCL6002F05.g 179

SCCCRT2C09E05.g 314

SCCCCL4014B12.g 225

SCQGFL1095G02.g 227

SCBGLR1027B03.g 216

SCSFCL6066C07.g 180

SCAGRT2040B07.g 353

SCCCLB1026B07.g 341

SCRFST1041E04.g 206

SCBGHR1060E07.g 211

SCBFRT1070G05.g 290

SCMCCL6060H03.g 193

SCQSST3114C09.b 322

SCBFST3135E09.g 272

SCSGHR1072F02.g 240

SCBFST3134D06.g 178

SCUTAM2009H11.g 177

SCCCRT2003F07.g 355

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

88

SCJLRT2052F01.b 324

SCJLLR1033A08.b 231

SCCCST3C02C10.g 320

SCQGFL4075C03.g 246

SCJLFL1051E02.g 251

SCRLSD1009A04.b 321

SCVPRT2084E10.g 345

SCVPCL6061C06.g 197

SCSGSB1006H06.g 273

SCJFRT2057E12.g 366

SCQSAM2046C10.b 254

SCEQRT1024D03.g 271

SCEPAM2056G07.g 207

SCCCLR1C09D11.g 222

SCVPHR1093F05.g 232

SCQGSD1045C04.g 340

DHAR (Dehydroascorbate

Reductase)

SCRURT2005F01.g 339

SCEZST3149B05.g 267

SCEZRZ3017A05.g 330

MDAR (Monodehydroascorbate Reductase)

SCJFAD1C11F08.g 350

SCBFAD1067G09.g 198

SCCCFL4003G11.g 199

SCRFSB1023H09.g 362

SCJLRT1014H01.g 326

SCVPFL1072A07.g 258

SCCCAM1003E04.g 171

CONTROLES INTERNOS

Actina SCEZHR1084A03.g 268

B-Tubulina SCCCRZ3001D10.g 291

Ubiquitina SCUTAD1031E08.g 270

Glyceraldehyde -3-phosphate

dehydrogenase SCMCST1055E12.g 348

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

89

4.2- Investigação do padrão de expressão dos 370 cl ones do SUCEST em

resposta ao estresse salino em cana-de-açúcar

4.2.1- Obtenção de DNA plasmidial contendo os 370 clones de cDNA de cana-de-

açúcar

Uma vez finalizada a etapa de identificação dos ESTs de cana-de-açúcar

associados a resposta ao estresse salino, os 370 clones de cDNA a eles

correspondentes, foram comprados do Centro Brasileiro de Coleção de Clones-

Jaboticabal-SP (BCC Center). Os clones seguem a identificação numérica

apresentada na terceira coluna da Tabela 1.

Bactérias contendo plasmídios com os 370 clones foram enviadas pelo BCC

Center. Essas bactérias foram inoculadas e utilizadas para extração de DNA

plasmidial. O padrão eletroforético das amostras de DNA plasmidial para os 370

clones de cDNA está representado nas Figuras 2, 3, 4 e 5. Pela observação das

figuras pode-se afirmar que o protocolo de extração de DNA plasmidial foi eficiente

para todas as amostras, permitindo a obtenção de DNA concentrado e íntegro para

a maioria dos clones.

Para estimar a quantidade de DNA das amostras, foram aplicados, em cada

gel, 150 ng do plasmídio pGEM (Promega), utilizado como referência de

concentração de DNA (indicado nas Figuras 2 a 5 pelas setas pretas). Quando

comparados ao padrão de concentração (pGEM/150 ng), aproximadamente 60%

das amostras de DNA plasmidial apresentaram uma concentração estimada, de

cerca de duas a três vezes maior que 150 ng/µL (Figura 2A e B; Figura 4A; Figura

5A e B). O restante das amostras apresenta uma concentração próxima de 150

ng/µL, como pode ser observado nas Figuras 3A, 3B e 4B. Apesar da eficiência do

protocolo de extração algumas amostras apresentaram rendimento de DNA muito

baixo, como é o caso dos clones 125 e 127 (Figura 3A, setas vermelhas); 237 e 239

(Figura 4A, setas vermelhas); 350 (Figura 5B, seta vermelha). Não foi possível a

obtenção de três dos 370 clones, pois as bactérias contendo os clones 80, 84

(Figura 2B, setas brancas) e 153 (Figura 3B, setas brancas) não cresceram quando

inoculadas.

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Resultados________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

90

Figura 2. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST . Amostras de DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST foram separadas em gel de agarose 1%. As setas pretas indicam bandas correspondentes ao plasmidio pGEM (Promega) na concentração de 150 ng. Em (A) estão representados os clones de cDNA de 1 a 47. Em (B) estão representados os clones de 48 a 94. Foram mostrados apenas os números ímpares para acilitar a visualização. As setas brancas indicam, respectivamente, os locais reservados aos clones 80 e 84, que não cresceram quando inoculados. M, marcador de peso molecular 1 kb ladder (Fermentas).

(A)

(B)

250

500750

1000

1500

250

500750

1000

1500

2500

600010000

2500

600010000

M 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 pGEM

M 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 pGEM

(A)

(B)

250

500750

1000

1500

250

500750

1000

1500

2500

600010000

2500

600010000

M 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 pGEM

M 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 pGEM

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Resultados________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

91

Figura 3. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST . Amostras de DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST foram separadas em gel de agarose 1%. As setas pretas indicam bandas correspondentes ao plasmídio pGEM (Promega) a 150 ng. Em (A) estão representados os clones de 95 a 141. Em (B) os clones de 142 a 192. Foram mostrados os números ímpares para melhor visualização. Destacado em amarelo um conjunto de plasmídios que representa a grande variação no tamanho dos clones de cDNA do SUCEST. As setas vermelhas indicam dois clones que apresentaram baixa eficiência de extração (clones 125 e 127). A seta branca indica o local reservado ao clone 153, que não cresceu quando inoculado. A seta horizontal indica as canaletas vazias entre as amostras 162 e 170. M, marcador de peso molecular 1 kb ladder (Fermentas).

250

500750

1000

1500

2500

600010000

250

500750

1000

1500

2500

600010000

(A)

(B)

M 95 97 99 101 103 105 107 109 111 113 115 117 119 121 123 125 127 129 131 133 135 137 139 141 pGEM

M 143 145 147 149 151 153 155 157 159 161 171 173 175 177 179 181 183 185 187 189 191 pGEM

250

500750

1000

1500

2500

600010000

250

500750

1000

1500

2500

600010000

(A)

(B)

M 95 97 99 101 103 105 107 109 111 113 115 117 119 121 123 125 127 129 131 133 135 137 139 141 pGEM

M 143 145 147 149 151 153 155 157 159 161 171 173 175 177 179 181 183 185 187 189 191 pGEM

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Resultados________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

92

Figura 4. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST . Amostras de DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST foram separadas em gel de agarose 1%. As setas pretas indicam bandas correspondentes ao plasmidio pGEM (Promega) na concentração de 150 ng. Em (A) estão representados os clones de cDNA de 193 a 239. Em (B) foram separados os clones de 240 a 286. Foram mostrados apenas os números ímpares para melhor visualização. As setas brancas indicam dois clones que apresentaram baixa eficiência de extração (clones 237 e 239). M, marcador de peso molecular 1 kb ladder (Fermentas).

250

500750

1000

1500

250

500750

10001500

2500

600010000

2500

600010000

(A)

(B)

M 193 195 197 199 201 203 205 207 209 211 213 215 217 219 221 223 225 227 229 231 233 235 237 239 pGEM

M 241 243 245 247 249 251 253 255 257 259 261 263 265 267 269 271 273 275 277 279 281 283 285 pGEM

250

500750

1000

1500

250

500750

10001500

2500

600010000

2500

600010000

(A)

(B)

M 193 195 197 199 201 203 205 207 209 211 213 215 217 219 221 223 225 227 229 231 233 235 237 239 pGEM

M 241 243 245 247 249 251 253 255 257 259 261 263 265 267 269 271 273 275 277 279 281 283 285 pGEM

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Resultados________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

93

Figura 5. Visualização do padrão eletroforético do DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST . Amostras de DNA plasmidial contendo os clones de cDNA do SUCEST foram separadas em gel de agarose 1%. As setas pretas indicam bandas correspondentes ao plasmidio pGEM (Promega) na concentração de 150 ng. Em (A) estão representados os clones de cDNA de 287 a 333. Em (B) foram separados os clones de 334 a 370. Foram mostrados apenas os números ímpares para facilitar a visualização. A seta branca indica o clone 350 que apresentou baixa eficiência de extração resultando em baixa concentração. M, marcador de peso molecular 1 kb ladder (Fermentas).

250500750

1000

1500

250

500750

1000

1500

2500

600010000

2500

600010000

(A)

(B)

M 287 289 291 293 295 297 299 301 303 305 307 309 311 313 315 317 319 321 323 325 327 329 331 333 pGEM

M 335 337 339 341 343 345 347 349 351 353 355 357 359 361 363 365 367 369 pGEM

250500750

1000

1500

250

500750

1000

1500

2500

600010000

2500

600010000

(A)

(B)

M 287 289 291 293 295 297 299 301 303 305 307 309 311 313 315 317 319 321 323 325 327 329 331 333 pGEM

M 335 337 339 341 343 345 347 349 351 353 355 357 359 361 363 365 367 369 pGEM

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

94

O plasmídio pSPORT1, que foi utilizado para a construção das bibliotecas do

SUCEST, possui 4.109 pb, no entanto quando se observa o padrão eletroforético

dos plasmídios contendo os clones de cDNA do SUCEST, nota-se uma grande

variação no tamanho desses clones (ex.: Figura 3A e 3B, destaques em verde).

Durante a construção das bibliotecas de cDNA do projeto SUCEST foram geradas

muitas moléculas de cDNA incompletas que quando clonadas originaram clones

parciais. Assim a variação no tamanho das moléculas de cDNA clonadas pode

justificar a diversidade de tamanho dos plasmídios. Além, disso, saba-se que própria

variação no tamanho dos genes e, consequentemente, de seus transcritos, pode

explicar a heterogeneidade no tamanho dos plasmídios analisados.

4.2.2- Organização dos clones do SUCEST nas membranas de macroarranjo

Uma vez obtidos os plasmídios contendo os clones de cDNA de cana-de-

açúcar, os mesmos tiveram sua concentração estimada e normalizada. Em seguida,

os plasmídios de concentração normalizada foram utilizados na confecção de cinco

membranas idênticas, para os ensaios de macroarranjos. As membranas foram

confeccionadas manualmente com o auxílio de um transferidor manual de 96 pinos.

Os 370 clones de cDNAs seguiram duas formas de organização para serem

fixados às membranas de nylon. Primeiro, os clones foram divididos em blocos de

acordo com um dos cinco processos de resposta ao estresse salino: 1) transporte de

íons; 2) osmoproteção; 3) fotossíntese 4) transporte de água; 5) estresse oxidativo.

Em seguida, os clones pertencentes a cada bloco foram subdivididos em função da

proteína codificada. Dessa forma todos os clones associados a uma mesma proteína

foram dispostos em seqüência. Assim, cada processo de resposta ocupou uma

região da membrana. A organização dos clones na membrana, por tipo de respota

ao estresse salino, está representada no Esquema 1.

No Esquema 2 está representada a disposição de cada clone de cDNA na

membrana, a numeração corresponde a identificação numérica disposta na Tabela

1. Como pode ser observado neste esquema, cada clone foi fixado na membrana em

duplicata, ou seja, um mesmo clone foi colocado na membrana duas vezes, sendo

disposto lado a lado (ex.: Esquema 1, círculos amarelos).

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

95

Esquema 1. Representação do esquema de disposição d os clones de cDNA do SUCEST em membrana de macroarranjo . Os 370 clones de CDNA foram agrupados de acordo com as cinco processos de respostas ao estresse salino, como mostrado em (A). A mesma distribuição foi usada para a confecção das membranas de nylon como mostrado em (B). Os diferentes clones para uma mesma proteína foram distribuídos em seqüência (B, colchetes). Os círculos amarelos indicam que cada clone foi fixado em duplicata, lado a lado.

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Resultados____________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

96

Esquema 2. Disposição dos clones nas membranas de m acroarranjo . Os números indicados correspondem à

identificação dos clones de acordo com a tabela 1. Em cada espaço foram fixados dois pontos por clone, duplicata

05 8

61 087

94

128 152

159 009

21 313

289 266

223 188

351 196

281 272

246

352 183 31 62 95 129 160 236 279 287 238 251 201

32 63 96 130 161 22 234 218 304 241 321 327 33 0

45

64 088

97 120

131

162 010

23 288

247 184

368 219

349 250

285 240

345 213

204 308 34 65 98 132 115 24 280 186 220 332 197 276

35 66 99 133 117 25 338 333 261 273 202 36 0

46

67 089

100 121

134 154

118 011

26 356

319 215

221

347 262

190 178

366 265

198 311 37 68 101 135 119 27 315 329 255 303 254 305

38 69 102 136 28 318 309 229 312 271 39 0

47

70 090

103 122

137 155

012

29 296

295 249

244 299

367 301

179 177

207 277

242

40 71 104 138 357 337 364 314 222 192

41 72 105 139 01 235 263 205 225 232 274 42 0

48

73 091

106 123

140 156

02 013

203

335 189

264 360

354 343

227 355

340 316

187

43 74 107 141 03 239 214 176 181 216 339 317

44 75 108 142 04 282 278 284 226 180 267 202 0

49

76

109 125

143 157

05 018

358 344

248 307

182 300

331 286

324

330 228

323

50 77 110 144 06 174 175 256 359 283 350 237

51 78 111 145 07 173 209 259 292 353 198 243

52 059

79 092

112 126

146

14 019

233

260 252

170

217 224

341 231

199 297

293

53 81 113 147 15 342 191 310 245 206 362 253

54 82 114 148 16 328 195 275 306 211 326 302 55 0

60

83 093

348 127

149 158

020

369

172 269

200 230

363 346

290 320

258 208

56 85 150 17 294 336 257 365 193 171 370

57 86 151 08 212 210 361 325 322 194

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

97

4.2.3- Obtenção de RNA total de tecido foliar e radicular de cana-de-açúcar (cv

CB47-89)

Foram escolhidos dois tecidos de cana-de-açúcar (cv. CB47-89) para a

avaliação da expressão gênica em resposta ao estresse salino utilizando

macroarranjo. Como o tecido radicular é o primeiro a entrar em contato com o

excesso de sal no ambiente e, sendo o responsável primário pelo transporte de

solutos e água, esse foi o primeiro tecido escolhido para o estudo da resposta a

salinidade. O outro tecido selecionado foi o tecido foliar, uma vez que é o principal

responsável pelo processo de fotossíntese, retenção/liberação de água e respiração.

Escolhidos os tecidos, o primeiro passo para a excussão do ensaio foi a obtenção de

RNA total de qualidade.

Em um primeiro momento, foi realizada a extração de RNA total para os dois

tecidos com o reagente TRIZOL (Invitrogen), seguindo as recomendações do

fabricante.

Na Figura 6 é apresentado o padrão de RNA total para as amostras de folha

de cana-de-açúcar (cv CB47-89) controle e tratada com 175mM de NaCl por 48 h

Ensaio 1 (raias 1 e 2) e Ensaio 2 (raias 3 e 4). A extração de RNA total de folhas de

cana-de-açúcar foi eficiente, a integridade do RNA total pode ser verificada pela

observação das duas bandas correspondentes ao RNA ribossomal indicada pelas

setas pretas. Além disso, pode ser observada uma banda correspondente ao RNA

transportador (seta vermelha).. Foi obtido RNA total em quantidade suficiente para

os ensaios posteriores. Pode-se notar que o rendimento de RNA total das amostras

controle (raias 1 e 3) foi maior que das amostras tratadas (raias 2 e 4).

Diferentemente da extração para tecido foliar, o reagente TRIZOL não foi

eficiente para a extração de RNA total de tecido radicular de cana-de-açúcar. A

Figura 7 representa o padrão de RNA total para as amostras de raiz de cana-de-

açúcar (cv CB47-89) controle e tratada com 175mM NaCl por 48 h Ensaio 1 (raias 1

e 2) e Ensaio 2 (raias 3 e 4). Observando a Figura 7 é possível verificar a existência

de RNA ribossomal (seta), porém a integridade do RNA está comprometida, como é

indicado pelo arraste da amostra durante a eletroforese (colchete). Outro fator de

grande relevância foi o rendimento da extração. A concentração do RNA total obtido

foi muito baixa, o que impossibilitou ensaios posteriores.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

98

1 2 3 41 2 3 4

Figura 6. Análise da integridade de amostras de RNA total de folhas de cana-de-açúcar (cv. CB47-89). As amostras de RNA total foram separadas por eletroforese em gel de agarose 1%. As amostras de RNA total foram extraídas de tecido foliar de plantas submetidas aos seguintes tratamentos: (raia1) controle 48 h, Ensaio 1; (raia 2) NaCl 175mM 48 h, Ensaio 1; (raia 3) controle 48 h, Ensaio 2; (raia 4) NaCl 175mM 48 h, Ensaio 2. As setas pretas indicam as bandas correspondentes ao RNA ribossomal. A seta branca indica uma banda correspondente ao RNA transportador.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

99

Figura 7. Análise da integridade e concentração de amostras de RNA total de raiz de cana-de-açúcar extraídas por TRIZOL. RNA total de tecido radicular de cana-de-açúcar da cultivar CB47-89 foi extraído utilizando o reagente TRIZOL (Invitrogen) e separadas por eletroforese em gel de agarose 175mM. As amostras de RNA total são de plantas submetidas aos seguintes tratamentos: (raia1) controle 48 h, Ensaio 1; (raia 2) NaCl 175mM 48 h, Ensaio 1; (raia 3) controle 48 h, Ensaio 2; (raia 4) NaCl 175mM 48 h, Ensaio 2. As setas indicam as bandas correspondentes ao RNA ribossomal. O colchete destaca um arraste correspondente a RNA degradado.

1 2 3 4

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

100

Neste contexto, uma nova tentativa para a extração de RNA total de raiz de

cana-de-açúcar foi realizada utilizando um novo protocolo. Vários protocolos

propõem extração de RNA total de diferentes tecidos vegetais, no entanto, nenhum

protocolo foi desenvolvido especificamente para extração de RNA em tecidos de

cana-de-açúcar. Um dos métodos mais comuns para extração de RNA de tecidos

vegetais é o método de extração por LiCl-Fenol, desenvolvido por Prescott e Martin

em 1987. Dessa forma, esse método foi aplicado para as amostras de tecido

radicular de cana-de-açúcar. A Figura 8 mostra o padrão de RNA total extraído de

raiz de cana-de-açúcar (cv CB47-89) controle e tratada com 175mM NaCl durante 48

h Ensaio 1 (raias 1 e 2) e Ensaio 2 (raias 3 e 4). Conforme podemos observar o

método foi eficiente para a extração de RNA em raiz. É possível verificar a

integridade do RNA pela observação das bandas correspondentes ao RNA

ribossomal (setas pretas). Os protocolos de extração de ácidos nucléicos

possibilitam a extração de DNA e RNA. O TRIZOL permite a obtenção apenas do

RNA, durante a etapa de precipitação. Já a metodologia de LiCl-Fenol permite a co-

precipitação de DNA ocasionando a contaminação da amostra de RNA com ácido

desoxirribonucléico. Na Figura 8 o contaminação das amostras de RNA total por

DNA é indicada pela seta vermelha. Nota-se a ocorrência de DNA genômico em

todas as amostras. Foi obtido RNA total em quantidade suficiente para os ensaios

posteriores, onde pode-se notar que o rendimento de RNA total entre as amostras foi

equivalente.

Após verificação da integridade e qualidade de RNA total para as amostras de

folha e raiz de cana-de-açúcar, as mesmas foram quantificadas em

espectrofotometro. Posteriormente, cerca 100 ng de RNA total de cada uma das oito

amostras foram utilizados para purificação de RNA mensageiro através da utilização

do kit “Poly AT Tract mRNA Isolation System IV (Promega)”. As amostras de RNAm

foram, então, utilizadas para a produção de moléculas de cDNA marcadas por [α32P]

dCTP para hibridação contra as membranas de macroarranjos contendo clones de

cana-de-açúcar.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

101

Figura 8- Análise da integridade e concentração de amostras de RNA total de raiz de cana-de-açúcar extraídas por LiCl-Fenol. RNA total de tecido radicular de cana-de-açúcar da cultivar CB47-89 foi extraído utilizando o método LiCl-Fenol (Prescott e Martin, 1987) e separadas por eletroforese em gel de agarose 1%. As amostras de RNA total são de plantas submetidas aos seguintes tratamentos: (raia1) controle 48 h, Ensaio 1; (raia 2) NaCl 175mM 48 h, Ensaio 1; (raia 3) controle 48 h, Ensaio 2; (raia 4) NaCl 175mM 48 h, Ensaio 2. As setas pretas indicam as bandas correspondentes ao RNA ribossomal. A seta branca indica contaminação das amostras por DNA genômico.

1 2 3 4 1 2 3 4

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

102

4.3- Ensaios de macroarranjo

Quatro membranas idênticas foram utilizadas para os ensaios de hibridação.

Em um primeiro ensaio, as membranas foram hibridadas contra amostras de

[32P]cDNA sintetizadas a partir de RNAm extraído de raízes cana-de-açúcar (cv.

CB47-89), nas situações controle e tratada com 175mM de NaCl durante 48 h. Em

um outro ensaio, as membranas foram hibridadas contra [32P]cDNA sintetizadas a

partir de RNAm de tecido foliar controle e tratado com 175mM de NaCl durante 48 h.

Os ensaios foram realizados em duplicata, assim foi obtido um par de membranas

controle e um par de membranas tratadas para cada tecido estudado.

4.3.1- Monitoramento da qualidade das membranas por hibridação com plasmídio

[32P]pSPORT1

Para verificar a homogeneidade da distribuição e fixação dos clones de cDNA

nas membranas de nylon foi realizada uma hibridação utilizando, como sonda o

plasmídio pSPORT1, vazio, marcado por 32P. Dessa forma, foi possível observar a

ocorrência de variações na concentração dos clones e verificar possíveis falhas de

distribuição.

O resultado da hibridação do plasmídio [32P]pSPORT1 contra as quatro

membranas é apresentado na Figura 9. Observando o padrão de hibridação das

membranas é possível notar que ocorreram diferenças de concentração entre as

amostras fixadas. As amostras da região 1, em vermelho, apresentam-se bem

menos concentradas que as amostras fixadas na região 2, em amarelo (Figura 9A).

Essa diferença de concentração dos clones, provavelmente, é resultado de erros

ocorridos durante a manipulação e equalização das amostras, ou ainda, problemas

ocorridos durante as lavagens deestringência.

Através da comparação entre as Figuras 9A, 9B, 9C e 9D pode-se notar que,

apesar das diferenças de concentração entre as amostras, foi mantido um padrão

regular de transferência dos clones para as membranas durante sua confecção.

Portanto, a escolha do transferidor manual de 96 pinos como equipamento para a

confecção das membranas foi adequado. No entanto, a manipulação inadequada do

transferidor manual resultou em falhas na distribuição dos clones, como pode ser

observado na região destacada em verde da Figura 9D.

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Resultados________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

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103

Figura 9- Análise da qualidade das membranas de mac roarranjo através de hibridação com plasmídio pSPOR T1 marcado com 32P. Para verificar a qualidade da transferência e fixação dos 370 clones de cDNA do SUCEST para as membranas de nylon, as cinco membranas foram hibridadas contra o plasmídio pSPORT1 vazio e marcado com [32P]dCTP. Em (A) os quadros amarelo e vermelho destacam dois conjuntos de clones que apresentam diferença de concentração. Em (E) o quadro verde destaca uma falha na transferência dos clones de cDNA em uma região de uma das cinco membranas confeccionadas.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

104

4.3.2- Monitoramento da qualidade de hibridação por sonda [32P]cDNA

Durante a confecção das membranas foram fixados clones de cDNA

utilizados como controles internos para hibridação. Foram utilizados clones para

actina (clone 268), ubquitina (clone 270), β-tubulina (clone 291) e gliceraldeído-3-

fosfato desidrogenase (clone 348). Esses clones correspondem a genes de

expressão, teoricamente, constante em diferentes tecidos/condições. Neste

contexto, a aplicação de tais controles internos permitiria a equalização de

diferenças de hibridação ocasionadas por variação da marcação das sondas

[32P]cDNA.

Na Figura 10 pode-se observar o padrão de hibridação para os controles

internos em uma das membranas usadas. Os clones correspondentes aos controles

internos estão destacados por círculos. Pode-se observar que ocorreu um padrão

diferenciado de hibridação para os quatro clones utilizados. Os clones para actina e

β-tubulina mostraram ser pouco abundantes (círculos verdes), enquanto os clones

para ubquitina e gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase mostraram forte expressão.

Observando a Figura 11 pode-se notar que o padrão de expressão dos

controles internos não sofreu alterações significativas entre as amostras controle e

tratadas em raízes ou folhas. Com base na informação observada nesse resultado

podemos inferir que os controles internos não são influenciados pelo estresse salino.

Porém, a expressão dos controles internos varia para diferentes tecidos. É possível

observar a diferença na intensidade de sinal entre as membranas que foram

hibridadas com [32P]cDNA de raiz e com [32P]cDNA de folha (Figura 11). Em folha,

os genes para os quatro controles internos são pouco abundantes, enquanto

ocorrem em grande quantidade em raiz. Como os ensaios de hibridação foram

realizados separadamente para cada tecido, e a expressão dos controles internos se

mostrou constante para cada tecido foi possível monitorar a qualidade da hibridação

pelas sondas de cDNA para os ensaios realizados.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

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105

Figura 10- Destaque dos controles internos fixados nas membranas de macroarranjo. Para monitorar a qualidade dos ensaios de hibridação quatro clones de cDNA para genes de expressão conhecida foram fixados em diferentes pontos das membranas de nylon. Os clones utilizados como controles internos foram (Act) actina, (Ubq) ubiquitina, (Tub) tubulina e (G3FD) gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase. Os círculos destacam os pontos de hibridação para os controles internos. Em vermelho os clones (Ubq e G3FD) que se mostraram mais abundantes após os ensaios de hibridação e em verde os dois clones (Act e Tub) menos abundantes.

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Resultados________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

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106

Figura 11- Análise da expressão dos genes para os c ontroles internos. O padrão de expressão dos quatro genes utilizados como controles internos foi monitorado em amostras controle e tratada (NaCl 175mM) de raízes e folhas de cana-de-açúcar. Os círculos destacam os pontos de expressão dos controles internos para as diferentes condições. Os círculos vermelhos indicam os clones para ubiquitina e gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase e os círculos verdes indicam os clones para actina e β-tubulina.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

107

4.3.3- Identificação de genes de cana-de-açúcar expressos em resposta ao estresse

salino através de macroarranjo

4.3.3.1- Identificação de genes de cana-de-açúcar expressos em tecido

radicular

Na Figura 12 foram apresentadas as imagens resultantes da hibridação das

membranas contendo os 370 clones do SUCEST contra sondas de [32P]cDNA

provenientes de tecido radicular de plantas de cana-de-açúcar, controle e tratada

(réplica experimental 1), e controle e tratada (réplica experimental 2). Lembrando

que os clones de cDNA foram dispostos nas membranas de acordo com os cinco

processos de resposta ao estresse salino (Esquema 1). Ao observar a Figura 12

pode-se notar que a expressão é distinta para os diferentes grupos de genes. O

quadro amarelo demarca genes envolvidos com o transporte de água e com

estresse oxidativo. Aparentemente, tais genes são mais abundantes em tecido

radicular, que os genes envolvidos com transporte de íons, osmoproteção e

fotossíntese (quadro verde), cujo sinal de hibridação é muito fraco em todas as

réplicas.

As imagens das membranas foram digitalizadas, analisadas através do

programa ArrayVision, normalizadas e os dados foram estatisticamente analisados.

Como resultado, foi gerada uma lista dos genes que são regulados em cana-de-

açúcar após a exposição durante 48 h à 175mM de NaCl. Na Tabela 2 estão listados

os genes que foram regulados em raiz durante os ensaios de macroarranjo. Nesse

tecido, 12 genes foram regulados. Dentre eles, os genes para catalase, glutationa

peroxidase, ascorbato peroxidade e AcPMP3 foram induzidos, enquanto genes que

codificam SOS1, VHATPase, NHX1 e CLC1 foram reprimidos. Na Tabela 2 estão

relacionados os nomes dos genes, o “Read” de identificação no SUCEST,

identificação numérica do clone, regulação em resposta ao estresse e o teste

estatístico aplicado.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

108

Figura 12- Análise do perfil de expressão de genes de resposta à salinidade em raízes de cana-de-açúcar. Sondas de [32P]cDNA sintetizadas a partir de RNAm de raiz de cana-de-açúcar (CB47-89) foi hibridado contra membranas de macrarranjo contendo os 370 clones de cDNA do SUCEST. As membranas correspondem a replicas de ensaios independentes de plantas controle e estressadas por 175mM de NaCl durante 48 h. O quadro verde destaca o conjunto dos clones envolvidos com transporte de íons, osmoproteção e fotossíntese. O quadro amarelo destaca os clones envolvidos com transporte de água e extresse oxidativo.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

109

Na Figura 13 foram destacados os genes que, após análise estatística,

tiveram sua expressão alterada em resposta ao estresse salino em raiz. Os círculos

brancos indicam alguns dos genes que foram reprimidos em resposta ao estresse, e

os círculos vermelhos destacam os genes que foram induzidos. Cada clone

destacado foi identificado pelo número a ele correspondente. Tais clones encontram-

se relacionados na Tabela 2. As setas indicam os genes NHX1 e catalase que

tiveram expressão alterada, também, em tecido radicular.

4.3.3.2- Identificação de genes de cana-de-açúcar expressos em resposta ao

estresse salino em tecido foliar

Na Figura 14, pode-se observar as imagens de hibridação das moléculas de

[32P]cDNA de folhas de cana-de-açúcar, controle e tratadas, contra membranas de

macroarranjo. Em tecido foliar de cana-de-açúcar a expressão dos distintos grupos

de genes ocorre de forma diferenciada. Observando a Figura 14, pode-se notar que

os genes envolvidos com a fotossíntese (quadro vermelho) são os mais abundantes.

Tais resultados eram esperados por se tratar de um tecido com alta atividade

fotossintética. Comparando-se visualmente os pontos de hibridação para os genes

da fotossíntese nas membranas controle e tratadas, é possível observar que todos

os genes são reprimidos por estresse salino. Os genes para transporte de água e

estresse oxidativo (quadro amarelo), são menos abundantes que os de fotossíntese

e, aparentemente, tem um nível menor de transcrição em folhas que em raiz (Figura

12). Os genes envolvidos com transporte de íons, osmoproteção e fotossíntese

(quadro verde), apresentam sinal de hibridação extremamente fraco em todas as

réplicas, dificultando a análise para a maioria dos genes.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

110

Figura 13- Identificação de genes expressos em resp osta ao estresse salino em tecido radicular de plantas de cana-de-açúcar. As imagens mostram o padrão de hibridação das membranas de macroarranjo com sonda de [32P]cDNA de raízes de cana-de-açúcar (cv. CB47-89) controle e tratadas com 175mM de NaCl por 48 h. Os círculos indicam os genes que tiveram seu padrão de expressão alterado em resposta ao estresse salino. Os círculos brancos destacam os genes que foram reprimidos e os círculos vermelhos genes induzidos por NaCl. As setas indicam genes que foram expressos também em tecido foliar. O número de identificação de cada clone é mostrado ao lado dos círculos.

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Resultados_____________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

111

Tabela 2: Genes diferencialmente expressos em raízes de cana-de-açúcar.

Gene Read Número do Clone Expressão Seleção test t Seleção ISER

SOS1 SCQSAM1031A03.b 59 - Sim Não

VHATPase B SCMCRT2086F06.g 62 - Sim Não

VHATPase Proteolipidica SCCCST3C03H07.g 86 - Sim Não

NHX1 SCJFLR2036G10.g 103 - Sim Não

CLC1 SCQGLB20044A10.g 109 - Sim Não

Catalase SCCCLR1048H09.g 244 + Sim Não

Catalase SCCCAD1004H02.g 264 + Sim Não

Catalase SCUTFL1062D04.b 176 + Sim Não

Glutationa Peroxidase SCCCLR2001F02.g 284 + Sim Não

Ascorbato Peroxidade SCEQRT1025E05.g 304 + Sim Não

AcPMP3 SCRLST3166A12.g 213 + Sim Não

AcPMP3 SCUTST3084F06.g 265 + Sim Não

Sinal (-) representa genes reprimidos e (+) genes induzidos.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

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112

Figura 14- Análise do perfil de expressão de genes de resposta à salinidade em folhas de cana-de-açúcar. Sondas de [32P]cDNA sintetizado a partir de RNAm de folhas de cana-de-açúcar (CB47-89) foi hibridado contra membranas de macrarranjo contendo os 370 clones de cDNA do SUCEST. As membranas correspondem a replicas de ensaios independentes de plantas controle e estressadas com 175mM de NaCl durante 48 h. O quadro verde destaca o conjunto dos clones envolvidos com transporte de íons e osmoproteção. O quadro vermelho destaca os clones envolvidos com a fotossíntese. O quadro amarelo destaca os clones envolvidos com transporte de água e extresse oxidativo.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

113

Os genes regulados em resposta ao estresse salino em folhas de cana-de-

açúcar (CB47-89) estão relacionados na Tabela 3. Para esse tecido, 19 genes foram

regulados. Apenas um dos clones, que codifica para catalase, foi induzido. Dos 19

genes regulados, 14 estão relacionados com o aparato fotossintético. Tais genes

foram reprimidos quando submetidos ao estresse salino. Uma coincidência na

regulação gênica para raízes e folhas foi à indução do gene para catalase (clone

264) e a repressão do gene NHX1 em resposta à salinidade. Um fato interessante, é

que clones diferentes para NHX1 foram regulados nos dois tecidos. Em raízes, foi

regulado o clone 103, e em folhas, foi regulado o clone 101. Na Tabela 3, estão

relacionados os nomes dos genes, o “Read” de identificação no SUCEST, a

identificação numérica do clone, a regulação em resposta ao estresse e o teste

estatístico aplicado.

Na Figura 15 foram destacados os genes que, após análise estatística,

tiveram sua expressão alterada em resposta ao estresse salino em tecido radicular

de plantas de cana-de-açúcar submetidas a 175mM de NaCl por 48 h. Os círculos

bancos indicam genes que foram reprimidos em resposta ao estresse e os círculos

vermelhos destacam o único gene que foi induzido por estresse salino em folha.

Cada clone destacado foi identificado pelo número a ele correspondente de acordo

com a Tabela 3. As setas indicam os genes que tiveram expressão alterada em

ambos os tecidos, foliar e radicular.

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Resultados_____________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

114

Tabela 3: Genes diferencialmente expressos em folhas de cana-de-açúcar.

Gene Read Número do Clone Expressão Seleção test t Seleção ISER

NHX1 SCEQRT3C04C02.g 101 - Sim Não

psaD SCEQSD1074G01.g 1 - Sim Não

psaE SCRFSB1021D02.g 2 - Sim Não

psaL SCCCSD2089E12.g 5 - Sim Não

psaG SCFRSD1023A11.g 6 - Sim Sim

lhca1 SCCCNR1004C03.g 14 - Sim Não

lhca2 SCAGLV1042D08.g 15 - Sim Não

lhca4 SCCCST200A11.g 17 - Sim Sim

psbO SCSBAD1084F09.g 8 - Sim Não

psbR SCCCSD1095H02.g 11 - Sim Não

lhcb1 SCACSB1035C12.g 18 - Sim Não

lhcb3 SCBFSD1036F03.g 19 - Sim Não

lhcb2 SCSBST3096E08.g 20 - Sim Não

atpC SCJFRT1010C10.g 27 - Sim Não

atpD SCUTSD1086A10.g 28 - Sim Não

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Resultados_____________________________________________________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

115

TIP SCJLRT1013E08.g 328 - Sim Sim

catalase SCCCCL3080H12.b 264 + Sim Sim

SOD CSJFRZ1007G12.g 361 - Sim Não

peroxidase SCCCLB1004B09.g 206 - Sim Não

Sinal (-) representa genes reprimidos e (+) genes induzidos.

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Resultados_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

116

Figura 15- Identificação de genes expressos em resp osta ao estresse salino em tecido foliar de plantas de cana-de-açúcar. As imagens mostram o padrão de hibridação das membranas de macroarranjo com sonda de [P32]cDNA de folhas de cana-de-açúcar (cv. CB47-89) controle e tratadas por NaCl 175mM por 48 h. Os círculos indicam os genes que tiveram seu padrão de expressão alterado em resposta ao estresse salino. Os círculos brancos destacam os genes que foram reprimidos e os círculos vermelhos genes induzidos por NaCl. As setas indicam genes que foram expressos também em tecido radicular. O número de identificação de cada clone é mostrado ao lado dos círculos.

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

117

5- DISCUSSÃO

5.1- Identificação de ESTs de cana-de-açúcar relaci onados a processos de

resposta ao estresse salino

O estresse salino exerce dois efeitos tóxicos sobre as células vegetais: o

efeito osmótico e o efeito íon-específico (Blumwald, 2000). Logo após a exposição

às altas concentrações de sal as células vegetais iniciam um processo de

restabelecimento de seu estado de homeostase, para tanto, inicia-se a biossíntese

de compostos osmoprotetores (Serraj e Sinclair, 2002; Munns, 2005; Turner et al.,

2007). Os osmoprotetores são acumulados no citoplasma e em associação com

proteínas como as aquaporinas, que controlam o transporte de água, contribuem

para o restabelecimento do balanço osmótico (Ashaf e Foolad, 2007). Os

mecanismos de resposta ao efeito íon-específico incluem a ativação e/ou inativação

de proteínas presentes na membrana plasmática e na membrana de organelas como

o vacúolo (Davenport et al., 2005; Zörb et al., 2005; Chinnusamy et al., 2005;

Gepstein et al., 2006). Outros mecanismos de resposta, pela célula vegetal, ao

acúmulo de sal no ambiente intracelular incluem modificação da atividade de

enzimas, ativação de vias de resposta a estresse oxidativo, adaptações fisiológicas e

morfológicas e a alteração da expressão de vários genes (Jebara et al., 2005; Munns

et al., 2006; Sahi et al., 2006; Seki et al., 2007; Xie et al., 2007).

Todo o sistema de resposta da planta ao estresse culmina da alteração do

padrão de expressão de centenas de genes (Kawasaki et al., 2001; Liu e Baird,

2003; Andjelkovic e Thompson, 2006; Sreenivasulu et al., 2007). Portanto, o

conhecimento acerca do sistema de regulação de genes em resposta à salinidade é

de grande importância para a compreensão e elucidação dos mecanismos de

resistência e adaptação vegetal a esse estresse abiótico.

Nesse contexto, genes e proteínas previamente caracterizadas em diferentes

espécies vegetais, como envolvidas em cinco processos de resposta ao estresse

salino (transporte de íons, osmoproteção, fotossíntese, transporte de água e

estresse oxidativo) foram selecionadas para busca de seqüências ortologas de cana-

de-açúcar através de bioinformática.

Ferramentas de bioinformática que permitam acesso, investigação e

manipulação de bancos de seqüências, têm sido cada vez mais utilizadas para a

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

118

identificação de genes e verificação de padrões de expressão gênica em diferentes

organismos e condições fisiológicas (Nogueira et al., 2003; Vettore et al., 2003;

Nogueira et al., 2005; Guillaumie et al., 2007). Assim, utilizando ferramentas de

busca dentro do banco de dados do SUCEST foi possível identificar 370 ESTs de

cana-de-açúcar relacionados aos cinco processos de resposta ao estresse salino

(Tabela 1). Com uma abordagem semelhante, Nogueira e colaboradores (2005)

identificaram, por bioinformática, todos os ESTs pertencentes à família NAC em

cana-de-açúcar, e, de posse dos clones de cDNA pala tais ESTs, verificaram seu

padrão de expressão em resposta a herbivoria, frio e estresse hídrico. Dois anos

mais tarde Cavalcante e colaboradores (2007) identificaram, no banco de dados do

SUCEST, ESTs associados a resposta da interação entre plantas de cana-de-açúcar

e bactérias endofíticas. Os ESTs identificados foram utilizados para estudos de

expressão gênica em diferentes condições do processo de interação planta-

patógeno. Da mesma forma, os clones de cDNA, correspondentes aos 370 ESTs

identificados durante nossos trabalhos, foram adquiridos do BCC Center e utilizados

para ensaios de macroarranjos. Tais ensaios tiveram como objetivo a investigação

do padrão de expressão de genes de raízes e folhas de plantas de cana-de-açúcar

(cv. CB47-89) submetidas ao estresse causado pela exposição a 175mM de NaCl

durante 48 h.

5.2- Implementação da metodologia de arranjos de DN A em membrana

Tecnologias como Northern Blot, SAGE (Análise Serial da Expressão de

Genes), macroarranjo, microarranjo e PCR em tempo real têm sido amplamente

utilizadas para análise, em larga escala, da expressão de genes envolvidos com

diferentes processos celulares, genes de resposta a estímulos externos, genes

chave em vias metabólicas e cascatas de sinalização (Martin et al., 2000; Middleton

et al., 2002; Donaldson et al., 2005; Lombardi et al., 2006).

Em comparação as demais metodologias citadas o uso da técnica de

macroarranjo oferece vantagens, pois é mais barata, a confecção das membranas é

mais fácil e a analise dos dados gerados pode ser realizada com equipamentos

convencionais encontrados no laboratório (Sugiyama et al., 2007). A técnica de

macroarranjo permite a identificação de vários genes simultaneamente (Dawea e

Gassey, 2007). A metodologia é baseada na imobilização de genes de interesse em

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

119

membranas de nylon para posterior hibridização com sonda de cDNA. A aplicação

da técnica permite a análise do padrão de expressão de um gene ou um grupo de

genes em resposta a uma determinada característica/condição (Nogueira et al.,

2003, De Rosa Jr et al., 2005; Camargo et al., 2007).

Durante nossos trabalhos nós utilizamos a técnica de macroarranjo para a

análise do padrão de expressão de genes em reposta ao estresse salino em plantas

de cana-de-açúcar. O primeiro passo nesse sentido foi a implementação da técnica,

para tanto, membranas de nylon contendo 370 clones de cDNA de cana-de-açúcar,

clonados no plasmídio pSPORT1, foram confeccionadas manualmente com o auxílio

de transferidor manual de 96 pinos. Para verificar a qualidade da distribuição dos

clones nas membranas foi realizada uma hibridação utilizando como sonda o

plasmídio pSPORT1 vazio marcado por 32P. O plasmídio pSPORT1 é parte

integrante de todas as amostras fixadas. Assim, ocorreu hibridação em todos os

pontos da membrana, o que permitiu uma observação global da integridade e

qualidade das mesmas.

Os resultados revelaram que os clones de cDNA não se encontram na

mesma concentração, como era esperado (Figura 9A). As amostras de DNA

plasmidial contendo os 370 clones foram quantificadas por espectrofotômetro e,

posteriormente, quantificadas visualmente em comparação com amostras de

plasmídio pGEM com concentração conhecida (Figuras 2-5). O procedimento de

análise e normalização das amostras foi repetido diversas vezes, contudo, os

resultados da hibridação para monitoramento das membranas mostraram que a

concentração dos clones não estava equalizada.

Pudemos observar que ocorreram falhas durante a confecção das

membranas (Figura 9D), em algumas regiões os clones não foram transferidos com

eficiência. Como o processo de confecção é manual qualquer erro de manipulação

pode culminar em membranas de má qualidade. Um dos procedimentos para a

construção das membranas é a fixação das mesmas em suporte sólido, de modo

que não ocorram deslizamentos em ocasião da utilização do transferidor manual.

Uma possível explicação para a região sem clones encontra em uma das

membranas é a má fixação da mesma no suporte sólido. Outra proposta para a falha

é uma possível desuniformidade no funcionamento dos pinos do transferidor manual,

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

120

Teoricamente, todos os 96 pinos do equipamento deveriam transferir 1�L de

solução contendo DNA plasmidial para a membrana.

Algumas vezes, observamos um volume diferenciado de solução nas pontas

dos pinos. A quantidade de solução transferida pelos pinos, também estava

relacionada à coluna de solução plasmidial encontrada na placa de 96 poços,

utilizada para organização e distribuição das amostras. Ao longo dos experimentos,

pudemos observar que ocorria evaporação das amostras. Observando os poços

individualmente, notamos que essa evaporação ocorria de forma diferenciada entre

os poços. Esse conjunto de dados pode explicar a heterogeneidade observada nos

pontos de hibridação das membranas.

Sugiyama e colaboradores (2007), durante seus trabalhos, afirmaram que o

sucesso dos ensaios de macroarranjo depende de um desenho experimental

adequado incluindo a fabricação das membranas, o preparo adequado das

amostras, o processo de hibridação e por fim a análise dos dados. As conclusões

desses pesquisadores confirmam que os problemas enfrentados durante a

construção das membranas de macroarranjo são inerentes ao processo de

manipulação.

Na tentativa de minimizar tais problemas propomos alternativas: como a

fixação da membrana, não apenas sobre um suporte sólido, mas na bancada, para

evitar variações de superfície; manter as placas de DNA plasmidial em gelo durante

todo o processo de confecção das membranas, para minimizar a evaporação das

amostras; trabalhar com volumes maiores de amostras para evitar variações na

coluna de solução, o que interfere no volume transferido pelos pinos do transferidor

manual.

Além da qualidade das membranas, também foi monitorada a qualidade da

hibridação das membranas com sonda de [32P]cDNA proveniente dos tecidos de

cana-de-açúcar. Em trabalhos de otimização de hibridação por microarranjos

Relogio e colaboradores (2002) ressaltam a importância da qualidade das moléculas

utilizadas como sonda, tais como as propriedades químicas (tipo e eficiência de

marcação) e físicas (tamanho, composição de CG) da sonda utilizada que afetam a

cinética de hibridação e a sensibilidade de detecção. Assim o monitoramento da

qualidade das sondas é essencial.

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

121

Para esse fim foram distribuídos clones de cDNA correspondentes ao

controles internos actina (clone 268), ubquitina (clone 270), β-tubulina (clone 291) e

gliceraldehide-3-fosfato desidrogenase (clone 348) (Figura 10). Os quatro controles

internos apresentaram diferenças de expressão de um para o outro. Actina e

tubulina foram menos abundantes, enquanto que ubiquitina e G3PD apresentaram

maiores níveis de expressão. Teoricamente, esses genes apresentam expressão

inalterada para qualquer tecido/condição, assim variações na concentração da

sonda ou no processo de hibridação dentro de um mesmo ensaio, puderam ser

monitorados pelo acompanhamento dos pontos de hibridação desses genes. O

acompanhamento da hibridação desses genes mostrou que sua expressão não é

afetada pelo tratamento por NaCl (Figura 11). Porém a expressão se apresentou

tecido dependente, pois foi verificada uma variação na expressão desses controles

internos entre raiz e folha (Figura 11). Como os ensaios de hibridação foram

realizados separadamente para cada tecido, e a expressão dos controles não variou

com o tratamento, foi possível monitorar a qualidade da hibridação pelas sondas de

cDNA para os ensaios realizados. A utilização de controles internos para o

monitoramento da qualidade de hibridação, também foi aplicado por Sugiyama e

colaboradores (2006) durante seus ensaios de padronização de um sistema de

macroarranjo adequado para análises múltiplas de expressão gênica.

Em uma etapa posterior os dados de expressão dos controles internos foram

utilizados para processos de normalização das membranas. Durante estudos de

normalização e correção do fundo (ruído), Edwards (2003), afirmam que o processo

de normalização durante ensaios de arranjo é essencial para análises dos dados. A

existência de falhas durante o processo de normalização levam à conclusões

equivocadas. Neste mesmo contexto, Dawes e Glassey (2007) demonstram que a

normalização dos dados de macroarranjos de cDNA é também essencial,

principalmente, durante investigação de interação regulatória e análise funcional em

sistemas biológicos.

Em nossos ensaios de macroarranjo, a normalização e análise das

membranas foram realizadas de acordo a metodologia descrita por Drummond e

colaboradores (2005). A metodologia desenvolvida por Drummond é baseada na

utilização de genes de expressão constante, para gerar fatores de normalização

para cada membrana e entre as membranas. Em nossos ensaios, os controles

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

122

internos foram considerados como genes de expressão constante, e foi criado um

critério dependente de intensidade a eles associado, pelo uso do algorítimo ISER.

Essa metodologia foi desenvolvida por Drummond e colaboradores no Laboratório

de Genoma Funcional- CBEMG- UNICAMP e tem sido utilizada para normalização e

análise estatística para vários dos ensaios de macroarranjo com genes provenientes

do SUCEST em estudos de cana-de-açúcar (De Rosa Jr et al., 2005; Camargo et al.,

2007).

A utilização dos controles internos permitiu a normalização das membranas.

Entretanto, os dados de expressão gerados após as etapas de nomalização e

análise estatística dos experimentos foram muito abaixo da expectativas para o

ensaio. Um número pequeno de genes mostrou-se regulado entre os 370

analisados.

Em ensaios futuros, a utilização de quantidades maiores de sonda e a

escolha de controles internos com níveis próximos de expressão, entre si, possam

melhorar a qualidade dos experimentos.

5.3- Investigação do padrão de expressão de 370 clo nes do SUCEST em

resposta a estresse salino em cana-de-açúcar

Após normalização e tratamento estatístico das membranas hibridadas com

[32P]cDNA provenientes de raízes e folhas de cana-de-açúcar (cv. CB47-89) controle

e tratada com 175mM de NaCl durante 48 h, foram identificados genes cuja

expressão foi regulada em resposta ao tratamento. Dos 370 genes investigados 12

foram regulados em raiz e 19 em folha. O número de genes regulados foi muito

menor que o esperado. A maior parte dos genes hibridados apresentou um padrão

de sinal muito baixo, dificultando a análise da membrana e gerando dados

inconsistentes. Durante a aplicação dos algoritmos e testes estatísticos foi verificado

que a maioria dos genes hibridados não apresentava valores de expressão

detectáveis e/ou diferenciados entre as membranas controle e tratadas. Uma

possível explicação para esse padrão de hibridação pode estar na quantidade de

RNA utilizada para a síntese da sonda, aparentemente, a sonda não estava em

concentração suficiente para uma hibridação eficiente. Esta hipótese é corroborada

por estudos realizados por Freeman e colaboradores (2000) que ressaltaram a

necessidade de grandes quantidades de RNA para cada hibridação como fator

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

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limitante da qualidade e reprodutibilidade, especificamente, no caso de ensaios de

macroarranjo. Nessa mesma linha de discussão Lombardi e colaboradores (2006)

mostraram que a limitação da quantidade de RNA influencia na qualidade da

implementação da tecnologia do macroarranjo de cDNA.

Em amostras de raiz, dentre os 12 genes regulados, três foram induzidos e

fazem parte da via de resposta vegetal ao estresse oxidativo. Foram induzidos os

genes para catalase, glutationa peroxidase, ascorbato peroxidade (Tabela 2). Esses

resultados são coerentes com os diversos trabalhos sobre a resposta vegetal ao

estado de estresse. Uma das alterações bioquímicas que ocorrem quando as

plantas são sujeitas ao estresse salino é a produção de espécies reativas de

oxigênio (ROS) (Meloni et al., 2003). As plantas possuem uma série de mecanismos

que atuam na proteção contra os danos mediados pelas ROS. O termo antioxidante

pode ser utilizado para descrever inúmeros compostos capazes de dissipar essas

espécies reativas, sem que a planta passe por danos severos (Dröge, 2002).

Enzimas antioxidantes, como a ascorbato peroxidase (APX), a superóxido dismutase

(SOD) e a catalase (CAT) estão envolvidas nos principais mecanismos de

eliminação de ROS do meio intracelular (Mittler, 2002). Dessa forma o resultado de

indução dos genes para catalase, glutationa peroxidase, ascorbato peroxidade de

cana-de-açúcar em resposta ao estresse mediado por NaCl são relevantes e

sustentados por pesquisas realizadas para outras espécies vegetais.

Um dado interessante foi a indução do gene para AcPMP3 (Tabela 2), Esse

gene codifica uma proteína de membrana que foi descrita por Inada e colaboradores

(2005) como responsiva a estresse salino, desidratação e frio em trigo. Em outro

estudo, Inada (2005), classificou esse gene como de resposta a estresse abiótico, e

altamente induzido por estresse salino. Esses dados fazem bastante compreensível

o padrão de indução de AcPMP3 em cana-de-açúcar em resposta a estresse

mediado por NaCl.

Em folhas vários genes do aparato fotossintético foram reprimidos durante a

exposição das plantas de cana-de-açúcar ao estresse salino. Tal resultado era

esperado uma vez que pesquisas têm demonstrado que o rendimento quântico do

fotossistema II sofre queda em resposta a estresses mediados por salinidade em

diferentes espécies vegetais (De Souza-Filho 2003; Borges, 2004). Trabalhos de

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

124

desenvolvidos por Dias em 2004, demonstraram que o estresse salino promove a

repressão de genes do aparato fotossintético em cana-de-açúcar.

O gene NHX1 tem regulação negativa em raízes e folhas de cana-de-açúcar.

Esse gene codifica uma proteína que transloca H+ para fora do vacúolo, ao mesmo

tempo que transloca Na+ para o interior do mesmo, promovendo, assim a

compartimentalização do íon tóxico (Na+) (Apse et al., 1999). Os resultados nos

levam a inferir, que em cana-de-açúcar, ocorre a inibição da expressão do gene

NHX1 ou inativação da proteína NHX1 quando a planta está sob estresse salino. É

relatado que no caso de altas concentrações de sódio no meio intracelular, o gene

para NHX1 é induzido, produzindo grandes quantidades da proteína que agiria na

detoxificação celular, compartimentalizando íons sódio (Gaxiola et al., 1999; Hamada

et al., 2001; Wang et al., 2003; Yu et al., 2007). No entanto, nossos resultados

indicam um sistema de repressão para NHX1. É interessante notar que clones de

cDNA diferentes foram regulados em cada tecido, em raízes foi regulado o clone 103

e em folhas foi regulado o clone 101, isso sugere um sistema de regulação

diferenciado para possíveis alelos desse gene.

Apesar de ser uma metodologia amplamente utilizada para análise de

expressão gênica em larga escala, a técnica de macroarranjo apresenta inúmeros

problemas inerentes a sua padronização e implementação.

Durante a realização deste trabalho, os dados obtidos na fase de

implementação da tecnologia de macroarrajo, nos permitiu definir alguns

parâmetros: 1) variações no sistema de confecção e hibridação das membranas

prejudicam a reprodutibilidade dos ensaios; 2) a seleção de controles internos, de

expressão invariável, é imprescindível para a eficiência de normalização das

membranas; 3) a escolha adequada de ferramentas e softwares, para eleminação de

ruídos e normalização, é essencial para a análise correta dos dados gerados.

Contudo, a despeito dos obstáculos enfrentados durante a implementação da

metodologia de macroarranjo, os resultados obtidos durante nossos trabalhos são

bastante relevantes para a compreensão do sistema de resposta vegetal ao estresse

salino. Nossos ensaios possibilitaram a identificação, através de bioinformática, de

ESTs de cana-de-açúcar envolvidos com diferentes processos relacionados à

resposta ao estresse salino. Bem como a identificação, através de macroarranjo, de

genes cuja expressão gênica é regulada em resposta ao estresse salino em raízes e

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Discussão________________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

125

folhas de cana-de-açúcar. Este trabalho deu inicio à análise, em larga escala, de

genes de resposta ao estresse salino em cana-de-açúcar. O conjunto de dados

gerados permitirá uma maior compreensão dos mecanismos de resposta ao

estresse salino em cana-de-açúcar, possibilitando a obtenção de maiores

elucidações acerca dos processos de resistência e adaptação dessa espécie ao

referido estresse.

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Conclusões_______________________________________________________Capítulo 2_

Ferreira, B.S.

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6- CONCLUSÕES

1 As análises de bioinformática no banco de seqüências do SUCEST

resultaram na identificação de 370 ESTs envolvidos com a resposta ao

estresse salino em cana-de-açúcar.

2 A semelhança dos conjuntos gênicos de resposta à salinidade entre cana e

outras plantas, permitiu concluir que a utilização de genes ortologos para

identificação de seqüências em bancos de dados de diferentes espécies é

uma eficiente metodologia.

3 As etapas de implementação da técnica de macroarranjo permitiram definir

que: a) variações no sistema de confecção e hibridação das membranas

prejudicam a reprodutibilidade dos ensaios; b) a seleção de controles

internos, de expressão invariável, é imprescindível para a eficiência de

normalização das membranas; c) a escolha adequada de ferramentas e

softwares, para eleminação de ruídos e normalização das membranas, é

essencial para a análise correta dos dados gerados; d) grandes quantidades

de RNA são necessárias para a eficiência de hibridação e obtenção de sinais

detectáveis.

4 Apesar dos problemas inerentes a implementação, a técnica de Macroarranjo

permitiu a avaliação da expressão dos 370 genes de cana-de-açúcar resposta

ao estresse salino.

5 Foram identificados 12 genes regulados por estresse salino em tecido

radicular e 19 genes em tecido foliar, através de macroarranjo. A maior parte

dos genes regulados em folha estava relacionada à fotossíntese. Enquanto,

em raiz, os genes regulados estavam relacionados ao estresse oxidativo e ao

transporte de íons.

6 Análises que permitam o aumento da sensibilidade da técnica de

macroarranjo, viabilizarão a detecção de um maior número de genes

expressos em resposta ao estresse salino, em estudos futuros.

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Apêndices________________________________________________________________

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