BAURURoutesNosso suplemento resgata um pouco da história bauruense guardada pelo Museu Histórico Municipal

de Bauru

Numa passagem apresada, talvez a maioria da população

nem chegue a destacar em suas vistas o Museu Histórico Municipal de Bauru. Sem as características colunas helenísticas ou as arrojadas curvas de Niemeyer, praxe da arquitetura de outros museus mais conhecidos, o discreto museu bauruense lembra antes uma modesta repartição pública sem grandes atribuições.Desde 1997, permanece instalado no centro da cidade, e lá pode permanecer horas sem visitas, em proporção, tão desprezado quanto seus irmãos mais populares , qual o Museu de Arte Moderna de São Paulo ou o Museu do Ipiranga. Ao nosso singelo prédio, ainda lhe é admissível a desculpa de estar ofuscado pela pressa dos dias atuais, que impedem a população de observar mais afetivamente a cidade, à ponto de

percebê-lo entre tantas construções similares de menor significação cultura.A história da cidade de Bauru está representada nos incontáveis ícones que compõem o acervo do Museu. Balanças comerciais,pianos e outros instrumentos musicais, teares, manequins, máquinas de escrever, um sem número de objetos guardam a memória das profissões que ajudaram Bauru a se tornar a cidade mais importante do Noroeste Paulista. Para aqueles que preferem o documento factual ao indício que sugerem os equipamentos usados pelos antigos concidadãos, há registros cartográficos e jornais do município com datas que só foram impressas nas páginas do jornal “o Progresso de Bauru”, principiando nos já distantes idos de 1905 este ofício que escraviza pobres

almas ao café e às noites em claro.Aos que pouco se interessam pelo passado remoto, o museu ainda reserva uma sala com uma réplica do Bauruzinho, polêmico símbolo idealizado pelo vereador Fernando Mantovani (PSDB) que trouxe notoriedade estadual ao município, mais pelo ato de vandalismo sofrido que propriamente pelo valor artístico da escultura .Apesar de não ser excitante quanto um parque de diversões disposto a descobrir seu almoço, nem tão revigorante quanto se reunir em um barzinho com os nem sempre aturáveis colegas de trabalho, uma visita ao Museu Histórico Municipal de Bauru pode trazer surpresas interessantes para bauruenses e mostrar um pouco mais das raízes da cidade àqueles que, como eu, não acreditam estar de passagem pela cidade .

Por Que não uma tarde no museu?O Museu Histórico Municipal de Bauru precisa ser redescoberto

Em 1856, o mineiro Felicíssimo Antonio Pereira explora a vasta

região situada entre a Serra de Botucatu, o Rio Tietê, o Rio Paranapanema e Rio Paraná, até então habitado por grupos de índigenas Kaingang, e cria a Fazenda Flores, onde é hoje o centro de Bauru. Esta tem parte de suas terras desagregadas em 1884 para a formação do Arraial de São Sebastião de Bauru.Com o crescimento, o Arraial torna-se um distrito de Agudos 1888, e alcança a emancipação em 1° de agosto de 1986, por conta da chegada de migrantes paulistas e mineiros. Nesta época, o café era a principal cultura do município de terras fracas. Em 1906, Bauru é escolhida para ser a primeira gare da Ferrovia Noroeste do Brasil, ligada à Corumbá, na Bolívia.A prosperidade do município

na primeira metade do século XX e o entroncamento rodo-ferroviário onde se encontra atrairam para Bauru imigrantes europeus, asiáticos e judeus de diversas nacionalidades. Atualmente, é das cidades mais cosmopolitas do interior do Estado de São Paulo por acolher ainda latino americanos e palestinos.Os frutos desta harmonia entre tantos povos pode ser observado pelas instituições que o município como a Associação Luso-Brasileira (AALB), o Clube Nipo-Brasileiro, a Associação Cultural Dante Alighieri, a Associação Cultural Miguel de Cervantes, o Tenrikyo, a Festa das Nações o eixo urbanístico denominado Nações Unidas, e a localização da Prefeitura Municipal, situada na Praça das Cerejeiras, inaugurada pelo então futuro imperador do Japão Akihito na década de 1970.

Museu Histórico Municipal de BauruRua: Antônio Alves nº 13-31 - Centro - Bauru - SPTelefone: (14) 3227.7320 Horário de funcionamento:De terças àos sábados das 9h às 17h

fotos e textos:Thiago Teixeira

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