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ESPECIAL 50º ANIVERSÁRIO DA NOSSA IGREJA B P S. P C

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E S P E C I A L 5 0 º A N I V E R S Á R I O D A N O S S A I G R E J A

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A D������� � I����

A Igreja Matriz celebra no dia 22 de Setembro de 2013 o 50º aniversário da sua Dedicação. Estamos todos em festa e a Casa que erguemos para Deus está outra vez bonita como há 50 anos.

Foi uma grande obra que, mesmo se assis+r de perto, facilmente podemos ver as enormes dificuldades que devem ter surgido. Mas, o povo de São Pedro da Cova, com o seu Pároco, o Drº Neves, tudo fez para que se justasse o dinheiro e as forças necessárias para a levantar do chão. Primeiro a cripta, que funcionou durante dois anos como Igreja e que foi ben-zida pelo Srº D. António Ferreira Gomes e, depois, a Igreja Matriz, Dedicada pelo Srº D. Floren+no Andrade e Silva, admi-nistrador Apostólico da nossa Diocese enquanto o Bispo António Ferreira Gomas foi posto no exílio por Salazar.

As Igrejas Paroquiais, assim como as catedrais, não são simplesmente benzidas mas Dedicadas. Isto é, numa Eucaris+a própria aquele espaço é des+nado pelo Bispo e pelos fiéis ao culto de Deus; é um espaço que a par+r daí assume essa única e maior função de fazer o encontro dos homens com Deus; de ser sinal entre as casas dos homens da morada de Deus entre eles.

Alguns ritos são específicos da Dedicação:

- a colocação das relíquias. Desde o princípio da Igreja que a fé se alicerça na vida e no testemunho dos que nos precede-ram e seguiram a Cristo. Desde o tempo dos Apóstolos que se reuniram no Cenáculo, lugar da Úl+ma ceia, para fazer Memória de Jesus (celebrar a Eucaris+a) e, depois, nos lugares de mar=rio dos primeiros cristãos. Nas Catacumbas em Roma isso é par+cularmente expressivo. Ora, as relíquias são pequenos fragmentos de algo que esteve in+mamente liga-do a uma santo como partes do seu corpo ou das suas vestes… Assim, a Igreja con+nua a edificar-se sobre a vida e o tes-temunho dos que seguiram Jesus e foram reconhecidamente fiéis a Cristo. Na nossa Igreja sabemos isso porque numa filmagem se vê o Srº Bispo a colocar as relíquias que ainda hoje se conservam no nosso altar. Infelizmente, mesmo depois de alguma pesquiza, não foi possível saber a que Santo(a) pertencem.

- a unção do altar. O altar é o centro da Igreja porque é sobre ele que celebramos e se torna presente o centro da nossa vida cristã: Jesus Cristo. Por isso, o altar é igualmente dedicado a Cristo. A par+r daí não é uma mesa qualquer, não se pode usar para mais nada a não ser celebrar os Mistérios da Fé. Com o mesmo óleo do Crisma, o Bispo unge, pelo menos nos quatro ângulos do altar, traçando um sinal da Cruz. Portanto, o altar como que se torna fonte da unção de Cristo para todos os que dele se aproximarem, é lugar de Graça, de Salvação porque é lugar do Ungido (que em grego se diz: Cristo). Fica aqui uma parte da oração que acompanha este rito:

Cristo entregou-Se a Vós, ó Pai, como oblação pura que destrói

os pecados de todo o mundo e sela convosco uma aliança nova e eterna.

Derramai, agora, Senhor, humildemente Vos pedimos, sobre este altar,

erguido na casa da Igreja, a vossa celeste san"ficação,

para que ele seja, para sempre, dedicado ao sacri$cio de Cristo

e se torne a mesa do Senhor, onde o vosso povo se alimente do divino banquete.

Seja este altar, para nós, sinal de Cristo de cujo lado aberto correu

sangue e água, nos quais encontram fundamento os sacramentos da Igreja.

Seja a mesa da festa aonde acorrem, cheios de alegria,

os convivas de Cristo, para que, colocando em Vós

o peso e os cuidados da vida, tomem novo vigor de alma

para percorrerem novos caminhos.

Seja lugar de ín"ma comunhão convosco e de paz, de modo que, alimentados

com o Corpo e Sangue de vosso Filho, e penetrados pelo seu Espírito,

cresçam sempre no vosso amor.

Seja fonte de unidade da Igreja e de concórdia entre os irmãos,

em volta da qual se reúnam os vossos fiéis,

para aí beberem o espírito da mútua caridade.

Seja o centro do nosso louvor e da nossa ação de graças,

até chegarmos jubilosos às moradas eternas,

onde, com Cristo, Sumo Sacerdote e Altar vivo.

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- a unção das paredes. Em algumas das cruzes espalhadas pela Igreja, o Bispo, ou quem Ele ordenar, deve ungir as pare-des para que elas se convertam em sinal de Cristo, pedra viva da nossa fé. A par+r daqui a Igreja só poderá deixar de ser Igreja com uma decisão formal (um decreto) de Bispo. Até aí manterá para sempre as funções sagradas que lhe foram dadas.

- a incensação. O incenso, muito usados na Liturgia, é sinal da oração dos fiéis que se ergue para Deus, é sinal do perfu-me que Deus dá à nossa vida e de como nos quer elevar para Ele. Na Missa da Dedicação, pela primeira vez, depois da unção, é incensado o altar e, depois, toda a Igreja. Assim fica marcado este lugar privilegiado de oração.

Aprendemos com Jesus que em todo o lugar nos podemos dirigir a Deus e Ele sempre nos escuta. Pelo ritual da Dedica-ção, o espaço da Igreja fica completamente des+nado à oração. Podemos rezar em todos os lugares mas, na Igreja a úni-ca coisa que podemos fazer é rezar, elevar o espírito para Deus, em qualquer forma que tome a nossa oração.

Fica aqui parte da oração que o Bispo fez para Dedicar a nossa Igreja:

Senhor,

que san"ficais e governais a vossa Igreja, é nosso dever proclamar o vosso nome

com cân"cos de festa, porque hoje o vosso povo fiel quer dedicar-Vos,

para sempre, num rito solene, esta casa de oração,

para aqui Vos adorar e se instruir com a vossa palavra

e se alimentar dos vossos sacramentos.

Esta casa anuncia o mistério da Igreja, san"ficada pelo Sangue de Cristo,

que Ele quis apresentar a Si mesmo como Esposa gloriosa,

Virgem admirável na integridade da fé,

Mãe fecunda pelo poder do vosso Espírito.

Igreja santa, vinha eleita do Senhor, que ao mundo inteira estende

os seus ramos, e, suspensos da árvore da cruz, os ergue até ao reino celeste.

Igreja feliz, morada de Deus com os homens, templo santo,

construído de pedras vivas, edificada sobre o alicerce dos Apóstolos,

tendo Cristo Jesus como pedra angular.

Igreja excelsa, cidade erguida no alto do monte,

visível para todos, a todos manifesta,

onde a lâmpada do Cordeiro brilha sem cessar

e ressoa, agradecido, o cân"co dos bem-aventurados.

Por isso, humildemente Vos pedimos, Senhor:

derramai sobre esta igreja e este altar a vossa bênção celeste;

seja esta casa lugar para sempre san"ficado e este altar,

mesa con"nuamente preparada para o sacri$cio de Cristo.

Aqui sejam destruídos os pecados dos homens pela torrente da graça divina,

para que os vossos filhos, o Pai, mortos para o pecado,

sejam regenerados para a vida do alto.

Aqui, os vossos fiéis, reunidos em volta da mesa do altar,

celebrem o memorial da Páscoa e sejam alimentados no banquete

da palavra e do Corpo de Cristo.

Aqui ressoe jubilosa a oblação do louvor, voz dos homens unida aos

cân"cos dos Anjos, e incessantemente suba para Vós

a oração pela salvação do mundo.

Aqui encontrem os pobres a misericórdia, alcancem os oprimidos a

verdadeira liberdade, e todos os homens se revistam da dignidade

de filhos vossos, até chegarem, exultantes de alegria,

à Jerusalém do alto, a cidade do Céu.

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R���� �� C� ��� ��� � N�� I���� ��

S. P���� � C�� DGº NHIHJ

(O Drº Neves deixou ficar uma gravação em cassete que oportunamente transcrevemos, acompanhada de algumas ima-

gens, desenhos e projeto original com mais de 50 anos.)

A freguesia de S. Pedro da Cova está a viver uma hora de intenso júbilo por ocasião da inauguração da sua nova igreja. Freguesia muito populosa, em que habitam mais de 11 mil habitantes; freguesia de grande extensão territorial circunvizinha do Porto - ao qual está ligada por razoáveis meios de comunicação -; a freguesia de S. Pedro da Cova aumenta em proporção geométrica, sendo até a freguesia que, proporcionalmente, neste populoso concelho de Gondomar, mais tem aumentado nas úl+mas décadas.

Esta freguesia, grande na população e na extensão, e grande também na sua alma, exigia uma igreja capaz de albergar os seus filhos ou fiéis que, na sua quase totalidade, professam e vivem o evangelho de Cristo, tanto mais que a igreja exis-tente era de proporções muito limitadas e o seu estado de conservação deixava muito a desejar. Estava mesmo a derruir e muitas vezes acontecia que as pessoas, para par+ciparem nos atos de culto, +nham que ficar fora da igreja, sujeitas às incle-mências do tempo e, portanto, numa posição incómoda que de maneira nenhuma convidava ao recolhimento e à par+cipa-ção litúrgica. Atendendo a este facto, o seu pároco, Dr. Alves das Neves, começou a sonhar, desde que começou a paroquiar esta freguesia, com um templo moderno e espaçoso, alegre e belo, que nas suas linhas arquitetónicas, no seu acabamento e na sua ornamentação, fosse uma palavra viva a chamar as almas ao ideal mais alto que está con+do no evangelho, e que é missão da Igreja transmi+r.

Sem dúvida que o sonho, se é fácil de sonhar, era muito diKcil de realizar. E era diKcil de realizar (mesmo dificílimo!), por-que a freguesia, apesar de grande e populosa, é cons+tuída por gente modesta e de parcos recursos financeiros. A maior dificuldade que o pároco teve que vencer foi, por isso, esta: a de conseguir que os seus paroquianos e as outras pessoas res-ponsáveis acreditassem na obra, tal era o seu custo! Depois de longos estudos e muitas dificuldades, concre+zou-se o plano da obra, que seria construída por duas partes: a cripta e a igreja propriamente dita.

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A 20 de dezembro de 1954 começou a demolição da an+ga igreja, porque a nova seria implantada no mesmo local, visto ser o centro da freguesia. Uma vez removidos os escombros, procedeu-se à escavação da cripta - diKcil de fazer por o ter-reno ser xistoso - e à implantação dos muros de suporte da avenida e do adro. Tiveram de remover-se mais de 7.000 me-tros cúbicos de entulho. A demolição e construção de muros de suporte custaram cerca de 2.000 contos. Quando foi lança-da a primeira pedra, já se +nha despendido a verba de 5.000 contos.

No dia 16 de Outubro de 1955, em festa e com a esperança no coração, foi assente e benzida, pelo Sr. Bispo Auxiliar do Porto, D. Floren+no de Andrade e Silva, a primeira pedra da futura igreja de S. Pedro da Cova. Esta pedra é a que dá entra-da à torre. Era o princípio de uma luta que se +nha que travar e sofrer até ao mais profundo da alma. Passados pouco mais de 2 anos, já se encontrava terminada a cripta e, em festa soleníssima, foi benzida, no dia 8 de dezembro de 1957, pelo Sr. Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes. É a melhor cripta de Portugal, não no tamanho, mas na sua disposição. Mede cerca de mil metros quadrados, é cheia de luz e abundantemente ven+lada. Só de janelas, tem 43, e foi acabada esmera-damente na sua construção, em que se gastaram cerca de 3.000 contos.

Terminada a cripta, a obra con+nuou sem um dia de interrupção, nem uma só hora. A igreja levantou-se nas suas paredes de granito, na sua torre altaneira que mede 56 metros; foi coberta e reves+da de mosaico vítreo Evinel, termina numa cruz de 6 metros de altura e está toda reves+da. Em seguida, procedeu-se ao reves+mento das paredes interiores e exteriores. Quem hoje visitar este grande templo poderá vê-lo no seu acabamento esmerado interno e externo.

A igreja, exteriormente, está toda reves+da de azulejos mul+facetados de impressionante efeito esté+co para que a sua conservação seja pra+camente inalterável. Interiormente, também se deu à obra o melhor acabamento: reves+u-se os arcos de mosaico cerâmico, de azulejo as paredes laterais e o pavimento de mosaico cerâmico e de mármore. Permite as-sim uma conceção quase inalterável. O teto foi construído em vigas de cimento pré-esforçado. Exteriormente, foram colo-cadas na frontaria algumas obras de arte. No corpo da torre está assente uma monumental imagem de São Pedro, monóli-to de pedra de Afife com cerca de 4 toneladas de peso. Sobre o ba+stério, pousa o Espírito San+ficador, simbolizado numa pomba de bronze que significa a efusão do Divino Espirito Santo nas almas que são ba+zadas. Ainda a ornamentar a fronta-ria, há uma grande rosácea de granito lavrado, moderna na sua conceção, que mede de diâmetro cinco metros e meio. Foram colocados vitrais ar=s+cos nessa rosácea, que representam a san+ficação das almas pelos Sacramentos. No centro da rosácea está representado Cristo Jesus, cabeça do Corpo Mís+co que é a Igreja, e cuja vida é infundida nas almas pelos Sete Sacramentos. Estes são apresentados pelos vários símbolos, e o conjunto dá-nos a impressão de uma joia ou pedra preciosa: a cabeça de Cristo engastado em diamantes mul+facetados e estes ornamentados a rubis que representam os Sete Sacramentos.

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Se entrarmos dentro da capela ba+smal ou do ba+stério, podemos admirar a ar=s+ca pia ba+smal: um cálice de avantajadas proporções feito de mármore e encimado por uma calota de bronze que tem gravado vários símbolos do Sacramento do Ba+smo e as palavras da ins+tuição deste sacramento: “Quem acreditar e for ba+zado será salvo. Ide e ba+zai todas as gen-tes”. Na parede lateral do ba+stério está um mosaico que representa o Ba+smo do Senhor. A rodear a capela ba+smal há um vitral de grandes proporções que mede cerca de 22 metros quadrados. Vitral ambiental cheio de beleza, pela harmonia do seu colorido e que em meia dúzia de símbolos resume a Dogmá+ca Ba+smal: a zona da Criação, os quatro rios do Paraíso, a Árvore do Bem e do Mal, a Tentação simbolizada na serpente e na maçã, e, ao lado, este dís+co expressivo: “Pelo pecado nos vem a morte e pela cruz nos vem a vida”. A ideia “Verdade” é representada no escurecimento dos vidros, até que Jesus, mediante a cruz, nos venha remir. É representada a zona da redenção do homem por uma cruz luminosa, tendo ao centro as iniciais de Cristo e a figura de um peixe, visto que nós, pelo sacramento do ba+smo, ficamos consepultados com Cristo e en-xertados nele, recebendo a sua própria vida: a vida divina. Os méritos da vida de Cristo, da Sua Paixão, Morte e Ressurreição começam a ser infundidos nas nossas almas pelas águas lustrais do ba+smo, representados numa torrente de água que rece-be a sua eficácia da cruz que nos une à Cruz de Cristo, à Sua Vida, Morte e Ressurreição. A Virgem, Mãe de Deus e nossa, é representada na lua. A capela ba+smal, realmente de grande beleza e de grandes proporções, mede cerca de 34 metros qua-drados.

O corpo da igreja, muito espaçoso e livre de qualquer impedimento de visibilidade, está guarnecido lateralmente de vitrais que representam o Sagrado Coração de Jesus, o Imaculado Coração de Maria, o Colégio Apostólico e os Evangelistas. São vitrais cheios de merecimento ar=s+co, concebidos com denodo e dignidade. Entre esses vitrais serão colocados os altares laterais. O arco cruzeiro está todo ele reves+do de mosaico cerâmico e ornamentado de monumentais painéis de cerâmica. Do lado direito da igreja, assenta um painel apresentando a vocação do padroeiro São Pedro ou a pesca miraculosa. Do ou-tro lado, ao pé da hora que passa, o papa João XXIII - que era papa reinante quando foi realizado este painel de cerâmica -, representado no seu escudo de armas e, rodeando esse escudo, estão as palavras com que Cristo Jesus chamou o primeiro papa: “Desde agora serás pescador de almas, não temas”. São dois painéis de grande valor ar=s+co e de grandes propor-ções.

O mesmo ritmo de cerâmica reflete-se no pano do fundo da capela-mor, que representa a Igreja no seu triplo estado: a Igre-ja Militante, a Igreja Padecente e a Igreja Triunfante. Do lado esquerdo, o painel de cerâmica que representa a Igreja Militan-te é simbolizada num lavrador, num mineiro, num trabalhador intelectual (engenheiro, médico, sacerdote, professor, etc.). Ainda fazendo parte deste painel, a mãe de família em a+tude orante, tendo a seu lado o filho que brinca alegre e ingenua-mente com um terço do rosário. É da família que depende o futuro do Homem, da sociedade e da Igreja.

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A Igreja Padecente está representada numa monumental tapeçaria que tem no centro um Cordeiro Imolado, cujo sangue cai em gotas nas chamas do Purgatório, onde as almas se purificam dos seus pecados veniais ou da pena temporal ainda não devidamente expiada. E pela intercessão do Sangue do Cordeiro, essas almas são levadas pelos anjos para a Glória, representada na parte cimeira da tapeçaria. A rodear o Cordeiro Mís+co, estão as quatro figuras dos Evangelistas, segundo a visão de S. João no Apocalipse: Tetramorfos. É uma tapeçaria de grande beleza em que há equilíbrio e modernidade, em que há harmonia do colorido e do traçado. É a primeira tapeçaria de proporções monumentais realizada no Norte, na fá-brica de Beiriz. Segue-se o segundo painel de cerâmica, que representa a Igreja Triunfante. No cimo, a San=ssima Trindade, Deus Uno e Trino, Luz Infinita, Luz da Felicidade, Luz de Alegria, Luz de Ser, cuja vida é comunicada aos homens por Cristo Jesus. Este está representado na figura de Cristo Triunfante. “Eu Sou a Luz do Mundo”, diz o painel em letras de bronze. O Verbo da Vida, Cristo e a Humanidade formam um só Corpo pela medianeira universal, a Virgem San=ssima, numa a+tude de glória e súplica.

Toda a capela-mor está reves+da - quer o pavimento, quer as paredes laterais- de mármore de belo efeito e de belo colori-do e de esplêndido acabamento. Para quebrar a monotonia do mármore das paredes laterais, estão chumbados elementos representando a cruz de Jesus, as chaves e a flor-de-lis. No centro da capela-mor, sobre um supedâneo sobrelevado, assen-ta o altar-mor. É feito todo ele em granito polido e assenta em dois pedestais em que estão gravados a ouro os símbolos do trabalho quer mineiro, quer agrícola, e vários símbolos representa+vos de Cristo. Sobre o altar está fixado o sacrário, caixa preciosa que tem uma porta representando o colégio apostólico em bronze cinzelado, reves+do de esmalte e de vari-adas cores. É realmente um sacrário ar=s+co e nele se conservará o San=ssimo Sacramento numa píxide também de gran-de valor ar=s+co. Não se cuidou somente da ornamentação da igreja, mas também se cuidou da comodidade dos fiéis. Basta dizer que é a igreja de Portugal que fica mobilada de mais bancos também cheios de beleza, construídos de ó+ma madeira - mogno - que medem cerca de duzentos metros.

Depois da descrição desta obra, alguém poderá perguntar como foi realmente possível arranjar ou reunir a verba necessá-ria para a sua construção. Foi realmente um grande problema. Mas com a ajuda de Deus e dos Homens conseguiu-se cons-truir e pagar esta obra. Organizou-se a cotação pelas famílias da freguesia e todas, de uma forma geral, contribuíram. Or-ganizaram-se cortejos, festas cheias de colorido, de movimento, de alegria e de cor. Bateu-se à porta dos pobres e dos ricos para que todos oferecessem os seus dona+vos para a obra, e a freguesia, assim, conseguiu, nestes oito anos de traba-lho, reunir a verba importan=ssima de cerca de 10.000 contos. Hoje custaria cerca de 2 milhões de contos. Mas a obra rea-lizada custou muito mais. Já se gastaram cerca de 10.000 contos… de onde veio o outro dinheiro? Em primeiro lugar da compar+cipação do Estado pelo Fundo de Desemprego, que até agora nos entregou cerca de 900 contos. Há também a contribuição importan=ssima da Companhia das Minas de São Pedro da Cova, que nos ofereceu generosamente e benevo-lamente entre 700 e 800 contos. Depois, a colaboração do empreiteiro, Sr. Joaquim Ferreira dos Santos, maior amigo da obra, que além de a realizar economicamente, sem se queixar do seu acabamento esmerado, ofereceu também outros dona+vos para a conclusão da obra. Ainda pudemos contar com a ajuda de muitos amigos de fora da freguesia que nos auxiliaram generosamente.

É esta obra monumental, esta obra ar/s0ca -alguém lhe chamou heroica! -que será inaugurada numa festa cheia de al-tura, de beleza litúrgica; uma festa cheia de alegria e intenso júbilo para a Igreja, para a freguesia, para o concelho e também para a nação!

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“Para chamar a atenção do leitor, coloque

uma frase interessante ou uma citação do

bloco aqui.”

Legenda que descre-

ve a imagem ou grá-

fico.

Legenda

que descre-

ve a ima-

gem ou

gráfico.

R���C�� � C� ��� ��� � N�� I���� ��

S. P���� � C��

Há Sessenta anos, como hoje, sempre se teve de organizar a angariação de fundos, isto é, arranjar dinheiro, para a cons-trução de qualquer equipamento. Quando se trata de um equipamento muito específico, por exemplo: a construção de uma Igreja, que pela sua natureza e finalidade, se des+na ao bem comum, sem qualquer dis+nção, a referida angariação de fundos estende-se a um âmbito global.

Todas as obras, quando des+nadas ao “bem”, são obras de DEUS. Nestes casos, enquadra-se, por maioria de razão, a construção de uma igreja. Acreditando, como nós, que para as “coisas” de Deus o dinheiro nunca falta. Temos apenas (?) de deitar mão à nossa cria+vidade, à nossa imaginação, ao nosso trabalho. Para concre+zar isto, necessitamos de pesso-as, homens e mulheres que se entusiasmem, acreditem e

trabalhem. Foi o que aconteceu há cerca de sessenta anos atrás, com a construção da nossa belíssima Igreja Matriz.

Um Homem, Rev. Padre Dr. Neves, Dr. Neves, como sempre foi conhecido e tratado, à frente de uma equipa, deitaram mãos à obra e de lugar em lugar, de casa em casa, de porta em porta, movendo as suas influências e através destas, formando equipas locais, dos modos mais diversos se ía arranjando o dinheiro necessário. A parte ou zona sul da fre-guesia, foi das que mais contribuiu. Formada, principalmente, pelos lugares de Mó, Beloi e Carvalhal, com todos os outros lugares que a compõem, Lodeiro, Pedrogo e Ramalho, organizaram-se os tão famosos e tradicionais cortejos de oferendas.

Rapazes e raparigas, cantando e dançando, marcharam em direção à Igreja matriz, levando com eles tratores agrícolas, alegoricamente adornados, transportando as respe+vas oferendas para serem leiloadas, pelo Valdemar, leiloeiro de serviço permanente.

Assim se fez mais de que uma vez, e enquanto foi necessário. A alegria e a euforia, transmi+da por aquele Homem, chefe de equipa, era constante e de uma gra+dão imensa. E hoje também, graças a todos os que trabalharam, temos a nossa Igreja! Parabéns!

S������ R���C��… “O M��C����”

Este MEALHEIRO, era de uma graciosidade enorme e muito interessante, pela sua simplicidade e obje+vo. Era construí-do em cartolina e +nha a forma da nossa Igreja. Estes mealheiros eram distribuídos, principalmente, pelos estabeleci-mentos comerciais, que eram muitos nesse tempo. Então, os fregueses, desses estabelecimentos, eram convidados, pelos respe+vos donos ou por quem os atendia, a depositarem, semanalmente “1 Escudo”.

Era um convite. Verdade. Mas este convite levava com ele uma forte dose de acreditar, de querer, de confiar, tão evi-dentes, que as pessoas, os tais fregueses, se sen+am quase obrigados a par+cipar. Penso que toda a gente par+cipava.

O Pároco passava, de vez em quando, pelos estabelecimen-tos, falando com as pessoas, no sen+do de se aperceber co-mo as coisas iam correndo. Curiosamente, parecia que ia “injetar” mais uma dose de alegria e de entusiasmo pela obra em curso.