Batam três vezes 15
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Batam Três Vezes!
São Paulo 2016
MARION ST. JOHN WEBBEscritora inglesa de livros infantis, 1888-1930. “Knock three times!” foi escrito em 1917.
Tradução e Ilustrações: Angela Kageyama
Batam Três Vezes!Batam Três Vezes!
Copyright © 2016 by Editora Baraúna SE Ltda
Capa Jacilene MoraesIlustração Angela KageyamaDiagramação Jacilene MoraesRevisão Andrea Bassoto
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________W372b
Webb, Marion ST. John Batam três vezes! / Marion ST. John Webb ; tradução e ilustração Angela Kageyama. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2016. il.
Tradução de: knock three times! ISBN 978-85-437-0508-8
1. Ficção infantojuvenil inglesa. I. Kageyama, Angela. II. Título.
16-30657 CDD: 025.8 CDU: 087.5________________________________________________________________23/02/2016 23/02/2016
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br
Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo - SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br
Esta é a história de uma abóbora malvada e de como ela foi ven-cida por duas crianças corajosas que nunca desistiram...
Sumário
Capítulo 1 - Tia Phoebe envia um presente de aniversário .................... 9
Capítulo 2 - Começa a aventura ........................................................... 13
Capítulo 3 - Do outro lado da árvore ..................................................... 23
Capítulo 4 - Por que a Velha Nancy dormiu durante o pôr do sol .................35
Capítulo 5 - Em que se explica quem está dentro da Abóbora Cinzenta ... 39
Capítulo 6 - A Folha Preta ..................................................................... 47
Capítulo 7 - Glan abre o portão bem na hora ....................................... 57
Capítulo 8 - Tia Janet põe seu melhor chapéu ..................................... 67
Capítulo 9 - Planejando a busca ........................................................... 75
Capítulo 10 - Alguém encontra Jack e Molly na Terceira Alameda Verde .. 85
Capítulo 11 - Armadilha ........................................................................ 95
Capítulo 12 - A Charneca dos Goblins ............................................... 103
Capítulo 13 - Timothy dá uma pista .................................................... 113
Capítulo 14 - A casa do Senhor Papingay no Bosque Laranja ................119
Capítulo 15 - A desventura de Jack .................................................... 131
Capítulo 16 - Molly aceita um presente ............................................... 139
Capítulo 17 - Um aviso ........................................................................ 147
Capítulo 18 - Molly chega ao Lago Desolado .................................... 157
Capítulo 19 - Molly olha pela janela da Senhorita Lydia ..................... 163
Capítulo 20 - O que aconteceu fora do chalé da Velha Nancy ................. 175
Capítulo 21 - O destino da Abóbora Cinzenta .................................... 183
Capítulo 22 - O Mundo Impossível outra vez ...................................... 189
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Capítulo 1Tia Phoebe envia um presente de aniversário
Esta história começa com a chegada de um pacote embrulhado em papel marrom endereçado a Molly. Mas enquanto o carteiro está trazendo esse pacote, dá tempo de contar sobre o aniversário de Jack e Molly, para que você possa entender por que Molly sentou-se à mesa do jantar querendo muito que pulseiras de prata fossem consideradas presentes úteis e necessários.
Jack e Molly são gêmeos e este é seu nono aniversário. Tinha sido um dia feliz e agitado. Parecia mesmo um dia de aniversário, e dá para imaginar como Jack e Molly se sentiam especiais. Eles nem podiam suspeitar que esse dia se transformaria em um dia estranho e misterioso!
Para sua alegria, os gêmeos ganharam presentes maravilhosos do papai e da mamãe: uma linda bicicleta cada um. Mas havia uma coisa especial que Molly desejava para seu aniversário: uma pulseira de prata.
“Queria uma pulseira igual à da mamãe, só de prata”, ela havia dito ao Jack. “Uma pulseira que quase escorregue pelo meu pulso quando eu abaixar o braço e que eu tenha de empurrar de volta. E que tenha sons de sininhos!”.
E como Jack também tinha uma coisa especial que ele queria – uma caixa de aquarelas – as duas crianças tinham decidido, fazia alguns
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dias, escrever para a Tia Phoebe, já que ela sempre se lembrava dos aniversários, para dar, delicadamente, as dicas de quais seriam os seus presentes preferidos. Molly não tinha muita esperança, porque a Tia Phoebe tinha ideias bem rígidas sobre que presentes eram úteis e que presentes eram inúteis. Provavelmente, ela consideraria uma caixa de tintas de aquarela útil para encorajar o aprendizado artístico de Jack, mas uma pulseira para Molly? Isso não! Ainda assim, Molly mandou sua carta e esperou que o melhor acontecesse.
Olhando para Jack e Molly logo dá para perceber que eles têm o mesmo cabelo castanho encaracolado e a mesma expressão sincera nos olhos. Mas ao passo que os olhos de Molly são castanhos, e seu rosto sempre pensativo e sonhador, os olhos de Jack são azuis e sua expres-são é vivaz e cheia de energia; e ele aparenta um certo ar descuidado...
Finalmente chegou o carteiro com dois pacotes em papel mar-rom. E agora a nossa história realmente começa.
“É a letra da Tia Phoebe!”, exclamou Jack pegando o seu pacote.“O seu é fino. Parece uma aquarela”, disse Molly, ofegante, pu-
xando o barbante do seu pacote.“O seu parece alguma coisa numa caixinha. Deve ser um bracele-
te”, disse Jack, encorajando a irmã e esperando que, de fato, fosse um bracelete, senão ficaria tão desapontado quanto ela.
Jack foi o primeiro a tirar o barbante e o papel, desembrulhan-do o presente e, com um grito de alegria, viu uma linda e brilhante caixa preta de tintas de aquarela. Por alguns momentos a mamãe, o papai e o Jack ficaram tão ocupados examinando e admirando essa caixa, que nem perceberam que Molly já havia aberto o seu pacote. Mas seu grande silêncio despertou-lhes a atenção, e então se volta-ram para ela.
Molly estava de pé, ao lado da mesa, olhando quase em lágri-mas para uma coisa redonda e cinza meio escondida numa maça-roca de papel.
“O que é, querida?”, perguntou a mãe, indo para o seu lado.“Não é...”, começou Molly a dizer, parando em seguida, com um
nó na garganta.
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“Deixe-me ver”, disse a mãe, pegando a coisa cinza e passando-a de uma mão a outra. Viu que junto com a coisa havia um pequeno pedaço de papel, no qual estava escrito:
“Ah! É uma alfineteira! Uma almofada para colocar alfinetes!”, disse a mamãe.
“Que chato!”, disse Jack.“Quieto, Jack. É muito bonita”, acrescentou a mãe, querendo
consolar Molly.“Tem um formato estranho, não é?”, perguntou o papai.“É sim. Deixe-me ver... É o formato de uma – como se chamam
essas coisas? – uma abóbora! Tem a forma de uma abóbora”, repetiu. “Mas é cinzenta”, objetou o pai. “Por que não a fizeram amarela
ou verde, como as outras abóboras?”.“Acho que a Tia Phoebe pensou que, sendo cinza, sujaria me-
nos”, disse Jack. “Foi por isso que ela a escolheu”.Se a Tia Phoebe soubesse, quando comprou “essa coisinha útil”, o
que ela realmente era, se pudesse ter previsto alguns dos misteriosos acon-tecimentos que se seguiriam à chegada do seu presente, ela teria preferido mandar à sua sobrinha meia dúzia das mais tilintantes pulseiras de prata que existem. É que ela desaprovava qualquer tipo de aventura, como as que sucederiam, mais ainda do que ela desaprovava braceletes. De qual-quer modo, foi por causa da Tia Phoebe que Jack e Molly acabaram par-ticipando da aventura da Abóbora Cinzenta.
Para Molly − Esperando que seja uma boa menina no seu ani-versário e receba muitas felicidades. Eu achei que esta coisinha ficaria bem na sua penteadeira.
Com amor da
Tia Phoebe
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Capítulo 2Começa a aventura
Quando Molly subiu para o quarto naquela noite, levou a almo-fada de alfinetes e colocou-a na penteadeira, esforçando-se ao máximo para achar que ela era bonita. “Será mesmo muito útil”, pensou, e para ter certeza, pegou um longo alfinete e espetou-o na almofada de abóbora, embora com um pouco mais de força do que o necessário. Em seguida, atravessou o quarto e caiu na cama.
Fazia uma linda noite de lua e os raios do luar inundavam o quarto, deixando-o quase claro como o dia. Molly ficou deitada cochilando e planejando os adoráveis passeios que faria com Jack assim que aprendessem a andar de bicicleta. A lembrança da bici-cleta deixou seu coração mais tranquilo e um sorriso apareceu em seus lábios.
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Ela podia ouvir Jack se mexendo ruidosamente no outro quarto. Ele sempre fazia terríveis barulhos, batendo e derrubando coisas e assobiando, antes de se deitar. E hoje, com o aniversário, havia ainda mais barulhos e batidas extras, e mais assobios agudos. De repente, as batidas e assobios cessaram bruscamente e ela sabia que Jack estava na cama. E estar na cama e estar dormindo eram praticamente a mesma coisa para Jack. Assim que sua cabeça encostava no travesseiro ele já estava dormindo e assim que abria os olhos de manhã já estava fora da cama, procurando as meias.
Mas o sono não vinha tão rápido para Molly. Geralmente, ela ficava um tempão acordada na cama, pensando e fazendo planos, en-quanto seu cérebro trabalhava sem parar.
Molly estava justamente pensando se seria possível ir à praia de bicicleta e voltar no mesmo dia, e se a mãe iria deixar, quando, de
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repente, sentiu alguma coisa se movendo no quarto. Um som macio de alguma coisa rolando vinha da direção da janela.
Molly ergueu a cabeça e arregalou os olhos no quarto iluminado pelo luar. Ela pôde ver algo grande e redondo movendo-se suavemen-te na penteadeira. Parecia que... não, certamente seus olhos estavam pregando-lhe uma peça! Ela olhou para a penteadeira, amedrontada e ao mesmo tempo fascinada. Então, sentou-se. Não, seus olhos não a tinham enganado.
Ali, em frente do espelho, balançando suavemente de um lado para outro, estava a alfineteira de abóbora, três vezes maior que seu tamanho original e crescendo a cada segundo.
Ela foi ficando cada vez maior, até atingir o tamanho da roda da bicicleta de Molly. Então, ela parou de balançar (e de crescer) e ficou imóvel por alguns segundos. A seguir, rolou silenciosamente pela bor-da da penteadeira e caiu no chão com um baque surdo. Rolou pelo chão, dando saltos macios e voltando alguns passos. Molly viu a porta se abrir e a Abóbora Cinzenta passar em direção à escada.
Molly estava surpresa. O que estava acontecendo? O que signi-ficava aquilo? Ela continuou quietinha, depois hesitou um momento e, então, pulou da cama. Seu medo inicial tinha desaparecido, dando lugar a uma forte curiosidade – e a uma sensação que ela não conse-guia definir –, apenas sentia que tinha de seguir a Abóbora.
Tomada a decisão, ela se sentiu calma e recomposta, e conseguiu colocar seu vestido azul e branco e seus sapatos de sair. Nunca antes, em sua curta vida, ela tinha se trocado tão rápido.
Enquanto isso, a Abóbora Cinzenta já estava no patamar da es-cada. Molly ouviu-a descendo – tum, tum – enquanto corria até o quarto de Jack.
“Jack! Jack!”, ela sussurrou. “Não tenha medo. Sou só eu – Molly. Vamos! Você está acordado? Oh, Jack, vamos!”. Mas Jack só bocejava e resmungava. “Levante rápido. Está tudo bem. Apenas venha rápido!”.
Jack deu um pulo e sentou-se.“O que é? O que está acontecendo?”, perguntou.