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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 1 INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL Avenida Independencia, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - CEP13419-160 - Piracicaba-SP, Brasil Website: http://brasil.ipni.net - E-mail: [email protected] - Twitter: @IPNIBrasil - Facebook: https://www.facebook.com/IPNIBrasil Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana MISSÃO INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N o 145 MARÇO/2014 1. INTRODUÇÃO O balanço de nutrientes é uma das ferramentas para avaliação do uso de fertilizantes na agricultura e, devido sua importância, o IPNI Brasil vem fazendo o seu acompanhamento periódico. Yamada e Lopes (1998) publi- caram o balanço de nutrientes para o período de 1993 a 1996. Cunha et al. (2010) avaliaram o balanço de nutrientes detalhadamente para o ano de 2008 e, finalmente, Cunha et al. (2011) levantaram o histó- rico do balanço de nutrientes para o período de 1988 a 2010, permi- tindo a elaboração de uma tabela com a evolução do desfrute de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) na agricultura brasileira. A comparação dos balanços de nutrientes durante determinados períodos permite a avaliação da evolução da exploração agrícola. A eficiência de aproveitamento do fertilizante pode ser quantificada por intermédio de índices de uso ou por outros indicadores. Um dos índices, denominado de fator de consumo, baseia-se na relação entre consumo e demanda de nutrientes por uma ou várias culturas, em um determinado intervalo de tempo. A Tabela 1 mostra, de maneira comparativa, o fator de consumo de nutrientes no Brasil e na Argen- tina. Fica evidente a diferença no sistema de exploração agrícola adotado, já que na Argentina o consumo de fertilizantes está abaixo da demanda das culturas devido à presença de solos muito férteis, enquanto no Brasil há necessidade de aplicar elevadas quantidades de nutrientes em decorrência da baixa fertilidade natural dos seus solos. BALANÇO DE NUTRIENTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA – 2009 A 2012 José Francisco da Cunha 1 Eros Artur Bohac Francisco 2 Valter Casarin 3 Luís Ignácio Prochnow 4 Este estudo tem como objetivo dar continuidade a esse esforço e avaliar a evolução do consumo de fertilizantes, da área plantada, da produção e do rendimento agrovegetal, bem como determinar o balanço de nutrientes das 18 principais culturas agrí- colas cultivadas no Brasil no período de 2009 a 2012. A avaliação deste período é importante, pois revela a evolução mais recente no uso dos fertilizantes. 1 Engenheiro Agrônomo, Consultor, Tec-fértil; e-mail: [email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor Adjunto do IPNI Brasil; e-mail: [email protected] 3 Engenheiro Agrônomo e Florestal, Doutor, Diretor Adjunto do IPNI Brasil; e-mail: [email protected] 4 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor do IPNI Brasil; e-mail: [email protected] Abreviações: AC = Acre; AL = Alagoas; AM = Amazonas; AP = Amapá; B = boro; BA = Bahia; Ca = cálcio; CE = Ceará; Cu = cobre; ES = Espírito Santo; DF = Distrito Federal; Fe = ferro; GO = Goiás; K = potássio; MA = Maranhão; Mg = magnésio; MG = Minas Gerais; Mn = manganês; Mo = molibdê- nio; MS = Mato Grosso do Sul; MT = Mato Grosso; N = nitrogênio; Ni = níquel; P = fósforo; PA = Pará; PB = Paraíba; PE = Pernambuco; PI = Piauí; PR = Paraná; RJ = Rio de Janeiro; RN = Rio Grande do Norte; RO = Rondônia; RR = Roraima; RS = Rio Grande do Sul; S = enxofre; SC = Santa Catarina; SE = Sergipe; SP = São Paulo; TO = Tocantins; Zn = zinco. Tabela 1. Fator de consumo 1 médio de N, P 2 O 5 , K 2 O e S na Argentina 2 e no Brasil 3 . Nutriente País Argentina Brasil N 0,4 1,5 P 2 O 5 0,7 1,9 K 2 O 0,02 1,2 S 0,5 2,9 1 Fator de consumo é a relação entre o consumo e a exportação de nutrien- tes pelas colheitas. 2 Refere-se ao consumo dos nutrientes pelas culturas de soja, milho, trigo e girassol no ano de 2011. 3 Refere-se ao consumo de nutrientes pelas 18 culturas citadas neste ba- lanço no período de 2009 a 2012. Fonte: adaptada de Garcia e Sanjuan (2013). ISSN 2311-5904

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 1

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASILAvenida Independencia, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - CEP13419-160 - Piracicaba-SP, Brasil

Website: http://brasil.ipni.net - E-mail: [email protected] - Twitter: @IPNIBrasil - Facebook: https://www.facebook.com/IPNIBrasil

Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana

MISSÃO

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

No 145 MARÇO/2014

1. INTRODUÇÃO

O balanço de nutrientes é uma das ferramentas para avaliação do uso de fertilizantes na agricultura e, devido sua importância, o IPNI Brasil vem fazendo

o seu acompanhamento periódico. Yamada e Lopes (1998) publi-caram o balanço de nutrientes para o período de 1993 a 1996. Cunha et al. (2010) avaliaram o balanço de nutrientes detalhadamente para o ano de 2008 e, finalmente, Cunha et al. (2011) levantaram o histó-rico do balanço de nutrientes para o período de 1988 a 2010, permi-tindo a elaboração de uma tabela com a evolução do desfrute de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) na agricultura brasileira.

A comparação dos balanços de nutrientes durante determinados períodos permite a avaliação da evolução da exploração agrícola. A eficiência de aproveitamento do fertilizante pode ser quantificada por intermédio de índices de uso ou por outros indicadores. Um dos índices, denominado de fator de consumo, baseia-se na relação entre consumo e demanda de nutrientes por uma ou várias culturas, em um determinado intervalo de tempo. A Tabela 1 mostra, de maneira comparativa, o fator de consumo de nutrientes no Brasil e na Argen-tina. Fica evidente a diferença no sistema de exploração agrícola adotado, já que na Argentina o consumo de fertilizantes está abaixo da demanda das culturas devido à presença de solos muito férteis, enquanto no Brasil há necessidade de aplicar elevadas quantidades de nutrientes em decorrência da baixa fertilidade natural dos seus solos.

BALANÇO DE NUTRIENTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA – 2009 A 2012

José Francisco da Cunha1

Eros Artur Bohac Francisco2

Valter Casarin3

Luís Ignácio Prochnow4

Este estudo tem como objetivo dar continuidade a esse esforço e avaliar a evolução do consumo de fertilizantes, da área plantada, da produção e do rendimento agrovegetal, bem como determinar o balanço de nutrientes das 18 principais culturas agrí-colas cultivadas no Brasil no período de 2009 a 2012. A avaliação deste período é importante, pois revela a evolução mais recente no uso dos fertilizantes.

1 Engenheiro Agrônomo, Consultor, Tec-fértil; e-mail: [email protected] Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor Adjunto do IPNI Brasil; e-mail: [email protected] Engenheiro Agrônomo e Florestal, Doutor, Diretor Adjunto do IPNI Brasil; e-mail: [email protected] Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor do IPNI Brasil; e-mail: [email protected]

Abreviações: AC = Acre; AL = Alagoas; AM = Amazonas; AP = Amapá; B = boro; BA = Bahia; Ca = cálcio; CE = Ceará; Cu = cobre; ES = Espírito Santo; DF = Distrito Federal; Fe = ferro; GO = Goiás; K = potássio; MA = Maranhão; Mg = magnésio; MG = Minas Gerais; Mn = manganês; Mo = molibdê-nio; MS = Mato Grosso do Sul; MT = Mato Grosso; N = nitrogênio; Ni = níquel; P = fósforo; PA = Pará; PB = Paraíba; PE = Pernambuco; PI = Piauí; PR = Paraná; RJ = Rio de Janeiro; RN = Rio Grande do Norte; RO = Rondônia; RR = Roraima; RS = Rio Grande do Sul; S = enxofre; SC = Santa Catarina; SE = Sergipe; SP = São Paulo; TO = Tocantins; Zn = zinco.

Tabela 1. Fator de consumo1 médio de N, P2O5, K2O e S na Argentina2 e no Brasil3.

NutrientePaís

Argentina Brasil

N 0,4 1,5

P2O5 0,7 1,9

K2O 0,02 1,2

S 0,5 2,9

1 Fator de consumo é a relação entre o consumo e a exportação de nutrien-tes pelas colheitas.

2 Refere-se ao consumo dos nutrientes pelas culturas de soja, milho, trigo e girassol no ano de 2011.

3 Refere-se ao consumo de nutrientes pelas 18 culturas citadas neste ba-lanço no período de 2009 a 2012.

Fonte: adaptada de Garcia e Sanjuan (2013).

ISSN 2311-5904

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2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS

NOTA DOS EDITORES

Todos os artigos publicados no Informações Agronômicas estão disponíveis em formato pdf no website do IPNI Brasil: <http://brasil.ipni.net>

Opiniões e conclusões expressas pelos autores nos artigos não re�etem necessariamente as mesmas do IPNI ou dos editores deste jornal.

N0 145 MARÇO/2014

CONTEÚDO

Balanço de nutrientes na agricultura brasileira – 2009 a 2012José Francisco da Cunha, Eros Artur Bohac Francisco, Valter Casarin, Luís Ignácio Prochnow ..............................................................................1

Adubação para qualidade nutricional dos alimentos Cynthia Grant ..........................................................................................14

Divulgando a Pesquisa ...........................................................................18

IPNI em Destaque ..................................................................................19

Painel Agronômico .................................................................................21

Cursos, Simpósios e outros Eventos .....................................................22

Publicações Recentes .............................................................................26

Lançamentos Recentes do IPNI ............................................................27

Ponto de Vista .........................................................................................28

FOTO DESTAQUE

Deficiência de fósforo em milho.Foto: Valter Casarin.

Publicação trimestral gratuita do International Plant Nutrition Institute (IPNI), Programa Brasil. O jornal publica artigos técnico-científicos elaborados pela

comunidade científica nacional e internacional visando o manejo responsável dos nutrientes das plantas.

COMISSÃO EDITORIAL

EditorValter Casarin

Editores AssistentesLuís Ignácio Prochnow, Eros Francisco, Silvia Regina Stipp

Gerente de DistribuiçãoEvandro Luis Lavorenti

INTERNATIONAL PLANT NuTRITION INSTITuTE (IPNI)

Presidente do Conselho Steve Wilson (CF Industries Holdings, Inc.)

Vice-Presidente do ConselhoMhamed Ibnabdeljalil (OCP Group)

TesoureiroJim Prokopanko (Mosaic Company)

PresidenteTerry L. Roberts

Vice-Presidente, Coordenador do Grupo da Ásia e ÁfricaAdrian M. Johnston

Vice-Presidente, Coordenadora do Grupo do Oeste Europeu/Ásia Central e Oriente Médio

Svetlana Ivanova

Vice-Presidente Senior, Diretor de Pesquisa eCoordenador do Grupo das Américas e Oceania

Paul E. Fixen

PROGRAMA BRASILDiretor

Luís Ignácio Prochnow

Diretores AdjuntosValter Casarin, Eros Francisco

PublicaçõesSilvia Regina Stipp

Analista de Sistemas e Coordenador AdministrativoEvandro Luis Lavorenti

Assistente AdministrativaRenata Fiuza

SecretáriaElisangela Toledo Lavorenti

ASSINATuRAS Assinaturas gratuitas são concedidas mediante aprovação prévia da diretoria. O cadastramento pode ser realizado no site do IPNI:

http://brasil.ipni.netMudanças de endereço podem ser solicitadas por email para:

[email protected] ou [email protected]

ISSN 2311-5904

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2. ENTRADAS E SAÍDAS DE NUTRIENTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA

A entrada de nutrientes na forma de N, P2O5 e K2O no sistema agrícola através do uso de fertilizantes, no período de 2009 a 2012, corresponde aos dados estatísticos disponíveis por estado da federação publicados anualmente pela Associação Nacional para Difusão de Adubos – ANDA (Tabela 2). No período estudado, o consumo de fertilizantes pelas culturas envolvidas neste balanço foi de 92,92% do total utilizado no país, excluindo-se o consumo em pastagens, reflorestamento e demais culturas. As quantidades fornecidas de cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B),

cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn) foram estimadas com base no consumo aparente dos principais fertilizantes e corretivos, levando-se em conta o teor médio estimado desses nutrientes nesses insumos (Tabela 3). Especialmente no caso do Mo, deve ser ressaltado que a forma prin-cipal e mais significativa de fornecimento é por meio de produtos específicos para tratamento de sementes ou aplicação foliar, os quais não estão computados neste estudo.

De acordo com a Tabela 2, a entrega de fertilizantes no Brasil, no período avaliado, atingiu um total de 104,8 milhões de toneladas, sendo que os estados que apresentaram maior consumo, em ordem decrescente, foram: Mato Grosso (MT), São Paulo (SP),

Tabela 2. Consumo de fertilizantes por estado no período de 2009 a 2012.

Estado/Região

Consumo de fertilizantes

ProdutoNutrientes

N P2O5 K2O Total

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Rio Grande do Sul 12.881.369 1.737.847 1.991.597 1.868.762 5.598.206Santa Catarina 2.671.695 465.758 359.419 308.310 1.133.487Paraná 13.244.553 1.475.904 2.092.110 1.969.311 5.537.325Total Sul 28.797.617 3.679.509 4.443.126 4.146.383 12.269.018Distrito Federal 204.506 27.467 38.384 22.925 88.776Goiás 9.080.716 949.880 1.600.518 1.478.704 4.029.102Mato Grosso 17.475.305 1.140.451 2.872.620 3.210.110 7.223.181Mato Grosso do Sul 4.750.781 458.998 817.601 858.044 2.134.643

Total Centro-Oeste 31.511.308 2.576.796 5.329.123 5.569.783 13.475.702Minas Gerais 13.430.213 2.073.105 1.593.534 1.926.215 5.592.854Espírito Santo 1.426.243 279.727 88.865 198.989 567.581Rio de Janeiro 197.028 26.454 14.952 26.311 67.717São Paulo 14.788.449 2.252.494 1.389.886 2.219.679 5.862.059Total Sudeste 29.841.933 4.631.780 3.087.237 4.371.194 12.090.211Alagoas 906.974 130.995 52.875 146.520 330.390Bahia 6.870.777 602.462 977.031 986.167 2.565.660Ceará 126.863 24.955 11.181 16.922 53.058Maranhão 1.737.899 85.326 327.984 281.207 694.517Paraíba 225.386 33.382 12.357 36.604 82.343Pernambuco 833.005 124.057 50.420 135.404 309.881Piauí 1.173.226 59.240 214.616 193.510 467.366Rio Grande do Norte 178.558 25.387 17.636 27.104 70.127Sergipe 311.841 61.069 39.481 32.620 133.170

Total Nordeste 12.364.529 1.146.873 1.703.581 1.856.058 4.706.512Acre 8.492 1.050 1.600 1.098 3.748Amapá 41.100 3.873 5.095 6.833 15.801Amazonas 26.541 3.263 2.469 3.946 9.678Pará 854.897 69.148 101.850 135.079 306.077Rondônia 335.895 23.773 66.297 50.705 140.775Roraima 64.559 9.615 9.779 10.152 29.546Tocantins 1.003.406 66.175 174.622 166.292 407.089Total Norte 2.334.890 176.897 361.712 374.105 912.714

Total Brasil 104.850.277 12.211.855 14.924.779 16.317.523 43.454.157

Fonte: ANDA (2010 a 2013).

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4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

Tabela 3. Quantidade estimada de macronutrientes secundários e micronutrientes fornecida pelos fertilizantes e corretivos no período de 2009 a 2012.

Produto Consumo Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Ni Zn

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Sulfato de amônio 7.766.013 - - 1.863.843 - - - - - - -Superfosfato simples 22.023.544 3.964.238 - 2.422.590 661 440 460.182 3.414 66 837 1.718Superfosfato triplo 7.502.775 900.333 - 75.028 825 75 96.636 2.251 68 75 825DAP 1.851.254 - - - 185 13 - 435 20 - 226MAP 10.512.666 - - - 1.051 74 195.536 946 147 - -Termofosfato 191.338 34.441 13.394 - 1 8 7.349 425 1 631 72Fosfato natural 286.861 57.372 - - 6 9 8.488 1.123 4 34 212Fosfato natural reativo 838.740 234.847 - - - 16 1.879 23 - 34 310Gesso 16.393.486 3.278.697 - 2.459.023 49 131 10.984 246 262 33 148Calcário 107.618.000 18.402.678 9.039.912 - 3.229 495 231.702 14.582 108 1.464 3.239Micronutrientes 1.108.000 - - - 40.996 22.160 69.189 58.724 nd nd 84.208

Total 26.872.606 9.053.306 6.820.484 47.004 23.421 1.081.944 82.168 677 3.107 90.958

utilizado pelas culturas deste balanço 92,92% 24.970.085 8.412.351 6.337.608 43.676 21.763 1.005.345 76.351 629 2.887 84.518

Fonte: estimado a partir de diversas fontes: Amaral Sobrinho (1992); Prochnow (1996); Campos (2005); FERTIPAR (2009); ANDA (2010 a 2013); Borsari (2012); ABRACAL (2013); Mamprin (2013).

Minas Gerais (MG), Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS), Goiás (GO) e Bahia (BA). Esses sete estados foram responsáveis por 83,7% do total de fertilizantes consumidos no país. O maior consu-midor de N, proporcionalmente, foi o estado de SP, devido à alta demanda deste nutriente pelas culturas de cana-de-açúcar, citros e café. O MT apresentou o maior consumo de P2O5 e K2O, em virtude da grande área de produção de soja. Ressalta-se, também, o baixo consumo de fertilizantes pelos estados da região Norte (2,2% do total). Na região Nordeste (NE), o consumo é baixo (11,8% do total), com exceção da BA, devido à existência de uma área expressiva com sistemas de cultivo similares aos do Centro-Oeste. Nota-se que os estados considerados como fronteiras agrícolas se destacam pelo maior consumo de fertilizantes. É o caso da BA, MA e PI, na região Nordeste, e do PA, na região Norte.

O consumo total médio anual de fertilizantes no período avaliado foi de 26,2 milhões de toneladas, com taxa de crescimento anual de 7,12%, retomando o crescimento bloqueado após a crise de 2008. Em 2012 ocorreu o maior consumo na história da agricultura brasileira – 29,5 milhões de toneladas – o que representou 31% a mais da quantidade de fertilizante consu-mida em 2008. Comparativamente, os estados que apresentaram os maiores aumentos foram TO, PI, AP e RO com 149%, 149%, 142% e 115%, respectivamente. Os estados do AC e RN apre-sentaram retração no consumo de fertilizantes: -42% e -15%, respectivamente. Entre os macronutrientes primários, o que apresentou maior incremento no consumo, comparando-se 2008 e 2012, foi o N (37,2%), seguido de P2O5 e K2O, com 35,3% e 31,3%, respectivamente.

Destaca-se, na Tabela 3, o consumo aproximado de 16,4 mi - lhões de toneladas de gesso no período de 2009 a 2012, totalizando o fornecimento médio anual de 625 mil toneladas de S. Comparati-vamente, em 2008, a quantidade de S fornecida pelo uso de gesso agrícola foi de 375 mil toneladas (CUNHA et al., 2010). Deve-se salientar que o uso do gesso tem carácter corretivo de subsolo, com aplicações de doses de S superiores àquelas necessárias para atender as necessidades nutricionais das culturas.

Para o cálculo do balanço de nutrientes determinou-se a saída, ou exportação, de nutrientes calculada a partir de dados estatísticos da produção agrícola, por cultura (Tabela 4) e por estado e região (Tabela 5), juntamente com os dados de concentração de nutrientes no produto colhido (Tabela 6). A partir dessas informações foi possível avaliar a exportação de nutrientes pelas principais culturas e por estados brasileiros, conforme apresentado nas Tabelas 7 e 8, respectivamente.

Um dos fatores que colaboraram para o aumento no consumo de fertilizantes neste período foi o crescimento da área plantada das culturas avaliadas neste estudo. A Tabela 4 apresenta as áreas plantada e colhida, a produção total e agrovegetal e os rendimentos observados, no período de 2009 a 2012. Os dados desta tabela mostram que 70,9% da área total colhida foram cultivados com soja, milho e cana-de-açúcar. Em relação aos estados (Tabela 5), o MT foi o que apresentou maior área colhida, seguido por PR, RS e SP. Ressalta-se que o crescimento da área colhida ocorreu em quase todos os estados, com exceção de AL,CE, ES, RN e SC, que apresentaram certo decréscimo. Comparativamente a 2008, a soja foi a cultura que apresentou maior acréscimo em área colhida em 2012 – 27,6% –, enquanto a área colhida de feijão retraiu 35,4%.

Notadamente, por ser a cultura com maior área de cultivo no Brasil, a soja é a que apresenta maior exportação de nutrientes (Tabela 7). Embora não seja necessário o uso de N na adubação desta cultura, vale destacar que sua exportação foi da ordem de 66% do total de N exportado por todas as culturas, atingindo 17,2 milhões de toneladas de N, o que equivale a 1,41 vez o consumo total do nutriente na forma de fertilizante, enquanto as exportações de P2O5 e K2O na soja foram da ordem de 49% e 50%, respectivamente.

Avaliando-se a exportação de nutrientes por unidade de área, observa-se que as culturas que mais exportaram N foram soja (172 kg ha-1), tomate (152 kg ha-1) e amendoim (95 kg ha-1). O tomate (52 kg ha-1), o sorgo (44 kg ha-1) e o milho (40 kg ha-1) foram as culturas que mais exportaram P2O5 por unidade de área. Quanto ao K2O, o tomate (188 kg ha-1), a banana (142 kg ha-1) e o fumo (107 kg ha-1) foram as culturas que exportaram as maiores quantidades do elemento por unidade de área.

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Os dados de exportação de nutrientes por estado brasileiro estão apresentados na Tabela 8. Ressalta-se que os valores rela-tivos a cada nutriente são resultado da soma das exportações das 18 culturas consideradas subtraindo-se as deduções referentes à fixação biológica do N, ao K2O oriundo da vinhaça na cultura de cana-de-açúcar e ao retorno de N, P2O5 e K2O contido na palha de café, conforme indicado na Tabela 9.

3. RESULTADOS DO BALANÇO DE NUTRIENTES

A Tabela 9 apresenta o balanço de nutrientes, no qual constam as entradas e as saídas bem como as deduções de N, P2O5 e K2O. Destaca-se a elevada quantidade de N fornecida pela fixação bioló-gica, equivalente a 1,54 vez a quantidade total de N consumida como fertilizante. Isso demonstra, por um lado, a importância da cultura da soja na economia de uso de fertilizantes nitrogenados e, por outro, a necessidade do uso eficiente da sucessão e rotação de culturas.

Dentre os macronutrientes primários, o P foi o que apresentou menor índice de eficiência, explicado pela dinâmica do elemento no solo. O fator de consumo de 1,9 mostra que foi aplicado quase o dobro da quantidade exportada de P, deixando um saldo que deve contribuir para a elevação da fertilidade dos solos cultivados, sendo, por isso, importante a prevenção de perdas por processos erosivos. Apesar de grande parte deste nutriente ser empregada na agricultura em terras

de cultivo já consolidado, onde as dosagens podem ser menores, houve, em anos recentes, grande avanço da agricultura em áreas de pastagem degradadas, onde a dosagem de P para correção da fertili-dade é elevada. Assim, no período de 2009 a 2012, o desfrute médio obtido com o uso de fertilizantes fosfatados foi próximo do obtido em 2008: 53,3%. No caso dos fertilizantes potássicos, o desfrute médio observado aumentou, no período estudado, para 81,6% devido à maior exportação deste nutriente, o que representou 44% a mais da entrada total, comparativamente. Por outro lado, houve redução no valor do desfrute médio dos fertilizantes nitrogenados, comparado ao obtido no balanço de 2008, em decorrência do maior consumo do nutriente em alguns estados, como RS e BA, sem alteração acentuada na exportação, como será apresentado a seguir.

A Tabela 9 mostra também que, para todos os macronu-trientes, as quantidades aplicadas foram superiores às exportadas. Com relação ao Ca e ao S, devido à maior quantidade aplicada de gesso agrícola no período analisado, houve leve alteração no fator de consumo destes nutrientes, principalmente de S, que aumentou de 2,5 para 2,9. Quanto ao balanço de micronutrientes, verificou-se também que a aplicação dos elementos foi superior à exportação, evidenciando a disponibilidade suficiente destes nutrientes. Isto não significa que o seu uso atenda, de forma adequada, todas as situa-ções de fertilidade do solo e exigências nutricionais das culturas.

Tabela 4. Área e produção das culturas no período de 2009 a 2012.

Cultura Área plantada Área colhida Participação Produção Rendimento Produção agrovegetal(1)

Rendimento agrovegetal

- - - - - - - - - - (ha) - - - - - - - - - - (%) (t) (kg ha-1) (t) (kg ha-1)

Soja 100.217.715 100.012.402 36,5 290.525.429 2.905 290.525.429 2.905

Milho 53.507.111 51.467.217 19,5 235.056.557 4.567 235.056.557 4.567

Cana-de-açúcar 41.027.010 36.621.481 14,9 2.794.953.286 76.320 139.747.664 3.816

Café em coco 9.427.567 8.487.205 3,4 22.052.564 2.598 22.052.564 2.598

Algodão herbáceo 4.590.843 4.547.958 1,7 16.365.790 3.598 16.365.790 3.598

Arroz 10.308.789 10.182.548 3,8 47.840.596 4.698 47.840.596 4.698

Feijão 14.253.821 13.136.379 5,2 12.493.401 951 12.493.401 951

Fumo 1.712.613 1.711.493 0,6 3.388.099 1.980 3.388.099 1.980

Laranja 3.737.879 3.262.548 1,4 76.411.566 23.421 7.641.157 2.342

Trigo 8.714.003 8.638.591 3,2 21.077.179 2.440 21.077.179 2.440

Batata 558.969 558.601 0,2 14.621.721 26.176 2.193.258 3.926

Banana 2.087.368 1.961.441 0,8 28.142.771 14.348 2.814.277 1.435

Sorgo 2.927.796 2.866.046 1,1 7.287.819 2.543 7.287.819 2.543

Tomate 252.140 251.639 0,1 15.969.205 63.461 1.596.921 6.346

Cacau 2.831.928 2.687.849 1,0 960.442 357 960.442 357

Mandioca 9.391.110 6.701.829 3,4 93.861.798 14.005 14.079.270 2.101

Amendoim 394.486 394.195 0,1 1.107.441 2.809 1.107.441 2.809

Mamona 648.318 595.806 0,2 324.069 544 324.069 544

Subtotal 266.589.466 254.085.228 97 3.682.439.733 - 826.551.932 3.253

Outras culturas 8.111.775 - 3 - - - -

Total das culturas 274.701.241 100

(1) Produção agrovegetal é a produção reduzindo a 5% a produção de cana-de-açúcar, a 10% a produção de banana, laranja e tomate e a 15% a produção de batata e mandioca.

Fonte: IBGE (2010 a 2013).

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6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

Tabela 5. Área média anual ocupada pelas culturas, por estado e região, no período de 2009 a 2012.

Estado/Região Área plantada Área colhida Produção Produção agrovegetal(1)

Rendimento agrovegetal

- - - - - - - - - - - - (ha) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - (kg ha-1)Rio Grande do Sul 7.862.707 7.764.312 29.165.310 26.053.535 3.356Santa Catarina 1.544.669 1.531.946 7.995.428 6.609.613 4.315Paraná 9.746.549 9.699.584 87.762.191 34.908.352 3.599Total Sul 19.153.925 18.995.842 124.922.929 67.571.500 3.557Distrito Federal 123.531 123.318 655.671 583.261 4.730Goiás 5.005.726 4.857.202 68.720.883 18.354.630 3.779Mato Grosso 10.338.876 10.301.931 50.989.034 35.221.261 3.419Mato Grosso do Sul 3.491.804 3.450.333 44.390.491 11.527.527 3.341Total Centro-Oeste 18.959.937 18.732.784 164.756.078 65.686.679 3.507Minas Gerais 5.188.474 4.822.256 82.151.318 17.610.626 3.652Espírito Santo 719.773 657.439 6.865.366 1.730.271 2.632Rio de Janeiro 209.038 195.659 6.649.496 432.502 2.210São Paulo 8.346.646 7.575.466 424.083.460 29.176.460 3.851Total Sudeste 14.463.931 13.250.819 519.749.640 48.949.860 3.694Alagoas 632.932 557.475 27.987.119 1.507.804 2.705Bahia 4.322.613 3.829.311 18.514.720 8.244.493 2.153Ceará 1.345.174 1.245.792 3.885.652 792.345 636Maranhão 1.795.123 1.740.696 7.464.524 3.262.974 1.875Paraíba 448.816 360.741 6.535.151 412.764 1.144Pernambuco 976.440 724.123 18.956.637 1.158.573 1.600Piauí 1.238.885 1.124.709 3.151.474 1.964.534 1.747Rio Grande do Norte 191.134 161.941 4.459.376 298.487 1.843Sergipe 351.405 279.651 4.828.845 743.398 2.658Total Nordeste 11.302.520 10.024.439 95.783.498 18.385.372 1.834Acre 127.148 118.619 1.084.487 263.761 2.224Amapá 22.927 21.586 169.128 29.920 1.386Amazonas 140.678 121.576 1.292.544 197.038 1.621Pará 1.108.012 934.370 7.352.397 2.064.039 2.209Rondônia 648.149 619.594 1.849.509 1.364.866 2.203Roraima 41.152 38.951 243.780 132.856 3.411Tocantins 678.989 662.730 3.405.946 1.992.092 3.006Total Norte 2.767.054 2.517.424 15.397.789 6.044.573 2.401Total Brasil 66.647.367 63.521.307 920.609.933 206.637.983 3.253

(1) Produção agrovegetal é a produção reduzindo a 5% a produção de cana-de-açúcar, a 10% a produção de banana, laranja e tomate e a 15% a produção de batata e mandioca.

Fonte: IBGE (2010 a 2013).

A Tabela 10 mostra o balanço de nutrientes nos estados brasileiros. Com base nesses resultados, Cunha et al. (2010) demonstraram que alguns estados (CE, MA, SE, AC, AM e RO) praticavam agricultura extrativista, em decorrência da baixa entrada de nutrientes pela aplicação de fertilizantes. Destes, MA e SE mostraram melhora considerável no aproveitamento dos nutrientes NPK, pois a quantidade de fertilizantes aplicada superou a demanda por nutrientes. Por outro lado, houve pouca melhora nos estados de AM, CE e RO, enquanto no estado do AC observou-se o pior desfrute no uso dos fertilizantes no período estudado. A quan-tidade média de nutrientes NPK aplicada nesse estado foi de apenas 6,8 kg ha-1, enquanto a quantidade média exportada foi de 71 kg ha-1 de NPK, resultando em baixa produtividade média agro-vegetal, de 2.224 kg ha-1, e insustentabilidade da atividade agrícola.

A Tabela 11 mostra os resultados do balanço do consumo de nutrientes por estado para cada ano do período avaliado. Dois estados apresentaram acentuada redução no desfrute do uso de N, comparativamente ao balanço de 2008: RS e BA. As estiagens ocorridas nas safras de 2011/12 no Rio Grande do Sul e de 2012/13 na Bahia afetaram significativamente as colheitas das culturas e, com isso, contribuíram negativamente para o balanço de nutrientes nesses estados.

A Tabela 12 apresenta os resultados do balanço do consumo de nutrientes para as nove principais culturas. Pode-se observar que a cultura do milho apresentou fator de consumo menor que 1 para N, o que indica consumo do nutriente abaixo da demanda da cultura. Esse fato ocorre devido, principalmente, ao aumento da produção de milho de segunda safra, na qual as adubações utilizadas são

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 7

Tabela 6. Concentração de nutrientes no produto colhido das principais culturas no Brasil.

CulturaMacronutrientes Micronutrientes

N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn

- - - - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (mg kg-1) - - - - - - - - - - - - - - -

Soja(1, 2) 59,2 5,50 18,80 2,9 2,30 3,00 24,2 13,0 134,3 33,7 5,0 37,7Milho(1) 15,8 3,80 4,80 0,5 1,50 1,10 3,2 1,2 11,6 6,1 0,6 27,6Cana-de-açúcar(3,12) 0,83 0,11 0,78 0,4 0,31 0,24 1,2 2,6 14,3 9,7 0,016 3,3Café em coco(4) 17,5 1,20 26,50 3,4 1,40 1,35 16,7 16,5 105,0 25,0 0,06 41,0Algodão(4) 20,1 3,10 16,00 6,9 4,00 8,00 39,9 8,6 188,9 13,3 0,2 11,0Arroz(5) 12,5 2,24 4,42 1,0 1,08 1,47 4,4 6,3 61,1 25,1 0,17 40,9Feijão(1) 34,9 4,00 15,40 3,1 2,60 5,70 13,3 6,6 119,4 23,2 - 29,9Fumo(6) 39,0 6,70 45,0 12,3 30,7 10,0 22,0 14,0 - 249,0 - 32,0Laranja(7) 1,9 0,173 1,51 0,526 0,127 0,137 2,2 1,2 6,6 2,8 0,008 0,9Trigo(1) 20,1 3,20 3,50 0,20 0,80 1,20 2,9 3,0 13,9 13,0 - 14,8Batata(6) 3,6 0,22 3,30 0,15 0,18 0,40 2,0 2,0 20,0 20,0 1,0 4,0Banana(8) 1,9 0,265 8,22 0,273 0,282 0,064 2,14 0,9 9,18 10,6 0,004 1,81Sorgo(9) 15,0 7,50 3,93 0,25 1,25 1,42 3,0 1,8 12,0 10,7 0,6 12,5Tomate(6, 10) 2,4 0,36 2,46 0,14 0,22 0,28 2,8 1,4 25,0 2,6 0,012 3,2Cacau(10) 33,0 2,00 8,00 1,00 2,00 1,00 12,0 16,0 80,0 28,0 0,04 47,0Mandioca(6, 10) 2,1 0,21 1,95 0,63 0,32 0,08 1,8 0,8 24,0 1,6 - 4,6Amendoim(10) 34,0 2,00 9,00 0,50 1,00 2,00 - - - - - -Mamona(11) 29,0 3,70 7,20 6,20 2,40 2,00 52,0 40,0 690 116,0 - 69,0

Fontes: (1) Pauletti (1998), (2) Bataglia e Mascarenhas (1986), (3) Orlando Filho (1983), (4) Malavolta (2006), (5) Furlani et al. (1977), (6) Hawkes e Collins, 1983 e Howeler, 1981 apud Yamada e Lopes (1998); (7) Bataglia et al. (1977), (8) Azeredo et al. (1986), (9) Kansas University (1998), (10) Malavolta et al. (1997), (11) adaptados de Freire e Nobrega (2006); (12) Rossetto (2009).

Tabela 7. Exportação total de nutrientes pelas principais culturas no Brasil.

CulturaMacronutrientes Micronutrientes

N P2O5 K2O Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -Soja 17.199.105 3.661.358 6.579.387 842.524 668.208 871.576 7.031 3.777 39.018 9.791 1.453 10.953

Milho 3.713.894 2.049.412 1.359.118 117.528 352.585 258.562 752 282 2.727 1.434 141 6.488

Cana-de-açúcar 2.319.811 705.546 2.626.108 1.117.981 866.436 670.789 3.354 7.267 39.968 27.111 45 9.223

Café em coco 384.817 60.730 703.961 74.979 30.874 29.771 367 364 2.316 551 1,3 904

Algodão 328.952 116.806 315.428 112.924 65.463 130.926 653 141 3.091 218 3,3 180

Arroz 595.615 245.971 254.720 47.841 51.668 70.326 210 301 2.923 1.201 8,1 1.957

Feijão 436.020 114.866 231.763 38.730 32.483 71.212 166 82 1.492 290 - 374

Fumo 132.136 52.033 183.659 41.674 104.015 33.881 75 47 - 844 - 108

Laranja 145.640 30.341 139.265 40.192 9.704 10.468 168 92 504 214 0,6 69

Trigo 423.651 154.546 88.864 4.215 16.862 25.293 61 63 293 274 - 312

Batata 52.638 7.380 58.124 2.193 2.632 5.849 29 29 292 292 15 58

Banana 54.034 17.215 278.665 7.683 7.936 1.801 60 25 258 298 0,1 51

Sorgo 109.317 125.360 34.501 1.822 9.110 10.349 22 13 87 78 4,4 91

Tomate 38.326 13.201 47.322 2.236 3.513 4.471 45 22 399 42 0,2 51

Cacau 31.695 4.465 9.256 960 1.921 960 12 15 77 27 - 45

Mandioca 192.417 45.558 220.479 59.133 30.036 7.509 169 75 2.253 150 - 432

Amendoim 37.653 5.078 12.006 554 1.107 2.215 - - - - - -

Mamona 9.398 2.785 2.811 2.009 778 648 17 13 224 38 - 22

Total Brasil 26.205.121 7.412.649 13.145.435 2.515.178 2.255.330 2.206.607 13.191 12.610 95.922 42.852 1.671 31.318

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8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

Tabela 8. Exportação de nutrientes pelos estados do Brasil, no período de 2009 a 2012.

Estado/Região N P2O5 K2O Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

RS 3.384.680 946.315 1.367.059 189.102 220.386 222.067 1.275 825 8.025 2.915 222 3.613SC 683.451 239.546 329.546 43.527 71.760 52.667 241 141 1.340 687 37 833PR 4.779.894 1.365.163 2.013.611 306.475 318.022 318.736 1.928 1.424 12.213 4.693 321 4.706

Total Sul 8.848.025 2.551.025 3.710.216 539.105 610.167 593.470 3.443 2.390 21.578 8.296 579 9.153DF 70.563 24.021 28.380 3.342 4.206 4.809 25 13 139 40 4 69GO 2.597.963 745.536 1.156.575 202.786 187.354 195.562 1.200 1.021 8.173 3.356 182 2.692MT 5.954.356 1.531.003 2.418.526 357.804 315.851 392.571 2.632 1.418 14.709 3.938 452 4.742MS 1.639.740 457.142 720.545 130.539 119.499 121.251 758 658 5.180 2.157 116 1.728

Total Centro-Oeste 10.262.622 2.757.702 4.324.027 694.471 626.911 714.192 4.614 3.109 28.202 9.490 754 9.232MG 1.730.534 548.728 1.161.688 206.465 178.038 166.192 967 1.093 7.498 3.588 88 2.685ES 121.055 24.120 202.146 26.988 14.741 12.824 118 142 889 338 1 300RJ 29.356 8.765 38.312 11.048 8.389 6.436 37 67 408 245 - 95SP 2.248.578 698.924 2.030.928 712.801 554.611 444.922 2.341 4.379 24.909 16.155 71 6.225

Total Sudeste 4.129.523 1.280.538 3.433.074 957.301 755.779 630.374 3.464 5.680 33.703 20.328 161 9.305AL 102.168 31.891 113.878 45.966 36.702 27.836 138 290 1.621 1.091 2 379BA 1.126.112 307.176 603.705 102.990 80.384 102.235 649 347 3.871 987 71 1.034CE 59.234 23.207 51.831 8.248 7.765 7.261 34 35 321 140 1 109MA 468.094 122.593 204.432 32.343 27.763 30.949 206 136 1.379 414 33 473PB 29.428 9.258 35.873 10.859 8.526 6.778 35 65 390 249 - 92PE 81.175 25.464 97.881 31.258 24.343 19.241 99 191 1.136 722 1 265PI 307.337 80.711 126.308 18.166 16.522 19.441 128 74 773 214 22 272RN 20.462 6.886 24.971 7.469 5.799 4.499 24 44 269 166 - 63SE 49.318 20.417 35.102 9.029 7.660 5.917 32 41 278 149 1 102

Total Nordeste 2.243.327 627.602 1.293.982 266.327 215.462 224.157 1.345 1.224 10.037 4.133 132 2.790AC 15.761 5.885 14.255 2.709 1.945 981 9 4 102 14 - 32AP 1.789 512 2.011 421 237 109 1 1 16 2 - 4AM 12.010 3.747 13.938 2.846 1.841 916 9 7 105 25 - 26PA 192.111 56.561 126.937 21.060 16.132 11.685 95 58 832 179 9 271RO 168.480 46.114 90.487 11.334 9.715 10.254 73 47 459 118 10 190RR 7.164 2.913 5.106 706 688 742 3 3 36 13 - 20TO 324.309 80.052 131.401 18.897 16.453 19.726 134 86 851 256 24 297

Total Norte 721.625 195.783 384.136 57.974 47.010 44.413 325 207 2.402 606 44 839

Total Brasil 26.205.121 7.412.649 13.145.435 2.515.178 2.255.330 2.206.607 13.191 12.610 95.922 42.852 1.671 31.318

insuficientes para a manutenção do sistema. Igualmente, a cultura do feijão tem baixa estimativa de consumo de K, provavelmente devido às grandes áreas cultivadas utilizando pouca tecnologia e baixo uso de insumos.

O desfrute de nutrientes pelas culturas é um índice de grande importância para se avaliar o manejo dos nutrientes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo. Neste estudo, destaca-se o baixo desfrute dos fertilizantes na cultura de café. No balanço, foi considerada a exportação de nutrientes do café em coco, a qual é maior que a do café beneficiado. O retorno da palha de café é uma prática essencial para o manejo eficiente de nutrientes e, desta forma, considerou-se que nas deduções das exportações de nutrientes estavam incluídos 50% dos nutrientes contidos na palha de café. A Tabela 13 permite contrastar o balanço de nutrientes nas duas situações – café em coco e café beneficiado – evidenciando, de um lado, o melhor desfrute do café em coco, e de outro lado, a

importância do aproveitamento da palha, principalmente devido à grande quantidade de K contida nesse material.

O desfrute apresentado pela cultura do algodão também é baixo, no entanto, trata-se de uma cultura que apresenta elevado consumo de fertilizantes, buscando alcançar resultados econô-micos mais atraentes. O estudo do balanço revela a necessidade de melhorar o aproveitamento dos sistemas de sucessão e rotação com outras culturas para melhor aproveitamento do saldo residual de nutrientes desta cultura.

A cultura de laranja, também considerada como de baixo desfrute de nutrientes por Cunha et al. (2010), apresentou melhora no fator de consumo, mas continua abaixo do ideal. De forma geral, destaca-se o baixo aproveitamento do P (48%, em média, para as culturas em destaque na Tabela 12), principalmente pelas culturas de café, algodão, feijão e laranja, nas quais há necessidade de desenvolvimento de boas práticas de uso deste nutriente.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 9

Tabela 9. Resultado do balanço do consumo médio de nutrientes na agricultura brasileira, no período de 2009 a 2012.

Balanço Brasil N P2O5 K2O Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Exportação total das culturas (saídas)

26.205.121 7.412.649 13.145.435 2.515.178 2.255.330 2.206.607 13.191 12.610 95.922 42.852 1.671 31.318

Deduções das exportações 18.827.693(1) 17.713(2) 774.264(3) - - - - - - - - -

Exportação líquida de nutrientes (I) 7.377.428 7.394.936 12.371.171 2.515.178 2.255.330 2.206.607 13.191 12.610 95.922 42.852 1.671 31.318

Total de entradas(4) (II) 11.347.282 13.868.137 15.162.278 24.970.085 8.412.351 6.337.608 43.676 21.763 1.005.345 76.351 - 84.518

Balanço de nutrientes (II - I) 3.969.854 6.473.201 2.791.107 22.454.907 6.157.021 4.131.001 30.485 9.153 909.423 33.499 (1.671) 53.200

Desfrute médio obtido com o uso de fertilizantes (I/II x 100)

65,0% 53,3% 81,6% 10,1% 26,8% 34,8% 30,2% 57,9% 9,5% 56,1% 0,0% 37,1%

Fator de consumo (II/I) 1,5 1,9 1,2 9,9 3,7 2,9 3,3 1,7 10,5 1,8 0,0 2,7

(1) As deduções de nitrogênio correspondem a 17.199.105 t referentes à fixação biológica de todo o N exportado pela soja, 218.010 t referentes a 50% do N exportado pelo feijão, 792.310 t considerando 50% da exportação do milho de segunda safra e 40% e 50% das exportações de trigo (169.461 t) e sorgo (54.659 t), respectivamente, e ainda a exportação de 30 kg ha-1 das culturas em rotação com soja, atribuindo-se um percentual de 30% da área de milho (268.469 t) e 20% da área de algodão (27.545 t), e 50% do N contido na casca de café colhido (98.134 t).

(2) As deduções de fósforo correspondem a 50% do P contido nas cascas de café (17.713 t).(3) As deduções de potássio correspondem a 20% do K exportado pela cana-de-açúcar provindo do uso de vinhaça (525.221 t) e 50% do K contido nas

cascas de café (249.043 t). (4) As entradas correspondem a 92,92% do consumo de fertilizantes indicado nas Tabelas 2 e 3.

Na Figura 1 estão apresentados os valores da produtivi-dade agrovegetal média de todos os estados brasileiros. Nota-se que os estados tradicionalmente agrícolas (DF, GO, MG, MS, MT, PR, RR, RS, SC e SP) apresentam valores acima da média nacional (3.253 kg ha-1) e se destacam, também, pela quantidade de produção agrovegetal (Tabela 5). Por outro lado, ressalta-se o estado do Ceará, com produtividade agrovegetal de apenas 636 kg ha-1, o que representa 13,5% do maior valor observado (4.730 kg ha-1).

Outra forma de avaliar os dados gerados no cálculo do balanço de nutrientes é pelo índice de conversão de nutrientes em produtos agrícolas. Utilizando-se os dados da Tabela 5 e conside-rando que as culturas citadas neste balanço utilizaram 92,92% do total de fertilizantes no período avaliado (2009 a 2012), os índices médios de conversão foram: (i) para cada kg de nutrientes NPK aplicado foram produzidos 20,2 kg de produto agrícola, e (ii) para produzir 1.000 kg de produto agrícola foi necessária a aplicação de 49,5 kg de nutrientes NPK.

A Figura 2 apresenta as quantidades de nutrientes NPK aplicadas por unidade de área e aquelas necessárias para produzir 1.000 kg de produto agrícola, nos estados com maior consumo de fertilizantes. Nota-se que estes estados aplicam, com algumas exce-ções, quantidades de fertilizantes acima da média nacional (151,5 kg ha-1 de NPK) e também apresentam as maiores produtividades agrovegetais (Figura 1). O estado de MG apresenta extensa área com a cultura de café e utiliza a maior quantidade de NPK por unidade de área (250,4 kg ha-1), valor bem acima dos demais, porém não detém a maior produtividade agrovegetal, indicando, assim, a necessidade de adequação das boas práticas de uso de fertilizantes

para melhor aproveitamento dos nutrientes. Comparativamente, os estados do MA e PI utilizam quantidades de NPK abaixo da quan-tidade média aplicada. Esses estados possuem áreas agrícolas que utilizam baixa tecnologia, contribuindo para a baixa produtividade agrovegetal (Figura 1). De forma geral, houve pequeno incremento de 3,3% na quantidade de nutrientes NPK aplicada para produzir 1.000 kg de produto agrícola, comparado ao balanço de 2008, sendo os maiores valores observados nos estados de PI e TO: 43,6% e 24,3%, respectivamente.

A Figura 3 ilustra a quantidade consumida de K2O no período de 2009 a 2012. O crescimento no consumo de K2O está associado ao aumento da área cultivada nos estados estudados. A expansão da área de cultivo da soja no estado do MT e de cana-de-açúcar no estado de SP permitiram os aumentos mais significativos. A área plantada de soja no MT em 2008 foi de 5,7 milhões de ha, enquanto em 2012 foi de 7,0 milhões de ha, representando um aumento de 22%. Por outro lado, o consumo total de K2O em 2008 foi de 648 mil toneladas, aumentado para 905 mil toneladas em 2012, equiva-lendo a uma expansão de aproximadamente 40% no consumo de K.

CONCLUSÕES

No geral, o balanço do consumo de nutrientes no Brasil no período de 2009 a 2012 apresentou resultados satisfatórios quanto ao uso de fertilizantes. Os índices finais de aproveitamento de N, P2O5 e K2O foram de 65,0%, 53,3% e 81,6%, respectivamente. Neste período, o aproveitamento de N dos fertilizantes foi inferior ao observado em 2008, porém, reflete os efeitos das quebras de safras no período.

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10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

Tabela 10. Resultados do balanço do consumo médio de nutrientes por estado no período de 2009 a 2012.

Estado/ RegiãoExportação líquida de nutrientes(1) (I) Total de entradas (II)(2) Desfrute (I/II x 100)(3)

N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (%) - - - - - - - - -RS 868.915 946.315 1.366.095 1.614.811 1.850.596 1.736.458 54 51 79

SC 319.286 239.546 329.546 432.783 333.973 286.482 74 72 115

PR 1.051.895 1.364.474 1.966.156 1.371.413 1.943.993 1.829.888 77 70 107

Total Sul 2.240.096 2.550.336 3.661.798 3.419.008 4.128.562 3.852.828 66 62 95

DF 22.816 24.013 28.276 25.522 35.666 21.302 89 67 133

GO 531.920 745.409 1.116.409 882.631 1.487.205 1.374.015 60 50 81

MT 593.529 1.530.946 2.405.552 1.059.710 2.669.245 2.982.841 56 57 81

MS 283.625 457.133 694.851 426.502 759.717 797.296 67 60 87

Total Centro-Oeste 1.431.890 2.757.502 4.245.089 2.394.364 4.951.833 5.175.455 60 56 82

MG 846.575 539.693 986.125 1.926.334 1.480.715 1.789.843 44 36 55

ES 95.337 19.884 138.826 259.923 82.574 184.901 37 24 75

RJ 28.280 8.665 32.451 24.581 13.893 24.448 115 62 133

SP 1.787.445 697.320 1.709.032 2.093.022 1.291.485 2.062.531 85 54 83

Total Sudeste 2.757.637 1.265.563 2.866.434 4.303.860 2.868.667 4.061.723 64 44 71

AL 99.059 31.891 93.176 121.721 49.132 136.147 81 65 68

BA 317.549 306.106 584.333 559.809 907.859 916.349 57 34 64

CE 31.238 23.188 49.908 23.188 10.389 15.724 135 223 317

MA 86.661 122.593 202.234 79.285 304.763 261.298 109 40 77

PB 23.775 9.258 31.320 31.019 11.482 34.013 77 81 92

PE 69.533 25.453 84.402 115.274 46.850 125.818 60 54 67

PI 44.033 80.711 125.665 55.046 199.422 179.810 80 40 70

RN 17.615 6.886 21.950 23.590 16.387 25.185 75 42 87

SE 35.964 20.417 32.796 56.745 36.686 30.311 63 56 108

Total Nordeste 725.429 626.502 1.225.784 1.065.677 1.582.971 1.724.653 68 40 71

AC 13.818 5.877 14.148 976 1.487 1.020 1.416 395 1.387

AP 1.602 512 2.011 3.599 4.734 6.349 45 11 32

AM 11.242 3.747 13.692 3.032 2.294 3.667 371 163 373

PA 96.576 56.484 125.337 64.252 94.639 125.516 150 60 100

RO 47.750 45.450 81.272 22.090 61.603 47.115 216 74 172

RR 6.791 2.913 5.106 8.934 9.087 9.433 76 32 54

TO 44.596 80.052 130.500 61.490 162.259 154.519 73 49 84

Total Norte 222.376 195.034 372.067 164.373 336.104 347.619 135 58 107

Total Brasil 7.377.428 7.394.936 12.371.171 11.347.282 13.868.137 15.162.278 65,0 53,3 81,6

(1) Demanda líquida equivale ao total exportado menos as deduções de fixação biológica, uso de vinhaça e beneficiamento do café.(2) O total de entradas corresponde a 92,92% do total de fertilizantes utilizados.(3) Desfrute é o índice de uso dos fertilizantes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo.

O aumento do consumo de fertilizantes deve estar associado às boas práticas para uso eficiente de fertilizantes. O desfrute médio de K no período analisado foi superior ao obtido em 2008, o que pode ser resultado do baixo consumo deste nutriente em 2009, em função da crise econômica de 2008.

Os resultados do balanço no período de 2009 a 2012 mostram que os macronutrientes secundários e os micronutrientes estão sendo aplicados em quantidades suficientes para atender a demanda de exportação pelas culturas.

O balanço de nutrientes é uma ferramenta importante para identificar as deficiências de uso de fertilizantes, tanto para diagnós-tico das regiões como das culturas, podendo ser utilizado também para projeções futuras do consumo de nutrientes. Em todas essas aplicações fica evidente a necessidade do uso de boas práticas de uso de fertilizantes, visando tornar o manejo deste insumo cada vez mais eficiente.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 11

Tabela 11. Resultados do balanço do consumo de nutrientes por estado nos anos 2009, 2010, 2011 e 2012.

Estado/ Região

Desfrute(1) 2009 Desfrute 2010 Desfrute 2011 Desfrute 2012

N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (%) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -RS 63 51 90 61 63 95 44 38 52 50 53 81SC 73 68 118 79 85 132 66 69 109 76 67 104PR 77 67 127 85 80 121 66 59 80 79 75 107

Total Sul 71 60 110 72 73 110 56 50 70 64 65 95DF 104 81 194 95 79 137 90 66 135 76 53 96GO 73 57 105 64 50 81 56 48 73 54 48 75MT 67 59 98 58 61 81 49 55 79 55 56 72MS 66 58 113 72 62 87 60 57 77 69 63 81

Total Centro-Oeste 69 58 102 63 58 82 54 53 77 57 55 74

MG 45 34 56 44 39 49 39 36 44 39 35 45ES 34 24 57 27 21 40 26 18 39 26 16 40RJ 135 71 146 118 62 130 103 56 122 99 58 113SP 95 61 102 93 63 87 77 49 74 77 46 71

Total Sudeste 70 45 80 68 49 69 57 42 59 56 39 58AL 87 93 81 68 55 53 89 68 78 83 55 68BA 64 38 80 67 40 77 55 33 59 40 25 43CE 72 161 278 380 516 479 65 126 256 65 114 242MA 131 39 98 180 47 92 76 40 73 94 37 61PB 93 117 138 67 85 82 80 68 92 70 65 70PE 72 72 91 61 60 63 60 48 68 49 37 51PI 83 48 96 143 60 95 85 45 75 40 24 41

RN 82 50 97 77 50 82 66 37 78 73 33 93SE 44 23 73 84 100 134 64 59 121 61 42 108

Total Nordeste 73 43 88 82 50 82 64 39 68 53 30 51AC 2.742 589 2.419 1.794 541 2.901 905 224 668 1.303 485 1.599AP 102 22 60 58 11 35 49 12 36 23 7 20AM 281 151 342 442 170 427 393 188 394 353 144 329PA 199 67 127 186 72 116 144 58 92 108 49 80RO 278 85 192 240 78 193 208 75 153 136 61 114RR 69 33 61 89 39 61 74 34 53 73 26 46TO 108 78 140 116 64 118 74 53 82 39 30 52

Total Norte 177 76 147 178 70 133 132 60 99 89 41 74Total Brasil 71,6 54,6 97,4 71,0 59,9 86,6 57,8 48,4 69,8 59,1 51,1 72,5

(1) Desfrute é o índice de uso dos fertilizantes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo.

Tabela 12. Resultados do balanço do consumo de nutrientes pelas principais culturas brasileiras no período de 2009 a 2012.

CulturaConsumo de nutrientes Fator de consumo(1) Desfrute médio(2) (%)

N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O

- - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (%) - - - - - - - - -Soja 413.824 7.356.018 6.622.860 N/A(3) 2,00 1,00 - 50 99Milho 3.348.625 2.133.540 2.095.344 0,90 1,00 1,50 79 96 65Cana-de-açúcar 2.882.600 1.003.868 3.134.529 1,20 1,40 1,50 80 70 67Café em coco 1.437.329 395.074 1.008.148 3,70 6,50 1,40 20 11 45Algodão herbáceo 685.307 733.458 543.487 2,10 6,30 1,70 44 16 58Arroz 576.666 332.844 279.593 1,00 1,40 1,10 103 74 91Feijão 323.768 324.473 202.072 1,10 2,80 0,90 67 35 115Laranja 283.327 109.016 208.599 1,90 3,60 1,50 51 28 67Trigo 440.266 322.680 250.580 2,10 2,10 2,80 58 48 35

(1) Fator de consumo é a relação entre o consumo e a demanda das culturas.(2) Desfrute é o índice de uso dos fertilizantes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo estimado por cultura.(3) N/A = não aplicável.

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12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

Tabela 13. Resultados do balanço de NPK para a cultura do café considerando-se a exportação de nutrientes pelo café em coco e pelo café beneficiado no período de 2009 a 2012.

CulturaConsumo de nutrientes Exportação de nutrientes Fator de consumo(1) Desfrute médio(2)

N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (%) - - - - - - -Café em coco 1.437.329 395.074 1.008.148 384.817 60.730 703.961 3,70 6,50 1,40 20 11 45Café beneficiado 1.437.329 395.074 1.008.148 188.549 25.304 205.875 7,62 15,61 4,90 13 6 20

(1) Fator de consumo é a relação entre o consumo e a demanda das culturas.(2) Desfrute é o índice de uso dos fertilizantes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo estimado pela cultura.A diferença no desfrute entre café em coco e café beneficiado é devida ao desconto de 50% dos nutrientes contidos na casca do café em coco. Supõe-se que a casca é reaproveitada na lavoura.

Figura 1. Rendimento agrovegetal médio, em ordem descrescente, dos estados brasileiros no período de 2009 a 2012.

Estados

Média brasileira: 3.250

Figura 2. Índices kg NPK/ha plantado e kg NPK/1.000 kg de produto agrovegetal de alguns estados brasileiros no período de 2009 a 2012.

Estados Estados

kg N

PK

/ha

kg N

PK

/1.0

00 k

g de

pro

duto

agr

oveg

etal

47,7 47,1

37,0

49,9 51,0

73,8

43,039,8

49,4

55,3

47,5

80,2

Média brasileira: 49,6

162 163

250

132

165

187

138 142

170

90 88

139

Média brasileira: 151,5

5.000

4.500

4.000

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

Pro

dutiv

idad

e ag

rove

geta

l méd

ia (k

g ha

-1)

DF SC SP GO MG PR MT RR RS MS TO AL SE ES AC RJ PA RO BA MA RN PI AM PE AP PB CE

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 13

Média brasileira: 3.250

Figura 3. Quantidade consumida de K2O nos principais estados consumidores, no período de 2009 a 2012.

Ano

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Mato Grosso

São Paulo

Paraná

Minas Gerais

Rio Grande do Sul

Goiás

Qua

ntid

ade

cons

umid

a de

K2O

(t)

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14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

1 Pesquisadora do Agriculture and Agri-Food Canada, Brandon Research Centre, Brandon, Manitoba, Canadá; email: [email protected]

Abreviações: As = arsênio; Cd = cádmio; Fe = ferro; I = iodo; N = nitrogênio; S = enxofre; Se = selênio; Si = silício; P = fósforo; Zn = zinco.

ADUBAÇÃO PARA QUALIDADE NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS

Cynthia Grant 1

O manejo adequado de nutrientes é fundamental para garantir melhor rendimento da cultura e rentabili-dade para o produtor, além de reduzir o risco de

danos ambientais. No entanto, o manejo de nutrientes também influencia a composição química das culturas e dos produtos alimentares elaborados a partir delas. O conteúdo e a estrutura das proteínas, as características do amido, a composição do óleo e dos ácidos graxos e a concentração de micronutrientes podem ser influenciados pelo fornecimento de nutrientes às culturas. Portanto, o manejo equilibrado de nutrientes desempenha papel importante na qualidade funcional e nutricional das culturas cultivadas.

A qualidade funcional é a habilidade da cultura em elaborar o produto final a ser utilizado. Por exemplo, em relação ao trigo para pão, a qualidade funcional se refere à capacidade de produzir a farinha que pode ser usada para fazer um pão macio e de boa qualidade. O trigo duro deve produzir um macarrão com boa cor e textura. O arroz deve ter uma textura desejável – qualidade que é variável entre os países. A cevada, sendo usada para malte, precisa apresentar um alto rendimento de cerveja sem turvamento (clara). A soja e a canola devem conter elevada proporção de óleo extraível, com equilíbrio adequado de ácidos graxos, enquanto a quantidade e a qualidade da farinha de proteína deixada após a extração também é importante.

A qualidade nutricional é a capacidade do alimento de atender às necessidades nutricionais da dieta humana. Os produtos vegetais são importantes fontes de carboidratos, proteínas, amino-ácidos, minerais, vitaminas, ácidos graxos e de uma vasta gama de compostos neutracêuticos. Por outro lado, eles também podem conter contaminantes e compostos antinutricionais que causam efeitos danosos à saúde humana.

Quanto maior o aproveitamento de um produto vegetal na dieta humana, mais importante e necessário se torna melhorar a sua qualidade nutricional. Arroz, trigo e milho são componentes importantes da dieta humana em todo o mundo. O arroz serve

como alimento básico para mais da metade da população mundial, ao passo que o trigo fornece cerca de 20% das calorias na dieta em nível mundial. O milho é um alimento básico essencial na Ásia, África, América Latina e partes da ex-União Soviética, enquanto a soja é uma fonte importante de proteína em dietas vegetarianas. As batatas também servem como alimento básico essencial em grande parte da América do Sul e parte da Europa. Aprimorar a qualidade nutricional dessas culturas pode ter um forte impacto sobre a saúde humana.

O teor de proteína é fundamental para a qualidade funcional e nutricional das culturas e pode ser afetado de forma marcante pelo manejo dos nutrientes. A proteína é um componente essencial de todos os tecidos, enzimas e certos hormônios, portanto, é necessária para o crescimento, a reprodução e o restabelecimento celular e para todas as reações mediadas por enzimas. O conteúdo de proteína na dieta deve variar de 10 a 35%, sendo que os níveis mais baixos conduzem a deficiências nutricionais e os excessos contribuem para problemas renais. Uma oferta adequada de proteí nas é imprescin-dível para o crescimento das crianças e para mulheres lactantes. Tanto a quantidade de proteínas como a sua composição são importantes na dieta. As proteínas no corpo humano são compostas por cerca de 20 aminoácidos diferentes, sendo que nove deles não podem ser elaborados pelo corpo. Estes nove aminoácidos são denominados de essenciais e devem estar presentes na dieta para prevenir deficiências nutricionais.

Nós, muitas vezes, pensamos principalmente na proteína oriunda de produtos de origem animal, porém, os produtos vegetais são fontes significativas de proteína para grande parte da popu-lação mundial. Nos países desenvolvidos, os cereais contribuem com cerca de 25% de proteína na dieta, enquanto nos países com baixo consumo de proteína animal a contribuição muitas vezes é maior. O arroz contribui com cerca de 29% de proteína nos países em desenvolvimento. A soja também é uma importante fonte de proteína, especialmente em dietas vegetarianas.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 15

Um problema a ser enfrentado em relação às proteínas vegetais na dieta humana é a garantia de um equilíbrio adequado de aminoácidos. As proteínas animais são fontes de proteínas completas pois contém todos os nove aminoácidos essenciais em proporção adequada. Em contraste, a maior parte das fontes de proteína vegetal é deficiente em um ou mais dos aminoácidos essenciais (Tabela 1). Por exemplo, os cereais são geralmente pobres em lisina e treonina, mas contém teores bastante elevados de cisteína e metionina – aminoácidos que contém enxofre (S). O arroz tem maior teor de lisina, comparado a milho ou trigo, enquanto as batatas contêm alto teor de lisina, sendo a metionina o primeiro aminoácido limitante. A soja contém alto teor de proteína total, mas a metionina e a cisteína são limitantes. A qualidade total da proteína na dieta pode ser melhorada pela combinação de diferentes fontes de proteína vegetal para equilibrar o perfil dos aminoácidos. Por exemplo, a combinação de proteínas de cereais e de soja melhora o equilíbrio de aminoácidos na dieta.

Figura 1. Estrutura geral de um grão de cereal. Os micronutrientes estão concentrados no pericarpo, o amido no endosperma e o óleo no gérmen. As proteínas estão presentes em todo o grão.

O aumento da disponibilidade de N permite que a planta produza mais proteína, neutralizando o efeito de diluição. Portanto, a adubação nitrogenada pode aumentar tanto o rendimento como o teor de proteína, permitindo o armazenamento de carboidratos e o aumento da quantidade de proteína para ser distribuída através do carboidrato armazenado (Figura 2). A época de aplicação do N também é impor-tante. O N fornecido no início do crescimento tende a ser usado pela planta para o aumento do rendimento enquanto o N fornecido na fase mais tardia do crescimento tende a apresentar menor efeito sobre a produção, mas pode aumentar a concentração de proteína.

Tabela 1. Concentração de proteína bruta e proporção de nove aminoácidos essenciais em soja, trigo, milho e arroz.

Soja (farelo)1 Trigo2 Milho2 Arroz2

- - - - - - - - - - - - - - (g/100 g) - - - - - - - - - - - - - -Proteína bruta 44 14 9 7Metionina 0,59 0,22 0,20 0,17Cisteína 0,67 0,33 0,17 0,15Lisina 2,70 0,35 0,27 0,26Treonina 1,72 0,39 0,35 0,26Triptofano 0,60 0,17 0,07 0,08Arginina 3,29 0,60 0,47 0,59Isoleucina 2,02 0,52 0,34 0,31Leucina 3,39 0,95 1,16 0,59Valina 2,11 0,62 0,48 0,44

Fonte: 1Fontaine et al. (2000); 2USDA (2010).

Endosperma

Gérmen

Pericarpo

Figura 2. O aumento na oferta de nitrogênio pode aumentar a produtividade da cultura e a concentração de proteína.

A concentração de proteína será grandemente influenciada pela quantidade de nitrogênio (N) fornecida à cultura, visto que cerca de 17% da proteína é composta de N. A concentração de proteína no grão também será afetada pela capacidade da planta de transportar o N do tecido vegetativo para os grãos bem como pela produção de grãos, para os quais o N é distribuído. Este “efeito de diluição” é um conceito importante relacionado à concentração de proteína, bem como à concentração de muitos outros componentes de qualidade nas culturas.

Os cereais são compostos principalmente de amido (60%) e proteína (14%), além de minerais, óleos, água e outros compo-nentes secundários. O principal produto de armazenamento dos cereais é o amido, que se concentra no endosperma. Deste modo, aumentos na produtividade da cultura ocorrrem basicamente devido ao aumento da quantidade de amido (Figura 1). Com o aumento da quantidade de amido há “diluição” da concentração de proteína e de outros componentes presentes no gérmen, reduzindo as suas concentrações. A concentração final de proteína no grão, portanto, reflete o equilíbrio entre as quantidades de proteína e de carboidratos que a planta foi capaz de assimilar e passar para o grão. O aumento do potencial produtivo da cultura sem o aumento concomitante do suprimento de nitrogênio, pela melhora, por exemplo, das condições de crescimento ou utilização de cultivares com maior rendimento, muitas vezes reduz a concentração de proteína nos grãos.

A adubação também pode influenciar o equilíbrio dos amino-ácidos na cultura. A adubação nitrogenada aumenta a quantidade de glúten no trigo e de zeína no milho, ambos com teores baixos do aminoácido limitante lisina. Portanto, os benefícios nutricionais advindos da adubação nitrogenada podem ser menores em relação ao aumento da concentração de proteína. Em contraste, observou-se que a adubação nitrogenada em arroz aumenta a concentração de glutelina, a qual é relativamente rica em lisina. Assim, a adubação nitrogenada em arroz tem um benefício proporcionalmente maior sobre a qualidade do que sobre a quantidade de proteína. Em batata, a concentração de proteína também aumenta com a aplicação de N, mas o valor biológico é menor, porque a proporção de asparagina aumenta enquanto a concentração dos aminoácidos essenciais diminui.

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16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

Óle

o ou

pro

teín

a na

sem

ente

(%)

Proteína

Óleo

45

44

43

42

41

40

39

380 30 60 90

Não só o N tem efeito dominante sobre o teor de proteína nas culturas, como também o S tem influência importante. O S é constituinte dos aminoácidos cisteína e metionina e estes são essenciais para a qualidade nutricional e funcional das culturas. Na panificação, os aminoácidos do glúten de trigo que contém S formam ligações cruzadas na massa, criando uma rede elástica e contínua que retém o CO2 libertado durante o processo de fermentação, desencadeado pelas leveduras, permitindo, assim, o crescimento do pão (Figura 3).

Assim como os conteúdos de carbohidratos e de proteínas apresentam-se inversamente relacionados nos cereais, também as concentrações de óleo e de proteína estão inversamente relacionadas nas culturas oleaginosas (Figura 4). Portanto, os fertilizantes nitrogenados geralmente aumentam a concentração de proteína mas diminuem a concentração de óleo na planta. O potássio (K) e o fósforo (P) parecem ter pouco efeito sobre a concentração de óleo. Quanto ao S, há relatos de que ele aumenta a concentração de óleo em canola cultivada em solos deficientes no elemento. No entanto, há pouca informação disponível sobre o efeito do manejo de fertilizantes no perfil de ácidos graxos dos óleos vegetais. Alguns estudos mostram um aumento na concentração de ácido linoleico em canola com o uso da adubação nitrogenada, mas este é um tema que requer mais pesquisas.

Figura 4. A adubação nitrogenada aumenta a concentração de proteína mas diminui a concentração de óleo em canola.

pontes de dissulfeto conectadas às faixas

de proteína

Figura 3. Os aminoácidos que contém enxofre são importantes na pani-ficação. As ligações de enxofre na massa ajudam a reter o CO2 que faz o pão crescer.

A adubação com S pode aumentar a concentração de cisteína e de metionina, melhorando a qualidade da proteína na batata e na soja.

Os óleos saudáveis na dieta também se originam das plantas. A soja e a canola (colza) são consideradas as duas principais culturas anuais oleaginosas, sendo que o milho também pode ser usado para a produção de óleo. Os óleos e as gorduras são importantes na dieta como constituintes das membranas celulares, mitocôndrias e organelas intracelulares. Os ácidos graxos insaturados – ácido linoléico e ácido α-linolênico – são essenciais para a saúde. A falta de óleo na dieta também pode limitar a absorção de vitamina A e de carotenóides vegetais. Os óleos e as gorduras devem constituir cerca de 20 a 35% das calorias na dieta. O consumo é frequentemente baixo nos países em desenvolvimento, somente 8-10% de calorias dos alimentos, porém é mais do que desejável em grande parte dos países desenvolvidos. O excesso de ácidos graxos saturados na dieta pode aumentar o risco de doenças arteriais coronarianas. Em contraste, as gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas, especialmente os ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6, são associadas a melhores níveis de colesterol no sangue, melhora nos níveis de insulina, melhor controle de açúcar no sangue e redução do risco de doença cardíaca.

Os produtos vegetais também são importantes fontes de micro-nutrientes na dieta. As deficiências de micronutrientes são difundidas e crescentes. Estima-se que 40% da população mundial esteja deficiente em ferro (Fe), vitamina A e iodo (I), enquanto o selênio (Se) e o zinco (Zn) também são de interesse. As deficiências de micronutrientes podem levar ao aumento da mortalidade infantil, da sensibilidade à doença e da toxicidade de metais pesados, além de cegueira, anemia, defeitos no tubo neural e desempenho cognitivo reduzido.

A deficiência de Zn na dieta está intimamente relacionada aos baixos níveis do elemento no solo. Grãos integrais, cereais e leguminosas são importantes fontes de Zn na dieta, mas a concen-tração do elemento nessas culturas encontra-se em níveis muitas vezes menores do que os desejáveis. É também importante notar que a maior parte do Zn, assim como de outros micronutrientes, está concentrada na camada periférica dos grãos, que dá origem ao farelo dos cereais. Assim, os grãos integrais são fontes muito melhores de micronutrientes, comparadas ao arroz polido ou à farinha branca. A concentração de Zn nas culturas é fortemente afetada pelo manejo de fertilizantes. Ambos os esforços de manejo agronômico – apli-cação no solo e foliar – estão sendo utilizados para aumentar a concentração de Zn e de outros nutrientes essenciais nas culturas, visando o aumento do rendimento e a correção do seu teor em solos deficientes. Por outro lado, o fósforo pode diminuir a absorção e a translocação de Zn na planta, reduzindo a sua concentração. Além disso, o P é armazenado nas culturas de cereais como fitato e o aumento da adubação fosfatada pode aumentar a concentração deste composto na planta. O fitato reduz a absorção de Zn e de outros micronutrientes em monogástricos, incluindo os seres humanos. Portanto, a adubação fosfatada pode ter um duplo efeito negativo sobre o Zn na dieta, tanto pela redução da concentração de Zn nos cereais como na redução de sua biodisponibilidade.

N (kg ha-1)

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 17

O selênio (Se) é outro micronutriente que pode ser afetado pelo manejo de fertilizantes. O Se é um antioxidante importante e há evidências de que o aumento do elemento na dieta pode reduzir o risco de câncer e de doenças cardiovasculares. No entanto, o excesso de Se pode ser prejudicial; assim, o equilíbrio é importante. A concentração de Se pode ser aumentada muito facilmente pela aplicação de uma série de fertilizantes contendo o elemento. Na Finlândia e na Nova Zelândia adiciona-se selênio em fertilizantes para melhorar a produtividade da pecuária e a saúde humana. O Reino Unido também está pesquisando métodos de aumento da concentração de Se em plantas cultivadas localmente porque o Se na dieta média está abaixo dos níveis ideais.

Enquanto as deficiências de micronutrientes são genera-lizadas, os níveis em excesso de outros minerais também podem levar a problemas de saúde. O cádmio (Cd) e o arsênio (As) são de particular preocupação, principalmente em alimentos básicos como trigo, batata e arroz, que compõem uma parte importante da dieta. Altos níveis de Cd na dieta tem sido associados a problemas renais, doença de Itai-Itai e, possivelmente, a câncer, enquanto o As é um conhecido agente cancerígeno e também pode causar uma série de problemas neurológicos, de desenvolvimento, cardiovas-culares, de pele e do sistema imunológico. O risco está associado ao consumo a longo prazo e está relacionado com a concentração na alimentação, multiplicada pela quantidade consumida, de modo que, se a quantidade consumida é baixa, o risco também é baixo.

A concentração de Cd é fortemente afetada pela genética das culturas, variando tanto entre espécies como entre cultivares dentro de uma espécie. Culturas como arroz, trigo, girassol, linho e soja tendem a acumular concentrações relativamente elevadas de Cd. O arroz é particularmente preocupante, porque é o principal alimento básico e o Cd se torna altamente biodisponível devido à sua baixa concentração de Zn e Fe. O Zn e o Fe restringem a absorção de Cd pelo intestino e os baixos níveis desses nutrientes na dieta podem aumentar a biodisponibilidade de Cd. Dietas de subsistência à base de arroz são muitas vezes mal diversificadas, com falta de carne, laticínios e produtos vegetais com nutrientes que podem reduzir a absorção de Cd. Em regiões contaminadas, o alto consumo de alimentos cultivados localmente aumenta o risco.

A concentração de Cd é diretamente afetada pelo manejo da adubação porque os fertilizantes fosfatados contém Cd, cujo teor varia de traços a centenas de partes por milhão. O Cd pode se acumular no solo com aplicações de P a longo prazo, sendo que o seu acúmulo está relacionado à taxa de adubação, à concentração de Cd em fertilizantes e à frequên cia da aplicação de fertilizantes. As perdas de Cd do sistema tendem a ser pequenas e são, princi-palmente, pela exportação nas colheitas. A disponibilidade do Cd adicionado ao solo está relacionada com as características do solo, sendo maior em solos com baixo pH e com baixa capacidade de adsorção. A aplicação de um fertilizante nitrogenado também pode aumentar a disponibilidade de Cd para a planta, possivelmente pelos efeitos no potencial osmótico do solo ou pH do solo. Por outro lado, o Zn compete com o Cd por sítios de absorção e translocação na planta. Portanto, a aplicação de Zn pode ser uma prática eficiente para reduzir a acumulação de Cd nas culturas, principalmente em solos com baixo teor de Zn disponível.

O As encontra-se naturalmente presente no solo e se apre-senta em níveis naturalmente elevados na Ásia. O arroz absorve o As inorgânico por meio do sistema de transporte de fosfato e Si. O As é comum em arroz porque as condições anaeróbias nos solos aumentam a disponibilidade do elemento. O cultivo de arroz em condições aeróbias, incluindo os canteiros, pode reduzir a absorção desse mineral. O maior

potencial redox encontrado nos canteiros causa a adsorção de As na superfície dos óxidos de ferro, reduzindo a sua disponibilidade. Além disso, o As no solo oxidado está na forma de arseniato e sua absorção é suprimida pelo fosfato, ao contrário do que ocorre com a forma de arsenito encontrada no solo inundado. No entanto, o fosfato também concorre com o arseniato e com o arsenito pela adsorção na superfície dos óxidos de ferro, aumentando a quantidade disponível para absorção. O status de fosfato na planta também pode afetar a secreção de fito-sideróforos pelas plantas, a formação de placas e a retroregulação da absorção de arseniato pelos transportadores de fosfato. Portanto, em condições alagadas, a adubação fosfatada pode aumentar a absorção de As pelas plantas, embora mais estudos ainda sejam necessários para confirmar esse efeito. Há também algumas evidências de que a aplicação de Fe pode diminuir o acúmulo de As em arroz.

A aplicação de Fe pode aumentar a formação de placas de óxidos de ferro na superfície da raiz, aumentando a adsorção de arsenito e reduzindo sua disponibilidade. A adubação com S também pode reduzir o teor de As no arroz, possivelmente pelo aumento da formação de placas e pela adsorção de arsenito, levando a menor absorção e translocação do elemento da raiz para a parte aérea e desta para os grãos. O S também pode aumentar a formação de glutationa e a formação de complexos de fitoquelatina, sequestrando o As no vacúolo e, assim, diminuindo seu movimento para os grãos. O S também pode formar precipitados no solo com o As, reduzindo a sua disponibilidade.

A aplicação de Si tem se mostrado benéfica na redução da absorção de As pelo arroz. O arroz é um forte acumulador de Si e este, como fertilizante, pode ajudar na resistência ao estresse e aumentar a produção de arroz. O Si e o arsenito competem pelos transportadores na absorção e no efluxo e, desta forma, a adubação com Si diminui a absorção de As, reduzindo o acúmulo do elemento na parte aérea e, em menor medida, nos grãos. Há evidências de que o Si reduz a acumulação de As inorgânico em maior proporção do que a acumulação de As orgânico, de modo que o benefício para a saúde é ainda maior do que o efeito da concentração total de arsênio, uma vez que a forma inorgânica é mais prejudicial.

Em resumo, as culturas são importantes fontes de proteínas, óleos e micronutrientes para a dieta humana, mas podem também ser uma fonte significativa de elementos potencialmente nocivos. As práticas de manejo devem ser projetadas para aumentar as características benéficas das culturas e reduzir as prejudiciais. O manejo de nutrientes vai afetar tanto a qualidade funcional quanto a nutricional das culturas. O manejo do N, em particular, terá grande impacto no teor de proteína e na composição de aminoácidos. O manejo de nutrientes também pode afetar a concentração de óleo, com efeito menor sobre a composição de ácidos graxos. A concen-tração de micronutrientes benéficos, especialmente Zn e Se, pode ser aumentada pelo fornecimento de nutrientes. A concentração da elementos prejudiciais, como As e Cd, pode ser aumentada ou reduzida por meio de práticas de manejo de nutrientes. Portanto, o manejo adequado de nutrientes é uma ferramenta importante para aumentar tanto a quantidade como a qualidade do alimento que deve ser produzido para sustentar a crescente população mundial.

REFERÊNCIAS

FONTAINE J.; HORR, J.; SCHIRMER, B. Near-infrared reflectance Spectroscopy enables the fast and accurate prediction of the essential amino acid contents in soy, rapeseed meal, sunflower meal, peas, fishmeal, meat meal products, and poultry meal. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 49, p. 57-66, 2000.

USDA-ARS. United States Department of Agriculture. National Nutrient Database for Standard Reference, Release 23. Disponível em: <http://www.ars.usda.gov/nutrientdata>. Acesso em: 20 jan. 2010.

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18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

DIVuLGANDO A PESQuISA

CALIBRAÇÃO DE MÉTODOS DE ANÁLISE DE FÓSFORO E RESPOSTA DA SOJA À ADUBAÇÃO FOSFATADA NA REGIÃO CENTRO-SUL DO MATO GROSSO DO SUL1

Sidnei Kuster Ranno2; Marlene Estevão Marchetti3; Leandro Souza da Silva4; Dirceu Luiz Broch5

1 Parte do trabalho de Tese de Doutorado do primeiro autor, apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal da Grande Dourados, como um dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Agronomia.

2 Engenheiro Agrônomo, Dr. em Agronomia; e-mail: [email protected]. 3 Dra., Professora Associada, Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS.4 Dr., Professor Associado, Departamento de Solos, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. 5 Engenheiro Agrônomo, M.Sc., Diretor Executivo da MS Integração Planejamento e Desenvolvimento Agropecuário Ltda.

Este trabalho objetivou calibrar os teores de fósforo (P) disponível por Mehlich-1 e Resina, estimar as doses de P para a máxima eficiência técnica e econômica e

avaliar, técnica e economicamente, a adubação fosfatada corretiva total e gradual.

Instalou-se um experimento a campo durante as safras 2007/2008 a 2010/2011 na Fazenda Salgador (21o 38' S; 55o 05' O), em Maracaju, MS, em um Latossolo Vermelho Distroférrico típico de textura argilosa. O experimento foi instalado no delineamento experimental de blocos casualisados com parcelas subdivididas. Os tratamentos foram constituídos de quatro doses de P via fosfatagem – Fator A (0, 100, 200 e 300 kg ha-1 P2O5), aplicadas na parcela, previamente à primeira safra e, cinco doses de P de manutenção – Fator B (0, 45, 90, 135 e 180 kg ha-1 P2O5), aplicadas em subparcela no sulco de plantio da soja, anualmente, utilizando-se como fonte de P o superfostato triplo. Anualmente, avaliou-se o teor foliar de P no estádio fenológico R2 e a produtividade da soja e, além disso, após a colheita da primeira safra (2007/2008) e da quarta safra (2010/2011), avaliaram-se os teores de P-disponível pelos extratores Mehlich-1 e Resina na camada de 0-0,2 m.

Os níveis críticos de P-Mehlich-1 e P-Resina para este solo sob sistema de plantio convencional foram de 8 mg dm-3 e 16 mg dm-3, respectivamente. Sob sistema plantio direto, os níveis críticos de P-Mehlich-1 e P-Resina ficaram em 12 mg dm-3 e 20 mg dm-3, respectivamente, como pode ser visto na Tabela 1.

Tabela 1. Interpretação da análise de solo para fósforo extraído por Mehlich-1 e Resina visando a recomendação de adubação fosfatada no sistema plantio direto, classes de teores de fósforo no solo e níveis críticos de fósforo por Mehlich-1 e Resina. Dourados, UFGD, 2012.

ExtratorClasses de teores de P no solo

Muito baixo0-60%

Baixo 61-80%

Médio 81-90%

Adequado 91-100%

Alto ≥ 100%

- - - - - - - - - - - - - - - - - (mg dm-3) - - - - - - - - - - - - - - - - -

Mehlich-11 0 – 4 4,1 – 8 8,1 – 12 12,1 – 16 ≥ 16Resina2 0 – 8 8,1 – 14 14,1 – 20 20,1 – 26 ≥ 26

1 A interpretação para Mehlich-1 obtida por meio desse experimento pode ser expandida para solos com características semelhantes, cuja camada superficial (0-0,2 m de profundidade) apresente um teor de argila entre 500 e 600 g kg-1.

2 A interpretação para Resina obtida através deste experimento pode ser expandida para solos com características semelhantes, especialmente aqueles com textura superficial argilosa.

NC = Nível crítico = 90% da produção relativa.

Tabela 2. Indicação de doses de PCORREÇÃO e PSULCO para recomendação de adubação fosfatada no sistema plantio direto, em solos argilosos (500-600 g kg-1 argila) da Região Centro-Sul de Mato Grosso do Sul, com teores iniciais muito baixos de P-disponível. Dourados, UFGD, 2012.

Teor de argila(g kg-1)

Adubação fosfatada1

Corretiva total2 Corretiva gradual3

P Muito baixo P Baixo P Médio P Muito baixo P Baixo P Médio

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg ha-1 P2O5) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

500-600 300 200 100 120 100 80

1 Adubação fosfatada: as indicações de adubação fosfatada corretiva total e gradual para a cultura da soja foram calculadas com base na Capacidade Tampão de Fósforo (CT) e foram elaboradas para uma expectativa de produção de grãos de 3.000 kg ha-1.

2 Corretiva total: a adubação fosfatada corretiva total do solo é realizada de uma só vez (à lanço e incorporada), com posterior adubação fosfatada de manutenção do nível de fertilidade atingido.

3 Corretiva gradual: a adubação fosfatada corretiva gradual do solo é feita no sulco de semeadura, em substituição à adubação de manutenção. Pode ser utilizada quando não há possibilidade de realização da adubação fosfatada corretiva total do solo.

Quando o resultado da análise dos teores de fósforo extraídos por Mehlich-1 e/ou Resina em solos argilosos (500-600 g kg-1 argila) deficientes em fósforo da Região Centro-Sul de Mato Grosso do Sul indicar teores classificados como “Muito Baixo”, “Baixo” ou “Médio” de P-disponível, sugere-se realizar a adubação fosfatada corretiva, que pode ser feita de duas formas, conforme descrito na Tabela 2.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 19

EM DESTAQUE

EXCURSÃO TÉCNICA NO MARANHÃO

Dr. Valter Casarin, Diretor Adjunto do IPNI Brasil, participou de excursão técnica de dois dias, organizada por uma empresa coope-rada, a campos agrícolas do Maranhão. No primeiro dia, a visita ocorreu em duas fazendas onde a adubação da cultura da soja é feita à lanço. Foi possível observar que este tipo de manejo limita o desen-volvimento do sistema radicular da planta nos primeiros centímetros de profundidade do solo. O segundo dia foi dedicado à visita a um campo de milho, onde um projeto de pesquisa do IPNI encontra-se atualmente em curso. A cultura apresentava bom desenvolvimento e alguns resultados interessantes deste projeto são esperados em breve.

Foi possível avaliar o efeito do ataque da lagarta-falsa- medideira da soja (Pseudoplusia includens) em áreas do Maranhão e Piauí. Altas temperaturas e estresse hídrico ajudaram na proliferação da lagarta e permitiram danos severos à cultura. Essas regiões apre-sentam grande potencial produtivo, porém, a falta de informações sobre o correto manejo nutricional e o controle adequado de pragas são fatores que ainda limitam a produtividade da soja.

Efeito da adubação à lanço sobre o sistema radicular da soja.

VISITA A FAZENDAS NO PARANÁ

Dr. Luis Prochnow, Diretor do IPNI Brasil, excursionou por duas regiões importantes do Estado do Paraná – Castro e Guarapuava – com o objetivo de visitar culturas de soja e de milho e interagir com pesquisadores da região. A visita a diferentes expe-rimentos e o contato com diversos agricultores permitiu a todos os envolvidos a oportunidade de compartilhar experiências acerca de questões sobre a nutrição de plantas. Os destaques da visita foram as discussões sobre possíveis problemas e soluções ambientais para a região de Castro e os fatores que proporcionam as excelentes colheitas em Guarapuava, onde se esperam rendimentos médios de soja e de milho de 3,7 e 11,8 t ha-1, respectivamente, na fazenda de um dos cooperados. "Tais visitas ao campo são essenciais e bené-ficas em muitos aspectos da nossa missão", comentou Dr. Prochnow.

Visita a uma plantação de milho em Guarapuava, PR.

IPNI SCHOLAR AWARD 2014 PRÊMIO PARA ESTUDANTES DE PÓS-GRADUAÇÃO

Estão abertas as inscrições para o IPNI Scholar Award 2014. São elegíveis ao Prêmio os estudantes de Pós-Graduação

inscritos nas disciplinas de Ciência do Solo e Nutrição de Plantas, incluindo agronomia, horticultura, ecologia, fertilidade do solo, química do solo, fisiologia da produção e outras áreas relacionadas. O prêmio reconhece as realizações em pesquisa, extensão ou educação que objetivam o manejo eficiente de nutrientes de plantas aliado ao aumento do rendimento potencial das culturas agrícolas.

Prêmios individuais de US$ 2.000 serão atribuídos aos vencedores.

O prazo para as inscrições expira em 30 de abril de 2014. Mais detalhes sobre o Prêmio estão disponíveis no site do

IPNI: www.ipni.net/scholarDesfolha em folha de soja causada pela lagarta-falsa-medideira na

região de Balsas (MA).

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20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

PROJETO GLOBAL MAIZE

Diretores do IPNI Brasil receberam a visita de coloboradores americanos do Projeto Global Maize (GMP) – Dr. Steve Phillips, Dr. Wade Thomason e Paul Davis – e, juntos, visitaram vários campos de pesquisa do GMP em Ponta Grossa, PR, e Itiquira, MT. A equipe americana também participou de uma mesa-redonda, com o grupo brasileiro, para discutir os resultados relacionados ao projeto. Dr. Eros Francisco, Diretor Adjunto do IPNI Brasil, ajudou a conduzir uma excursão por fazendas da região sul do Mato Grosso. “Esta troca de experiências favorecerá os dois grupos e promoverá maior questionamento e busca de respostas para apri-morar o projeto Global Maize”, disse Francisco. O grupo brasileiro foi composto por Dr. Luís Prochnow, Dr. Valter Casarin, Dr. Adriel Fonseca, Dr. Claudinei Kappes e Dr. Aildson Duarte.

Colaboradores brasileiros e americanos do Projeto Global Maize.

IPNI NA 2a REUNIÃO OESTE DE CIÊNCIA DO SOLO

Dr. Eros Francisco, Diretor Adjunto do IPNI Brasil, parti-cipou da 2ª Reunião Oeste de Ciência do Solo, em Rio Verde, GO – um evento regional promovido pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo para discutir temas atuais relacionados à Ciência do Solo. A Reunião este ano apresentou como tema "Desafios para a Ciência do Solo na fronteira agrícola brasileira" e contou com a participação de cerca de 350 profissionais ligados a ensino, pesquisa e extensão, cooperativas e associações, além de produ-tores rurais e estudantes. Um dos desafios discutidos durante a reunião esteve relacionado aos boletins de recomendação de adubação para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás (região Centro-Oeste). Um grupo de cientistas e pesqui-sadores foi criado para atualizar esses documentos e o IPNI foi convidado para integrar este grupo. "A atualização destas infor-mações é crucial, tendo em vista a mudança considerável que tem ocorrido na agricultura desde a década de 1980. Rendimento de culturas, manejo de campos, doenças e insetos, e mais fortemente a genética, têm se desenvolvido muito ao longo das últimas duas décadas, o que têm aumentado a demanda de nutrientes pelas culturas e incentivado os agricultores a prestar mais atenção no estado nutricional de suas culturas", disse Dr. Francisco, ao aceitar o convite para fazer parte do grupo.

Vista geral da plateia durante a Reunião.

USO DE FOSFOGESSO NA AGRICULTURA BRASILEIRA

Dr. Luis Prochnow, Diretor do IPNI Brasil, apresentou uma palestra sobre Uso do fosfogesso na agricultura brasileira durante o ASA Annual Meeting, ocorrido em Nashville, Estados Unidos. O Brasil tem muita experiência no uso do fosfogesso. Com base em centenas de experimentos de campo realizados em todo o país, agora é possível usar esse produto com eficiência para melhorar a acidez do subsolo. "Meu objetivo, nesse encontro, foi discorrer sobre as experiências de sucesso com o uso de fosfogesso na agricultura brasileira. Tendo em vista o crescente interesse dos Estados Unidos e de outros países pelo fosfogesso, considero que nossa experiência pode servir como bom exemplo no trato de tal produto residual. Não há dúvida de que o fosfogesso, ou outras formas de gesso, são eficientes como tecnologia adequada para corrigir a acidez do subsolo e aumentar a eficiência de utilização de nutrientes", considerou Dr. Prochnow.

CURSO BÁSICO SOBRE FERTILIZANTES E BOAS PRÁTICAS DE MANEJO DE NUTRIENTES

Dr. Eros Francisco, Diretor Adjunto do IPNI Brasil, minis-trou uma palestra sobre gerenciamento das decisões de adubação em relação aos sistemas de produção de grãos e de fibras no 64o SIMPAS (Sistemas Integrados de Manejo na Produção Agrícola Sustentável). O evento, que é realizado duas vezes ao ano, é de grande importância para os produtores de soja, milho, algodão e para consul-tores agrícolas do país. O objetivo do encontro é promover a discussão sobre aspectos básicos da produção agrícola, incluindo temas como fertilidade do solo e manejo da nutrição de plantas. "A oportunidade de conversar diretamente com os produtores nos permite educar os tomadores de decisão nas explorações agrícolas sobre os princípios do uso de nutrientes 4C, e isso é fundamental", disse Dr. Francisco.

NUTRIENTS FOR LIFE FOUNDATION NO BRASIL

O IPNI Brasil e a ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos – estão trabalhando em conjunto no intuito de estabelecer a Fundação Nutrientes para a Vida – Nutrient for Life Foundation (NFL) – no Brasil. A Fundação é dedicada a educar e fornecer informações baseadas em fatos científicos sobre a impor-tância e os benefícios do uso correto dos fertilizantes na agricultura, reforçando o papel dos nutrientes na produção e preservação dos alimentos. A intenção é que a NFL se torne, no Brasil, uma orga-nização sem fins lucrativos, mantida com recursos provenientes, basicamente, da indústria de fertilizantes.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 21

PAINEL AGRONÔMICO

EMBRAPA DESENVOLVE PLANTAS DE ALFACE COM MAIOR TEOR DE ÁCIDO FÓLICO

A anencefalia tem sido foco de discussões no Brasil que envolvem médicos, cientistas, juristas, religiosos e a sociedade em geral. Polêmicas à parte, a má notícia é que a incidência de fetos anencéfalos vem aumentando nas últimas décadas e hoje é de um em cada 700 no Brasil, o que é um índice relativamente alto. O Brasil é o quarto país do mundo com maior prevalência de nascimentos de bebês com anencefalia, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Por outro lado, a boa notícia é que a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está desenvolvendo uma pesquisa para aumentar o teor de ácido fólico, ou vitamina B9, nas plantas de alface.

A pesquisa, coordenada pelo pesquisador Francisco Aragão, começou em 2006 com o objetivo de desenvolver plantas de alface geneticamente modificadas com maior teor de ácido fólico. Segundo ele, a alface já produz essa vitamina, mas em pequenas quanti-dades. O que ele e sua equipe fizeram foi aumentar a produção das moléculas que dão origem ao ácido fólico através da introdução de genes de Arabidopsis thaliana, que é uma planta-modelo, muito utilizada na biotecnologia vegetal. Mas, mesmo antes dos cruzamentos, os resultados da pesquisa são muito satisfatórios, como explica Aragão. A dose diária de ácido fólico recomendada para um adulto a partir de 15 anos é de 0,4 mg (= 400 µg), o que significa que a ingestão de apenas duas folinhas das alfaces GM desenvolvidas pela Embrapa representa 70% da vitamina que precisamos diariamente. “É uma perspectiva muito promissora, especialmente se levarmos em consideração que os programas de biofortificação de alimentos, geralmente, consideram 30% uma quantidade suficiente. Conseguimos mais do que o dobro”, comemora o pesquisador. (Grupo Cultivar)

SOJA TRANSGÊNICA x SOJA NATURAL

Ao comparar a variedade de soja transgênica mais cultivada no Brasil (MSOY 7575 RR) com um equivalente natural (MSOY 7501), pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) observaram que as sementes geneticamente modificadas apresentam teores mais elevados e mais biodisponíveis dos micronutrientes cobre e ferro.

As análises tam-bém indicaram diferen-ça na concentração de proteínas e nos níveis de enzimas antioxi-dantes, como catalase, superóxido dismutase, ascorbato peroxidase e glutationa redutase. Os dados sugerem que a transgenia induz na planta um estado de estresse oxidativo. Ela então passa a produzir mais enzimas antioxidantes na tentativa de encontrar um novo equilíbrio e isso parece acelerar todo o seu metabolismo – contou Marco Aurelio Zezzi Arruda, professor do Instituto de Química da Unicamp, coordenador do estudo apoiado pela FAPESP e pesqui-sador do projeto temático "Estresse oxidativo induzido por metais: novas abordagens", coordenado por Ricardo Antunes de Azevedo, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), USP.

Zezzi ressalta que os impactos dessas alterações para o ambiente e para a saúde de quem se alimenta da soja transgênica não foram objeto da pesquisa e ainda precisam ser mais bem estudados. Mas, no que se refere ao desenvolvimento da planta, o estresse oxidativo e a cascata de efeitos bioquímicos que ele desencadeia parecem ser benéficos. A soja transgênica tem uma taxa de sucesso mais alta na germinação, desenvolve maior teor de matéria orgâ-nica e cresce mais rapidamente. A planta responde de forma mais exacerbada a qualquer estímulo externo que é dado, como elevação na temperatura ou na quantidade de água. Se há alguma resposta negativa também aumentada, ainda não sabemos – afirmou Zezzi.

O metabolismo acelerado também faz com que a planta capte maior quantidade de nutrientes do solo. As análises nutricionais indicaram que as sementes transgênicas tinham 39% mais cobalto, 40% mais cobre e 20% mais ferro do que as sementes naturais. A variedade natural ganhou apenas no nível de estrôncio, 34% maior que o da transgênica.

Simulamos em laboratório, com auxílio de reagentes químicos, um processo de digestão gástrica e outro de digestão intestinal e verificamos que esses micronutrientes estão mais biodis-poníveis na soja transgênica. Na variedade natural esses metais costumam estar ligados a diferentes compostos, o que torna sua absorção mais difícil – explicou Zezzi.

De acordo com o pesquisador, todas as análises foram feitas com plantas cultivadas nas mesmas condições de solo, temperatura e irrigação. (Agência Fapesp)

A soja transgênica tem uma taxa de sucesso mais alta na germinação.

CAFÉ DEFEITUOSO PODE VIRAR BIODIESEL

Depois de três anos de testes, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) comprovaram a viabilidade de se converter óleo de café em biodiesel. O estudo pioneiro dos professores da Escola de Engenharia da UFMG sugere a produção de combustível a partir de grãos de café defeituosos, considerados impróprios para o consumo. A intenção da pesquisa, no entanto, não é estabelecer uma nova fonte energética. "Queremos dar uma alternativa de uso para os grãos defeituosos", afirma o coordenador do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Café da Universi-dade, Leandro Soares de Oliveira. O óleo de café, segundo ele, poderia ser reaproveitado nas próprias fazendas e cooperativas produtoras, como combustível para equipamentos, tratores e caminhões. Além de econômica, a nova alternativa reduziria o impacto ambiental no meio rural. A tecnologia para a produção do biodiesel a partir de grãos impróprios para o consumo já está em fase de aperfeiçoamento.

Os grãos defeituosos representam, em média, 20% da produção nacional de café. Uma outra vantagem do projeto apon-tada por ele é que, ao estabelecer uma nova finalidade para essas sementes, os produtores terão a possibilidade de regular a oferta de café em períodos de supersafra. (Revista Cafeicultura)

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22 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

CuRSOS, SIMPÓSIOS E OuTROS EVENTOS

15/ABRIL/2014 – TERÇA-FEIRA

08:30-09:00 h Abertura

PERíODO I Mediador: Dr. Valter Casarin, IPNI

09:00-10:00 h Palestra 1: Dinâmica de nutrientes no sistema solo-planta visando as boas práticas para uso eficiente de fertilizantes (BPUFs). Dr. Eros Fran-cisco, IPNI Brasil, Rondonópolis, MT

10:00-10:15 h Perguntas sobre a Palestra 1

10:15-10:45 h Coffee break

10:45-11:45 h Palestra 2: Manejo da acidez do solo como fundamento para BPuFs. Dr. Eduardo Fávero Caires, UEPG, Ponta Grossa, PR

11:45-12:00 h Perguntas sobre a Palestra 2

12:00-14:00 h Almoço

PERíODO II Mediadora: Dra. Marlene Marchetti, uFGD

14:00-14:15 h Momento BPUFs: Conceito 4C de nutrição de plantas. Dr. Valter Casarin, IPNI Brasil, Piraci-caba, SP

14:15-15:15 h Palestra 3: Manejo das condições físicas do solo como prática para uso de fertilizantes. Dr. Cássio Tormena, UEM, Maringá, PR

15:15-15:30 h Perguntas sobre a Palestra 3

15:30-16:00 h Coffee break

16:00-17:00 h Palestra 4: Otimização na aplicação de fertili- zantes e corretivos agrícolas. Dr. Pedro Henrique de Cerqueira Luz, FZEA/USP, Pirassununga, SP

17:00-17:15 h Perguntas sobre a Palestra 4

17:15-18:15 h Palestra 5: Estamos utilizando corretamente as ferramentas da agricultura de precisão como suporte para as BPuFs? Dr. Leandro Gimenez, Fundação MT, Rondonópolis, MT

18:15-18:30 h Perguntas sobre a Palestra 5

VI SIMPÓSIO REGIONAL IPNI BRASIL SOBREBOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES

16/ABRIL/2014 – QuARTA-FEIRA

PERíODO III Mediador: Dr. Renato Roscoe, Fundação MS

08:00-08:15 h Momento BPUFs: Balanço de nutrientes na pro-priedade - como fazer e para que serve? Eng. Agr. José Francisco Cunha, Tec-Fértil, São Paulo, SP

08:15-09:00 h Palestra 6: BPuFs para soja. Dr. Adilson Oliveira Junior, Embrapa Soja, Londrina, PR09:00-09:30 h Palestra 7: Informações locais - BPuFs para soja

em Mato Grosso do Sul. Dr. Carlos Hissao Kurihara, Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS

09:30-10:00 h Perguntas sobre as Palestras 6 e 710:00-10:30 h Coffee break10:30-11:15 h Palestra 8: BPuFs para cana-de-açúcar. Dra. Raffaella Rossetto, APTA Regional Centro Sul, Piracicaba, SP11:15-11:45 h Palestra 9: Informações locais - BPuFs para cana-

de-açúcar em Mato Grosso do Sul. Dr. Laércio Alvez de Carvalho, UEMS, Dourados, MS

11:45-12:15 h Perguntas sobre as Palestras 8 e 912:15-14:00 h Almoço

PERíODO IV Mediador: Dr. Eros Francisco, IPNI Brasil

14:00-14:45 h Palestra 10: BPuFs para milho. Dr. Aildson Pereira Duarte, IAC, Campinas, SP

14:45-15:15 h Palestra 11: Informações locais - BPuFs para milho em Mato Grosso do Sul. M. Sc. Douglas de Castilho Gitti, Fundação MS, Maracajú, MS

15:15-15:45 h Perguntas sobre as Palestras 10 e 1115:45-16:15 h Coffee break16:15-17:15 h Palestra 12: Sistemas de produção e eficiência

agronômica de fertilizantes. Dr. Carlos Alexandre Crusciol, UNESP, Botucatu, SP

17:15-17:30 h Perguntas sobre a Palestra 1217:30-18:00 h Considerações finais e encerramento. Dr. Eros Francisco, IPNI Brasil, Rondonópolis, MT

PROGRAMA

Local: Auditório da Universidade Federal da Grande Dourados,Rua João Rosa Góes, 1761, Vila Progresso Dourados, MS

Fone: (67) 3410-2707Data: 15 e 16 de Abril de 2014Inscrições: Somente através do website do IPNI Brasil:

www.ipni.org.br

Informações: International Plant Nutrition Institute - IPNI BrasilContato: Elisangela ToledoTelefone/fax: (19) 3433-3254 ou (19) 3422-9812Email: [email protected]

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 23

20/MAIO/2014 – TERÇA-FEIRA

08:30-09:00 h Abertura

PERíODO I Mediador: Dr. Fernando Garcia, IPNI, Buenos Aires, Argentina

09:00-10:00 h Palestra 1: Dinâmica de nutrientes no sistema solo-planta visando BPuFs - Dr. Luís Prochnow, IPNI Brasil, Piracicaba, SP, Brasil

10:00-10:15 h Perguntas sobre a Palestra 110:15-10:45 h Coffee break10:45-11:45 h Palestra 2: Manejo da acidez do solo como

fundamento para BPuFs - Dr. Eduardo Fávero Caires, UEPG, Ponta Grossa, PR, Brasil

11:45-12:00 h Perguntas sobre a Palestra 212:00-13:45 h Almoço

PERíODO II Mediador: Dr. Eros Francisco, IPNI, Rondo-nópolis, MT, Brasil

13:45-14:30 h Palestra 3: Ferramentas de agricultura de precisão para uso eficiente de fertilizantes - Dr. Leandro Gimenez, Fundação MT, Rondonó-polis, MT, Brasil

14:30-15:00 h Palestra 4: Informações locais - Aplicações da agricultura de precisão para uso eficiente de fertilizantes - Dr. Enrique Hahn, Colonias Uni-das, Paraguai

15:00-15:30 h Debate sobre agricultura de precisão - Perguntas sobre as Palestras 3 e 4

15:30-16:15 h Palestra 5: Manejo das condições físicas do solo para uso eficiente de fertilizantes - Dr. Cássio Tormena, UEM, Maringá, PR, Brasil

16:15-16:30 h Perguntas sobre a Palestra 516:30-17:00 h Coffee break17:00-18:00 h Palestra 6: Otimização na aplicação de fertili-

zantes e corretivos agrícolas - Dr. Pedro Henri-que de Cerqueira Luz, FZEA/USP, Pirassununga, SP, Brasil

18:00-18:15 h Perguntas sobre a Palestra 6

21/MAIO//2014 – QuARTA-FEIRA

PERíODO III Mediador: Dr. Mohan Kohli, Consultor Inde- pendente, Assunção Paraguai

08:00-09:00 h Palestra 7: BPuFs para soja - Dr. Adilson de Oli-veira Junior, Embrapa Soja, Londrina, PR, Brasil

09:00-09:30 h Palestra 8: Informações locais - BPuFs para soja no Cone Sul - M.Sc. Martin Cubilla, Monsanto, Paraguai

09:30-10:00 h Debate sobre soja - Perguntas sobre as Palestras 7 e 8

10:00-10:30 h Coffee break

10:30-11:30 h Palestra 9: BPuFs para trigo - Dr. Fernando Garcia, IPNI, Buenos Aires, Argentina

11:30-12:00 h Palestra 10: Informações locais - BPuFs para trigo no Cone Sul - Dr. Fabiano Daniel de Bona, Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS, Brasil

12:00-12:30 h Debate sobre trigo - Perguntas sobre as Palestras 9 e 10

12:30-14:30 h Almoço

PERíODO IV Mediador: Dr. Luís Prochnow, IPNI, Piracicaba, SP, Brasil

14:30-15:30 h Palestra 11: BPuFs para milho - Dr. Aildson Pereira Duarte, IAC, Campinas, SP, Brasil

15:30-16:00 h Palestra 12 - Informações locais: BPuFs para milho no Cone Sul - Eng. Agr. Enoir Pellizzaro, Cooperativa Agroindustrial C. Vale, Palotina, RS, Brasil

16:00-16:30 h Debate sobre milho - Perguntas sobre as Palestras 11 e 12

16:30-17:00 h Coffee break17:00-18:00 h Palestra 13: Sistemas de produção e uso efi-

ciente de fertilizantes - Dr. Carlos Alexandre Crusciol, UNESP, Botucatu, SP, Brasil

18:00-18:15 h Perguntas sobre a Palestra 1318:15-18:30 h Encerramento

PROGRAMA

SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBREBOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES (BPUFs) –

IPNI BRASIL E CONE SUL

Local: Foz do Iguaçu, PRInscrições: Somente através do website do IPNI Brasil:

www.ipni.org.br

Informações: International Plant Nutrition Institute - IPNI BrasilContato: Elisangela ToledoTelefone/fax: (19) 3433-3254 ou (19) 3422-9812Email: [email protected]

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24 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

19/AGOSTO/2014 – TERÇA-FEIRA

08:30-09:00 h Abertura

PERíODO I Mediador: Dr. Valter Casarin, IPNI Brasil

09:00-09:45 h Palestra 1: Conceitos e dinâmica de nutrientes no sistema solo-planta visando BPuFs. Dr. Eros Francisco, IPNI Brasil, Rondonópolis, MT

09:45-10:00 h Perguntas sobre a Palestra 1

10:00-10:30 h Coffee break

10:30-11:30 h Palestra 2: Manejo da acidez do solo como fundamento para BPuFs. Dr. Eduardo Fávero Caires, UEPG, Ponta Grossa, PR

11:30-11:45 h Perguntas sobre a Palestra 2

11:45-12:00 Palestra 3: Balanço de nutrientes na propriedade - como fazer e para que serve? Eng. Agr. José Francisco da Cunha, Téc-Fértil, São Paulo, SP

12:00-14:00 h Almoço

PERíODO II Mediadora: Dra. Suzana Mello, universidade Federal do Tocantins

14:00-15:00 h Palestra 4: Manejo das condições físicas do solo como suporte para BPuFs. Dr. Cássio Tormena, UEM, Maringá, PR

15:00-15:15 h Perguntas sobre a Palestra 4

15:15-16:15 h Palestra 5: As ferramentas de agricultura de precisão como suporte para as BPuFs? Dr. Leandro Gimenez, Fundação MT, Rondonópolis, MT

16:15-16:30 h Perguntas sobre a Palestra 5

16:30-17:00 h Coffee break

17:00-18:00 h Palestra 6: Sistemas de produção e eficiência agronômica de fertilizantes. Dr. Carlos Alexan-dre Crusciol, FCA/UNESP, Botucatu, SP

18:00-18:15 h Perguntas sobre a Palestra 6

20/AGOSTO//2014 – QuARTA-FEIRA

PERíODO III Mediador: Dr. Antonio Clementino dos Santos, universidade Federal dos Tocantins

08:00-08:15 h Palestra 7: Conceito 4C de nutrição de plantas. Dr. Valter Casarin, IPNI Brasil, Piracicaba, SP

08:15-09:15 h Palestra 8: Otimização na aplicação de fertili-zantes e corretivos agrícolas. Dr. Pedro Henri-que Cerqueira Luz, FZEA/USP, Pirassununga, SP

09:15-09:30 h Perguntas sobre a Palestra 8

09:30-10:00 h Coffee break

10:00-11:00 h Palestra 9: BPuFs para o cultivo de pastagens. Palestrante a ser definido.

11:00-11:30 h Palestra 10: BPuFs para o cultivo de pastagens no MAPITO. Dr. Rubens Ribeiro da Silva, UFT, Gurupi, TO

11:30-12:00 h Perguntas sobre as Palestras 9 e 10

12:00-14:00 h Almoço

PERíODO IV Mediador: Dr. Eros Francisco, IPNI Brasil

13:45-14:45 h Palestra 11: BPuFs para a cultura do milho. Dr. Álvaro Vilela de Resende, Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG

14:45-15:15 h Palestra 12: BPuFs para a cultura do milho no MAPITO. Engº Agrº Márcio Montechese, Montech Consultoria, Balsas, MA

15:15-15:45 h Perguntas sobre as Palestras 11 e 12

15:45-16:15 h Coffee break

16:15-17:15 h Palestra 13: BPuFs para a cultura da soja. Dr. Leandro Zancanaro, Fundação MT, Rondonó-polis, MT

17:15-17:45 h Palestra 14: BPuFs para a cultura da soja no MAPITO. Dr. Dirceu Klepker, Embrapa Cocais, Balsas, MA

17:45-18:30 h Perguntas sobre a Palestra 13 e 14

18:15-18:30 h Encerramento

PROGRAMA PRELIMINAR

VII SIMPÓSIO REGIONAL IPNI BRASIL SOBREBOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES

Local: Araguaína, TOInscrições: Somente através do website do IPNI Brasil:

www.ipni.org.br

Informações: International Plant Nutrition Institute - IPNI BrasilContato: Elisangela ToledoTelefone/fax: (19) 3433-3254 ou (19) 3422-9812Email: [email protected]

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 25

OUTROS EVENTOS

4. XVI CuRSO SOBRE MANEJO DE NuTRIENTES EM CuLTIVO PROTEGIDO Local: Instituto Agronômico, Campinas, SPData: 5 a 9/MAIO/2014Informações: Infobibos - Elaine Abramides

Fones: (19) 3243-0396 / (19) 9112-1952Email: [email protected] Website: www.infobibos.com/mncp

10. XX CONGRESO LATINOAMERICANO DE LA CIENCIA DEL SuELOXVI CONGRESO PERuANO DE LA CIENCIA DEL SuELO Local: Cusco, PeruData: 9 a 15/NOVEMBRO/2014Informações: Sede do Congresso

Fone: (+51) 84-235718 Email: [email protected] Website: http://www.xxcongresolatino

americanodesuelosperu.org

9. 2nd INTERNATIONAL SyMPOSIuM ON MAGNESIuM IN CROP PRODuCTION, FOOD QuALITy AND HuMAN HEALTH Local: São Paulo, SPData: 4 a 6/NOVEMBRO/2014Informações: Institute of Applied Plant Nutrition

Email: [email protected]: www.iapn.de

8. 11º CONGRESSO NACIONAL DE PESQuISA DE FEIJÃO – CONAFE Local: Centro de Eventos, Londrina, PRData: 22 a 24/JULHO/2014Informações: Conafe

Fone: (43) 3025-5223Email: [email protected] Website: www.conafe2014.com.br

6. 12º TREINAMENTO SOBRE PASTAGENS SOB IRRIGAÇÃO Local: Centro de Treinamento de Recursos Humanos, ESALQ,

Piracicaba, SPData: 24 a 26/JUNHO/2014Informações: FEALQ

Fone: (19) 3417-6600 Email: [email protected] Website: www.fealq.org.br

7. SIMPÓSIO SOBRE DESAFIOS DA FERTILIDADE DO SOLO NA REGIÃO DO CERRADO Local: Goiânia, GOData: 16 a 18/JULHO/2014Informações: FEALQ

Fone: (19) 3417-6600 Email: [email protected]: www.fealq.org.br

1. CuRSO TEÓRICO E PRÁTICO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS Local: Arco Hotel Express, Piracicaba, SPData: 16 e 17/ABRIL/2014Informações: Infobibos - Elaine Abramides

Fones: (19) 3243-0396 / (19) 9112-1952Email: [email protected] Website: www.infobibos.com/mncp

2. AGRISHOW 2014Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação

Local: Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste, Ribeirão Preto, SP

Data: 28/ABRIL a 2MAIO/2014Informações: Agrishow

Fone: ((11) 3017-6807 Email: [email protected]: http://www.agrishow.com.br

5. CuRSO DE GESTÃO DA LOGíSTICA AGROINDuSTRIAL Local: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,

Piracicaba, SPData: 14 a 17/MAIO/2014Informações: ESALQ-LOG - Joseane Bigaran

Fone: (19) 3429 4580 Email: [email protected] Website: www.esalqlog.esalq.usp.br

3. XXIV CONGRESSO ARGENTINO DE CIêNCIA DO SOLO II ENCONTRO SOBRE MATéRIA ORGâNICA E SuBSTâNCIAS HÚMICAS Local: Bahía Blanca, Buenos Aires, ArgentinaData: 5 a 9/MAIO/2014Informações: Secretaria

Fones: 0291-4595102 / 0291-4861124 Email: [email protected] Website: www.xxivcongresodesuelo.org.ar

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26 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

1. ELEMENTOS DA NATuREZA E PROPRIEDADES DOS SOLOS - 4a edição

Autores: Nyle C. Brady e Ray R. Weil; 2013.Conteúdo: Os solos ao nosso redor; a formação dos solos;

classificação do solo; arquitetura e propriedades físicas do solo; a água do solo: características e comportamento; o solo e o ciclo hidrológico; aera-ção e temperatura do solo; a fração coloidal: local de atividade química e física do solo; acidez, alca-linidade, aridez e salinidade do solo; organismos e ecologia do solo; matéria orgânica do solo; ciclagem de nutrientes e fertilidade do solo; manejo prático de nutrientes; erosão do solo e seu controle; solos e poluição química.

Preço: R$ 145,00Número de páginas: 688Editor: FUNEP

Website: www.funep.com.br

2. TÓPICOS EM FíSICA DO SOLO - volume 2

Autora: Carolina Fernandes; 2013.Conteúdo: Influência da matéria orgânica nos atributos físicos

do solo; estrutura e agregados na qualidade física do solo; lodo de esgoto e atributos físicos do solo; sistema plantio direto e qualidade física do solo; influência de diferentes plantas de cobertura na estrutura do solo; importância da palhada da cana--de-açúcar para a qualidade física do solo; atribu-tos físicos do solo com horizonte A antrópico na Amazônia; atributos físicos do solo em áreas de Terra Preta Arqueológica na região Amazônica; variabilidade espacial de atributos físicos de solos na região sul do Amazonas.

Preço: R$ 44,80Número de páginas: 116Editor: FUNEP

Website: www.funep.com.br

PuBLICAÇÕES RECENTES

3. SISTEMA DE MuLTIPLICAÇÃO DE CANA-DE- AÇÚCAR COM uSO DE MuDAS PRé-BROTADAS (MPB), ORIuNDAS DE GEMAS INDIVIDuALIZADAS

(DOCuMENTOS IAC, 109)

Autor: Landell, M.G.A. et al.; 2012.Conteúdo: Brotação da cana-de-açúcar; cuidados fitossanitários

em viveiros básicos para sistema MPB; adubação do substrato na formação de mudas de cana-de-açúcar pré-brotadas; pragas e qualidade da muda; descri-ção do sistema de produção de mudas pré-brotadas (MPB); plantio com mudas oriundas do sistema MPB.

Preço: gratuito para consulta e downloadNúmero de páginas: 16Editor: Instituto Agronômico de Campinas

Website: www.iac.sp.gov.br

4. CALAGEM E ADuBAÇÃO DA CEBOLA (Allium cepa L.)

Autores: Paulo E. Trani, José M. Breda Júnior, Thiago L. Factor, 2014.

Conteúdo: Coeficientes técnicos e custo de produção; caracte-rísticas botânicas da cebola; nutrição mineral; amos-tragem do solo para análise; calagem; adubação orgâ-nica; adubação mineral de plantio; adubação mineral de cobertura; adubação foliar; adubação verde.

Preço: gratuito para consulta e downloadNúmero de páginas: 35Editor: Instituto Agronômico - IAC

Website: www.iac.sp.gov.br

5. ELEMENTOS DE DEFESA AGROPECuÁRIA

Editores: Evaldo F. Vilela e Geraldo M. Callegaro; 2013.Conteúdo: Elementos de defesa agropecuária; invasões biológi-

cas; comunicação na defesa agropecuária; evolução histórica da defesa agropecuária; análise de risco e segurança dos alimentos; pragas de alerta máximo: conceito, prevenção e controle; avaliação da con-formidade no agronegócio; pecuária de precisão e rastreabilidade; segurança dos alimentos: uma visão sistêmica; doenças exóticas e emergenciais.

Preço: R$ 30,00Número de páginas: 271Editor: FEALQ

Website: www.fealq.org.br

6. ECOSSISTEMA SOLO – Componentes, relações ecológicas e efeitos na produção vegetal

Autor: Fátima M. S. Moreira, Juvenil E. Cares, Ronald Zanetti, Sidney L. Sturmes; 2013.

Conteúdo: O livro contém 18 capítulos escritos por 40 professores e pesquisadores de 14 instituições brasileiras (UFLA, UnB, FURB, INPA, UFAM, Embrapa Solos, Embrapa Roraima, Embrapa Agrobiologia, UFPI, UFCG, UFMG, UEA, UNIFENAS e UNILAVRAS) e aborda os fatores químicos, físicos e, principalmente, os fatores biológicos do solo, enfatizando a relação entre eles e a produção vegetal. Os principais grupos funcionais que compõe a biodiversidade do solo (macrofauna, mesofauna, microfauna e microrganismos), e também o componente vegetal, são apresentados, enfatizando-se os processos que realizam e que são fundamentais para a sustentabilidade dos ecossistemas e para a continui-dade da própria vida no planeta. Métodos para avaliação da biodiversidade também são apresentados. É uma introdução consistente de temas atuais e relevantes que almejam compatibilizar a produção agrícola, animal e florestal com a conservação do meio ambiente.

Preço: R$ 50,00Número de páginas: 351Editor: UFLA

Website: www.livraria.editora.ufla.br

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014 27

LANÇAMENTOS RECENTES DO IPNI

COLEÇÃO DE IMAGENS DE DEFICIêNCIAS DE NuTRIENTES EM CuLTuRAS

Esta coleção oferece uma variedade completa de centenas de casos clássicos de deficiências nutricionais em culturas, documentadas em parcelas de pesquisa e em campos agrícolas localizados em todo o mundo. São mais de 500 imagens agrupadas de acordo com os três tipos de nutrientes necessários para o crescimento das plantas, ou seja, primários, secundários e micronutrientes. Descrições da defi ciência de nutrientes também estão disponíveis como apoio à informação. A coleção inclui as seguintes culturas: alfafa, amêndoa, maçã, abacate, banana, cevada, manjericão, feijão, grama bermuda, abóbora amarga, couve, caju, man-dioca, mamona, couve-flor, aipo, cereja, castanha, grão-de-bico, canela, frutas cítricas, trevo, coco, café, algodão, feijão, capim- colchão, pepino, linho, forragem, gengibre, uva, grapefruit, goiaba, kudzu, limão, alface, mogno, milho, tangerina, manga, mostarda, dendê, cebola, maracujá, ervilha, pêssego, amendoim, milheto, nozes, pimenta, ameixa, batata, canola, arroz, bétula, seringueira, sorgo, soja, beterraba, cana-de-açúcar, girassol, batata doce, inhame, tabaco, tomate, grama, açafrão, trigo, inhame.Idiomas incluídos: Inglês, francês, português, russo e chinês. Preço: R$ 75,00Formato: pen-driveEditor: International Plant Nutrition Institute – IPNI

Website: http://brasil.ipni.net

SOIL ACIDITy EVALuATION & MANAGEMENT

Em regiões onde a acidez limita os rendimentos das culturas, a correção do solo e do subsolo constitui uma parte importante das boas práticas de manejo (BPM) para alcançar a sustentabilidade. Um aspecto importante do manejo da acidez do solo é a aplicação de calcário. O adequado manejo da acidez aumenta a eficiência dos fertilizantes aplicados, melhora a eficiência de alguns herbicidas, protege o meio ambiente e aumenta o lucro do agricultor.O objetivo deste boletim é fornecer informações sobre a acidez do solo e o uso de insumos para mitigar o problema. Ele ofe-rece uma análise concisa dos principais conceitos relacionados à acidez do solo, sua avaliação e o controle por meio de várias opções de manejo.O boletim tem 30 páginas e o CD que o acompanha apresenta um conjunto de slides em PowerPoint® (30 slides com notas do orador). O conjunto de slides foi concebido como um recurso complementar para aqueles que utilizam o boletim em ambientes de ensino ou para uso em apresentações relacionadas ao manejo da acidez do solo.

Preço: US$ 35,00Editor: International Plant Nutrition Institute – IPNI

Website: http://www.ipni.net/publications

Page 28: BALANÇO DE NUTRIENTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA – … · AGRICULTURA BRASILEIRA A entrada de nutrientes na forma de N, P 2 O 5 e K 2 O no sistema agrícola através do uso de fertilizantes,

28 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 145 – MARÇO/2014

• Agrium Inc.• Arab Potash Company• Belarusian Potash Company• CF Industries Holding, Inc. • Great Salt Lake Minerals• Incitec Pivot• International Raw Materials Ltda.• Intrepid Potash, Inc.• K+S KALI GmbH• OCP S.A.

• PotashCorp• QAFCO• Simplot• Sinofert Holdings Limited• SQM• The Mosaic Company• Toros Tarim• Uralchem• Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

• Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA)• Arab Fertilizer Association (AFA)• Canadian Fertilizer Institute (CFI)• International Fertilizer Industry Association (IFA)• International Potash Institute (IPI)• The Fertiliser Association of India (FAI)• The Fertilizer Institute (TFI)

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independência, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142

Fone/Fax: (19) 3433-3254 / 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUíS IGNáCIO PROChNOW - Diretor, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected] Website: http://brasil.ipni.net

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto, Engo Agro, Engo Florestal, Doutor em Ciência do SoloE-mail: [email protected] Website: http://brasil.ipni.net

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected] Website: http://brasil.ipni.net

Ponto de Vista

Valter Casarin

A IDENTIDADE DO INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS

é com imensa alegria que o IPNI Brasil anuncia que a partir desta edição o jornal Informações Agronô-micas tem a sua identidade oficializada. O nosso

periódico recebeu o ISSN (International Standard Serial Number) ou Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas. Podemos dizer que o ISSN 2311-5904 é o RG ou CPF do Infor-mações Agronômicas, o qual sinaliza que a publicação é aceita internacionalmente. Agora, os autores que tiverem seus textos publicados em nosso jornal poderão citar o ISSN, de maneira a validar a produtividade, qualidade e precisão na identificação e controle de sua produção científica.

Para uma ocasião tão especial na história deste jornal, dois importantes artigos são destaques: o novo Balanço de nutrientes na agricultura brasileira e a Adubação para a qualidade nutri-cional dos alimentos. O primeiro traz um panorama atualizado do manejo de nutrientes na agricultura brasileira, mostrando a situação atual dos estados e das principais culturas quanto ao desfrute de nitrogênio, fósforo e potássio. O segundo artigo aborda como o manejo dos nutrientes pode interferir na composição dos alimentos.

Nas duas condições é enfatizado o manejo eficiente dos nutrientes, assunto que faz parte de nossos eventos de Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes. Este ano o IPNI Brasil organizará três novos eventos abordando este tema: o primeiro em Dourados, MS (15 e 16 de Abril), o segundo em Foz do Iguaçu, PR (20 e 21 de Maio) e o terceiro em Araguaína, TO (19 e 20 de Agosto).

Como ocorre com o jornal Informações Agronômicas, o IPNI Brasil também tem sua identidade consolidada junto à classe agronômica. Essa identidade vem sendo construída há muitos anos por meio da divulgação de informações técnicas através de suas publicações e eventos. Nossas mídias visam difundir o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o aumento do rendi-mento das culturas aliado à maior rentabilidade para o produtor, com mínimo impacto ambiental.

Com certeza, muitos colegas contribuíram, todos esses anos, para a divulgação da pesquisa agrícola científica em todo o país por meio do nosso jornal. Lembramos que o primeiro número foi veicu-lado em 1978. A esses parceiros, os sinceros agradecimentos do Corpo Editorial do Informações Agronômicas pela valiosa colaboração.