BASES TEÓRICAS I. Principais teorias psicológicas da aprendizagem. II. A contextualização da...
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BASES TEÓRICAS
I. Principais teorias psicológicas da aprendizagem.
II. A contextualização da psicologia sócio-histórica.
III. As contribuições de Vygotsky para a educação.
IV. A MCE- Modificabilidade Cognitiva Estrutural e a EAM- Experiência de Aprendizagem Mediatizada concebida por Reuven Feuerstein a partir de VYGOTSKY E PIAGET.
I. PRINCIPAIS TEORIAS PSICOLÓGICAS DA APRENDIZAGEM
Fonte: GOULART, Iris Barbosa. Fundamentos psicobiológicos da educação. BH, Editora lê, 1979.RICH, John Martin. Bases humanísticas da educação. RJ: Ed. Zahar, 1975.
1- Associacionista (Comportamentalista)2- Cognitivista.3- Psico-genética (construtivista).4- Psico-social (duas vertentes)5- Sócio-histórica (sócio-interacionista).
1. Modelo Associacionista (Comportamentalista):
(Pavlov, Thorndike, Watson, Skinner).
“ A aprendizagem envolve conexão no sistema nervoso entre um estímulo e uma resposta; o comportamento do indivíduo pode ser moderado pela apresentação de materiais em seqüência organizada”.
“O indivíduo aprende quando recebe ofertas de RECOMPENSAS e REFORÇOS ADEQUADOS”.
E => R (Condicionamento operante).
2. Modelo Cognitivista (Gestalt= Wertheimer,
Köhler, Kofka, Kurt Lewin - Europa; John Dewey- EUA)
Gestalt: “O que o indivíduo percebe primeiro é a totalidade: é o todo visto sempre contra o fundo”.
“Insigth”: Forma de aprendizagem na qual o indivíduo percebe simultaneamente: a dificuldade de uma situação, os meios alternativos para superá-la, e a melhor resposta”.
Pensamento reflexivo (Dewey): formulação de hipóteses; processo ativo de pensar na solução do problema”.
3. Modelo Psico-genético (construtivista)
(Piaget – base biológica - genética)
“Desenvolvimento é equilibração progressiva:
Passagem contínua de um estado de menor
equilíbrio para um estado de equilíbrio maior”.
(estágios de desenvolvimento:sensório-motor,
pré-operatório, operatório concreto,
hipotético-dedutivo).
“Desenvolvimento da inteligência é a passagem gradual de idéias instáveis e incoerentes (crianças) para a sistematização do raciocínio (adulto)”.
“Afetividade: o equilíbrio de sentimentos aumenta com a idade”.
“Relações sociais: estabilização gradual”
4. Modelo psico-social
4.1. Moscovici, Mollo, Snyder, Backman, Secord, Goode
Base social = REPRESENTAÇÕES SOCIAIS .
“Na aprendizagem do indivíduo há três fatores:
a) SISTEMA SOCIAL = padrões de comportamento.
b) CULTURA = sistema de crenças e conhecimentos.
c) PERSONALIDADE = combinação singular de pensamentos, sentimentos, tendências para agir, que distingüe um indivíduo de todos os outros.”
4.2. Psicologia Social Latino-Americana(Ignácio Martín-Baró, Maritza Montero)
Bases no materialismo histórico e dialético- análise da sociedade de classes.
Martín-Baró: Investigação sobre o componente psicológico da consciência de classe.
5. Psicologia Sócio-histórica(Base no materialismo histórico e dialético –
precursores: psicologia soviética= Vygotsky, Luria, Leontiev, Bogoyavlenski, Menchinskaya, Kostiuk, Davidov, Zinchenko).
Materialismo histórico e dialético: Karl Marx e Friedrich Engels (Sec.XIX)
Análise da sociedade de classes advinda do capitalismo. Aprofundamento da contradição capital e trabalho.
Categorias fundamentais da dialética marxiana: totalidade, historicidade e contradição.
CATEGORIAS DO MÉTODO DIALÉTICO MARXIANO:
HISTORICIDADE = os fatos só têm significado a partir do contexto onde estão inseridos.
TOTALIDADE = síntese das múltiplas determinações ( econômicas, os modos de produção, as relações sociais de produção, a cultura, os aspectos psicológicos) que derivam dos modos de produção (O homem é uma síntese de múltiplas determinações).
CONTRADIÇÃO= unidade dialética que engendra os opostos, os contraditórios, e os coloca em confronto.
III –AS CONTRIBUIÇÕES DE VYGOTSKY PARA A EDUCAÇÃO
A partir desta concepção, Vygotsky e as escolas de psicologia e pedagogia soviéticas elaboram as teses da psicologia marxista.
Assim, as categorias fundamentais da psicologia sócio-histórica são consciência e atividade.
A questão do pensamento e da linguagem, a origem e a funções da consciência tomaram destaque para VYgotsky.
As teses de Vygotsky vão mais tarde definir as bases da teoria criada por Feuerstein EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM MEDIATIZADA
...por isso a necessidade de serem enfatizadas as teses deste autor soviético.
Com auxílio da imitação na atividade coletiva guiada pelos adultos, a criança pode fazer muito mais do que com sua capacidade de compreensão de modo independente. A diferença entre o nível das tarefas realizáveis com o auxílio dos adultos e o nível das tarefas que podem desenvolver-se com uma atividade independente define a área de desenvolvimento potencial da criança. (VYGOTSKY, 1991, p.10)
IV –FEUERSTEIN A PARTIR DE VYGOTSKY...
O conceito de mediação remete-se à compreensão da importância dos processos mediadores do grupo sócio-cultural para que a criança possa desenvolver através de mecanismos funcionais as estruturas cognitivas e lingüísticas.
A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento proximal (NDP), conceito desenvolvido por Vygotsky (BEYER, 1996, P.81), considerando o conjunto de atividades que a criança é capaz de realizar com ajuda, colaboração e orientação de outras pessoas.
A experiência de aprendizagem mediatizada (EAM) ou mediada, proposta por Feuerstein pode ser considerada como o ingrediente que determina o desenvolvimento cognitivo diferencial.
A determinação diferencial do desenvolvimento infantil dá-se em função das oportunidades da criança em ter sua aprendizagem informal e formal mediada . (BEYER, 1996, p.80-1).
Dados estes conceitos construídos por Feuerstein, Fonseca (1998, p.63), analisa que não é raro ver crianças mergulhadas em meios enriquecidos de estímulos, mas vazios de mediadores sociais.
Estão face a eles mas não os exploram sistemática e planificadamente, nem relacionam, não transferem, nem generalizam e conseqüentemente exibem disfunções cognitivas e comportamentos episódicos e acidentais, características de crianças culturalmente privadas ou com deficiência mental e com intensidade diferente nas crianças com dificuldades de aprendizagem e com insucesso escolar.
Nesta direção, Fonseca (1998, p. 40-1) levanta algumas características do professor mediatizador ou mediador:
- Compreensão de que a modificabilidade é própria do ser humano.
- Necessidade de uma intencionalidade positiva em relação à criança que apresenta necessidades educativas especiais.
- Necessidade do professor sentir-se competente e ativo para provocar a modificabilidade cognitiva do indivíduo mediatizado.
Necessidade de um investimento pessoal prolongado, visando a automodificação permanente.
A consciência de que a modificação da sociedade é possível, bem como, a modificação de normas, atitudes práticas e normas sociais, porém são passos longos e demorados, no sentido de que devem gerar persistência na ação do educador.
A modificabilidade é um conceito central na teoria de FEUERSTEIN:
é uma mutabilidade significativa, sólida e durável (...) abrange múltiplos domínios pois preserva qualitativamente a sua especificidade intrínseca, podendo mesmo resistir a condições adversas do envolvimento (FONSECA, 1998, p.43)
CRITÉRIOS BÁSICOS DA EAM (Experiência de Aprendizagem Mediatizada).
FONSECA, 1998, p.70-77):
1º- Intencionalidade e reciprocidade 2º- Transcendência 3º- Significação 4º-Sentimento de competência 5º- Regulação e controle do comportamento. 6º- Compartilhar comportamentos 7º-Individuação e diferenciação psicológica. 8º Planificação e satisfação de objetivos. 9º Procura da novidade e da complexidade. 10ºConscientização da mudança. 11º Crença no otimismo
OBJETIVOS DO PROGRAMA DE ENRIQUECIMENTO INSTRUMENTAL
Promover a adaptabilidade, modificabilidade estrutural cognitiva nos indivíduos com baixo nível de funcionamento em exposição direta
aos estímulos e experiência de vida.
PEI - PROGRAMA DE ENRIQUECIMENTO INSTRUMENTAL: instrumentos ou cadernos com variadas tarefas com objetivos de ação pedagógica:
1- Organização de Pontos 2- Orientação Espacial I e II 3- Comparações 4- Percepção Analítica 5- Classificações 6- Categorização. 7- Relações familiares. 8- Cores 9-Progressões numéricas. 10-Relações transitivas. 11- Ilustrações 12- Relações temporais (BEYER, 1996, p.83-88)