Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto...

96
Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento incompressível João Paulo da Silva Pelaio Coelho de Moura Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientadores: Prof. Luís Manuel de Carvalho Gato Prof. Luís Rego da Cunha de Eça Júri Presidente: Prof. Viriato Sérgio de Almeida Semião Orientador: Prof. Luís Manuel de Carvalho Gato Vogal: Prof. Pedro Manuel da Silva Cardoso Isidro Valente Outubro 2014

Transcript of Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto...

Page 1: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento

incompressível

João Paulo da Silva Pelaio Coelho de Moura

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Mecânica

Orientadores: Prof. Luís Manuel de Carvalho Gato

Prof. Luís Rego da Cunha de Eça

Júri

Presidente: Prof. Viriato Sérgio de Almeida Semião

Orientador: Prof. Luís Manuel de Carvalho Gato

Vogal: Prof. Pedro Manuel da Silva Cardoso Isidro Valente

Outubro 2014

Page 2: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

ii

Page 3: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

iii

Agradecimentos

Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao meu orientador, o Professor Luís Gato,

pela ajuda, orientação e disponibilidade no decorrer desta tese, ajudando-me também a evoluir

como aluno.

Ao Professor Luís Eça, na qualidade de co-orientador, agradeço a sua disponibilidade

no acompanhamento de algumas questões relativas ao presente trabalho

Agradeço ao Professor Pedro Valente pela ajuda que me deu na parte de controlo e

aquisição de dados.

Ao Professor Marco Leite e ao André Varanda, agradeço pela ajuda na impressão de

peças 3D.

Aos meus colegas e amigos Pedro, Bruno, Capinha, Flávio e Forca, e a tantos outros

que, de uma forma mais ou menos directa, me acompanharam e ajudaram durante este

período de elaboração da tese e ao longo de todo o meu percurso académico.

Por último agradeço a toda a minha família, especialmente aos meus pais e à minha

irmã, pela paciência e por todo o apoio dado ao longo de todo este percurso, sem eles nada

disto seria possível.

Page 4: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

iv

Page 5: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

v

Resumo

O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de

perdas de carga automatizado com uma interface gráfica de fácil utilização por forma a facilitar

a aprendizagem dos alunos de Mecânica dos Fluidos I.

Foi desenvolvido um software, utilizando o MATLAB®, responsável por fazer o

tratamento dos dados enviados pelo hardware. A finalidade deste software é mostrar ao

utilizador, através de uma interface gráfica, as pressões lidas dos sensores, o caudal de

escoamento medido bem como alguns resultados relativos ao estudo das perdas de carga. São

apresentadas, também, as características do ensaio que se está a efectuar.

Palavras-chave: Perdas de carga; Coeficiente de atrito; Diagrama de Moody;

Dimensionamento; Aquisição de dados; MATLAB.

Page 6: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

vi

Page 7: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

vii

Abstract

The main goal of this project was the development of an automated test bench of head

losses, with an intuitive graphical interface that aims to be easy used as a learning tool by the

students in the Fluid Mechanic I course.

A software was developed using MATLAB® that handles the data recorded and sent by

the hardware. The goal of this software is to display to the user, through a graphical interface,

the pressures read from the sensors, the flow rate measured, as well as several relevant results

regarding the study of pressure drop. The characteristics and parameters of these studies are

also shown.

Keywords: Head losses; Friction factor; Moody’s diagram; Design; Data acquisition; MATLAB.

Page 8: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

viii

Page 9: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

ix

Conteúdo

Agradecimentos......................................................................................................................... iii

Resumo ..................................................................................................................................... v

Abstract .................................................................................................................................... vii

Lista de Tabelas ...................................................................................................................... xiii

Lista de Figuras ........................................................................................................................ xv

Introdução ...................................................................................................................................... 1

1.1 Motivação e Objectivos ....................................................................................................... 1

1.2 Estrutura da Dissertação ..................................................................................................... 1

Dimensionamento ......................................................................................................................... 3

2.1 Introdução............................................................................................................................ 3

2.2 Comprimento de entrada e escoamento completamente desenvolvido ............................. 4

2.3 Determinação das perdas de carga .................................................................................... 5

2.3.1 Perdas de carga contínuas .......................................................................................... 6

2.3.2 Perdas de carga pontuais ............................................................................................ 8

2.3.3 Perda de carga total ................................................................................................... 10

2.4 Escoamento num venturi ................................................................................................... 11

2.5 Sistemas de tubos ............................................................................................................. 12

2.5.1 Sistema de tubos em série ......................................................................................... 13

2.5.2 Sistema de tubos em paralelo .................................................................................... 13

2.6 Pressão estática na parede............................................................................................... 14

2.8 Bomba ............................................................................................................................... 15

2.7 Cavitação e golpe de ariete ............................................................................................... 17

Instalação experimental .............................................................................................................. 19

3.1 Materiais utilizados nas tubagens da instalação ............................................................... 19

3.2 Acessórios de tubagem utilizados na instalação .............................................................. 20

3.3 Acessórios maquinados .................................................................................................... 23

3.4 Acessórios impressos em 3D (prototipagem) ................................................................... 24

3.5 Reservatório e bomba ....................................................................................................... 27

3.6 Instrumentação .................................................................................................................. 28

3.6.1 Medidor de caudal ...................................................................................................... 28

Page 10: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

x

3.6.2 Pressão ...................................................................................................................... 29

3.7 Aquisição de materiais (análise económica) ..................................................................... 30

Controlo e Aquisição de dados ................................................................................................... 31

4.1 Condicionamento e aquisição de sinais ............................................................................ 31

4.2 Multiplexador ..................................................................................................................... 32

4.2 Hardware ........................................................................................................................... 32

4.2.1 Electroválvulas ........................................................................................................... 33

4.2.2 Medidores de caudal .................................................................................................. 34

4.2.3 Sensores de pressão ................................................................................................. 34

4.2.4 Arduino UNO .............................................................................................................. 36

4.2.5 Módulo de relés .......................................................................................................... 36

4.2.6 Placa de aquisição de dados ..................................................................................... 37

4.3 Software ............................................................................................................................ 39

4.3.1 Matlab ......................................................................................................................... 39

4.3.2 Arduino IDE ................................................................................................................ 40

4.3.3 NI-DAQmx e LabView ................................................................................................ 40

4.4. Montagem do circuito ....................................................................................................... 40

4.5. Implementação do programa ........................................................................................... 45

4.6 Erros e calibração ............................................................................................................. 46

Guia Experimental ....................................................................................................................... 47

5.1 Objectivos do ensaio ......................................................................................................... 47

5.2 Descrição da instalação do ensaio/equipamento.............................................................. 47

5.3 Principais temas abordados nos ensaios .......................................................................... 50

5.4 Procedimentos experimentais ........................................................................................... 50

5.5 Template do Relatório ....................................................................................................... 52

5.6 Cálculos a efectuar (Sugestões de trabalho autónomo) ................................................... 52

Conclusões .................................................................................................................................. 53

Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 55

Anexo A ....................................................................................................................................... A1

Anexo B ....................................................................................................................................... B1

Anexo C ....................................................................................................................................... C1

Page 11: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

xi

Anexo D ....................................................................................................................................... D1

Anexo E ....................................................................................................................................... E1

Anexo F ....................................................................................................................................... F1

Page 12: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

xii

Page 13: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

xiii

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Valores de coeficientes de perda (𝑲) [6][10] ............................................................. 10

Tabela 2 - Diâmetros utilizados nas tubagens ............................................................................ 20

Tabela 3 - Valores de rugosidade para tubos ............................................................................. 20

Tabela 4 - Lista de componentes utilizados no controlo e aquisição de dados .......................... 32

Tabela 5 – Elementos das condutas da instalação..................................................................... 48

Tabela 6 – Instrumentos de medida ............................................................................................ 49

Tabela 7 - Coordenadas longitudinais das tomadas de pressão nos tubos contínuos .............. 49

Tabela A.1 - Cálculo do comprimento de entrada e primeira aproximação do factor de atrito .. A1

Tabela A.2 - Caudais máximos e mínimos de dimensionamento ............................................... A2

Tabela A.3 - Comprimento de entrada considerado ................................................................... A2

Tabela A.4 - Cálculo iterativo do factor de atrito ......................................................................... A3

Tabela A.5 - Tabela exemplificativa para cálculo das perdas de carga na instalação ............... A4

Tabela A.6 - Cálculos auxiliares para determinação da altura de elevação e potência da bomba

..................................................................................................................................................... A5

Tabela A.7 – Altura de elevação e potência da bomba .............................................................. A6

Page 14: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

xiv

Page 15: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

xv

Lista de Figuras

Figura 1 - Diferentes tipos de escoamento [5] .............................................................................. 3

Figura 2 - Escoamento interno de uma conduta [6] ...................................................................... 6

Figura 3 - Tubo de Venturi [6] ..................................................................................................... 11

Figura 4 - Volume de controlo entre duas secções de um tubo [6] ............................................ 12

Figura 5 - Sistema de tubos em série ......................................................................................... 13

Figura 6 - Sistema de tubos em paralelo .................................................................................... 14

Figura 7 - Curva da turbomáquina e curva da instalação ........................................................... 16

Figura 8 – Instalação real ............................................................................................................ 19

Figura 9 - Acessórios de ligação para tubagens PVC ................................................................ 20

Figura 10 - Válvulas utilizadas na instalação .............................................................................. 22

Figura 11 - Uniões fabricadas nas oficinas do DEM ................................................................... 23

Figura 12 - Uniões fabricadas nas oficinas do DEM ................................................................... 23

Figura 13 - Placa com orifício ...................................................................................................... 24

Figura 14 - Fabrico de dois acessórios em prototipagem rápida ................................................ 25

Figura 15 - Ensaio de estanquicidade ......................................................................................... 25

Figura 16 - Tratamento de vapor de acetona .............................................................................. 26

Figura 17 - Peças impressas após aplicação de verniz .............................................................. 27

Figura 18 - Instalação do reservatório e bomba ......................................................................... 27

Figura 19 - Rotâmetro ................................................................................................................. 28

Figura 20 - Medidores de caudal tipo turbina .............................................................................. 29

Figura 21 - Manómetro por coluna de líquido do tipo gauge ...................................................... 30

Figura 22- Electroválvula RAIN BIRD 100DV ............................................................................. 33

Figura 23 - Ligações dos medidores de caudal [18] ................................................................... 34

Figura 24 - Sensor de pressão Honeywell .................................................................................. 35

Figura 25 - Esquema de pinos dos sensores de pressão ........................................................... 35

Figura 26 - Arduino Uno .............................................................................................................. 36

Figura 27 - Esquema eléctrico de um relé .................................................................................. 37

Figura 28 - Módulo relés 5V ........................................................................................................ 37

Figura 29 - DAQ NI USB-6009 .................................................................................................... 38

Figura 30 - Circuito de entradas analógicas ............................................................................... 38

Figura 31 - Fonte de sinal flutuante para entrada analógica diferencial ..................................... 39

Figura 32 - Fonte de sinal flutuante para entrada analógica simples ......................................... 39

Figura 33 - Montagem dos módulos de relés .............................................................................. 41

Figura 34 - Esquema da ligação dos medidores de caudal [18] ................................................. 42

Figura 35 - Implementação dos medidores de caudal ................................................................ 42

Figura 36 - Montagem dos sensores de pressão........................................................................ 43

Figura 37 - Apresentação dos sensores de pressão .................................................................. 43

Page 16: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

xvi

Figura 38 - Montagem do circuito de controlo e aquisição de dados ......................................... 44

Figura 39 - Montagem do circuito de controlo e aquisição de dados e bomba .......................... 44

Figura 40 - Interface do programa............................................................................................... 45

Figura 41 - Painel da instalação hidráulica ................................................................................. 47

Figura A.1 - Diagrama de Moody representativo da Tabela 8 .................................................... A2

Figura B.1 - Diagrama de Moody ................................................................................................ B1

Figura B.2 - Coeficientes de perda de carga para entradas [6] .................................................. B2

Figura B.3 - Coeficiente de perda de carga para saídas [6] ....................................................... B2

Figura B.4 - Coeficientes de perda de carga para expansões e contracções [6] ....................... B3

Figura B.5 - Coeficientes de perda de carga para expansão gradual (difusor) [6] ..................... B3

Figura C.1 - Desenho técnico da curva a 45º impressa .............................................................. C1

Figura C.2 - Desenho técnico do difusor impresso ..................................................................... C1

Figura E.1 - Interface do programa ............................................................................................. E1

Page 17: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

1

Capítulo 1

Introdução

1.1 Motivação e Objectivos

Este trabalho enquadra-se no programa de renovação e expansão das instalações de

ensaio do Laboratório de Mecânica dos Fluidos do DEM. Pretende-se realizar o projecto, a

construção, o desenvolvimento do software e o guia de ensaio de uma instalação didáctica de

ensaios de perdas de carga em escoamento incompressível destinada aos alunos da disciplina

de Mecânica dos Fluidos I do IST.

O conhecimento das perdas de carga que ocorrem em condutas, bem como em

diferentes acessórios hidráulicos é muito importante na concepção e dimensionamento dos

sistemas de condutas. O banco de ensaios foi projectado para determinar o coeficiente de

atrito em tubos de diversos diâmetros e rugosidades, para estudar as perdas de carga em

diferentes tipos de válvulas e acessórios e comparar diferentes métodos de medição de caudal.

A operação do banco de ensaios e a aquisição de dados são controladas por computador.

1.2 Estrutura da Dissertação

A presente dissertação está estruturada em 6 capítulos. De seguida descrevem-se os

conteúdos abordados em cada capítulo.

Neste primeiro capítulo é feita uma breve introdução ao tema em estudo, que inclui o

enquadramento e objectivos do trabalho.

O segundo capítulo apresenta o dimensionamento para a execução do projecto. É feita

uma breve revisão bibliográfica sobre o tema, abordando passo a passo todos os tópicos para

um correcto dimensionamento.

No terceiro capítulo são descritos todos os componentes da instalação experimental,

sendo abordadas algumas considerações seguidas na execução do banco de ensaios. Por fim

é apresentada a instrumentação.

O capítulo quatro apresenta o controlo e a aquisição de dados, nomeadamente o

software elaborado e as ligações eléctricas, necessários para a automatização do projecto.

Page 18: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

2

No capítulo cinco é apresentado um guia dos ensaios experimentais, referindo-se a sua

metodologia.

Por último, no sexto capítulo, são apresentadas as principais conclusões resultantes da

execução do presente trabalho e algumas considerações para as futuras execuções.

Page 19: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

3

Capítulo 2

Dimensionamento

2.1 Introdução

Sempre que um fluido escoa no interior de um tubo ocorre atrito entre o fluido e as

paredes do tubo quer o escoamento seja laminar ou turbulento. Este fenómeno faz com que a

pressão no interior do tubo, em geral, vá diminuindo à medida que o fluido percorre o tubo,

sendo esta diminuição da pressão conhecida como perda de carga.

Diferentes cálculos devem ser realizados no estudo do escoamento em condutas para

que este seja bem executado.

Primeiramente, para uma análise correcta do escoamento numa conduta, é importante

determinar que tipo de movimento ocorre entre as partículas do fluido que é escoado, pois são

utilizados diferentes métodos e correlações distintas para os diferentes regimes de escoamento

[1][2]. Os cálculos efectuados para conhecer o tipo de escoamento em condutas podem ser

realizados através da equação de Darcy-Weisbach e pelo factor de atrito de Moody, a partir da

correlação de Colebrook. Alguns destes cálculos apresentam uma solução iterativa pelo que foi

necessário o auxílio de uma folha de cálculo do Microsoft Excel®.

O escoamento laminar ocorre, geralmente, para situações de escoamento do fluido

com velocidades reduzidas e com alta viscosidade. Neste caso, os vectores de velocidade do

fluido alinham-se no sentido do escoamento, não ocorrendo a mistura do fluido entre camadas

adjacentes. Por outro lado, o escoamento turbulento é caracterizado pela turbulência e mistura

do escoamento. Este tipo de escoamento ocorre, tipicamente, para valores elevados do

número de Reynolds [3]. Esta análise foi enunciada por Osborne Reynolds através de ensaios

experimentais em que utilizou um corante para observar o comportamento do escoamento. [4]

Figura 1 - Diferentes tipos de escoamento [5]

Page 20: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

4

Expresso pela razão entre as forças de inércia e as forças viscosas, o número de

Reynolds (Equação (1)) permite avaliar o tipo de escoamento, indicando se este se encontra

em regime laminar ou em regime turbulento,

𝑅𝑒 =𝜌𝑉𝑑

𝜇=

𝑉𝑑

𝜈 , (1)

em que 𝜌 é a massa especifica do fluido [kg/m3], 𝜇 a viscosidade dinâmica [Ns/m

2], 𝑉 a

velocidade média do escoamento [m/s] e 𝑑 o diâmetro do tubo percorrido pelo fluido [m]. A

segunda fórmula para o número de Reynolds ilustra que a razão entre 𝜇 e 𝜌 representa a

viscosidade cinemática, 𝜈 =𝜇

𝜌 [m

2/s]. [6]

A velocidade crítica de interesse prático é a velocidade abaixo da qual a turbulência é

totalmente amortecida pela viscosidade do fluido e acima da qual uma perturbação tem

tendência a ser amplificada e a degenerar em turbulência [3]. O valor crítico do número de

Reynolds depende do tipo e das condições do escoamento. Tipicamente, este valor é

aproximadamente igual a 2100, para escoamentos em condutas

Considera-se, assim, que para valores de número de Reynolds menores que 2100 o

escoamento seja laminar, e que para valores de número de Reynolds maiores que 4000 seja

turbulento. Sendo o regime entre estes dois valores respeitante ao regime de transição. [7]

Seguidamente são abordados, passo a passo, os tópicos necessários para o

dimensionamento e execução deste projecto. Os cálculos inerentes ao dimensionamento do

projecto em causa estão apresentados no Anexo A.

2.2 Comprimento de entrada e escoamento completamente

desenvolvido

Num escoamento interno os efeitos viscosos vão crescendo ao longo das condutas,

devido às limitações das paredes. Numa primeira região o escoamento a montante, quase

invíscido, converge e entra no tubo. Ao percorrer o tubo a camada limite viscosa vai crescendo,

levando à aceleração do escoamento no centro da conduta, afastando-se assim das paredes e

mantendo a condição de continuidade incompressível. [6]

Para uma distância finita a camada limite desenvolve-se tornando-se o escoamento

completamente viscoso e a velocidade tal que não varia a partir de determinada distância,

sendo o escoamento completamente desenvolvido. Esta distância é importante pois a equação

Page 21: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

5

de Darcy-Weisbach, enunciado no tópico seguinte, aplica-se apenas à parcela totalmente

desenvolvida do escoamento.

A distância necessária para o desenvolvimento do escoamento é chamada de

comprimento de entrada (𝐿𝑒).

𝐿𝑒 = 𝑓(𝑅𝑒) , (2)

O comprimento de entrada pode ser estimado caso o número de Reynolds seja

conhecido. Os critérios para o comprimento de entrada são dados geralmente pelas equações

(3) e (4).[6]

regime laminar: 𝐿𝑒

𝑑= 0,06 𝑅𝑒 , (3)

Para escoamento turbulento, a mistura do escoamento provoca o rápido crescimento

da camada limite. Experiências efectuadas mostram que o escoamento se torna desenvolvido

para valores 𝐿𝑒/𝑑 entre os 25 e 40.

regime turbulento: 𝐿𝑒

𝑑= 4,4 𝑅𝑒1/6 , (4)

A relação 𝐿𝑒/𝑑 é menor em regime turbulento devido à contribuição das tensões de

Reynolds, enquanto mecanismo adicional de permuta de quantidade de movimento [3]. Na

Figura 2 pode-se observar a evolução do escoamento ao longo de uma conduta.

É importante considerar os efeitos da região de entrada pois caso sejam desprezados a

queda de pressão poderá não representar a perda de carga. Neste processo de

dimensionamento, tendo em conta os resultados obtidos de 𝐿𝑒𝑚𝑎𝑥 para cada conduta

(Tabela A.1), foi considerada uma margem na instalação das tomadas de pressão de forma a

garantir que o escoamento se encontre totalmente desenvolvido (Tabela A.3).

2.3 Determinação das perdas de carga

Como referido no ponto 2.1, o escoamento de fluidos numa conduta conduz à

ocorrência de perdas de carga, que podem ser provocadas pelas características da conduta.

Este ponto pode ser analisado tendo em conta dois tipos de perda de carga, as perdas

contínuas e as localizadas.

Page 22: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

6

2.3.1 Perdas de carga contínuas

As perdas de carga de uma instalação estão relacionadas com os caudais de cálculo e

com o tipo de material e dimensões das tubagens. Assim, foram propostas várias fórmulas para

calcular estas grandezas, tais como as expressões de Darcy-Weisbach e de Colebrook-White.

Figura 2 - Escoamento interno de uma conduta [6]

A equação de Darcy-Weisbach (Equação (5)) é a base para o cálculo da perda de

carga para escoamento de fluidos em condutas. Esta tem origem no atrito das paredes e pode

ser deduzida recorrendo-se à forma integral da equação de conservação da quantidade de

movimento.

ℎ𝑓 = 𝑓𝐿

𝑑

𝑉2

2𝑔 , (5)

sendo 𝐿 o comprimento do tubo [m], 𝑑 o diâmetro do tubo [m], 𝑉 a velocidade média do

escoamento [m/s], 𝑓 o factor de atrito e 𝑔 a aceleração da gravidade (9,81 m/s2). O parâmetro

ℎ𝑓 representa assim a perda de carga por atrito do escoamento para uma velocidade 𝑉, através

de uma conduta de comprimento 𝐿 e diâmetro 𝑑.

Page 23: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

7

Esta equação é usada para qualquer tipo de escoamento, seja laminar ou turbulento,

devendo o escoamento estar completamente desenvolvido e estável.

A equação de Darcy-Weisbach mostra que a perda de carga depende de um factor de

atrito. O factor de atrito 𝑓 é adimensional e pode ser determinado através de correlações semi-

empíricas, as quais são função do número de Reynolds e da razão 𝜀/𝑑, onde 𝜀 é a rugosidade

do tubo. Este factor é portanto uma medida da rugosidade do tubo [8].

Perda de carga em escoamento laminar

A perda de carga para escoamento laminar é expressa analiticamente pela equação de

Hagen-Poiseuille. Esta equação mostra que a perda de carga para escoamento laminar varia

linearmente com a velocidade. O comprimento e diâmetro do tubo, bem como a viscosidade e

a massa específica do fluido também têm influência na perda de carga.

ℎ𝑓 =32 𝜇 𝐿 𝑉

𝜌𝑔 𝑑2 (6)

Relacionando a equação (6) com a equação (5), chega-se à expressão do factor de

atrito para escoamento laminar:

𝑓 =64

𝑅𝑒 (7)

Assim, para escoamento laminar, o factor de atrito é função apenas do número de

Reynolds.

Perda de carga em escoamento turbulento

O factor de atrito para escoamento turbulento é inicialmente estimado através da

expressão empírica a seguir apresentada:

𝑓 =0,316

𝑅𝑒1/4 (8)

Com o valor calculado é determinado um novo valor através da equação de Colebrook,

efectuando-se de seguida um processo iterativo para recalcular o valor do factor de atrito.

Foram efectuadas três iterações.

A equação de Colebrook fornece uma excelente representação para a variação do

coeficiente de atrito para escoamento turbulento. Note-se que a equação depende do número

Page 24: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

8

de Reynolds e da rugosidade relativa do tubo e não pode ser expressa de forma explícita para

𝑓.

Correlação de Colebrook-White:

𝑓 = [−2 log (𝜀/𝑑

3,7+

2,51

𝑅𝑒 √𝑓)]

−2

(9)

onde 𝜀 é a rugosidade do tubo e 𝜀/𝑑 representa a rugosidade relativa.

De acordo com esta correlação existem diagramas que nos dão a relação entre o

coeficiente de atrito e o número de Reynolds e a rugosidade relativa. Um dos diagramas mais

conhecidos é o diagrama de Moody, que apresenta resultados tanto para escoamento laminar

como para escoamento turbulento. (Anexo B)

2.3.2 Perdas de carga pontuais

No subcapítulo anterior consideraram-se as perdas de carga ao longo de um tubo. No

entanto, também se deve considerar as perdas de carga pontuais que se referem a perdas de

carga devido a mudanças de direcção, transições de diâmetros ou à presença de diversos

acessórios (válvulas, uniões, cotovelos, ‘Tês’), entradas e saídas, e qualquer outra perda de

carga associada a um tubo rectilíneo. O escoamento através destes acessórios provoca a

separação do escoamento, resultando na geração e dissipação de vórtices turbulentos [8].

Estas perdas localizadas podem exceder as perdas por atrito, sendo representadas por:

ℎ𝑚 = 𝐾𝑉2

2𝑔 , (10)

em que ℎ𝑚 é a perda de carga do acessório e 𝐾 o coeficiente de perda associado ao acessório.

Em relação às transições de diâmetro, estas podem ser transições bruscas ou suaves.

Caso as transições (alargamento/estreitamento) sejam súbitas a perda de carga é

consideravelmente maior que uma transição suave. Para transições bruscas, as expressões do

coeficiente de perda de carga podem ser expressas pelas equações (11) e (12).

Alargamento brusco: 𝐾 = (1 −𝑑2

𝐷2)

2

(11)

Estreitamento brusco: 𝐾 ≈ 0,42 (1 −𝑑2

𝐷2) (12)

Sendo 𝑑 e 𝐷 os diâmetros menores e maiores de cada transição. No caso de um difusor

(transição suave) caracteriza-se por um aumento gradual da área da secção transversal no

Page 25: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

9

sentido do escoamento. Assim, a partir da equação da continuidade para escoamento

incompressível, verifica-se que a velocidade média à saída do difusor é menor do que à

entrada, levando, consequentemente, a um aumento na pressão entre as secções de entrada e

saída do difusor [9]. O coeficiente de perda de carga de um difusor pode ser expresso pela

equação (13).

𝐾 = 1 −𝑑1

4

𝑑24 − 𝐶𝑝 , (13)

onde 𝑑1 e 𝑑2 são os diâmetros do menor e maior bocal respectivamente e 𝐶𝑝 o coeficiente de

recuperação de pressão. Quanto maior a recuperação de pressão menor a perda de carga.

Logo, um 𝐶𝑝 elevado significa um difusor bem sucedido.

Nas situações de entradas e saídas de sistemas de tubagens, as perdas de carga

associadas dependem da geometria da entrada/saída. Tal como para as transições, as perdas

de carga de uma entrada dependem da sua forma. Se a entrada tiver cantos vivos ocorre a

separação do escoamento, provocando uma perda de carga significativa. Quando o fluido é

descarregado do tubo para o reservatório a energia cinética é totalmente dissipada, sendo a

perda igual à energia cinética do fluido.

Para o dimensionamento de instalações, os valores dos coeficientes de perda

associados a alargamentos e estreitamentos podem ser determinados utilizando-se as

equações (11), (12) e (13) ou, alternativamente, recorrendo-se às figuras apresentadas no

Anexo B. No mesmo anexo estão presentes figuras para determinação dos coeficientes de

perda de carga associados a entradas e saídas. Note-se que o coeficiente das perdas de saída

é igual a um para saídas totalmente submersas.

Uma curva numa instalação induz uma perda de carga mais elevada que uma simples

perda por atrito pois causa uma separação do escoamento nas paredes, resultante da

existência de choques dinâmicos e da alteração de forças sobre o fluido. O coeficiente de

perda de carga de uma curva depende principalmente da sua forma, nomeadamente do ângulo

da curva e do raio de curvatura relativo. Para cotovelos de raio bastante reduzido, o coeficiente

de perda torna-se muito elevado, sendo mais baixo para cotovelos de raios maiores.

A Tabela 1 mostra os valores típicos de 𝐾 para diversos tipos de acessórios,

salientando-se que, no caso das válvulas, o valor do coeficiente de perda de carga depende da

posição do obturador e das respectivas dimensões. Para este caso particular são apresentados

os valores de coeficiente de perda para válvulas totalmente abertas.

Numa instalação, todos os valores de 𝐾 podem ser somados ficando a equação (10) na

forma ℎ𝑚 = ∑𝐾𝑉2

2𝑔.

Page 26: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

10

Tabela 1 - Valores de coeficientes de perda (𝑲) [6][10]

Local 𝑲

Válvula de esfera 0,05

Válvula de ângulo 2

Válvula de cunha 0,17

Válvula de diafragma 2,30

Joelho 90 0,90

Joelho 45 0,40

Tê 90 1,80 (saída bilateral)

Forquilha 1,30

Filtro 10

Venturi 2,50

Orifício 5

2.3.3 Perda de carga total

Para determinar a perda de carga total e a queda de pressão de um sistema foi

necessário recorrer à equação da energia mecânica em escoamentos incompressíveis,

considerando todas as parcelas que contribuem para a variação da pressão.

(𝑝1

𝜌𝑔+

𝑉12

2𝑔+ 𝑧1) − (

𝑝2

𝜌𝑔+

𝑉22

2𝑔+ 𝑧2) = ℎ𝑓 + ℎ𝑚 − 𝐻𝑝 (14)

em que ℎ𝑓 corresponde à perda de carga por atrito do escoamento na tubagem, ℎ𝑚 às perdas

de carga localizadas presentes ao longo do escoamento e 𝐻𝑝 a energia fornecida pela bomba

de alimentação.

Page 27: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

11

2.4 Escoamento num venturi

Um tubo de Venturi é um dispositivo constituído por duas zonas de revolução, uma de

redução e outra de expansão, usualmente unidas nos seus menores diâmetros por uma zona

de ligação cilíndrica (Figura 3).

Figura 3 - Tubo de Venturi [6]

O efeito de Venturi, que se verifica neste acessório, envolve a aplicação da equação da

continuidade (equação (15)) e a equação de energia (equação (16)).

A equação da continuidade resulta do princípio de conservação de massa. Portanto,

considerando o caso de escoamento incompressível (𝜌 = 𝑐𝑡𝑒), a quantidade de massa que

entra é igual à quantidade de massa que sai num volume de controlo,

𝑄 = 𝐴1𝑉1 = 𝐴2𝑉2 , (15)

em que 𝐴1, 𝐴2 e 𝑉1, 𝑉2 são respectivamente a área [m2] e a velocidade do escoamento [m/s]

nas secções 1 e 2 (Figura 4). Segundo este princípio, em regime permanente, se a secção de

um tubo diminui necessariamente a velocidade do escoamento aumenta após atravessar esta

secção.[6]

Na ausência de perdas, se a energia cinética aumenta a energia determinada pelo

valor da pressão diminui:

𝑝1

𝜌𝑔+

𝑉12

2𝑔+ 𝑧1 =

𝑝2

𝜌𝑔+

𝑉22

2𝑔+ 𝑧2 . (16)

A principal aplicação do tubo de Venturi é a medição de caudal do escoamento

incompressível através da variação da pressão.

Page 28: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

12

Figura 4 - Volume de controlo entre duas secções de um tubo [6]

A expressão seguinte mostra como a velocidade média do escoamento numa conduta

pode ser representada em função da queda de pressão.

𝑉1 =𝐴2

𝐴1

𝑉2

𝑉2 =√

2 (𝑝1 − 𝑝2)

𝜌 [1 − (𝐴2

𝐴1)

2

]

(17)

esta análise tem como princípio que não existe perda de energia, sendo portanto ℎ𝑓 = 0.

2.5 Sistemas de tubos

Como tem vindo a ser referido, o objectivo deste projecto é determinar as mudanças de

pressão resultantes de escoamento incompressível em tubagens. Nesta secção é feita uma

comparação das mudanças de pressão resultantes de sistemas de tubos em série e de

sistemas de tubos em paralelo.

Page 29: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

13

2.5.1 Sistema de tubos em série

Um sistema de tubos diz-se ligado em série quando a extremidade de um tubo encaixa

no tubo que se segue, ou seja, quando um sistema de tubagens possui tubos de diferentes

diâmetros numa mesma linha (Figura 5).

Figura 5 - Sistema de tubos em série

Neste caso, para escoamento permanente e incompressível, o caudal é constante ao

longo do sistema, tal como apresentado na equação (18).

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄1 = 𝑄2

𝑑12𝑉1 = 𝑑2

2𝑉2

(18)

em que 𝑑1, 𝑑2 e 𝑉1, 𝑉2 são respectivamente o diâmetro [m] e a velocidade do escoamento [m/s]

nas secções 1 e 2. 𝑄1 e 𝑄2 representam o caudal no troço 1 e no troço 2, respectivamente.

A perda de carga total é igual à soma das perdas de carga em cada secção:

ℎ𝑓 = ℎ𝑓,1 + ℎ𝑓,2 + ⋯

ℎ𝑓 = ∑ 𝐾 𝑉1

2

2𝑔+ ∑ 𝐾

𝑉22

2𝑔+ ⋯

(19)

sendo ℎ𝑓,1e ℎ𝑓,2 as perdas de carga das secções 1 e 2.

2.5.2 Sistema de tubos em paralelo

Para um sistema de tubos em paralelo (Figura 6), o caudal que entra no sistema é igual

à soma do caudal que passa nas secções individuais.

𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄1 + 𝑄2 (20)

Page 30: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

14

Figura 6 - Sistema de tubos em paralelo

A queda de pressão através do sistema em paralelo é igual à queda de pressão de

cada segmento paralelo individualmente.

Δ𝑝 = 𝑓𝐿

𝑑𝜌

𝑉2

2

Δ𝑝 = 𝑓1

𝐿1

𝑑1

𝜌 𝑉1

2

2= 𝑓2

𝐿2

𝑑2

𝜌𝑉2

2

2

(21)

em que 𝑓1 e 𝑓2 são os coeficientes de atrito dos tubos das secções 1 e 2, 𝐿1, 𝐿2, 𝑑1 e 𝑑2 as

características das tubagens e 𝑉1 e 𝑉2 a velocidade do escoamento [m/s] para o ramal 1 e 2,

respectivamente.

2.6 Pressão estática na parede

O conceito de perdas de carga que aqui se pretende estudar é determinado a partir das

variações de pressão estática 𝑝 ao longo da instalação.

Num escoamento uniforme, a pressão estática varia apenas com a distância vertical e

é independente da forma do recipiente. A pressão é a mesma em todos os pontos sobre um

dado plano horizontal no fluido, e aumenta com a profundidade do fluido [6]. A pressão é assim

uma propriedade local do fluido, apresentando dependência da posição apesar de não ser

dependente da direcção do escoamento.

Muitas vezes a leitura da pressão efectuada pelos sensores é apresentada como

pressão absoluta ou em relação à pressão atmosférica. A pressão absoluta é a pressão

medida em relação ao vácuo (pressão nula) e é independente da pressão atmosférica. A

pressão atmosférica é dependente da altitude do local onde se está a medir e das condições

atmosféricas. O ponto de referência muitas vezes utilizado em cálculos é ao nível do mar, em

condições de pressão e temperatura normalizadas.

Page 31: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

15

2.8 Bomba

Uma bomba é um equipamento que fornece energia ao fluido, à custa de energia

recebida de uma fonte exterior por intermédio de um veio em rotação, para que o fluido se

movimente. Existem vários tipos de bombas, mas a bomba centrífuga é indicada para

velocidades específicas na gama de 0,2 a 6 [11]. A bomba centrífuga tem como componentes

essenciais o rotor ou impulsor, o corpo, o eixo de transmissão, o tubo de sucção e o tubo de

saída. Das diversas vantagens deste tipo de turbomáquina podem-se destacar a sua

flexibilidade de operação, podendo abranger uma grande gama de trabalho. A pressão é

praticamente constante para um determinado caudal e são equipamentos de baixo custo,

apresentando um bom rendimento e uma construção relativamente simples.

O seu funcionamento consiste sobretudo na criação de uma zona de baixa pressão e

de uma zona de alta pressão. O fluido entra axialmente no centro do rotor em resultado da

sucção criada pelo movimento do impulsor. As pás do rotor alteram continuamente a direcção

do fluido adicionando-lhe energia, aumentando a pressão do fluido, o que leva à saída do

mesmo com uma pressão mais elevada [9]. Uma bomba centrífuga é, assim, uma máquina que

adiciona energia, por unidade de peso, a um fluido que é escoado. Essa energia por unidade

de peso do fluido 𝐻𝑝 é denominada de altura de elevação.

Para dimensionar a bomba no sistema é utilizada a equação da energia e dados

obtidos do fabricante. De forma exemplificativa, considerando duas secções, uma à superfície

do reservatório de alimentação e outra à saída do sistema, obtemos um volume de controlo

representado pela seguinte equação de energia [10]:

(𝑝1

𝜌𝑔+

𝑉12

2𝑔+ 𝑧1) − (

𝑝2

𝜌𝑔+

𝑉22

2𝑔+ 𝑧2) = ℎ𝑓 + ℎ𝑚 − 𝐻𝑝 (22)

ou

𝐻𝑝 =𝑝2 − 𝑝1

𝜌𝑔+ (𝑧2 − 𝑧1) +

𝑉22 − 𝑉1

2

2𝑔+ ℎ𝑓 + ℎ𝑚 (23)

A estabilidade de funcionamento da turbomáquina depende da curva característica da

instalação. A curvatura da curva é dada pelas perdas de carga que são aproximadamente

proporcionais ao quadrado do caudal, para escoamentos turbulentos, termos do lado direito da

equação (23).

Normalmente, a energia por unidade de peso que a bomba troca com o fluido também

varia com o caudal. Cada bomba tem uma curva característica 𝐻(𝑄) denominada curva da

bomba. Esta curva é fornecida pelo fabricante.

Page 32: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

16

Quando as curvas 𝐻(𝑄) da bomba e da instalação se intersectam, como na Figura 7, o

funcionamento é estável. Este ponto de intersecção denomina-se ponto de funcionamento para

uma dada máquina numa certa instalação. É o ponto que tem o caudal e a altura de elevação

para os quais a energia fornecida pela bomba equilibra a que a instalação pede, ou seja, a

bomba apenas fornece a energia necessária para suportar a queda de pressão na

tubagem.[11]

Figura 7 - Curva da turbomáquina e curva da instalação

A quantidade de energia que é fornecida à bomba não é totalmente aproveitada para a

elevação do fluido, havendo perdas de energia associadas ao sistema motor-bomba, quer na

transformação de energia eléctrica em mecânica no motor, e também nas conversões da

bomba. Assim, é importante definir o rendimento da bomba. O rendimento de uma bomba é a

relação entre a potência efectivamente fornecida pela bomba ao fluido e a potência fornecida

pelo motor à bomba. [11]

Depois de determinada a altura de elevação pode determinar-se, através da equação

(24), a potência da bomba que se deverá considerar, para que esta eleve uma quantidade de

caudal 𝑄 a uma altura 𝐻.

𝑃 =𝜌𝑔𝑄𝐻

𝜂 (24)

Em que 𝜌 é a massa especifica do fluido [kg/m3], 𝑔 a aceleração da gravidade (9,81 m/s

2), 𝑄 o

caudal do fluido [m3/s], 𝐻 a altura de elevação [m] e 𝜂 o rendimento da bomba. É de salientar

que o rendimento da bomba depende do próprio aparelho e que deve ser fornecido pelo

fabricante.

Page 33: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

17

2.7 Cavitação e golpe de ariete

Uma instalação constituída por condutas sujeitas a escoamento em pressão podem

sofrer alterações nas condições de funcionamento ocasionando regimes variáveis. Essas

alterações caracterizam-se pela modificação da velocidade média e da pressão, ao longo do

tempo, em qualquer secção da conduta.

Cavitação

A cavitação é um fenómeno de formação de bolhas de vapor, em qualquer ponto do

sistema, onde a pressão do fluido diminui até à pressão de vaporização. Posteriormente ocorre

a condensação do vapor e o retorno à fase liquida. De acordo com a conservação da energia, o

escoamento do fluido ao ser acelerado é sujeito a uma redução de pressão. Devido a esta

aceleração do líquido, em certos pontos da instalação, como por exemplo em bombas ou

válvulas, a pressão pode chegar a um valor menor que a pressão mínima em que ocorre a

vaporização do líquido (pressão de vapor), formando-se as bolhas de vapor. As bolhas ao

atingirem novamente uma pressão superior à pressão de vaporização entram em colapso e

implodem, devido à diferença das massas específicas da bolsa de ar e da água.

Este fenómeno tem consequências danosas para o escoamento e para a própria

instalação onde a mesma ocorre. Pode causar ruído, vibração, e diminuir o desempenho dos

equipamentos (rendimento, etc.), provocando o desgaste/erosão do material devido às ondas

de pressão geradas pelas sucessivas implosões das bolhas de vapor. Assim, é possível

detectar este fenómeno através da alteração das curvas de funcionamento dos equipamentos,

através da detecção de ruído e vibrações e, também, pela observação visual de formação de

bolhas.

A cavitação é frequentemente uma consideração importante na selecção e operação

do controlo de válvulas [8]. As válvulas sujeitas a cavitação sofrem um desgaste rápido, pondo

em causa a segurança de todo o sistema. A cavitação depende do sistema e do design da

válvula. Algumas podem cavitar com aberturas pequenas e outras estando totalmente abertas.

O mesmo acontece em relação às bombas, sendo necessário escolher um equipamento

adequado às instalações projectadas. Se a aquisição da bomba não for estudada e analisada

pode-se ter o caso da pressão mínima, atingida após o fluido entrar no impulsor, igualar a

pressão de vaporização, ocorrendo a formação das bolhas de vapor.

Page 34: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

18

Golpe de ariete

Uma alteração no movimento introduzido por uma eventual paragem ou arranque de

uma turbomáquina ou por a abertura ou fecho de uma válvula, dá origem a fenómenos

transitórios. No momento em que se modifica, instantaneamente, a velocidade do fluido num

tubo pode dar origem a uma violenta variação de pressão que se propaga ao longo de toda a

instalação. A este fenómeno dá-se o nome de golpe de ariete.[12]

O projecto de uma instalação deverá ter em conta os efeitos do golpe de ariete,

principalmente os provocados pela interrupção repentina do módulo de electroválvulas. Poderá

ser necessário recorrer a dispositivos de protecção que devem ter como finalidade limitar as

grandes variações de pressões causadas por este fenómeno. Uma solução possível para este

problema é a utilização de acumuladores com ar que estão ligados às tubagens, permitindo a

atenuação das variações de pressão.

Page 35: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

19

Capítulo 3

Instalação experimental

Nos pontos seguintes serão apresentados os materiais utilizados na construção das

tubagens do banco de ensaios. Serão analisadas as suas características e os respectivos

diâmetros nominais e algumas peças de união e outros acessórios.

Mais adiante, será efectuada uma referência aos aparelhos de medição utilizados,

nomeadamente do seu funcionamento e gamas de trabalho.

Figura 8 – Instalação real

3.1 Materiais utilizados nas tubagens da instalação

Um dos objectivos da construção do banco de ensaios é determinar coeficientes de

atrito em tubos de diversos diâmetros e rugosidades, permitindo estudar as diferenças de

pressão em troços de diferentes materiais. Para tal, optou-se por utilizar quatro tipos de

materiais: aço inox, PVC, cobre e acrílico. Da mesma forma, para um mesmo material foram

utilizados tubos de diferentes diâmetros (Tabela 2).

Page 36: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

20

Tabela 2 - Diâmetros utilizados nas tubagens

Material 𝒅𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 [mm] 𝒅𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 [mm]

Aço Inox 28; 18; 9; 4,5 26,4; 16,6; 8,4; 4

PVC 32; 20 27,2; 17

Cobre 18; 6 16; 4

Acrílico 12; 8 8; 4

Como se pode verificar na Tabela 2, houve um certo critério na selecção dos tubos

para que os diâmetros internos fossem próximos entre os diferentes materiais. Estes diâmetros

foram escolhidos, também, tendo em conta a disponibilidade e custo do mercado.

Na Tabela 3 são apresentados os valores da rugosidade de cada um dos materiais

utilizados. Estes valores representam a altura típica da rugosidade do tubo.

Tabela 3 - Valores de rugosidade para tubos

Material 𝜺 [mm]

Aço Inox 0,045

PVC 0,005

Cobre 0,0015

Acrílico Hidrodinamicamente liso

3.2 Acessórios de tubagem utilizados na instalação

Uniões e transições

A ligação entre os tubos de PVC, e em termos gerais na maioria da instalação, foi feita

através de colagem, utilizando-se peças de união (‘Tês’, joelhos, etc). Na Figura 9 estão

ilustradas algumas destas ligações.

Figura 9 - Acessórios de ligação para tubagens PVC

Page 37: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

21

Quanto aos restantes tubos, as ligações entre os acessórios de PVC e o tubo foi feita

através de um casquilho de inox, para o caso dos tubos de maior diâmetro, e através de uniões

maquinadas em alumínio para os tubos de menor diâmetro, como será referido no subcapítulo

3.3.

Válvulas

As válvulas servem uma variedade de funções. Algumas funcionam como válvulas de

isolamento que são totalmente abertas ou fechadas. As válvulas de controlo são utilizadas para

regular o caudal ou a pressão. Diferentes válvulas com estas características foram utilizadas

nesta instalação. Seguidamente serão destacadas estas válvulas utilizadas, bem como a sua

funcionalidade.

Em primeiro lugar, como válvulas de entrada de cada ramal da instalação, estão

disponíveis válvulas de esfera (Figura 10.b). Estas válvulas podem servir para interromper o

escoamento ou variar o caudal, regulando o regime de escoamento na instalação. De forma a

automatizar o painel, e para controlo via computador, foram instaladas electroválvulas a

montante de cada ramal, em linha com as válvulas de esfera, tendo a mesma utilidade destas

(Figura 10.a). No caso particular deste projecto, estas válvulas de entrada são utilizadas como

válvulas de seccionamento, sendo importante ter atenção ao controlo da abertura e fecho

repentino das válvulas para protecção da instalação. É de salientar que as electroválvulas

apresentam uma perda de carga mais elevada em relação às válvulas de esfera.

No final de cada ramal estão instaladas válvulas de retenção (Figura 10.c), impedindo a

passagem de água para os ramais que não estão a ser estudados, encaminhando assim o

escoamento para uma tubagem de ligação ao reservatório. As válvulas de retenção usadas na

instalação são do tipo mola.

Além das válvulas já mencionadas a instalação é composta por diferentes válvulas de

controlo de caudal nos diversos ramais. Estas válvulas são: válvula de cunha, válvula de

ângulo e válvula de diafragma. A válvula de cunha (Figura 10.f) tem um disco que se move

perpendicularmente à direcção do escoamento, obstruindo a passagem deste [9]. Na válvula

de ângulo (Figura 10.d) a haste que liga ao obturador faz um ângulo com a direcção do

escoamento. As válvulas de diafragma (Figura 10.e) têm na extremidade da haste uma

membrana que, descendo e ficando apertada contra uma sede, impede a passagem do fluido.

Page 38: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

22

a) Electroválvula RAIN BIRD 100DV

b) Válvula de esfera

c) Válvula de retenção

d) Válvula de ângulo

e) Válvula de membrana

f) Válvula de cunha

Figura 10 - Válvulas utilizadas na instalação

Outros acessórios

Num dos ramais foi utilizado um filtro, dispositivo que tem no seu interior uma rede que,

deixando passar o fluido, impede a passagem de partículas. Também foi instalado um Venturi

em polipropileno de 1/2′′ para o estudo do efeito de Venturi.

Page 39: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

23

3.3 Acessórios maquinados

Pela dificuldade encontrada em adquirir alguns acessórios necessários à execução da

instalação, por não estarem disponíveis no mercado, foi necessário proceder ao fabrico de

peças, nomeadamente uniões para ligação entre os diferentes tubos. Estes acessórios foram

fabricados em alumínio, e consistem numa ponta roscada com dimensão de 1/2’’M fazendo a

transição para pontas fêmeas de diversas dimensões (Figura 11 e Figura 12).

Figura 11 - Uniões fabricadas nas oficinas do DEM

Figura 12 - Uniões fabricadas nas oficinas do DEM

Também foi fabricada uma placa com um orifício para passagem do fluido (Figura 13),

com dois pontos para fixação a flanges existentes na instalação. O orifício tem um diâmetro de

6 mm, sendo possível a troca de placas de orifícios com diferentes diâmetros. Este acessório

permite medir o caudal através da queda de pressão resultante da passagem do escoamento.

Page 40: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

24

Figura 13 - Placa com orifício

Devido à utilização de tubos de diferentes diâmetros e à necessidade de alinhamento

destes no painel, foram construídos apoios/calços para as abraçadeiras de fixação das

tubagens.

3.4 Acessórios impressos em 3D (prototipagem)

Como referido no tópico anterior, houve necessidade de fabricar alguns acessórios

difíceis de encontrar no mercado. Para além das uniões referidas anteriormente, foram

projectados alguns acessórios para execução numa máquina de prototipagem, nomeadamente

um difusor, um tubo angular de 45° e alguns apoios necessários no painel (Desenhos técnicos

apresentados no Anexo C).

A opção de se utilizar a máquina de prototipagem prende-se com o facto de ser uma

opção mais prática e rápida e por se pretender formas de difícil execução.

Para o fabrico das peças utilizou-se uma bobina de filamento de ABS de cor cinza, que

é derretido e injectado em camadas sobre a base de impressão. Por vezes, no decorrer do

processo, há filamentos de material de apoio que interferem com a área de impressão da peça,

podendo afectar o acabamento final desta. Assim, e prevenindo um eventual dano na

instalação, procedeu-se à realização de alguns ensaios de estanquicidade e de tratamentos

para melhorar o acabamento da peça.

Page 41: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

25

Figura 14 - Fabrico de dois acessórios em prototipagem rápida

Ensaio de estanquicidade

O objectivo desde ensaio é detectar poros existentes nas peças impressas,

nomeadamente na junção entre os filamentos. O teste teve o seguinte procedimento: 1) Vedar

uma extremidade da peça com uma rolha; 2) Encher a peça com água até à zona de encosto

do tubo (ver desenhos técnicos em anexo); 3) Tapar a outra extremidade, aplicando alguma

pressão. O ar impelido pelo tampão (e devido à pressão aplicada) tentará escapar por qualquer

furo que haja na peça, denunciando assim imperfeições existentes. A Figura 15 ilustra o teste

efectuado.

Figura 15 - Ensaio de estanquicidade

Page 42: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

26

Tratamento com vapor de acetona (Acetone Vapour Smoothing)

O tratamento com vapor de acetona para impressões 3D é uma solução eficiente para

obter peças com um acabamento brilhante e suave. No fundo de um recipiente contendo a

peça a tratar adiciona-se acetona líquida, sem que esta fique em contacto com a peça. Ao

colocar o recipiente sobre uma placa de aquecimento a acetona começa a evaporar,

derretendo o material ABS das peças. As peças ficam, assim, com um acabamento liso e

brilhante. Na Figura 16 pode-se observar as peças durante este processo de tratamento. É de

salientar que se deverá executar este tratamento num espaço amplo e ventilado.

Ao efectuar este tratamento é importante ir observando o estado da peça, de forma que

se examine o seu acabamento. O tratamento finda quando se observa uma superfície

homogénea.

Figura 16 - Tratamento de vapor de acetona

Aplicação de verniz para isolamento

Apesar do tratamento com acetona permitir obter, na maioria das vezes, uma superfície

lisa e sem poros visíveis, o mesmo não aconteceu com uma das peças tratadas. Para finalizar

todo este processo de melhoramento da peça, foi aplicado um produto para impermeabilização.

Desta forma consegue-se obter o resultado esperado, não permitindo fugas de água.

Page 43: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

27

Figura 17 - Peças impressas após aplicação de verniz

Numa fase posterior, por necessidade de se utilizar mais abraçadeiras na instalação,

foram impressas bases de apoio iguais às mencionadas no subcapítulo 3.3. Tal como nas

peças anteriores, tomou-se esta opção por ser prática e rápida.

3.5 Reservatório e bomba

O sistema de alimentação de água ao

banco de ensaios é efectuado através de um

tanque com aproveitamento de água. Adaptou-se

um reservatório existente nos laboratórios de

Termofluidos que contém uma capacidade de 500

litros.

A selecção da bomba foi efectuada tendo

em consideração a gama de caudais do fluido de

trabalho e a altura de elevação necessária para

fazer chegar o fluido à instalação. Tendo em conta

estes parâmetros, foi escolhida uma bomba de

circulação GRUNDFOS da série UPS [13].

A montante da bomba foi instalado um filtro para a água e a jusante uma válvula de

retenção. A instalação da válvula anti-retorno neste ponto permite proteger a instalação do

golpe de ariete.

Figura 18 - Instalação do reservatório e bomba

Page 44: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

28

3.6 Instrumentação

Para o funcionamento deste banco de ensaios é necessário fazer medições do caudal

do escoamento e das pressões nas diversas tomadas de pressão. De seguida será feita uma

análise aos equipamentos utilizados para efectuar estas medições.

3.6.1 Medidor de caudal

Existem vários equipamentos para medição do caudal de água. Dos diversos aparelhos

existentes podem destacar-se os seguintes: medidores de caudal de área variável (rotâmetros),

medidores tipo turbina e aparelhos de medição a partir de diferenciais de pressão.

O rotâmetro (Figura 19), como referido anteriormente, é um medidor de caudal utilizado

para medições de escoamento de líquidos e gases. É composto por um tubo e um flutuador.

Geralmente os rotâmetros apresentam um grande intervalo de medições e baixa perda de

carga. O funcionamento do rotâmetro é baseado no princípio da área variável, permitindo que a

corrente do escoamento aumente a área de passagem do líquido, movendo o flutuador através

do tubo. Quando mais elevado for o caudal, o fluido gera uma maior força deslocando, assim, o

flutuador mais para cima. Este atinge uma posição estável no tubo quando a força exercida

pelo líquido (para cima) iguala o peso do flutuador (força gravitacional para baixo).[14]

Figura 19 - Rotâmetro

Os medidores de caudal tipo turbina (ilustrados na Figura 20) utilizam a energia

mecânica do fluido para rodar um rotor. As pás do rotor transformam a energia da corrente do

Page 45: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

29

escoamento em energia de rotação. O rotor gira proporcionalmente à velocidade do fluido. A

transmissão de sinal é efectuada através de um sensor de Efeito Hall.[14]

Figura 20 - Medidores de caudal tipo turbina

Por último, os medidores de caudal de pressão diferencial utilizam a equação de

Bernoulli para medir o fluxo. Estes aparelhos consistem numa constrição no tubo que cria uma

queda de pressão. O orifício apresentado no subcapítulo 3.3 permite, portanto, medir o caudal

de líquido no tubo.[14]

Os medidores de caudal tipo turbina utilizados na instalação têm como diâmetro 1 1/4’’

e 1/4′′. A escolha de tais dimensões deve-se à gama de leitura destes aparelhos. O medidor

de maior dimensão permite uma leitura entre 1 ~ 120 l/min, enquanto o medidor de 1/4′′ lê

apenas caudais entre 0,3 ~ 6 l/min.

A instalação do rotâmetro no painel teve como finalidade mostrar aos alunos diferentes

modos de medição do caudal, e a leitura por observação visual do mesmo. Foi adquirido um

rotâmetro com uma gama de leitura entre 400 e 4000 l/h.

3.6.2 Pressão

Para medir a pressão pensou-se inicialmente em utilizar um sensor de pressão

diferencial com duas portas que permitissem medir a pressão diferencial entre duas tomadas

de pressão num tubo. Tal não foi possível por falta de disponibilidade no mercado. Assim, o

sensor de pressão utilizado nos ensaios foi um sensor Honeywell 0 a 5 psi (Figura 24). Este

sensor faz apenas leituras de diferenças de pressão relativamente à pressão atmosférica.

Este tipo de leitura é relativamente simples e pode ser explicado pelo equilíbrio de

pressões numa coluna de líquido. Um tubo em forma de U contendo um líquido de massa

Page 46: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

30

específica 𝜌 e no qual são aplicadas pressões diferentes em cada extremidade exemplifica

bem este tipo de medição (Figura 21). [15]

Figura 21 - Manómetro por coluna de líquido do tipo gauge

Como referido no subcapítulo 2.6, a medição da pressão estática é feita junto à parede

interna do tubo. Assim, esta medição pode ser obtida através de pequenos orifícios na parede

fronteira do escoamento. O orifício deve estar perpendicular ao escoamento e deve ser de

pequenas dimensões [16]. No final do processo de furação, foi necessário efectuar uma

inspecção cuidada do orifício, com o intuito de verificar se alguma rebarba ficou depositada no

orifício, ou na sua extremidade, pois a sua presença é uma das principais fontes de erro.

Os pontos de tomada de pressão encontram-se entre os diversos acessórios presentes

em cada secção. No caso dos tubos lineares, foram instaladas quatro tomadas de pressão

distanciadas aproximadamente 200 mm entre si, e considerando o comprimento de entrada

referido no subcapítulo 2.2.

3.7 Aquisição de materiais (análise económica)

A aquisição de equipamentos e materiais foi precedida de uma análise e definição das

especificações, para um melhor contacto com os fornecedores.

Foram efectuadas consultas a fornecedores nacionais e estrangeiros, tendo sido

elaborados mapas comparativos para análise de propostas. Salienta-se que a selecção e

escolha entre produtos idênticos foram decididas pela alternativa que apresentava um melhor

balanço entre o menor custo e prazo de entrega.

Page 47: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

31

Capítulo 4

Controlo e Aquisição de dados

Uma interface é definida como a junção de componentes de tal maneira que sejam

capazes de funcionar de um modo compatível e coordenado. Ou seja, cada componente não

deve apenas efectuar a sua tarefa mas também deve trabalhar em conjunto com os outros

componentes.[17]

4.1 Condicionamento e aquisição de sinais

Devido à variedade de sinais fornecidos pelos sensores e actuadores e às exigências

do restante sistema de instrumentação muitas vezes é necessário fazer um condicionamento

de sinal, corrigindo ou adaptando os níveis de tensão entre dois componentes consecutivos do

sistema [15]. Assim, deve-se ter em atenção as seguintes conversões: analógico/analógico,

analógico/digital e digital/digital.

Uma forma simples de explicar o conceito de sinal Analógico e Digital é através da

informação processada por cada um. Num sistema analógico a informação apresenta uma

variação contínua quer no tempo quer na sua amplitude. Num sistema digital os sinais são

discretos (descontínuos) no tempo e em amplitude. Enquanto o circuito analógico pode assumir

infinitos valores num determinado intervalo, no caso do circuito digital apenas se assume dois

valores (0 ou 1). A conversão do sinal analógico para digital significa que um determinado

conjunto de informações passa a ser representado em código binário, que nada mais são do

que a linguagem utilizada pelos computadores.

Um computador trabalha tipicamente na gama entre 0 a 5 V. Deste modo existe,

normalmente, a necessidade de adaptar os valores de saída dos sensores à gama de valores

de entrada permitidos pelo computador e pelo sistema de visualização de dados de modo a

optimizar o seu uso [15].

O sinal fornecido pelos sensores é, geralmente, um sinal eléctrico em tensão continua

ou alternada. Os dados medidos são analógicos, mas convertidos para digital antes da

visualização [17]. O condicionamento de sinal depende, também, do tipo de medida efectuada

e do princípio físico utilizado pelo sensor.

Page 48: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

32

4.2 Multiplexador

Por vezes vários sinais podem ser ligados ao mesmo sistema de aquisição de dados,

para medição de diversos parâmetros simultaneamente, isto é, pode ser necessário juntar os

vários sinais e fazê-los passar por um número reduzido de canais de comunicação para a

transmissão de informações de fontes diferentes. [15]. Esses sistemas contêm apenas um

único amplificador e conversor A/D. Esta ligação é efectuada através de um multiplexador

(multiplexer).

Um multiplexador é um circuito composto por um conjunto de interruptores controlados

electronicamente que aceita várias entradas e efectua a sua ligação a um sistema único de

medição. Tem como finalidade seleccionar uma das entradas e conecta-la à única saída

existente. Dependendo do tipo, assim varia a sua capacidade máxima de mudarem de

canal [17]. Este circuito pode ser encontrado já implementado em circuitos integrados

existentes no mercado. A unidade NI USB-6009 referida no subcapítulo 4.2.6 é um exemplo

disso.

4.2 Hardware

Como referido anteriormente, para o correcto funcionamento da interface do banco de

ensaios foi necessário utilizar diversos elementos. Na Tabela 4 apresenta-se uma lista de

componentes utilizados para a automatização do circuito.

Tabela 4 - Lista de componentes utilizados no controlo e aquisição de dados

Componente Quantidade

Electroválvulas 12

Medidores de caudal 2

Sensores de pressão 8

Arduino Uno 1

Módulo relés 8 canais 2

Placa de aquisição de dados 1

Fontes de alimentação 2

Transformador 1

Page 49: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

33

4.2.1 Electroválvulas

Foram utilizadas 12 electroválvulas Rainbird 100-DV de 24VAC em toda a instalação.

Uma destas válvulas tem como função controlar a passagem de escoamento por um medidor

de caudal de baixa gama de leitura, enquanto as restantes válvulas têm como função o

seccionamento de cada ramal do painel.

Como a tensão de alimentação das electroválvulas é de 24VAC foi necessário utilizar

um transformador de 230VAC/24VAC +/-1Amp. Pelo mesmo motivo, e de forma a fazer a

ligação entre as válvulas e o computador (através da unidade de aquisição de dados) foram,

também, utilizados dois módulos de relés. Este componente será apresentado no

subcapítulo 4.2.5.

A corrente de activação das electroválvulas é de 0,30 A, o que limita a utilização de

apenas três electroválvulas em simultâneo com o transformador utilizado. Tal não é

problemático durante a execução dos ensaios pois no máximo, devido a um condicionamento

no código, apenas poderão estar ligadas duas electroválvulas em simultâneo.

Figura 22- Electroválvula RAIN BIRD 100DV

Prevenindo alguma sobrecarga que possa existir, foi instalado um suporte de fusível

com um fusível de 500mA de corte lento para protecção do circuito de alimentação das

electroválvulas.

Page 50: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

34

4.2.2 Medidores de caudal

Os medidores de caudal tipo turbina utilizados na instalação (apresentados no

subcapítulo 3.6.1) possuem um sinal de saída digital de frequência variável, ou seja, um único

impulso é transmitido de modo intermitente, com amplitude constante, sendo a informação a

frequência dos impulsos [15]. De forma a converter este sinal foi utilizada uma placa Arduino

Uno que será apresentada no subcapítulo 4.2.4.

Estes componentes suportam uma tensão de 5V~24V, para uma corrente máxima de

15 mA (DC 5 V).

A ligação dos medidores é feita com o auxílio de um conjunto de três cabos: preto,

vermelho e amarelo. O fio preto faz a ligação à terra, o vermelho corresponde ao pino de

alimentação e o fio amarelo corresponde à saída de sinal.[18]

Figura 23 - Ligações dos medidores de caudal [18]

A alimentação dos medidores de caudal é feita directamente da unidade Arduino Uno.

Em contrapartida, a ligação correspondente à saída do sinal terá de ser ligada a uma

resistência de 10 k.

4.2.3 Sensores de pressão

Como referido no subcapítulo 3.6.2, o sensor de pressão utilizado em ensaios de teste

foi um sensor Honeywell 0 a 5 psi. Para a conclusão da instalação optou-se por adquirir, para

além de sensores de pressão com uma gama de 0 a 5 psi, também, sensores de pressão com

uma gama de 0 a 15 psi. Desta forma, foram adquiridos 4 sensores de cada gama. Todos

estes sensores são do mesmo tipo, medindo a pressão relativa à pressão atmosférica.

Page 51: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

35

Figura 24 - Sensor de pressão Honeywell

A tensão de alimentação dos sensores está entre os 10 e 12 VDC. Assim, foi

necessário uma fonte de alimentação regulável de 10 a 12 VDC +/-500mAmp.

A aquisição dos sinais recebidos dos sensores é feita a partir de entradas analógicas

da unidade NI USB-6009 (subcapítulo 4.2.6). A disposição dos pinos e a sua designação são

mostradas na Figura 25.

Figura 25 - Esquema de pinos dos sensores de pressão

Segundo catálogo adquirido do fornecedor, o alcance de tensão dos sensores de 5 psi

tem um valor mínimo de 85 mV e um máximo de 145 mV, sendo o valor típico 115 mV. Os

sensores de 15 psi possuem um alcance de tensão com um valor típico de 225 mV, com o

valor mínimo de 165 mV e o máximo de 285 mV. Estes sensores têm uma sensibilidade de

23 mV/psi e 15 mV/psi, respectivamente. Devido à elevada disparidade destes valores foi

necessário fazer uma verificação de tensão e a calibração dos sensores.

Page 52: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

36

4.2.4 Arduino UNO

O Arduino Uno é uma placa de microcontrolador. Tem 14 pinos de entradas/saídas

digitais, 6 entradas analógicas e a sua alimentação pode ser feita por USB, conectando-o a um

computador, ou por uma fonte de alimentação externa com um adaptador AC/DC.

A tensão de funcionamento da placa é de 5 V, sendo recomendado operar com um

fornecimento externo entre 7 a 12 V. Em casos limite poderá operar com um fornecimento de 6

a 20 V, podendo no entanto ocorrer danos na placa. [19]

Para efectuar a comunicação com o computador é necessário um software para

configurar e programar a placa.

Figura 26 - Arduino Uno

4.2.5 Módulo de relés

Os relés são dispositivos responsáveis por fazer a interface entre equipamentos que

contêm diferentes tensões de funcionamento. Normalmente são utilizados por dispositivos

controladores que trabalham com corrente contínua para accionar equipamentos como

motores, bombas e válvulas que operam com corrente alternada.

Um relé é, assim, um interruptor controlado que liga/desliga um circuito de potência,

sendo accionado por uma tensão baixa [15]. O relé típico é composto por um contacto interno e

uma bobine. De forma explicativa, o seu funcionamento consiste em: quando é imposta

corrente à bobine, um campo magnético é induzido, atraindo um pino interno que fecha o

contacto. Neste caso, basta aplicar 5 V entre dois pinos que os outros dois fecharão contacto.

Page 53: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

37

Figura 27 - Esquema eléctrico de um relé

Para a montagem do circuito foi necessário adquirir dois módulos de relés 5 V com 8

canais, tendo sido necessária uma fonte de alimentação externa de 5VDC +/-500mA de forma

a não sobrecarregar o computador.

Figura 28 - Módulo relés 5V

4.2.6 Placa de aquisição de dados

Para a aquisição de dados foi utilizada uma unidade NI USB-6009. Trata-se de uma

DAQ (Data Acquisition) multifuncional com as seguintes características: 8 entradas analógicas

(14-bit, 48 kS/s); 2 saídas analógicas (12-bit, 150 S/s); 12 entradas/saídas digitais; contador de

32-bit.

Page 54: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

38

Figura 29 - DAQ NI USB-6009

O NI USB-6009 fornece uma saída de 5 V e 200mA, podendo-se utilizar esta fonte para

alimentação de componentes externos.

Pode-se efectuar a ligação dos sinais de entrada analógicos (AI – Analogic Input) para

a unidade NI USB-6009 através do conector I/O. Esta unidade tem um conversor analógico

para digital que digitaliza o sinal AI convertendo a voltagem analógica num código digital.

O multiplexador (MUX) encaminha um canal AI de cada vez para o PGA. O PGA é um

amplificador de ganho programável (programmable-gain amplifier).

Figura 30 - Circuito de entradas analógicas

Os canais de entrada analógica podem ser configurados para fazer medições com

entradas diferenciais ou por entradas simples, pois existem 4 canais de sinal positivo e 4

canais de sinal negativo. Para uma ligação com fonte de sinal flutuante é recomendado que a

ligação de entrada analógica seja feita como se mostra na Figura 31. Esta ligação justifica-se

porque pretende-se um sinal de entrada separado do ponto de referência terra e porque dois

canais de entrada AI+ e AI- estão associados ao sinal. Este modo de ligação também reduz a

interferência e a criação de ruído no sinal.

Page 55: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

39

Figura 31 - Fonte de sinal flutuante para entrada analógica diferencial

De forma a utilizar esta unidade de aquisição de dados (disponibilizada no laboratório

de Mecânica dos Fluidos) e como foram utilizados 8 sensores de pressão, estas medições

serão feitas por entradas simples. Tal é possível porque as ligações por cabo entre os

dispositivos são curtas e a medição de sinal não é efectuada no tempo, tornando as

interferências e ruídos desprezáveis.

Figura 32 - Fonte de sinal flutuante para entrada analógica simples

4.3 Software

4.3.1 Matlab

O Matlab® é um programa de computador especializado e optimizado para cálculos

científicos e de engenharia. Este software dispõe de uma vasta biblioteca de funções pré-

definidas que tornam as operações de programação mais fáceis e eficientes. Existem, também,

ferramentas que permitem integrar o programa com outros softwares.

Neste projecto é utilizada a Data Acquisition Toolbox e uma ferramenta de suporte

Arduino para se efectuar a comunicação entre as unidades NI USB-6009 e Arduino®.

Page 56: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

40

A observação de resultados consequentes da leitura de dados externos e de cálculos

efectuados pode ser feita através da utilização de uma interface gráfica interactiva. Esta

possibilidade permite facilitar a compreensão dos dados a mostrar, tornando-os mais

interessantes e didácticos para o utilizador.

4.3.2 Arduino IDE

O software Arduino IDE (integrated development environment) permite escrever o

código e fazer o upload do mesmo para a placa Arduino Uno. Uma vez carregado o programa

apenas é necessário fazer a alimentação da placa (por USB ou fonte externa) para que seja

executado o código.

Como referido no subcapítulo 4.3.1, existe uma ferramenta que permite efectuar a

comunicação do Matlab® directamente com o Arduino®. Esta ferramenta é baseada num

servidor que corre continuamente na placa, que lê e executa os comandos enviados e, se

necessário retorna um resultado.

4.3.3 NI-DAQmx e LabView

O NI-DAQmx é um software utilizado para comunicar e controlar a aquisição de dados

efectuados pelas unidades da National Instruments. Este software dispõe de uma interface de

programação que permite configurar e programar as entradas/saídas analógicas e digitais.

O software NI-DAQmx foi utilizado para testar as ligações dos diferentes componentes

antes da implementação do código em Matlab®.

Inicialmente, como alternativa à programação em Matlab®, foi também utilizado o

software LabView. Este software permitiu fazer a aquisição, tratamento e gravação dos sinais,

disponibilizando em tempo real diferentes sinais que eram adquiridos.

Por motivos de familiaridade com o código optou-se pela implementação do programa

em Matlab®.

4.4. Montagem do circuito

Na execução do circuito tiveram de ser feitas várias ligações entre vários

equipamentos. Esta interacção entre os diferentes componentes utilizados foi abordada no

Page 57: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

41

subcapítulo 4.2. Assim sendo, nesta secção apenas são mostradas algumas figuras ilustrativas

dessas ligações eléctricas, mostrando-se também uma imagem global de toda a montagem.

Primeiramente, na Figura 33, é ilustrada a montagem dos módulos de relés com as

entradas comuns dos relés representadas com fios vermelhos e os diferentes canais de ligação

à unidade NI USB-6009 feitas com o auxílio de duas flat cables.

Figura 33 - Montagem dos módulos de relés

No processo de montagem destes módulos foi necessário fazer uma correcção à

corrente de funcionamento. Apesar da corrente inicial ser suficiente para accionar os relés, o

mesmo não se verificava com os LED’s do módulo de relés (LED’s que permitem verificar se a

electroválvula está realmente aberta). De forma a tirar proveito desta funcionalidade foram

instaladas resistências de 1k nas entradas digitais da unidade NI USB-6009.

As ligações dos medidores de caudal, efectuadas através da unidade Arduino, estão

ilustradas nas Figuras 34 e 35.

Resistências 1k

Page 58: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

42

Figura 34 - Esquema da ligação dos medidores de caudal [18]

As entradas digitais da placa Arduino Uno correspondentes aos dois medidores

utilizados foram o pino 2, para o medidor de gama elevada, e o pino 4, para o medidor de gama

mais baixa.

Figura 35 - Implementação dos medidores de caudal

Quanto aos sensores de pressão, foram utilizados cabos blindados para protecção do

sinal transmitido. As entradas comuns aos vários sensores (alimentação (+) e terra (-)) foram

efectuadas com pequenos fios vermelhos e azuis, sendo que num dos pinos correspondentes

foi feita a ligação com a fonte de alimentação. O cabo blindado utilizado continha 4 fios

(vermelho, verde, amarelo e preto) pelo que se fez uma combinação entre estes para ligação

Page 59: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

43

dos restantes pinos dos sensores. Assim sendo, para alguns sensores os pinos de saídas

foram efectuados por fio vermelho (+) e verde (-), enquanto que noutros casos se utilizou os

fios amarelo (+) e preto (-). As Figuras 36 e 37 ilustram esta montagem.

Figura 36 - Montagem dos sensores de pressão

Figura 37 - Apresentação dos sensores de pressão

Por fim, na Figura 38, é apresentada a montagem de todos os componentes. Os canais

do primeiro módulo de relés são ligados à porta 0 (linhas 0 a 7) da unidade NI USB-6009,

enquanto os do segundo módulo são ligados à porta 1 (linha 0 a 3). A ligação dos sensores de

pressão à unidade NI USB-6009 é efectuada nas 8 entradas analógicas existentes (ai0 a ai7).

Um esquema eléctrico de todo o circuito, elaborado com o auxílio do software Autocad

Electrical, é apresentado no Anexo D.

Page 60: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

44

Figura 38 - Montagem do circuito de controlo e aquisição de dados

Na Figura 39 é apresentada a parte posterior do painel de ensaios, onde se encontra o

circuito de controlo e aquisição de dados atrás referido, e um disjuntor relativo à bomba. A

instalação do disjuntor foi devida à necessidade de proteger o motor da bomba de uma

eventual sobrecarga e consequente aquecimento.

Figura 39 - Montagem do circuito de controlo e aquisição de dados e bomba

Page 61: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

45

4.5. Implementação do programa

O programa desenvolvido tem como objectivo auxiliar os alunos durante a execução

dos ensaios de perdas de carga. Assim, pretende-se que este seja de fácil utilização de forma

a prestar a máxima ajuda e garantir um alto rendimento do aluno.

Este programa é bastante útil para calcular os coeficientes de atrito e de perda de

carga pelas variações de pressão ao longo da instalação. Também calcula, pelas diferenças de

pressão, o caudal de fluido.

Na Figura 40 é apresentada a interface do programa que se irá trabalhar.

Figura 40 - Interface do programa

No Anexo E é apresentada uma descrição do comportamento e utilização do programa.

É feita uma descrição dos inputs e outputs e também das suas limitações.

Page 62: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

46

4.6 Erros e calibração

‘Antes de se determinar o que se pretende medir e de executar a medição é

imprescindível definir quais as unidades e precisão pretendidas’. [15]

Devido à necessidade de utilização de diferentes componentes para a implementação

do circuito eléctrico, e de estes estarem em constante comunicação entre si, podem ocorrer

perturbações dos sinais transmitidos, pois todos eles manipulam e alteram o sinal, introduzindo

algum ruído e atraso.

Para alguns componentes, uma outra fonte de ruído pode estar na alimentação. Por

exemplo a frequência de 50 Hz da rede eléctrica é uma fonte frequente de ruído.

A comunicação constante entre as várias unidades e componentes leva à possibilidade

de ocorrer erros relativos aos tempos de resposta e aos atrasos introduzidos na medição.

Além dos erros já apresentados é necessário referir os erros relacionados com a

conversão de sinais e o seu tratamento, bem como erros de cálculos efectuados no

computador.

A verificação e calibração dos sinais obtidos foram feitas com o auxílio de um

multímetro digital.

Page 63: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

47

Capítulo 5

Guia Experimental

5.1 Objectivos do ensaio

1. Determinar experimentalmente o coeficiente de atrito em tubos de diversos

diâmetros e rugosidades, verificando a sua dependência com o número de

Reynolds;

2. Estudar as perdas de carga em diferentes tipos de válvulas e acessórios,

determinando os coeficientes de perda de carga associados;

3. Comparar diferentes métodos de medição de caudal.

5.2 Descrição da instalação do ensaio/equipamento

A instalação hidráulica do banco de ensaios de perdas de carga do Laboratório de

Mecânica dos Fluidos do IST é constituída (conforme apresentado na Figura 41) por onze

secções de tubos de diferentes materiais e dimensões, e por diversos acessórios distribuídos

nas várias secções. Tem, também, um reservatório a partir do qual é feita a alimentação de

água para as condutas, fazendo o reaproveitamento desta. A alimentação é feita através de

uma bomba.

Figura 41 - Painel da instalação hidráulica

Page 64: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

48

Na Tabela 5 é feita uma apresentação dos materiais utilizados para os tubos das

diferentes secções, bem como a distribuição dos acessórios.

Tabela 5 – Elementos das condutas da instalação

Linha Material 𝒅𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 [mm] 𝒅𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 [mm] Acessórios

1 Aço Inox 28 26,4 Transições1

2 PVC 32 27,2 -

3 Aço Inox 18 16,6 Válvula de cunha; Transições2

4 PVC 20 17 Válvula de ângulo

5 Cobre 18 16 Válvula de membrana; Transições2

6 Aço Inox 4,5 4 Transições2

7 Cobre 6 4 Transições2

8 Acrílico 8 4 Difusor; Transição2

9 Aço Inox 9 8,4 Filtro; Transições2

10 Acrílico 12 8 Venturi; Orifício; Transições2

11 PVC 20 17 Curva 45º; Joelhos 90º e 45º; Tês;

Forquilha; Válvulas de esfera

As grandezas fundamentais que se podem medir no banco de ensaios de perdas de

carga são:

Caudal 𝑄, por intermédio de dois medidores com sensores de efeito Hall ou de

um rotâmetro;

Pressões ao longo da instalação, através de sensores de pressão que fazem

leituras de diferenças de pressão relativamente à pressão atmosférica.

A instalação está instrumentada com dois medidores de caudal e oito sensores de

pressão. Encontra-se também disponível um rotâmetro para verificação do caudal. Na Tabela 6

são apresentadas as gamas de leitura dos instrumentos de medida. 1 Transições para PVC 32mm

2 Transições para PVC 20mm

Page 65: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

49

Tabela 6 – Instrumentos de medida

Instrumento Gama de leitura

Medidor de caudal 1 1 ~ 120 [l/min]

Medidor de caudal 2 0,3 ~ 6 [l/min]

Sensor de pressão 1 (SP1)

15 [psi]

(1034 [mbar])

Sensor de pressão 2 (SP2)

Sensor de pressão 3 (SP3)

Sensor de pressão 4 (SP4)

Sensor de pressão 5 (SP5)

5 [psi]

(345 [mbar])

Sensor de pressão 6 (SP6)

Sensor de pressão 7 (SP7)

Sensor de pressão 8 (SP8)

Rotâmetro 400 - 4000 [l/h]

As coordenadas longitudinais das tomadas de pressão das tubagens lineares são

dadas na Tabela 7.

Tabela 7 - Coordenadas longitudinais das tomadas de pressão nos tubos contínuos

Linha

Distância longitudinal [mm]

Tomada Nº1 Tomada Nº2 Tomada Nº3 Tomada Nº4

1 725 925 1125 1325

2 750 950 1150 1350

3 420 620 820 1020

4 430 630 830 1030

5 410 610 810 1010

6 480 680 880 1080

7 480 680 880 1080

8 480 680 880 1080

9 200 400 600 800

10 180 380 580 780

Page 66: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

50

O banco de ensaios permite variar o tipo de teste a efectuar através da actuação de

electroválvulas à entrada de cada conduta. A variação do caudal é feita manualmente,

variando-se a velocidade angular actuando na corrente fornecida ao motor da bomba.

NOTAS:

Deve reduzir-se gradualmente o caudal escoado antes do fecho (repentino) das

electroválvulas, por forma a evitar eventuais danos na instalação por golpe de ariete.

5.3 Principais temas abordados nos ensaios

Os principais temas abordados neste trabalho experimental são:

Regime laminar/turbulento;

Equação de Darcy-Weisbach;

Factor de atrito de Moody;

Equação de Bernoulli;

Equação da continuidade;

Equação de Bernoulli generalizada.

5.4 Procedimentos experimentais

O trabalho experimental consiste na realização de alguns ensaios típicos para o estudo

de perdas de carga em instalações hidráulicas. Os ensaios que cada grupo deverá realizar

serão indicados pelo Professor responsável pelo laboratório.

Previamente à execução do ensaio, o aluno deverá ler o guia de utilizador da interface

gráfica interactiva de forma a se ambientar com o software.

Page 67: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

51

Seguidamente são apresentados alguns exemplos de testes que poderão ser

realizados neste banco de ensaios.

Ensaio 1: Determinação da perda de pressão devida ao atrito num tubo rugoso de diâmetro

interno 𝑑1;

Determinação da perda de pressão devida ao atrito num tubo rugoso de diâmetro

interno 𝑑2;

Determinação dos coeficientes de atrito nos respectivos tubos;

Estudo da influência do diâmetro na perda de pressão e no coeficiente de atrito em

tubos rugosos.

Ensaio 2: Determinação da perda de pressão devida ao atrito num tubo liso de diâmetro interno

𝑑1.

Determinação da perda de pressão devida ao atrito num tubo liso de diâmetro interno

𝑑2.

Determinação dos coeficientes de atrito nos respectivos tubos;

Estudo da influência do diâmetro na perda de pressão e no coeficiente de atrito em

tubos lisos.

Ensaio 3: Determinação da perda de pressão devida ao atrito num tubo rugoso de diâmetro

interno 𝑑1.

Determinação da perda de pressão devida ao atrito num tubo liso de diâmetro interno

𝑑1.

Estudo da influência da rugosidade na perda de pressão e no coeficiente de atrito;

Ensaio 4: Determinação da perda de pressão nas seguintes válvulas: válvula de ângulo, válvula

de cunha; válvula de diafragma; válvula de esfera;

Determinação da perda de pressão num filtro;

Comparação da perda de pressão em diferentes tipos de válvulas.

Ensaio 5: Determinação e comparação da perda de pressão em diferentes acessórios:

estreitamento/alargamento súbito, alargamento gradual, ‘Tês’, curvas de 90º e 45º.

Page 68: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

52

Ensaio 6: Determinação do caudal a partir do tubo de Venturi;

Determinação do caudal através da placa de orifício;

Comparação do caudal medido no tubo de Venturi e na placa de orifício com o obtido

da instrumentação.

Ensaio 7: Realizar os ensaios anteriores alterando o caudal do fluido;

Estudar a influência do caudal na perda de pressão devida ao atrito.

5.5 Template do Relatório

Os dados e cálculos inerentes ao ensaio realizado constam de um relatório que será

enviado por email aos alunos após terminado o ensaio. Um exemplo de relatório ‘impresso’ do

software desenvolvido encontra-se no Anexo F.

5.6 Cálculos a efectuar (Sugestões de trabalho autónomo)

Como trabalho a desenvolver por cada aluno após o ensaio experimental, com vista à

análise dos resultados obtidos, sugere-se o seguinte:

Fazer os cálculos teóricos dos ensaios realizados, comparando-os com os obtidos

experimentalmente.

Calcular o comprimento de entrada (𝐿𝑒).

Traçar curvas de queda de pressão e verificar a sua linearidade em troços em linha

recta.

Com as pressões medidas no orifício e no Venturi calcular o caudal do fluido e

compará-lo com o obtido a partir do medidor de caudal e do rotâmetro.

Com as pressões medidas entre os vários acessórios calcular o coeficiente de perda

de carga associado e compará-lo com dados teóricos.

Page 69: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

53

Capítulo 6

Conclusões

Este projecto foi realizado com o intuito de renovar e expandir as instalações do

laboratório de Mecânica dos Fluidos do DEM, disponibilizando um novo banco de ensaios de

perdas de carga controlado por computador.

Foram efectuados diversos cálculos para o dimensionamento da instalação,

assumindo-se, numa primeira aproximação, alguns dados para obtenção da gama de trabalho

da instalação, nomeadamente dimensões de tubagens e velocidade de escoamento.

Após definição das dimensões e materiais pretendidos, foram efectuadas consultas e

elaborados mapas comparativos para análise de propostas. Após esta fase, e consoante os

materiais realmente adquiridos, foram ajustados os cálculos anteriormente feitos.

No que diz respeito ao controlo e aquisição de dados, foi efectuada uma preparação

dos circuitos eléctricos, analisando-se os componentes necessários para a implementação e

montagem do circuito. Neste ponto, tal como no tópico anterior, também foi efectuada uma

análise de forma a obter um sistema simples e prático.

O programa desenvolvido é uma ferramenta útil que pode ser utilizada para a execução

de diversos ensaios de perdas de carga. Possibilita o controlo da instalação e a leitura de

diversos sensores de pressão e de medidores de caudal, calculando a partir destes os

resultados inerentes ao estudo das perdas de carga.

Em resultado deste projecto, disponibiliza-se aos alunos de Mecânica dos Fluidos uma

ferramenta didáctica para estudar as perdas de carga em instalações hidráulicas.

Após terminado o projecto deste banco de ensaios, e analisando os pormenores da sua

execução, sugere-se a concretização de alguns aspectos na execução das próximas

instalações:

Utilização de anéis nos pontos de tomadas de pressão, nomeadamente nos tubos de

menores diâmetros;

Aquisição de electroválvulas de baixo custo para aplicação nos terminais dos pontos de

pressão, de forma a garantir uma automatização completa da instalação. Neste caso,

também será necessário adquirir uma unidade de aquisição de dados com um maior

número de entradas digitais;

Page 70: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

54

Fazer o controlo da bomba a partir do programa desenvolvido, variando-se assim o

caudal através da sua interface.

Introduzir resultados de ensaios de referência no guia experimental.

Page 71: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

55

Capítulo 7

Referências Bibliográficas

[1] D. D. Joseph and B. H. Yang, “Friction factor correlations for laminar, transition and turbulent flow in smooth pipes,” Phys. D Nonlinear Phenom., vol. 239, no. 14, pp. 1318–1328, Jul. 2010.

[2] G. Yıldırım, “Computer-based analysis of explicit approximations to the implicit Colebrook–White equation in turbulent flow friction factor calculation,” Adv. Eng. Softw., vol. 40, no. 11, pp. 1183–1190, Nov. 2009.

[3] L. A. Oliveira and A. G. Lopes, Mecânica dos Fluidos, 3a ed. 2010.

[4] H. H. Bengtson, “Pipe Flow-Friction Factor Calculations with Excel.” CED engineering.com, PDH FOR THE PROFESSIONAL, NY.

[5] “Transição laminar-turbulenta - Scientia,” 2014. [Online]. Available: https://sites.google.com/site/scientiaestpotentiaplus/transicao-laminar-turbulenta.

[6] F. M. White, Fluid Mechanics, 4th ed. McGraw-Hill, 1998.

[7] Ranald V. Giles, Mecânica dos Fluídos e Hidráulica. McGraw-Hill do Brasil, 1972.

[8] F. Kreith, B. Raton, C. R. C. Press, S. A. Berger, S. W. Churchill, J. P. Tullis, F. M. White, A. Kumar, J. C. Chen, and F. E. Kennedy, Mechanical Engineering Handbook - Fluid Mechanics. Ed. Frank Kreith, 1999, p. Cap.3.

[9] A. L. C. Pereira, “Eficiência hidrodinâmica e optimização no projecto de aproveitamentos hidroeléctricos,” Tese de Mestrado, Instituto Superior Técnico, 2010.

[10] C. T. Crowe, D. F. Elger, B. C. Williams, and J. A. Roberson, Engineering Fluid Mechanics, 9th ed. Wiley, 2009.

[11] A. F. O. Falcão, “Turbomáquinas.” Edição da AEIST, Texto de Apoio, 2013.

[12] A. M. A. Cesteiro, “Importância da interacção fluido-estrutura no projecto de sistemas de transporte de fluidos em pressão,” Tese de Mestrado, Instituto Superior Técnico, 2008.

[13] GRUNDFOS, “GRUNDFOS WEBCAPS,” 2014. [Online]. Available: http://net.grundfos.com/Appl/WebCAPS/custom?userid=BGP.

[14] Universal Flow Monitors, “Flowmeters,” 2014. [Online]. Available: http://www.flowmeters.com.

[15] J. R. Azinheira, “Sensores e Actuadores.” Texto de Apoio, 2002.

[16] J. E. L. Alves, “Escoamento axissimétrico estabelecido por um jacto confinado: determinação experimental da localização do recolamento e da razão de recirculação,” Tese de Mestrado, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, 2012.

Page 72: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

56

[17] M. A. Ramalho, “Instrumentação e Electrónica.” Texto de Apoio, p. Cap.14, 2004.

[18] C. Gantt, “Reading liquid flow rate with an Arduino,” seeed wiki, 2014. [Online]. Available: http://www.seeedstudio.com/wiki/G1/4"_Water_Flow_Sensor#Introduction.

[19] ARDUINO, “Arduino Uno,” 2014. [Online]. Available: http://arduino.cc/en/Main/ArduinoBoardUno.

Page 73: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

A1

Anexo A

Tabela A.1 - Cálculo do comprimento de entrada e 1ª aproximação do factor de atrito

D [mm] V [m/s] Re Regime Le [mm] Le/D Le max Q [l/min] Q [l/h] f

0,5 1,31E+04 Turbulento 564,23 21 16,42 985,30 0,02952

1 2,63E+04 Turbulento 633,33 24 32,84 1970,61 0,02482

1,5 3,94E+04 Turbulento 677,61 26 49,27 2955,91 0,02243

2 5,25E+04 Turbulento 710,89 27 65,69 3941,22 0,02087

0,5 1,35E+04 Turbulento 584,23 21 17,43 1045,92 0,02930

1 2,71E+04 Turbulento 655,77 24 34,86 2091,85 0,02464

1,5 4,06E+04 Turbulento 701,62 26 52,30 3137,77 0,02226

2 5,41E+04 Turbulento 736,08 27 69,73 4183,70 0,02072

0,5 8,26E+03 Turbulento 328,38 20 6,49 389,56 0,03315

1 1,65E+04 Turbulento 368,60 22 12,99 779,13 0,02787

1,5 2,48E+04 Turbulento 394,37 24 19,48 1168,69 0,02519

2 3,30E+04 Turbulento 413,73 25 25,97 1558,26 0,02344

0,5 8,46E+03 Turbulento 337,63 20 6,81 408,56 0,03295

1 1,69E+04 Turbulento 378,98 22 13,62 817,13 0,02771

1,5 2,54E+04 Turbulento 405,47 24 20,43 1225,69 0,02504

2 3,38E+04 Turbulento 425,39 25 27,24 1634,26 0,02330

0,5 7,96E+03 Turbulento 314,58 20 6,03 361,91 0,03345

1 1,59E+04 Turbulento 353,10 22 12,06 723,82 0,02813

1,5 2,39E+04 Turbulento 377,79 24 18,10 1085,73 0,02542

2 3,18E+04 Turbulento 396,34 25 24,13 1447,65 0,02366

0,5 1,99E+03 Laminar 477,61 119 0,38 22,62 0,03216

1 3,98E+03 Transição 70,06 18 0,75 45,24 0,03978

1,5 5,97E+03 Turbulento 74,96 19 1,13 67,86 0,03595

2 7,96E+03 Turbulento 78,64 20 1,51 90,48 0,03345

0,5 1,99E+03 Laminar 477,61 119 0,38 22,62 0,03216

1 3,98E+03 Transição 70,06 18 0,75 45,24 0,03978

1,5 5,97E+03 Turbulento 74,96 19 1,13 67,86 0,03595

2 7,96E+03 Turbulento 78,64 20 1,51 90,48 0,03345

0,5 1,99E+03 Laminar 477,61 119 0,38 22,62 0,03216

1 3,98E+03 Transição 70,06 18 0,75 45,24 0,03978

1,5 5,97E+03 Turbulento 74,96 19 1,13 67,86 0,03595

2 7,96E+03 Turbulento 78,64 20 1,51 90,48 0,03345

0,5 4,18E+03 Turbulento 148,34 18 1,66 99,75 0,03930

1 8,36E+03 Turbulento 166,50 20 3,33 199,50 0,03305

1,5 1,25E+04 Turbulento 178,14 21 4,99 299,26 0,02986

2 1,67E+04 Turbulento 186,89 22 6,65 399,01 0,02779

0,5 3,98E+03 Transição 140,13 18 1,51 90,48 0,03978

1 7,96E+03 Turbulento 157,29 20 3,02 180,96 0,03345

1,5 1,19E+04 Turbulento 168,28 21 4,52 271,43 0,03023

2 1,59E+04 Turbulento 176,55 22 6,03 361,91 0,02813

0,5 8,46E+03 Turbulento 337,63 20 6,81 408,56 0,03295

1 1,69E+04 Turbulento 378,98 22 13,62 817,13 0,02771

1,5 2,54E+04 Turbulento 405,47 24 20,43 1225,69 0,02504

2 3,38E+04 Turbulento 425,39 25 27,24 1634,26 0,02330

16 396,3

710,9

736,1

413,7

425,4

26,4

27,2

16,6

17

6

7

9

4 477,6

1

2

3

4

5

17 425,411

4 477,6

8,4 186,9

10 8 176,5

8 4 477,6

Page 74: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

A2

Figura A.1 - Diagrama de Moody representativo da Tabela

Tabela A.2 - Caudais máximos e mínimos de dimensionamento

[l/min] [l/h]

𝑸𝒎𝒂𝒙 69,73 4183,70

𝑸𝒎𝒊𝒏 0,38 22,62

Tabela A.3 - Comprimento de entrada considerado

Linha Material 𝑳𝒆 [mm]

1 Aço Inox 725

2 PVC 750

3 Aço Inox 420

4 PVC 430

5 Cobre 410

6 Aço Inox 480

7 Cobre 480

8 Acrílico 480

9 Aço Inox 200

10 Acrílico 180

0,000

0,010

0,020

0,030

0,040

0,050

0,060

0,070

1.000 10.000 100.000 1.000.000

f

Re

Moody diagram. f = f(Re, Rrel)

Page 75: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

A3

Os restantes cálculos relativos ao dimensionamento do banco de ensaios de perdas de

carga foram efectuados para uma velocidade de 2 m/s.

Tabela A.4 - Cálculo iterativo do factor de atrito3

3 Apresentado valor do factor de atrito após iteração

D

[mm]

ε

[mm]ε/d

V

[m/s]

A

[m2]

Q

[l/min]Re Regime f

Sector1 26,4 0,045 0,00170 2 5,47E-04 65,69 5,25E+04 Turbulento 0,0257

Sector2 27,2 0,005 0,00018 2 5,81E-04 69,73 5,41E+04 Turbulento 0,0212

Sector3 16,6 0,045 0,00271 2 2,16E-04 25,97 3,30E+04 Turbulento 0,0291

Sector4 17 0,005 0,00029 2 2,27E-04 27,24 3,38E+04 Turbulento 0,0237

Sector5 16 0,0015 0,00009 2 2,01E-04 24,13 3,18E+04 Turbulento 0,0234

Sector6 4 0,045 0,01125 2 1,26E-05 1,51 7,96E+03 Turbulento 0,0455

Sector7 4 0,0015 0,00038 2 1,26E-05 1,51 7,96E+03 Turbulento 0,0333

Sector8 4 0 0,00000 2 1,26E-05 1,51 7,96E+03 Turbulento 0,0328

Sector9 8,4 0,045 0,00536 2 5,54E-05 6,65 1,67E+04 Turbulento 0,0356

Sector10 8 0 0,00000 2 5,03E-05 6,03 1,59E+04 Turbulento 0,0274

Sector11 17 0,005 0,00029 2 2,27E-04 27,24 3,38E+04 Turbulento 0,0237

Page 76: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

A4

Tabela A.5 - Tabela exemplificativa para cálculo das perdas de carga na instalação

Sect

or

Po

nto

𝒛4

[m] 𝑽

[m/s] 𝐷

[mm] 𝐿

[mm] 𝑓 𝑓

𝐿

𝑑 K ℎ𝑓,1

5 ℎ𝑓,26 ℎ𝑓,3

7 𝑯𝒑 𝒑

𝝆𝒈

𝑝𝑟𝑒𝑙,𝑎𝑡𝑚

[mbar] 𝛥𝑝

[mbar] OBS.

1

1

1,7 2 26,4

725

0,0257

0,7053 0,0641 0,1569 0,4362

5,5844

8,31 10,575 22,29 3,88

2 200 0,8999 0,0641 0,1965 0,4362 8,31 10,535 18,40 3,88

3 200 1,0945 0,0641 0,2362 0,4362 8,31 10,495 14,52 3,88

4 200 1,2891 0,0641 0,2759 0,4362 8,31 10,456 10,64

2

1

1,6 2 27,2

750

0,0212

0,5846 0,0000 0,1192 0,4362

5,6252

8,56 10,924 56,51 3,11

2 200 0,7405 0,0000 0,1510 0,4362 8,56 10,892 53,40 3,11

3 200 0,8963 0,0000 0,1827 0,4362 8,56 10,861 50,29 3,11

4 200 1,0522 0,0000 0,2145 0,4362 8,56 10,829 47,18

3

1

1,5 2 16,6

420

0,0291

0,7373 0,0905 0,1688 0,4362

5,6659

5,72 8,091 -220,82 7,01

2 200 1,0884 0,0905 0,2404 0,4362 5,72 8,020 -227,83 7,01

3 200 1,4395 0,0905 0,3119 0,4362 5,72 7,948 -234,83 7,01

4 200 1,7906 0,0905 0,3835 0,4362 5,72 7,877 -241,84 9,43

5 145 2,0452 0,3084 0,4798 0,4362 5,72 7,780 -251,27 3,39

6 0 2,0452 0,4784 0,5145 0,4362 5,72 7,746 -254,66 V.cunha

4 Valores aproximados tendo o reservatório como referência

5 Cálculo das perdas de carga no troço entre as válvulas de entrada e válvula de retenção

6 Cálculo das perdas de carga no troço relativo às válvulas de entrada (válvula de esfera + electroválvula)

7 Cálculo das perdas de carga no troço entre o reservatório de alimentação e as válvulas de entrada

Page 77: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

A5

Tabela A.6 - Cálculos auxiliares para determinação da altura de elevação e potência da bomba

Reservatorio->PVC (inicio painel) PVC + válvulas entrada Troço entre válvula entrada e válvula de retenção

Sect

or

Q [l/min]

Δz [m]

D [mm]

f L

[m] hf

D [mm]

f hf D1

[mm] f1 L1

D2 [mm]

f2 L2 hf

1 65,69 1,7 32 0 20 1,0861 27,2 0,0207 5,2361 26,4 0,0257 1,38 1 0 0 0,2868

2 69,73 1,6 32 0 20 1,2239 27,2 0,0207 5,4994 27,2 0,0212 1,5 1 0 0 0,2384

3 25,97 1,5 32 0 20 0,1698 27,2 0,0207 3,4845 16,6 0,0291 1,09 17 0,0237 0,3 0,5651

4 27,24 1,4 32 0 20 0,1867 27,2 0,0207 3,5170 17 0,0237 1,33 1 0 0 0,8419

5 24,13 1,3 32 0 20 0,1465 27,2 0,0207 3,4401 16 0,0234 1,05 17 0,0237 0,29 0,9389

6 1,51 1,2 32 0 20 0,0006 27,2 0,0207 3,1611 4 0,0455 1,32 17 0,0237 0,2 3,3502

7 1,51 1,1 32 0 20 0,0006 27,2 0,0207 3,1611 4 0,0333 1,32 17 0,0237 0,2 2,5350

8 1,51 1,0 32 0 20 0,0006 27,2 0,0207 3,1611 4 0,0328 1,3 17 0,0237 0,17 2,2809

9 6,65 0,9 32 0 20 0,0111 27,2 0,0207 3,1813 8,4 0,0356 0,985 17 0,0237 0,45 3,1785

10 6,03 0,8 32 0 20 0,0092 27,2 0,0207 3,1775 8 0,0274 0,823 17 0,0237 0,5 2,8956

11 27,24 0,7 32 0 20 0,1867 27,2 0,0207 3,5170 17 0,0237 1 1 0 0 2,1644

Page 78: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

A6

Para efeitos de cálculo, e baseando-se nos resultados obtidos e dos fornecidos em

catálogos de bombas, assumiu-se um rendimento para a bomba de 34%.

Tabela A.7 – Altura de elevação e potência da bomba

Linha 𝑯𝒑 𝑷 [W] 𝑷 [kW]

1 8,31 338,95 0,34

2 8,56 349,26 0,35

3 5,72 233,31 0,23

4 5,95 242,54 0,24

5 5,83 237,64 0,24

6 7,71 314,59 0,31

7 6,80 277,26 0,28

8 6,44 262,81 0,26

9 7,27 296,60 0,30

10 6,88 280,75 0,28

11 6,57 267,93 0,27

Page 79: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

B1

Anexo B

Figura B.1 - Diagrama de Moody

Page 80: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

B2

Coeficientes de perda de carga localizada

Figura B.2 - Coeficientes de perda de carga para entradas [6]

Figura B.3 - Coeficiente de perda de carga para saídas [6]

Page 81: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

B3

Figura B.4 - Coeficientes de perda de carga para expansões e contracções [6]

Figura B.5 - Coeficientes de perda de carga para expansão gradual (difusor) [6]

Page 82: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

B4

Page 83: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

C1

Anexo C

Figura C.1 - Desenho técnico da curva a 45º impressa

Figura C.2 - Desenho técnico do difusor impresso

Page 84: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

C2

Page 85: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

D1

Anexo D

Esquema eléctrico do circuito de controlo e aquisição de dados

Page 86: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

D2

Page 87: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

D3

Page 88: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

D4

Page 89: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

E1

Anexo E

Interface gráfica do software desenvolvido

Nesta secção explica-se de forma resumida e concisa a forma como o programa

funciona e é gerido, referindo-se os dados necessários ao correcto funcionamento do

programa, bem como os seus resultados.

O programa consiste na aquisição e tratamento de dados provenientes de aparelhos de

medição presentes no banco de ensaios de perdas de carga.

Para aceder ao programa o utilizador deverá escrever ‘painel2’ na janela de comandos

do Matlab. Quando o programa é aberto pelo utilizador, aparece um painel com todas as

ferramentas para execução dos ensaios. Esta interface facilita a leitura das pressões e do

caudal na instalação. Na Figura E.1 é apresentado o painel principal do programa.

Figura E.1 - Interface do programa

Este painel principal mostra diferentes zonas nas quais o utilizador poderá controlar a

os ensaios, fazer leituras e visualizar resultados.

Primeiramente, no canto superior esquerdo, é apresentado um menu para

preenchimento dos dados do grupo, permitindo grupos até um máximo de cinco alunos. Para o

preenchimento dos dados de cada aluno será necessário seleccionar a checkbox

Page 90: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

E2

correspondente. O campo relativo ao número do grupo deverá ser obrigatoriamente

preenchido.

O menu ACTUADORES permitirá efectuar a ligação da bomba via computador,

definindo-se também o caudal que se pretende no ensaio. (Actualmente o controlo da bomba

ainda não se encontra automatizado)

O menu SECTORES permite que o utilizador escolha que linha da instalação pretende

ensaiar. Ao escolher uma das opções, uma janela de opções ficará activa permitindo que se

escolha qual a gama de sensores que se utilizará no ensaio de perdas de carga contínuas ou

optar por visualizar perdas de carga localizadas. Nas figuras seguintes mostra-se um exemplo

de um ensaio ao Sector 4.

Page 91: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

E3

Ao centro do painel é apresentado o layout da instalação, possibilitando ao utilizador

observar que sector está activo e quais as tomadas de pressão em estudo.

No menu SENSORES o utilizador pode observar as leituras efectuadas a partir dos

aparelhos de medida. Os sensores SP1 a SP4 correspondem aos sensores de pressão da

gama 15 psi (1034 mbar), enquanto os sensores SP5 a SP8 correspondem aos sensores da

gama 5 psi (345 mbar). Também são apresentadas as diferenças das pressões lidas e o caudal

de escoamento medido.

Acima do layout da instalação são apresentadas as propriedades do fluido e

características da tubagem em estudo. Também é possível visualizar alguns resultados

respeitantes ao ensaio realizado.

Voltando à selecção do sector a ensaiar, no canto inferior direito do painel é

apresentado um gráfico que permite visualizar a variação de pressão ao longo de um tubo. No

caso de se estar a estudar uma perda de carga localizada, é apresentada uma imagem alusiva

ao acessório.

Page 92: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

E4

Para além dos menus apresentados, na barra de menus encontram-se oito opções que

o utilizador poderá escolher. Estas opções são: Info, Novo Grupo, Guia do ensaio, Salvar

Ensaio, Novo Ensaio, Criar Relatório, Enviar Relatório, Sair e Definições.

1) Ao escolher a opção Info aparece uma mensagem com as referências do laboratório.

2) Ao escolher a opção Novo Grupo aparece uma mensagem de aviso, questionando o

utilizador se pretende realmente sair, pois todos os dados obtidos serão apagados e

um novo painel principal será apresentado.

3) Se pretender consultar o manual de utilizador basta escolher a opção Guia do Ensaio,

abrindo-se de seguida o respectivo documento.

4) Para salvar os dados do ensaio que se está a efectuar, o utilizador deverá deixar o

escoamento estabilizar e pressionar a opção Salvar Ensaio

5) Caso o grupo pretenda realizar um novo ensaio, mantendo os dados anteriormente

obtidos, deverá seleccionar a opção Novo Ensaio.

6) Se o utilizar quiser Criar o relatório, todos os dados salvos anteriormente pelo grupo

são convertidos para um ficheiro pdf, emitindo um relatório com os dados obtidos e

resultados de cálculos respeitantes ao ensaio. Esta opção está sujeita ao correcto

preenchimento dos campos Dados do Grupo.

Page 93: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

E5

7) Ao escolher a opção Enviar Relatório, o relatório emitido na opção 6 será enviado ao

utilizador. Esta opção está sujeita ao preenchimento do campo Email dos Dados do

Grupo e deverá ser subsequente à selecção da opção Criar Relatório.

8) Ao escolher a opção Sair, o utilizador poderá voltar ao painel principal (escolhendo a

opção Não), ver as referências do programa, onde aparece a identificação de quem

elaborou o programa, ou sair do programa (optando pela opção Sim).

9) Quando for seleccionada a opção Definições é apresentado um submenu NI USB-

6009. Seleccionando esta opção é pedido ao utilizador para introduzir dados de

configuração da DAQ.

Page 94: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

E6

Page 95: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

F1

Anexo F

Template do relatório

Grupo: Data:

Nome:Número:

Ensaio: Determinação da perda de pressão devida ao atrito

Linha 1 Aço Inox Linha 2 PVC Q =

D int = 26,4 D int = 27,2

ɛ/D = 0,0017 ɛ/D = 0,00018 Linha 1 Linha 2

Regime:

Re =

V [m/s]=

f =

f colebrook =

erro(%)=

Ensaio: Perdas de carga localizadas

Acessórios Q [L/min] p1 p2 K

Válvula de diafragma

Válvula de ângulo

Joelho 45º

Joelho 45º

Ensaio: Determinação do caudal

p1 p2 d1 [mm] d2 [mm] V1 [m/s] V2 [m/s] Q [L/min]

Venturi

Placa de orifício

Q medido =

11 de outubro de 2014

0,010

0,100

1,E+03 1,E+04 1,E+05 1,E+06 1,E+07

Co

efic

ien

te d

e at

rito

f

Número de Reynolds Re

Diagrama de Moody (Correlação de Colebrook)

Rugosid

ade r

ela

tiva

Escoamento laminarf = 64/Re

Tubos rugosos - Escoamento totalmente turbulentozona de transição

zo

na

crí

tica

Ensaio de perdas de carga em escoamento incompressível

0

100

200

300

400

500

600

700

0 10 20 30 40 50 60

p [

mm

H2O

]

x/D

Tubo 1

Tubo 2

mm

0,05

0,01

0,005

0,002

0,001

0,0005

0,0002

0,0001

0,00005

L/min

mm

L/min

Page 96: Banco de ensaios de perdas de carga em escoamento ... · PDF filev Resumo O presente projecto teve como objectivo a construção de um banco de ensaios de perdas de carga automatizado

F2

Data:

.

Válvula de esfera

Ensaio: Determinação do caudal

Qmedido [l/min] =

Venturi

p1 [mbar] p2 [mbar] d1 [mm] d2 [mm] V1 [m/s]

Ensaio: Determinação da perda de pressão em válvulas

Curva 45°

Estreitamento súbito

Alargamento súbito

Alargamento gradual

Joelho 90º duplo

h f K

Joelho 45°

Tê 90°

Forquilha

Joelho 90°

h f K

Placa de orifício

V2 [m/s] Q [l/min]

Ensaio: Determinação da perda de pressão em acessórios

Válvula de diafragma

Q [l/min] p1 [mbar] p2 [mbar] dp

Filtro

Válvula de cunha

Válvula de ângulo

Q [l/min] p1 [mbar] p2 [mbar] dp

Grupo: 25 de novembro de 2014

Nome:Número:

Ensaio de perdas de carga em escoamento incompressível