Banda Larga via Satelite

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  • Universidade Federal Fluminense

    Escola de Engenharia

    Departamento de Engenharia de Telecomunicaes

    Leonardo Mattos de Paula

    Levi Machado do Couto Junior

    Luan Leocadia Zacarias

    Pammela Amorim Nascimento

    Tais Farias da Silva

    Banda Larga via Satlite

    Projeto da disciplina de Propagao TET 00192

    Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Rodrigues Dal Bello

    Niteri, RJ

    Junho/2011

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    Sumrio

    1. Introduo

    2. Reviso Bibliogrfica

    3. Base Terica

    3.1 O que um satlite

    3.2 Componentes de um satlite

    3.3 rbitas de operao dos satlites

    3.4 Faixas de frequncias operacionais

    3.5 Tcnicas de multiplexao e mtodos de mltiplo acesso

    3.6 Configurao Bsica de um Sistema de Via-Satlite

    3.7 Redes VSAT

    3.7.1 Componentes de um sistema VSAT

    3.7.2 Topologia das Redes VSAT

    3.7.3 Tcnicas e Protocolos de Mltiplo Acesso

    3.7.4 Modulao

    4 Especificaes do projeto

    4.1 Cidade escolhida: Coari, Amazonas

    4.2 Satlite utilizado: Star One C1

    4.3 Antenas

    4.4 LNB

    4.5 Cabo

    4.6 Modem Satlite

    4.7 Clculos do enlace

    4.7.1 Atenuao de espao livre

    4.7.2 Atenuaes impostas pelo meio fsico

    4.7.2.1 Atenuao por gases atmosfricos

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    4.7.2.2 Atenuao por precipitao e nuvens

    4.7.2.3 Atenuao devido a nuvens e nvoa

    4.7.3 Atenuao por cintilao

    4.7.4 Equao do equilbrio

    5 Concluses

    5.1 Sugestes para trabalhos futuros

    6 Referncias bibliogrficas

    7 Anexos

    7.1 Tabela de Resultados

    7.2 Mapa de Cobertura

    7.3 Recomendao UIT-R1510

    7.4 Recomendao UIT-R836

    7.5 Recomendao UIT-R839

    7.6 Recomendao UIT-R837

    7.7 Recomendao UIT-R841

    7.8 Recomendao UIT-R840 (Figura 5)

    7.9 Recomendao UIT-R840 (Figura 1)

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    Lista de Figuras

    Figura 3.1 - Diagrama em blocos bsico do satlite

    Figura 3.2 - Diagrama em blocos bsico do transponder

    Figura 3.3 - Anatomia de um satlite de comunicaes

    Figura 3.4 rbitas de operao de um satlite

    Figura 3.5 - Posicionamento dos satlites geoestacionrios ao redor

    do planeta Terra

    Figura 3.6 Enlace Antena- Satlite

    Figura 3.7 - Configurao bsica de um sistema de comunicao via-

    satlite

    Figura 3.8 Componentes de um sistema VSAT

    Figura 3.9 - Terminal VSAT

    Figura 3.10 - Rede em Topologia Estrela

    Figura 3.11 - Rede em Topologia Mesh

    Figura 3.12 Rede em topologia estrela usando a tcnica

    TDM/TDMA

    Figura 3.13 Rede em topologia mesh usando a tcnica DAMA

    Figura 3.14 - BER x Eb/N0

    Figura 4.1 Coari, AM

    Figura 4.2 Satlite Star One C1

    Figura 4.3 Antena

    Figura 4.4 LNB

    Figura 4.5 - Cabo

    Figura 4.6 Modem Satlite DMD 2401

    Figura 4.7 - Representao geomtrica do enlace

    Figura 4.8 - Percurso Terra - espao

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    Lista de Tabelas

    Tabela 3.1 - Classificao orbital versus distncia em relao Terra

    Tabela 3.2 Frequncias de operao de um satlite

    Tabela 4.1 Especificaes da antena

    Tabela 4.2 Especificaes do LNB

    Tabela 4.3 Especificaes do Cabo Coaxial

    Tabela 4.4 Moduladores

    Tabela 4.5 Eb/No

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    1. Introduo

    A cada novo relatrio divulgando os nmeros da banda larga no Brasil, constatado o

    aumento no nmero de pessoas com acesso a conexo de internet de alta velocidade

    (atualmente, so pouco mais de 40 milhes de usurios). No entanto, esse aumento se d

    basicamente em reas urbanas do pas enquanto reas remotas continuam sem esse tipo de

    servio. Isso ocorre porque no h infraestrutura terrestre presente nessas localidades e

    devido baixa densidade demogrfica, as empresas provedoras de internet preferem no

    investir nessas regies.

    Como alternativa as conexes de banda larga mais comuns, como cabo e ADSL, que

    dependem da infraestrutura terrestre, pode ser usada a Internet via Satlite, que tem uma

    rea de cobertura bem abrangente. Assim, reas isoladas, como a regio amaznica, podem

    utilizar internet de alta velocidade.

    O presente estudo tem como objetivo o clculo do enlace via satlite para uma

    estao localizada em Coari, Amazonas, estado com uma das menores coberturas de banda

    larga no pas. utilizada a tecnologia VSAT (Very Small Aperture Terminal) para acesso local

    por meio de redes via satlite.

    2. Reviso Bibliogrfica

    De acordo com o website Eletrica.info (Comunicao Via Satlite (Primeira Parte)

    2009) a comunicao via satlite tornou-se, desde a sua criao, a maior evoluo do homem

    no quesito comunicao. Atravs da comunicao via satlite foram possveis vrios

    progressos, nas reas das geocincias, telecomunicaes e o transporte areo. Isto melhorou

    substancialmente a segurana e o desenvolvimento mundial.

    Com o avano das tecnologias em microinformtica, o satlite passou a ser tambm o

    mais importante meio de transmisso de dados, podendo interligar qualquer parte do mundo

    em tempo quase real.

    As aplicaes onde a comunicao via satlite so mais indicadas so aquelas em que

    de acordo com o website Eletrica.info (Comunicao Via Satlite (Segunda Parte) 2009):

    Deseja-se espalhar a mesma informao, no link de descida, por uma regio geogrfica muito extensa como, por exemplo, para a TV e a Internet;

    Deseja-se atingir localidades remotas como, por exemplo, campos de minerao, madeireiras, propriedades rurais e suburbanas e postas em rodovias, ou seja, reas

    de difcil acesso.

    Um dos recursos mais empregados nas telecomunicaes so os satlites artificiais,

    que podem ser geoestacionrios ou no geoestacionrios. A comunicao via satlite

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    apresenta grandes vantagens em relao aos meios tradicionais, principalmente no que diz

    respeito grande largura de banda disponvel.

    Dessa forma, sua rede tem um ponto no espao que facilita a transposio de grandes

    distncias. Por se tratar de um meio que dispensa a utilizao de cabo e grandes investimentos

    em infraestrutura, pode atender diversas localidades isoladas como fazendas, pequenas

    cidades e mesmo em barcos e caminhes. Um sistema via satlite requer a instalao de uma

    antena parablica e de um terminal de satlite, que so equipamentos de custo elevado.

    Muitas vezes esses equipamentos so fornecidos em regime de aluguel. Por esse motivo, uma

    conexo Internet tende a ter custo maior que as solues compartilhadas oferecidas pelo

    mercado. Porm o consumo de energia para o funcionamento das estaes VSAT muito

    baixo e em alguns casos a prpria energia solar pode ser utilizada para alimentar esses

    terminais.

    Os satlites de comunicao usam as faixas C (4 a 8GHz), X (12,5 a 18GHz), Ku (12,5 a

    18GHz) e Ka (18 a 40 GHz).

    No Brasil durante muito tempo s se utilizou banda C que usa antenas maiores, e

    menos afetada pelas interferncias causadas pelas chuvas. A banda Ku por permitir o uso de

    antenas menores a mais popular internacionalmente. Recentemente passou a ter maior

    aceitao em pases tropicais, como o Brasil.

    Sistemas de comunicao via satlite nas bandas Ku e Ka constituem uma tecnologia

    moderna e de grande potencial em termos de servios de telecomunicaes. Devida

    frequncia elevada, servios de telecomunicaes como de telefonia, de dados e de televiso

    podem ser realizados atravs de redes com topologia em estrela constitudas de estaes

    terminais de pequeno porte denominadas de VSAT (Very Small Aperture Terminal),

    acopladas a uma estao central mestre (master ou HUB). Em termos simples, o satlite

    como um grande chaveador, recebendo sinais de uma VSAT e repetindo-o diretamente para o

    ponto master.

    As redes VSATs so uma soluo tcnica-econmica interessante para pases em

    desenvolvimento como o Brasil, pois possui cobertura de grandes reas, permitindo o alcance

    inclusive de comunidades remotas ou isoladas.

    Entretanto, nas Bandas Ka e Ku, a ocorrncia de chuvas tem sido uma preocupao

    devida atenuao de propagao por elas causada. Em pases de clima Tropical e Equatorial

    como o Brasil esta preocupao maior considerando o regime de chuvas mais intensas.

    Tambm a atenuao por nuvens nestas regies significativa. Dependendo da intensidade da

    chuva uma interrupo do enlace via satlite pode ocorrer, indisponibilizando o servio ou

    resultando em desvio e retardo do sinal o que diz a fonte Eletrica.info (Comunicao Via

    Satlite (Primeira Parte) 2009).

    Segundo o website Malima (Comunicao via Satlite - como funciona, quais os

    problemas - 2005), essa influncia da chuva mais acentuada quando o grau de elevao

    baixo e a antena fica apontando para prximo ao horizonte. Nessa configurao aumenta em

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    muito a susceptibilidade chuva, bem como a influncia de obstculos como prdios, rvores

    e outras fontes de rdio frequncia.

    A questo da interferncia das chuvas na banda Ku minimizada atravs de duas

    tcnicas principais. A primeira e mais comum aumento da potncia de transmisso tanto do

    satlite quanto dos terminais e a capacidade de recepo da VSAT durante perodos de chuva

    mais intensa. Para que isso ocorra so usados rdios de maior potncia e parablicas maiores.

    A outra a utilizao de diversidade de stio que consiste de HUBs adicionais e distanciadas

    entre si de modo a propiciar percursos alternativos sem chuva intensa no enlace HUB-satlite.

    3. Base Terica

    3.1 O que um satlite?

    basicamente qualquer objeto que d voltas em torno de um planeta em um trajeto

    circular ou elptico. O satlite pode ser natural, por exemplo, a Lua um satlite da Terra, ou

    artificial, aqueles construdos pelo homem.

    Os satlites so, portanto, dispositivos posicionados em algum lugar no espao e tm

    sua funcionalidade determinada de acordo com o tipo de aplicao para o qual foram

    desenvolvidos. Os satlites podem ser usados para comunicao, rastreamento, meteorologia,

    explorao do universo, entre outros.

    3.2 Componentes de um satlite

    De uma forma mais tcnica, podemos dizer que os satlites so estaes repetidoras

    de sinais provenientes da Terra. Eles so compostos basicamente por:

    Subsistema de propulso

    Inclui todos os motores responsveis pelo posicionamento do satlite em sua rbita.

    Os pequenos motores chamados de thrusters tambm auxiliam neste processo, pois os

    satlites necessitam de constantes ajustes de posio devido presena dos ventos solares e

    das foras gravitacionais e magnticas que os tiram da posio correta. Por isso, comandos

    vindos de uma estao de controle na Terra procuram atuar sobre esses pequenos motores.

    Subsistema de potncia

    Gera e armazena a eletricidade em baterias, a partir da energia coletada pelos painis

    solares. Fornece potncia para todos os demais subsistemas, principalmente quando o Sol no

    est iluminando o satlite.

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    Subsistema de comunicao

    Manipula todas as funes de transmisso e recepo de sinais vindos da Terra. Aqui

    esto presentes as antenas e os chamados transponders. Estes transponders so formados por

    um conjunto de componentes eletrnicos que realizam processamentos com o sinal, tais como

    sua deteco, o ganho de potncia por meio do LNA (Lower Noise Amplifier), a filtragem, a

    translao de frequncia e sua retransmisso. Um satlite geralmente composto de vrios

    transponders que atuam como unidades independentes de repetio, cada um ocupando uma

    faixa exclusiva de frequncias, sendo importante para aumentar a confiabilidade e

    versatilidade do satlite.

    Subsistema de estrutura

    Corresponde estrutura fsica do dispositivo satlite.

    Subsistema de controle trmico

    Mantm a temperatura do satlite a nveis aceitveis para o seu correto

    funcionamento. O excesso de calor eliminado de forma a no provocar interferncia em

    outro satlite.

    Subsistema de controle e posicionamento

    Procura manter o footprint, rea coberta por um satlite, em sua correta localizao.

    Caso a cobertura se mova sobre a superfcie terrestre, a rea descoberta ficar sem os servios

    que para ali foram designados. Ento, necessrio que este subsistema, alerte o subsistema

    de propulso para acionar os thrusters que movero o satlite para sua correta posio.

    Subsistema de comando e telemetria

    Fornece maneiras para que uma estao na Terra tenha condies de monitorar e

    controlar as aes de um satlite.

    Figura 3.1 - Diagrama em blocos bsico

    do satlite

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    Figura 3.2 - Diagrama em blocos

    bsico do transponder

    Figura 3.3 - Anatomia de um satlite de comunicaes

    3.3 rbitas de operao dos satlites

    Uma rbita o caminho descrito por um objeto quando girando ao redor de outro,

    mantendo-se sempre a mesma distncia entre eles. Desta forma, quando um satlite

    lanado, ele posicionado em uma rbita ao redor da Terra. A rbita conseguida, pois a

    gravidade do planeta Terra o mantm a certa altura da superfcie terrestre. Mas no somente

    isto; necessrio algum controle vindo da Terra para auxiliar neste posicionamento. Com isso,

    existem diversos tipos de rbitas, onde as mais conhecidas so:

    Figura 3.4 rbitas de operao de um satlite

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    LEO (Low Earth Orbit)

    Os satlites de baixa rbita so aqueles posicionados at 2.000Km da superfcie

    terrestre e devido sua proximidade, desenvolvem uma velocidade bastante alta, cerca de

    28.000Km/h, para evitar que a gravidade da Terra os tire do percurso e os faa se chocar com a

    superfcie. Em uma hora e meia, estes satlites completam uma volta na Terra, ou seja, um

    ponto na Terra consegue se comunicar com este satlite por cerca de apenas 10 minutos.

    Durante muitos anos, os satlites de baixa rbita raramente foram usados em

    comunicaes devido ao fato de que as antenas no mantinham a visada por muito tempo em

    um nico ponto da superfcie terrestre. Geralmente eram utilizados com propsitos de

    sensoriamento cientfico ou militar, mas recentemente alguns projetos de comunicao, como

    por exemplo, o Iridium, os empregou.

    MEO (Medium Earth Orbit)

    Satlites que distam de 5.000Km a 15.000Km da superfcie do planeta esto em uma

    rbita mdia. Neste tipo de rbita, um ponto na Terra consegue comunicaes com este

    satlite por cerca de duas horas ou mais, pois entre 4 e 8 horas, uma volta completa dada ao

    redor da Terra.

    GEO (Geostationary Earth Orbit)

    Um satlite, posicionado sobre a linha do Equador e em rbita Geosncrona ou

    Geoestacionria, leva entorno de 24 horas para completar uma volta em torno do planeta, o

    mesmo tempo que a Terra leva para completar seu movimento de rotao. Ou seja, se estes

    satlites so posicionados de tal forma que giram com a mesma velocidade angular que a

    Terra, eles estaro, portanto, parados em relao a um ponto na superfcie, e assim, este

    ponto sempre poder se comunicar com o satlite 24 horas por dia. Esta rbita corresponde a

    uma distncia de aproximadamente 36.000Km da superfcie terrestre.

    A rbita Geoestacionria tal que, as foras da Gravidade da Terra e a Centrfuga se

    equilibram mantendo o satlite a uma mesma distncia da superfcie, sendo necessrios

    somente alguns ajustes de posicionamento pela Estao de Monitorao de tempos em

    tempos. A fora da Gravidade criada por grandes massas fsicas e faz com que os objetos se

    aproximem dela. A fora Centrfuga aquela que fora os objetos a se distanciarem da massa

    fsica sobre a qual esto girando ao redor.

    O posicionamento dos satlites no espao geoestacionrio da Terra dependente da

    disponibilidade de posies, chamadas de Posies Orbitais. A Unio Internacional de

    Telecomunicaes (UIT) dividiu o espao geoestacionrio em 180 posies orbitais, cada uma

    est separada da outra por um ngulo de 2 reduzindo ao mximo a interferncia mtua entre

    elas. A utilizao de frequncias diferentes poderia solucionar este problema diminuindo a

    distncia entre os satlites, porm o aumento das frequncias, alm de ser tecnologicamente

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    custoso por exigir equipamentos muito especficos, tambm polmico devido aos acordos

    internacionais de utilizao das faixas de frequncias.

    Figura 3.5 - Posicionamento dos satlites geoestacionrios ao redor do planeta Terra

    HEO (Highly elliptical orbit)

    A rbita altamente elptica (HEO) uma rbita elptica com uma baixa altitude de

    perigeu (satlite mais prximo da Terra) e uma alta altitude (mais de 35.786 quilmetros) de

    apogeu (satlite mais distante da Terra). um tipo de rbita alta.

    Tais rbitas extremamente alongadas tm a vantagem do longo tempo de

    permanncia em um ponto no cu durante a aproximao, e descida do apogeu. A visibilidade

    prxima ao apogeu pode exceder 12 horas de permanncia no apogeu com uma fase de

    perigeu muito mais curta e mais rpida. Corpos movendo-se ao longo do apogeu podem

    parecer ainda no cu para observadores no cho quando a rbita est inclinada direita, onde

    a velocidade angular da rbita no plano equatorial se aproxima da rotao da superfcie

    abaixo. Isso faz essas rbitas elpticas teis para satlites de comunicao.

    Exemplos de rbitas HEO oferecendo visibilidade sobre as regies polares da Terra,

    que no so cobertas na maioria dos satlites geossncronos:

    rbitas Molniya, primeira rbita elptica usada pelo sistema Molniya [OWK97], satlite

    lanado em 1965 pela Unio Sovitica principalmente para comunicaes domsticas

    rbitas Tundra, tambm desenvolvido para uso Sovitico, mas atualmente utilizado

    apenas pela Rdio Satlite Sirius, que opera uma constelao de trs satlites.

    Grande parte da Rssia est em alta latitude, portanto a rbita geoestacionria no

    prov a cobertura total da regio. Por isso so utilizadas rbitas HEO, que incluem a cobertura

    polar.

  • 13

    Tabela 3.1 - Classificao orbital versus distncia em relao Terra

    3.4 Faixas de frequncias operacionais

    Tabela 3.2 Frequncias de operao de um satlite

    A tabela acima mostra as principais faixas frequncias de operao utilizadas pelos

    satlites. Cada uma destas faixas mais recomendada a determinados tipos de aplicaes,

    onde as frequncias mais utilizadas para comunicao via satlite atualmente so as da banda

    C e banda Ku, que internacionalmente, a banda mais popular, pois permite cursar um trfego

    com antenas transmissoras e receptoras menores que as de banda C, devido ao fato das suas

    frequncias serem mais altas. Entretanto, pelo mesmo motivo, a transmisso em banda Ku

    mais suscetvel a interrupes causadas pela chuva, por exemplo. Dependendo da intensidade

    da chuva, uma interrupo ou degradao do enlace via satlite pode ocorrer,

    indisponibilizando o servio prestado. Apesar disto, com a evoluo da tecnologia de

    comunicao via satlite, j est sendo possvel implementar enlaces em Banda Ku nesses

    pases.

    A banda C, atualmente com menos uso em novos projetos, foi a primeira a ser

    explorada comercialmente devido a sua cobertura ser mais ampla. Esta banda, no entanto,

    apresenta elevada interferncia terrestre dificultando, principalmente, a recepo, j que os

    enlaces de microondas operam nesta mesma faixa.

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    A banda Ka, alm de sofrer a interferncia da chuva utiliza uma banda de frequncias

    muito alta. Por este motivo, os equipamentos utilizados para a banda Ka so muito caros e de

    difcil desenvolvimento.

    O maior inconveniente da transmisso satlite, o retardo de propagao, foi

    minimizado com cdigos corretores de erro poderosos (FEC - Forward Error Correction), que

    diminuram bastante o nmero de retransmisses de mensagens. A diferena bsica entre

    transmisso de dados terrestre e via satlite exatamente o retardo de propagao. O sinal de

    rdio, viajando a velocidade da luz, leva cerca de 270ms para ir da Terra ao espao

    geoestacionrio e deste de volta a Terra. Uma aplicao que requeira uma transmisso e uma

    resposta associada (acknowledgment - ACK) leva, portanto, 540ms para ser concluda. Na

    prtica, retardos adicionais nas Estaes Terrenas envolvidas acabam levando este retardo

    total para cerca de 600ms.

    Atravs da tabela 3.2 possvel verificar que o downlink e o uplink operam em faixas

    diferentes, para que seja possvel reduzir substancialmente a interferncia mtua entre o

    Enlace de Subida (uplink), toda transmisso que se inicia em uma Estao Terrena; e o Enlace

    de Descida (downlink), a comunicao que parte do satlite.

    Figura 3.6 Enlace Antena- Satlite

    3.5 Tcnicas de multiplexao e mtodos de mltiplo acesso

    Multiplexao a tcnica de se agrupar sinais oriundos de diversas fontes em um

    mesmo sinal para compartilhar os meios de transmisso. As principais tcnicas de

    multiplexao so FDM (Frequency Division Multiplexing) e TDM (Time Division Multiplexing).

    Mltiplo acesso pode ser entendido como a tcnica para usar um canal de

    comunicao eficientemente, compartilhado, no caso dos satlites, compartilhar seus recursos

    tais como banda de frequncia, potncia, tempo e espao para um grande nmero de usurio.

    As trs principais tcnicas de mltiplo acesso utilizadas so: FDMA (Frequency Division Multiple

    Access), TDMA (Time Division Multiple Access) e CDMA (Code Division Multiple Access).

    Na TDMA os usurios revezam a utilizao do meio e cada um obtm, por um

    determinado perodo de tempo, a largura de banda inteira. Na FDMA, o espectro de

    frequncia dividido em canais lgicos, para que cada usurio possa utilizar uma das faixas

    para transmitir o tempo todo. Nos mtodos FDMA E TDMA so compartilhados a largura de

  • 15

    banda da frequncia e o tempo dos transponders dos satlites, respectivamente. No CDMA, os

    usurios compartilham ambos os recursos, frequncia e tempo, usando mutuamente um

    conjunto de cdigos ortogonais.

    A melhor escolha para os esquemas de mltiplos acessos depende das caractersticas

    do trfego a ser transmitido, tais como a durao das chamadas, a regularidade do trfego e

    da taxa de dados requerida.

    3.6 Configurao Bsica de um Sistema de Via-Satlite

    Um sistema de comunicaes via-satlite composto basicamente do satlite e das

    estaes rdio de origem e destino de informaes, denominadas de Estaes Terrenas. A

    figura 3.7 ilustra a configurao bsica com dois tipos de estaes terrenas utilizadas em

    Sistemas VSAT.

    Figura 3.7 - Configurao bsica de um sistema de comunicao via-satlite

    O segmento terrestre compreende estaes terrenas destinadas exclusivamente

    manuteno e operao do satlite e outras para o fim principal do sistema que o servio de

    comunicao entre usurios, geralmente classificadas e designadas conforme a relao abaixo:

    ET (Estao Terrena de Comunicao): destinadas exclusivamente aos servios de

    telefonia, comunicaes de dados, transmisso e recepo de TV, etc. Constituem os principais

    objetivos do sistema, sendo geralmente classificada como:

    a) HUB ou MASTER: estao central coletora e/ou distribuidora de informaes de uma

    determinada rede de estaes remotas

    b) REMOTA: estao terminal de usurio, classificada em:

    TVRO: para recepes de TV exclusivamente

    VSAT: estao transmissora e/ou receptora para telefonia, dados e TV,

    equipada com antena de pequena abertura.

  • 16

    3.7 Redes VSAT

    Idealizada em meados da dcada de 80, com o objetivo inicial de integrar unidades

    separadas por longas distncias, a rede de comunicaes VSAT (Very Small Aperture Terminal)

    tem sido utilizada comercialmente h 21 anos. Seu nome refere-se a qualquer terminal fixo

    usado para prover comunicaes interativas, ou somente de recepo.

    3.7.1 Componentes de um sistema VSAT

    Figura 3.8 Componentes de um sistema VSAT

    As redes VSAT so constitudas por trs componentes fundamentais:

    Satlite de retransmisso.

    Estaes remotas (terminais VSAT)

    Uma estao master opcional (HUB)

    O mais crtico componente do sistema VSAT sem dvida o satlite. Caso haja algum

    problema nos seus painis solares ou no controle do seu sistema de geonavegao,

    simplesmente no h comunicao. Os satlites modernos so compostos de 24 transponders

    ou mais, cada um com largura de faixa de 36 MHz ou mais.

    A questo da interferncia das chuvas na banda Ku minimizada atravs de duas

    tcnicas principais. A primeira e mais comum aumento da potncia de transmisso tanto do

    satlite quanto dos terminais durante perodos de chuva mais intensa. A outra a utilizao de

  • 17

    diversidade de stio que consiste de HUBs adicionais e distanciadas entre si de modo a

    propiciar percursos alternativos sem chuva intensa no enlace HUB-satlite.

    Um terminal VSAT consiste tipicamente de uma antena, equipamentos externos

    (outdoor unit - ODU), cabos e conexes e equipamentos internos (indoor unit - IDU). A antena

    e a ODU realizam a converso em frequncia e amplificao do sinal de uplink (Power Amplifier

    - PA e Frequency Converter) e o de downlink realizado pelo mdulo LNA. A funo da IDU, de

    uma maneira genrica, fornecer a interface para carregar os servios do usurio. Alm disso,

    existe o bloco Base Band Controller que limita o uplink e o downlink da comunicao. O

    modulador e o demodulador tambm fazem parte da IDU. O consumo de energia para o

    funcionamento das estaes VSAT muito baixo e em alguns casos a prpria energia solar

    pode ser utilizada para alimentar esses terminais. A IDU se conecta ODU por meio de cabos

    coaxiais, cuja distncia mxima varia de 50 a 100 metros, e onde a transmisso feita na

    Frequncia Intermediria (FI), geralmente na faixa de 2GHz.

    Figura 3.9 - Terminal VSAT

    As estaes VSAT podem com uma nica antena agrupar vrios tipos de servio para a

    transmisso, como: ATM (caixa eletrnico), terminais isolados que so conectados a

    mainframes, servio de telefone, rede para computador pessoal, entre outros.

    Dois fatores influenciam diretamente os dimetros das antenas das estaes. O

    primeiro o feixe emitido pelo satlite que pode ser pontual (spot), hemisfrico ou global.

    Quando mais concentrado, teramos maior densidade de energia para as antenas,

    necessitando de menores dimetros. Alm disso, como o ganho da antena dependente da

    frequncia, obviamente teramos dimetros maiores para menores frequncias. Desta forma,

    a banda C utiliza antenas maiores que as utilizadas nas bandas Ku e Ka.

    Com relao HUB, alguns computadores esto ligados fisicamente a ela. O primeiro

    deles o Host Computer, com funo de fornecer a informao necessria s estaes ou

    conect-las a uma rede externa. O Information Center utilizado para guardar as informaes

    dos clientes podendo ser convertido para uma estao junto HUB. E, por fim, o NMS

    (Network Management System) utilizado pelo gerente da rede. Atravs do NMS pode-se

    controlar os limites dos canais, o uso, a performance e o trfego, alm de executar

    diagnsticos e gerar relatrios estatsticos para cada terminal. A estao principal, HUB, dispe

    de uma antena maior e capaz de se comunicar com todas as estaes VSAT remotas dos

    usurios, coordenando o trfego entre elas. A estao HUB tambm se presta como ponto de

    interconexo para outras redes de comunicao, como a Internet, redes corporativas ou ainda

    redes de voz.

  • 18

    3.7.2 Topologia das Redes VSAT

    A respeito das Redes VSAT em si, existem trs tipos de topologia: Estrela, a Mesh e a

    Hbrida. Na Topologia Estrela todos os terminais VSAT esto conectados a uma grande Estao

    Terrena (HUB), ou Master, que age como um grande hub (das redes LAN), ou seja, no

    possvel que uma VSAT se comunique com outra sem que o trfego passe pela HUB.

    Para existir uma comunicao VSAT-VSAT, devem ser utilizados dois saltos (duas

    subidas e duas descidas ao satlite). Isto representa um inconveniente: o dobro do retardo

    para esta comunicao deve ser computado quando comparada de nico salto. Esta estao

    central contm toda inteligncia para controlar a operao, a configurao e o trfego da rede.

    funo tambm da HUB, armazenar informaes referentes ao desempenho, status e nveis

    de atividade de cada terminal VSAT. possvel dizer ainda, se trata de uma topologia esttica,

    porm flexvel no sentido operacional. Em termos econmicos, esta topologia somente se

    torna vivel para um grande nmero de estaes.

    Figura 3.10 - Rede em Topologia Estrela

    A Topologia Mesh, ou em malha, permite que todos os terminais comuniquem

    diretamente entre si sem necessidade da existncia de uma HUB, a no ser para desempenhar

    funes de gerncia. Esta topologia, j com inmeras redes espalhadas pelos continentes,

    obriga as estaes remotas a possurem antenas maiores e com capacidade para transmitir

    sinais com maior potncia diretamente atravs do satlite. Essa topologia mais recomendada

    na comunicao VSAT-VSAT para aplicaes como a voz, onde o retardo um fator

    determinante para a definio da qualidade da comunicao. Embora existam exemplos de

    sistemas VSAT sem HUB por comutao de pacotes, os mais comuns no mercado utilizam

    comutao de circuitos, com canais do tipo bit pipe, sem, portanto emulao de protocolos.

    Pode-se dizer que esta topologia age de forma dinmica e bem mais flexvel que a Topologia

    em Estrela. Ela se torna mais econmica com um pequeno nmero de estaes terminais.

    Figura 3.11 - Rede em

    Topologia Mesh

  • 19

    A Topologia Hbrida permite que um grupo de VSATs se comunique atravs da

    topologia em Estrela e outro grupo atravs da topologia Mesh, sendo bastante til quando

    determinado grupo de terminais tm muito mais demanda de trfego entre si, ao contrrio do

    que ocorreria com os outros terminais.

    Os satlites utilizados nessas topologias so do tipo geoestacionrios. Assim, como o

    satlite est a uma altitude de 36.000 km acima do equador, num enlace com dois terminais

    VSAT juntos e logo abaixo do satlite, o tempo de propagao seria de 240 ms para uma

    transmisso na topologia em malha. Para um sistema VSAT com HUB (topologia em estrela)

    este tempo duplicaria devido aos dois saltos. Esta uma importante caracterstica que dificulta

    a utilizao do VSAT em sistemas que utilizem aplicaes que necessitem de tempo real; em

    contrapartida, o custo de transmisso independe da distncia percorrida entre os pontos.

    No caso das estaes VSATs estarem conectadas rede de telefonia pblica em reas

    rurais, a HUB funcionaria como elo para a conexo. Isso acontece da mesma forma quando se

    deseja oferecer Internet a estaes remotas, cada estao recebendo um IP fixo.

    3.7.3 Tcnicas e Protocolos de Mltiplo Acesso

    O compartilhamento do transponder pelas diversas portadoras que a ele se destinam

    exige o uso de tcnicas e protocolos de mltiplo acesso. Algumas delas so conhecidas como,

    P-ALOHA (Pure ALOHA), S-ALOHA (Slotted ALOHA), DAMA (Consignao por demanda), TDMA

    (mltiplo acesso por diviso em tempo), FDMA (mltiplo acesso por diviso em frequncia) e

    CDMA (mltiplo acesso por diviso em cdigo). Cdigos corretores como o FEC (Forward Error

    Correction) com redundncias de 1/2 ou 3/4 e detectores de erros so frequentemente usados

    nas tcnicas de acesso. A tcnica e o protocolo de acesso esto intimamente ligados

    aplicao e topologia utilizadas.

    No processo P-ALOHA, quando um dado terminal tem um quadro a ser transmitido, ele

    o transmite instantaneamente, mesmo se o canal estiver sendo utilizado. O terminal ouve o

    meio e, caso esteja ocupado, respeitando o tempo de atraso inerente, assume que a

    mensagem foi enviada com sucesso. Caso contrrio ele aguarda um tempo aleatrio para

    retransmitir o quadro. Alguns sistemas reconhecem se o quadro foi devidamente transmitido

    por um ack vindo do HUB. Este processo aleatrio de transmisso pelas VSATs ineficiente em

    termos de taxa de sucesso na transmisso dos pacotes.

    O processo Slotted-Aloha uma verso ligeiramente melhorada do Aloha que tem

    como objetivo reduzir a taxa de colises comparativamente com o processo P-ALOHA se

    sobreponham o mximo possvel. O mtodo utilizado foi fazer com que as transmisses dos

    quadros ocorram apenas em perodos determinados. Assim, um quadro no pode interferir

    com o outro que j esteja na metade de sua transmisso. Por esta razo, este sistema

    praticamente dobra a eficincia em relao ao anterior. A sincronizao se d atravs do

    relgio do HUB, considerando assim as diferentes distncias dos terminais.

  • 20

    O TDMA (Time Division Multiple Access) se caracteriza pela diviso no tempo do sinal

    processado pelo transponder. O mtodo mais utilizado dentro desta tcnica o TDMA-DA

    (Demand Assignment) onde o HUB fica responsvel por alocar o slot para a transmisso de

    cada terminal VSAT de acordo com a transmisso previamente requerida. TDMA o mtodo

    mais utilizado nas redes VSAT comerciais.

    Na tcnica FDMA (Frequency Division Multiple Access) cada terminal VSAT transmite

    com uma portadora exclusiva. Assim, se obtm para cada transponder a diviso em frequncia

    dos canais.

    Nas redes VSAT que utilizam a tcnica CDMA (Code Division Multiple Access), cada

    terminal recebe um nmero pseudo-randmico (PN), nico utilizado para codificar e

    decodificar suas transmisses. Vrios VSAT podem transmitir simultaneamente na mesma

    frequncia, sendo o sinal separado na recepo pelo HUB. A transmisso do HUB tambm

    codificada da mesma forma, porm um nico PN atribudo a ele, o que permite a recepo

    por todos os terminais.

    Com o protocolo DAMA (Demand Assignment Multiple Access), se um terminal VSAT

    deseja realizar uma transmisso, este terminal faz uma requisio de um slot no tempo ou

    frequncia para faz-la. A atribuio do slot feita pelo NMS (Network Management System) e

    este somente liberado aps a concluso da transmisso. Este protocolo de acesso por

    demanda a tcnica utilizada para os servios de telefonia, principalmente, para aumentar a

    eficincia do uso de um transponder evitando perodos de ociosidade comparativamente a um

    protocolo de consignao fixa.

    Figura 3.12 Rede em topologia estrela usando a tcnica TDM/TDMA

  • 21

    Figura 3.13 Rede em topologia mesh usando a tcnica DAMA

    3.7.4 Modulao

    A modulao utilizada em qualquer sistema digital escolhida levando-se em

    considerao a robustez a efeitos de rudos, interferncias, condies de propagao e

    eficincia espectral. Assim acontece com sistemas via-satlite que, em geral, utilizam as

    modulaes PSK (phase shift keying) binria e quaternria

    Modulaes que envolvem a amplitude da portadora, como a QAM (quadrature

    amplitude modulation) e a ASK (amplitude shift keying) so em princpio inadequadas, j que o

    canal via-satlite extremamente no linear e sua atenuao varivel com tempo.

    Entretanto, atualmente h sistemas que empregam modulao QAM com 16 nveis, viabilizada

    pelo uso de cdigos corretores de erro bastante robustos. A modulao FSK (frequency shift

    keying) tem sido pouco utilizada pela sua baixa eficincia espectral.

    Os diversos tipos de modulao podem ser comparados, em termos de sua robustez

    ao rudo e interferncias, atravs da relao entre a taxa de bits errados ou BER (bit error rate)

    e a correspondente razo energia de bit/densidade espectral de rudo (Eb/No).

    Figura 3.14 - BER x Eb/N0

  • 22

    4. Especificaes do projeto

    4.1 Cidade escolhida: Coari, Amazonas

    Figura 4.1 Coari, AM

    A estao remota para qual ser calculado o enlace via satlite est localizada em

    Coari, Amazonas. Com populao de 75.909 habitantes, segundo as estimativas do IBGE/2010,

    Coari a quinta maior cidade do Amazonas. Atualmente destaca-se por produzir petrleo e

    gs natural na base de Urucu da Petrobras. O desenvolvimento econmico proporcionado pela

    explorao desses recursos, fez crescer a necessidade de implementao do servio de banda

    larga da regio. Sem a infraestrutura terrestre necessria, a internet via satlite passou a ser

    uma das alternativas a esse problema.

    Um grupo de trabalho foi criado pelo Senador Eduardo Braga (PMDB/AM) e o Ministro

    de Cincia e Tecnologia, Aloizio Mercadante, no incio de maio de 2011 para discutir formas de

    massificar internet em banda larga na regio Amaznica via satlite, alm de questes

    legislativas que viabilizem projetos de cincia, tecnologia e inovao no pas. Atravs dos

    recursos da explorao do petrleo e do pr-sal, o ministrio pretende investir nesses

    projetos, estudando inclusive a possibilidade da colocao de um satlite para atender a

    demanda de banda larga na regio amaznica.

    Sendo assim, o estudo por ns desenvolvido vai de encontro com uma necessidade

    atual do pas, que difundir o acesso a banda larga a todas as regies do pas.

    4.2 Satlite utilizado: Star One C1

    O satlite escolhido para o enlace foi o C1 da Star One. Lanado em 2007, o satlie foi

    criado, entre outras razes, para dar mais alternativas de acesso internet em banda larga.

    Abaixo foram detalhadas informaes tcnicas sobre o satlite.

  • 23

    Figura 4.2 Satlite Star One C1

    Satlite C1 para Banda Ku

    Principais caractersticas:

    Posio orbital: 65,0 W

    N de transponders:

    - Banda Ku: 12x36 MHz + 2x72 MHz

    Frequncias:

    -Banda Ku: 13750 MHz a 14500 MHz subida, 10950 MHz a 11200 MHz descida(PH) e

    11700 MHz a 12200 MHz descida(PV)

    Equivalent isotropically radiated Power(EIRP) tpica:

    - Banda Ku: Brasil( Sul + Sudeste + Nordeste): 46,0 dBW

    Mercosul: 50,5 dBW

    Miami: 47,5 dBW

  • 24

    G/T tpico:

    - Banda Ku: Brasil (Sul +Sudeste + Nordeste): 4,5 dB/K

    Mercosul: 3,5 dB/K

    Miami: 2,5 dB/K

    Fluxo de saturao tpico (SFD):

    - Banda Ku: -88 dbW/m(referncia: G/T= 1,0 dB/K)

    Recuos de Entrada e Sada Tpicos e Densidade do Rudo de Intermodulao :

    Feixe BRAK(Brasil)

    Os recuos de entrada e sada totais tpicos, para o caso de portadoras alocadas em

    transponders multiportadoras (multicarrier mode), so 5,5 dB e 4,0 dB, respectivamente. A

    densidade do rudo de intermodulao, para este caso, referida potncia de saturao de

    sada, de 97,0 dB/Hz (transponder de 36 MHz) ou 100,0 dB/Hz (transponder de 72 MHz),

    correspondendo a 15,0 dBW/4KHz (transponder de 36 MHz) ou 18,0 dBW/4kHz

    (transponder de 72 MHz), no contorno de referncia do satlite Star One C1.

    Os recuos de entrada e sada totais tpicos, para o caso de portadoras alocadas em

    transponders com 2 (duas) portadoras (dual carrier mode), so 3,0 dB e 2,0 dB,

    respectivamente. A densidade do rudo de intermodulao, para este caso, pode ser

    desprezada pois a sua parcela preponderante cair fora dos limites do transponder.

    Os recuos de entrada e sada tpicos, para o caso de portadoras alocadas em

    transponders com 1 (uma) portadora (single carrier mode), so 1,0 dB e 0,5 dB,

    respectivamente.

    Feixe MCRK(Mercosul)

    Os recuos de entrada e sada totais tpicos, para o caso de portadoras alocadas em

    transponders multiportadoras (multicarrier mode), so 5,5 dB e 4,0 dB, respectivamente. A

    densidade do rudo de intermodulao, para este caso, referida potncia de saturao de

    sada, de 97,0 dB/Hz (transponder de 36 MHz) ou 100,0 dB/Hz (transponder de 72 MHz),

    correspondendo a 15,0 dBW/4KHz (transponder de 36 MHz) ou 18,0 dBW/4kHz

    (transponder de 72 MHz), no contorno de referncia do satlite Star One C1.

    Os recuos de entrada e sada totais tpicos, para o caso de portadoras alocadas em

    transponders com 2 (duas) portadoras (dual carrier mode), so 3,0 dB e 2,0 dB,

    respectivamente. A densidade do rudo de intermodulao, para este caso, pode ser

    desprezada pois a sua parcela preponderante cair fora dos limites do transponder.

  • 25

    Os recuos de entrada e sada tpicos, para o caso de portadoras alocadas em

    transponders com 1 (uma) portadora (single carrier mode), so 1,0 dB e 0,5 dB,

    respectivamente.

    Frequncia de Beacon:

    - Banda C: 4199,0 e 4199,9 MHz na polarizao horizontal

    - Banda Ku: 11701,0 MHz na polarizao horizontal

    12199,8 MHz na polarizao vertical

    Polarizao:

    O Star One C1 opera com polarizao linear. Uma vez que o Star One C1 faz reuso de

    freqncias atravs da utilizao de dupla polarizao, a isolao das antenas do satlite entre

    as duas polarizaes ortogonais da ordem de 33 dB dentro da rea de cobertura, tanto na

    subida como na descida.

    Condies Operacionais

    As portadoras alocadas no satlite Star One C1 esto sujeitas s condies

    operacionais descritas nos subitens a seguir.

    Coordenao Espacial

    Considerando-se a Resoluo 288 da Anatel: Condies de Operao de Satlites

    Geoestacionrios em Banda Ku com Cobertura sobre o Territrio Brasileiro, bem como

    acordos de coordenao espacial com operadores de satlites vizinhos compartilhando a

    mesma faixa de freqncias no arco orbital geoestacionrio, as transmisses das portadoras

    esto sujeitas s densidades mximas apresentadas abaixo.

    Nota: as densidades devem ser calculadas em uma banda de referncia de 1 Hz dentro

    da largura de faixa da portadora digital equivalente sua taxa de smbolos.

    Densidade Mxima de Subida

    A densidade mxima de potncia de subida das portadoras operando nos feixes BRAK

    e MCRK do satlite Star One C1 de 48 dBW/Hz, referida entrada da antena.

    Densidades superiores somente podero ser empregadas com autorizao por escrito

    da Star One.

  • 26

    Densidade Mxima de Descida

    A densidade mxima de EIRP de descida das portadoras operando nos feixes BRAK e

    MCRK do satlite Star One C1 de 22 dBW/Hz, referida ao centro do feixe.

    Densidades superiores somente podero ser empregadas com a autorizao por

    escrito da Star One.

    Nota: a EIRP mxima de saturao da ordem de 53,3 dBW para o feixe BRAK e de

    52,4 dBW para o feixe MCRK do satlite STAR ONE C1.

    Dimetro Mnimo das Antenas

    As antenas com dimetros dentro dos parmetros 1., 2. e 3., descritos a seguir

    somente podero ser empregadas com autorizao por escrito da Star One, aps avaliao de

    suas caractersticas tcnicas bem como de sua localizao geogrfica:

    1. Antenas estritamente receptoras inferiores a 75 cm, operando na Banda Ku padro;

    2. Antenas estritamente receptoras inferiores a 60 cm, operando na Banda Ku estendida;

    3. Antenas transmissoras inferiores a 96 cm, operando na Banda Ku padro;

    4. Antenas transmissoras inferiores a 1,2 m, operando na Banda Ku estendida.

    Nota: as transmisses na Banda Ku estendida com antenas inferiores a 1,2m esto

    proibidas, conforme resoluo da Conferncia Mundial de Radiocomunicaes de 2003.

    Fabricante (modelo): Alcatel (Space Bus 3000B3)

    Veculo de lanamento: Arianespace

    Mapa de Cobertura: em anexo.

    4.3 Antenas

    Figura 4.3 Antena

  • 27

    Antena utilizada na recepo

    Tabela 4.1 Especificaes da antena

    ESPECIFICAES Antena de 1.8m VSAT

    Ku-RECEBA Ku-TRANSMITA

    Freqncia (gigahertz) 10.70-12.75 13.75-14.5

    Ganho tpico (2dBi) [email protected] [email protected]

    VSWR 1.5:1 1.3:1

    Abertura do feixe: - 3dB

    [email protected] GHz [email protected]

    Temperatura de rudo da antena (K)

    10Elevation 43

    20Elevation 28

    40Elevation 23

    Polarizao Linear,Ortogonal Linear,Ortogonal

    Relao da alimentao

    WR-75

    Curso do azimute 360 contnuo,10 Fine

    Curso da elevao 10 -90

    Isolamento(Port to Port)(dB)

    35 80

    Ventos operacionais 80km/h

    Ventos da sobrevivncia

    200km/h

    Temperatura ambiental

    -50 a 80

    Umidade relativa 0% a 100%

    Radiao Solar 360 BTU/h/ft2

  • 28

    4.4 LNB RS 1F30x Banda-Ku

    Figura 4.4 -LNB

    Especificaes

    Referncia interna do LNB

    Parmetros Mnimo Tpico Mximo Unidade

    Intervalo da Frequncia de entrada RF

    RS1F30A 10.95 11,70 GHz

    RS1F30B 11.70 12.20 GHz

    RS1F30C 12.25 12.75 GHz

    Intervalo da Frequncia de sada IF

    RS1F30A 950 1700 MHz

    RS1F30B 950 1450 MHz

    RS1F30C 950 1450 MHZ

    Frequncia de oscilao local

    RS1F30A 10.00 MHz

    RS1F30B 10.75 MHz

    RS1F30C 11.30 MHz

    Estabilidade do oscilador local

    50 ppm

    Figura do Rudo RS1F30A 0.7 0.8 dB

    RS1F30B 0.7 0.8 dB

    RS1F30C 0.8 1.0 dB

    Ganho de converso 50 60 dB

    P.l dB de sada IF 3 dBm

    Impedncia de sada IF

    75 ohm

    Perda de retorno de sada IF

    10 dB

    Voltagem fornecida 10.5 24.0 V

    Corrente fornecida 140 mA

    Tabela 4.2 Especificaes do LNB

  • 29

    4.5 Cabo RG6 coaxial

    Figura 4.5 Cabo

    Caractersticas Mecnicas

    Mnimo Breaking Um nico cabo 82kgs

    Cabo duplo 166kgs

    fora de coeso entre o condutor central e

    dieltrico

    >

    20N/5mm

    Caractersticas eltricas:

    Capacidade 50 + / -3,0 nm / km

    Impedncia 75 + / -3 ohm

    Velocidade 85%

    Dieltrico

    Eficcia

    55MHz > = 60dB

    300Mhz > = 70dB

    1000Mhz > = 70dB

    Perda de Retorno 1 ~ 470Mhz > = 22dB

    100% Swept 470 ~ 1000Mhz > = 20dB

    1000 ~ 2200MHz > = 18dB

    Constante de atenuao

    atenuao

    MHz Mnima (Db/100ft). Mximo (Db/100ft).

    5 0.58 1.90

    55 1.60 5.25

    83 1.95 6.40

    187 2.85 9.35

    211 3.05 10.00

    250 3.30 10.82

    300 3.55 11.64

    350 3.85 12.63

    400 4.15 13.61

    450 4.40 14.43

    500 4.66 15.09

  • 30

    550 4.90 16.08

    600 5.10 16.73

    750 5.65 18.54

    865 6.10 20.01

    1000 6.55 21.49

    Tabela 4.3 Especificaes do Cabo Coaxial

    4.6 Modem Satlite

    DMD2401-VSAT/SCPC Modem Satlite

    O DMD2401 projetado para funcionar como ambas as extremidades de uma Single

    Channel Per Carrier satlite (SCPC) link ou como o VSAT, site modem remoto em um sistema

    TDMA hub.

    O DMD2401 perfeito para redes de malha ou topologia em estrela. O modulador e

    demodulador operam de forma independente usando BPSK, QPSK, 8PSK OQPSK ou modulao

    (opcional) ou modos SCPC ou VSAT.

    O DMD2401 tambm o modem ideal VSAT para uso em um ponto-a-ponto da rede

    frame relay hbrido. Outras aplicaes incluem FDMA, telefonia, videoconferncia, de longa

    distncia paginao de aprendizagem, e captao de notcias.

    Figura 4.6 Modem Satlite DMD 2401

    Especificaes Gerais

    Transmitir e receber Taxas de dados DMD2401:

    BPSK 4,8-1250 Kbps Taxa de 1 / 2

    QPSK 9,6-2500 Kbps Taxa de 1 / 2

    QPSK 9,6-3750 Kbps Taxa de 3/4

    QPSK 9,6-4375 Kbps Taxa de 7/8

    OQPSK 9,6-2500 Kbps Taxa de 1 / 2

    OQPSK 9,6-3750 Kbps Taxa de 3/4

    OQPSK 9,6-4375 Kbps Taxa de 7/8

    8PSK 64-5000 Kbps Taxa de 2 / 3 (Opcional)

    Definio da Taxa de dados:Selecionvel em passos de 1 bps

    Tabela 4.4 - Moduladores

  • 31

    Especificaes do modulador: Faixa de freqncia: 50-90 e 100-180 MHz Standard em passos de 1 Hz Estabilidade da freqncia: 1,0 ppm (88 Hz a 88 MHz) Controle de Nvel: -5 A -30,0 dBm,passos de 0,1 dB Estabilidade nvel: 0,5 dB De 0 a 50 C Impedncia: 75 Ohm ou 50 Ohm selecionvel Software Perda de retorno: 20 dB mnimo Sada Off Isolamento: > 60 dB Sada de esprias: < -55 DBc De 2 a 200 MHz Especificaes do demodulador: Faixa de freqncia: 50-90 e 100-180 MHz Standard em passos de 1 Hz Faixa de Portadora de entrada: -65 A -40 dBm (Taxa de Smbolo kHz 640)

    Aquisio / Tracking: 1 kHz a 32 kHz , 1 kHz Passos Faixa de reaquisio: 1 kHz a 32 kHz, 1 kHz Passos IF Impedncia de entrada: 75 Ohm ou 50 Ohm selecionvel Software Perda de retorno: 20 dB mnimo Eb/No

    Tpico Eb/No (Viterbi) Taxa 1/2 Taxa 3/4 Taxa 7/8

    @ BER=10-5

    5.1 6.3 7.5

    @ BER=10-7 6.2 7.7 8.6

    Typical Eb/No (Sequential)

    Taxa 1/2 Taxa 3/4 Taxa 7/8

    @ BER=10-5 5.1 5.6 6.4

    @ BER=10-7 6.5 6.5 7.4

    Tpico Eb/No (8PSK Trellis) Taxa 2/3

    @ BER=10-5 6.4

    @ BER=10-7 8.1

    Tpico Eb/No(Turbo) Taxa 1/2 Taxa 3/4 Taxa 7/8 Taxa 0,495 Taxa 0,793

    B/O/QPSK @ BER=10-5 2.4 3.2 3.9 2.5 3.4

    @ BER=10-7 2.8 3.7 4.1 2.7 3.8

    8PSK @ BER=10-5 --- 5.6 6.7 --- 5.9

    @ BER=10-7 --- 6.0 7.5 --- 6.4

    Tabela 4.5 Eb/No

  • 32

    4.7 Clculo do enlace

    Dados da estao terrena (referentes a cidade de Coari AM) :

    Latitude: B=04 05' 06'' S = -4,085

    Longitude: 63 08' 29'' W = -63,141

    Altitude: 10m

    Dados do satlite Star One C1:

    Latitude do satlite: A=0 devido ao fato do satlite ser geoestacionrio.

    Longitude do satlite geoestacionrio 65W

    OBS: Por conveno adotamos o ngulo como negativo quando estamos em latitudes ao sul do

    equador e quando estamos em longitudes a oeste do meridiano de Greenwich tambm.

    Diferena entre as longitudes do satlite e da estao terrena:

    M = -65 -(- 63,141) = -1,859 = 1,859 W

    Figura 4.7 Representao geomtrica do enlace

    Onde,

    O: centro da Terra B: projeo da estao terrena na superfcie A: projeo do satlite na superfcie E: estao terrena S: satlite

    : ngulo entre A e B : ngulo de elevao da antena

  • 33

    D: distncia entre a estao terrena e o satlite Hs: altitude do satlite He: altitude da estao terrena Re: raio equivalente da Terra

    Da figura acima, podemos achar e .

    ngulo compreendido entre a estao terrena e o satlite C1 a partir do centro da

    Terra:

    = cos -1 (sin A sin B + cos A cos B cos M)

    = cos -1[sin 0 sin (-4,085) + cos 0 cos(-4,085) cos(-1,859 ) ] = 4,487

    Para calcularmos D precisamos do raio da equivalente da Terra e da distncia entre o centro da Terra e o satlite(H) que consiste em ser a distancia da superfcie terrestre a rbita geoestacionria (36000Km) mais o raio equivalente da Terra. O raio equivalente da Terra (Re) resultado do produto do raio da Terra, Rt = 6378,1km, por um fator de correo K, que no nosso caso pegamos este dado do CETUC para o valor mnimo da pior poca em Manaus, K = 1,00. Logo, Re = Rt

    D2 = [ (Re + Hs)2 + (Re + He)2 2(Re + Hs)(Re + He)cos ] D2 = (42378,1)2 + (6378,11)2 2x(42378,1)(6378,11)cos 4,487

    D = 36022,99 km

    Clculo do ngulo () de elevao da antena, utilizaremos a seguinte equao (lei dos cossenos) :

    (Re+Hs)2 = (Re + He)2 + D2 2 (Re + He) D cos (90+) ento: (42378,1)2 = (6378,11)2 + (36022,99)2 2 x (6378,11) x (36022,99) x cos (90+)

    =84,72

    Adotando uma freqncia de operao de 11GHz no Downlink, comearemos a

    calcular as atenuaes:

    4.7.1 Atenuao de espao livre:

    A0 = 32,4 + 20 log(D) + 20 log(f)

    Onde:

    D: distncia (em km)

    f: frequncia (em MHz)

  • 34

    A0 = 32,4 + 20 log (36022) + 20 log (11000)

    A0 = 204,359 dB

    4.7.2 Atenuaes impostas pelo meio fsico:

    4.7.2.1 Atenuao por gases atmosfricos:

    A troposfera composta principalmente por molculas de oxignio, nitrognio e vapor

    de gua. Como nitrognio no absorve energia das ondas de radiofreqncia, a atenuao por

    gases atmosfricos deve-se completamente absoro de energia eletromagntica pelo

    oxignio e pelo vapor de gua. Para freqncias abaixo de 10 GHz, a atenuao por gases

    atmosfricos normalmente pode ser desprezada. Como estamos operando com uma

    freqncia de 11 GHz no downlink, no podemos considerar desprezvel a atenuao por gases

    atmosfricos nesse enlace.

    Da recomendao ITU-R P.1510 tiramos o valor de temperatura (25) atravs do mapa

    em anexo.

    Da recomendao ITU-R P.835 podemos encontrar a presso atmosfrica, )(hP , e a

    densidade de vapor de gua, )(h , da estao terrena, dado que iL 0:

    ( )iL

    ii

    i

    iHhLT

    TPhP

    163,34

    )(

    += = 1012,09 hPa

    Onde,

    P(h): presso atmosfrica da estao terrena

    iP : presso atmosfrica na altitude H, que no nosso caso pela ITU zero

    iT : temperatura da regio da estao terrena

    iL : gradiente de temperatura, pela ITU esse valor de -6,5 K/Km

    3

    0

    0 20exp)(m

    g

    h

    hh =

    =

    Onde,

    )(h : densidade de vapor de gua da regio da estao terrena

    0 : densidade de vapor de gua ao nvel do mar ( 0 =20 3mg

    ), de acordo com a ITU-R P.836,

    atravs do mapa em anexo.

  • 35

    0h : escala de altura ( 0h =2 Km, recomendao ITU-R P.835)

    h : altitude da estao terrena

    Podemos a partir dos dados calculados acima e da recomendao ITU-R P.676, calcular

    as atenuaes especficas por absoro de energia pelo oxignio, o (em dB/Km) pelo vapor

    de gua, (em dB/km):

    Para f 54 GHz,

    ( )1322

    2

    16,1

    3

    6,122

    8,2

    1083,054

    62,0

    34,0

    2,71

    +

    +

    +

    = ptp

    to rf

    frrf

    r

    1 = (rp; rt; 0,717; -1,8132; 0,0156 ;-1,6515)

    2 = (rp; rt; 0,5146; -4,6368; -0,1921 ;-5,7416)

    3 = (rp; rt; 0,3414; -6,5851; 0,2130; -8,5854)

    (rp, rt, a,b,c,d) = rpa

    . rtb exp[ c(1-rp) + d(1- rt)]

    Onde,

    f: frequncia de operao (GHz)

    1013

    prp = e

    trt +

    =273

    288

    p : Presso atmosfrica da estao terrena

    t : Temperatura da estao terrena ( C )

    Encontramos 0 =0,0087 dB/Km

    A atenuao por vapor de gua (em dB/km) dada por:

    = )22,()(42,9)235,22(

    )]1(23,2exp[98,32

    1

    2

    1 fgf

    rt

    +

    +

    2

    1

    2

    1

    )(14,11)31,183(

    )]1(7,0exp[96,11

    +

    f

    rt +

    2

    1

    2

    1

    )(29,6)226,321(

    )]1(44,6exp[081,0

    +

    f

    rt +2

    1

    2

    1

    )(22,9)153,325(

    )]1(6,1exp[66,3

    +

    f

    rt +2

    1

    )380(

    )]1(09,1exp[37,25

    f

    rt +

  • 36

    2

    1

    )448(

    )]1(46,1exp[4,17

    f

    rt + )557,()557(

    )]1(17,0exp[6,8442

    1 fgf

    rt

    +

    )752,()752(

    )]1(41,0exp[2902

    1 fgf

    rt

    + )1780,(

    )1780(

    )]1(99,0exp[103328,82

    2

    4

    fgf

    rx t

    + f 2 rt

    2,5

    p x10-4

    1 = 0,955 rp rt

    0,68 + 0,006

    2 = 0,735 rp rt0,5

    +0,0353 rt4

    g(f,fi) =

    2

    1

    +

    +i

    i

    ff

    ff

    Encontramos = 0,0138 dB/Km

    Clculo das altitudes equivalentes do oxignio, 0h (km), e do vapor de gua, wh (km),

    conforme recomendao ITU-R P.676:

    ( )3211,1 117,011,6

    tttr

    hp

    o ++++=

    Onde,

    t1 = ]))9,7exp(4,1287,2

    7,59(exp[

    066,01

    64,4 23,2

    1

    ppr

    f

    r +

    +

    t2 = )2,2exp(031,0)75,118(

    )12,2exp(14,0

    2

    p

    p

    rf

    r

    +

    t3 = 3725

    26

    6,2102,3101,40169,01

    1061,10001,00247,0

    14,01

    0114,0

    fxfxf

    fxf

    rp

    ++++

    ++

    Encontramos 0h = 5,1968 km

    hw=1,66(1+w

    w

    w

    w

    w

    w

    fff

    89,2)1,325(

    58,1

    69,4)31,183(

    37,3

    56,2)235,22(

    39,1222 +

    ++

    ++

    )

    onde,

    w = )]57,0(6,8exp[1

    1013

    + pr

    Encontramos hw = 1,6779 km

  • 37

    Calculamos as atenuaes parciais por absoro de energia pelo oxignio, oA (dB),

    pelo vapor de gua, wA (dB), e determinamos a atenuao efetiva por gases atmosfricos,

    GA (dB) :

    Para 905 ,

    ( )senAA

    A woG+

    =

    Onde,

    oA = oh x 0 oA = 0,0452 dB

    wA = hw x wA = 0,0232 dB

    : ngulo de elevao da antena 72,84

    Encontramos GA = 0,06869 dB

    4.7.2.2 Atenuao por precipitao e nuvens: Para sistemas que operam em freqncias abaixo de 10 GHz, a atenuao por precipitao e nuvens normalmente pode ser desprezada. Como em nosso enlace de descida operamos em uma freqncia de 11 GHz, temos que levar em conta essa atenuao. Usaremos para tal a recomendao ITU-R P.618.

    Clculo das estatsticas de longa durao de atenuao por chuva para freqncias de at 55 GHz. Para esse clculo os seguintes parmetros so requeridos: R0,01: taxa de precipitao da estao terrena (Coari AM), excedida para 0,01% de uma mdia anual (mm/h) hs: altitude da estao terrena (km) hs = 0,01 km

    : ngulo da estao terrena (graus) = 72,84 : latitude da estao terrena (Coari AM) = -4,085 f: freqncia de operao (GHz) f = 11 GHz Re: raio efetivo da Terra (6378 Km)

  • 38

    Passo 1: Determinar a altura da chuva, hR (km), conforme recomendao ITU-R P.839.

    Figura 4.8 Percurso Terra - espao

    Da recomendao ITU-R P.839,mapa em anexo, h0 = 4,5 km para a localizao da

    estao terrena (Coari AM). Onde h0 a mdia anual das altitudes das isotermas a 0C

    hR = h0 +0,36 km = 4,86 km

    Passo 2: calcular o comprimento do percurso inclinado, Ls (km):

    Para 5 :

    =

    senhh

    L SRs = 4,8706 km

    Passo 3: calcular o comprimento da projeo horizontal do percurso inclinado, LG (km):

    LG = Ls cos = 0,4482 km

    Passo 4: determinar a taxa de precipitao, R0,01 (mm/h), na regio da estao terrena (Coari

    AM), excedida para 0,01% de uma mdia anual, conforme especificado na Recomendao ITU-

    R P.837. Encontramos atravs do mapa em anexo o valor de;

    R0,01 = 100 mm/h

    Passo 5: calcular a atenuao especfica por chuva, R (dB/km), conforme especificado na recomendao ITU-R P.838:

    R = k(R0,01)

  • 39

    ( ) ( )

    +++=

    2

    2coscos2 VHVH kkkkk

    ( ) ( )

    ++=

    k

    kkkk VVHHVVHH

    2

    2coscos2

    Onde,

    k : coeficiente ( Hk para polarizao horizontal, Vk para polarizao vertical)

    : coeficiente ( H para polarizao horizontal, V para polarizao vertical)

    : ngulo de tilt em relao a horizontal (graus)

    Como operamos em uma freqncia de 11 GHz com polarizao horizontal Vk = V =0,

    Hk =0,01772 e H = 1,2140. O que nos leva a k = 8,3950 310 e = 1,2921. Logo

    R = 3,2227 dB/km

    Passo 6: Calcular o fator de reduo horizontal, 01,0r :

    ( )GLRG ef

    Lr

    2

    01,0

    138,078,01

    1

    +

    =

    = 0,9454

    Passo 7: Calcular o fator de ajuste vertical, 01,0v :

    +

    =

    +

    45,01311

    1

    2

    1

    01,0

    f

    Lesen

    v

    RR

    Temos que verificar se > :

    =

    01,0

    1tanrL

    hh

    G

    SR = 01,85

    Como 01,85 > 72,84 > , ento:

    cos01,0rL

    LG

    R

    = = 4,6046 km

    Temos que < 36|| , onde =-4,085 a latitude da estao terrena (Coari AM):

  • 40

    ||36 = = 915,31

    Finalmente achamos:

    6846,001,0 =v

    Passo 8: Calcular o comprimento efetivo do percurso, EL (km):

    01,0vLL RE = = 3,1523 km

    Passo 9: Calcular a atenuao por chuva, 01,0A (dB), excedida para 0,01% de uma mdia anual:

    ER LA = 01,0 = 10,1589 dB

    Para termos um enlace seguro, calcularemos a atenuao por chuva excedida para

    uma porcentagem do pior ms. Para calcularmos a atenuao por chuva, pA , usaremos a

    seguinte frmula:

    ( )( ) senpAp

    p

    pAA

    )1()ln(045,0ln033,0655,0

    01,0

    01,0

    01,0

    +

    =

    Para calcular a porcentagem anual do tempo, p, correspondente a porcentagem do

    tempo do pior ms, wp , conforme especificado na recomendao ITU-R P.841.

    Q

    pp w=

    Onde,

    Q: fator de correo composto por dois parmetros, 1Q e 1 , determinados pelo clima e por efeitos de propagao.

    Da tabela em anexo, encontramos os valores de 1 = 0,13 e 1Q = 2,85 para o Brasil Equatorial.

    P = 0,0015%

    Com essa porcentagem podemos calcular pA :

    Para p < 1%, temos: ( )36||005,0 =

    Com isso obtemos que pA = 14,2254 dB

  • 41

    4.7.2.3 Atenuao devido a nuvens e nvoa:

    Usaremos a recomendao ITU-R P.840. A atenuao por nuvens s tem importncia

    para enlaces operando em uma freqncia maior que 10 GHz. Como estamos com uma

    freqncia de operao no downlink (satlite C2 Coari) de 11 GHz, a atenuao por nuvens

    levada em considerao.

    senKL

    A lC

    =

    Onde,

    L: quantidade total de gua lquida na coluna de nuvem (kg/ 2m )

    lK : coeficiente de atenuao especfica ( 3/

    /

    mg

    kmdB)

    : ngulo de elevao da antena

    O valor de L pode ser obtido a partir da localizao da estao terrena (Coari AM),

    atravs do mapa em anexo da recomendao ITU-R P.840 (L = 1,6 kg/ 2m ). O valor de lK pode

    ser obtido a partir da relao dos coeficientes de atenuao especfica a 0 C como funo da

    freqncia na figura em anexo da recomendao ITU-R P.840 ( lK = 0,1 3/

    /

    mg

    kmdB). Com esses

    valores obtemos:

    CA =0,161 dB

    4.7.3 Atenuao por cintilao:

    Usaremos a recomendao ITU-R P.618 para calcularmos a atenuao por cintilao,

    SA . A atenuao por cintilao resultado dos multipercursos seguidos pelo sinal propagante

    na troposfera. Ela corresponde as variaes, flutuaes ou desvanecimentos rpidos no sinal

    recebido, ocorridas devido as irregularidades no ndice de refrao troposfrico, causando o

    espalhamento do sinal. A atenuao imposta por este espalhamento diretamente

    proporcional freqncia de operao e inversamente proporcional ao ngulo de elevao da

    antena, ou seja, quanto maior a freqncia e menor o ngulo de elevao, maior ser a

    atenuao observada.

    Como nosso ngulo de elevao =84,72, usaremos conforme especificado na recomendao ITU-R P.618, seguiremos o mtodo para ngulos maiores que 4 , testado para freqncias entre 7 e 14 GHz. So necessrios os seguintes parmetros:

    t: temperatura mdia ( C ) na superfcie da regio da estao terrena (Coari AM) por um perodo de 1 ms ou mais. t = 25

  • 42

    H: umidade relativa mdia (%) da regio da estao terrena por um perodo de 1 ms ou mais.

    H = 80% (valor encontrado no wikipdia para Coari AM)

    f: freqncia de operao do downlink (GHz). f = 11 GHz

    : ngulo de elevao da antena (graus). =84,72

    D: dimetro fsico da antena (m). D = 1,8m

    : eficincia da antena (se desconhecida, estima se = 0,5 para uma estimativa conservadora, de acordo com a recomendao ITU-R P.618).

    Passo 1: Calcular o valor da presso de saturao do vapor de gua, Se (hPa), conforme

    especificado na recomendao ITU-R P.453:

    +

    =ct

    tbaeS exp

    Onde,

    a, b e c: coeficientes aplicados na faixa de temperatura de 20 C a C+ 50 ( a = 6,1121, b = 17,502 e c = 240,97).

    6703,31=Se hPa

    Passo 2: Calcular o termo mido da refratividade, wetN , conforme especificado na

    recomendao ITU-R P.453:

    2

    510732,3T

    eNwet =

    Onde,

    T: temperatura (T = 25 + 273 = 298 K)

    e: presso do vapor de gua (hPa)

    3363,25100

    =

    = SeH

    e hPa

    Ento o termo mido de refratividade :

    wetN = 106,4760

  • 43

    Passo 3: Calcular o desvio padro da amplitude do sinal, ref (dB), utilizado como referncia:

    0142,010106,3 43 =+= wetref N dB

    Passo 4: Calcular o comprimento efetivo do enlace, L (m):

    ( ) sensenh

    L L

    ++

    =

    42 1035,2

    2= 1004,2 m

    Onde,

    Lh : altitude da camada turbulenta da troposfera ( Lh =1000m).

    Passo 5: Calcular o dimetro efetivo da antena, effD (m):

    = DDeff = 1,2728 m

    Passo 6: Calcular o fator mdio da antena, g(x):

    ( ) 65

    12

    112 08,7

    1arctan

    6

    11186,3)( x

    xsenxxg

    +=

    =L

    fDx eff

    222,1 = 0,0216

    Com o valor de x, encontramos g(x) = 0,9254

    Passo 7: Calcular o desvio padro do sinal, :

    ( )( )

    dBsen

    xgfref 0537,02,1

    12

    7

    ==

    Passo 8: Calcular o fator porcentagem do tempo, a(p):

    3log71,1)(log072,0)(log061,0)( 102

    10

    3

    10 ++= ppppa

  • 44

    Para p = 0,01, temos:

    )01,0(a =7,196

    Passo 9: Calcular a atenuao por cintilao, )(pAs :

    = )()( papAS = 0,3864 dB

    4.7.4 Equao do equilbrio:

    )()()(

    )()()()()()()()()(

    21

    0

    dBAdBAdBA

    dBAdBAdBAdBAdBAdBGdBiGdBwEIRPdBwP

    CABO

    SCPGLNBAR

    ++=

    RP = -101,79 dBw

    onde,

    RP : Potncia recebida (dBw)

    EIRP : Potncia transmitida pelo satlite star one C1 EIRP = 46 dBw

    AG : Ganho da antena AG = 45,3 dBi

    LNBG : Ganho do LNB (Low-noise block converter) LNBG = 50 dB

    0A : Atenuao de espao livre 0A = 204,359 dB

    GA : Atenuao por gases atmosfricos GA = 0,06869 dB

    PA : Atenuao por chuva PA = 14,2254 dB

    CA : Atenuao por nuvens e nvoas CA = 0,161 dB

    SA : Atenuao por cintilao SA = 0,3864 dB

    CABOA : Atenuao no cabo coaxial (RG 6) CABOA = 21,49 dB

    1A : Margem de enlace para cobrir interferncias espacial, terrestre, de cotransponder e de

    estao terrena (segundo recomendao tcnica da Star One para o satlite C1) 1A = 2,2

    dB

    2A : Margem de enlace adicional, para cobrir desapontamentos (segundo recomendao

    tcnica da Star One para o satlite C1) 2A = 0,2 dB

  • 45

    5 Concluses:

    Conclumos que o nosso enlace entre o satlite Star One C1 e Coari-AM, necessita para

    funcionar de forma eficiente de uma potncia de recepo mnima de 101,79 dBw.

    Este trabalho compreendeu uma anlise acerca das aplicaes, servios e arquiteturas

    de rede que se utilizam dos recursos dos sistemas de comunicao por satlite.

    Sem dvida que poder transmitir informaes para vrios usurios separados a

    quilmetros de distncia de uma forma to rpida , e continuar sendo uma vantagem sobre

    qualquer outro meio de comunicao. Porm o uso de ondas eletromagnticas em uma

    transmisso, ainda mais em uma transmisso envolvendo reas enormes traz um alguns

    fatores a serem analisado antes de serem implantados.

    Alm do problema da chuva que afeta de forma diferente as diferentes bandas de

    transmisso, existe ainda o problema pouco comentado de quando o satlite eclipsa o sol. Este

    efeito interfere na comunicao interrompendo (uma vez por ano no perodo por poucos

    minutos com previso adiantada) por ser uma fonte de ondas eletromagntica bastante

    poderosa. Assim, sistemas crticos que no podem ficar minutos sem comunicao no devem

    usar VSAT.

    Um fator que se deve ressaltar que seu BER varivel, visto que as condies

    climticas (chuvas) interferem de forma direta, j que as ondas eletromagnticas passam os

    primeiros quilmetros do seu percurso na atmosfera.

    Os problemas de comunicao por satlites esta relacionada atmosfera, que provoca

    reflexes de onda, provocando atrasos e erros; variao da intensidade do sinal devido

    propagao multipath; interrupes no sinal devido a shadowing, necessrio bom

    equipamento para que exista uma maior eficincia na comunicao, exigindo um alto nvel de

    capital investido em uma transmisso.

    Depois de todos os problemas apresentados, podem-se ver as vantagens. Relatos de

    instalaes prticas mostram que redes VSAT podem ser implementadas e comear a operar

    em poucos dias. Isto se deve a uma caracterstica importante que os sistemas devem ter o

    amadurecimento e a no utilizao de um meio fsico fixo.

    Como custo, tempo e conhecimento dos problemas so fatores importantes em

    aplicaes comerciais, uma comparao, analisando estes tpicos, sempre deve ser feita entre

    tecnologias.

    Levando-se em considerao que localidades mais distantes so sempre deixadas para

    segundo plano no que diz respeito a comunicaes, unidades fabris e pequenos aglomerados

    rurais, sempre podem contar com este meio de transmisso. Localidades insulares, de pouca

  • 46

    infra-estrutura e veculos de mobilidade intercontinental (avies e navios) so possveis

    candidatos a possurem o sistema VSAT.

    Todo sistema de comunicao dever, antes da sua implantao, ter uma avaliao no

    que diz respeito ao seu custo, ao seu tempo de implantao e ao servio que este oferece. A

    comunicao via satlite, quando se deseja uma comunicao para localidades remotas, ou

    quando se deseja espalhar a recepo em reas geogrficas muito extensas, o sistema

    utilizado no momento. Porm em alguns casos, esta tecnologia se v conflitando com algumas

    outras que fornecem o mesmo servio com maior confiabilidade, maior velocidade e menor

    custo de implantao.

    Por isso esse sistema dever ser avaliado de acordo com a necessidade do projeto,

    pois em certos momentos problemas como o atraso do sinal, interrupes do sinal, no podem

    existir para um bom funcionamento de certo servio.

    5.1 Sugestes para trabalhos futuros:

    Realizar estudos sobre a tecnologia do sistema Amerhis, na qual permite o

    desenvolvimento de novos servios de banda larga, mais flexvel e de maior qualidade e maior

    velocidade de transmisso evitando o duplo salto. O sistema permite a comunicao direta

    entre pequenas estaes mediante o uso de redes em malha (sem a necessidade de HUB).

    Alm disso, como grande avano, encontra-se a interconectividade entre os feixes de

    cobertura. Com ela, o sistema permite a conexo de uma a vrias zonas de cobertura usando

    uma s transmisso, assim como a combinao a bordo de vrios sinais num s, incluindo se

    provierem de diferentes coberturas. Ambas as melhorias supem importantes progressos

    aplicveis a servios como videoconferncias, redes corporativas, etc.

    Este sistema consiste em uma carga til que proporciona conectividade entre os

    terminais do usurio situados em qualquer ponto dentro das reas de cobertura do satlite.

    Alm da carga til, o Amerhis composto por um Centro de Controle de Rede, que

    torna possvel a reconfigurao da carga til, a atribuio de capacidades e a gesto eficiente

    do trfego de usurios. Alm disso, foi desenvolvido e empregado um nmero de portas de

    acesso (gateways) e terminais, para facilitar o comeo e a demonstrao dos novos servios.

  • 47

    6. Referncias Bibliogrficas

    http://www.tudocom.net/?p=13470

    http://www.teleco.com.br/blarga_cobertura.asp

    http://www.tecmundo.com.br/1676-banda-larga-as-diferencas-entre-adsl-cabo-radio-3g-e-

    satelite.htm

    http://www.anatel.gov.br/Portal/verificaDocumentos/documento.asp?numeroPublicacao=257

    088&assuntoPublicacao=Dados%20informativos%20-

    %20Banda%20Larga&caminhoRel=null&filtro=1&documentoPath=257088.pdf

    http://ciencia.hsw.uol.com.br/satelites.htm

    http://www.ip.pbh.gov.br/ANO3_N2_PDF/ip0302nassif.pdf

    http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0321220_06_pretextual.pdf

    http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0220880_04_pretextual.pdf

    http://en.wikipedia.org/wiki/Highly_elliptical_orbit

    http://en.wikipedia.org/wiki/Tundra_orbit

    http://www.gta.ufrj.br/grad/02_2/vsat/redes.htm

    http://www.bcsatellite.net/vsat-network/

    http://www.comsys.co.uk/vsatnets.htm

    http://insight-laboratoriodeideias.blogspot.com/2011_05_01_archive.html

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Coari

    http://www.starone.com.br/internas/noticias/clipping_interna19.jsp

    http://www.starone.com.br/internas/biblioteca/fotos.jsp

    http://www.bandalarga.net/artigos-3-002.html

    http://www.malima.com.br/wifi/blog_commento.asp?blog_id=4

    http://www.eletrica.info/comunicacao-via-satelite-primeira-parte/

    Recomendaes ITU -R P.618, ITU-R P.676, ITU-R P.835, ITU-R P.836, ITU-R P.837, ITU-R P.838,

    ITU-R P.839, ITU-R P.840, ITU-R P.841, ITU-R P.1510.

  • 48

    7 Anexos

    7.1 Tabela de Resultados:

    Dados Iniciais do Projeto

    Variveis Significado Unidade Resultados

    A Latitude da Estao A (Terrena) graus 4,085 S B Latitude do Satlite graus 0 M Diferena das Longitudes graus 1,859 W

    - graus 4,487 D - km 36022,99 R Raio equivalente da Terra km 6378,1 H Distncia do centro da Terra ao satlite km 42378,1

    - graus 84,72 Atenuao por Gases Atmosfricos

    Para Ar Seco

    Variveis Significado Unidade Resultados

    F frequncia GHz 11 p (hPa) presso hPa 1012,09

    T temperatura Graus Celsius 25 rp coeficiente - 0,9988 rt coeficiente - 0,9664

    0 atenuao para ar seco dB/km 0,0087

    Para Vapor d'gua

    Variveis Significado Unidade Resultados

    (g/m3) densidade de vapor d'gua g/m3 20 1 coeficiente - 1,05194 2 coeficiente - 1,42429

    g(f,22) coeficiente - 1,111 g(f,557) coeficiente - 1,924 g(f,752) coeficiente - 1,943

    G(f,1780) coeficiente - 1,976

    w atenuao para vapor d'gua dB/km 0,0138 Para Percurso Inclinado

    Variveis Significado Unidade Resultados

    t1 coeficiente - 0 t2 coeficiente - 1,002 x 410 t3

    coeficiente -

    -3,14068 x 510

    h0 altura equivalente para ar seco km 5,1968

    w coeficiente - 0,98826 hw altura equivalente para vapor d'gua km 1,6779

    Para 5

  • 49

    Variveis Significado Unidade Resultados

    ngulo de elevao graus 72,84

    GA atenuao do percurso dB 0,06869 Ao atenuao total para ar seco dB 0,0452 Aw atenuao total para vapor d'gua dB 0,0232

    Atenuao por chuva

    Variveis Significado Unidade Resultados

    ho altitude acima do nvel mdio dos mares km 4,5 hR altitude da chuva km 4,86

    ngulo de elevao graus 84,72 hs altitude da estao terrena acima do nvel mdio dos mares km 0,01 LS comprimento do percurso inclinado abaixo da chuva km 4,8706 LG projeo horizontal de Ls km 0,4482 R0.01 taxa de chuva excedida para 0,01% de um ano mdio mm/h 100 KH coeficiente dependente da frequncia (polarizao horizontal) - 0,01772 KV coeficiente dependente da frequncia (polarizao vertical) - 0

    H coeficiente dependente da frequncia (polarizao horizontal) - 1,2140 V coeficiente dependente da frequncia (polarizao vertical) - 0 K coeficiente dependente da frequncia - 8,3950 310 coeficiente dependente da frequncia - 1,2921 R atenuao especfica dB/km 3,2227 r0.01 fator de reduo horizontal para 0,01% do tempo - 0,9454

    coeficiente - 01,85 LR coeficiente km 4,6046

    coeficiente - 915,31 0.01 fator de ajuste vertical para 0,01% do tempo - 6846,0 LE comprimento efetivo do enlace km 3,1523 A0.01 atenuao excedida para 0,01% de um ano mdio dB 10,1589

    Pior Ms

    Variveis Significado Unidade Resultados

    P porcentagem de tempo de excesso mdio anual % 0,0015 Ap atenuao excedida para p% de um ano mdio para o pior ms dB 14,2254

    Clculo de Atenuao por Cintilao

    Variveis Significado Unidade Resultados

    T temperatura mdia na superfcie da regio da estao terrena - 25 D dimetro fsico da antena da estao terrana m 1,8

    A coeficiente 6,1121

    B coeficiente 17,502

    C coeficiente 240,97

    Se presso de saturao do vapor d'gua hPa 6703,31

    E presso de vapor d'gua hPa 3363,25

  • 50

    wetN "termo mido" do ndice de refratividade 106,4760

    ref desvio padro da amplitude do sinal dB 0142,0 Lh altura da camada turbulenta m 1000

    L comprimento efetivo do enlace m 1004,2

    effD dimetro efetivo da antena m 1,2728

    x argumento (raiz quadrada) 0,0216

    g(x) fator mdio da antena 0,9254

    desvio padro do sinal 0537,0 P porcentagem de tempo 0,01

    )( pa fator de porcentagem de tempo 7,196

    )( pAS atenuao por cintilio para porcentagem p dB 0,3864

    Clculo de Atenuao por Nuvens e Nvoa

    Variveis Significado Unidade Resultados

    lK coeficiente de atenuao especfico (dB/km)/(g/m) 0,1

    L

    quantidade colunar total normalizada de gua precipitvel na nuvem excedida para p% do ano Kg/m2 1,6

    ngulo de elevao graus 84,72

    CA atenuao por nuvens dB 0,161

  • 51

    7.2 Mapa de cobertura Brasil

  • 52

    7.3 Recomendao UIT-R P.151 Mapa de temperatura:

  • 53

    7.4 Recomendao UIT-R 836 Mapa com densidade de vapor de gua ao nvel do mar:

  • 54

    7.5 Recomendao UIT-R 839 Mdia anual das altitudes das isotermas a 0C , h (em Km) acima do nvel do mar

  • 55

    7.6 Recomendao UIT-R 837 Taxa de precipitao ,R0,01 (em mm/h), excedida para 0,01 % de uma mdia anual

  • 56

    7.7 Recomendao UIT-R 841 Tabela com valores de 1 e Q1 (Brasil equatorial)

  • 57

    7.8 Recomendao UIT-R 840 (figura 5)

  • 58

    7.9 Recomendao UIT-R 840 (figura 1)