Azeite Baga de Louro - Madeira

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15DIÁRIO DE NOTÍCIAS Sexta-feira, 26 de Outubro de 2012

Econ

omia

O valor médio de avaliaçãobancária das casas manteveem Setembro a tendência deredução, recuando 0,1% facea Agosto e 7,0% em termoshomólogos, para 1.027euros/m2 segundo o INE. AMadeira (+4,4%) e o Algarve(+1,1%) foram excepções.

Portal digital aproxima comunidades

VICTOR [email protected]

É um ‘xarope do povo’ que servepara aplicar em várias frentes.“Cura tudo. Bastam sete gotas emjejum ou ao pequeno-almoço e ficacomo novo”, diz convicta NéliaAbreu, uma produtora de azeite-de-louro no extremo Oeste da Re-gião. É preciso percorrer largos qui-lómetros para poder presenciar aconfecção de um produto utilizadopelo povo e conhecido como “remé-dio milagroso para todos os males”,confessa.

“Até dor de cotovelo?”, espicaçá-mos. O sorriso comprometedor levaesta popular residente no sítio daRibeira Vaca a não ficar sem respos-ta: “Já tive aqui uma senhora douto-ra que veio buscar um bocadinho deazeite-de-louro para fazer testes everificar as propriedades e quais osbenefícios para a saúde”. “Deram-lhe alguma resposta?”, insistimos.“Disse-me que era bom para a tu-berculose, mas os mais idosos di-ziam que era bom para tudo. Para adiabetes, problemas de circulação,garganta, fígado, para feridas napele, para o estômago... até para osanimais é bom”, sustenta.

Nélia Abreu, numa espécie de ac-ção de marketing, afirma que esta‘pomada’ madeirense reúne muitafama entre a comunidade emigran-te que não olha ao preço para levaruma garrafa que leva selo ‘Made inMadeira’ com um custo de 150 eu-ros ao litro.

Para as bolsas menos abastadashá garrafas de um quarto de litro

com preço mais em conta, mas quemesmo assim pesa na carteira. 40euros é quanto vale um pouco deazeite-de-louro em que nem vene-zuelano ou sul-africano põem de-feito. “Os venezuelanos gostammuito. Alguns levam até para deitaraos porcos quando estão doentes ouaos coelhos”, expressa, levando-nospara bem perto do pequeno lagaronde exemplifica o processo de co-zedura e prensagem das bagas ma-duras, recolhidas nesta altura doano mediante uma autorização dosserviços da direcção regional deFlorestas. “Há quem não tenha li-cença, mas fazem-nos concorrênciae até algumas das vezes acrescen-tam óleo para render mais. Pior équando não sabem apanhar a bagaestragando com os loureiros, preju-dicando o não que vem”, critica aprodutora que, à sua porta, tem dois

placares onde anuncia a venda deazeite-de-louro.

ComosefazDepois de cozidas são espremidasnum pequeno lagar, num métodoexactamente igual ao das vindimas.O líquido cai numa pequena tina eseguidamente é recolhido como for-ma de azeite por ser menos denso.Um processo moroso e que requermuita paciência. A título de exem-plo, Nélia Abreu confidencia que“100 quilos de baga de louro dãopara três ou quatro litros de azeite”.Durante a apanha entre Setembro aNovembro é preciso pedir uma li-cença de autorização. Debaixo dosloureiros é estendido um manto deplástico para recolher e não desper-diçar a baga. O batimento nos ramosdo loureiro requer alguma períciapara não causar dano às árvores.

NÉLIO [email protected]

Chama-se ‘Madeira no Mundo’ e é onovo site criado pela Secretaria Re-gional de Turismo, Cultura e Trans-portes, que tem como objectivo faci-litar a comunicação entre os emi-grantes madeirenses espalhadospelo mundo e a Região.

O portal, que será tutelado peloCentro das Comunidades Madei-

renses, pretende ser “um espaço di-nâmico de partilha de informação”,de “comunicação activa e actualiza-da” e também de agilização de pro-cedimentos. Isso mesmo foi desta-cado pela secretária da tutela, Con-ceição Estudante, ontem à tarde naapresentação do novo site. Tambémrealçou o facto desta ser uma formaprivilegiada de chegar às novas ge-rações de luso-descendentes, cuja li-gação com as associações de emi-

grantes é cada vez mais ténue.Este portal disponibiliza uma

base de dados com contactos úteispara a emigração, desde embaixadasa consulados, passando por médi-cos, advogados, bancos e agências deviagens existentes nos diferentespaíses da diáspora. O site será actua-lizado diariamente e conta, também,com uma página no Facebook, paraalém de reservar um espaço para osimigrantes que vivem na Região.

Fazer azeite-de-louro é um processo moroso e que requer muita paciência. FOTO VICTOR HUGO

SÃO CONHECIDASAS PROPRIEDADESTERAPÊUTICASDESTE PRODUTONATURAL

O NOVO SITE PODESER ACEDIDO PELOENDEREÇOHTTP://CCM.GOV-MADEIRA.PT/

“100 quilos de bagade louro dão

para três ou quatrolitros de azeite”

NÉLIAABREUPRODUTORADE AZEITE-DE-LOURO

Azeite-de-louro,o ‘xarope do povo’