Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

36
BANDAS NOS CORETOS, MARCHAS E FREVOS NAS RUAS

description

Bandas e Fanfarras

Transcript of Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

Page 1: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

BANDAS NOS CORETOS, MARCHAS E FREVOS NAS RUAS

Page 2: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

SURGIMENTO DAS BANDAS DE MÚSICA• Continuidade da tradição: música instrumental• Pioneirismo: “ternos de barbeiros” – música

de porta de igreja• 2ª met/séc. XIX: Bandas das corporações

militares (centros urbanos) e pequenas bandas municipais ou liras (cidades menores)

• 1ªs Bandas Musicais Militares: substitui os tocadores de charamelas, caixas e trombetas (primeiros séculos de colonização)

• 1808: Chegada de D. João VI – organização das bandas musicais

Page 3: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 4: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• Brasil colônia: instrumentistas de sopro eram raros

• Ingresso na área militar: músicos civis que tocavam instrumentos de sopro eram incorporados ao quadro dos músicos militares

• Banda militar: músico “contratado”, usando seu próprio instrumento e equiparados aos oficiais

• Até 1822: situação grave por causa da Independência do Brasil (multiplicação dos soldados para fortalecer a resistência contra os portugueses)

Page 5: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• Solução: recrutamento para a banda de música (quartéis cheio de amadores)

• Resultado cômico: musical, estético, visual...(fardamentos desconexos)

• Após 1822: Bandas dos Regimentos de Primeira Linha tiveram atenção especial por parte das autoridades (instituição isolada na produção de música oficial até 1830)

• 1830: Bandas da Guarda Nacional (organização paramilitar/ grandes proprietários – lei em 18 de agosto de 1831)

Page 6: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• Bandas da Guarda Nacional: primeiras a incluir no repertório peças de música clássica e popular, além dos hinos, marchas e dobrados

• Disputa: Banda dos Regimentos de Primeira Linha (herança dos grupos institucionalmente organizados) contra a Banda da Guarda Nacional (herança dos “ternos” de barbeiros)

• Bandas da Guarda Nacional: formadas simultaneamente em quase todo o Brasil (Rio, Minas, São Paulo e Goiás)

• BGN: dão início ao processo de valorização do músico – guerra de prestígio

Page 7: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• O músico das Bandas e suas vantagens:1) Dispensa de todos os serviços militares2) Desculpa para infrações graves (não cumpria

pena)• Manutenção: BRPL (cargo dos oficiais) BGN (à

base de doações)• BRPL e BGN: valorizou o músico popular e deu

oportunidade de viver do seu talento (organização próxima as orquestras de elite)

• Atuação: nos coretos, festas cívicas, etc• Inspiração: músicos civis formavam bandas para

tocar em bailes e outras comemorações (século xx – gravações de discos Cs. Edison)

Page 8: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

CONTRIBUIÇÃO DAS BANDAS MILITARES PARA A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

•Criações: maxixe (RJ) e frevo (PE)

• Frevo - Origens do passo: “arruaceiros” e “valentões”, chamados de CAPOEIRAS- CAPOEIRAS: saíam gingando e aplicando rasteiras durante os desfiles das 2 mais famosas bandas militares do Recife em fins do século XIX ( 4º Batalhão da Artilharia “do quarto”/ Guarda Nacional “Espanha”)

Page 9: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• Saída dos Capoeiras: costume típico da época tanto no Recife quanto no Rio e em Salvador

• Destaque para o Recife: existência de bandas rivais em importância (dividiu os capoeiras)

• Base da Disputa: a Musga “do Quarto” e da “Espanha”

• “Musga”: gênero musical ou parte de um gênero executado durante os desfiles (aceleração e multiplicação das síncopes para acentuar o virtuosismo nos passos dos capoeiras)

• Atitude espontânea dos músicos: favorecimento do nascimento do frevo

Page 10: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 11: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 12: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

•Fixação do novo estilo de se tocar: colaboração do maestro José Lourenço da Silva (o Zuzinha)“Por esse tempo (início do séc. XX) vindo de

Paudalho, onde era mestre de música, estava aqui como regente da banda do 40º

Batalhão de Infantaria aquartelado nas Cinco Pontas, o Zuzinha, hoje (escrevia em

1938) capitão José Lourenço da Silva, ensaiador da Brigada Militar do Estado. Foi

ele quem estabeleceu a linha divisória entre o que depois passou a chamar-se de Frevo e a marcha-polca, com uma composição que fez na época e pertencia ao repertório da minha gaitinha dos tempos acadêmicos.”

Page 13: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• Maxixe- Advento do carnaval à européia (1855)- Iniciativa do escritor José de Alencar / diferenciar do entrudo

popular- Adoção dos carros alegóricos e utilização das bandas que

tocavam nos coretos

Page 14: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

BANDAS NOS CORETOS • Costume domingueiro (2ª met. Século XIX)• Repertório diversificado: marchas militares e

dobrados, acrescenta-se valsas, polcas, schottisches e mazurcas (importadas da Europa (atender a nova e pequena burguesia)

• Carnaval: mesmo repertório executado nos domingos iria para os teatros e depois para as sedes das “sociedades” (promoviam o desfile dos carros alegóricos)

• 1880: bailes em salões para sócios durante todo o ano

Page 15: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• Razão da Inclusão no Carnaval: provável origem popular dos músicos (manifestar pensamentos políticos)

• Trabalho garantido em: bailes carnavalescos, coretos, procissões, festas de adro, além das comemorações militares

Page 16: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 17: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 18: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 19: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 20: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 21: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 22: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 23: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 24: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 25: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 26: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• 1896: mais alto momento da vocação democrática e da qualidade musical – criação do maior e mais duradouro núcleo de formação de instrumentistas fardados do Brasil – Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro

• Anacleto de Medeiros (1866-1907): momento de orgulho p/ Rio como principal centro formador de músicos militares

• Bandas contemporâneas: Banda dos Fuzileiros, Banda do Corpo de Marinheiros, Banda da Guarda Nacional, Bando do Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro, Banda do Batalhão Municipal, Banda do Corpo Militar da Polícia, Banda Escola Militar da Praia Vermelha

• Banda do Corpo de Bombeiros: coincide com o aparecimento das gravações

Page 27: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 28: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 29: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• Gravações: contribuição com a propagação da música popular

• Utilização do repertório nacionalizado pelos conjuntos de choro da classe média baixa

• Um “chorão” sucedeu Anacleto de Medeiros• Prestígio das bandas militares abafava

comportamentos desagradáveis• Mais escandaloso: Banda do Corpo de

Bombeiros do RJ e a pioneira Banda do Corpo dos Fuzileiros Navais

Page 30: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 31: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 32: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

• Episódio: Vigário da Igreja de Santa Rita, na zona central do Rio, costumava solicitar a presença de bandas militares para animar a festa religiosa em homenagem a Santa, no mês de Maio. As bandas foram postas, cada uma em um coreto (na época eram armados 2 coretos para cada praça) e era de praxe, após a execução da primeira música de cada banda, os maestros se cumprimentarem. No ano de 1906, o maestro da Banda do FN deixou de cumprir o ritual e tal atitude suscitou revolta por parte da Banda do CB que fizeram voar bombos e trombones em ambas as direções e só teve fim com a chegada de uma patrulha da polícia. Resultado: o vigário fez construir apenas um coreto para cada praça.

Page 33: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas

ESTADO NOVO (1937) GETÚLIO VARGAS• Bandas militares foram retiradas dos coretos• Retorno em 1943, para os estúdios, a fim de

gravar hinos patrióticos e dobrados• Início da década de 1950: retomada das

gravações de repertório popular• 1960: Banda do Corpo de Bombeiros volta a

gravar, já na era do Long-playing, de um disco que se tornaria um clássico, com o título “Estão voltando as flores...”

FIM

Page 34: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 35: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas
Page 36: Bandas Nos Coretos, Marchas e Frevos Nas