BANCA DO BRIEL
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Colatina/ES, 06 de abril de 2011.
Blog do GAZ
DO JORNAL À FOFOCA
Nem só de jornais e revistas vive a Banca do Briel.
Texto e foto: Guilherme Augusto Zacharias
Fica na Praça Municipal a banca de jornal mais famosa de Colatina. Seu proprietário,
Paulo Briel – ou simplesmente Briel, como é mais conhecido –, há 36 anos é
referência para os moradores da cidade, não só em jornais e revistas, mas num mix de
produtos que vão dos periódicos, passando por cartões telefônicos, chips e recargas
de celular, até ingressos para os mais variados tipos de shows. Tudo isso faz com que
a Banca do Briel tenha um fluxo de clientes diário de fazer inveja a muitos outros
estabelecimentos comerciais da região.
Na nossa conversa, entrecortada por muitos pedidos de revistas, jornais, cartões e
ingressos, Briel revela alguns dados interessantes sobre o dia a dia do seu trabalho.
Colatina/ES, 06 de abril de 2011.
Blog do GAZ
Um deles diz respeito à preferência do consumidor sobre leitura de revistas. “As mais
procuradas são as de fofoca, horóscopo, moda, ponto-cruz..., nessa ordem”. Ao todo,
Briel vende mais de 50 títulos diferentes por dia.
Já a venda de jornais revela que a concorrência entre os grupos de comunicação
Tribuna e Gazeta é acirrada. O jornal „A Tribuna‟ vende em média 80 exemplares por
dia. Somados, „A Gazeta‟ (10) e o „Notícia Agora‟ (60), da Rede Gazeta, chegam a 70
exemplares diariamente. Briel tem uma explicação „técnica‟ para a acentuada
diferença nas vendas entre os dois mais importantes diários do Estado. “Os leitores
reclamam muito do formato de „A Gazeta‟, muito grande, o que dificulta o manuseio. Já
„A Tribuna‟, no formato tablóide, é mais fácil de ser lido e carregado”, opina.
‘Boca Maldita’
Mas não é apenas para comprar produtos variados que a Banca do Briel é procurada
pelos colatinenses. Ali, normalmente aos domingos e feriados de manhã, um grupo
formado por políticos, jornalistas, empresários e gente do povo se reúne para
comentar os acontecimentos mais recentes que repercutem na cidade. São assuntos
os mais variados: morte ou prisão de alguém famoso, casamento ou separação de
alguém idem, críticas e (raramente) elogios a um ou outro político, resultados do
futebol da rodada... Essa rotina rendeu à Banca do Briel o apelido de „Boca Maldita‟,
uma alusão ao homônimo local da Rua das Flores, no centro de Curitiba (PR), que
desde a década de 50 é palco de acaloradas discussões populares pelos mesmos
motivos.
Colatina/ES, 06 de abril de 2011.
Blog do GAZ
Desde 1975 trabalhando no mesmo local, Briel foi testemunha de vários
acontecimentos que entraram para a história do município, como, por exemplo, a
retirada dos trilhos da linha férrea do centro da cidade. Viu, também, crescerem as
crianças que compravam figurinhas e gibis com ele; muitas ainda frequentam a sua
banca.
Hoje, aos 54 anos, Paulo Briel continua firme no ofício, mas lembra com saudades dos
tempos de juventude, principalmente das festas da cidade. “Naquela época, as festas
em Colatina eram mais animadas... Hoje, a juventude não está sabendo explorar os
bons momentos; o excesso de álcool e drogas acaba atrapalhando o divertimento da
garotada”, avalia.