Baixa idade média

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Baixa Idade Média (séculos X ao XV) Professor Douglas Freitas

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Baixa Idade Média O fim das invasões bárbaras na Europa, por volta do século X, trouxe certa paz ao continente. Do período que vai do século XI ao XV, denominada Baixa Idade Média, o sistema feudal de exploração de braços humanos entrou em decadência devido aos avanços no setor agrícola, como a invenção do moinho hidráulico, que facilitava a irrigação, e a atrelagem dos bois nas carroças, o que possibilitou viagens com mais carga e, consequentemente, aumento na produção. Com as inovações tecnológicas no setor agrícola, as terras dos feudos passaram a ficar pequenas demais para uma população que só tendia a crescer. Os habitantes dessas áreas rurais queriam expandir o comércio e lucrar mais através da produtividade. A partir daí, os artesãos e comerciantes concentram-se próximos aos castelos, igrejas e mosteiros, desenvolvendo a atividade comercial. Essas pequenas concentrações deram origem aos primeiros burgos. Neste mesmo período, houve uma denúncia de peregrinos europeus de que os muçulmanos do Oriente Médio maltratavam os cristãos. O papa Urbano II declarou guerra a estes religiosos no ano de 1095, enviando uma expedição de cavaleiros cristãos para libertar a denominada Terra Santa do Império Islâmico, situada no território da Palestina. Foram organizadas um total de oito cruzadas entre os anos de 1095 e 1270, que envolveram desde pessoas simples e deserdados que não tinham direito às terras do feudo até reis, imperadores e cleros. Todos os combatentes tinham que se virar como podiam; muitos, inclusive, chegaram a ser massacrados brutalmente antes de chegarem ao destino. Entretanto, as Cruzadas influenciaram para que o comércio dos burguesses aumentassem. Quando os cavaleiros dominavam territórios islâmicos, chegavam a saquear produtos valiosos como joias, tecidos e temperos e os comercializavam no caminho. As expedições fizeram com que os muçulmanos abandonassem o território próximo ao Mar Mediterrâneo, beneficiando os burgueses da Itália, principalmente das cidades de Gênova e Veneza. No norte da Europa, regiões como Hamburgo e Dantzig também prosperavam na atividade comercial, formando uma nova classe social que iniciou a dinamização econômica da Baixa Idade Média. O desenvolvimento comercial fez com que os moradores do campo migrassem para as cidades, contribuindo para a queda do sistema feudal. Na tentativa de manter os empregados nas terras, os proprietários ofereciam melhores condições de vida e até mesmo a possibilidade de pagá-los mensalmente com um salário. Nas cidades, a ascensão da atividade comercial formou uma nova engrenagem social, o chamado capitalismo. Novas atividades foram surgindo, como a profissão de cambista, que tinham conhecimento do valor real da moeda e os banqueiros, que ficavam incumbidos de guardar grandes quantias de dinheiro.

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Baixa Idade Média (séculos X ao XV)

Professor Douglas Freitas

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Os Conflitos entre o Império e o Papado

A organização da Igreja Católica; No início da Idade Média, a Igreja foi a instituição que

desempenhou o papel mais dinâmico e progressista;

Fundou escolas;

Ajudou os pobres;

Protegeu crianças em seus orfanatos;

Construiu hospitais;

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Os Conflitos entre o Império e o Papado

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Os Conflitos entre o Império e o Papado

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Os Conflitos entre o Império e o Papado

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A Espada contra a Cruz

“Somente o pontífice romano pode depor ou absolver os bispos. O seu legado, em um concílio, manda em todos os bispos, mesmo que seja em posição inferior e, somente ele pode pronunciar uma sentença de deposição. A sentença do papa não pode ser reformada por ninguém e, somente ele pode reformar a de todos. Não deve ser julgado por ninguém. Ninguém pode condenar uma decisão da Santa Sé. As causas importantes de todas as igrejas devem ser levadas a ela. Quem não se acha em comunhão com a Igreja Romana não pode ser considerado católico(...). O papa é o único homem cujos pés os príncipes beijam(...). É-lhe permitido depor os imperadores(...)”

ISAAC, J. e ALBA, A. História Universal – Idade Média. São Paulo, Mestre Jou, 1968. p. 80.

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A Organização da Igreja

As paróquias, dioceses e províncias eclesiásticas;

Cada Bispo administrava um território denominado diocese;

A reunião de várias dioceses recebia o nome de Província Eclesiástica e ficava sob a liderança de um Arcebispo;

As Dioceses eram formadas por várias paróquias e cada uma delas possuía um cura (curate) para administrá-la;

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A Organização da Igreja

Papa Bispos

Cônegos Curas

Clero Secular

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A Organização da Igreja

Clero Regula

r

Castigoscorporais

Isolamento social

Disciplina Beneditin

a

Maior austerida

de

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As Penalidades Religiosas

A Igreja conseguiu difundir, de forma profunda, a fé religiosa; O Calendário, os mosteiros e as catedrais;

Eram frequentes as peregrinações ao túmulo de Cristo; O Clero possuía tribunais próprios;

O maior temor nessa sociedade consistia em ser condenado a penas eternas após a morte;

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As Penalidades Religiosas

excomunhão

Jejum

Cansativas Peregrinaçõ

es

Clausura no Convento

Flagelações

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As Penalidades Religiosas

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As Penalidades Religiosas

Cerimônia de Excomunhão

Sermão realizado para os fiéis

SANTOS, João Henrique dos. ‘A Aproximação dos distantes: Os Éditos de Anátema e Excomunhão cristã e judaico no século XVII’. In: Revista Vértices, nº 10. São Paulo: USP, p. 7 e 8.

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A Prática do Cesaropapismo e da Simonia

• Igreja sob o poder imperial;

• Poder Temporal sobre o Poder Espiritual;

• A nomeação de Bispos permitia-lhe controlar os senhores feudais eclesiásticos;

• Os bispos e curas eram escolhidos devido aos interesses pouco religiosos da nobreza feudal;

• Compras de cargos eclesiásticos e tráfico de coisas santas;

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A Prática do Cesaropapismo e da Simonia

O texto bíblico narra o episódio em que Simão tenta comprar dos apóstolos o poder de operar milagres.

“E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro,Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo.Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.”

Atos 8:18-20

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A Prática do Cesaropapismo e da Simonia

Um relicário contendo uma pequena quantidade do sangue de São Januário (séc. XIV);

A transformação desse sangue, originalmente conservado em estado sólido, chamava a atenção de vários peregrinos.

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A Prática do Cesaropapismo e da Simonia

Em meados de 1260, a tumba que alojava Santo Antônio de Pádua foi aberta depois de mais de trinta anos de sua morte.

No caso de Santo Antônio, o primeiro reconhecimento foi no dia 8 de abril de 1263.

“O corpo tinha virado pó, só restavam os ossos. Mas a língua estava intacta e há testemunhas oculares disso”.

Alessandro Ratti, porta-voz da Basílica de Santo Antônio de Pádua.

“A língua, como todas as partes moles do corpo, é uma das primeiras que se decompõem. O fato de ela ter permanecido intacta foi interpretado como um sinal de Deus, que quis preservar essa língua, visto que Santo Antônio era conhecido por ser um grande pregador”

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A Prática do Cesaropapismo e da Simonia

Em 1083, um grupo de clérigos ordenou que o corpo de Santo Estevão da Hungria fosse desenterrado para que o seu processo de beatificação fosse inaugurado.

Ao observarem as condições gerais do corpo, notaram que a mão dele se encontrava em perfeito estado de conservação.

Prontamente, a mão foi extraída para se transformar na mais importante relíquia da Basílica de Santo Estevão, localizada na cidade de Budapeste.

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A Prática do Cesaropapismo e da Simonia

No século XIV, a morte de Santa Catarina de Siena provocou uma tenebrosa disputa pela posse de seu corpo.

A solução encontrada foi realizar a extração de seu pé direito, que acabou parando na cidade de Veneza;

A cabeça, que ficou como principal relíquia de sua cidade natal.

Atualmente, o resto de seu corpo está depositado na cidade de Roma, capital da Itália.

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A Ordem de Cluny

Movimento da própria Igreja para colocar fim à Simonia e ao Cesaropapismo.

910 Sul da França – moralização da Igreja – Ordem Beneditina – celibato obrigatório;

A Ordem de Cluny tinha sob seu poder mais de 200 mosteiros;

Esses pontífices acabaram por provocar a Querela das Investiduras;

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A Prática do Cesaropapismo e da Simonia

Submissão de São Luis a Inocêncio IV em Cluny

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A Prática do Cesaropapismo e da Simonia

Inocêncio IV

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A Ordem de Cluny

Abadia de Cluny

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A Querela das Investiduras

O poder espiritual e temporal, mediram suas forças;

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A Querela das Investiduras

Além das disputas entre o papado e o imperador... 1ª Imperador e os duques germânicos;

• Pretensão imperial em dominar o s duques e fortalecer o poder;• Os duques pretendiam limitar o poder imperial;

2ª Duques e os condes alemães;• Os duques queriam manter o controle sobre os condes;• Os condes procuravam maior autonomia;

3ª Opunha o Imperados as cidades lombardas do Norte da Itália;

• O imperador pretendia exigir maiores os tributos;• As cidades queriam diminuição dos tributos e maior autonomia;•

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A Querela das Investiduras

4ª Bispos alemães e o papa;• Os bispos queriam manter sua autonomia sobre o papa;• O papa queria impor e manter sua autonomia sobre os

bispos;

5ª Ordem de Cluny e os Bispos alemães;• Cluny – moralizar e fortalecer a Igreja;• Os bispos alemães sabotavam as reformas de Cluny;

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A Querela das Investiduras

A luta entre o papa Gregório VII e o imperador Henrique IV;

1059 Nicolau II criou o o Colégio dos Cardeais; Este órgão tinha a função de eleger o novo papa;

1073 Hidelbrando antigo abade de Cluny; Condenava a Simonia;

A Excomunhão e a peregrinação à Canossa;

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A Querela das Investiduras

“ Julgaste que minha humildade era medo... Pois agora eu digo pela boca de meus bispos (os bispos alemães): deixai a cátedra que usurpastes. Que a Sé de São Pedro seja ocupada por outro que não procure cobrir a violência com o manto da religião. Eu Henrique, rei pela graça de Deus, vos digo com nossos bispos: Descei, Descei!!!”

• HENRIQUE IV

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A Querela das Investiduras

“Venham sobre eles todas as maldições e pragas do Egito, que vieram sobre o Rei Faraó e sua gente, porque não obedeceram à lei de Deus. Sejam malditos nos povoados e no campo, onde quer que estejam, e no comer e beber, e no velar, dormir, viver e morrer. Os frutos de suas terras sejam malditos e os animais que possuem. Envie-lhes, Deus, fome e que a pestilência que os consuma(...)”.¹

[1]SANTOS, João Henrique dos. ‘A Aproximação dos distantes: Os Éditos de Anátema e Excomunhão cristã e judaico no século XVII’. In: Revista Vértices, nº 10. São Paulo: USP, p. 7 e

8.

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A Querela das Investiduras

(...)Na Igreja com as paredes forradas de preto, ao som dos sinos, o bispo cercado por seu clero, empunhando tochas, lia diante do povo reunido a sentença de excomunhão. Depois pronunciava a fórmula de anátema (...).

(...) “Que sejam malditos sempre e em toda parte; que sejam malditos dia e noite e a toda hora; que sejam malditos quando dormem, quando comem e quando bebem; que sejam malditos quando se calam e quando falam; que sejam malditos desde o alto da cabeça até a planta dos pés. Que os seus olhos tornem-se cegos, que os seus ouvidos tornem-se surdos, que a sua boca torne-se muda, que a sua língua fique pregada à abóboda palatina, que as suas mãos não toquem em nada, que os seus pés não andem mais. Que todos os membros do seu corpo sejam malditos; que sejam malditos quando de pé, deitados ou sentados; que sejam enterrados com os cães e asnos; que os lobos rapaces devorem os seus cadáveres...E assim como se extinguem hoje estas tochas por nossas mãos, que a luz de sua vida se extinga eternamente, a menos que se arrependam”(...)

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A Querela das Investiduras

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A Querela das Investiduras

Após três dias na neve Henrique tem sua excomunhão retirada;

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A Querela das Investiduras

A vingança veio rápido;

CLEMENTE III

São Gregório VII

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A Concordata de Worms

Henrique V Papa Calixto II

Cetro e espada

Báculo e anel

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A Concordata de Worms

Côneg

osBispos Im

perador

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A Concordata de Worms

Esse acordo, obtido graças às pressões dos duques germânicos, enfraqueceu o poder do Imperador, fortalecendo a nobreza alemã e a igreja;

Os conflitos prosseguiram até os séculos XII e XIII;

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O que se pensava no medievo?

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O que se pensava no medievo?

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O que se pensava no medievo?

“Somos todos da Idade Média.” (FRANCO, 2008, apud BRAIK, 2012, p. 95)

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O que se pensava no medievo?

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O que se pensava no medievo?

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Papa Inocêncio III

O apogeu da Igreja;

Afirmação do poder espiritual sobre o poder temporal;

“(...) o vigário de Jesus Cristo, sucessor de São Pedro, está entre Deus e o homem; menor que Deus, maior que o homem. Ele possui, ao mesmo tempo a chave do céu e o governo da Terra (...) Fomos postos por Deus acima dos povos e dos reinos (...)”

Inocêncio III

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Papa Inocêncio III

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As CruzadasA aliança entre a espada e a Cruz

Expedições de cunho religioso-militar, foram uma contraofensiva cristã em relação ao cerco muçulmano;

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As CruzadasA aliança entre a espada e a Cruz

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1. Situação da Europa no século XII

Situação da Europa no século XII

Germânicos X Império Romano (século V); Crise econômica, social e política; Isolamento do continente europeu;

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As CruzadasA aliança entre a espada e a Cruz

A Explosão Demográfica: A pressão demográfica não era absorvida

pelo sistema feudal; Incapaz de gerar uma produção agrícola adequada as

necessidades em expansão; Economia autossuficiente; Voltada pra subsistência; Técnicas e instrumentos rudimentares; Não criava excedentes;

Não conseguia absorver no setor produtivo a população resultante do crescimento demográfico;

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As CruzadasA aliança entre a espada e a Cruz

O movimento das Cruzadas;• Contraofensiva da Europa Cristã para romper o cerco

muçulmano;

• Aliviar as pressões demográficas que ameaçavam o feudalismo;

• Condições de abastecimento do sistema feudal;

• Incapacidade de compreender e encontrar cientificamente meios para a superação da crise;

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As CruzadasA aliança entre a espada e a Cruz

Aleixo I Urbano II

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2. A Convergência de interesses nas cruzadas.

Setores interessados nas Cruzadas;• A Igreja – Expansão do Cristianismo e supremacia do

papado sobre o império;

• A Nobreza – obter novos feudos (conquistar terras e fortuna);

• Cidades Italianas – reabertura do Mediterrâneo;

• Setores marginalizados da população – reintegração ao processo produtivo;

“O movimento teve como causa imediata o bloqueio da peregrinação dos cristão ao Santo Sepulcro, dominado pelos turcos.”

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2.2 As Cruzadas do Ocidente

A Guerra da Reconquista; 711 Tarik havia submetidos todos os territórios cristãos

da Península Ibérica (exceto as Astúrias);

Henrique e Raimundo de Borgonha e a busca por fama, glórias e riquezas.

Da Guerra da Reconquista resultou a formação das monarquias nacionais;

Na Itália a Guerra da Reconquista levou a reabertura do Mediterrâneo.

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2.2 As Cruzadas do Ocidente

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As CruzadasA aliança entre a espada e a Cruz

“Deixai os outrora estavam a se debaterem, impiedosamente, contra os fiéis(...) Deixai os que até aqui foram ladrões, tornarem-se soldados. Deixai aqueles que outrora foram se bateram contra seus irmãos e parentes, lutarem agora contra os bárbaros como derem. Deixai os que outrora foram mercenários, a baixos salários receberem agora a recompensa eterna. Uma vez que a terra que vós habitais, fechada por todos os lados, pelo mar e circundada por picos e montanhas, é demasiadamente pequena para vossa grande população: a sua riqueza não abunda, mal fornece o alimento necessário aos seus cultivadores(...) Tomai o caminho do Santo Sepulcro; arrebatai aquela terra à raça perversa e submetei-a a vós mesmos(...)”

Urbano II, Clemont 1095

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3. As Cruzadas do Oriente

A primeira Cruzada, a Cruzada dos Mendigos e a Cruzada dos Senhores; Após o apelo do Papa Urbano II ao Concílio de Clermont,

organizou-se a Primeira Cruzada. Pedro, o Eremita Gautier Sans Avoir;

40 mil marginalizados em direção a Jeruzalém;

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3. As Cruzadas do Oriente

"Os condes e os cavaleiros pensavam ainda nos seus preparativos, e já os pobres faziam os seus com tal ardor que nada podia deter... Todos deixavam as suas casas, a sua vinha, o seu patrimônio, vendiam-nos a baixo preço e partiam alegres... Apressavam-se em converter em dinheiro tudo o que não podia servir durante a viagem... Pobres ferravam os bois como cavalos e atrelavam-nos a carretas em que colocavam algumas provisões e seus filhinhos, que arrastavam atrás de si. E essas crianças, assim que percebiam um castelo ou uma cidade, perguntavam logo se era ali essa Jerusalém para a qual caminhavam... As crianças, as velhas, os velhos preparavam-se para a partida; sabiam muito bem que não combateriam, mas esperavam ser mártires. Diziam eles aos guerreiros: Vós sois valentes e fortes, combatereis; nós sofreremos com o Cristo e faremos a conquista do céu.“

(Issac, J. e Alba, A. História universal - Idade Média).

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3. As Cruzadas do Oriente

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3. As Cruzadas do Oriente

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3. As Cruzadas do Oriente

A Primeira Cruzada, a Cruzada dos Mendigos e a Cruzada dos Senhores;

1096 a Cruzada comandada por Godofredo de Bulhões e Boemundo de Tarento;

A conquista de Antióquia e Tarento;

1099, Avistam Jerusalém e apesar de ter um número menor que o de defensores venceram, e o massacre foi imenso.

“Se desejais saber o que fizeram dos inimigos encontrados em Jerusalém, sabei que no Pórtico de Salomão e no Templo os nossos nadavam no sangue dos sarracenos e que suas montarias faziam-no até os joelhos”

Godofredo de Bulhão

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3. As Cruzadas do Oriente

“Cerca de 10 mil sarracenos foram massacrados no Templo, quem ali se encontrassem teriam os pés tingidos de sangue até os tornozelos de sangue dos homens degolados(...) . (...) nenhum infiel teve a vida salva, não se poupando as mulheres nem as crianças(...)”

Foucher de Chartres

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3. As Cruzadas do Oriente

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3. As Cruzadas do Oriente

Os Estados Cristãos: O Reino de Jerusalém, o principado de Antioquia e os condados de Edessa e Trípoli.

Estados doados aos nobres, estrutura Feudal;

A Ordem de Malta – Hospitalários

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3. As Cruzadas do Oriente

Cavaleiros Templários

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3. As Cruzadas do Oriente

Cavaleiros Templários

"Um Cavaleiro Templário é verdadeiramente, um cavaleiro destemido e seguro de todos os lados, para sua alma, é protegida pela armadura da fé, assim como seu corpo está protegido pela armadura de aço. Ele é, portanto, duplamente armado e sem ter a necessidade de medos de demônios e nem de homens."

Bernard de Clairvaux, c. 1135, De Laude Novae Militae—In Praise of the New Knighthood

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3. As Cruzadas do Oriente

Os Fracassos da Segunda e da Terceira Cruzadas;

1147 Luís VII, da França e Conrado III, do Sacro Império Romano Germânico Responderam ao chamado da Igreja, são derrotados pelos turcos;

1187 Saladino retoma Jerusalém (Salah al-Din);

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3. As Cruzadas do Oriente

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3. As Cruzadas do Oriente

Os Fracassos da Segunda e da Terceira Cruzadas;

Com a notícia da perda da Cidade Santa organizou-se a Terceira Cruzada (1190);

Morte acidental ao banhar-se ou afogamento?

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3. As Cruzadas do Oriente

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3. As Cruzadas do Oriente

Felipe Augusto da França, segue por mar com Ricardo, Coração de Leão;

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3. As Cruzadas do Oriente

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3. As Cruzadas do Oriente

A diminuição do Ardor Religioso; Em 1200, Inocêncio III, convoca a Quarta Cruzada

Em direção a Zara, por interesses comerciais de Gênova e Veneza.

Após a destruição de Zara os cruzados marcharam sobre Constantinopla;

A quarta cruzada assinalou o declínio mercantil de Constantinopla e a ascensão comercial das cidades italianas.

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3. As Cruzadas do Oriente

Quinta Cruzada.A Cruzada das Crianças, 1212;

20 mil crianças alemãs; 30 mil crianças francesas;

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3. As Cruzadas do Oriente

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3. As Cruzadas do Oriente

Em 1212, um grupo de crianças se organizou em uma Cruzada com a intenção de chegar à Terra Santa, Jerusalém.

Partiram de regiões da Alemanha e da França;

A maioria nunca retornou para seus lares.

As crianças que não foram sequestradas e escravizadas morreram pelo caminho de fome ou de frio.

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3. As Cruzadas do Oriente

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3. As Cruzadas do Oriente

Sexta Cruzada, organizada por André II, da Hungria e Frederico II, do Sacro Império Romano Germânico;

Acordo de 10 anos que foi violentamente rompido pelos mouros;

Sétima e Oitava Cruzada (1250 – 1270) organizadas por Luís IX, da França, malograram, ele morre vítima da peste e posteriormente é canonizado.

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4 As Consequências das Cruzadas

“Reabertura” do Mediterrâneo e Renascimento Comercial e Urbano;

Reatamento das relações entre Oriente e Ocidente; O malogro das Cruzadas foi responsável pelo

reaquecimento da economia;

Em síntese, o Renascimento Comercial e Urbano do Ocidente da Europa, e a decadência do feudalismo, o declínio do poder da nobreza e o surgimento da burguesia, foram, direta ou indiretamente consequências das cruzadas.

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A Peste

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A Peste

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A Peste

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A Peste

Crise do sistema feudal: A Grande Fome (1315-1317);

Más colheitas e altas nos preços dos cereais; Em 1316, 2794 pessoas foram enterradas 12% da população de

Ypres.

A Peste Negra (1347-1350); “na cidade de Florença, entre o mês de março e o de julho (...) mais

de 100 mil pessoas morreram dentro das muralhas, onde, antes disso, não se supunha que tanta gente houvesse.”

Boccaccio, escritor do séc. XIV

Quanto aos médicos: “(...) Digamos que antes de mais, que a causa longínqua e primeira da peste foi e é ainda alguma constelação celeste a qual (...) causa real da corrupção mortífera do ar que nos rodeia, pressagia a mortalidade e a fome(...).”

Faculdade de Medicina de Paris.

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A Peste

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A Peste

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A Peste

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Renascimento Comercial e Urbano

Os fatores que dificultavam a circulação de mercadorias e o desenvolvimento das atividades comerciais;

O cerco dos muçulmanos; A precariedade das estradas; Escassez de dinheiro e moedas de vários pesos e

medidas;

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Renascimento Comercial e Urbano

Crescimento demográfico: mais mão de obra para a produção e maior mercado consumidor. As inovações técnicas;

O crescimento populacional gerou simultaneamente mais mão de obra;

Os transportes e as comunicações também foram ampliadas;

Derrubada de florestas e drenagem de pântanos; Comércio e artesanato se desenvolveram em campos

urbanos e impulsionaram o renascimentos das antigas cidades.

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Renascimento Comercial e Urbano

Renascimento Comercial; A “Trégua de Deus”

As rotas comerciais do norte e do sul da Europa;

Rotas fluviais, os mares do Norte e Báltico foram os eixos econômicos da Europa;

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Renascimento Comercial e Urbano

As Feiras de Champagne ligavam o comércio do norte e do sul da Europa (renascimento das moedas);

A intensificação do comércio na Europa setentrional e na Europa meridional resultou no estabelecimento de ligações entre as duas regiões;

As primeiras feiras surgiram no século XI, mas seu auge se deu no XIII e XIV;

Até o século XII, as moedas praticamente desapareceram;

“No centro das feiras os banqueiros (chamados na época de cambistas) pesavam, avaliavam e trocavam as mais variadas espécies de moedas.”

“A terra deixava de ser a única riqueza na Europa Ocidental.”

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Renascimento Comercial e Urbano

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Renascimento Comercial e Urbano

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Renascimento Comercial e Urbano

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Renascimento Comercial e Urbano

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Renascimento Comercial e Urbano

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Renascimento Comercial e Urbano

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Renascimento Comercial e Urbano

As associações de artesãos e comerciantes;

As corporações de artes e ofícios; Para defender seus interesses, os artesãos organizaram-

se em associações. Todos os que trabalhavam em um mesmo ofício numa determinada cidade juntavam-se e formavam uma associação denominada Corporação Artesanal.

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Renascimento Comercial e Urbano

Oficiais: profissionais experientes ganhavam melhores salários;

Jornaleiros: contratados para jornadas de trabalho, raramente passando a mestre;

Aprendizes: eram iniciados pelo mestre aos segredos do ofício;

Mestre: o proprietário da oficina artesanal;

As corporações tinham a função de regulamentar a profissão, evitando o número excessivo de pessoas no mesmo ofício, controlar a qualidade e o preço dos produtos;

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Renascimento Comercial e Urbano

As Hansas monopolizavam o comércio por atacado; As associações de mercadores chamavam-se Hansas (séc. XII);

A mais poderosa foi a Hansa Teutônica ou Liga Hanseática;

Reunia cerca de 90 cidades da Europa com uma potente esquadra;

Hansa das Dezessete Cidades; Ligava as cidades flamengas as Feiras de Champagne;

Hansa dos Mercadores Fluviais; Monopolizou o transporte ao longo do Sena;

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Renascimento Comercial e Urbano

Algumas hansas permitiam que os não membros adquirissem mercadorias, mas à sociedade de mercadores ficavam reservados os primeiros negócios;

“Nenhum habitante ou estrangeiro trocará ou comprará qualquer espécie de mercadoria que chegue a cidade, antes dos membros da Corporação dos Mercadores, e quando um membro da sociedade estiver presente e deseje trocá-la ou comprá-la; se alguém o fizer e for considerado culpado, aquilo que comprar será confiscado pelo rei”

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O ressurgimento das Cidades: À medida que o comércio se ampliava surgiam as

cidades, na confluência de estradas, na desembocadura de rios ou em regiões de declive elevado;

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O burgo; A fortificação que facilitava a proteção dos comerciantes

(burgueses).

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• As condições de higiene eram precárias;

• As construções eram pequenas devido o alto preço dos terrenos;

• Ruas praticamente sem calçamento;

• Inexistência de sistema de esgoto;

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A luta das cidades pela conquista da independência;

“O ar da cidade torna o homem livre” A liberdade tornara-se fundamental para o exercício do

comércio e do artesanato, assim o servo da gleba já no século XII, considerava-se livre após ter morado um ano ou um dia em alguma cidade.

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Burguesia X nobreza feudal. As cidades ficavam cada vez maiores, e as que se

situavam dentro dos feudos, ficavam sob a tutela dos senhores feudais;

A autonomia ficava pacífica ao passo que as cidades compravam dos senhores franquias e cartas de privilégios;

Movimento Comunal; Caracterizou-se pela luta constante pela autonomia das

cidades.

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O comércio e a necessidade da centralização monárquica;

Em meio a uma sociedade essencialmente feudal, o comércio e as feiras realizavam-se no interior dos feudos;

Pedágios entre França, Áustria e Alemanha

Reno 64

Elba 35

Danúbio 77

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